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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CORALY MARIA NEVES MACHADO ROCHA ÉRIKA SCOLASTICI LINDA THIJUKO MIYAZATO VANIA MOREIRA AVALIAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DE CLIENTES EM RESTAURANTES DE COLETIVIDADE SÃO PAULO 2007

Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

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Page 1: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CORALY MARIA NEVES MACHADO ROCHA

ÉRIKA SCOLASTICI

LINDA THIJUKO MIYAZATO

VANIA MOREIRA

AVALIAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DE CLIENTES EM RESTAURANTES DE

COLETIVIDADE

SÃO PAULO

2007

Page 2: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

CORALY MARIA NEVES MACHADO ROCHA

ÉRIKA SCOLASTICI

LINDA THIJUKO MIYAZATO

VANIA MOREIRA

AVALIAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DE CLIENTES EM RESTAURANTES DE

COLETIVIDADE

Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de especialista em Padrões Gastronômicos

Orientador: Prof. Ms. Mário da Silva Oliveira

SÃO PAULO

2007

Page 3: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

CORALY MARIA NEVES MACHADO ROCHA

ÉRIKA SCOLASTICI

LINDA THIJUKO MIYAZATO

VANIA MOREIRA

AVALIAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DE CLIENTES EM RESTAURANTES DE

COLETIVIDADE

Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de especialista em Padrões Gastronômicos

Aprovado em:

________________________________________

________________________________________

_________________________________________

Page 4: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Este trabalho é dedicado a todos os gestores que acreditam no sucesso de sua empresa e buscam o constante aprimoramento para a melhoria na prestação de serviços

Page 5: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

AGRADECIMENTOS

À oportunidade oferecida pela empresa para o desenvolvimento e capacitação dos profissionais.

Aos profissionais que colaboraram para a coleta de informações, sem as quais seria impossível a

realização deste trabalho.

Aos docentes do curso de Pós-Graduação em padrões gastronômicos, em especial aos

professores Mário Oliveira e Ricardo Maranhão, pela orientação para realização deste estudo.

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O único propósito de um negócio é criar um cliente! (Peter Drucker)

...o único propósito é fazer com que ele retorne!

(Walker & Lundberg)

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RESUMO

A década de 80 foi claramente de rebelião e soberania do cliente. Com um maior acesso às

informações, o consumidor passou a exigir novidades e personalização e o foco das empresas

passou a ser o cliente. O objetivo deste trabalho é avaliar as expectativas dos clientes em

restaurantes de coletividade com venda à vista e as estratégias para sua retenção. A metodologia

utilizada consistiu de pesquisa bibliográfica e de campo, partindo da análise das “Pesquisas de

Satisfação de Consumidores”, realizadas em restaurantes de uma grande empresa do setor de

coletividade. Os resultados demonstraram que o cardápio e os serviços prestados ao cliente não

atendem aos seus anseios e expectativas e que este grau de insatisfação pode ser desencadeado

por fatores relacionados à profissionalização da mão-de-obra, processos gerenciais e

administrativos inflexíveis em função da estrutura das grandes organizações e a deficiência na

implantação de estratégias de marketing para atração e fidelização do cliente. Com base no

exposto pode-se concluir que é necessário o desenvolvimento de uma cultura organizacional nas

empresas do setor de restaurantes de coletividade voltada ao planejamento de ações estratégicas

que visem efetivamente à retenção dos clientes, para que sua sustentabilidade neste mercado seja

mantida.

Palavras-Chave: restaurantes de coletividade, fidelização e retenção de clientes, pesquisa de

satisfação.

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ABSTRACT

The 80s were clearly a time of customer rebellion and sovereignty. Once there was increasing

available information, people started to demand for new products, services and, customization as

well. To live in this environment, the companies realized they should move their focus directly to

the customer. The purpose of this paper is to analyze the customer main expectations for in

company restaurants, specifically those ones operating with charging directly the end customer,

and the correct strategy to keep this customer loyalty. In order to evaluate this work, the

methodology consisted of an overall bibliographic and field research, starting from customer

satisfaction evaluations carried through in restaurants managed out by a very representative

player on the in company restaurant business. The results have shown that menu and service to

the customer do not usually fulfill its expectations and this unsatisfying feeling may be caused by

factors such as employees’ education, both basic and professional, working processes that allow

almost no flexibility on the daily tasks, which are common considering the heavy structures

inside complex organizations. Marketing strategies to attract and keep customers that are not

fully implemented can also impact negatively in this general low customer satisfaction. It can be

concluded that it is really important to work on corporate culture to open space to well

constructed strategic plans that are able to link customer demands to internal processes, staff

training and learning, and financial results. Those plans should then generate actions regarding

customer retention and acquisition, and therefore keep a healthy business growth in this

competitive market.

Keywords: in company restaurants, customer loyalty, customer retention, customer satisfaction

evaluation

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Os três níveis de conceito de produto para restaurantes........................................... 388

Page 10: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Evolução do número de refeições (em milhões de refeições/dia) das empresas do

setor de alimentação ........................................................................................................... .........28

Quadro 2 – Faturamento (em bilhões de reais) aproximado de refeições, para os anos de 1999 a

2007............................................................................................................................................. 29

Quadro 3 - Tipos de refeições, estabelecimentos e critérios de escolha para as refeições ligadas

ao trabalho ................................................................................................................................... 30

Page 11: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Reclamações de clientes de restaurantes, de acordo com a pesquisa ZagatSurvey,

1999..............................................................................................................................................42

Gráfico 2 – Análise dos serviços por clientes de restaurantes, de acordo com a pesquisa

ZagatSurvey, 1999.......................................................................................................................43

Gráfico 3 – Satisfação dos clientes relacionadas a produto, variedade, limpeza e práticas de

higiene e atendimento..................................................................................................................55

Gráfico 4 – Satisfação dos clientes relacionada a produto: sabor e temperatura da refeição e

apresentação dos alimentos..........................................................................................................56

Gráfico 5 – Satisfação dos clientes relacionada à variedade: diversificação de pratos quentes,

saladas e sobremesas e oferta de alimentos saudáveis.................................................................58

Gráfico 6 – Satisfação dos clientes relacionada ao atendimento: agilidade dos serviços, cortesia e

dedicação da equipe, aparência da equipe, atitude de buscar a sua satisfação, trabalho em

equipe...........................................................................................................................................60

Page 12: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................14

2. OBJETIVOS.............................................................................................................................15

2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................................15

2.2 Objetivos Específicos...........................................................................................................15

3. PROBLEMA............................................................................................................................16

4. HIPÓTESE...............................................................................................................................17

5. METODOLOGIA....................................................................................................................18

6. SETOR DE ALIMENTAÇÃO...............................................................................................19

6.1 Fast-Food....................................................................................................................21

6.2 Restaurantes de Coletividade.......................................................................................22

6.3. Dados do Setor de Alimentação de Coletividades......................................................27

7. CLIENTES: MUDANÇAS E TENDÊNCIAS.......................................................................31

7.1. Comportamento de Compra........................................................................................33

7.2. Tipo de Refeição x Perfil do Cliente...........................................................................34

7.3. A busca pelo restaurante.............................................................................................35

8. PRODUTO...............................................................................................................................37

8.1. Cardápio......................................................................................................................38

9. SERVIÇOS...............................................................................................................................41

9.1. Três T do Serviço............................................................................................44

9.2. Serviço Diferenciado......................................................................................44

9.3. Equipe.............................................................................................................46

9.3.1. Equipe de Serviços.............................................................................47

9.3.2. Recepção ao restaurante.....................................................................49

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10. MARKETING.......................................................................................................................51

10.1. Promoções e eventos.....................................................................................51

10.2. Planejamento e estratégia de marketing........................................................52

11. PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE EM RESTAURANTES DE

COLETIVIDADE.......................................................................................................................53

12. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................54

13. CONCLUSÃO.......................................................................................................................64

14. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................68

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1. INTRODUÇÃO

A crescente observação de se fazer refeições fora de casa, em grande parte devido ao

ritmo de vida urbano, leva ao desaparecimento de características consideradas fundamentais. A

alimentação deixa de ter um papel central na vida familiar e doméstica, especialmente por haver

um acesso mais amplo não só aos restaurantes, mas a uma série de produtos industrializados.1

Nos dias de hoje o mercado é bastante competitivo e as empresas precisam ser muito

criativas para ter a preferência dos clientes. Um dos aspectos mais importantes, principalmente

nas empresas que atuam no varejo, é a questão do atendimento a clientes.2

Cada vez mais exigentes, os clientes tiveram suas expectativas aumentadas, buscando

nos restaurantes de coletividade um padrão de atendimento e serviços superiores. Tais exigências

são ainda maiores, quando os clientes levam em consideração os conhecimentos adquiridos no

ramo da gastronomia, qualidade de vida e saudabilidade.

A evolução mercadológica e a concorrência impõem um novo ritmo aos restaurantes de

coletividade, que constantemente vêm aprimorando e inovando seus serviços com o objetivo de

encantar e reter clientes.

A justificativa para a escolha do tema deste estudo se fundamenta na necessidade de se

conhecer as atuais exigências dos clientes que freqüentam os restaurantes de coletividade,

visando ao desenvolvimento de estratégias para promover a melhoria na prestação de serviços e,

conseqüentemente, captação e retenção de clientes, garantindo uma relação de estreitamento e

lealdade em longo prazo.

1 COLLAÇO, Janine Helfst Leicht. Restaurantes de comida rápida, os fast-foods, em praças de alimentação de shopping centers: transformações no comer. Estudos

Históricos, Rio de Janeiro, nº 33, 2004, p.3.

2 www.sebrae.com.br>acesso em 23/10/07

Page 15: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar as expectativas dos clientes em restaurantes de coletividade e identificar as

possíveis estratégias para sua retenção.

2.2 Objetivos Específicos - Identificar a evolução do conceito de restaurantes de coletividade;

- Mensurar e analisar o perfil dos clientes de restaurantes de coletividade por meio de

pesquisas de satisfação;

- Identificar os fatores que influenciam na dinâmica do processo de gestão dos

restaurantes de empresas de grandes organizações;

- Propor medidas para melhoria dos possíveis pontos críticos constatados na Pesquisa de

Satisfação dos Consumidores, visando a atingir as expectativas dos clientes.

Page 16: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

3. PROBLEMA

Os restaurantes de coletividade sofreram muitas alterações em seu conceito original, com

o passar do tempo. Com a evolução no setor de Food Service, as organizações deste setor

buscaram inovar seus produtos e serviços, fazendo parte deste novo conceito o sistema de venda

à vista, implantado em algumas de suas unidades operacionais.

Em função de sua recente operação neste tipo de serviço, há uma vulnerabilidade dos

restaurantes de coletividade em relação à concorrência, no tocante à retenção de clientes?

Page 17: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

4. HIPÓTESE

A estrutura exigida de uma grande organização visando ao cumprimento de suas metas e

objetivos torna o processo de gestão operacional engessado. Os processos gerenciais passam a

ser cada vez mais inflexíveis para que o controle sobre as atividades nas equipes operacionais

seja acompanhado da maneira mais próxima possível.

Em função da dificuldade encontrada na contratação de mão-de-obra qualificada e na

implantação de estratégias de marketing adequadas para atração e fidelização dos clientes,

muitos clientes acabam migrando para outros estabelecimentos.

Agrega-se a estes fatores a questão do status, do ambiente e da necessidade de

sociabilidade que envolve o momento da alimentação.

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5. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho consistiu de pesquisa

bibliográfica e de campo, tomando como base os dados de satisfação dos consumidores de quatro

unidades operacionais com sistema de venda à vista de uma grande empresa do setor de

coletividade.

As “Pesquisas de Satisfação de Consumidores” foram aplicadas pelas unidades no mês de

agosto do ano corrente, contemplando informações relacionadas ao produto, variedade, limpeza

e práticas de higiene e atendimento.

Os dados extraídos da pesquisa foram trabalhados de forma a permitir a visualização dos

índices de satisfação em cada um dos indicadores, das quatro unidades operacionais. Foram

considerados os percentuais gerais de cada um destes indicadores e, posteriormente, dos itens

que o compunham.

O público atendido em todas as unidades estudadas é predominantemente administrativo.

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6. SETOR DE ALIMENTAÇÃO

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), “o

mercado de Food Service congrega o fornecimento de mercadorias e serviços prestados pelas

indústrias aos estabelecimentos públicos ou privados que fornecem alimentação aos

consumidores que procuram a refeição fora de seus lares”.

O mercado Food Service é composto por restaurantes, bares, rotisseries, padarias, cadeias

de fast-food, hotéis, delivery, lojas de conveniência, quiosques e outros estabelecimentos que

compõem a rede de preparação de refeições fora de casa. Soma-se a estes, as concessionárias,

cantinas e escolas, empresas de congelados e outras.

