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AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Política Nacional de Assistência Farmacêutica 2004-2014

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AVALIAÇÃO PARTICIPATIVADA POLÍTICA NACIONAL DE

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Política Nacional de Assistência Farmacêutica

2004-2014

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AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DA POLÍTICA NACIONAL DE

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA2004 - 2014

ESCOLANACIONAL DOS

FARMACÊUTICOS

1ª EdiçãoSão Paulo

Dezembro/2017

Emília Baierle FaracoFernanda Manzini Silvana Nair Leite

Colaboradores:Célia Machado Gervásio Chaves

Débora Raymundo MelecchiLuciano Mamede de Freitas Junior

Luciano SoaresMaria Helena Braga

Priscila Vautier

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ExpedienteEscola Nacional dos Farmacêuticos

Colaboração: Adelir da VeigaRevisão: Fernanda Manzini

Editoração e projeto gráfico: Movimento Web e Artes Gráficos

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5Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

PREFÁCIOA principal contribuição da Política Nacional de Assistência Farmacêutica,

conforme resultado obtido no processo de avaliação dos 10 anos da política (or-ganizado pela Escola Nacional dos Farmacêuticos e pela Fenafar), foi o acesso, a utilização das tecnologias para o enfrentamento dos agravos de saúde, que tem no medicamento uma das principais referências e ganhou um reforço funda-mental na estrutura do Sistema Único de Saúde brasileiro.

A Política Nacional de Assistência Farmacêutica colocou luz sobre um dos principais conceitos do sistema de saúde que o Brasil contratou que é o conceito da integralidade. Vários outros princípios da lógica desta atividade econômi-ca “saúde” do Brasil, foram contratadas a partir da Constituição de 1988 e são importantes. Mas, a lógica da integralidade, que tem no debate do acesso às tecnologias, do acesso a Assistência Farmacêutica uma ação fundamental, foi destacada na avaliação aqui apresentada como a principal contribuição da Polí-tica Nacional de Assistência Farmacêutica para a saúde da população brasileira.

Como o conjunto da garantia destas políticas para a implementação dos princípios do SUS, entre os quais a integralidade, a equidade, da gestão parti-cipativa, a valorização dos recursos humanos, da equipe multiprofissional, das bases epidemiológicas no processo de organização, todos este elementos tam-bém tiveram barreiras a serem superadas, não seria diferente para a questão da integralidade e da assistência farmacêutica.

A avaliação que foi possível fazer deste processo conduzido pela Escola Na-cional dos Farmacêuticos e pela Fenafar, colocou luz sobre importantes elemen-tos que ainda precisamos encontrar respostas, como, por exemplo, a necessida-de da qualificação do trabalho, da interrelação com o processo de formação dos profissionais, a necessidade de desenvolvimento da nossa capacidade cientifica e tecnológica, da necessidade da nossa capacidade produtiva, ou seja, além de destacar os avanços, os importantes desafios que precisam ter continuidade e serem desenvolvidos. Mas, o desenvolvimento destes processos está muito as-sociado à manutenção ou não dos princípios deste direito social que constitui a saúde das pessoas no nosso pais e que ganha materialidade no princípios do Sistema Único de Saúde e na lógica que até hoje está contratada na Constituição de 1988.

Esta avaliação traz um importante reforço na luta para desenvolver e ga-rantir a continuidade da lógica da saúde como direito, a lógica dos princípios tanto gerenciais quanto assistenciais do Sistema Único de Saúde, além de um importante reforço nas oportunidades e nas fortalezas que podem a categoria farmacêutica, das pessoas no controle social da saúde e os profissionais de saú-de em geral, através do conhecer esta importante política, contribuir neste mo-mento de ataque ao conceito de saúde como direito. Podem também contribuir para resistir no sentido de garantir que Saúde precisa ser presidida pela lógica da necessidade social e não pela lógica da acumulação de capital, de simples mercado.”

Abraços,Ronald Ferreira dos SantosPresidente do Conselho Nacional de SaúdePresidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................7

ESCOLA NACIONAL DOS FARMACÊUTICOS .................................................................................................................8

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................................................................................10

AVALIAÇÃO ...............................................................................................................................................................................................................10

AVALIAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................................................... 11

AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA....................................................................................................12

SWOT COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ............................13

METODOLOGIA ....................................................................................................................................................................................................15

1ª ETAPA DA AVALIAÇÃO – OFICINAS REGIONAIS ............................................................................................15

2ª ETAPA DA AVALIAÇÃO – SISTEMATIZAÇÃO DOS

RESULTADOS E QUANTIFICAÇÃO ............................................................................................................................................18

3ª ETAPA DA AVALIAÇÃO – PONDERAÇÃO DOS RESULTADOS .....................................................19

RESULTADOS ..........................................................................................................................................................................................................21

DISCUSSÃO: O QUE NOS DIZEM OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO? ....................................36

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................................39

ANEXOS.................................................................................................................................................45

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7Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

APRESENTAÇÃO

A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) foi instituída em 2004 por uma resolução do Conselho Nacional de Saúde (Res. CNS nº 338/2004), como resultado dos debates da I Conferência Nacional de Medicamentos e

Assistência Farmacêutica ocorrida em 2003, no início do Governo Lula. A PNAF e a Política Nacional de Medicamentos (Portaria MS nº 3.916/1998) podem ser consi-deradas marcos de extrema relevância que impulsionaram a melhoria do acesso da população a medicamentos e aos serviços farmacêuticos no Brasil.

De acordo com a PNAF, a Assistência Farmacêutica (AF) deve ser enten-dida como política pública norteadora para a formulação de políticas seto-riais, tendo como alguns dos seus eixos estratégicos a garantia do acesso, a manutenção e a qualificação dos serviços da AF na rede pública de saúde, o desenvolvimento científico e tecnológico e a qualificação de recursos huma-nos, bem como a descentralização das ações, visando o uso racional dos me-dicamentos (BRASIL, 2004).

Considerando o desenvolvimento da AF no Brasil ao longo dos últimos anos, por meio da consolidação da PNAF, a Escola Nacional dos Farmacêuticos, a Fe-deração Nacional dos Farmacêuticos e o Conselho Nacional de Saúde, em par-ceria com o Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde – DAF/SCTIS/MS, realizaram ampla avaliação da PNAF no ano de 2014, depois de transcorridos 10 anos de sua promulgação, visando identificar os avanços e desafios da Assistência Farmacêutica no país, de forma descentralizada e parti-cipativa.

Por meio de 15 oficinas de avaliação, realizadas em todo o país, mais de 2.000 participantes identificaram forças, fraquezas, ameaças e oportunidades nos te-mas: (1) Acesso universal, (2) Recursos Humanos, (3) Gestão da Assistência Farmacêutica, (4) Financiamento e (5) Ciência e Tecnologia. Com o auxílio de uma metodologia participativa, usuários, profissionais de saúde, conselheiros de saúde, estudantes e gestores foram chamados a contribuir com a avaliação, com base em suas experiência e percepção, resultando no registro de mais de 3.000 proposições sobre o tema.

Todas as contribuições foram descritas nos relatórios das oficinas, organiza-das segundo os temas avaliados. Uma equipe de coordenadores e colaboradores da Escola Nacional dos Farmacêuticos realizou a compilação dos dados por aná-lise temática, de forma a sintetizar um conjunto de categorias que representam o universo de contribuições pontuadas nos grupos de avaliação.

O processo de avaliação proporcionou o engajamento de diversos setores da sociedade na reflexão e discussão sobre a Assistência Farmacêutica. Os resulta-dos da avaliação foram apresentados para os gestores do Ministério da Saúde ao final de 2014, e têm o propósito de auxiliar na tomada de decisão e o desen-volvimento de novas ações relacionadas à Assistência Farmacêutica, levando em consideração as especificidades regionais e as percepções dos atores envolvidos.

O conteúdo que apresentamos nesta publicação corresponde ao produto final de um processo inclusivo, complexo e exaustivo de mobilizar atores chaves rela-cionados à AF, privilegiando a representação regional e a amplitude de olhares, a fim de proporcionar reflexões sobre os processos e os avanços pelos quais a Assistência Farmacêutica vem passando, e assim contribuir para a consolidação desta importante política para o país.

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8 Escola Nacional dos Farmacêuticos

ESCOLA NACIONAL DOS FARMACÊUTICOSO principal objetivo da Escola Nacional dos Farmacêuticos é incentivar o estudo, a pesquisa, o aper-

feiçoamento da formação profissional, o aprimoramento técnico e a divulgação de conhecimentos. Para cumprir seus objetivos, a Escola organiza eventos contribuindo na qualificação dos farmacêuticos e de atores diversos envolvidos na Assistência Farmacêutica, como gestores, usuários dos serviços de saúde, conselheiros de saúde e outros profissionais de saúde.

Entre estas atividades, destaca-se o Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica, com 7 edi-ções já realizadas até o momento. O 1º Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica, realizado em agosto de 2006 na cidade de Guarulhos/SP, teve como objetivo dar continuidade aos debates gerados a partir de dois importantes marcos nas discussões sobre o tema: da realização da 1ª Confe-rência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, em 2003 e, em seguida, a aprovação da Resolução nº 338/2004 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), estabelecendo a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Em 2009, realizou-se o 2º Simpósio em Salvador/BA; em 2010 reali-zou-se se o 3º Simpósio em Belo Horizonte/MG; e o 4º Simpósio em 2011, na cidade de Recife/PE, concomitante à realização da etapa nordeste dos Encontros Preparatórios de Farmacêuticos para a 14ª Conferência Nacional de Saúde.

O 5º Simpósio foi realizado em 2012, em Florianópolis/SC, e o 6º Simpósio foi realizado em 2013 em Manaus/AM. O 7º Simpósio, realizado em 2015 em Cuiabá/MT, teve como tema Trabalho Farmacêuti-co: para cuidar bem das pessoas.

A Escola também cumpre um papel de destaque na qualificação de conselheiros de saúde e farma-cêuticos para a atuação no controle social. Até o momento foram realizados 5 Encontros Nacionais de Farmacêuticos no Controle Social da Saúde, sendo: 1º Encontro Nacional (Florianópolis/SC – 2009), 2º Encontro Nacional (Salvador/BA – 2009), 3º Encontro Nacional (Florianópolis/SC – 2012), 4º En-contro Nacional (São Paulo/SP – 2013) e 5º Encontro Nacional (Cuiabá/MT – 2015).

A Escola Nacional dos Farmacêuticos tem realizado diversas atividades em parceria com a Fena-far, como: encontros, simpósios e cursos, com o objetivo de qualificar cada vez mais os profissionais e criar um canal de discussão política e científica das atuações profissionais farmacêuticos e de outras áreas da saúde.

No ano de 2011 a Escola Nacional dos Farmacêuticos, em parceria com Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o DAF/SCTIE/MS, e com apoio da Fenafar, da Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABENFAR) e do Departamento de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS), reali-zou cinco encontros regionais de farmacêuticos preparatórios à 14ª Conferência Nacional de Saúde nas cidades de Porto Alegre/RS; São Paulo/SP; Manaus/AM; Brasília/DF e Recife/PE.

Em 2012 a Escola promoveu Cursos de Políticas de Saúde em São Paulo/SP e Boa Vista/RR. Em 2013, realizou diversas atividades em parceria com o DAF/SCTIE/MS, Departamento de Apoio a Ges-tão Participativa (DAGEP/MS), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inovação Farmacêutica (INCT_If) e a Fenafar, sendo: I Seminário Farmácia: Ciência e Tecnologia a favor da vida, realizado na cidade de Goiânia/GO; 6º Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica, realizado em Manaus/AM; 1º Encontro Regional Nordeste de Farmacêuticos no Controle Social da Saúde, realizado em Aracaju/SE; e o 4º Encontro Nacional de Farmacêuticos no Controle Social da Saúde, em São Paulo/SP. Ambos os encontros contaram em sua programação no primeiro dia a realização do Curso de Formação para acompanhamento da Política Nacional de Assistência Farmacêutica na Saúde.

