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Paulo Sergio Cople Pereira AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE CLINICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES CONE MORSE: ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL.

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Paulo Sergio Cople Pereira

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE CLINICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES CONE MORSE:

ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL.

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PAULO SERGIO COPLE PEREIRA

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE CLINICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES CONE MORSE:

ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL.

Dissertação apresentada à Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração Reabilitação Oral - Implantodontia.

Orientadora: Profª Drª Priscila Ladeira Casado

Rio de Janeiro

2009

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PAULO SERGIO COPLE PEREIRA

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE CLINICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES CONE MORSE:

ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL.

Dissertação apresentada à Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração Reabilitação Oral - Implantodontia.

Aprovado em 07 de Dezembro 2009.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________ Profª Priscila Ladeira Casado - Doutora Universidade Veiga de Almeida - UVA

________________________________________________________ Prof. Antônio Carlos Canabarro Andrade Junior - Doutor

Universidade Veiga de Almeida - UVA

________________________________________________________ Prof. Hélio Rodrigues Sampaio Filho – Doutor

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

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Aos meus pais (in memorian), meus irmãos e minhas filhas Mariana e Ana Carolina, pela abdicação de suas vidas durante esse tempo para que eu pudesse

realizar este sonho. Devo a vocês tudo que sou. Aos verdadeiros amigos que sempre estiveram ao meu lado me apoiando nas horas mais difíceis de minha vida,

minha gratidão.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me permitir viver com saúde, me dando a força

necessária para continuar trabalhando com dignidade.

Aos professores do Curso de Mestrado em Odontologia da Universidade Veiga

de Almeida pelo convívio e aprendizado e especial ao Prof. Dr. Antonio Canabarro,

sem o qual não seria possível a conclusão deste trabalho.

Em especial a Profª Drª. Priscila Ladeira Casado, pelo carinho, dedicação e

orientação que me foi dada.

Meus sinceros agradecimentos ao Prof. Dr Fernando de Almeida e equipe, por

terem possibilitado a coleta de dados da presente pesquisa.

Ao amigo Prof. Dr. Helio Rodrigues Sampaio Filho, pela amizade,

ensinamentos e confiança, que me motivaram a transmitir meus conhecimentos aos

colegas iniciantes.

A todos os amigos que participaram da minha vida e me apoiaram ao longo

desses anos.

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"O que você ganha, ao atingir seu objetivo, não é tão importante quanto o que você se torna ao atingir seu objetivo."

(Zig Ziglar)

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES (Figuras, Tabelas e Gráficos)

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

RESUMO

ABSTRACT

1- Introdução...................................................................................................................12

2 - Revisão de Literatura......................................................................................................15 2.1 - História da Implantodontia.......................................................................................15 2.2 - Princípios da Osseointegração................................................................................18 2.3 - Perda óssea fisiológica ...........................................................................................20 2.4 - Anatomia peri-implantar ..........................................................................................20 2.5 - Formação do selamento mucoso periimplantar .......................................................22 2.6 - Fenótipo periodontal................................................................................................22 2.7 - Implantes tipo cone morse ......................................................................................24

3 - Objetivos.........................................................................................................................26 3.1 - Objetivo geral ..........................................................................................................26 3.2 - Objetivos específicos ..............................................................................................26

4 - Materiais e Métodos .......................................................................................................27 4.1 - Amostra...................................................................................................................27

4.1.2 - Materiais utilizados ................................................................................28 4.1.3 - Análise clínica........................................................................................28 4.1.4 - Avaliação radiográfica............................................................................29 4.1.5. Avaliação Estatística...............................................................................30

5 - Resultados......................................................................................................................32

6 - Conclusões.....................................................................................................................47

8. Referências Bibliograficas:...............................................................................................48

Anexo 1 ...............................................................................................................................53

Anexo 2 ...............................................................................................................................56

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES (Figuras, Tabelas e Gráficos)

Figura 1. Implantes de concha, em forma triangular, no Egito antigo. A implantação foi feita em um espaço criado no osso por meio de “marteladas” (www.dentalinsurance.co.uk/implants/implant_types.htm). ..................................................15

Figura 2:.Principais tipos de Implantes. (a) Implante subperiosteal com estrutura em forma de treliça. (B) Implante laminado criado por Lincow em 1962. (C) Implante em forma de raiz (www.dentalinsurance.co.uk/implants/implant_types.htm) ...................................................18

Figura 3: Per Ingvar Bränemark, descobridor dos princípios da osseointegração. ..............19

Figura 4: Esquema mostrando as diferenças entre tecido periodontal e tecido periimplantar. (A) Ausência de ligamento periodontal e cemento. (B) Fibras colágenas paralelas à superfície do implante. www.gacetadental.com. ..................................................................21

Figura 5. Vascularização tecidual ao redor de implantes e dentes. Notar a ausência da vascularização oriunda do ligamento periodontal ao redor de implantes (www.gacetadental.com)......................................................................................................21

Tabela 1. Fenótipo periodontal (de acordo com Kao & Pasquinelli,2002). ...........................23

Figura 6. Implante conexão tipo cone morse, mostrando a proporção coroa: implante e a ausência de espaço entre osso e plataforma. (Weigl, 2004). ...............................................25

Figura 7- Afastador, sonda milimetrada e espelho utilizados no exame clínico. ..................28

Figura 8. Exame clínico na mucosa peri-implantar. Paciente: .............................................29

Figura 9. Exame clínico na mucosa peri-implantar. Paciente: .............................................29

Quadro 1. Altura do osso peri-implantar em função da exposição do implante. ..................30

Figura 10 - Radiografia periapical padronizada para identificação do nível ósseo peri-implantar..............................................................................................................................30

Figura 11 - Paciente 15 apresentando sangramento à sondagem ao redor dos implantes..33

Figura 12 - Paciente 4 apresentando sangramento à sondagem ao redor dos implantes...33

Figura 13- Paciente apresentando fenótipo espesso característico ao redor do implante cone Morse..........................................................................................................................33

Tabela 2. Resultados clínicos e radiográficos. ................................................................34

Figura 14. Seta mostrando a exposição total das roscas ao redor do implante analisado...37

Figura 15. Avaliação radiográfica mostrando a proximidade entre a ponta da sonda periodontal e o topo da crista óssea (setas). Paciente 02 (esquerda) e paciente 16 (direita) ..........................................................................................................37

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Tabela 3. Profundidade Clinica de Sondagem ao redor dos dentes avaliados.....................38

Tabela 4. Profundidade Clinica de Sondagem ao redor dos implantes avaliados................38

Tabela 5. Média da PCS no periodonto. ..............................................................................38

Gráfico 1. Histograma mostrando a distribuição normal dos dados para a PCS no periodonto............................................................................................................................39

Tabela 6. Média da PCS no tecido peri-implantar................................................................39

Gráfico 2. Histograma mostrando a distribuição normal dos dados para a PCS no tecido peri-implantar.......................................................................................................................39

Tabela 7. PCS nas regiões peri-implantares dentro dos fenótipos fino e espesso...............40

Gráfico 3. PCS nas regiões peri-implantares dentro dos fenótipos fino e espesso..............40