O Food Service é um setor que tem crescido muito nos últimos anos, tendo a cadeia

movimentado R$ 43,6 bilhões e apresentado um crescimento de 12% de 2005 a 2006.3

Atualmente, os gastos com alimentação constituem 40% do orçamento doméstico do

brasileiro, sendo que desses, 25% são utilizados com alimentação fora do lar. Estes gastos

representam R$ 70 bilhões por ano e, se somados os gastos das empresas com vales-refeição

oferecidos aos seus funcionários, da ordem de R$ 14 bilhões, mais os gastos não cadastrados,

como os feitos por turistas estrangeiros e com a alimentação informal, esse número pode chegar

a R$ 100 bilhões por ano. Estima-se que num período de 12 a 15 anos os brasileiros igualem-se

aos americanos, passando estes gastos com alimentação fora do lar para 45 a 50% do total gasto

com alimentação.4

O hábito de fazer refeições fora de casa, embora não seja tão recente, fortaleceu-se ao

longo do século XX, sobretudo ao ser assimilado entre várias camadas sociais, e passou a

contribuir para uma difusão gastronômica sem precedentes. A alimentação apresentou mudanças

geradas pela introdução de novos produtos e de modelos de produção em larga escala, o que

afetou o mercado de alimentos como um todo.5

3 em 25/11/07 http://www.brchef.com.br/index/interna.php?destino=cursos_int&modulo=cursos&cursos_id=85>acesso

4 em 25/11/07 http://www.foodservicenews.com.br/materia_site.php?id=1478>acesso

5 COLLAÇO, Janine Helfst Leicht. Restaurantes de comida rápida, os fast-foods, em praças de alimentação de shopping centers: transformações no comer. Estudos

Históricos, Rio de Janeiro, nº 33, 2004, p.3

Page 20: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

A alimentação doméstica, que representava a maioria dos eventos de consumo alimentar,

começou a ceder lugar a práticas alimentares exercidas, com maior freqüência, para além dos

limites da casa.6 Tal fenômeno pode ser em parte explicado pelo fato de que as mulheres já

representam 44% da população ativa no Brasil, deixando o hábito de cozinhar por falta de

tempo.7 Pesquisa feita com consumidores apontou que 80% das pessoas que se alimentam fora

do lar, o fazem com o intuito de experimentar novos sabores. O estudo demonstrou também que

o ato de comer fora seria uma celebração entre os amigos ou para alegrar e agradar as crianças,

mas o motivo maior e de mais importância seria a informação de que as pessoas comem fora a

fim de experimentar novidades.8

Dados revelam em avaliação por classe social, por tipo de refeição e por Estados

brasileiros, que as maiores oportunidades para investimento estão nas pequenas refeições. Em

relação à despesa por classe social, as classes A, B e parte da C são as que movimentam o food

service, cada qual, com suas particularidades, sendo que a classe C vem aumentando seus gastos

na alimentação fora de casa, principalmente com as pequenas refeições.9

Com todas estas transformações, os restaurantes passaram então a constituir espaços

privilegiados para a observação das mudanças no comer, orquestradas desde o século XVIII e

acentuadas no século passado.

Estes estabelecimentos são organizados sob várias matrizes: não só atendem aqueles que

buscam distinção ou divertimento em seu tempo livre, mas também servem aqueles que não mais

conseguem retornar às suas casas para fazer suas refeições durante o período de trabalho,

fenômeno especialmente agudo nas grandes cidades. 10

A definição para restaurante é simples: “estabelecimento comercial onde se preparam e

servem refeições”, ou ainda “lugar onde se servem refeições avulsas a certo número de pessoas”.

Assim sendo, o objetivo do restaurante é claro: preparar e servir alimentos e bebidas dentro do

conceito que se propõe executar.11

6 COLLAÇO, Janine Helfst Leicht. Restaurantes de comida rápida, os fast-foods, em praças de alimentação de shopping centers: transformações no comer. Estudos

Históricos, Rio de Janeiro, nº 33, 2004, p.3

7 em 25/11/07 http://www.fispal.com/view_noticias.asp?m=6&l=ptb&ope=view&co_noticia=4200&39400,2860185185>acesso

8 em 25/11/07 http://www.revistabareserestaurantes.com.br/somos.asp>acesso

9 em 25/11/07 http://www.fispal.com/view_noticias.asp?m=6&l=ptb&ope=view&co_noticia=4200&39400,2860185185>acesso

10 COLLAÇO, Janine Helfst Leicht op.cit., p. 3

11 FONSECA, Marcelo Traldi. “Tecnologias Gerenciais de Restaurantes”. São Paulo: SENAC, 2004, p.13

Page 21: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

6.1. Fast-food

Os restaurantes fast-food (comida rápida) podem apresentar diversas caracterizações,

porém, todas têm um aspecto principal: a rapidez no serviço.

Esse modelo proliferou rapidamente, especialmente nos Estados Unidos, mas, a partir da

década de 70, começou a dar sinais de esgotamento, de modo que muitas redes voltaram suas

forças para a expansão de suas atividades além dos limites norte-americanos.

Durante essa fase, mais precisamente em 1979, o Brasil abrigou no Rio de Janeiro a

primeira loja da rede McDonald´s 12, cadeira americana de fast-food, que trouxe na bagagem um

know-how de qualidade que envolvia desde a seleção de fornecedores até o aprimoramento dos

Recursos Humanos.13

Dentre os conceitos de fast-food há o sistema self-service ou restaurante de “auto-

serviço”.

Esta modalidade surgiu para atender a necessidade de uma alimentação mais rápida e

variada, encontrando uma forma de posicionar-se graças aos novos princípios de produção

(poucos produtos, grandes quantidades, pouca elaboração, pouca mão-de-obra), oferecendo e

distribuindo o mesmo cardápio em vários pontos de venda, com preparo e serviço rápidos.

O aparecimento desse tipo de restaurante foi marcado por uma organização na qual o

serviço é assumido em sua maioria ou quase totalidade pelo cliente, que segue um tipo de “fluxo

obrigatório” para servir-se dos pratos expostos.

A partir da década de 1980, com o crescimento do número de shopping centers, as praças

de alimentação ganharam destaque, oferecendo uma concentração de restaurantes de comida

rápida. Especialmente na década de 90 passaram a ser tratadas como espaços capazes de atrair

consumidores não só pela variedade de estabelecimentos ou pela comodidade e rapidez que

oferecem, mas por permitirem conjugar, em um único local, uma série de atividades, como

compras, cinema e serviços, a uma atividade fundamental, o comer.

12 COLLAÇO, Janine Helfst Leicht. Restaurantes de comida rápida, os fast-foods, em praças de alimentação de shopping centers: transformações no comer. Estudos

Históricos, Rio de Janeiro, nº 33, 2004, p.4

13 em 20/09/07 http://www.nucleora.com.br/publicacoes2.php?id=nutrinews_01>acesso

Page 22: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

6.2. Restaurantes de Coletividade

Restaurantes de coletividade são aqueles situados em prédios ou complexos industriais ou

comerciais, com intuito de oferecer alimentação para os empregados da respectiva empresa.14

O desenvolvimento da alimentação de coletividades no Brasil ocorreu somente em

meados do século XX, a partir das alterações decorrentes da mudança da estrutura econômica

brasileira. A economia brasileira esteve voltada às atividades extrativistas agrícolas,

praticamente até 1930, quando as atividades de transformação industrial começaram a apresentar

uma evolução significativa.15

A industrialização trouxe consigo uma nova configuração dos espaços geográficos em

função da mudança do meio rural para o urbano. Com a nova ocupação espacial e o conseqüente

crescimento das aglomerações populacionais, houve o desenvolvimento de serviços que

pudessem proporcionar o suporte necessário e, dentre estes serviços, encontram-se aqueles

relacionados com a alimentação de coletividades.

No Brasil, as ações iniciais com a saúde do trabalhador datam do final da década de 30,

quando o governo Vargas instituiu a obrigatoriedade das empresas com mais de 500 empregados

instalarem um refeitório (Decreto - Lei nº 1.228, 02.05.39) e cria o SAPS (Serviço de

Alimentação da Previdência Social), órgão que, entre outras atividades, administrou diversos

restaurantes para trabalhadores, por praticamente três décadas. 16

A década de 40 é relacionada com o início da estruturação da produção de alimentação

coletiva para o subsetor saúde, com o surgimento de unidades organizadas em hospitais. Foi

neste período, também, que surgiram os primeiros equipamentos nacionais para cozinhas

industriais. Como eram, até então, importados da Europa e EUA, as limitações impostas pela

Segunda Guerra Mundial foram determinantes para o desenvolvimento das empresas brasileiras

fabricantes de equipamentos.17

14 FONSECA, Marcelo Traldi. “Tecnologias Gerenciais de Restaurantes”. São Paulo: SENAC, 2004, p.28

15 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso 29/11/07em 16 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07 17 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07

Page 23: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Na década de 50 a produção industrial apresenta um crescimento significativo, a partir da

política de concessão de benefícios do governo. Muitas empresas implantadas nesta época,

principalmente no setor automobilístico, eram multinacionais que apresentavam várias

inovações, não só com relação aos processos produtivos, mas também no que diz respeito à

gestão da mão-de-obra. Assim, entre os benefícios implantados estava o fornecimento de

alimentação aos operadores. Este item tornou-se especialmente importante com a tendência das

empresas de se instalarem fora da área central das cidades, aumentando o trajeto entre casa e

local de trabalho, e diminuindo a possibilidade dos operadores realizarem as refeições do

intervalo da jornada de trabalho em casa.18

A alimentação do trabalhador foi desenvolvendo-se concomitantemente à industrialização

no país. Até a década de 70, a alimentação do trabalhador era bastante simples e consistia de uma

marmita trazida de casa, contendo na maioria das vezes as sobras do dia anterior, sendo

normalmente composta de arroz, feijão, lingüiça e às vezes, de ovos.

Para tentar minimizar os problemas causados pela má qualidade da alimentação, em

1976, surgiu o PAT, Programa de Alimentação do Trabalhador (Lei nº. 6.321, 14.04.76), com o

objetivo de "proporcionar disponibilidade maior e mais eficiente para o trabalho do homem e,

conseqüentemente, concorrer para a melhoria do estado nutricional do trabalhador". Outros

benefícios previstos são maior produtividade, diminuição dos acidentes de trabalho e menor

índice de absenteísmo e rotatividade de mão-de-obra nas empresas.19

Com forte cunho social, o PAT foi inspirado em modelos franceses e ingleses de estímulo

tributário, usados para incentivar a alimentação adequada dos trabalhadores. Estudos da

Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial de Saúde (OMS)

indicavam, à época, que o aumento de 1% nas calorias ingeridas por cada trabalhador, resultava

no aumento de produtividade de 2,27%.20

O programa funciona através da concessão de incentivos às empresas que fornecem

alimentação a seus empregados, obedecendo a certos parâmetros de qualidade e valor calórico,

18 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso 29/11/07em 19 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso 29/11/07em 20 www.valoronline.com.br>acesso em 12/11/07

Page 24: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

com o usuário pagando um pequeno percentual no máximo 20% do valor da refeição, sendo o

restante assumido pela empresa e pelo Governo.21

Na década de 70, além do estímulo proporcionado pelo PAT, também o crescimento da

economia possibilitou a implantação de grandes projetos industriais que contemplaram a questão

de alimentação no trabalho. Relaciona-se ainda a esta época, o surgimento das primeiras

empresas especializadas no atendimento de serviços de refeições coletivas, denominadas

concessionárias de alimentação.22

Houve o ingresso no mercado brasileiro de empresas multinacionais especializadas em

restauração de coletividade, trazendo novos conceitos para os serviços de alimentação e

provocando mudanças no sistema de trabalho das empresas brasileiras. Estas, rapidamente

assimilaram as novidades e se adaptaram aos padrões de qualidade e atendimento internacionais,

proporcionando maior segurança e qualidade em relação ao padrão de alimentação exigido. 23

Através da ação da vigilância sanitária da Secretaria Municipal de Abastecimento

(SEMAB) de São Paulo, os proprietários de restaurantes passaram a contar com os serviços de

profissionais de nutrição e acabaram descobrindo que ganhavam muito quando tinham uma

cozinha adequada, reconhecendo a importância da atuação deste profissional para o aumento da

produtividade e da qualidade.

O foco era maior na produção de refeições considerando importantes os seguintes

aspectos: fator de correção dos alimentos, higiene e segurança alimentar, fichas padronizadas

para compras, controle de estoque e planilha de custos. Não havia muitos investimentos em

capacitação dos funcionários, sendo aplicados primordialmente treinamentos de caráter prático

durante a realização de determinada atividade. Além disso, os gestores não contavam com a

diversidade em tecnologia e recursos para auxiliar nos processos administrativos, tornando o

tempo gasto com esta atividade por deveras excessivo.

As refeições eram produzidas com equilíbrio e qualidade, não existindo grande

elaboração culinária, e o cliente ingeria aquilo que lhe era oferecido, com poucas oportunidades

21 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07 22 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07 23 em 20/09/07 http://www.nucleora.com.br/publicacoes2.php?id=nutrinews_01>acesso

Page 25: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

de escolha. A visão dos empresários e Nutricionistas pendia para o aspecto social do

fornecimento da refeição, que era vista como um benefício.24

Nesta época, os restaurantes de coletividade inseridos nas fábricas serviam as refeições

no estilo “bandejão”. Ou seja, as refeições eram servidas em bandejas de metal, estampadas com

compartimentos específicos para o arroz, o feijão e algumas guarnições, não existindo grande

elaboração culinária ou opção de escolha dos empregados.

Os pratos eram dispostos em cubas grandes e fundas de alumínio e posicionadas em

rampas de distribuição, em banho-maria. Os alimentos eram protegidos por um vidro, conhecido

por “protetor salivar”, existente em toda a extensão da rampa, que não permitia a visualização

nítida por parte do empregado. As opções de cardápio do dia eram porcionadas por um

funcionário do serviço de alimentação que se posicionava do lado oposto da rampa.

Apenas na década de 80 o consumidor trocou o “bandejão” pelo prato e passou a ter

algumas alternativas de escolha com sucos e sobremesas. Nesta época, também, houve a

introdução de máquinas de refrigerantes, em algumas empresas. Na distribuição de pratos

quentes no banho-maria houve evolução do tipo de material utilizado, passando de alumínio para

aço inoxidável, melhorando a apresentação e facilitando a higienização das cubas.

No final desta década registra-se a chegada no mercado brasileiro de equipamentos

importados, aportando novas tecnologias para a produção de refeições coletivas, principalmente

com relação a técnicas de cocção.25

O início dos anos 90 teve como marco as infinitas mudanças na estrutura das empresas.