Em 2014, com os 10 anos da PNAF, a Escola Nacional dos Farmacêuticos coordenou uma avaliação nacional que objetivou diagnóstico indicativo de estratégias voltadas para a integralidade da atenção consonantes com as políticas de saúde em curso no Brasil, por meio de um amplo debate com a socie-dade brasileira.

Em 2015, em parceria com o DAF/SCTIE/MS, a SGEP/MS, a OPAS e o Conselho Nacional de Saúde, foram realizados 19 Encontros Estaduais de Farmacêuticos Preparatórios para a 15ª Conferência Nacio-

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9Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

nal de Saúde, que contaram com cerca de 1.000 participantes, e objetivaram a elaboração de propostas qualificadas para as etapas municipais da Conferência e a qualificação do debate da Assistência Farma-cêutica no controle social. Foram realizados encontros em Rio Branco/AC, Manaus/AM, Cuiabá/MT, Goiânia/GO, Campo Grande/MS, Salvador/BA, Teresina/PI, João Pessoa/PB, Recife/PE, Maceió/AL, Fortaleza/CE, Aracaju/SE, São Luís/MA, Vitória/ES, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Floria-nópolis/SC, Porto Alegre/RS e Curitiba/PR. Os eixos de discussão dos Encontros Preparatórios foram baseados na avaliação dos 10 anos da PNAF, nos eixos temáticos da 15ª Conferência Nacional de Saúde e no debate acumulado da categoria sobre trabalho e educação.

Em 2016 a Escola Nacional dos Farmacêuticos promoveu em parceria com a Associação Latina para Análise de Sistemas de Saúde – ALASS, um intercâmbio científico, o Congresso Anual da ALASS, que ocorreu pela primeira vez na América Latina, e foi realizado na Faculdade de Ciências da Saúde da Uni-versidade de Brasília – UnB, tendo como tema central “o trabalho dos profissionais de saúde frente aos desafios dos sistemas de saúde”. Entretanto, todos os temas da saúde pública foram objetos do evento, com destaque para os desafios da Assistência Farmacêutica nos sistemas de saúde, tema este que justi-ficou a parceria institucional firmada.

Em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA foi realizado no período de outubro de 2016 a abril de 2017 o estudo “Análise prospectiva do risco de redução de oferta ao SUS: Avaliação do cenário do desabastecimento de mercado de medicamentos”.

Em parceria com a Fenafar, foram desenvolvidos os cadernos “Contribuições da categoria farmacêu-tica para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres” e “Contribuições da categoria farmacêutica para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde”, materiais que subsidiaram e qualificaram a discussão da temática da Assistência Farmacêutica nestas Conferências.

O histórico das atividades já realizadas pela Escola demonstra os princípios adotados na constru-ção e proposição de eventos, como a participação de diversos atores sociais, além dos farmacêuticos; a realização de atividades nas diversas regiões do país; e a opção pelo uso de metodologias ativas, que proporcionam maior interação entre os participantes e a qualificação da discussão.

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10 Escola Nacional dos Farmacêuticos

INTRODUÇÃOPromover o direito à saúde e acesso a medicamentos com qualidade garantida é um desafio global.

Os parâmetros internacionais de direitos humanos são claros quando determinam aos Estados a obri-gação de assegurar que medicamentos de boa qualidade estejam disponíveis à população em necessi-dade, em todo o seu território. Esta prioridade é destacada em vários compromissos internacionais dos quais o Brasil é signatário, como na Declaração do Milênio da Organização das Nações Unidas e em con-ferências mundiais, como a World Health Assembles (UNITED NATIONS, 2000; WHA, 2002). Apesar de sua relação direta com o acesso a medicamentos e aos serviços de saúde, os serviços farmacêuticos foram limitados ao desenvolvimento e produção de medicamentos por muitos anos (LEITE et al, 2015).

O acesso a medicamentos eficazes e seguros, no momento oportuno, e com todas as orientações indispensáveis para seu o uso envolve várias etapas, desde pesquisas e desenvolvimento até a dispen-sação e acompanhamento de seu uso e descarte. Somente a qualidade adequada destas etapas resultará no acesso e contribuirá para a resolutividade dos serviços de saúde. Neste contexto, o acesso insere-se no cuidado farmacêutico qualificado, o qual requer a integração de múltiplos aspectos das atividades farmacêuticas (WHA, 2002), especialmente ao considerarmos a complexidade do cuidado integral da saúde, como previsto no Sistema Único de Saúde (SUS).

O SUS se baseia em princípios da saúde como direito do cidadão e o dever do Estado – incluindo o aces-so a medicamentos, estando disponíveis em todos os níveis e complexidade de serviços de saúde (BRASIL, 2011). Apesar de algumas limitações importantes, o SUS conseguiu melhorar amplamente o acesso aos cui-dados primários e urgentes, e investir fortemente na expansão de recursos humanos e tecnologia, incluindo grandes esforços para atender a diversidade de situações de saúde com as necessidades mais essenciais do país, como já exaustivamente demonstrado em diversos estudos (PAIM et al, 2011).

Com a publicação da Resolução CNS nº 338/2004, que promulga a PNAF, estabeleceram-se impor-tantes definições para nortear o desenvolvimento de produtos farmacêuticos e diretrizes para o geren-ciamento do acesso a medicamentos e aos serviços farmacêuticos, a formulação de políticas setoriais, como políticas de medicamentos, de ciência e tecnologia, de desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos.

AVALIAÇÃOEstudos avaliativos de políticas e de programas podem oferecer aos governantes, gestores, formula-

dores e executores a possibilidade de tomar decisões com maior qualidade, no sentido da identificação dos aspectos exitosos, das dificuldades e, também, dos efeitos esperados e dos não intencionais, produ-zidos a partir de fatores gerenciais e operacionais.

A avaliação pode, ainda, favorecer a racionalização do gasto público, como um instrumento para a me-lhoria do desempenho das organizações e do governo, promovendo uma maior capacidade de alcance dos melhores resultados desejados, gerando uma maior possibilidade de governança (FELISBERTO, 2010).

Segundo Tanaka e Melo (2001), a avaliação é um processo técnico-administrativo que possibilita a emissão de juízo de valor para a tomada de decisão. De acordo com o conceito de avaliação de Cham-pagne e colaboradores (2011), avaliar consiste em fazer um julgamento de valor sobre uma intervenção, empregando um dispositivo que permita fornecer informações cientificamente válidas e socialmente le-gítimas, considerando os diferentes atores envolvidos, de modo a revelar a posição sobre a intervenção e construir um julgamento que se possa traduzir em ações. Para Calvo e Henrique (2006), a avaliação não é exclusivamente um procedimento de natureza técnica e deve ser entendida como um processo de negociação entre atores sociais. O resultado da avaliação está associado às concepções e práticas de saúde dos envolvidos, aos parâmetros e critérios adotados, aos valores e motivações dos atores e aos aspectos do objeto que estão sendo avaliados.

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11Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Para estes autores, a avaliação é uma área de aplicação em vez de ciência, visto que a mesma se uti-liza de teorias, conceitos e instrumentos de outras áreas do conhecimento. Um processo de avaliação de programas e projetos sociais geralmente tem, como sentido mais nobre, fortalecer o movimento de transformação da sociedade em prol da cidadania e dos direitos humanos (MINAYO, 2006).

Diante de um arcabouço teórico e reflexões metodológicas presencia-se o fortalecimento da avaliação como prática institucional, onde diversos autores afirmam não haver um consenso único e estabelecido sobre o conceito de avaliação na literatura. De acordo com Contandriopoulos e colaboradores (1997), seria uma vaidade propor uma definição universal e absoluta de avaliação (GUBA; LINCON, 1990) devido às mu-danças de contexto onde a avaliação está inserida (PASTANA, 2002).

Em diversos países é crescente a necessidade de avaliar programas e políticas e os processos de ava-liação já fazem parte de muitos projetos de governo. As nuances da avaliação variaram em cada país segundo a obrigação legal do Executivo informar ao Legislativo, a independência ou autonomia dos avaliadores, bem como o grau de centralização ou regionalização dos governos (DERLIEN, 2001).

Em países desenvolvidos a avaliação é amplamente praticada e, ao longo dessa experiência, propos-tas metodológicas foram geradas por organismos internacionais de financiamento como o Banco Mun-dial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento e por outras instituições como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) e o Centro Latino Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD).

AVALIAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

Paim (2005) afirma que diversas iniciativas para a avaliação em saúde em âmbito nacional vêm sendo desenvolvidas de forma progressiva, nas últimas três décadas, e ressalta que o interesse pela avaliação não se restringe ao âmbito acadêmico, e que o próprio Ministério da Saúde tem encomendado um conjunto de estudos nessa perspectiva, não só por exigência de financiamento externo, mas devido a uma crescente consciência de responsabilização entre seus técnicos e dirigentes. Exemplo disso é o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) que objetiva a institucionalização da cultura de avaliação da atenção básica no SUS (BRASIL, 2012).

Dentre os achados na literatura sobre avaliação dos serviços públicos de saúde em âmbito interna-cional pode-se destacar o modelo adotado pela European Commission Directorate General for Health and Consumers, definido como uma ferramenta para mapear as capacidades existentes de promoção da saúde pública nos Estados Membros da União Europeia, com objetivo de identificar os pontos for-tes e fracos, e de analisar a capacidade da saúde pública em sete dimensões (liderança, governança, estruturas organizacionais, recursos financeiros, força de trabalho, parcerias e desenvolvimento do co-nhecimento), identificadas com base em uma revisão e integração das definições e conceituações de capacidade de saúde públicas atuais (ALUTTIS et al., 2013).

Há um grande número de instrumentos já consolidados e outros sendo desenvolvidos para avaliar serviços e políticas públicas, no entanto, Faria (2005, p.98) argumenta que, mesmo quando concepções de caráter político são empregadas, é possível observar “nos debates e nos estudos correlatos mais re-centes a prevalência de um viés normativo e/ou uma priorização dos aspectos mais técnicos da avalia-ção das políticas públicas, bem como uma ênfase em seu papel de instrumento gerencial”.

Para transcender a prática de monitoramento e avaliação da gestão propriamente dita, e enfatizar abordagens que avaliem a governança, faz-se necessário construir minimamente desenhos de avaliações que busquem responder o “porquê”, ou seja, “como” alcançou ou não os resultados e não saber somente o “se”. Nesta perspectiva, interessa em que dimensão existem potencialidades e como alcançam os resulta-dos para melhoria da política (FARIA, 2005).

Para Siddiqi e colaboradores (2009) a abordagem qualitativa mantém a riqueza das informações

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12 Escola Nacional dos Farmacêuticos

obtidas e facilita a identificação e resolução dos problemas. Conforme apontado por Anderson (2010), esta abordagem é útil para a formulação e avaliação de políticas públicas ao permitir coleta, análises e interpretação de dados do mundo real, onde as políticas se desenvolvem, através dos conceitos e das atitudes das pessoas envolvidas.

À luz dos desafios da prática da avaliação em saúde, ainda são notórias as incongruências e os desa-justes no cotidiano, no qual Cruz (2011) identifica algumas questões a serem tratadas, como a incorpo-ração de ações e de processos avaliativos nos diferentes níveis do SUS como algo descontextualizado, a não priorização em responder questões avaliativas oriundas dos usuários e o premente investimento na construção de uma cultura avaliativa que visem à melhoria do SUS.

AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICAO entendimento da AF no contexto das políticas públicas remete à compreensão do processo de sua

construção, implementação, suas interações e relações, bem como da necessidade de avaliação (BRA-SIL, 2006). Uma pesquisa realizada pela OPAS, em parceria com o Ministério da Saúde (2005), apon-tou para deficiências na gestão, nos mecanismos de financiamento e na integração das ações de AF às ações de saúde, deixando clara a necessidade de investir na qualificação dos serviços.

A importância de processos de avaliação reside na consolidação de modelos sistemáticos que podem ser aplicados para interpretar o desempenho da AF, como forma de subsidiar as decisões na busca da qualifi-cação dos serviços ofertados à população. A investigação de políticas e serviços de saúde cumpre um papel fundamental ao possibilitar a identificação de fragilidades e a provisão de informação confiável, constituindo uma importante ferramenta para a melhoria da qualidade dos serviços (ROVER et al., 2017a).

Nesta área têm sido desenvolvidos diversos sistemas de monitoramento e avaliação bastante elabo-rados, porém estes nem sempre produzem os benefícios esperados e têm limitações para a avaliação de aspectos como o acesso oportuno, continuidade do cuidado, equidade e satisfação dos usuários (FELIS-BERTO, 2010; KRUK; FREEDMAN, 2008).

No caso das políticas de AF, as avaliações realizadas usualmente focam-se em aspectos técnicos e logísticos, desconsiderando os aspectos políticos e sociais que influenciam a implementação das polí-ticas públicas (SANTOS, 2011; BIGDELI et al, 2013). Avanços no conceito de gestão e na concepção de avaliação da gestão da AF em termos colaborativos e sociais têm sido experimentados nos trabalhos de Barreto (2007), Barreto e Guimarães (2010), Guimarães (2007), Manzini (2013), Mendes (2013), Rover et al (2016a, b, 2017a,b). Estudos nacionais que apresentam elementos para uma avaliação de grande escala foram recentemente apresentados a partir dos dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos no Brasil (PNAUM)1.

No processo avaliativo da AF, alguns aspectos importantes devem ser considerados, como: os dife-rentes tipos de dados e pontos de vista dos atores envolvidos (CORNWALL; JEWKES, 1995); os custos e as restrições para realização de uma avaliação de amplitude nacional e participativa (BAMBERGER et al., 2012); as características dos serviços de saúde no Brasil (PAIM et al., 2011); e a concepção da AF como requisito fundamental para o sucesso de um sistema de saúde pública.

1Os resultados da PNAUM estão publicados em dois suplementos da Revista de Saúde Pública:PNAUM – Inquérito Domiciliar: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issue-toc&pid=0034-891020160003&lng=pt&nrm=isoPNAUM - Serviços: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0034-891020170003&lng=pt&n-rm=iso

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13Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

SWOT COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Tude e colaboradores (2010) descrevem que, inicialmente, as políticas públicas eram consideradas praticamente como outputs do sistema político, ou seja, ações tomadas pelo governo a partir de deman-das seguradas e negociadas do governo, enquanto que as ciências políticas estavam mais preocupadas na análise dos inputs, ou seja, das demandas geradas na sociedade. Com a evolução das ciências po-líticas, as políticas públicas começaram a ser analisadas na totalidade do processo (inputs + outputs), possuindo uma abordagem geral da concepção da política pública até seus resultados, contemplando os atores envolvidos dentro do processo.

Teixeira (2002) citado por Tude e colaboradores (2010, p. 3) conceitua as políticas públicas da se-guinte forma:

“[...] são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre Poder Público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. Nem sempre, porém, há compatibilidade entre as intervenções e declarações de vontade e as ações desenvolvidas. Devem ser consideradas também as “não ações”, as omissões, como for-mas de manifestação de políticas, pois representam opções e orientações dos que ocupam cargos”.

A escassez da prática da análise de políticas, bem como o aumento de variáveis a serem analisadas dentro do processo de formulação de políticas públicas, torna importante o conhecimento e/ou o desen-volvimento de metodologias de análise com o objetivo de melhorar as práticas de avaliação de políticas públicas brasileiras (MELLO; AMANCIO FILHO, 2010).

Neste contexto, torna-se importante a adoção de metodologias para analisar informações relevantes sobre mudanças no ambiente, permitindo à instituição perceber as mudanças e ter capacidade e agili-dade para se adaptar-se a essa mudança (TEIXEIRA, 2010), e traçar estratégias para as organizações trabalharem com diferentes variáveis que norteiam os processos de decisão. Neste contexto, é explicita-da a metodologia chamada Matriz SWOT, conforme modelo apresentado na Figura 1.

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14 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Figura 1 – Modelo matriz SWOT

{{

Análise SWOTAjuda

Forças Fraquezas

Oportunidades Ameaças

Atrapalha

Fato

rEx

tern

oFa

tor

Inte

rno Desvantagem interna da

Organização

Vantagem interna da Organização

Aspectos negativos do ambiente que a

organização está inserida

Aspectos positivos do ambiente que a

organização está inserida

Fonte: Aspectos avaliados pela Matriz SWOT. BALTHAZAR, 2014.

Para a avaliação dos 10 anos da PNAF utilizou-se como ferramenta metodológica a Análise SWOT, uma matriz de gerenciamento estratégico que pode ser útil para os formuladores de políticas para fins de desenvolvimento de políticas, implementação e uso de recursos (DEVITT et al.; 2016).

A Análise SWOT ou Análise FOFA ou FFOA (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) (em português) é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo empregada como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário, inclusive, objetos como as políticas públicas (HOFRICHTER, 2017).

A análise SWOT surgiu na década de 60, proposta pelos professores Kenneth Andrews e Roland Christensen da Harvard Business School (COLAUTO; MECCA; LEZANA, 2007). Segundo Ghemawat (2000), a análise SWOT começou a ser desenvolvida nas escolas americanas de administração com o objetivo inicial de focalizar a combinação das forças e fraquezas de uma organização com as oportu-nidades e ameaças provenientes do mercado. O objetivo da análise SWOT é definir estratégias para consolidar pontos fortes, reduzir a repercussão de pontos fracos, aproveitando as oportunidades e pro-tegendo-se das ameaças. Diante da predominância de pontos fortes ou fracos e de oportunidades e ameaças podem-se adotar estratégias que promovam a sobrevivência, manutenção, crescimento ou de-senvolvimento das organizações – ou das políticas públicas.

As organizações públicas estão inseridas em um ambiente complexo que exige maior capacidade de captar informações e utilizá-las de forma a tornar o Estado mais eficaz na garantia dos direitos da cidadania. Para isso é preciso analisar as informações levando em consideração o ambiente em que a organização está inserida, identificando as variáveis macroambientais (externas) e microambientais (internas) que possam impactar de alguma forma (COLAUTO; MECCA; LEZANA, 2007).

Assim como as demais organizações, as públicas também apresentam forças e fraquezas bem como

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15Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

oportunidades e ameaças que devem ser consideradas. A administração pública pode se inspirar no modelo de gestão privada, mas nunca deve perder a perspectiva de que a área privada visa ao lucro e a administração pública visa realizar sua função social (COLAUTO; MECCA; LEZANA, 2007).

METODOLOGIAEm 2014, a Escola Nacional dos Farmacêuticos, a Federação Nacional dos Farmacêuticos e o Conse-

lho Nacional de Saúde, em parceria com o DAF/SCTIE/MS, realizaram uma avaliação para identificar avanços e desafios da AF no país após 10 anos da PNAF.

Para o desenvolvimento da avaliação adotou-se uma metodologia participativa, composta por três etapas distintas e complementares entre si, quais estão descritas a seguir: Oficinas Regionais; Sistema-tização e quantificação dos Resultados e Ponderação de Dados.

1ª ETAPA DA AVALIAÇÃO OFICINAS REGIONAIS

A primeira etapa do pro-cesso de avaliação da PNAF constituiu-se do planejamen-to e execução de oficinas re-gionais. Na fase de planeja-mento, realizou-se a Oficina Nacional – Formação dos oficineiros, em Brasília/DF, para preparação da equipe de coordenação e elaboração de um protocolo de orientação referente a ferramenta meto-dológica aplicada nas oficinas em todas as regiões do país. Apresentou-se a dinâmica e materiais norteadores para as oficinas, bem como a progra-mação e exposição do painel de apresentação do balanço da PNAF, baseado nos eixos pré-definidos pela 15ª CNS, com interface com os eixos da avaliação da PNAF, forman-do assim 58 oficineiros para o cronograma nacional.

O início da fase de execu-ção deu-se com a divulgação das oficinas regionais (car-tazes, cards, posts, boletins eletrônicos, folder eletrônico e impresso) por meio dos sin-

Figura 2 – Perfil dos participantes das oficinas regionais

Fonte: Elaborado pelos autores

Características N(%)

Região

Profissão

Conselheiros de Saúde/Participantes deentidades de representação

Norte

Sul

Nordeste

Sudeste

Centro Oeste

Estudante

Farmacêutico

Outros profissionais de saúde

Outras profissões

2178

189 (8,68%)

393 (18,04%)

949 (43,57%)

452 (20,75%)

195 (8,95%)

581 (23,78%)

1153 (52,93%)

78 (3,7%)

318 (14,60%)

601 (27,59%)

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16 Escola Nacional dos Farmacêuticos

dicatos de farmacêuticos, Conselhos Municipais de Saúde das capitais, Conselhos Estaduais de Saúde, com o apoio do CNS, envolvendo amplamente o Controle Social do SUS. As inscrições foram abertas para profissionais de saúde, outros profissionais, estudantes, representantes de organizações de participação popular e sociedade em geral. Os sindicatos, além da divulgação, apoiaram a organização local de cada oficina. Também foram realizadas divulgações usando as redes sociais e mailing das instituições.

No processo de inscrição, os participantes responderam 3 perguntas obrigatórias: Qual o seu en-volvimento com a PNAF? Como a sua atuação profissional/social/política tem contribuído para o desenvolvimento da PNAF? A partir da sua experiência, liste 2 desafios a serem enfrentados para o avanço da Assistência Farmacêutica no Brasil. Esses questionamentos foram realizados para subsi-diar a análise do perfil dos participantes que está apresentado na Figura 2.

As atividades foram desenvolvidas através de debate descentralizado nos estados da federação, onde as discussões norteadas pelos princípios e eixos estratégicos da Resolução nº 338/2004 (Política Na-cional de Assistência Farmacêutica) contaram com a participação dos gestores, profissionais de saúde, prestadores, conselheiros de saúde, estudantes e usuários do SUS, que foram chamados a participar da avaliação, a partir de sua experiência e percepção, nas oficinas regionais considerando a proposta de análise de cinco eixos de discussão:

1. Universalidade do acesso à saúde no SUS,2. Recursos Humanos no SUS, 3. Financiamento da Assistência Farmacêutica, 4. Gestão da Assistência Farmacêutica e5. Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Para o encadeamento das ofi-cinas regionais adotou-se como instrumento metodológico a Análise SWOT. Conforme já fun-damentado, essa metodologia é composta de quatro categorias, sendo elas: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.

Dessa forma, foram realiza-das 16 oficinas, no período de agosto a novembro de 2014, em todas as regiões do país, confor-me ilustra a Figura 3 – Nordeste (PB, CE, BA, MA, SE, AL); Norte (AM, AC); Sul (PR, SC, RS); Su-deste (SP, RJ, MG) e Centro-Oes-te (MT, DF) – com 2.178 partici-pantes inscritos.

As oficinas foram realizadas em dois dias, e iniciavam com uma apresentação sobre breve históri-co da AF no país e a relação com o SUS, e sobre a metodologia adotada para discussão e sistematização do tema. A seguir, os grupos, que con-

Sul

NordesteRSSCPR PB

CEBAMASEALNorteACAM

Centro OesteDFMT

SudesteSPMGRJ

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 3 – Mapa das Oficinas Regionais

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17Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

tavam com 10 a 15 participantes, faziam a discussão em um dos eixos temáticos, e por meio de tarjetas cada participante expressava as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Por vezes os participantes não conse-guiram distinguir as diferenças entre ambiente interno (forças/fraquezas) e ambiente externo (oportunidades/ameaças) durante a análise SWOT, e os oficineiros fizeram os reordenamentos necessários durante a discussão.