Tabela 8. Correlação PCS e fenótipo peri-implantar............................................................41

Tabela 9. Teste do Qui-quadrado. .......................................................................................41

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

PCS- Profundidade clínica de sondagem

CSVA- Centro de Saúde Veiga de Almeida

Et al - E colaboradores

PGE Prostaglandinas

TNF Fator de necrose tumoral

IL Interleucina

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar as características clínicas e radiográficas no tecido peri-implantar utilizando o sistema cone Morse. Vinte pacientes foram selecionados, com idade média de 51.5 anos (31-71), sendo 77 regiões, 25 periodontais (grupo A) e 52 peri-implantares (grupo B). Os tecidos foram clinicamente avaliados quanto à presença de inflamação gengival, profundidade e sangramento à sondagem e ao fenótipo periodontal. Vinte regiões peri-implantares (38.46%) apresentou sangramento à sondagem, destas, 60% não apresentaram inflamação clinicamente. Todas as regiões com gengivite no grupo A apresentaram fenótipo espesso. Ao contrario, todas as regiões com mucosite no grupo B apresentaram fenótipo fino. Dezenove regiões no grupo B apresentaram diferença de fenótipo periodontal da encontrada no dente adjacente. Duas regiões no grupo B mostraram perda óssea acima de duas roscas. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre a profundidade clinica de sondagem (PCS) no periodonto (media= 1.65 mm) e no tecido peri-implantar (média =1.97 mm). Nenhuma correlação foi encontrada entre o fenótipo periodontal e a PCS nos grupos A e B. Este trabalho concluiu que, todo tecido peri-implantar com inflamação apresenta sangramento à sondagem, mas nem todo tecido com sangramento à sondagem apresenta inflamação. A PCS ao redor de dentes e implantes com conexão cone Morse são similares. A PCS não tem correlação com o fenótipo periodontal nos dois grupos. A mucosite peri-implantar pode ter correlação com o fenótipo periodontal fino. A PCS pode ser utilizada no monitoramento da saúde peri-implantar utilizando o sistema cone Morse.

Palavras-chave: implantes endósseos , profundidade clinica de sondagem, conexão cone Morse, fenótipo periodontal.

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ABSTRACT

The aim of this study was to analyze clinical and radiographic features in peri-

implant tissue using Morse cone connection. Twenty individuals, aged 37-71 years (mean age 51.5 years) were included in this research. Seventy-seven regions were selected, twenty-five regions around teeth (Group A) and fifty-two around dental implants (Group B). Periodontal and peri-implant tissues were clinically examined as for presence of gingival inflammation, depth and bleeding on probing and periodontal phenotype. The results showed that twenty peri-implant regions (38.46%) presented bleeding on probing, but just twelve regions (60%) presented no inflammation aspect clinically. All periodontal regions with gingivitis presented thick phenotype. In contrast, all peri-implant regions with mucositis presented thin periodontal phenotype. Nineteen regions in group B showed different phenotype from periodontal region in near teeth. Two regions in group B showed bone loss more than two screws exposition. No significant difference was observed in depth on probing in periodontal (mean = 1.65 mm) and peri-implant (mean=1.97 mm) tissues. No correlation was observed between periodontal phenotypes and depth on probing in groups A and B. This study concluded that all peri-implant tissue with inflammation present bleeding on probing, but not all peri-implant with bleeding on probing present disease. The depth on probing around teeth and implant with Morse cone connection are similar in health conditions. Bone loss was not the predominant characteristic around Morse cone connection. The depth on probing has no correlation with periodontal phenotype in periodontal and peri-implant tissues. Mucositis around implant can have correlation with thin phenotype. Depth on probing can be use with diagnostic control with safe around implants with Morse cone connection.

Key words: endosseos implants, depth on probing, Morse cone connection, periodontal phenotype.

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1- Introdução

A reabilitação oral utilizando implantes endósseos é atualmente uma técnica

com resultados altamente previsíveis, sendo utilizada em pacientes parcial ou

totalmente edentados (GARCES et al., 2004; BARBOZA & CAULA, 2002). Os

implantes endósseos instalados em dois estágios cirúrgicos encontram-se,

inicialmente, submersos na mucosa para que ocorra osseointegração em um

ambiente estéril e livre de estresse, sendo expostos à cavidade oral no período de 3

a 6 meses após a cirurgia de instalação (TAL, 1999).

No entanto, apesar das poucas contra-indicações e do alto índice de sucesso

utilizando implantes dentários, o fracasso na reabilitação em implantodontia tem sido

relatado, sendo relacionado à falha na osseointegração (ISMAIL, 2001; MOHENG &

FERIN, 2005).

A osseointegração inadequada do implante pode ocorrer devido à ação de

forças externas e internas, sendo denominadas falhas biomecânicas. Dentre estes

fatores estão: infecção bacteriana, sobrecarga oclusal, fatores genéticos, fatores

locais e exposição precoce do implante (BLOCK & KENT, 1990). Além disso,

pacientes apresentando diabete não controlada, abuso de álcool e hábito tabagista

estão incluídos no grupo de risco para instalação de implantes dentários (BAIN &

MOY, 1993; SMITH et al., 1992; WEYANT, 1994).

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O tecido formado ao redor do implante dentário, apesar de apresentar

semelhanças com o tecido periodontal, possui um selamento biológico relativamente

ineficaz, devido à ausência de ligamento periodontal, cemento radicular e inserção

conjuntiva. Por isso não é incomum, na clínica odontológica, a colonização

bacteriana ao redor do implante, resultando em inflamação, acometimento do tecido

mole peri-implantar (mucosite), possível perda óssea (peri-implantite) e até mesmo a

perda do implante endósseo (TOLJANIC et al., 1999; LEONHARDT et al., 1993).

CASADO et al. em 2009 em estudo em humanos utilizando implantes tipo

hexágono externo, observaram que outros fatores, tais como o fenótipo periodontal e

a profundidade clínica de sondagem (PCS) influenciaram diretamente na sobrevida

do implante. Pacientes com fenótipo periodontal fino apresentaram 36 vezes mais

chances de desenvolver doença peri-implantar do que pacientes com fenótipo

periodontal espesso. Além disso, pacientes com fenótipo fino, em sua maioria,

possuíam PCS maior no tecido peri-implantar do que pacientes com fenótipo

periodontal espesso. A autora ainda ressaltou a necessidade de estudos posteriores

avaliando outros tipos de conexões em implantodontia para melhor avaliar a

influência da plataforma do implante na formação do selamento mucoso peri-

implantar e melhor sobrevida do implante ao utilizar a medição da PCS como

método de diagnóstico mais preciso em implantodontia.

De acordo com MORRIS et at. (2004) os implantes com plataforma tipo cone

Morse apresentam uma conexão tal que, quando avaliada ao nível microscópico não

se observa a presença de micro espaços (microgaps), quase sempre encontrados

nos outros tipos de plataforma. Além disso, este sistema possui outras inúmeras

vantagens, incluindo: ausência de segundo ato cirúrgico para a exposição do

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implante, formação de tecido gengival maduro e pequena proporção coroa:implante

(NOVAES et al., 2006).