Conceitos como terceirização, reengenharia, qualidade total, normas ISO 9000 e globalização

passaram a fazer parte da linguagem do dia-a-dia das empresas. Com todas estas mudanças, o

mercado de alimentação também se modifica, chegando também aos restaurantes de

coletividade. Se por um lado, a terceirização dos serviços de alimentação trouxe insegurança, por

outro, contribuiu para a modernização dos serviços prestados.

24 RODRIGUES, Rosicler Dennanni. Unidade de Alimentação de Nutrição. Revista CRN-3, São Paulo, nº83, jul/ago/set, 2006, p.15

25 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07

Page 26: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Com a abertura do mercado brasileiro, o país passou a receber novos produtos, com

qualidade superior, e forçou o mercado interno a acompanhar a qualidade de mercados mais

desenvolvidos, permitindo a aquisição de novas tecnologias e materiais. 26

Destaca-se que o ano de 1994 é colocado como o momento em que, no Brasil, a produção

de alimentação coletiva utilizando as inovações tecnológicas referidas passa da fase experimental

à efetiva implantação.27

Nos últimos anos, as empresas têm se conscientizado da necessidade de estar próximas

do cliente e da competição na prestação de um bom serviço.28 O amadurecimento do mercado de

refeições coletivas aconteceu de maneira ampla e gradual, passando pela situação em que não

havia diálogo com o consumidor para o momento em que ele é o sujeito ativo da escolha.

Os restaurantes de coletividade deixaram de ser considerados simplesmente um benefício

para serem tratados como uma facilidade, oferecendo novas alternativas de serviços, para

adequar-se às novas expectativas e necessidades dos usuários e procurar aproximar-se do

conceito dos restaurantes comerciais.

Os restaurantes comerciais, especialmente os self-services, criaram certo padrão no

mercado. Tanto que os restaurantes coletivos passaram a oferecer serviços similares. Balcões

com design moderno substituíram os balcões com banho-maria, normalmente fixos, e os clientes

passaram a ter a opção de circular em torno de mobílias soltas, visualizando os itens disponíveis

no cardápio. O material utilizado para a confecção dos balcões deixou de ser exclusivamente o

aço inoxidável para dar espaço a diversos modelos e combinações arquitetônicas.

Algumas empresas do ramo ofereceram aos seus funcionários verdadeiras praças de

alimentação, com multi-produtos, e o usuário passou a ter maior liberdade de escolha, levando

para o prato apenas o que deseja comer.

Esse redirecionamento na estrutura do serviço foi provocado não só pela demanda por

maior qualidade, como também pela exigência das empresas contratantes por custos cada vez

menores. Muitas empresas selecionam a prestadora de serviços apenas pelo preço, porém,

26 RODRIGUES, Rosicler Dennanni. Unidade de Alimentação e Nutrição. Revista CRN-3, São Paulo, n� 83, jul/agoset, 2006, p.15.

27 http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/cap3/capitulo3.htm#t3.6 >acesso em 29/11/07

28 GUERRIER, YVONNE. Comportamento organizacional em hotéis e restaurantes – uma perspectiva internacional. São Paulo: Futura, 2001, p.273-274

Page 27: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

mesmo nas companhias preocupadas com a satisfação de seus funcionários, a demanda pela

redução de custos é sistemática.29

Com toda essa ebulição no setor, os fornecedores também sentiram necessidade de mudar

suas formas de atuação. Hoje assistimos às relações de parceria dos fornecedores de diferentes

áreas com empresas de fast-food, prestadoras de serviço de alimentação e restaurantes

comerciais, gerando resultados compensadores para todos.

No Brasil, apesar de toda a qualidade e maturação pela qual passou, o setor permanece

genericamente defasado entre 4 a 6 anos nas novidades aplicadas maciçamente nos países

desenvolvidos. Isto também diz respeito à mão-de-obra, ainda de uso intensivo no Brasil. Os

restaurantes nacionais empregam, em média, uma pessoa para cada 36 refeições. Nos Estados

Unidos e Europa, essa proporção é de uma pessoa para cada 70 a 75 refeições.30

Na entrada do século 21, o setor de alimentação está experimentando a

profissionalização, por meio do estabelecimento de padrões internacionais de qualidade no

fornecimento de produtos e serviços para todos os sistemas de alimentação fora do lar.

Padronização, tecnologia para aprimoramento da qualidade e aumento da produtividade são as

metas deste segmento.31

6.3. Dados do Setor de Alimentação de Coletividade

Calcula-se que o potencial teórico das refeições coletivas no Brasil é superior a 40

milhões de unidades diariamente, demonstrando grande oportunidade de crescimento para o

segmento. O setor conseguiu manter-se estável nos últimos anos graças, em parte, ao processo da

terceirização e de desenvolvimento de novos nichos de mercado. Na presente década prevê-se

crescimento de 10% ao ano, duplicando-se em 7 anos, aumentando sua participação na merenda

escolar e incorporando a alimentação em coletividades eventuais.32

Atualmente, o setor de refeições coletivas emprega uma mão-de-obra equivalente a 175

mil colaboradores.

29 www.valoronline.com.br>acesso em 12/11/07

30 www.valoronline.com.br>acesso em 12/11/07

31 em 20/09/07 http://www.nucleora.com.br/publicacoes2.php?id=nutrinews_01>acesso

32 em 22/10/07 http://www.aberc.com.br/base.asp?id=2>acesso

Page 28: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

O Quadro 1 apresenta os dados da evolução do número de refeições das empresas do

setor de alimentação desde 1999 até 2007.

Quadro 1 – Evolução do número de refeições (em milhões de refeições/dia) das empresas do setor de alimentação

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (estimativa)

Autogestão

(Administrada pela Própria

Empresa)

0,6 0,57 0,50 0,40 0,30 0,30 0,30 0,30 0,26

Refeições Coletivas

(Prestadoras de Serviços) 3,7 4,0 4,40 4,70 5,20 5,80 6,50 7,0 7,7

Refeições Convênio

(Tiquets/Cupons para

restaurantes comerciais)

3,2 3,4 3,60 3,80 3,50 3,50 4,00 4,2 4,6

Fonte: http://www.aberc.com.br/base.asp?id=2>acesso em 22/10/07

O Quadro 1 mostra um crescimento significativo das refeições coletivas das empresas

prestadoras de serviços e também uma crescente participação das refeições convênio. Em

contrapartida, o sistema de auto-gestão apresenta constante declínio.

Com o crescimento das refeições convênio, os clientes adquirem cada vez mais a

possibilidade de escolha para realizar sua refeição e os torna de certo modo ainda mais exigentes

a partir do momento que começam a conhecer novos serviços.

O faturamento aproximado das refeições pode ser observado no Quadro 2. Novamente

observa-se um aumento considerável no segmento de refeições coletivas, tão acelerado quanto o

de refeições convênio. Cestas básicas e alimentação convênio também obtiveram aumento de

faturamento, enquanto que os restaurantes de auto-gestão, após queda entre os anos 2001 e 2005,

retornaram ao valor faturado em 1999. Não apresentaram evolução.

Page 29: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Quadro 2 – Faturamento (em bilhões de reais) aproximado de refeições, para os anos de 1999 a 2007

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Refeições Coletivas 2,9 3,4 3,9 4,2 5,0 6,0 6,9 7,5 8,4

Autogestão 0,7 0,7 0,5 0,5 0,4 0,5 0,6 0,7 0,7

Refeições Convênio 3,2 3,5 3,7 4,3 4,5 5,0 5,8 6,2 7,0

Cestas Básicas 1,4 1,6 1,8 2,3 3,0 3,5 3,8 4,0 4,5

Alimentação Convênio 1,8 2,0 2,1 2,4 2,6 3,2 3,7 3,9 4,4

Fonte: http://www.aberc.com.br/base.asp?id=2>acesso em 22/10/07

É fundamental para o sucesso de um restaurante conhecer e reconhecer seu principal

ativo: o cliente. Pesquisas realizadas sobre o tipo de estabelecimento utilizado para cada refeição

e os critérios de escolha por parte do cliente auxiliam na identificação de seus anseios.

Os números demonstram que entre os estabelecimentos mais escolhidos pelos

consumidores durante o período do almoço, refeições mais freqüentes durante a semana, estão:

restaurantes por quilo (34%), restaurantes self-service e padarias (32%), refeições coletivas 21%

e redes de fast-food (8%).33

A pesquisa também revelou que quando se trata de selecionar um local para sua

alimentação o cliente considera como relevantes os seguintes fatores: custo da refeição,

conveniência (relacionada à localização do estabelecimento), a proposta culinária e atendimento

eficiente. Existe, ainda, um critério inconsciente na escolha: a questão saúde, pois normalmente

não é hábito do consumidor cometer exageros durante a semana.

O Quadro 3 apresenta os critérios de escolha utilizados pelos clientes no que se refere às

refeições chamadas “ligadas ao trabalho”, ou seja, aquelas realizadas no decorrer da semana.

33 em 22/10/07 http://www.aberc.com.br/base.asp?id=2>acesso

Page 30: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Quadro 3 - Tipos de refeições, estabelecimentos e critérios de escolha para as refeições ligadas ao trabalho

Refeições Tipo de refeição Tipo de estabelecimento Critério de escolha

Refeições

ligadas ao

trabalho

Basicamente almoço durante a

semana

Restaurante por kg

Restaurante Self-service

Redes de fast-food

Lanchonetes

Padarias

Refeições coletivas

Custo

Conveniência

Proposta culinária

Atendimento

Critério inconsciente

Saudabilidade participa na

decisão

Fonte: DONNA, Enzo, “A revista dos restaurantes” in Cozinha Profissional nº 102, ano 2007.

Nota-se que nos restaurantes de refeições coletivas o item saudabilidade é participante na

decisão dos clientes, partindo-se do pressuposto de que nestes locais os alimentos são preparados

sob rígidos padrões de higiene e qualidade.

Page 31: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

7. CLIENTES: MUDANÇAS E TENDÊNCIAS

A década de 80 foi claramente de rebelião e soberania do cliente. Os consumidores, que

com toda razão, insistiram em obter aquilo pelo que pagaram certamente não irão abrir mão de

seus direitos.34

Com um maior acesso às informações, o consumidor passou a exigir novidades e

personalização, ou seja, deseja ser tratado como alguém único e ter suas necessidades e desejos

atendidos, e as empresas aperfeiçoam a habilidade de ouvir os clientes. O foco passa a ser o

cliente, o que dá a ele alternativas de escolha muito maiores.35

Aliado a estas modificações, o aumento na expectativa de vida e de algumas doenças,

como a obesidade e as crônico-degenerativas, têm levado a uma maior preocupação com a saúde,

a estética e a qualidade de vida. O aspecto “saúde” passa a ganhar força dentro dos restaurantes

de coletividades a partir do entendimento que os hábitos alimentares estavam ligados à

prevenção de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial (pressão alta), e

cardiovasculares. Os restaurantes de coletividade se alinharam para atender a essa demanda.

Os clientes ao freqüentarem um restaurante trazem muitas ansiedades e expectativas

sobre o que os espera. Ao interpretar estes anseios, é possível reconhecer o tipo de cliente e suas

necessidades que geralmente podem ser satisfeitas com uma grande dose de gentileza, simpatia e

disponibilidade.

As empresas com sucesso são aquelas que reconhecem a atual revolução dos clientes e

estão plenamente preparadas para enfrentar o desafio com os mais altos padrões de serviço a eles

fornecidos.36

Conforme o tipo de refeição que consome, o cliente assume um comportamento diferente.

A experiência que se adquire no restaurante proporciona a capacidade de entender qual tipo de

clientela se tem pela frente.

- Cliente habitual: são clientes que voltam com regularidade, dos quais vale a pena

lembrar os hábitos, para que se sintam sempre em casa. O cliente habitual gosta de ser

34 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. Gerenciar bem é manter o cliente. São Paulo: Pioneira, 1995, pág. 3.

35 RODRIGUES, Rosicler Dennanni. Unidade de Alimentação de Nutrição. Revista CRN-3, São Paulo, nº83, jul/ago/set, 2006, p.15

36 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. op.cit., p.3

Page 32: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

reconhecido, de ser chamado pelo nome e de receber atenções especiais, tendo-se a cautela de

não se descuidar dos demais clientes presentes na sala. Quando se trata de um cliente que não

aparece há tempo é bom manifestar sempre o prazer do reencontro. Para manter a fidelidade de

um cliente habitual é preciso surpreendê-lo regularmente com pratos novos, novos serviços etc. e

mantê-lo sempre informado a respeito de promoções e atividades relativas ao restaurante. É bom

lembrar de aniversários e outras datas importantes que lhe dizem respeito. Ter certo número de

clientes habituais é uma fonte de renda segura e uma forma gratuita e válida de publicidade.

- Cliente indiferente: é o tipo de cliente que realiza a refeição para se alimentar, não dá

importância à qualidade do serviço e só quer satisfazer sua necessidade de se alimentar

rapidamente.37

- Cliente conhecedor ou gastrônomo: esse cliente vai ao restaurante pelo puro prazer de

degustar grandes pratos e grandes vinhos. Gosta de analisar a qualidade dos ingredientes dos

pratos, dos quais é, com freqüência, grande conhecedor e apreciador. Sabe julgar o tipo de

preparação, a combinação com os vinhos, além da eficácia do serviço. É extremamente exigente

e presta atenção a todos os detalhes. É sensível a todas as atenções e, se satisfeito, se tornará um

cliente fiel.38

- Cliente desconfiado: por sua predisposição, tem medo de ser enganado, quer em

relação à qualidade da refeição, quer ao valor da conta. Pode ser encontrado em todos os tipos de

restaurantes e é, com certeza, o cliente mais difícil de ser tratado. É necessário conquistar sua

confiança, oferecendo a justa assistência como demonstração das boas intenções.