Após a discussão nos grupos, procedeu-se a apresentação dos resultados para todos os participan-tes da oficina, seguido de um debate que proporcionou o aprimoramento da discus-são. Todas as oficinas foram registradas em relatórios.

A discussão sobre a PNAF proporcionou a identificação de percepções dos princi-pais progressos e desafios, apontando-os nas categorias SWOT, resultando em mais de 3.000 contribuições. Para cada um dos cinco te-mas avaliados, uma equipe de colaboradores da Escola Nacional dos Farmacêuti-cos procedeu a uma exausti-va tarefa de compilação por análise temática, para alcan-çar um conjunto conciso de

categorias que representam o universo de tópicos pontuados nos grupos de avaliação. De acordo com Bardin (1992), a análise temática de conteúdo permite identificar e classificar categorias de indicadores que representam o conjunto das contribuições e as percepções gerais de todos os participantes.

A Figura 4 apresenta delineamento para elaboração da matriz SWOT, considerando o Uso Racional de Medicamentos transversal aos eixos da PNAF, qual foi utilizada no decorrer de cada oficina pelos grupos.

A escolha deste percurso metodológico partiu da compreensão de que a participação dos interessados permite melhorar a imparcialidade do processo, a extensão das informações coletadas e a adaptação dos dados às demandas dos participantes. Permite também, democratizar o processo e o acesso à informação avaliativa, ou seja, o processo de avaliação é fonte de mudança ao favorecer os processos de aprendiza-gem, e permitir um olhar crítico e reflexivo sobre a ordem estabelecida. Somado a isso, contextualiza a avaliação e aumenta a chance de adesão aos resultados e recomendações (WEISS, 1998; FETTERMAN; WANDERSMAN, 2004; MEDINA et al., 2005; BEZERRA et al, 2010).

OFICINEIROS QUALIFICADOSAlexandre Henrique Magalhães, Ana Claudia Silva Navarro, Carlos Augusto Barbosa Toledo, Caroline Junckes Da Silva Chaves, Célia

Machado Gervásio Chaves, Dalmare Anderson De Oliveira Sá, Daniela Santos Oliveira, Débora Melecchi, Denise Bueno, Elaine Faria Morelo, Eliane Araújo Simões, Fabio Garcia, Fabio Jose Basilio, Fernanda Manzini, Fernanda Mazzini, Fernanda Pereira De Almeida Nazario, Guilherme Lacerda Oliveira, Gysella Santana Honorio De Paiva, Hariad Ribeiro Morais Da Silva, Isabela De Oliveira Sobrinho, João Marques De Farias, José Jorge Silva Júnior, José Liporage Teixeira, José Marcio Machado Batista, Junia Dark Vieira, Lavinia Salete De Melo Maia, Leticia Farias Gerlack, Lia Mello De Almeida, Lorena Baia, Lucia Mamede De Freitas Junior, Luciano Soares, Magno Luiz Teixeira Silveira, Marcelo De Carvalho Gonçalves, Marcio Augusto Antoniassi, Margô G. de Oliveira Karnikowski, Maria Do Socorro Cordeiro Ferreira, Maria Erivanda Meirelles, Maria Fani Dolabela, Maria Helena Braga, Maria Maruza Carlesso, Marselle Nobre De Carvalho, Olavo Barbosa Bandeira, Priscila Vautier, Renia Glauciane Da Silva Sousa, Rilke Novato Públio, Robson Belhassof Leão, Roldão De Oliveira Filho, Silvana Nair Leite Contezini, Tania Cecilia Trevisan, Ulisses Nogueira De Aguiar, Veridiana Ribeiro Da Silva, Wendell Torres De Cerqueira e Wille Marcio Nascimento Calazans..

CONQUISTA DO OBJETIVOAJUDA ATRAPALHA

FORÇAS FRAQUEZAS

AMEAÇASOPORTUNIDADES

(A PNAF está sendo executadabem?)

(Inde

pend

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ores

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ção

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NA

F)

(Em que a PNAF é potencialmentevulnerável?)

No que se destaca positivamente?O que está consolidado?

Quais os impactos positivos para a sociedade?Os recursos são su�cientes?

(Condição que pode melhorar odesemprenho da PNAF?)

(Condição que pode desestabilizara aplicabilidade da PNAF?)

Ambiente PolíticoAmbiente Econômico

Modelo de organização da SociedadeDemandas da Sociedade

Ações da Mídia

Ambiente PolíticoAmbiente Econômico

Modelo de organização da SociedadeInteresses do mercado

Demandas da SociedadeAções da Mídia

Que resultados não se obtém?Quais os impactos negativos para a sociedade?

Os recursos são su�cientes?

URMtransversal aos eixos PNAF

ORIG

EM D

O FA

TOR

EXTE

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F)IN

TERN

O (P

NAF)

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 4 – Delineamento para elaboração da Matriz SWOT

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18 Escola Nacional dos Farmacêuticos

2ª ETAPA DA AVALIAÇÃO SISTEMATIZAÇÃO DOS RESULTADOS

E QUANTIFICAÇÃOOs resultados obtidos das oficinas foram registrados no formato de relatórios padronizados utili-

zando o software Microsoft Word®, conforme modelo em ANEXO 1, e posteriormente tabulados em planilhas do software Microsoft Excel®, onde foram divididos por eixo temático, e organizados em categorias gerais SWOT.

A análise temática qualitativa foi empregada para identificar e compreender as perspectivas dos par-ticipantes, expressas nos conteúdos das afirmações construídas por eles em cada dimensão proposta. Esse processo foi realizado em conjunto com os coordenadores das oficinas a partir da análise dos rela-tórios, da discussão dos dados, das categorização das afirmações em conjuntos de sentidos, e da avalia-ção dos resultados, gerando os indicadores como resultado da sistematização de conteúdo, destacando aqueles indicadores de maior e menor predominância.

Nessa fase da avaliação foi realizado o tratamento dos resultados a partir da análise de conteúdo, a qual é definido por Bardin (2011) como um método de categorias que permite a classificação dos componentes do significado em espécie de gavetas, ou seja, procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. O tratamento dos resultados compreende a codificação e a inferência (SANTOS, 2012).

A intenção é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente de recepção), inferência esta que ocorre a indicadores quantitativos ou não. O ato de inferir significa a realização de uma operação lógica, pela qual se admite uma proposição em virtude de sua ligação com outras proposições já aceitas como verdadeiras (CAMPOS, 2004). Produzir inferências sobre o texto objetivo é a razão de ser da análise de conteúdo; confere ao método relevância teórica, implicando pelo menos uma comparação onde à informação puramente descritiva sobre o conteúdo é de pouco valor. Um dado sobre conteúdo de uma comunicação é sem valor até que seja vinculado a outro e esse vínculo é representado por alguma forma de teoria. Segundo este ponto de vista, produzir inferência em análise de conteúdo significa, não somente produzir suposições subliminares acerca de determinada mensa-gem, mas embasá-las com pressupostos teóricos de diversas concepções de mundo e com as situações concretas de seus produtores ou receptores (CAMPOS, 2004).

Considerando o referencial teórico adotado realizou-se o tratamento dos resultados e, a partir daí, estruturou-se um banco de dados para posterior análise quantitativa. O banco foi constituído por uni-dades de análise temáticas (variáveis) considerando os elementos predominantes (indicador) obtidos dos resultados da análise de conteúdo, os quais foram organizados por eixo de discussão e categorias SWOT em software Microsoft Excel®, devidamente identificadas, de acordo com a região do país onde a oficina foi realizada. Nesta configuração, foram geradas as categorias por frequenciamento ou qua-siquantitativa (repetição de conteúdos comuns à maioria dos respondentes) e por relevância implícita (tema importante que não se repete no relato de outros respondentes, mas que guarda em si, riqueza e relevância para o estudo) (CAMPOS, 2004). A categorização permitiu reunir o maior número de in-formações à custa de uma esquematização e assim correlacionou-se as classes de acontecimentos para ordená-los, resultando na sistematização dos dados conforme apresentado na Figura 5.

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19Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Figura 5 – Sistematização dos dados

Fonte: Elaborado pelos autores.

Essa técnica metodológica permitiu aferir as principais forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de cada eixo de discussão que representam os pontos fortes e fracos da PNAF desde sua implementação.

3ª ETAPA DA AVALIAÇÃO PONDERAÇÃO DOS RESULTADOS

Na terceira etapa da avaliação, todos os participantes foram convidados por meio de correspon-dência eletrônica padronizada, conforme Figura 6, a ingressar no sistema online de ponderação dos indicadores sistematizados, respondendo se concordava com cada indicador proposto para cada tema ou não (Figura 7). Esta etapa foi finalizada em dezembro de 2014 e os resultados sugeriram grande concordância sobre a importância dos indicadores propostos. Alguns indicadores foram considerados muito importantes para a consolidação da PNAF, como:

• Aporte financeiro adequado para a política de saúde brasileira; • Participação, Fiscalização e Controle Social da saúde; • Serviços farmacêuticos de cuidado ao paciente; • Prática de uso de indicadores e dados epidemiológicos pelos gestores para planejamento e avalia-

ção da Assistência Farmacêutica.

Podem ser observadas algumas diferenças entre as regiões do país e entre participantes com caracte-rísticas específicas, revelando diferentes níveis de desenvolvimento da PNAF e diferentes experiências entre os participantes das avaliações, resultando em diferentes percepções sobre a política. A partir desses resultados foram desenvolvidas as análises, apresentadas posteriormente para melhor subsidiar futuras ações no desenvolvimento da AF no Brasil.

15 O�cinas Regionais5 Eixos Temáticos

4 Categorias SWOT

3.430 contribuições (Unidades de análise)Agrupamento:359 categorias

466 indicadores divididos por eixos e nas categorias SWOT

Universalidade do acesso a saúde no

SUS

Recursos Humanos no

SUS

Financiamento da Assistência

Farmacêutica

Gestão da Assistência

Farmacêutica

Desenvolvimento Cientí�co e Tecnológico

Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças

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20 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Figura 6 – Correspondência Eletrônica “Convite para participação da ponderação dos resultados preliminares”

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 7 – Sistema utilizado para ponderação dos resultados

Fonte: Elaborado pelos autores.

Você foi logado com sucesso

Olá Silvana!Seja bem vindo(a) à etapa de ponderação das Oficinas Regionais de Avaliação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF)!

Todas as contribuições literalmente estao descritas nos relatórios de casa oficina realizada. Para cada um dos cinco temas avaliados uma equipe de colaboradores da EscolaNacional dos Farmacêuticos procedeu a uma exaustiva tarefa de compilação por análise temática. Assim chegamos a um conjunto conciso de categorias que representam ouniverso de tópicos pontuados nos grupos de avaliação.

Em cada um dos cinco temas abaixo você vai encontrar um conjunto de indicadores que são resultado deste processo de categorização divididos nas quatro dimensõesavaliadas (Forças, Fraquezas,Ameaças e Oportunidades).

Caso tenha qualquer sugestão, dúvida, crítica ou elogio favor entrar em contato através do email [email protected]

Gestão

Para responder a qualquer eixo basta clicar sobre ele e expandir as perguntasPara que sua análise seja considerada na pesquisa, por favor, responda a todas as perguntas.

x

Forças

Eu CONCORDO que este indicador representa uma FORÇA (estáimplantado total ou parcialmente , avançou nos últimos anos, éum ponto positivo a ser destacado) da PNAF no que diz respeitoao Gestão de Assistência Farmacêutica, considerando asResponsabilidades dos entes federados, aplicação dosrecursos, pactuações, Redes e regionalização:

Eu considero que este é umindicador IMPORTANTE para avaliar das FORÇAS da PNAD(mesmo que eu concorde ounão que seja uma força naminha realidade, mas que é um ponto que merece atenção naconsolidação da política)?