No entanto, estudos demonstrando a eficácia clínica das conexões tipo cone

morse, avaliando a PCS em diferentes fenótipos periodontais , e sua correlação com

os achados radiográficos ainda são escassos. Espera-se com este estudo, ao se

analisar as características clínicas e radiográficas peri-implantares utilizando

conexões tipo cone Morse, contribuir para melhor conhecimento dos padrões

compatíveis com saúde e aumentar o monitoramento cíinico e o sucesso a longo

prazo em implantodontia.

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2 - Revisão de Literatura

2.1 - História da Implantodontia

Ao longo dos tempos o homem sempre buscou uma solução para a

substituição dos dentes. No Egito antigo, há registros que conchas do mar eram

esculpidas, dentro da mandíbula, no local do dente perdido. Alguns cientistas

acreditam que além da função estética, estas conchas também tiveram função

mastigatória (Figura1) (BECKER, 1999).

Figura 1. Implantes de concha, em forma triangular , no Egito antigo. A implantação foi feita em um espaço criado no osso por meio de “marteladas” (www.dentalinsurance.co.uk/implants/implant_types.htm).

No século XVIII, relatos afirmam tentativas de reimplantação de dentes

perdidos por dentes de doadores humanos por uma manobra extremamente

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agressiva e com índices de sucesso muito baixo em função da resposta imunológica

do receptor (TAYLOR & AGAR, 2002).

Em 1809, MAGGIOLO (apud TAYLOR & AGAR, 2002) fabricou um implante

em ouro na tentativa de moldar o alvéolo fresco, para posteriormente inserir um

dente após o período de cicatrização. Em 1887, HARRIS (apud TAYLOR & AGAR,

2002) tentou realizar o mesmo procedimento com um pilar de platina ao invés

de ouro. Em 1886, EDMUNDS (apud TAYLOR & AGAR, 1005) foi o primeiro a

implantar um disco de platina no osso mandibular e posteriormente fixar uma

coroa de porcelana, demonstrando esta experiência na Primeira Sociedade

Odontológica de Nova York. Após esta fase inicial, vários experimentos utilizaram

ligas diferentes de metal e tipos de porcelana para implantação em osso,

objetivando a substituição de dentes. No entanto, o sucesso a longo prazo era ainda

pequeno (TAYLOR & AGAR, 2002).

Em 1930teve início a era moderna dos implantes dentários. GUSTAV DAHL

(apud RING, 1995), em 1942, criou um tipo de implante denominado subperiosteal,

que foi posteriormente aperfeiçoado por GOLDBERG, LEW e BERMA (apud RING,

1995). Este implante consistia de uma estrutura em forma de rede, justaposta ao

periósteo. No entanto, este tipo de implante provou ter um baixo índice de sucesso,

além de causar dano quando removido. Na América, em 1962, LEONARD LINCOW

(apud RING, 1995) revolucionou a implantodontia com os implantes laminados, que

eram colocados no osso, inserindo a haste do implante no osso (Figura 2) (RING,

1995).

A partir de 1952, o Dr. Per Ingvar Bränemark, cirurgião ortopédico, em uma de

suas pesquisas sobre cicatrização óssea introduziu num fêmur de coelho uma

câmara óptica construída em titânio e aparafusada no osso com o intuito de

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observar a osteogênese. Após alguns meses foi observado que o corpo da câmara

estava fusionada ao osso. À esse fenômeno deu-se o nome de osseointegração.

A partir de então, o Dr. Branemark direcionou suas pesquisas para a

aplicação do titânio em osso humano. Parafusos de titanium foram então incluídos

no osso como forma de ancorar dentes perdidos. Foi demostrado que esses

parafusos, em condições controladas, se integravam estruturalmente sem

inflamação tecidual ou rejeição, reafirmando os conceitos de osseointegração.

(TAYLOR & AGAR, 2002).

A primeira aplicação prática da osseointegração foi feita em 1965, instalando-

se titânio em forma de raiz (Figura 2) no rebordo edêntulo. Após 44 anos, as

próteses deste implante ainda permanecem com função perfeita (SULLIVAN, 2001).

Em 1978, o Instituto Nacional de Saúde da Universidade de Harvard

identificou os benefícios e riscos dos implantes e as recomendações necessárias

para o paciente. Na Europa, em 1976, André Schroeder relatou o crescimento

ósseo, in vitro, ao redor de implantes endósseos jateados com plasma (LANEY,

1993). No mesmo ano, Willi Schulter relatou, na Alemanha, sucesso após colocação

de implantes de carbono imediatamente após exodontia (SCHULTER & HEIMKE,

1976).

Desde as descobertas de Bränemark, várias conferências e pesquisas

mundiais têm aperfeiçoado o conceito de osseointegração, e a utilização dos

implantes de titânio na Odontologia (RING, 1995). Em 1982, a Conferência de

Toronto, baseada nas pesquisas do grupo de Bränemark, estimulou e reafirmou o

uso seguro dos implantes dentários na América do Norte. Rapidamente, a tecnologia

americana adaptou-se a este princípio de osseointegração (TAYLOR & AGAR,

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2002). Atualmente, a osseointegração é um fenômeno aplicado como procedimento

de rotina na reabilitação de edêntulos totais e parciais.

Atualmente 500.000 implantes osseointegráveis são instalados por ano,

atingindo índice de sucesso de cerca de 95% (ADELL et al., 1981; BUSER et al.,

1997). Este índice se deve principalmente aos avanços nas pesquisas, que

aperfeiçoaram o desenho e a superfície do implante e aos procedimentos

regenerativos de tecidos moles e rígidos, que permitiram a instalação de implantes

dentários em regiões com prognóstico imprevisível no passado (SULLIVAN, 2001).

Figura 2: Principais tipos de Implantes. (a) Implante subperiosteal com estrutura em forma de treliça. (B) Implante laminado criado por Lincow em 1962. (C) Implante em forma de raiz (www.dentalinsurance.co.uk/implants/implant_types.htm).

2.2 - Princípios da Osseointegração

A osseointegração é a união direta entre o osso vivo e remodelado e a

superfície do implante capaz de receber cargas funcionais. O termo osseointegração

pode ser definido por vários pontos de vista e com relação a várias escalas de

interesse científico (SKALAK & BRANEMARK, 1994). Do ponto de vista clínico, um

implante está osseointegrado se oferecer um suporte estável e aparentemente

imóvel em uma prótese sob cargas funcionais, sem apresentar dor, inflamação ou

mobilidade. Do ponto de vista biológico, macro e microscópico, a osseointegração é

definida como a aposição íntima do implante com o osso neoformado. Em resumo, a

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osseointegração é conseqüência direta da formação de uma fina camada de óxido

de titânio sobre a superfície do implante após ter entrado em contato com a

atmosfera. Em contato com tecidos biológicos, essa camada de óxido de titânio

tende a crescer (SUNDGREN et al.,1986). Acredita-se que a interface atual do

implante com o tecido hospedeiro seja uma matriz peroxi hidratada com titânio.