- Cliente simpático: é o cliente que trata com familiaridade e procura uma relação

amigável com o pessoal. Ele se deixa aconselhar facilmente, mas não pode ter a mínima suspeita

de ser enganado, do contrário manifestará imediatamente seu desagrado e será um cliente

perdido para sempre. De todo modo, a equipe deverá saber conter sua exuberância sem perder a

concentração sobre o serviço e os demais clientes.

- Clientes especiais: atenções especiais devem ser dispensadas aos idosos, portadores de

deficiências e às crianças.39

38 BECK, Heinz, GIRAUDO, Umberto, PINOLI, Simone, REITANO, Marco. Arte e Ciência do Serviço. São Paulo: Anhembi-Morumbi, 2005, p.186

39 Ibid., p.187

Page 33: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

7.1. Comportamento de Compra

Existe um comportamento de compra comum a qualquer consumidor, de maneira geral,

independentemente de que tipo de produto seja comprado ou que tipo de pessoa seja.40

Este comportamento caracteriza-se pelas seguintes fases:

- Identificação da necessidade: este processo caracteriza-se pelo fator motivacional pelo

qual o consumidor irá perceber seu anseio por um produto ou serviço. Essa motivação pode

variar de diversas maneiras de acordo com as circunstâncias e as necessidades de cada indivíduo,

não existindo nesse momento nenhuma interferência direta ou indireta da gerência ou da

empresa;

- Busca de informações: este momento caracteriza-se pela busca de informações internas

ou externas pelo consumidor, em suas experiências passadas, opiniões de amigos, familiares ou

conhecidos, jornais, guias, revistas. Essas informações podem ser as mais diversas possíveis,

variando muito de acordo com a motivação. De maneira geral essas informações referem-se a

preço, distância, cardápio (tipo de comida, qualidade, apresentação), serviço, ambiente e

freqüência.41

- Decisão: momento em que o consumidor identifica algumas opções que melhor

condizem com suas necessidades, associando suas motivações às informações colhidas. Este

processo de decisão poderá ser feito pela opção individual ou em grupo onde todos os elementos

colocarão suas impressões e desejos para verificar os pontos comuns entre todos ou entre a

maioria.

- Compra: é o momento em que a expectativa se transforma em experiência. Pode-se

dizer que a partir do momento em que o cliente decide por um restaurante, sua experiência, de

compra já está sendo formada.

- Avaliação da compra: é a percepção do processo como um todo. É o término de um

processo e o início de um novo ciclo. Esse é o momento em que se dá a percepção da relação

custo/benefício, pela análise entre a expectativa, e todos os fatores ligados a ela, e a experiência.

Se a avaliação de todas as variáveis do processo for satisfatória, passará assim a contar de

maneira positiva para uma futura avaliação de alternativas. Em contrapartida, se a experiência

40 FONSECA, Marcelo Traldi. “Tecnologias Gerenciais de Restaurantes”. São Paulo: SENAC, 2004, p.15

41 Ibid., p.16

Page 34: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

foi, na análise geral, ruim, uma futura consideração para a avaliação das alternativas será

negativa.42

É através dessa dinâmica que se dá o processo da conhecida “propaganda boca a boca”,

por meio de expectativas supridas e suplantadas que se tornam uma experiência positiva em sua

plenitude.

Um restaurante que se propõe atingir determinado público deve criar produtos que

venham a suprir os seus anseios. Esses anseios podem gerar uma demanda espontânea, ou seja,

aquela que existe pela própria situação em que se encontra público, criada muitas vezes por

circunstâncias adversas. O público-alvo de um restaurante por peso é o público que necessita de

uma alimentação barata, rápida, variada e perto do seu local de trabalho. Assim, sua necessidade

se dá pela circunstância de seu trabalho.

Existe também a demanda criada, aquela em que se cria a necessidade do público pelo

seu produto. Um restaurante gastronômico com um grande chefe ou uma comida típica

executada de maneira tradicional são exemplos de produtos que as pessoas buscam, não por uma

circunstância exata, mas para agregar outros elementos à sua alimentação.43

7.2. Tipo de Refeição x Perfil do Cliente

Cada refeição corresponde a uma tipologia de clientela bem definida, que varia conforme

sua disponibilidade de tempo, ocasião específica e o gasto que queira assumir. O contexto no

qual as refeições são realizadas responde a lógicas bem precisas, que definem suas

características.

- Refeição para alimentar-se: este tipo de refeição tem a função pura e simples de

satisfazer as necessidades fisiológicas cotidianas. O objetivo é o de comer rapidamente, bem e

pagando um bom preço. A duração média varia entre 20 e 40 minutos. O restaurante rápido (fast

food) responde muito bem a essas necessidades.44

- Refeição por prazer: trata-se de uma refeição simples em que o cliente procura, antes

de tudo, um compromisso entre o prazer da mesa e o preço. Muitas vezes, trata-se de uma

refeição consumida em companhia de amigos ou com a família. O cliente sente-se à vontade, não

tem pretensões elevadas, não quer gastar demais e é normalmente fácil de ser satisfeito. 42 FONSECA, Marcelo Traldi. “Tecnologias Gerenciais de Restaurantes”. São Paulo: SENAC, 2004, p.17

43 Ibid, p.14

44 BECK, Heinz, GIRAUDO, Umberto, PINOLI, Simone, REITANO, Marco. Arte e Ciência do Serviço. São Paulo: Anhembi-Morumbi, 2005, p.181

Page 35: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Os restaurantes ideais para essas exigências são as cantinas, os bistrôs, os restaurantes

clássicos, as pizzarias e os lugares que propõem cozinha temática ou étnica. A duração de uma

refeição, via de regra, é de uma hora e trinta minutos.

- Refeição de negócios: geralmente são empresários que escolhem o restaurante como

um lugar de encontro para reuniões. O organizador desse tipo de refeição quer assegurar o

máximo de prazer a seus convidados, para facilitar a conclusão positiva das transações.

É necessário evitar contínuas interrupções, respeitando o tempo pedido pelo cliente. Em

geral, o restaurante clássico ou gastronômico é o preferido A duração média da refeição é de

duas horas e o empresário nem sempre mede despesas para ter sucesso num negócio.45

- Refeição gastronômica: nesse contexto, o cliente procura o verdadeiro prazer da mesa,

sem pensar no gasto. A máxima atenção a cada aspecto, até ao menor detalhe, desde o serviço

atencioso, até à estética do lugar e à ótima cozinha, são as qualidades que o cliente procura

quando quer viver uma experiência gastronômica dessas. Nesse tipo de restaurante, o serviço

deverá antecipar-se aos pedidos do cliente, prevendo suas necessidades e demonstrando estar à

altura de toda e qualquer solicitação. A duração da refeição é bastante demorada, de duas a três

horas, e o valor da conta pode alcançar valores elevados.

Freqüentemente os guias gastronômicos ajudam o cliente na escolha do restaurante de

qualidade, que possa satisfazer suas expectativas.46

7.3. A busca pelo restaurante

As mudanças nos estilos de vida levaram a diferentes necessidades, as quais variam

conforme o local. É tarefa do marketing tentar resolver os problemas dos clientes e identificá-los.

Não constitui tarefa fácil.

São infindáveis os motivos que levam as pessoas aos restaurantes. Esses aspectos são

expectativas que o cliente pretende suprir e o trabalho da equipe deverá concentrar-se no sentido

de identificar essas motivações e agir naquelas que sejam passíveis de gerenciamento.

- Status: os clientes querem ver e ser vistos e gostam de ir a restaurantes que pessoas

importantes, famosas ou públicas costumam freqüentar.

45 BECK, Heinz, GIRAUDO, Umberto, PINOLI, Simone, REITANO, Marco. Arte e Ciência do Serviço. São Paulo: Anhembi-Morumbi, 2005, 183

46 BECK, Heinz, GIRAUDO, Umberto, PINOLI, Simone, REITANO, Marco. op.cit., p.185

Page 36: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

- Ambiente: apresenta alguma peculiaridade, um estilo de decoração, uma obra

interessante, um estilo inovador, entre outros elementos.

- Clima: pode ser dado por diversos aspectos, como estilo dos funcionários, a

composição entre ambiente e música, os freqüentadores.

- Curiosidade: despertada através de alguma inovação, por matérias em jornais, revistas,

ou pela opinião de amigos, parentes ou conhecidos.

- Preço: o restaurante apresenta uma vantagem competitiva, oferecendo um melhor

produto e/ou serviço, seja pela relação entre preço e qualidade do restaurante, dentro de sua

proposta ou em comparação a outros concorrentes.

- Chefe de cozinha: um nome famoso ou um chefe que esteja apresentando um bom

trabalho.47

- Estilo de serviço – alguns restaurantes se destacam pelo serviço diferenciado, sendo

que este pode variar em função do tempo disponível e até mesmo da formalidade exigida ou

esperada para a ocasião.

- Cardápio: apresenta preparações interessantes, tradicionais de uma cultura, é inovador

em algum aspecto, ou até mesmo um cardápio clássico. O que importa é que os produtos

oferecidos atendem aos anseios daquele que procurou o restaurante.48

47 FONSECA, Marcelo Traldi. “Tecnologias Gerenciais de Restaurantes”. São Paulo: SENAC, 2004, p.14

48 FONSECA, Marcelo Traldi. op.cit., p.14

Page 37: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

8. PRODUTO

O produto de um restaurante é uma experiência. O pacote completo de comida, bebida,

serviço, ambiente e conveniências procuram satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes,

fazendo dessa experiência algo memorável, para que todos desejem voltar. 49

A literatura de marketing de serviços faz muitas referências ao valor para o cliente, à

expectativa do cliente em receber o produto ou serviço da empresa que atenda aos seus requisitos

e à busca contínua da confiabilidade dos serviços. Um reflexo disso na prática é que as empresas

concentram-se em gerar serviços confiáveis e de alto valor para o cliente.50

O ingrediente principal é a excelência da comida. As pessoas sempre procurarão uma

saborosa refeição, especialmente se ela vier acompanhada de um excelente serviço e um

ambiente agradável. Os itens do cardápio devem atender às necessidades dos clientes incluídos

no mercado que se deseja atingir.

O serviço e o ambiente são totalmente intangíveis. Na compra de uma refeição os clientes

pagarão pela experiência total que envolve a mesma e não só pela comida. O produto de um

restaurante classifica-se em três níveis: o produto essencial, o produto formal e o produto

ampliado, conforme demonstrado na Figura 1.

- Produto essencial: é a parte funcional oferecida ao cliente pelo servidor. 51

- Produto formal: é a parte tangível do produto. Estão incluídos os aspectos físicos, a

decoração do restaurante e certo nível dos serviços. Quando os clientes escolhem um restaurante,

costumam criar expectativas sobre o nível de serviço adequado àquele tipo de restaurante.

- Produto ampliado: compreende os outros serviços, tais como aceitação automática de

cartões de crédito, estacionamento e serviço de reservas de mesas.52

49 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. O Restaurante – conceito e operação. Porto Alegre: Bookman, 2003, p.110

50 em 23/11/07 http://www.ead.fea.usp.br/Semead/6semead/MKT/062Mkt%20-%20Reten%E7ao%20de%20Clientes.doc>acesso

51 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. op.cit., p.112

52 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. op.cit., p.112

Page 38: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Figura 1 - Os três níveis de conceito de produto para restaurantes

Produtos

Ampliados

Serviços de reservas

Constar na lista

telefônica Conveniência

Aceitação de cartões de

crédito

Estacionamento

Bebidas

Comida

Localização

Decoração

Serviço

Produtos Formais

Produto Essencial

Uma noite relaxante e

inesquecível

Tipo de

Restaurante

Fonte: WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. O Restaurante – conceito e operação. Porto Alegre: Bookman, 2003, p. 111.

8.1. Cardápio

O cardápio e seu planejamento são fundamentais no funcionamento de um restaurante. Os

clientes sempre chegam com a expectativa de saborear uma refeição com prazer e o cardápio é o

grande fator dessa experiência.53 Como a fachada e a recepção, o cardápio também tem muito de

“cartão de visita” de um restaurante. Poucos aspectos são tão importantes na indicação do estilo

e da identidade da casa. 54

O cardápio é tão importante que cada vez mais é aceita a tese de que deve preceder em

parte à montagem do restaurante e em especial à da cozinha. De fato, só após saber os pratos que

53 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. O Restaurante – conceito e operação. Porto Alegre: Bookman, 2003, p.164

54 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004, p. 117

Page 39: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

serão elaborados, sua qualidade e sua quantidade é que se pode ter previsão para definir os

espaços, os equipamentos necessários e a disposição deles. O cardápio também dará identidade

aos estabelecimentos, determinando, portanto, a decoração e outros elementos de montagem.55

A seleção dos itens requer uma cuidadosa análise. Uma verificação entre os concorrentes

ajudará muito no posicionamento do novo restaurante e na escolha do seu diferencial. O conceito

é baseado no que o público-alvo espera do restaurante e o cardápio deverá satisfazer ou até

exceder essas expectativas.

Para que o cardápio tenha boa aceitação de seus usuários, deve-se identificar os hábitos

alimentares de sua clientela, mediante sondagem de preferências, objetivando elaborar cardápios

que os satisfaçam e sejam condizentes com os recursos financeiros, mão-de-obra, equipamentos,

disponibilidade dos gêneros e harmonia dos nutrientes e de suas respectivas características

sensoriais. 56

O cardápio deve oferecer os produtos certos para a demanda de cada local, de cada

público, de cada dia e horário. 57

No caso dos restaurantes, se o cardápio não cai no gosto da clientela visada, a

sobrevivência será curta. Isso ocorrerá mesmo com estabelecimentos nos quais as pessoas entram

apenas para alimentar-se por conveniência. Até mesmo no ato de saciar a fome rapidamente, a

satisfação do cliente é importante, particularmente numa época em que sempre vai haver alguém

na vizinhança tentando conquistar a clientela.