A assitência farmacêutica possui uma abrangéncia e amplitudesignificativa, favorecendo a decentralização e regionalização,fortalecendo dessa forma a autonomia dos municipios para trabalharcom os medicamentos de forma regionalizada de acordo com o perfilepidemiológico local por exemplo.

Discordo Totalmente

Discordo Parcialmente

Não concordo e não discordo

Sem importância

Importante

Muito Importante

Concordo Parcialmente

Concordo Totalmente

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21Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

RESULTADOSA análise qualitativa dos conteúdos e quantitativa dos dados resultou em indicadores de avaliação da

PNAF (ANEXO 2), que por meio do processo metodológico utilizado agrupou as unidades de análise, classificando-as de acordo com as categorias SWOT por eixo temático e posterior quantificação.

Para os eixos Universalidade do acesso à saúde no SUS e Recursos Humanos no SUS, dada sua importância diante temática para a avaliação da PNAF, além da análise global avaliou-se os resultados por regiões do país. Para estes eixos, serão apresentados aqueles indicadores com maior prevalência em cada região, de acordo com as categorias SWOT.

O Gráfico 1 apresenta os indicadores mais citados pelos participantes, relacionados ao eixo temáti-co Universalidade do acesso à saúde no SUS, em cada categoria SWOT. Identifica-se a “Ampliação do Acesso aos Serviços e Medicamentos” como o indicador de força com maior predominância, e o indicador “Qualificação Profissional” como a oportunidade mais citada. Já, dentre as ameaças, destaca-se o indica-dor “Diminuição do Acesso, Automedicação e Desinformação da População”, e como fraqueza, a “Proble-mas na Gestão de Serviços e Recursos Públicos”.

Quando analisados separadamente, por região do país, os indicadores do eixo Universalidade do acesso à saúde no SUS apresentam variações significativas entre as regiões, sendo apresentado no Qua-dro 1 os indicadores com maior prevalência de cada categoria SWOT dentre as regiões analisadas.

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22 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Gráfico 1 – Distribuição dos indicadores do eixo Universalidade do acesso à saúde no SUS, Avaliação PNAF (2014)

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentos

Má gestão de recursos e desvio de verbasEscassez de recursos para financiamento da AF e desenvolvimento de novas tecnologias

Desvalorização profissionalFalta comprometimento profissional e integração multidisciplinar

Diminuição do acesso e automedicação - falta de medicamento e orientação aos usuáriosFalta de invevestimentos em qualificação e capacitação profissional

Dificuldades de implementação da PNAF em sua integralidadeFarmácia Popular

JudicializaçãoFalta de estrutura física e RH - ausência do profissional farmacêutico na AF/SUS

Problemas nos serviços farmacêuticos - gestão de compras e aquisição sem a presença de profissionais farmacêuticosIndicadores com menor recorrência

Qualificação profissionalParticipação social na PNAF

Sistema político, planejamento econômico e político sustentável e a existência de políticas e programas específicos de saúde públicaPromoção do URM

Ampliação da presença e atuação dos profissionais farmacêuticos no SUSValorização profissional

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentosDescentralização das ações

Demanda da sociedade - redes de cuidado e interação entre os serviços e usuáriosReconhecimento da farmácia estabelecimento de saúde

Mídia favorávelIndicadores com menor recorrência

Diminuição do acesso, automedicação e desinformação da população

Interesses econômicos - lucratividade

Ambiente político e econômico desfavorável

Desvalorização profissional e falta de oportunidades para o farmacêutico

Má gestão, falta de planejamento, interesse e transparência com a gestão pública

Falta de comprometimento de gestores e políticos com a PNAF

Judicialização

Legislação vigente -medidas provisórias e burocracia

Corrupção e desvio de verbas

Falta de fiscalização órgãos vigentes

Indicadores com menor recorrência

Valorização profissional

Aspectos legais - legislação vigente e políticas públicas

Promoção do URM

Ampliação da presença e atuação dos profissionais farmacêuticos no SUS

Padronização, normatização e regulamentação dos serviços e medicamentos (PCDTs)

Desenvolvimento e consolidação da AF na AB

Farmácia Popular

Estruturação da AF

Maiores investimentos e ampliação dos serviços e tecnologias

Indicadores com menor recorrência

19%

14%

10%

7%

9%

9%

4%

4%

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17%

19%

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9%

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16%

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Legenda: AB: Atenção Básica; AF: Assistência Farmacêutica; PCDTs: Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; RH: Recursos Humanos; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

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23Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Quadro 1 - Indicadores do Eixo 1 Universalidade do acesso à saúde com maior prevalência por região do país

CATEGORIA SWOT REGIÃO INDICADORES COM MAIOR PREVALÊNCIA EM CADA REGIÃO

Centro-Oeste Promoção do URM, ampliação do acesso e padronização, normatização e regulamentação dosserviços e medicamentos

Nordeste Ampliação do acesso, farmacêutico presente, legislação vigente e políticas públicas

Norte Valorização profissional e desenvolvimento AF na AB

Sudeste Ampliação do acesso, legislação vigente e ampliação da atuação do farmacêutico

Sul Valorização profissional, ampliação do acesso, normatização e regulamentação dos serviços emedicamentos, PCDTs e promoção do URM

Centro-Oeste Deficiência no ciclo da AF e falta de investimentos em novas tecnologias

Nordeste Diminuição do acesso, falta integração multidisciplinar e interesses financeiros sobrepondointeresses do SUS

Norte Desvalorização profissional, diminuição do acesso e falta de estrutura física e RH

Sudeste Desvio de verbas, falta de financiamento da AF, má gestão e falta de orientação aos usuários

Sul Dificuldades de implementação da PNAF em sua integralidade, escassez de recursos e mágestão de recursos e serviços públicos

Centro-Oeste Ampliação do acesso, controle social, desenvolvimento científico, judicialização e promoção doURM

Nordeste Descentralização das ações, participação social na PNAF, políticas públicas

Norte Qualificação e capacitação profissional, desenvolvimento AF na AB

Sudeste Controle social, sistema político e programas de saúde e valorização profissional

Sul Qualificação e capacitação profissional, controle social e demanda da sociedade - Redes deCuidado e Interação entre os serviços e usuários

Centro-Oeste Desunião classe farmacêutica, ambiente político desfavorável e interesses econômicos

Nordeste Automedicação, desinformação da população referente a AF e judicialização

Norte Má gestão de recursos, automedicação, desvalorização profissional, indústria farmacêutica epolítica econômica desfavorável

Sudeste Má gestão de recursos, má qualidade dos medicamentos e falta fiscalização órgãos vigentes

Sul Política neoliberal, influência política negativa, falta de controle social e fragmentação dosmodelos de atenção à saúde

FORÇAS

FRAQUEZAS

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Legenda: AB: Atenção Básica; AF: Assistência Farmacêutica; PCDTs: Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; RH: Recursos Humanos; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos.

Fonte: Elaborado pelos autores.

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24 Escola Nacional dos Farmacêuticos

No Gráfico 2, observam-se as principais Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças do eixo te-mático referente aos Recursos Humanos no SUS analisados globalmente, onde se destaca o indicador “Reestruturação e mudança da grade curricular - formação interdisciplinar e humanística (SUS)” como principal força relatada pelos participantes, assim como a principal fraqueza é a “Desvalorização e falta de reconhecimento profissional - desmotivação” com 21% de recorrência.

Dentre as oportunidades e ameaças chama a atenção a dialética das questões a seguir: a “Valoriza-ção Profissional” e a “Grade curricular defasada e distante do SUS, baixa adesão aos cursos de gradua-ção em farmácia e docentes com formação obsoleta”, respectivamente. Ou seja, a formação profissional e a valorização dos profissionais envolvidos com a PNAF configuram-se como as principais questões re-lativas aos recursos humanos - como a força no sentido de que houve avanços importantes no período, mas ameaça na medida em que os avanços são limitados e correspondem à totalidade das necessidades apresentadas.

Na análise realizada por regiões do Brasil, os indicadores do eixo temático Recursos Humanos no SUS demonstram que uma variedade de temas são identificados entre as regiões estudadas, conforme pode-se evidenciar no Quadro 2.

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25Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Gráfico 2 – Distribuição dos indicadores do eixo Recursos Humanos no SUS, Avaliação PNAF (2014)

Reestruturação e mudança grade curricular - formação interdisciplinar e humanística (SUS)

Desvalorização e falta de reconhecimento pro�ssional - desmotivaçãoGrade curricular defasada e distante do SUS (formação tecnicista e generalista)/ Baixa qualidade dos novos cursos de graduação

Falta de quali�cação e investimentos em educação continuada - restrição dos cursos apenas aos pro�ssionais do SUSFalta de farmacêuticos e ausência do pro�ssional farmacêutico na AF/ SUS

Falta de investimentos e gestão adequada dos recursos públicosFalta de invevestimentos em quali�cação e capacitação pro�ssional

Precarização do vínculo/ RotatividadeBaixa adesão à PNAF

Desvio de verbasFalta de planejamento e interesse com a gestão pública - falta de transparência e má gestão

De�ciência na promoção do URM - uso incorreto de medicamentosIndicadores com menor recorrência

Valorização pro�ssionalAmpliação do acesso as IES e aumento do número de faculdades e cursos de graduação e pós graduação

Reestruturação e mudança grade curricular - formação interdisciplinar e humanística (SUS)Capacitação pro�ssional de gestores e farmacêuticos/ Cursos gratuitos - EAD e presenciais e cursos oferecidos pelos conselhos regionais

Ampliação da presença e atuação dos pro�ssionais farmacêuticos no SUSPro�ssionais engajados e unidos/ Formação multipro�ssional e programas de residências

Controle socialQualifar SUS - melhoria nas estruturas das farmácias e �nanciamento da AF

Ambiente político favorável - política nacional de gestão de tecnologias em saúde e recursos humanos para o SUSAplicação dos recursos em políticas públicas

Ampliação de políticas e programas - farmácias vivas/ farmácia estabelecimento de saúdeIndicadores com menor recorrência

Grade curricular defasada e distante do SUS, baixa adesão aos cursos de graduação em farmácia e docentes com formação obsoleta

Desvalorização pro�ssional e baixa remuneração - desmotivaçãoFalta de capacitação e quali�cação dos gestores e pro�ssionais farmacêuticos

In�uência política negativa e ambiente político desfavorável - legislação vigente (MP 653/2014)Serviços farmcêuticos privativos realizados por outros pro�ssionais

Má gestão de recursos e desvio de verbasCondições de trabalho inadequadas - Infraestrutura

Interesses Econômicos e lucratividade - Indústria Farmacêutica in�enciando na RenameFalta de promoção do URM e automedicação

Carência de programas de pós-graduação voltados ao SUS com falta de integração entre SUS e IES - pouca divulgação de programas de capacitação do MS

Escassez de pro�ssionais quali�cados nas diferentes regiões do país e evasão pro�ssionalIndicadores com menor recorrência

Valorização pro�ssional e reconhecimento do farmacêutico como pro�ssional da saúde

Promoção do URM

Ampliação da presença e atuação dos pro�ssionais farmacêuticos no SUS

Aumento acesso ao ensino superior e pós-graduação e aumento do número de instituições de ensino/ Curso de gestão da AF - MS