Quando se utiliza outro metal, o peróxi é pouco solúvel ou apresenta baixa

estabilidade (BRANEMARK et al., 2001). O titânio comercialmente puro reage de

maneira previsível no meio ambiente sofrendo passivação quando em contato com o

ar e os fluídos corporais (ADELL et al.,1985). ALBREKTSSON et al., (1994),

observaram, ao microscópio eletrônico de transmissão, o contato direto entre o

tecido ósseo e o implante de titânio, o que sugere a união química, estabelecendo

um contato direto entre osso e implante. Na prática isso significa que na

osseointegração há um mecanismo de ancoragem pelo qual componentes não vitais

são incorporados pelo osso receptor, sendo essa ancoragem capaz de persistir sob

condições normais de carga (BRANEMARK et AL., 2001).

Figura 3: Per Ingvar Bränemark, descobridor dos princípios da osseointegração.

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2.3 - Perda óssea fisiológica

No primeiro ano após a osseointegração é relatada pouca mudança na altura

do osso peri-implantar sob condições de saúde, podendo os tecidos peri-implantares

serem mantidos durante um longo período em condição de saúde (LEKHOLM et al.,

1986; VAN STEENBERGE et al., 1990).

Seguindo a perda natural dos dentes anteriores, o complexo muco-gengival

forma um colapso. Quanto mais cedo for colocado o implante pode previnir e/ou

reduzir a extensão desse colapso. Se houver um longo intervalo de tempo entre a

perda de dentes naturais e a colocação das coroas protéticas do implante, este

colapso tende a aumentar significativamente.(DÖRING et al., (2004).

ROOS et al. (1997) relataram que a média de perda óssea fisiológica não

ultrapassa 1 mm durante o primeiro ano após a instalação do implante, e 0.2 mm por

ano nos anos subseqüentes, quando o planejamento adequado é executado.

2.4 - Anatomia peri-implantar

Os tecidos ao redor dos implantes mostram algumas similaridades com o

periodonto. Mas segundo JOVANOVIC (1994) algumas diferenças devem ser

consideradas para um prognóstico previsível, tais como: ausência de cemento e

ligamento periodontal na região peri-implantar, orientação das fibras colágenas no

tecido mole peri-implantar, as quais se encontram paralelas e não inseridas à

superfície do implante. (figura 4)

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21

Figura 4: Esquema mostrando as diferenças entre tecido periodontal e tecido periimplantar. (A) Ausência de ligamento periodontal e cemento. (B) Fibras colágenas paralelas à superfície do implante. www.gacetadental.com.

A porção coronal do implante, circundada por uma fina camada de fibras

colágenas, possui estrutura vascular mínima. Esta baixa vascularização é devido à

ausência do suprimento sanguíneo oriundo do ligamento periodontal, que não está

presente ao redor de implantes. Sendo assim, somente os vasos sanguíneos

presentes no periósteo e no tecido gengival são responsáveis pela vascularização

do tecido peri-implantar. Esta menor vascularização afeta diretamente os

mecanismos de defesa e a resposta regenerativa ao redor dos implantes endósseos

(Figura 5).

Por isso, a defesa nesta região é feita, basicamente, pelas estruturas que

compõem o selamento biológico peri-implantar (DONLEY & GILLETTE, 1991).

Figura 5. Vascularização tecidual ao redor de implantes e dentes. Notar a ausência da vascularização oriunda do ligamento periodontal ao redor de implantes (www.gacetadental.com)

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22

2.5 - Formação do selamento mucoso peri implantar

A instalação de implantes submergidos não requer uma incisão da mucosa

em um local pré-determinado. Após a instalação do implante de titânio, a mucosa é

colocada em íntimo contato com a superfície do implante. Durante a cicatrização do

tecido mole, é formada uma adesão entre a mucosa e a camada de óxido de titânio.

Uma vez propriamente cicatrizada, esta adesão separa efetivamente o tecido ósseo,

a osseointegração, da cavidade oral (BERGLUNDH et al., 1991).

Experimentos em cães (BERGLUNDH et al., 1991; BUSER et al., 1992;

COCHRAN et al., 1997; HERMANN et al., 2001) documentam que a adesão da

mucosa ao implante após 3-12 meses de cicatrização é similar ao tecido gengival ao

redor de dente, apresentando-se dividida em duas porções: uma epitelial e outra

conjuntiva. A porção epitelial ocupa cerca de 1,5 – 2 mm em altura, enquanto a

porção rica em células na zona de tecido conjuntivo adere com cerca de 1-1,5 mm

em altura. A cicatrização epitelial e a dimensão do tecido conjuntivo da mucosa peri-

implantar parecem ser dependentes da demanda biológica (BERGLUNDH &

LINDHE, 1996).

2.6 - Fenótipo periodontal.

A avaliação do tecido gengival é de fundamental importância para a

caracterização do fenótipo periodontal, contribuindo para a seleção dos

procedimentos cirúrgicos mais seguros e previsíveis na solução de defeitos no

tecido mole peri-implantar. A estética e a presença do selamento biológico peri-

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23

implantar, com adequada faixa de tecido ceratinizado, são fatores determinantes

para o sucesso dos tratamentos atuais (FRANCISCHONE et al., 2006).

Algumas técnicas utilizadas para solucionar defeitos periodontais, como o

enxerto de tecido conjuntivo, são atualmente utilizadas para tratamento de defeitos

de tecido mole peri-implantar, tais como ausência de tecido ceratinizado, alteração

da papila, perda da espessura de tecido mole e exposição do componente protético.

Contudo, as características biológicas dos tecidos peri-implantar e as dificuldades

oferecidas pelo fenótipo periodontal do paciente devem sempre ser consideradas no

planejamento terapêutico (MULLER et al., 2000) (Tabela 1).

Tabela 1. Fenótipo periodontal(de acordo com KAO & PASQUINELLI,2002).

Fenótipo Espesso

Arquitetura plana do tecido mole

Tecido mole fibroso

Faixa larga de gengiva inserida

Osso subjacente espesso resistente ao

Traumatismo mecânico

Reage a doença periodontal com formação de

bolsa e defeito intra-ósseo

Forma dental quadrada

Fenótipo Fino

Arquitetura festonada do tecido mole e osso

Tecido mole friável e delicado

Faixa estreita de gengiva inserida

Osso subjacente fino caraterizado por

fenestração e deiscência

Reage a doença periodontal e ao traumatismo

com recessão de tecido marginal

Forma dental triangular

O fenótipo periodontal deve ser considerado como forma de prever o sucesso

ao redor do implante endósseo. Estudo de FRANCISCHONE et al. (2006) relatou

que indivíduos com gengiva saudável de fenótipo espesso, apresentam maior

profundidade clínica de sondagem do que indivíduos com fenótipo fino.

Desse modo, o espaço biológico peri-implantar depende claramente do

fenótipo periodontal. Em indivíduos de gengiva fina e faixa estreita de tecido

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24

ceratinizado, o espaço biológico de 3 mm torna-se grande, enquanto que em

indivíduos de fenótipo espesso, o espaço biológico é normalmente violado.