O cardápio deve, ainda, ser muito bem balanceado a fim de atender às necessidades

nutricionais dos diferentes níveis da empresa e suas respectivas necessidades calóricas.

Outra função primordial do cardápio é permitir ao cliente fazer sua escolha com

facilidade, mas também estimulá-lo a consumir, despertar-lhe a gula e até a curiosidade. Os

pratos devem ser separados por composição ou modo de elaboração, dos mais leves para os mais

consistentes, variando os tipos de molhos e a guarnição, de forma a manter o equilíbrio e o bom

gosto.58

Concepções atuais ditam cardápios enxutos, especializados seja nos tipos de pratos, seja

na culinária de algum país ou região. Há uma tendência irreversível nesse sentido, porque há

55 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004, p.111

56 em 10/10/07 http://www.asbran.org.br/noticias.asp?dsid=34>acesso

57 MARICATO, Percival. op.cit., p.112

58 MARICATO, Percival. op.cit, p. 114

Page 40: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

uma receptividade cada vez maior no mercado para alguns tipos de culinária, como o caso da

cozinha mediterrânea, dos grelhados, dos pratos light etc. Os pratos pesados e gordurosos, que

carregam em temperos e aditivos, estão perdendo cada vez mais adeptos.59

Os traços essenciais da gastronomia estão entre os mais marcantes na cultura de um povo,

caracterizando-se num componente cada vez mais forte que será ditado por nutricionistas e

profissionais que cuidam da saúde e da estética.60

No passado os restaurantes apresentavam receitas tradicionais e dificilmente mudavam a

composição dos cardápios. Atualmente as alterações são cada vez mais comuns, uma vez que se

pode trabalhar com receitas diferentes a cada estação do ano, em função da oferta de alimentos

mais frescos, baratos e fáceis de encontrar. Também a sazonalidade de certos pescados, frutos do

mar, frutas e vegetais impõe alterações.

59 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.p.112

60 MARICATO, Percival. op.cit.p.115

Page 41: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

9. SERVIÇOS

Proporcionar a qualidade de acordo com a visão do cliente significa compreender

plenamente suas dimensões: qualidade do produto e qualidade do serviço.

A qualidade do produto costuma ser quantificável. Se a qualidade do produto é tangível, a

qualidade do serviço pode ser descrita como intangível e desse modo, mais difícil de medir.61

Os clientes de restaurantes podem não comentar sobre os bons serviços. Eles esperam que

a comida e a bebida sejam trazidas para a mesa com eficiência e discrição. Mas quando alguma

coisa sai errada, certamente eles percebem e se sentem motivados a comentar.62

Não é fácil avaliar as reações de clientes, uma vez que muitos não se manifestam

explicitamente. Uma consulta feita pela Folha de São Paulo e pelo Sebrae concluiu que apenas

4% dos clientes reclamam do mau atendimento, sendo que, para cada 1 que reclame, 26 outros

não o fazem, e, destes, de 65% a 90% não voltam. Para o cliente, é mais fácil trocar de

restaurante do que fazer a reclamação e vê-la atendida. Ninguém vai perder tempo se perceber

que sua critica será mal recebida, que não haverá providências, que não há formas ou

funcionários preparados para dar solução ao problema. Uma pesquisa a que muitos autores se

referem sem mencionar-lhe a origem diz que 1 cliente insatisfeito fala em média para 15 pessoas,

enquanto o satisfeito fala para 4 ou 5, e que, de cada 10 clientes, apenas 1 se queixa. Também há

quase unanimidade de que é 5 vezes mais caro ganhar um cliente novo que manter um atual.63

Pesquisa conduzida por The Forum Corporation, em 1988 revelou que quase 70% das

razões identificáveis pelas quais os clientes abandonaram as companhias nada tinham a ver com

o produto. A razão prevalecente constatada para este fato foi a baixa qualidade do serviço.

Os dados demonstraram que apenas 15% dos clientes mudaram para um concorrente por

terem encontrado um produto melhor e, somente 15% por terem encontrado um produto mais

barato.

A razão prevalecente constatada foi a baixa qualidade do serviço. Um percentual de 20%

mudou pela falta de contato e de atenção individual. E o maior número, 49%, disse ter mudado

porque a atenção recebida era de baixa qualidade.64

61 WHITELEY, R. A empresa totalmente voltada para o cliente. Editora Campus, RJ, 1999, introdução. 62 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004.

63 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004, p.152

64 WHITELEY, R. op.cit, introdução

Page 42: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Uma outra pesquisa interessante, que é bom conhecer, diz como se perdem clientes: 1%

por falecimento, 4% por mudança de endereço, 15% por vantagens oferecidas por concorrentes,

15% por reclamações não atendidas e 65% por indiferença dos funcionários, ou seja, por mau

atendimento.65

Números divulgados pela National Restaurant Association (NRA) em pesquisa feita em

1996 mostrou que a metade dos americanos entrevistados estava cozinhando menos em casa do

que em 1994. Relatou, também, que embora a maioria dos clientes não tenha queixas de suas

experiências em restaurantes, entre aquelas que têm tempo e vontade para formalmente

reclamarem, serviço é a área mais freqüentemente mencionada. 66

Em um encontro de empresários do setor de restaurantes ocorrido em Nova York no

verão de 1999, a pesquisa ZagatSurvey revelou que 62% das reclamações dos clientes, em todo o

país, eram sobre serviços. Queixas em relação à qualidade da comida vêm em seguida com 11%.

Esta pesquisa foi baseada nas respostas de cinqüenta mil clientes dos mais variados lugares do

país e os resultados podem ser observados no Gráfico 1.67

Gráfico 1 – Reclamações de Clientes de Restaurantes, de acordo com a pesquisa

ZagatSurvey, 1999

Reclamações de Clientes de Restaurantes

Barulho13%

Serviço62%

Aglomeração3%

Preços3%

Limpeza2%Outros

1%

Estacionamento1%

Comida11%

Fumantes4%

Fonte: A Arte de Servir, ROCA, 2004, introdução.

66 MARICATO, Percival. op.cit., p.151

66 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, introdução

67 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit., introdução.

Page 43: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

O relatório da Zagat reforçou as pesquisas anteriores da National Restaurant Association,

as quais apontavam as reclamações de clientes relacionadas a serviços em torno de 60%. Dentro

deste grupo de queixas, os problemas mais citados foram a velocidade no serviço, seguidos da

falta de atenção dos atendentes.68

O Gráfico 2 mostra a análise dos serviços prestados, de acordo com a pesquisa

ZagatSurvey, de 1999.

Gráfico 2 – Análise dos Serviços por clientes de Restaurantes, de acordo com a pesquisa

ZagatSurvey, 1999

Análise dos Serviços

Serviço lento17%

Serviço insatisfatório

52%

Atitude/aspereza8%

Tratamento durante a reserva

7%

Tempo de espera pela mesa

15%

Serviço apressado1%

Fonte: A Arte de Servir, ROCA, 2004, introdução.

De acordo com o Gráfico 2, pode ser observado que garantir que os serviços serão

prestados da melhor maneira possível constitui fator essencial visto que 52% dos entrevistados

consideraram o mesmo insatisfatório. A agilidade no serviço, seja ele lento ou apressado,

também é avaliada, apresentando o primeiro percentual bem superior de rejeição com relação ao

segundo, sendo 17% e 1%, respectivamente.

O tempo de espera por mesas, neste caso em estabelecimentos comerciais, é relatado

como insatisfatório por 15% dos entrevistados, seguido pelos itens relativos ao atendimento, ou

68 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit., introdução.

Page 44: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

seja, a atitude e o tratamento da equipe para com os clientes durante no restaurante, seja durante

as reservas ou durante todo o período de permanência.

Com base no observado nas pesquisas percebe-se que para ser realmente vitorioso nos

dias atuais, é preciso fornecer qualidade do produto e qualidade do serviço sistematicamente.

As empresas que conseguirem proporcionar a excelência nestes dois requisitos

fundamentais poderão conquistar e cativar os clientes, de modo que passará a ter uma

vulnerabilidade alta ao ataque competitivo, pois os competidores tentarão alcançá-las. Deste

modo, novas formas de qualidade de produto e de serviço, até então inéditas, deverão ser criadas

para além dos limites atualmente conhecidos, para manutenção da vantagem competitiva.

9.1. Três T do Serviço

De maneira genérica, o serviço pode ser divido em três principais áreas de interesse:

técnica, tempo e trabalho em equipe.

- Técnica: a uniformidade é essencial para a geração e manutenção dos negócios. Os

clientes esperam os mesmos níveis de serviço todas as vezes que visitam o restaurante.

- Tempo: o tempo ou ritmo no restaurante significa ter sempre tudo no lugar antes que

seja preciso. O talher para cada prato deve estar no lugar antes de o prato ser servido. 69

- Trabalho em Equipe: o sucesso do restaurante depende do trabalho equilibrado e

tranqüilo de todas as estações. Se uma pessoa no restaurante falha em completar sua tarefa,

todos são prejudicados. Todos precisam ajudar uns aos outros. Essa relação cria um ambiente

mais produtivo e ajuda cada um a dar o melhor de si, especialmente quando as circunstâncias

exigem mais.70

9.2. Serviço Diferenciado

O Serviço Diferenciado é um caminho para assegurar uma seqüência estável de satisfação

e comentários positivos dos clientes. Este tipo de serviço refere-se a um sistema que está além

dos níveis esperados e provoca a propaganda “boca-a-boca”, que repercute positivamente.

69 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, p.122

70 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit, p.123

Page 45: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

A regularidade do retorno dos clientes ao restaurante é boa não somente em termos

gerais, mas também em termos financeiros. Um alto nível de serviços é a chave para manter o

retorno dos clientes e é fato conhecido de que se um cliente retornar ao menos uma vez por mês,

as vendas praticamente dobram. O serviço, portanto, afetam as vendas.

Qualquer restaurante interessado em maximizar suas vendas deve olhar para o serviço

como uma parte importante do plano de negócios. Para criar um “Serviço Diferenciado”, todo

estabelecimento de sucesso precisa desenvolver um programa de serviços. Entre os atributos do

“Serviço Diferenciado” destacam-se as seguintes qualidades: 71

- É acolhedor, amigável e cortês;

- Lida com muitas informações;

- É eficiente;

- É pontual;

- É flexível;

- É consistente;

- Supõe comunicação eficiente;

- Inspira confiança;

- Excede expectativas.

Hoje os serviços constituem o padrão pelo qual os clientes medem o desempenho de uma

organização. A competição exclusivamente com base no produto ou no preço é insuficiente,

principalmente porque a diferenciação de produtos está se tornando cada vez mais difícil. 72

Satisfazer o cliente e entender suas necessidades é, portanto, fundamental para um

restaurante, lembrando sempre que cada cliente é diferente do outro e que cada situação deverá

ser enfrentada de forma específica, pessoal e única.73 A partir, também, do reconhecimento do

valor que têm os clientes internos da organização e a compreensão de que as relações com os

clientes espelham as relações com os funcionários, a supremacia em serviços poderá ser atingida.

71 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, introdução.

72 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. Gerenciar bem é manter o cliente. São Paulo: Pioneira, 1995, pág 4

73 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. op.cit., p.125.

Page 46: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

9.3. Equipe

O desenvolvimento de políticas e práticas de recursos humanos gera um forte

compromisso com a excelência em serviços. Os executivos da área de pessoal e recursos

humanos conhecem há muito tempo a relação entre funcionários motivados e produtividade.

É essencial a empresa perceber que as relações com os clientes refletem as relações com

os funcionários. Ou seja, para atingir a superioridade no atendimento o relacionamento com a

equipe deverá ser o melhor possível.

Aspectos relevantes como a comunicação interna e o desenvolvimento de uma

responsabilidade pessoal nos funcionários contribuem para a assimilação desse conceito. Com

relação à comunicação, os funcionários precisam ter o conhecimento suficiente para execução de

suas tarefas e, também, das mensagens transmitidas à organização pela alta direção. A

responsabilidade pessoal auxilia os funcionários a compreender a importância de cada interação

de atendimento.

É correto afirmar que os atendentes contribuem decisivamente para o sucesso de um

restaurante. O atendimento costuma ser o aspecto mais considerado na hora de o cliente

selecionar um restaurante. Igualmente, as mais freqüentes reclamações dizem respeito ao

atendimento.74

Para a seleção dos funcionários o administrador poderá ser altamente seletivo em virtude

da grande oferta de candidatos no mercado, levando em consideração que a atitude conta mais

que a habilidade. Por outro lado, devido ao salário muito baixo oferecido pela maioria dos

estabelecimentos, os administradores podem não ter muita escolha e precisam constantemente

realizar treinamento da equipe para atingir um bom padrão dos serviços.75

Algumas características comportamentais que indicam uma orientação para serviços

incluem aptidões para comunicação verbal, cooperação e trabalho em equipe, habilidade na

solução de problemas e na tomada de decisões, sensibilidade e preocupação com os outros,

confiabilidade, critério, entusiasmo, alto nível de energia, flexibilidade e adaptabilidade.76

74 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. Gerenciar bem é manter o cliente. São Paulo: Pioneira, 1995, p.14

75 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. O Restaurante – conceito e operação. Porto Alegre: Bookman, 2003, página 284.

76 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. op.cit, pág 58.

Page 47: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Alguns clientes são mal-humorados e exigentes enquanto esperam para ser atendidos por

pessoas atenciosas e eficientes.77 Os profissionais de atendimento nunca devem deixar que seus

clientes percebam quando as coisas não caminham da maneira esperada.