Quali�cação e capacitação pro�ssional

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentos

Financiamento e recursos para AF - Qualifar SUS

Órgãos �scalizadores - maior �scalização

Atuação da CFT

Indicadores com menor recorrência

17%

14%

13%

12%

9%

8%

5%

5%

3%

3%

12%

16%

13%

11%

7%

6%

6%

5%

5%

4%

4%

3%

21%

21%

12%

11%

10%

6%

6%

3%

3%

3%

3%

3%

19%

17%

16%

14%

11%

9%

4%

3%

3%

3%

2%

2%

12%

FORÇ

ASFR

AQUE

ZAS

OPOR

TUNI

DADE

SAM

EAÇA

S

Legenda: AF: Assistência Farmacêutica; CFT: Comissão de Farmácia e Terapêutica; EAD: Ensino à Distância; IES: Instituição de Ensino Superior; MP: Medida Provisória; MS: Ministério da Saúde; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; QUALIFAR: Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica; Rename: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

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26 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Quadro 2 - Indicadores do Eixo 2 Recursos Humanos no SUS com maior prevalência por região do país

CATEGORIA SWOT REGIÃO INDICADORES COM MAIOR PREVALÊNCIA EM CADA REGIÃO

Centro-Oeste Presença do farmacêutico no SUS e valorização profissional

Nordeste Valorização profissional, aumento acesso ao ensino superior e pós-graduação e mudançacurricular – humanista (SUS)

Norte Qualificação e capacitação profissional, Qualifar SUS e financiamento e recursos para AF

Sudeste Órgãos fiscalizadores atuantes, Presença do farmacêutico no SUS

Sudeste Presença do farmacêutico no SUS, reconhecimento do farmacêutico como profissional da saúdee capacitação profissional

Sul URM, ampliação do acesso e CFT

Centro-Oeste Falta de qualificação e precarização do vínculo

Nordeste Falta de investimentos e gestão adequada dos recursos públicos, falta de reconhecimentoprofissional e falta de motivação e estímulo profissional

Norte Falta de farmacêuticos e desvalorização profissional

Sudeste Desarticulação academia e mercado de trabalho e desvalorização profissional

Sul Falta de qualificação e qualidade dos novos cursos de graduação (grade curricular distante doSUS, formação generalista/ tecnicista)

Centro-Oeste Ampliação da atuação do farmacêutico, ampliação do acesso as IES, aumento acesso ao ensinosuperior e pós-graduação e mudança curricular – humanista (SUS)

Nordeste Aumento acesso ao ensino superior e pós-graduação, mudança curricular – humanista (SUS)e profissionais engajados e unidos/ formação multiprofissional/ programas de residências.

Norte Aumento do número de faculdades e cursos de graduação e pós-graduação, capacitação dosgestores e farmacêuticos e reestruturação grade curricular

Sudeste Controle social, aplicação dos recursos – políticas públicas, capacitação profissional eampliação da atuação do farmacêutico

Sul Valorização profissional e cursos de capacitação e especialização gratuitos – EAD e presenciais

Centro-Oeste Cursos de graduação de baixa qualidade

Nordeste Serviços farmacêuticos privativos realizados por outros profissionais e falta de capacitação dosgestores e profissionais farmacêuticos

Norte Falta de capacitação dos gestores e profissionais farmacêuticos, desvalorização profissional ecursos de graduação de baixa qualidade

FORÇAS

FRAQUEZAS

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Legenda: AF: Assistência Farmacêutica; CFT: Comissão de Farmácia e Terapêutica; EAD: Ensino à Distância; IES: Instituição de Ensino Superior; QUALIFAR: Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

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27Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Com relação ao eixo temático Financiamento da Assistência Farmacêutica observou-se que o indi-cador predominante da categoria força foi “Linhas de Financiamento para AF”, enquanto a fraqueza foi “Desvio de Verbas”; já quanto às oportunidades, destacaram-se as “Parcerias Público-Privado: finan-ciamento de pesquisas, desenvolvimento e produção de tecnologias e incentivos fiscais”; e referente às ameaças verificadas nesse eixo “Corrupção e interferência política” apresentou um índice de recorrên-cia de 16% sobre os demais (Gráfico 3). Os participantes revelaram com clareza a preocupação com a garantia de que os recursos públicos tivessem o melhor uso para a saúde do povo brasileiro em todos os níveis de gestão.

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28 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Gráfico 3 – Distribuição dos indicadores do eixo Financiamento da Assistência Farmacêutica, Avaliação PNAF (2014)

Linhas de financiamento para AF

Desvio de verbas

Burocratização - do acesso e aquisição de medicamentos, das APACs e dos órgãos reguladores

Falta de financiamento da AF e escassez de recursos

Má gestão de recursos e deficiência da gestão financeira

RH insuficienteNão atendimento às pactuações

Falta de capacitação orçamentária aos gestores

Falta de medicamentos

Pouca gerência do farmacêutico no controle do recurso destinado à AF

Deficiência na promoção do URM

Indicadores com menor recorrência

Parcerias Público-Privado: financiamento de pesquisas, desenvolvimento e produção de tecnologias e incentivos fiscaisPresença do farmacêutico no SUS

Controle socialImplantação de políticas e programas - Farmácia Estabelecimento de Saúde, Saúde +10, PNF e práticas integrativas e complementares para o SUS

Criação de um conselho fiscal

Qualifar SUS - Estruturação da af e sistemas informatizadosAumento dos repasses e garantia de recursos para financiamento da AF - inserção de novos medicamentos

Consórcio para aquisição de medicamentosEducação continuada

Gerenciamento farmacêuticoMídia favorável

Indicadores com menor recorrência

Corrupção e interferência política

Má gestão dos recursos e falta de planejamento, transparência e interesse com a gestão públicaFalta de políticas que garantam o financiamento da AF

Lobby das indústrias farmacêuticas e indústria farmacêutica internacional

Interesses econômicos e mercadológicos

Judicialização

Falta de comprometimento de gestores e políticos com a PNAF

Ausência do profissional farmacêutico na AF/SUS

Diminuição do acesso aos serviços e medicamentos

Desvalorização profissionalIndicadores com menor recorrência

Valorização profissionalPolítica norteadora com definição de eixos estratégicos sobre AF com responsabilidades preestabelecidas

Presença do farmacêutico no SUS com representação da AF em cada esfera de governoParcerias Público-Privado na promoção do URM

Bloco próprio de financiamento da AFGestão logística - consórcio para aquisição de medicamentos e sistemas informatizados

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentosAções sociais voltadas para promoção da saúde - segurança do paciente

Qualifar SUSRegulação do mercado farmacêutico

Indicadores com menor recorrência

14%

13%

13%

8%

7%

8%

7%

7%

5%

4%

4%

8%

16%

13%

11%

7%

6%

6%

5%

5%

4%

4%

21%

18%

17%

13%

11%

7%

6%

5%

4%

3%

3%

13%

18%

11%

10%

10%

5%

5%

5%

4%

4%

4%

4%

18%

FORÇ

ASFR

AQUE

ZAS

OPOR

TUNI

DADE

SAM

EAÇA

S

Legenda: AF: Assistência Farmacêutica; APAC: Autorização de Procedimento de Alta Complexidade; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; PNF: Política Nacional de Fitoterápicos; QUALIFAR: Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica; RH: Recursos Humanos; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

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29Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

No Eixo 4 referente a Gestão da Assistência Farmacêutica os resultados demonstram que o indica-dor “Presença do farmacêutico no SUS e regulamentação da atuação dos profissionais - AF inserida no organograma” alcançou predominou com relação a categoria força, assim como na categoria fraqueza predominou “Ausência de farmacêutico na AF no SUS - falta e rotatividade de profissionais”. No que se refere às oportunidades verifica-se o indicador “Acesso às informações pelo usuário” com maior re-corrência e como principal ameaça destaca-se “Interesses econômicos - medicamentos como bem de consumo e influência da indústria farmacêutica”, conforme demonstrado no Gráfico 4.

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30 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Gráfico 4 – Distribuição dos indicadores do eixo Gestão da Assistência Farmacêutica, Avaliação PNAF (2014)

Presença do farmacêutico no SUS e regulamentação da atuação dos pro�ssionais

Ausência de farmacêutico na AF no SUS - falta e rotatividade de pro�ssisonais

Má gestão dos recursos e falta de planejamento, transparência e interesse com a gestão pública - falta de monitoramento das ações e da execução dos recursos

De�ciência no ciclo da AF: estrutura inadequada, ausência de CFT e falta de integração dos sistemas informatizados

Falta de quali�cação e capacitação dos gestores e pro�ssionais farmacêuticos

Falta de comprometimento de gestores e políticos com a PNAF - interferência políticaFragmentação dos modelos de atenção à saúde

Di�culdades de implementação da PNAF em sua integralidade sema consolidação da AF

Prescrição de medicamentos não padronizados

Falta de reconhecimento e desvalorização pro�ssional

Falta de comprometimento e desquali�cação do pro�ssional farmacêutico e da AF prestada

Indicadores com menor recorrência

Acesso às informações pelo usuárioCapacitação pro�ssional e quali�cação da AF: residências multipro�ssionais e parcerias entre entidades e universidades

Ambiente político favorável - política assistencialista e cooperação entre poderesPercepção da sociedade sobre a importância dos cuidados farmacêuticos e valorização pro�ssional

Ampliação do �nanciamento do SUS - linhas de �nanciamento para AF e Qualifar SUS

Controle socialAmpliação da presença e atuação dos pro�ssionais farmacêuticos no SUS

URMRedes de Atenção à Saúde

Ampliação de políticas e programas - Farmácia Popular, Farmácia Estabelecimento de Saúde, RAS, Fitoterápicos e plantas medicinaisAmpliação do acesso aos serviços e medicamentos e integralidade de atenção à saúde

Indicadores com menor recorrência

Interesses econômicos - medicamentos como bem de consumo e in�uência da indústria farmacêutica

Gestão pública de�ciente - sem planejamento, transparência e avaliação, falta de conhecimento e interesse com a gestão públicaJudicialização

Falta de políticas que garantam o �nanciamento da AF e falta de investimentos em políticas de saúde

Ambiente político desfavorável - in�uência política negativa e instabilidade econômica

Diminuição do acesso aos serviços e medicamentos

Falta de quali�cação e capacitação pro�ssional

Desunião classe farmacêutica e falta de comprometimento pro�ssional

Uso incorreto de medicamentos e desinformação da população quanto a AF

Ausência do pro�ssional farmacêutico na AF e na atenção ao paciente no SUS devido a baixa adesão à PNAFIndicadores com menor recorrência

Remume, Rename e PCDTsAmpliação do acesso aos serviços e medicamentos

CFTCiclo logístico da AF

Quali�cação e capacitação pro�ssionalLinhas de �nanciamento para AF - Qualifar SUS

Planejamento estratégico - gestão participativaFarmácia clínica e promoção URM

Valorização pro�ssionalAmpliação de políticas e programas - Farmácia Popular, Farmácia Estabelecimento de Saúde, Redes de Atenção à Saúde e Fitoterápicos

Indicadores com menor recorrência

18%

17%

10%

7%

7%

7%

6%

6%

6%

3%

3%

8%

18%

15%

10%

9%

7%

6%

6%

6%

5%

5%

14%

16%

15%

10%

8%

8%

6%

6%

6%

6%

5%

13%

18%

14%

9%

8%

8%

7%

7%

4%

4%

3%

3%

15%

FORÇ

ASFR

AQUE

ZAS

OPOR

TUNI

DADE

SAM

EAÇA

S

Legenda: AF: Assistência Farmacêutica; CFT: Comissão de Farmácia e Terapêutica; PCDTs: Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; QUALIFAR: Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica; RAS: Redes de Atenção à Saúde; REMUME: Relação Municipal de Medicamentos; RENAME: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais; SUS: Sistema Único de Saúde; URM: Uso Racional de Medicamentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

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31Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

No eixo de discussão referente ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, destacam-se os indi-cadores “Incentivo em C&T, investimentos em tecnologia na produção de medicamentos e recursos destinados à AF” e “Parcerias Público-Privado - financiamento de pesquisas e interesse político” como forças e oportunidades, respectivamente mais predominante entre os grupos. Como principais fraqueza e ameaça desse eixo temático aparecem os indicadores “Falta de investimentos em políticas públicas de C&T – área farmacêutica e falta de incentivo para pequenas indústrias/ desenvolvimento de tecnologias específicas”, como pode-se observar no Gráfico 5.