2.7 - Implantes tipo cone Morse

O conector cônico é conhecido em mecânica por transferir grandes cargas

permanentes sem perda de fricção, ou sem folga. O encaixe muito preciso da

superfície cônica também minimiza o risco de formação de fendas, com o risco

associado de inflamações e confere os requisitos ótimos para um conector

implante/pilar forte e permanentemente estável (Dubbel, Manual para a Construção

de Máquinas, Editora Springer - Alemanha).

Os implantes com a conexão cone Morse, apresentam uma adaptação tal

que, quando avaliada ao nível microscópico não se nota a presença de micro-

espaços (micro-gaps), quase sempre encontrados nos outros tipos de plataforma.

Esse micro espaço está diretamente relacionado à presença de bactérias e,

quando associado à micro-movimentos entre o implante e o componente protético,

leva a uma inflamação localizada com perda óssea cervical. A estabilidade

encontrada nos implantes com conexão cone Morse associada à ausência do micro-

gap praticamente elimina esse problema (CHOU et al,. 2004).

MACHTEI et al. (2006) compararam os tecidos saudáveis ao redor de dentes

e implantes com diferentes tipos de plataformas em 27 pacientes parcialmente

edentados, utilizando implantes dentários. Os implantes tipo cone Morse e hexágono

externo estudados estavam em função há pelo menos hum ano. Amostras do fluido

crevicular peri-implantar foram coletadas para analisar os níveis de prostaglandina

E2 (PGE2), interleucina 1(IL-1) e fator de necrose tumoral –a (TNFa). Radiografias

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25

panorâmicas foram utilizadas para medir o nível ósseo. Os autores encontraram

maior profundidade clínica de sondagem ao redor de implantes (2.66 vs 3.66) do que

ao redor de dentes. No entanto, o estudo concluiu que as duas plataformas

analisadas mostraram similaridade clínica, radiográfica e inflamatória.

Ao contrário, NOVAES et al. (2006) relatam algumas vantagens na utilização

do sistema cone Morse, incluindo o fato dessa conexão não necessitar permanecer

submersa após a instalação, como ocorre com outras conexões. No sistema de dois

estágios cirúrgicos, um microgap (espaço) existe entre o implante e o abutment ou

abaixo da crista óssea após a conexão do abutment. De acordo com

SCHOEREDER et al. (1981), as principais vantagens da técnica submergida são: (1)

a falta de microgap entre o implante e o abutment; (2) a falta de segundo ato

cirúrgico para a reabertura do implante; (3) cicatrização tecidual formando um tecido

mole mais maduro devido à ausência do segundo ato cirúrgico; (4) menor proporção

coroa: implante.

Figura 6. Implante conexão tipo cone Morse, mostrando a proporção coroa: implante e a ausência de espaço entre osso e plataforma. (Weigl, 2004).

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26

3 - Objetivos

3.1 - Objetivo geral

Analisar clínica e radiograficamente o tecido peri-implantar utilizando o

sistema cone Morse

3.2 - Objetivos específicos

1. Analisar a profundidade clínica de sondagem no tecido peri-implantar

utilizando o sistema cone Morse.

2. Analisar o nível ósseo radiográfico ao redor do sistema cone Morse.

3. Correlacionar o fenótipo periodontal com os aspectos clínicos e

radiográficos utilizando o sistema cone Morse.

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4 - Materiais e Métodos

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Veiga de Almeida, sob o n◦ 206/09.(anexo 1)

4.1 - Amostra

Foram selecionados de forma aleatória, e examinados 20 pacientes

parcialmente edentados (9 mulheres e 11 homens) e 77 regiões, sendo 25 regiões

ao redor de dentes (grupo A – controle) e 52 regiões peri-implantares (grupo B –

teste) submetidas à instalação de implantes tipo cone morse (Neodent – Curitiba –

BRASIL) realizadas na clínica de especialização em implantodontia do Centro de

Saúde Veiga de Almeida (CSVA). Os pacientes apresentaram média de idade de

51.5 anos (37 - 71) e tempo de instalação médio de 14.38 meses (2-60 meses),

sendo todos os implantes considerados osseointegrados.

Os pacientes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido

(anexo 2)

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4.1.2 - Materiais utilizados

O instrumental usado foi sonda milimetrada CT-15 do fabricante Newmar,

espelho e expansores bucais. Foram feitas radiografias e fotografias dos casos

selecionados.

Figura 7- Afastador, sonda milimetrada e espelho utilizados no exame clinico.

4.1.3 - Análise clínica

O tecido peri-implantar foi clinicamente avaliado quanto ao fenótipo

periodontal, fenótipo peri-implantar (espesso = 1, fino = 0) e à inflamação gengival

(presente = 1, ausente = 0). Uma sonda milimetrada CT15 avaliou a presença de

sangramento à sondagem (presente = 1 , ausente = 0) e a profundidade clínica de

sondagem, em milímetros, tendo como referência a margem gengival nas regiões

mesial, distal, vestibular e palatina/lingual.

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Figura 8. Exame clínico na mucosa peri-implantar.

Figura 9. Exame clínico na mucosa peri-implantar.

4.1.4 - Avaliação radiográfica

Os implantes foram radiografados utilizando radiografia periapical e a técnica

da bissetriz. A quantificação do nível ósseo peri-implantar foi feita de acordo com

sua posição dentro do osso. A altura do osso peri-implantar foi definida em função

da quantidade de roscas expostas do implante, sendo considerada exposição das

roscas quando radiograficamente o osso circundante não cobria completamente

toda a sua superfície (Quadro 1).

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Quadro 1. Altura do osso peri-implantar em função da exposição do implante.

0 (zero) = sem perda óssea patológica 1= uma rosca exposta 2= duas roscas expostas 3= três roscas expostas 4= quatro roscas expostas 5= cinco roscas expostas 6= seis ou mais roscas expostas 7= perda óssea total ou perda do implante

Implantes com perda óssea peri-implantar acima de duas roscas foram

considerados com perda óssea patológica.

Figura 10 - Radiografia periapical padronizada para identificação do nível ósseo peri-implantar.

4.1.5. Análise Estatística

O software SPSS (Statistical Package for Social Science – USA) foi utilizado

em todas as análises estatísticas.

A estatística descritiva foi utilizada de forma a caracterizar os dados clínicos e

radiográficos na forma de médias aritméticas, mediana, porcentagens, tabelas e

gráficos.

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O teste do qui-quadrado (χ2) correlacionou o fenótipo peri-implantar com as

médias da profundidade clínica de sondagem ao redor dos implantes estudados.

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5 - Resultados

A tabela 02 mostra os resultados dos dados clínicos e radiográficos coletados

ao redor de dentes e implantes.

Dos 25 dentes analisados adjacentes a implantes, 9 estavam localizados em

mandíbula e 16 em maxila. Dentro dos 52 tecidos peri-implantares analisados, 23

localizavam-se ao redor de implantes instalados em mandíbula e 29 em maxila. Três

periodontos analisados (12%) apresentaram inflamação gengival (gengivite) e 8

tecidos peri-implantares (15.38%) apresentaram mucosite.

Todas (100%) as regiões que apresentaram inflamação ao redor de dente e

implante tinham sangramento à sondagem.

Vinte regiões peri-implantares (38.46%) apresentaram sangramento à

sondagem, sendo 60% (12 regiões) sem sinais clínicos de inflamação.