Outras características desejáveis que definem um bom atendente incluem: conhecimento,

competência, atenção, prontidão, eficiência, persuasão, fidelidade, honestidade, cortesia,

confiabilidade, compostura, sensibilidade, discernimento.78

Além destas características, é importante que os funcionários saibam executar bem suas

tarefas e se comprometam com um desempenho superior. Cabe à empresa a definição clara dos

seus deveres, quanto às atividades pelas quais serão responsáveis e do esclarecimento dos fatores

e critérios específicos, tanto comportamentais como técnicos, em relação aos quais seus

comportamentos serão julgados (por exemplo, atendimento cortesia, qualidade, quantidade,

custo, inovação, precisão e auto–desenvolvimento). Como exatamente será medido o seu

desempenho – quantitativa, qualitativa e comportamentalmente.79

Com relação ao cardápio, a equipe de serviço deve estar constantemente atualizada a

respeito de toda mudança no cardápio ou dos ingredientes de uma receita. Deve, ainda, conhecer

em detalhes cada preparação. Se o pessoal de serviço estiver bem preparado, deve ter condições

de responder convenientemente ao cliente.80

Para o desenvolvimento da equipe as empresas devem investir em implementação dos

sistemas de suportes necessários para ensinar e reforçar os comportamentos esperados.

9.3.1. Equipe de Serviços

Para formação de equipes, minimizar as fugas à responsabilidade, fortalecer a capacidade

de resposta às mudanças e desenvolver a confiança do grupo as empresas devem:81

- Comemorar a formação da equipe e a adição de novos membros com eventos

especiais;

- Realizar reuniões informativas e motivacionais da equipe;

77 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, p 47

78 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit, p 47 a 49.

79 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. Gerenciar bem é manter o cliente. São Paulo: Pioneira, 1995., p.41.

80 WALKER, John R.; LUNDBERG, Donald E. op.cit., p.192.

81 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. op.cit., p.14.

Page 48: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

- Definir em termos amplos e satisfazer a necessidade de saber dos funcionários;

- Disseminar rapidamente as informações;

- Avaliar freqüentemente o desempenho do grupo de trabalho com os funcionários.

A comunicação aberta nas empresas fortalece a capacidade dos funcionários de se

comunicar de modo eficaz, esses canais podem ser utilizados para identificar problemas e

apressar sua resolução das seguintes maneiras:

- Usar pesquisas de atitude dos funcionários;

- Promover programas de sugestões;

- Exigir reuniões freqüentes dos grupos de trabalho;

- Treinar os funcionários em análise transacional;

- Comunicar as reações dos clientes a toda organização.

Um fator importante com relação à equipe é o investimento em capital humano, ou seja, a

partir de um conjunto de conhecimentos, treinamentos e da própria capacidade as pessoas podem

realizar trabalhos úteis com diferentes graus de complexidade e especialização. Para isto, as

empresas podem seguir alguns ou todos os passos:82

- Profissionalizar o pessoal de atendimento em um processo de várias fases;

- Promover o pessoal de dentro da organização;

- Usar um programa interno estruturado para o treinamento gerencial;

- Reconhecer e recompensar serviços notáveis aos clientes com sistemas expressivos de

incentivo.

Com as ações citadas acima, os funcionários podem adquirir as qualificações necessárias

ao seu trabalho e também desenvolverem lealdade às metas e aos padrões da empresa.

82 DESATNICK, Robert L.; DETZEL, Denis H. Gerenciar bem é manter o cliente. São Paulo: Pioneira, 1995, pág 15.

Page 49: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

A maioria dos empregados deseja servir bem os seus clientes. Uma pesquisa revelou

surpreendentemente, que o fator mais fortemente relacionado à permanência dos empregados

numa companhia era simplesmente se eles achavam que a organização proporcionava um bom

atendimento aos clientes. Quando achavam que sim, a rotatividade era baixa. Os gerentes

precisam mostrar aos empregados que a tarefa número um da companhia é servir os seus clientes

e que eles, os empregados, são a chave para todo o sistema.83

Nas organizações em processo mais acelerado de melhoria, as pessoas medem quase tudo

que possa lhes informar seu desempenho para com o cliente. Elas analisam não apenas em

relação ao próprio passado e aos desejos dos clientes, mas também em relação ao desempenho de

quem, em qualquer parte do mundo, esteja realizando melhor uma tarefa semelhante.84

Gerentes bem-sucedidos que aplicam esses princípios com enfoque no cliente estão

criando uma nova visão da liderança. Organizam equipes, celebrando os sucessos e encorajando

a colaboração. E, finalmente, lideram pelo exemplo, personificando o propósito da

organização.85

9.3.2. Recepção ao restaurante

A recepção é o primeiro contato dos clientes com os restaurantes, as primeiras impressões

têm papel importante, uma vez que podem determinar se o cliente irá ou não conhecer um novo

restaurante.86

O recepcionista é a primeira e a última pessoa a cumprimentar o cliente em um

restaurante, conseqüentemente, a impressão que passa é muito importante. Indivíduos

sorridentes, simpáticos e bem arrumados serão, sem dúvida, valiosos para um restaurante, mas o

cargo exige mais do que isso. O recepcionista que conhece bem o restaurante e seus pratos será

capaz de responder a uma variedade de perguntas, específicas ou genéricas. A função principal

de um recepcionista é oferecer um atendimento amistoso, facilitando a acomodação dos clientes,

mesmo que seja pedindo-lhes gentilmente que aguardem um instante. A função requer arte e

83 WHITELEY, R. A empresa totalmente voltada para o cliente. Editora Campus, RJ, 1999, introdução.

84 WHITELEY, R. op.cit.; introdução.

85 WHITELEY, R. op.cit.; introdução.

86 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, p.58.

Page 50: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

prática. Outra qualidade importante é saber lidar com os clientes, de forma a não sobrecarregar a

cozinha, habilidade essa que só vem com a experiência.87

O acolhimento, o cuidado e a cortesia com os quais o cliente é recebido na sala

constituem os primeiros elementos de julgamento e demonstram o nível de qualidade do serviço

do restaurante.

Todos os clientes devem ser recebidos dentro de poucos segundos da sua chegada e

nunca devem aguardar sozinhos: até mesmo um só olhar pode ser suficiente para fazer com que

o cliente saiba ter sido levado em justa consideração.

É boa regra procurar reconhecer o cliente e lembrar o maior número de informações

possíveis a seu respeito, pois permitem oferecer um serviço melhor e personalizado.88

O cliente deve sentir-se rodeado por pessoas qualificadas, eficientes, amáveis e

disponíveis. Tudo isso aumentará sua vontade de retornar, devido às muitas atitudes positivas,

úteis para enfrentar as diferentes situações que dizem respeito ao cliente. Desde sua chegada, é

bom ter um contato visual com o cliente, sorrindo mesmo antes de falar: o sorriso é a melhor das

atitudes possíveis.89

87 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de Servir. São Paulo: Roca, 2004, p.318.

88 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit, p.176.

89 INSTITUTO DE CULINÁRIA DA AMÉRICA. op.cit, p.179.

Page 51: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

10. MARKETING

O objetivo maior de uma empresa, e conseqüentemente do marketing, é satisfazer o

cliente, fazê-lo sair sorrindo, pensando em voltar e em recomendar o estabelecimento aos

conhecidos, contente com a relação custo-benefício encontrada.90

A excelência no tratamento do cliente como norma de conduta, que deve nortear objetiva

e subjetivamente todos os setores da empresa é o princípio maior do marketing, e merece

considerações específicas. E para servir otimamente o cliente é preciso antes conhecê-lo.91

Um cliente satisfeito divulgará o restaurante pela chamada “propaganda boca-a-boca”, a

melhor, a mais eficiente, a menos dispendiosa. Se sair insatisfeito, o cliente criticará o

estabelecimento, afugentando outros potenciais clientes, inviabilizando-o desde logo se o

público-alvo for pequeno ou muito fechado, já que tal informação circula rapidamente. Se

antigamente todos reconheciam que o objetivo de uma empresa era dar lucro, hoje todos

reconhecem que o objetivo é satisfazer o cliente. O lucro será apenas o resultado natural desse

processo.92

10.1. Promoções e eventos

Entre as mais interessantes e ricas formas de atrair novos clientes, manter os atuais e

fazê-los freqüentar mais o estabelecimento, estão as promoções, eventos e comemorações.

Tecnicamente, o termo “promoção” identifica-se com campanha ou ato de publicidade. As

promoções se dão por meio de campanhas, de uma oferta de desconto, de um brinde, de uma

forma ou outra de se fazer uma gentileza ou uma oferta vantajosa ao cliente. 93

Promoção define outros tipos de campanhas, inclusive as que se fazem internamente. A

publicidade dá idéia de uma divulgação genérica; promoção, de uma campanha em que entra

algum tipo de oferta ou serviço específico. O clássico “tome dois e pague um” pode ser chamado

de promoção: para cada drinque pedido pelo cliente, a casa oferece outro. 94

As promoções devem preocupar-se não só em aumentar o movimento e faturamento, mas

também com a imagem do estabelecimento. Não se pode confundir política de marketing

90 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004, p.151.

91 MARICATO, Percival. op.cit., p. 151.

92 MARICATO, Percival. op.cit., p. 151.

93 MARICATO, Percival. op.cit., p.165.

94 MARICATO, Percival. op.cit., p.172

Page 52: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

agressiva nessa área com perda das referencias e dos objetivos do empreendimento. Por

exemplo, grandes descontos, verdadeiras liquidações não são indicados. Pois pode haver clientes

que, quando vêem grandes descontos, acreditam que isso só é possível porque o estabelecimento

tem normalmente preços muito altos. Além disso, o ambiente de liquidação pode trazer clientes

indesejáveis.95

O elevado nível de inflação histórica do Brasil impossibilitou o desenvolvimento de

memorização de preços e de parâmetros comparativos por muitos anos. Em época de inflação

baixa, em pouco tempo o consumidor memoriza a relação de preço-qualidade e fica bem mais

seletivo e exigente. 96

10.2. Planejamento e estratégia de marketing

Antes de investir em um restaurante é importante fazer uma análise da concorrência e

uma avaliação dos seus pontos fortes e fracos, para verificar se há algum nicho aberto junto ao

público para o qual o restaurante está sendo dirigido.97

A análise da concorrência inclui a sua revisão dentro do mercado. Geralmente isso é feito

por meio da análise dos restaurantes em um segmento no qual o restaurante proposto se encaixa.

Nos últimos anos isso se tornou difícil de ser feito porque o público está menos previsível e os

restaurantes têm oferecido maior variedade de produtos.98

A estratégia de marketing também posiciona o restaurante em relação à concorrência

quanto a preço, comida, serviços oferecidos, ambiente e conveniências. A aplicação desta

estratégia deve estar de acordo com as circunstâncias do restaurante.99

O sucesso em qualquer ramo de atividade econômica não está apenas na competência

para lidar com o presente, mas também na visão global, no planejamento estratégico, na

percepção das tendências do mercado e na evolução da tecnologia, legislação, teorias

administrativas e de marketing dos produtos e serviços.100

95 MARICATO, Percival. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Senac São Paulo, 2004, p. 178

96 MARICATO, Percival. op.cit., p. 178

97 MARICATO, Percival. op.cit., p.106

98 MARICATO, Percival. op.cit., p. 106

99 MARICATO, Percival. op.cit.,p.107

100 MARICATO, Percival. op.cit, p.191.

Page 53: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

11. PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE EM RESTAURANTES DE

COLETIVIDADE

É necessário monitorar o desempenho no atendimento ao cliente, para se determinar a

eficácia das políticas, práticas e procedimentos de atendimento da organização. Uma pesquisa da

satisfação do cliente diz à empresa onde e como tomar providências corretivas.101

Muitas organizações dispõem de fontes de informações a respeito da satisfação dos

clientes e é característica das empresas líderes em serviços possuí-las. As informações devem ser

analisadas, usando os resultados no auxílio à tomada de decisões, visando a fechar os círculos

sobre as medições internas.

São muitos os métodos utilizados para solicitar informações aos clientes. As melhores e

mais inovadoras empresas fazem uso de uma ampla variedade de pesquisas, questionários,

grupos de focos, dias de apreciação dos clientes, números de telefones isentos de tarifas, visitas

pessoais e contatos diretos por telefone.

A satisfação dos funcionários da contratante, sob a ótica de clientes em alimentação, é um

aspecto constantemente observado, constituindo-se um indicador da qualidade do serviço

prestado pela contratada.

A definição de recursos para avaliação do grau de satisfação dos clientes é fundamental,

sendo assim, a empresa contratada para fornecer refeições pode utilizar um livro para registros

de opiniões e sugestões, método bem aceito pelos clientes, que também participam ativamente

nas pesquisas de satisfação aplicadas periodicamente nos restaurantes.

As pesquisas de satisfação tendem a evoluir para pesquisas de valor percebido, mais

complexas, abrangendo fatores de compra mais relevantes na percepção do cliente (pesquisas

qualitativas prévias), importância relativa de cada fator de compra em cada segmento, posição da

empresa em relação aos principais concorrentes para os fatores de compra de maior peso

(pesquisas quantitativas). Medir a importância relativa de fatores e comparar satisfação com

fatores do serviço da empresa em relação a concorrentes é necessário porque o cliente pode estar

satisfeito com o serviço da empresa e, ainda assim, preferir o serviço de um concorrente. 102

101 BECK, Heinz, GIRAUDO, Umberto, PINOLI, Simone, REITANO, Marco. Arte e Ciência do Serviço. São Paulo: Anhembi-Morumbi, 2005.