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32 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Gráfico 5 – Distribuição dos indicadores do eixo Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Avaliação PNAF (2014)

Incentivo em C&T, investimentos em tecnologia na produção de medicamentos e recursos destinados à AF

Falta de investimentos em políticas públicas de C&T - área farmacêutica e falta de incentivo pequenas indústriasMá gestão pública, desvio de verbas e falta de transparência

Ausência de visão política e parcerias Público-Privado: incentivos fiscais e desinteresse na produção de fitoterápicos Parque industrial estatal insuficiente e sucateado - carência de produção nacional e deficiência dos laboratórios oficiais

Matriz curricular insuficiente para pesquisa e falta de parcerias IES privadasDesinteresse dos gestores e profissionais - desconhecimento da cadeia produtiva do medicamento

RH insuficiente e falta de mão de obra em regiões específicasPeculiaridades regionais não comtempladas pela PNAF: falta de integração entre PNAF e C&T

Alto custo de medicamentos - falta de patentes brasileiras e lei das patentesBurocratização - órgãos reguladores

Concentração dos centros de pesquisa e produçãoIndicadores com menor recorrência

Parcerias Público-Privado - financiamento de pesquisas e interesse políticoAmpliação da infraestrutura tecnológica nas universidades e avanços de projetos e produção de pesquisa - Ciências sem Fronteiras

Investimento em tecnologias na produção de medicamentos, iniciação cientifica e novas linhas de financiamento destinadas à doenças negligenciáveis

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentos

Política econômica, economia de recursos e isenção tributáriaAmpliação da capacidade industrial e tecnologia transferida - expansão da indústria farmacêutica na produção de medicamentos

BiodiversidadeMão de obra especializada e empresas capacitadas para atuar com ciência e tecnologia - qualificação e capacitação profissional

SustentabilidadeValorização profissional

Fitoterápicos - Politica Nacional das Plantas Medicinais e MedicamentosIndicadores com menor recorrência

Falta de investimentos em políticas públicas de C&T - área farmacêutica e falta de incentivo pequenas indústrias e desenvolvimento de tecnologias específicas

Interesses econômicos e lucratividade - indústria farmacêutica internacionalFalta de comprometimento de gestores, profissionais e políticos com a PNAF - má gestão de recursos

Recessão e crise mundial, alta carga tributária e risco de mercadoInvasão de pesquisadores estrangeiros e evasão de cientistas para outros países - uper valorização das publicações internacionais

Falta de integração - PNAF e academia e parcerias Público-Privado com desinteresse em firmar PDPS, baixa interação e interesses contrários ao SUS

Descontinuidade e sucateamento de projetos - pesquisas sem divulgação de resultados, burocratização de pesquisas clínicas e privatização da pesquisa

Corrupção e interferência políticaBiopirataria e exploração da biodiversidade

Formação generalista, deficiente em C&T e transferência de tecnologia

Deficiência do complexo industrial da saúde, laboratórios oficiais e má qualidade dos medicamentosIndicadores com menor recorrência

Valorização profissional

Desenvolvimento científico e tecnológico - Conitec e laboratórios oficiais

Parcerias Público-Privado - desenvolvimento, transferência e produção de tecnologias

Biodiversidade

Editais de pesquisa MS/CNPq

Ampliação do acesso aos serviços e medicamentos

Políticas e programas nacionais - Fitoterápicos, Genéricos, Plano Brasil Maior, Indústria Nacional de Medicamentos

Rename

Padronização, normatização e regulamentação das políticas e dos serviços e medicamentos

Indicadores com menor recorrência

22%

12%

10%

9%

8%

8%

6%

6%

5%

4%

10%

16%

13%

11%

7%

6%

6%

5%

5%

4%

4%

3%

21%

18%

21%

9%

8%

6%

5%

5%

5%

4%

3%

3%

12%

13%

10%

11%

6%

7%

13%

4%

9%

4%

4%

4%

14%

FORÇ

ASFR

AQUE

ZAS

OPOR

TUNI

DADE

SAM

EAÇA

S

Legenda: AF: Assistência Farmacêutica; C&T: Ciência e Tecnologia; CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; CONITEC: Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; IES: Instituição de Ensino Superior; MS: Ministério da Saúde; PDPs: Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo; PNAF: Política Nacional de Assistência Farmacêutica; RENAME: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais; RH: Recursos Humanos; SUS: Sistema Único de SaúdeFonte: Elaborado pelos autores.

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33Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

Diante da ponderação online dos dados, foi possível mensurar as 10 categorias de indicadores com maior pontuação, conforme apresentado na Figura 8.

Figura 8 – Dez categorias de indicadores com maior pontuação

10 Categorias de indicadores com maior pontuação

•Ampliação da atuação pro�ssional do farmacêutico nos serviços de saúde.•Desenvolvimento de estratégias de Promoção do URM nos serviços e na comunidade.•Ampliação do acesso ao SUS.•Listas de Padronizações de Medicamentos enquanto instrumento de contribuiçãopara o acesso a Medicamentos e uso racional dos medicamentos.•Capacitação e comprometimento da gestão do sistema de saúde com a consolidaçãodo SUS.•Investimentos em saúde de forma geral e na AF.•Maior comprometimento dos pro�ssionais de saúde com a quali�cação e com a população usuária dos serviços.•Atuação do controle social na �scalização e participação nas políticas públicas.

•Má gestão e in�uência política sobre a organização do SUS.•Pouca valorização do farmacêutico pelos usuários e pela gestão do SUS, ausênciade carreira de estado, gerando falta de �xação e desmorivação.

FORÇ

AS/

OPOR

TUNI

DADE

SFR

AQUE

ZAS/

AMEA

ÇAS

AF: Assistência Farnacêutica; URM: Uso Racional de Medicamentos; SUS: Sistema Único de Saúde

Fonte: Elaborado pelos autores.

Além disso, o Gráfico 6 representa os indicadores mais pontuados por conselheiros (incluindo mui-tos farmacêuticos, representantes de usuários e gestores que atuam como conselheiros em conselhos municipais, estaduais e no Conselho Nacional de Saúde) e não conselheiros de saúde, destacando-se a ampliação da atuação profissional do farmacêutico em todos os níveis de atenção à saúde, destacado principalmente por não-conselheiros. Já os conselheiros de saúde deram mais destaque para questões como insuficiência de recursos financeiros e humanos e a própria atuação do controle social para a ga-rantia do desenvolvimento de políticas de saúde, como a PNAF.

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34 Escola Nacional dos Farmacêuticos

Gráfico 6 – Indicadores mais pontuados por Conselheiros e Não Conselheiros de Saúde

PNAF: Política Nacional de Assistência Farnacêutica; SUS: Sistema Único de Saúde

Fonte: Elaborado pelos autores.

O Gráfico 7 apresenta os indicadores mais pontuados por farmacêuticos e não farmacêuticos parti-cipantes das oficinas.Gráfico 7 – Indicadores mais pontuados por farmacêuticos e não farmacêuticos

URM: Uso Racional de Medicamentos; SUS: Sistema Único de Saúde

Fonte: Elaborado pelos autores.

Indicadores mais pontuados por Conselheiros e Não Conselheiros de Saúde

1

2

34

5

6

78

9

Ampliação da atuação pro�ssional do farmacêutico em todos os níveis de atenção à saúde.

Aporte �nanceiro para execução das ações em saúde previstas naPNAF.

Atuação do controle social na �scalização e participação nas políticas públicas.

Ampliação da atuação pro�ssional do farmacêutico nos serviços de saúde.

Uso de meios de comunicação como estratégia para informar a população sobre o direito de acesso à Assistência Farmacêutica.

Ampliação do acesso ao SUS.

Investimento em tecnologias pelo SUS.

Desenvolvimento de estratégias de Promoção do Uso Racional deMedicamentos nos serviços e na comunidade.

Insul�ciência de recursos humanos, materiais e estruturas novas.

1

2

3

4

5

6

7

8

9Não Conselheiros

Conselheiros

Índice Indicador

Indicadores mais pontuados por farmacêuticos e não farmacêuticos

1

2

34

5

6

78

9

Listas de padronizações de medicamentos enquanto instrumento de contribuição para o acesso a medicamentos e uso racional dos medicamentos

Maior comprometimento dos pro�ssionais de saúde com suaquali�cação e com a população usuária dos serviços.

Atuação do controle social de forma a contribuir para o acesso à saúde.

Atuação do controle social na �calização e participação nas políticas públicas.

Ampliação da atuação pro�ssional do farmacêutico nos serviçosde saúde.

Uso de meios de comunicação como estratégia para informar apopulação sobre o direito de acesso à Assistência Farmacêutica.

Investimento em tecnologia pelo SUS.

Desenvolvimento de estratégias de Promoção do URMnos serviços e na comunidade.

Investimentos.

1

2

3

4

5

6

7

8

9Não Farmacêuticos

Farmacêuticos

Índice Indicador

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35Avaliação participativa PNAF: 2004 - 2014

A Figura 9 apresenta um panorama dos índices de concordância e níveis de importância dos indica-dores ponderados.

As partes interessadas identi-ficaram importantes avanços nos investimentos públicos e com-prometimento acadêmico para a educação e treinamento no setor da farmácia pública. Também indicaram a existência de alguns desafios, como a qualidade da avaliação da educação e as rela-ções incipientes entre o mundo universitário e as políticas e prá-ticas farmacêuticas. No entanto, houve altos níveis de discordância entre os participantes a respeito destes temas enquanto forças ou fraquezas, ou oportunidades ou ameaças. Estas divergências ex-põem a diversidade de níveis de desenvolvimento da AF nos dife-rentes níveis de gestão, em dife-rentes regiões. Também revelam as diferentes experiências viven-ciadas pelos participantes deste processo de avaliação e de suas expectativas quanto aos avanços desejados ou esperados para a PNAF em seus primeiros 10 anos.

No entanto, os participantes, na etapa de ponderação, consideraram estes temas muito importantes para a avaliação da PNAF.

Baixos índices de concordância e autos níveis de importância

FORÇAS/OPORTUNIDADES

FRAQUEZAS/AMEAÇAS

Efetivação da prática da Atenção Farmacêutica.

Participação, Fiscalização e Controle Social da Saúde.

Aporte �nanceiro adequado para a política de saúdebrasileira.

Prática de uso de indicadores e dados epidemiológicospelos gestores para planejamento e avaliação da Assistência Farmacêutica.

Pouca capacitação e comprometimento da gestão no exercício da Assistência Farmacêutica.

Baixa quali�cação do farmacêutico para desenvolvero uso racional de medicamentos e intervir na famarcoterapia.

De�ciência de regulamentações e normatizaçõespara o acesso aos medicamentos e investimentosdo poder público na Assistência Farmacêutica.

Pouco comprometimento dos pro�cionais de saúdeem se quali�carem e com a população.