Todas as regiões (100%) periodontais com gengivite apresentaram fenótipo

periodontal espesso.

Todas as regiões (100%) com mucosite peri-implantar apresentaram fenótipo

fino.

Todas as regiões peri-implantares com fenótipo espesso que apresentaram

sangramento à sondagem (4 regiões) não apresentaram inflamação clinicamente.

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Das 52 regiões peri-implantares estudadas, 19 regiões (36.5%) apresentaram

fenótipo peri-implantar diferente do fenótipo periodontal encontrado no dente

adjacente.

Figura 11 - Paciente 15 apresentando sangramento à sondagem ao redor dos implantes.

Figura 12 - Paciente 4 apresentando sangramento à sondagem ao redor dos implantes.

Figura 13- Paciente apresentando fenótipo espesso característico ao redor do implante cone Morse.

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Tabela 2. Resultados clínicos e radiográficos.

Análise Clínica

PCS (mm)

Análise Radiográfica

Paciente Sexo Idade Dente Implante Tempo de instalação

Inflamação gengival

SS Fenótipo Periodontal

Fenótipo Peri-implantar

V L/P M D Roscas expostas

1 F 68 33 - - 0 0 0 - 1 1 1.5 2

34 8 0 0 - 0 2 3 1.5 2 0

35 8 0 0 - 1 3.5 2 2 3 0

36 8 0 0 - 1 1.5 1 1 1 0

37 8 0 0 - 1 1 1 1 1 0

2 F 68 23 - - 0 0 1 - 2 2 1 1 -

- 22 2 0 0 - 1 2 3 3 2 0

3 F 46 23 - - 1 1 1 - 2 1 2 2 -

- 22 9 1 1 - 0 2 2 3 2 0

4 F 52 34 - - 0 0 1 - 1 1 2 1 2

- 35 6 0 0 - 1 1 1 1 1 0

- 36 6 0 1 - 1 1 2 3 1 1

- 37 6 0 1 - 1 2 2 2 2 1

5 M 42 - 0 0 1 - 1 1 2 2 -

- 41 12 0 0 - 1 4 2 4 3 2

33 - - 0 0 1 - 1 2 2 2 -

- 34 12 0 0 - 0 1 1 2 1 1

6 M 39 22 - - 0 1 1 - 1 1 2 2 -

- 21 60 0 0 - 1 2 1 2 2 0

- 17 36 0 0 - 1 2 1 3 2 3

- 16 36 0 1 - 1 1.5 1.5 2 4 2

7 F 58 33 - - 0 0 1 - 2 1.5 2 1 -

- 34 2 0 1 - 1 1 1 1 1 0

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35 2 0 0 - 1 1 1 1 1 0

8 F 42 25 - - 0 0 1 1.5 1 2 2 -

- 26 10 0 1 - 0 2 5 2 2 0

9 M 46 15 - - 0 0 1 - 1 2 2 3 -

- 14 11 0 0 - 1 1 1 2 2 2

10 F 61 23 - - 0 1 0 - 1 1 1.5 1.5 -

- 24 36 0 0 - 1 2 2 2 3 1

- 25 36 1 1 - 0 1 3 3.5 3 0

- 26 36 0 0 - 1 1.5 2 1 1 0

33 - - 0 1 1 - 1 1 1 2 -

- 34 18 0 0 - 0 1 2 2.5 1 0

- 35 18 0 0 - 0 1 1 1.5 1.5 3

- 36 18 0 0 0 1 1.5 1 1 0

11 F 37 44 - - 0 1 1 - 2 2 1 2 -

- 45 18 0 0 - 0 2 1 2 2 2

- 46 18 0 0 - 1 1 1 3 1 0

12 M 71 15 - - 0 0 1 1.5 1.5 1.5 1 -

14 12 0 1 - 1 3.5 3.5 4 3.5 1

13 12 0 1 - 1 2 2 2 2.5 2

12 12 0 1 - 1 1 2 1.5 1.5 1

22 - - 0 0 1 2 2 4 2.5 -

- 23 18 0 1 - 0 3 2 2 4 0

- 24 18 0 1 - 0 4 3 2 3 1

- 25 18 0 0 - 1 4 3.5 3.5 3.5 1

- 26 18 0 0 - 1 1 1.5 2 2 0

26 - - 0 1 1 - 2.5 3 2 2.5 -

13 M 71 33 - - 0 0 1 - 1.5 2 2 2 1

34 13 0 0 - 1 1 1.5 1.5 1 0

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- 35 13 0 0 - 1 1 2 1 1.5 0

- 36 13 0 0 - 1 1.5 2 1 2 1

- 37 13 0 1 - 0 1 1.5 2 1.5 1

14 M 58 42 - - 0 0 0 - 1.5 1 2 1.5 -

- 43 7 0 0 - 0 1 1.5 2 2 1

- 44 7 0 1 - 0 1 2 1 1.5 0

- 45 7 0 0 - 1 1 1.5 1 2 1

15 M 48 14 - - 0 1 1 - 1 1.5 2 2 -

- 15 6 1 1 - 0 1.5 1 1 1.5 1

- 16 6 1 1 - 0 1 1 1.5 1 0

16 M 57 25 - - 0 1 1 - 2 1 2 2 -

- 26 6 0 0 - 1 4 3 3 3 1

17 M 60 14 - - 0 0 1 - 1 1 1.5 2 -

- 15 12 1 1 - 0 1 1 2 1.5 0

- 16 12 1 1 - 0 2 1.5 2 2 0

18 M 57 15 - - 0 0 1 - 1 1.5 1 2 -

- 16 15 0 0 - 1 1.5 2 2 1 2

19 M 42 21 - - 0 0 1 - 2 1.5 1 1 -

- 22 20 0 0 - 1 1.5 2 1 1 2

20 F 48 23 - - 1 1 1 - 1 2 2 2 -

- 24 10 0 1 - 0 3 2 2 3 1

- 25 10 0 0 - 1 5 3 2 4 2

- 26 10 1 1 - 0 5 3 3 5 3

13 - - 1 1 1 - 2 2 2 2 -

- 14 10 1 1 - 0 3 3 3 4 1

- 15 10 0 0 - 1 2 2 4 2 2

M: masculino; F: feminino; Tempo de instalação: em meses; Inflamação gengival e SS (sangramento à sondagem): 0=ausente/ 1=presente; Fenótipos periodontal e peri-implantar: 0=fino/

1=espesso; PCS: profundidade clínica de sondagem; V: vestibular; L:lingual; P:palatina; M:mesial; D: distal.

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Duas regiões peri-implanares (3.8%) apresentaram exposição acima de duas

roscas, radiograficamente, e ambas as regiões apresentaram fenótipo fino ao redor

do implante (figura 14). As figuras 15 e 16 mostram a proximidade entre a ponta da

sonda periodontal e o topo da crista óssea ao redor dos implantes analisados.

Figura 14. Seta mostrando a exposição total das roscas ao redor do implante analisado.