102 http://www.ead.fea.usp.br/Semead/6semead/MKT/062Mkt%20-%20Reten%E7ao%20de%20Clientes.doc

Page 54: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

12. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Oferecer ao mercado as melhores soluções em serviço de alimentação, contribuindo para

a qualidade de vida e o bem-estar dos nossos consumidores. Esta é a missão de uma empresa

líder no mercado de alimentações coletivas, com 30 anos de atuação no Brasil.

Um dos recursos utilizados para garantir essa supremacia é a aplicação anual de uma

pesquisa de satisfação com os usuários, clientes dos restaurantes, com o objetivo de analisar os

produtos e serviços oferecidos, buscando a melhoria contínua, a fim de superar as expectativas

dos consumidores, cada vez mais exigentes.

Os formulários utilizados para a realização da “Pesquisa de Satisfação de Consumidores”

são formatados pela empresa, de maneira igual a todas as unidades operacionais, e os resultados

encontrados são tabulados por uma empresa terceirizada, contratada para este fim.

Para identificar os pontos de insatisfação mais freqüentes neste tipo de segmento, neste

estudo foram utilizadas as pesquisas já tabuladas, aplicadas no mês de agosto do ano corrente,

apenas extraindo-se e organizando-se os dados para a construção dos gráficos comparativos de

quatro unidades operacionais, relacionadas no estudo como 1, 2, 3 e 4.

A seleção destas unidades foi baseada no tipo de serviço fornecido, essencialmente neste

caso o serviço de venda à vista, onde o cliente consome o que lhe agradar e efetua o pagamento

em caixas situados na saída do restaurante. A semelhança destas quatro unidades está no perfil

do usuário, sendo a maioria do público-alvo constituída por pessoas que realizam trabalhos

administrativos.

Esses restaurantes estão situados em empresas conceituadas, localizadas próximas a

outros estabelecimentos de alimentação, atuando como concorrentes diretos e indiretos:

McDonald`s, Habib’s, Bobs, padarias, bares, restaurantes de pequeno porte, além daqueles

situados em shopping centers.

Estes restaurantes oferecem uma grande diversidade em produtos e serviços,

contemplando, de maneira genérica, opções como: self-sevice, grill, refeição por quilo, massas, e

sobremesas, muitos deles vendidos no esquema de multi-produtos, onde cada qual tem seu valor.

Entre as formas de pagamento disponíveis estão os cartões de débito e vale-refeição,

dinheiro, ticket (eletrônico ou papel) ou cheque.

Em virtude de adquirir este benefício, o cliente tem a possibilidade de escolher em qual

estabelecimento deseja realizar sua refeição no intervalo de trabalho, tornando a taxa de captação

Page 55: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

(quantidade de refeições servidas em relação ao número de funcionários existentes na empresa),

variável no dia a dia.

As taxas de ocupação das unidades 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente, equivalentes a 25%,

53%, 62% e 44%. Tais percentuais indicam que as empresas poderiam captar um maior número

de clientes, que acabam migrando para outros estabelecimentos para realização de suas refeições,

ou seja, para a concorrência. Além de haver o fator concorrência, outros contribuem para a

oscilação no número de refeições nestas unidades operacionais como: clima, cardápio, problemas

com os sistemas de informação ocasionando filas e conseqüente perda de clientes,

disponibilidade de recursos financeiros (normalmente restritos no final do mês, onde são

registrados os maiores movimentos), oferta de transporte gratuito por shopping centers entre

outros.

Os dados obtidos com as “Pesquisas de Satisfação de Consumidores” das unidades

estudadas estão apresentados nos Gráficos 3, 4, 5 e 6.

O Gráfico 3 reflete o percentual de satisfação dos clientes com relação aos seguintes

itens: produto, variedade, limpeza e práticas de higiene e atendimento.

Gráfico 3 – Satisfação dos clientes relacionada a produto, variedade, limpeza e práticas de

higiene e atendimento. São Paulo, 2007.

76%71%

92%88%

77%

69%

96%91%

67%

56%

71%74%

83%

71%

96%92%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Produto Variedade Limpeza e Práticas deHigiene

Atendimento

Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4

Fonte: Pesquisa de Satisfação de Consumidores das unidades de uma empresa de restaurantes de coletividade. São Paulo, 2007.

Page 56: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

91%

53%

61%54%

40%

50%

60%

74% 71%75%

68%70%

80%

88% 90%84%

93%

0%

90%

100%

Sabor da refeição Temperatura da refeição Apresentação dos

10%

20%

30%

alimentos

Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4

O Gráfico 3 demonstra que os itens produto e variedade são os pontos mais críticos em

das as unidades, atingindo percentuais de satisfação entre 67 e 83% e 56 e 71%,

respectivamente.

item produto refere-se a: sabor da refeição, temperatura e apresentação dos alimentos,

cuja satisfação é avaliada no Gráfico 4.

Gráfico 4 – Satisfação dos clientes relacionada a produto: sabor e temperatura da refeição

e apresentação dos alimentos. São Paulo, 2007.

O Gráfico 4 demonstra que o item de maior insatisfação em relação ao produto é a

temperatura da refeição (pratos quentes). Do ponto de vista higiênico-sanitário, a temperatura

dos alimentos deve permanecer no mínimo a 65ºC, de acordo com a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA). Esta temperatura propiciaria a segurança necessária além da

sensação ao cliente de estar ingerindo um alimento em condições adequadas. A insatisfação

constatada pode ser explicada em parte pela tecnologia atualmente utilizada, por meio de

equipamentos que não propiciam o contato do recipiente no qual se encontra o alimento com a

Fonte: Pesquisa de Satisfação de Consumidores das unidades de uma empresa de restaurantes de coletividade. São Paulo, 2007.

to

O

Page 57: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

fonte de calor (água do banho-maria) ainda utilizada nos balcões de distribuição de muitos

restaurantes.

Em algumas unidades é realizado o transporte dos alimentos em carrinhos térmicos até a

distribuição, em função da distância dos locais, o que favorece a queda na temperatura das

preparações.

Outro fator importante refere-se à temperatura do ar condicionado utilizado no local em

que são realizadas as refeições e onde estão dispostos os alimentos para escolha dos clientes. Em

alguns casos, o sistema do ar é controlado em interligação com outros departamentos e seu ajuste

torna-se difícil. Caso esteja em uma temperatura baixa, propiciará a queda na temperatura dos

alimentos.

Apesar da relevância dos fatos constatados, ressalta-se a importância do

acompanhamento por parte do profissional dos procedimentos realizados no interior da cozinha

durante o processo de preparo dos alimentos. Tal fator não foi avaliado no estudo em questão,

rém, é essencial que todo processo produtivo atenda às exigências das legislações vigentes no

cante às temperaturas adequadas (mínimo de 65° C para pratos quentes) dos alimentos em suas

diferentes fases de processamento.

Deve-se observar, também, se os equipamentos apresentam as temperaturas ideais para a

manutenção dos alimentos em condições adequadas, desde o preparo até a distribuição.

onstrada no gráfico com relação ao sabor da refeição pode ser

considerada preocupante, exceto na unidade 4, que atingiu 93% neste quesito.

ste conceito revela a necessidade de implementação de técnicas gastronômicas, como a

forma de preparo, o ponto de cozimento, a correta utilização da imensa variedade de ervas

existentes, a tarefa de trabalhar os alimentos extraindo deles o seu melhor resultado são fatores

que podem contribuir para a melhora do sabor dos pratos produzidos, de modo que as

preparações agradem aos clientes.

Gráfico 5 apresenta os indicadores: diversificação de pratos quentes, saladas e

sobrem sas, e oferta de alimentos saudáveis.

po

to

A satisfação dem

E

O

e

Page 58: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

60%54%54%

62%

45%

55%64%65%63%

10

20%

30%

40%

50%

60%

67%67%73% 76%

%

70%

85%82%87%

80%

90%

100%

0%

DiversificaçãoPratos quentes

DiversificaçãoSaladas

DiversificaçãoSobremesas

Oferta deAlimentossaudáveis

Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4

O Gráfico demonstra que a diversificação de saladas e pratos quentes é o item que

apresenta o maior índice de insatisfação. Com relação à diversificação de sobremesas há uma

oscilação de 54% a 82%.

Gráfico 5 – Satisfação dos clientes relacionada à variedade: diversificação de pratos

quentes, saladas e sobremesas e oferta de alimentos saudáveis. São Paulo, 2007.

brem

plo, a inclusão de duas preparações com carne, mesmo que

erentes, constituirão uma preparação composta de carne e molho.

ão de Consumidores das unidades de uma empresa de ão Paulo, 2007.

Fonte: Pesquisa de Satisfaçrestaurantes de coletividade, S

Os dados expostos no Gráfico 5 podem apontar diversos fatores para a insatisfação.

Quando o cliente avalia a variedade dos pratos, ele pode estar insatisfeito porque não só

espera pratos variados como também deseja ter mais opções de pratos quentes, saladas,

so esas e alimentos saudáveis. Para esta oferta, seriam necessárias alterações contratuais e

em valor, e por este motivo, em muitos casos, este aumento do número de opções não é cogitado.

Outro motivo pode ser relacionado ao fato de que muitas vezes são servidos pratos com

sabores diferenciados, porém, a apresentação das preparações torna-se semelhante, promovendo

a sensação de repetição. Por exem

com molhos dif

Page 59: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

Também, o grande número de opções disponibilizadas no balcão, seja de pratos

principais, saladas ou sobremesas, dão a impressão ao cliente de que não há variedade e

criativi

cuidado na elaboração dos cardápios: a implementação de sistemas de

revisibilidade de custos, que trouxe consigo a necessidade de planejamento antecipado dos

card os

gestor e um

período para outro, usualmente são realizadas pequenas alterações no planejamento dos

rantes

com te à

a

me

ntadas

alcança idas

rigorosamente pelos restaurantes, que não se utilizam de artifícios para conter o desperdício de

alimentos em função da imprevisibilidade do número de refeições.

- Fator cliente: as unidades com o sistema de venda à vista normalmente possuem uma

extensa

dade na elaboração do cardápio.

Há fatores, ainda, que podem agravar essa insatisfação, causados por:

- Falta de critério e

p

ápios dos restaurantes de coletividade, faz com que ocorra certa acomodação por parte d

es na introdução de novas preparações. Devido à exportação dos dados do sistema d

cardápios.

- Processos engessados: a definição dos cardápios com antecedência impossibilita a

inovação imediata, quando da disponibilidade de novas preparações. Nos restau

erciais, observa-se que a flexibilidade para atender a demanda dos clientes no tocan

oferta de alimentos que venham ao encontro de suas expectativas é muito maior. A partir d

observação de mudanças de comportamento e de hábitos de consumo, este tipo de

estabelecimento projeta uma ação rápida e eficaz. Os gestores de restaurantes de coletividade,

que utilizam sistemas informatizados para validação do planejamento e dos custos

antecipadamente, não encontram a facilidade e autonomia necessárias para acompanhar o

rcado em igual velocidade.

- Custos: os restaurantes de coletividade, cujos contratos estabelecem a formatação do

trabalho a ser realizado, respondem por um orçamento com diretrizes muito bem fundame

e os gestores têm a responsabilidade de assegurar a rentabilidade que o empreendimento deve

r. Normas de segurança alimentar em empresas de grande porte são segu

gama de opções, o que dificulta a percepção de que novas preparações estão sendo

inseridas no cardápio. Neste sentido, verifica-se que falta visibilidade das inovações efetuadas

pelo restaurante ou a divulgação destas ações não está sendo feita de modo a fazer com que os

clientes a percebam.

Page 60: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

86% 83%

96% 99%

85%

63%

84%

65%

76%

95% 98%93%90%

78%

93%83% 82% 86%84%

95%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0%

10%

Agilidade dosserviços

Cortesia ededicação da

equipe

Aparência daequipe

Atitude de buscar asua satisfação

Trabalho em equipe

20%

30%

110%

120%

Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4

O Gráfico 6 apresenta os dados relacionados à satisfação dos clientes com relação ao

atendimento, isto é, aos serviços.

Gráfico 6 – Satisfação dos clientes relacionada ao atendimento: agilidade dos serviços,

cort

observar que os itens relacionados a atendimento foram mais

satisfat

encionado, este é um dos

princip

Fc

esia e dedicação da equipe, aparência da equipe, atitude de buscar a sua satisfação,

trabalho em equipe, São Paulo, 2007.

No Gráfico 6, pode-se

onte: Pesquisa de Satisfação de Consumidores das unidades de uma empresa de restaurantes de oletividade, São Paulo, 2007.

órios do que os demais indicadores analisados. Exceção deve ser considerada para a

unidade 03 que apresenta percentuais de satisfação inferiores às outras unidades em todos os

indicadores de atendimento. Isto denota uma situação pontual da unidade, que necessitará de

uma reestruturação e apoio organizacional para melhoria do serviço de maneira geral.

Verifica-se claramente, conforme exposto no gráfico, que a satisfação no item serviços é

de extrema importância para os estabelecimentos, pois conforme m

ais motivos que levam os clientes a optarem por outro restaurante. A excelência no

atendimento, embora constatada menor necessidade de ação relacionada ao item cardápio

Page 61: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

(produto e variedade), deverá ser buscada a todo o momento, pois os clientes não admitem

falhas. O bom atendimento não servirá como argumento em situações em que algo não sair

conforme o planejado.

este contexto e com base nas informações do Gráfico 6, diversas situações podem ser

relacio

necessário haver a formação de uma cultura organizacional

voltada ao atendimento ao cliente. As unida nais necessitam receber o suporte

adequado das diversas áreas da empresa para que as medidas adotadas tenham efetivos

resultados;

- Agilidade no atend o período de atendimento

torna-se comum haver grandes aglomerações. Nestas situações, o atendimento nos restaurantes

é afetado no sentido da dificuldade na entrega do serviço, ocasionando filas e

escoar sua produção no ritmo desejado, quando há grandes concentrações de pessoas.