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:Figura 9 – Baixos índices de concordância e autos níveis de importância

Fonte: Elaborado pelos autores

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DISCUSSÃO: O QUE NOS DIZEM OS RESULTADOS

DA AVALIAÇÃO?De acordo com os referenciais teóricos adotados, a construção da avaliação realizada de forma parti-

cipativa, junto aos atores locais, possibilitou que os indicadores resultantes apresentassem consonância com a realidade, levando em consideração a política e as especificidades da organização e desenvolvi-mento da política de saúde nas diferentes regiões. O perfil dos participantes, em todas as regiões do país, certamente proporcionou uma riqueza e variedade de olhares, trazendo para o processo de avalia-ção diferentes experiências reais e cotidianas como profissionais que trabalham para a consolidação da política, como membros do controle social da saúde que atuam para sua efetivação, ou como usuários que a vivenciam e dela dependem. Esta avaliação, portanto, parte do ponto de vista dos atores envolvi-dos e não de premissas ou indicadores formulados a priori. Outro aspecto relevante é que a participa-ção dos atores possibilita também, que a pesquisa contribua com a qualificação e desenvolvimento dos profissionais atuantes na gestão da Assistência Farmacêutica, bem como dos demais profissionais e dos participantes do controle social, durante o próprio processo de avaliação.

A construção participativa tornou a avaliação contextualizada e proporcionou legitimidade, o que aumenta, em muito, as chances de que seus resultados representem a realidade e sejam relevantes para a tomada de decisões, destacando-se também a importância de se fazer a aplicação de metodologias mistas e de se buscar informações para uma análise ampliada ou, nos termos de Minayo, Assis e Souza (2010), usar a triangulação de métodos.

Segundo Vasconcelos e colaboradores (2017), mais que uma simples evolução dos critérios e pro-cedimentos para a seleção de medicamentos no SUS, ocorreu entre 1998 e 2012 um deslocamento de uma aposta política na essencialidade como critério organizador da AF, que favoreceria a universali-zação dos cuidados, para a incorporação de tecnologias, apostando na inovação como viabilizadora da integralidade na AF. A “ampliação do acesso”, tanto aos produtos quanto aos serviços farmacêuticos, reflete esta percepção de integralidade da AF como principal força da PNAF em todo o país. Este é, sem dúvida, um resultado direto da PNAF, de sua implementação, percebido e valorizado por todos os envolvidos. Resultados recentes da Pesquisa Nacional sobre Acesso e Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) corroboram com estes resultados, fornecendo resultados quantitativos: a média de acesso to-tal aos medicamentos prescritos para doenças crônicas no Brasil foi de 94,3% (considerando acesso em serviços públicos e privados) e 45,2% de todos os entrevistados obtiveram todos os medicamentos de que necessitavam no SUS (OLIVEIRA et al., 2016). Considerando a disponibilidade dos medicamentos essenciais nos serviços de atenção básica, os usuários destes serviços reportaram que encontraram os medicamentos de que necessitavam em 58,2% dos casos (ALVARES et al., 2017).

Na avaliação da PNAF os participantes da região Nordeste, no entanto, também relataram a percep-ção de diminuição do acesso dos medicamentos. Apesar dos indicadores quantitativos afirmarem que o acesso crescem de forma importante em todo o país, é importante analisar que na região Nordeste ainda se encontram importantes fragilidades que, certamente, refletem na percepção das pessoas de que há constrangimentos no acesso. A PNAUM revelou que a acessibilidade total aos medicamentos no Nordeste foi de 92% dos entrevistados, enquanto na região Sul chegou a 95,8%. Em estudo sobre a força de trabalho na atenção básica, Carvalho e colaboradores (2018) demonstram que a região Nordeste foi a que mais cresceu em número de unidades de saúde e profissionais de saúde de nível superior. No entan-to, ainda é a região com maiores déficits de serviços e profissionais, se comparado com outras regiões.

A ampliação do acesso foi a categoria com mais citação na avaliação, e a aquela que representa uma amplo conjunto de condições criadas ou aprimoradas durante os 10 primeiros anos de implantação da PNAF. A criação e aprimoramento de legislações, normatizações e políticas setoriais relacionadas à Assistência Farmacêutica aparece como importante conquista da PNAF: as linhas de financiamento no

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SUS, as rubricas para os componentes da AF, a definição de responsabilidades entre os entes gestores de forma normatizada e pactuada, o investimento de instrumentos de gestão, a qualificação de instru-mentos como RENAME, REMUME, Formulários terapêuticos e Protocolos Clínicos. O aporte financei-ro para a execução das ações previstas na PNAF foi destacada pelos participantes na etapa de pondera-ção online, especialmente entre os conselheiros de saúde (Gráfico 6). Juntamente com o crescimento do número e qualificação de profissionais, tais investimentos técnicos e políticos da PNAF proporcionaram as condições para o resultado mais visível e sensível para a população: o acesso à AF.

O expressivo aumento de número de profissionais de saúde, mas em especial de farmacêuticos, foi outra força da PNAF altamente reconhecida. A política de gestão do trabalho e da educação na saúde desenvolvida no mesmo período avaliado certamente possibilitou os avanços observados neste eixo es-tratégico da PNAF. Segundo Carvalho e colaboradores (2018), entre 2003 e 2013 houve um aumento de 75% no número de farmacêuticos atuando na atenção básica no Brasil, uma das categorias profissionais com maior crescimento (junto com a educação física, fisioterapia e nutrição). Este crescimento da atua-ção dos farmacêuticos nos serviços de saúde é percebido e reconhecido pelos participantes da avaliação, não-farmacêuticos e pelos conselheiros e não-conselheiros de saúde (Gráficos 6 e 7). O farmacêutico hoje faz parte das equipes de saúde e do cotidiano dos serviços.

Ações de integração entre os Ministérios da Saúde e da Educação proporcionaram o desenvolvi-mento de programas e projetos de formação de profissionais para o SUS - reconhecidos como forças e oportunidades da PNAF. Programas de qualificação profissional foram implantados em todos os es-tados, com destaque para diversas iniciativas de qualificação para farmacêuticos e para profissionais prescritores, na perspectiva de promover o uso mais racional dos medicamentos.

Na região Nordeste, Carvalho e colaboradores (2017) identificaram o menor crescimento no número de farmacêuticos da atenção básica, em relação a todas as demais regiões (45% em uma década). Nesta região, os participantes da avaliação registraram falta de reconhecimento deste profissional como fra-queza e a atuação de outros profissionais na realização de serviços do âmbito privativo do farmacêutico como ameaças relacionadas à PNAF.

A qualidade dos cursos de graduação em Farmácia também foi destaque em todas as regiões. O au-mento expressivo e desordenado da oferta de cursos de farmácia (CARVALHO; LEITE, 2016), muitos dos quais por instituições isoladas, sem estrutura universitária e envolvimento com a comunidade e os serviços de saúde, tem sido motivo de preocupação da categoria farmacêutica e da área da saúde. De fato, apesar das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Farmácia de 2002 trazerem a formação para o SUS como ponto fundamental, a formação geral e em saúde pública ainda parece ser deficitária, como relatado por diversos estudos. Mais recentemente, em 2017, foi aprovada nova pro-posta de Diretrizes Curriculares para Farmácia com avanços em relação às áreas de formação do farma-cêutico, no entanto, a formação com foco no SUS não aparece de forma clara e inequívoca. O Conselho Nacional de Saúde tem tomado a frente desta questão e está elaborando diretrizes comuns para área da saúde, que devem ser a base para formação em saúde e, assim, nortear adequadamente a formação do farmacêutico. O aumento do número dos cursos de farmácia, por outro lado, é também fato que pode ser uma oportunidade para a consolidação da política, uma vez que ainda há necessidade de mais far-macêuticos para atender as demandas dos serviços de saúde em algumas regiões do país (CARVALHO; LEITE, 2016).

Ainda assim, as mudanças curriculares na última década e as iniciativas de integração ensino-ser-viço são reconhecidas como oportunidades que colaboram para a consolidação da PNAF de forma im-portante. Há o reconhecimento de que houve um importante avanço na valorização do profissional farmacêutico, nos serviços de saúde e na sociedade, mas esta também é uma questão relatada como ameaça para a PNAF. Questões como a falta de plano de carreira, contratos de trabalho precarizados e baixa autonomia do farmacêutico nos processos de trabalho foram citados como desmotivadores para a categoria profissional e, desta forma, podem afetar o desempenho destes profissionais na condução e execução das ações e serviços necessários.

Os investimentos em ciência e tecnologia para ampliar e qualificar o acesso aos medicamentos e aos

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serviços farmacêuticos também recebeu muita atenção dos participantes. Ainda que apareça como uma força específica da PNAF, representado por alguns editais de apoio à pesquisa em AF e os projetos de transferência de tecnologia e produção em parceria dos setores público e privado como oportunidades, a falta de um planejamento, recursos e ações de grande impacto para o desenvolvimento nacional de ciência e tecnologia para produtos e serviços farmacêuticos figura como fraqueza na consolidação da PNAF e uma ameaça no cenário nacional de desenvolvimento sustentável e autonomia.

Preocupações bastante representadas pelos participantes das oficinas foi com relação à gestão de baixa qualidade e o uso inadequado de recursos públicos. Essas questões aparecem claramente nas ameaças vislumbradas pelos participantes no cenário das políticas públicas em geral, como potencial-mente impactantes sobre a PNAF. Mas também aparecem como fraquezas da própria PNAF questões como a falta de qualificação de gestores para a AF, falta de fiscalização e controle no setor, a má aplica-ção dos recursos da AF. São questões que, do ponto de vista de participantes da avaliação, constrangem a capacidade e a abrangência de desenvolvimento dos objetivos da PNAF em vários aspectos.

A importância da ação do controle social da saúde para formulação, fiscalização e aprimoramento da PNAF foi destacada pelos participantes entre as oportunidades. É importante destacar os resultados da I Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, em 2003, que mobilizou os conselhos de saúde, os profissionais de saúde e os usuários de todo o país, em etapas municipais e esta-duais, com uma grande conferência de mais de 1500 delegados em Brasília. Este marco político históri-co mobilizou e sensibilizou a sociedade brasileira e consolidou o conceito da Assistência Farmacêutica enquanto direito do cidadão brasileiro e norteou a publicação, pelo Conselho Nacional de Saúde, da PNAF. Em todos o país, farmacêuticos têm participado mais ativamente dos conselhos de saúde e os usuários têm exigido, com intensa frequência, o debate de questões referentes ao acesso aos medica-mentos e aos serviços farmacêuticos nestes espaços. Desde 2009 a Escola Nacional dos Farmacêuticos, em parceria com a Fenafar e o Ministério da Saúde, promoveu Encontros Nacionais de Farmacêuticos do Controle Social da Saúde e desde 2006 os Simpósios Nacionais de Assistência Farmacêutica (com sete edições já realizadas). Em 2015, a Escola realizou 19 Encontros Estaduais de Farmacêuticos Pre-paratórios para a 15ª Conferência Nacional de Saúde. Todos estes eventos têm fomentado o avanço dos debates sobre a PNAF e todos os seus condicionantes, preparando os farmacêuticos e os usuários para a atuação no controle social em defesa do direito social à Assistência Farmacêutica integral.

A sistematização, discussão e publicação dos resultados da avaliação dos 10 anos da PNAF deve registrar este momento histórico, sob a perspectiva dos atores sociais diretamente envolvidos com seu desenvolvimento cotidiano e servir de referência para futuras avaliações de outros períodos.

Com o panorama aqui apresentado, muitos avanços e muitos desafios podem ser observados. O en-gajamento dos farmacêuticos, dos representantes dos usuários, de gestores também fica evidenciado. Registra-se aqui um especial agradecimento a todos os mais de 2.000 inscritos, aos oficineiros de todas as regiões do país, aos sindicatos estaduais dos farmacêuticos e outras instituições que ativamente to-maram parte para proporcionar as condições para que este projeto pudesse ser realizado com tamanho impacto e importância.

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ANEXOS

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ANEXO 1 - MODELO RELATÓRIO PADRÃO DAS OFICINAS

OFICINA ESTADUAL DE AVALIAÇÃO DOS 10 ANOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA RELATÓRIO FINAL

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ANEXO 2 - INDICADORES DA PNAF

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