Figura 15 . Avaliação radiográfica mostrando a proximidade entre a ponta da sonda periodontal e o topo da crista óssea (setas). Paciente 02 (esquerda) e paciente 16 (direita)

As tabelas 03 e 04 mostram a estatística descritiva para as profundidades clínicas de

sondagem ao redor de dente e implante, respectivamente.

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Tabela 3. Profundidade Clinica de Sondagem ao redor dos dentes avaliados.

Profundidade Clínica de Sondagem (mm)

V L/P M D

Média 1.46 1.5 1.8 1.84

Desvio

padrão 0.49 0.54 0.61 0.51

Mediana 1.5 1.5 2 2

V: vestibular; L: lingual; P: palatina; M: mesial; D: distal.

Tabela 4. Profundidade Clínica de Sondagem ao redor dos implantes avaliados

Profundidade Clínica de Sondagem (mm)

V L/P M D

Média 1.8 1.9 2.0 2.0

Desvio

padrão 1.12 0.86 0.87 1.02

Mediana 1.5 2 2 2

V: vestibular; L: lingual; P: palatina; M: mesial; D: distal.

O teste de Shapiro-Wilk analisou a distribuição normal das profundidades

clínicas de sondagem (PCS) ao redor de dentes e implantes (tabelas 05 e 06,

gráficos 01 e 02).

Tabela 5. Média da PCS no periodonto.

N Mínimo Máximo Média Mediana Desvio Padrão

PCSdente 25 1.25 2.63 1.65 2.00 0.35171

N 25

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2.502.001.50

PCSdente

8

6

4

2

0

Freq

uenc

y

Mean =1.65�Std. Dev. =0.35171�

N =25

Gráfico 1. Histograma mostrando a distribuição normal dos dados para a PCS no periodonto.

Tabela 6. Média da PCS no tecido peri-implantar.

N Mínimo Máximo Média Mediana Desvio Padrão PCS implante 52 1.00 4.00 1.97 2.00 0.80262 N 52

4.003.503.002.502.001.501.00

PCSimplante

10

8

6

4

2

0

Freq

uenc

y

Mean =1.9736�Std. Dev. =0.80262�

N =52

Gráfico 2. Histograma mostrando a distribuição normal dos dados para a PCS no tecido peri-implantar.

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A análise da variância não mostrou diferença estatisticamente significativa

entre as médias das profundidades clínicas de sondagem ao redor de dentes e

implantes.

A tabela 07 e o gráfico 03 mostram a freqüência das PCS ao redor de

implante de acordo com o fenótipo peri-implantar.

Tabela 7. PCS nas regiões peri-implantares dentro dos fenótipos fino e espesso.

PCS (mm) de 0 a 2 de 2.1 a 3 de 3.1 a 4 Total

fino 12 7 2 21 Fenótipo peri-implantar espesso 20 6 5 31 Total 32 13 7 52

Gráfico 3. PCS nas regiões peri-implantares dentro dos fenótipos fino e espesso.

O teste do qui-quadrado (x2) não mostrou correlação entre a profundidade

clínica de sondagem e o fenótipo peri-implantar (tabelas 08 e 09).

espessofino

fenotipoimplante

20

15

10

5

0

Cou

nt

Bar Chart

de 3.1 a 4de 2.1 a 3de 1 a 2

PCSimplantes

-2

Fenótipo Peri-implantar

Cas

os

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Tabela 8. Correlação PCS e fenótipo peri-implantar.

Fenotipo peri-implante fino espesso Total

0 a 2.0 mm 12 18 30 2.1 a 3.0 mm 6 8 14

PCS peri-implantar

3.1 a 4.0 mm 3 5 8 Total 21 31 52

Tabela 9. Teste do Qui-quadrado.

Value df Asymp. Sig.

(2-sided) Pearson Chi-Square .065(a) 2 .968

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6. Discussão

Em 2004, a reabilitação oral utilizando implantes endósseos em pacientes

parcialmente ou totalmente edentados era considerada uma técnica com resultados

altamente previsíveis, atingindo níveis de sucesso acima de 90%, (ESPOSITO et al.,

1998a; GARCES et al., 2004). Apesar dos relatos de altos índices de sucesso da

técnica, nos últimos anos houve um aumento expressivo do índice de insucesso. Isto

provavelmente se deve ao aumento do uso dos implantes e/ou maior fidedignidade

nos relatos de fracasso.

O aumento do índice de insucesso relacionado aos implantes apresenta

relação direta com a elevação dos índices de doença peri-implantar. Em 2008,

LINDHE & MEYLE relataram que a mucosite peri-implantar ocorre em cerca de 80%

dos indivíduos, em 50% dos locais restaurados com implantes; a peri-implantite

ocorre entre 28-56% dos indivíduos em 12-40% dos sítios implantados. Estes relatos

reforçam a importância de aumentar o entendimento sobre os principais fatores

relacionados ao desenvolvimento dessas doenças ao redor do implante e aos

métodos eficazes de diagnóstico clínico para as doenças peri-implantares, como

forma de prevenção de futuros fracassos na reabilitação oral.

Um dos fatores primordiais considerados para a obtenção do sucesso em

implantodontia é a presença de um selamento mucoso eficaz o suficiente para inibir

a invasão, proliferação e disseminação bacteriana no sulco peri-implantar, a qual

poderia causar subseqüente perda óssea devido à fraca aderência do tecido

conjuntivo peri-implantar à superfície de titânio.

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Abrahamsson & Soldini consideram a sondagem periodontal como a melhor

ferramenta diagnóstica do estado de saúde e nível de inserção nos tecidos

periodontais. No entanto, dúvidas existem se esse mesmo método poderia ser

eficazmente aplicado em implantodontia. Alem disso, algumas diferenças entre os

dois tecidos, como ausência de inserção conjuntiva e ligamento periodontal,

poderiam ter grande impacto nos resultados da sondagem ao redor dos implantes.

Estudos relatam que a profundidade clínica de sondagem ao redor de dente e

implante diferencial significativamente, principalmente devido à ausência de um

selamento biológico eficaz o suficiente para limitar a penetração da sonda

milimetrada, o que ocasionaria uma maior profundidade clinica de sondagem ao

redor de implante quando comparada a dente, mesmo em condições de saúde

(MACHTEI et al, 2006; ABRAHAMSSON & SOLDINI, 2006). Nosso resultados

comparando o tecido peri-implantar formado ao redor de implantes com conexão tipo

cone-morse mostraram que não há diferença significativa entre a PCS em dente

(média 1.65) e implante (media 1.97). Este resultado pode explicitar a presença de

um adequado selamento mucoso ao redor desses implantes, compatível com o

evidenciado ao redor do dente. No entanto, a análise radiográfica evidenciou que

mesmo em implantes com profundidade clinica de sondagem dentro dos limites de

normalidade considerados para dente (1-2 mm), a ponta da sonda era capaz de

quase tocar macroscopicamente o topo da crista óssea peri-implantar, o que

normalmente não acontece no periodonto. Estes achados sugerem que a conexão

tipo cone morse pode ocasionar PCS semelhante a presente no periodonto

justamente por promover um crescimento ósseo justaposto à plataforma do implante,

o que facilitaria a formação de um selamento mucoso com um sulco gengival

relativamente dentro do padrão periodontal, principalmente devido à manutenção da

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estrutura óssea adjacente, mas não ocasionaria o aumento da resistência do tecido

conjuntivo já que os dados radiográficos mostraram íntimo contato osso/sonda. No

entanto, há uma tendência observada em nosso estudo de similaridade de PCS

entre periodonto e tecido peri-implantar, podendo a medição por sondagem ser

utilizada como diagnóstico clínico precoce de desenvolvimento de doença.