N

nadas:

- Cultura organizacional: é

des operacio

imento: em momentos de pico durante

fast-foods

descontentamento dos comensais.

Emerge dessa situação um confronto entre a lógica comercial, que se vale da rapidez

presente em suas atividades, e aquilo que os comensais vivenciam. Mesmo que os fast-foods

tenham ao seu alcance elementos que propiciam a economia de tempo, como a simplicidade no

atendimento, a distribuição das tarefas e elenco restrito de pratos, a uniformidade da produção,

da venda, do abastecimento, da pré-elaboração e da finalização dos alimentos, eles nem sempre

atendem às expectativas dos freqüentadores.

Os clientes desejam otimizar seu tempo e o acúmulo de pessoas no único horário

disponível para a sua refeição promove certo desgaste, levando a uma visão ora positiva, ora

negativa dos estabelecimentos. A realização de refeições fora de casa, impostas pelo cotidiano,

faz com que o tempo tenha maior importância e há uma valorização dos horários considerados

adequados para as refeições.

Os restaurantes, por sua vez, por mais que a equipe se empenhe para tal, não conseguem

Por se tratar de venda à vista, a gestão das contas também deverá ser feita com o máximo

de cuidado, de atenção e de rapidez. É fundamental que o pessoal esteja cuidadosamente

preparado para a gestão das contas, pois as eventuais negligências ou incorreções podem criar

mal-entendidos muito desagradáveis e afastar para sempre o cliente.

Page 62: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

- Proximidade: os clientes sentem necessidade da proximidade da equipe, de modo que

percebam certa personalização no atendimento. Na recepção ao local e na forma como são

atendidos, reside a percepção de como o atendimento será realizado. No conceito de refeições

rápidas, a promoção deste envolvimento pessoal entre clientes e funcionários é prejudicada, uma

vez que não se estabelecem contatos mais prolongados.

Observa-se então a importância de o estabelecimento atender ao cliente de forma a

superar suas expectativas e manter sua fidelidade, com o gestor sempre presente, recepcionando,

anotando sugestões, ouvindo criticas. Essa atenção personalizada é importantíssima nos

estabelecimentos de pequeno e médio porte.

l na melhoria do atendimento aos clientes.

oportunidades externas, tornando a rotatividade alta e o

prejuíz

sentação dos pratos, torna-se uma tarefa árdua e

pratica

erviços aos clientes.

am tanto

Visando a minimizar as situações indesejáveis relacionadas ao atendimento, o

reconhecimento dos esforços e sua recompensa, proporcionada de forma tangível ou intangível,

faz com que os funcionários se sintam importantes e apreciados e certamente, este fator será

fundamenta

É necessário considerar que a motivação para o trabalho pode ser afetada pela questão da

remuneração o que torna a obtenção do comprometimento e responsabilidade do funcionário

cada vez mais difícil de ser atingida. Estimulados a buscar o crescimento profissional, os

funcionários acabam procurando

o na prestação dos serviços pelas constantes mudanças de quadro e necessidade de

capacitação dos substitutos.

A uniformidade dos processos operacionais é também afetada pela constante necessidade

de treinamento de novos colaboradores que, em alguns casos, não possuem experiência

específica na função. Gerar uma equipe 100% atuante nestas condições, mantendo-se o padrão e

o equilíbrio tanto no preparo como na apre

mente impossível em curto prazo. Estas modificações certamente são sentidas pelos

clientes.

A falta de qualificação da mão-de-obra normalmente constatada neste segmento, pode ser

explicada pela baixa remuneração e nível de escolaridade dos colaboradores, e este fator reflete

diretamente na prestação dos s

Aliado a estes fatores, a necessidade de custos cada vez mais reduzidos com a mão-de-

obra exige que os restaurantes de coletividade empreguem funcionários que atu

Page 63: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

interna

er a esta demanda dando o

retorno

mento constante, sobre atendimento ao

consum

estão positiva de uma reclamação.

na prestação de serviços como uma

obrigat

função da estrutura das grandes organizações e do conceito

comple

mente, na produção das refeições, quanto externamente, no atendimento ao cliente. Nem

sempre o perfil destes funcionários é suficiente para atender a demanda destas duas atribuições.

É papel dos gestores orientarem e darem os subsídios necessários para que a equipe de

atendimento, que está em contato direto com o cliente, saiba respond

adequado e se tornando responsável pela resolução da questão, delegando esta função a

níveis superiores em casos extremos.

O cliente de hoje necessita de resposta rápida às reclamações, e saber lidar com esse fato

deverá ser habilidade não só do gestor, como também da equipe de atendimento. Para o

desenvolvimento desta habilidade deve haver um treina

idor; para que o colaborador enfrente e solucione cada queixa com desenvoltura e

eficiência. Esta ação demonstra ao cliente que a equipe está realmente preparada para atendê-lo e

denota uma segurança e confiabilidade na prestação dos serviços. Um ato impensado e

inadequado pode comprometer o sucesso da g

A responsabilidade do gestor é maior perante o cliente, pois se trata de um público que

normalmente retorna ao estabelecimento e que busca padrões de serviço e atendimento em nível

de exigência superior ao usualmente esperado de estabelecimentos comerciais. Os clientes de

restaurantes de coletividade encaram a excelência

oriedade e a identificação de qualquer falha neste contexto tornam-se injustificável.

Entendem, também, que a relação custo-benefício deste serviço não é adequada mas não se

recusam a dispor de valores maiores para realização de suas refeições em outros

estabelecimentos.

A tarefa do restaurante de coletividade neste novo contexto esbarra em algumas

limitações, ocasionadas em

tamente repaginado que este segmento teve que implementar. Os restaurantes de

coletividade, antigamente encarados como um benefício ao colaborador, precisarão se adaptar ao

ritmo de restaurantes comerciais para a sobrevivência no mercado.

Page 64: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

13. CO

ostas em grande parte em função do novo

perfil d

as clas

e estudo.

rias para captação e retenção de clientes. Os processos

administrativos de empresas de grande porte necessitam do envolvimento quase que integral dos

gestore

to de promoções e aplicação

de estratégias de marketing para a captação de clientes, é encontrada facilmente em

NCLUSÃO

Baseado nas pesquisas e autores relacionados no decorrer deste estudo, pode-se concluir

que as mudanças obtidas no setor de serviços, imp

os clientes, têm ocasionado grandes impactos no setor de alimentação em geral. As

empresas, conscientes desta nova configuração, buscam estratégias para retenção de clientes,

cada vez mais exigentes e conhecedores de seus direitos.

Têm-se observado nos últimos anos uma revolução no perfil do consumidor, e até mesmo

ses menos favorecidas buscam atualmente um nível de serviços de qualidade superior. A

partir do momento que lhes foi apresentado um mundo repleto de opções e serviço diferenciado,

a exigência tende a aumentar e suas expectativas tornam-se mais difíceis de serem satisfeitas,

conforme observado no capítulo 7 dest

Neste contexto, a tendência para a retenção de clientes talvez esteja baseada na estratégia

de criação de serviços personalizados que contemplem soluções para além do ambiente de

trabalho. Muitos clientes atualmente buscam informações referentes a sugestões para eventos de

caráter pessoal e familiar (festas, churrascos, confraternizações etc.) e o profissional envolvido

no processo deverá proporcionar o atendimento necessário para atender esta demanda. As

empresas precisarão providenciar equipes de suporte para alinhar os procedimentos e padronizar

o atendimento em todas as unidades operacionais.

Hoje o restaurante de coletividade está mais vulnerável à concorrência, uma vez que as

empresas tendem cada vez mais a oferecer como benefício a seus funcionários os “ticket-

refeição” e junto a ele maior oportunidade de escolha para realizar suas refeições em restaurantes

comerciais ao seu redor.

Observa-se, ainda, certa imaturidade do segmento de refeições coletivas no sentido de

aplicação das estratégias necessá

s que, buscando o cumprimento das metas, objetivos e prazos, acabam deixando de lado o

princípio fundamental de todo o processo: o cliente.

A ausência do dinamismo sentida nos restaurantes de coletividade no sentido de

movimentar o negócio, utilizando-se de métodos como o lançamen

Page 65: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

estabelecimentos comerciais. Certamente, a organização em suas áreas específicas deve possuir

curso para elaboração e implementação destas estratégias. Talvez a falha esteja na pouca

divulgação destas ferramentas e, aliado a isto, entra a questão da sobrecarga dos gestores

operacionais que dificulta a busca pela informação.

ão-de-obra voltada ao foco comercial, muitas

rendido com a vivência e na maioria dos casos, os resultados neste período

de adap

ação permitiriam que muitas queixas

fossem

quipes é o treinamento para a excelência

no pre

anutenção do sabor de cada prato,

temperatura adequada, e, também, constituirá em fator essencial para a redução dos custos com

mão-de

suprimentos, na busca de inovações em parceria com os fornecedores

do mer

re

Muitas vezes, por falta de capacitação da m

vezes o conceito é ap

tação não costumam ser favoráveis.

Foi constatado, ainda, que normalmente as ações visando à contínua melhoria do

atendimento prestado aos clientes não são realizadas com a prontidão necessária para evitar

recorrências. Um planejamento e aplicação de métodos para assegurar um rápido retorno à

equipe sobre a melhor resolução em cada tipo de situ

evitadas.

Deste modo os gestores e toda a equipe devem buscar a excelência nos serviços,

oferecendo um atendimento especializado e de qualidade, procurando aplicar estratégias

diferenciadas a cada tipo de cliente, a partir da sensibilidade de reconhecer o seu perfil.

Em virtude do sistema atual, em que o foco nas e

paro dos produtos, a obtenção desta qualidade em serviços torna-se complicada. As

empresas necessitarão voltar suas estratégias para o treinamento específico em atendimento e

talvez seja necessária a reestruturação do quadro de pessoal no sentido de reduzir a mão-de-obra

operacional e aumentar a equipe de atendimento ao cliente.

Esta medida só seria possível com o desenvolvimento de tecnologias em equipamentos e

produtos, que facilitassem o processo operacional. Investir em tecnologias avançadas para a

cocção e conservação dos alimentos auxiliará para a m

-obra, energia, água e desperdício.

Alimentos pré-processados, com excelente padronização e custos competitivos também

seriam de grande contribuição neste sentido. Seria necessário o envolvimento de outras áreas das

organizações, como a de

cado.

Será essencial, além da capacitação da mão-de-obra, rever a remuneração concedida aos

profissionais desta área. A tendência é que cada vez mais estes funcionários se especializem na

Page 66: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

função, até mesmo pela saturação do mercado no tocante à oferta de trabalho, e pela

remuneração que é oferecida atualmente estes profissionais buscarão reconhecimento em outros

estabel

pelos processos cada vez mais engessados,

os gest

cializados, influencia na sua busca por outro estabelecimento que não o

restaur

lor deve

ser dad

alinhando às tendências atuais do

mercad

ual. Atendimentos personalizados, com preparações

finalizadas perante os clientes farão parte deste novo conceito.

ecimentos, que não o de refeições coletivas. As empresas deste setor deverão buscar,

junto ao Sindicato representante desta categoria melhores condições de salário.

A capacitação da mão-de-obra também inclui os gestores. Normalmente composta por

Nutricionistas, a administração do serviço deverá contar com profissionais que tenham ao menos

um segundo idioma, preferencialmente o inglês, para o atendimento aos clientes. Antigamente,

esta necessidade não era a prioridade do setor de coletividades.

Em função da perda de autonomia provocada

ores dos restaurantes de coletividade também deverão buscar a inovação e especialização

neste tipo de serviço, semelhante aos restaurantes comerciais.

Parte da responsabilidade pela dificuldade de retenção dos clientes pode ser atribuída ao

estilo de vida que os clientes das unidades operacionais estudadas, predominantemente

administrativos, consideram como adequado. A questão do status que envolve a realização de

uma refeição fora do local de trabalho, em restaurantes onde são recepcionados e servidos por

profissionais espe

ante localizado dentro de sua empresa, de fácil acesso e com refeições produzidas

conforme os mais rígidos padrões de qualidade.

De acordo com a pesquisa realizada e dados obtidos no gráfico 4 e 5, grande va

o aos cardápios e ao sabor dos alimentos, algumas estratégias podem ser utilizadas,

incorporando técnicas gastronômicas tais como: maior uso de ervas e condimentos, mistura de

sabores, variedades de molhos, cortes diversificados e formas de apresentação (visual). Aliado a

essas técnicas e maior exploração da criatividade, pode-se trabalhar com alimentos de menor

preço com efeito gastronômico e de boa aceitação, e também

o.

É possível que num futuro próximo os restaurantes de coletividade tenham que

reestruturar seus serviços para assemelhar-se a uma praça de alimentação. Embora já existente,

isto pode se tornar uma tendência, e a oferta de serviços variados, incluindo desde a culinária

regional até a internacional, será algo us

Page 67: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

As empresas necessitarão, também, alinhar suas estratégias não apenas para a divulgação

dos conceitos de qualidade de vida e alimentação saudável, como atuar junto ao cliente na

promoção da educação nutricional e mudança dos hábitos alimentares.

Alimentação de qualidade traz satisfação. Garantir essa qualidade gera resultado. Neste

context

o o gerenciamento muitas vezes é definido como “atingir objetivos através de pessoas”.

A qualidade nos serviços deve ser a meta principal de toda organização, bem como sua

mais importante estratégia de marketing, porque ela é o segredo da sua sobrevivência. Será

necessária uma total orientação de uma cultura organizacional voltada para serviços. Essencial

será o compromisso genuíno com o cliente, abrangendo todos os níveis da corporação.

Page 68: Avaliação das expectativas de clientes em restaurantes de

14. BIBLIOGRAFIA

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