Estudo de ABRAHAMSSON & SOLDINI (2005) comparou a PCS

histologicamente ao redor de dentes e implantes saudáveis, observando que, sob

condições de saúde, a PCS ao redor de implantes e dentes é similar, o que tem sido

mostrado nos resultados obtidos em nosso trabalho. Os autores ainda sugerem que

a medição da PCS pode ser uma eficaz ferramenta de monitoramento das condições

de saúde peri-implantar.

O diagnóstico adequado das condições teciduais ao redor dos implantes

dentários pode inibir ou minimizar os danos ao tecido peri-implantar (HEITZ-

MAYFIELD 2008). No entanto, este diagnóstico de saúde ou doença nem sempre é

tão simples. Estudos relacionam a presença do sangramento à sondagem como um

sinal clínico indicativo de colapso peri-implantar (ERICSSON & LINDHE, 1993;

ZITZMANN & BERGLUNDH, 2008). Em gengivas saudáveis a medição da

profundidade de sondagem não provoca sangramento (ERICSSON & LINDHE,

1993). Contrastando com estudos anteriores, FERREIRA et al. (2006) afirmaram

que ainda não está claramente definido se o sangramento à sondagem peri-

implantar representaria um parâmetro para a identificação da presença de doença.

Alguns relatos sugerem que a mucosa peri-implantar pode ser mais sensível às

forças de sondagem, desencadeando maior sangramento à sondagem quando

comparado aos dentes (LECKHOLM et al., 1986; JEPSEN et al., 1996). No entanto,

LUTERBACHER et al. (2000) relataram que a ausência de sangramento à

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sondagem pode indicar uma condição peri-implantar estável. Este estudo evidenciou

sangramento à sondagem em todos os tecidos periodontais e peri-implantares que

apresentaram inflamação clinicamente diagnosticável. Contudo, em doze regiões

peri-implantares com sangramento à sondagem não foram observado sinais de

inflamação gengival. Este trabalho concluiu que o tecido peri-implantar com doença

(mucosite ou peri-implantite) apresenta sangramento à sondagem. Porém, nem todo

tecido peri-implantar com saúde apresenta ausência de sangramento à sondagem.

Estudo de CASADO (2009) sugeriu uma correlação significativa entre fenótipo

periodontal e desenvolvimento de doença peri-implantar. Pacientes com fenótipo fino

apresentaram-se mais vulneráveis ao desenvolvimento de doença, enquanto o

fenótipo espesso se apresentou como um importante fator protetor à doença. Em

nosso estudo, todas as regiões periodontais com gengivite apresentaram fenótipo

periodontal espesso. Ao contrário, todas as regiões com mucosite peri-implantar

apresentaram fenótipo fino, dados que acordam com o estudo de CASADO (2009).

No entanto, não se sabe se o fenótipo fino propicia o desenvolvimento de doença ou

se a presença da doença causa uma reação tecidual suficiente para alterar a

espessura do tecido gengival.

Um outro fator a ser considerado, é a presença de diferentes fenótipos

periodontais em um mesmo indivíduo e em uma mesma arcada. Neste estudo, 19%

das amostras apresentaram fenótipo peri-implantar diferente do encontrado ao redor

do dente adjacente (controle), o que pode sugerir que alguns fatores como

manipulação cirúrgica, manutenção óssea e, consequentemente, o selamento

biológico, podem ser local dependentes.

Esperamos que os resultados deste trabalho despertem a comunidade

científica, em especial os periodontistas e implantodontistas, na consideração do

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fenótipo periodontal como possível fator de risco para a instalação e proservação do

implante a longo prazo, no diagnóstico correto de saúde e doença peri-implantar não

utilizando somente o sangramento à sondagem como pressuposto de ausência de

saúde ao redor do implante. Consideramos ainda, pelos aspectos favoráveis clínicos

e radiográficos que os implantes com conexão tipo cone Morse são capazes de

formar e manter um tecido peri-implantar em condições de saúde, apresentando

aspectos clínicos semelhantes aos encontrados ao redor de dentes.

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6 - Conclusões

Após a pesquisa e dentro dos limites deste estudo, pode-se concluir que:

A profundidade clínica de sondagem utilizando o sistema cone Morse é

semelhante à encontrada ao redor de dente, em condições de saúde.

A exposição de roscas do implante tipo cone Morse (perda óssea),

radiograficamente, não é característica predominante observada neste tipo de

conexão.

A profundidade clínica de sondagem não tem correlação com os fenótipos fino

e espesso ao redor dos implantes tipo cone morse.

A profundidade clínica de sondagem pode ser utilizada no monitoramento

diagnóstico no tecido peri-implantar utilizando o sistema cone Morse.

A inflamação gengival ao redor do implante pode ter correlação com a

presença de fenótipo fino.

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Anexo 1

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Anexo 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caro(a) Senhor(a)

Eu, Priscila Ladeira Casado, cirurgião-dentista, portadora do CIC 080767537-75, RG 11855938-4, estabelecido (a) na Rua Ibituruna, nº 108, casa 3 / 202, CEP 20271-020, na cidade do Rio de Janeiro, cujo telefone de contato é (21) 2574.8871>, vou desenvolver uma pesquisa cujo título é: “AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE CLÍNICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES TIPO CONE MORSE: ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL.”

Este estudo tem como objetivo: Analisar clínica e radiograficamente o tecido peri-implantar utilizando o sistema Cone Morse.

Necessito que o Sr.(a). autorize a avaliação que consta de: uma avaliação clinica e uma tomada radiográfica da região onde o implante foi instalado e do dente adjacente. A sua participação nesta pesquisa é voluntária e as avaliações clinica e radiográfica não determinarão qualquer risco, nem trarão desconfortos. Além disso, sua participação é importante para o aumento do conhecimento da correlação entre espessura de gengiva e saúde ao redor do implante. Com relação ao procedimento em questão, não existe melhor forma de obter.

Informo que o Sr(a). tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Veiga de Almeida, situado na Rua Ibituruna 108 – Tijuca, fone (21) 25748871 e 25748849 e comunique-se com o Prof. Dr. Antonio Canabarro.

Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pessoas, não sendo divulgado a identificação de nenhum dos participantes.

O Sr(a). tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.

Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados através de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a sua identificação.

Anexo está o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso não tenha ficado qualquer dúvida.

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Acredito ter sido suficiente informado à respeito do estudo “AVALIAÇÃO DA

PROFUNDIDADE CLÍNICA DE SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES TIPO CONE MORSE: ÊNFASE AO FENÓTIPO PERIODONTAL”. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

___________________________________ Data_______/______/______ Assinatura do informante Nome: Endereço: RG. Fone: ( ) __________________________________ Data _______/______/______ Assinatura do(a) pesquisador(a)

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