AVALIAÇÃO SOCIAL NO CICLO DE VIDA DE UM ......sociedade (REMMEN e ASTRUP e FRYDENDAL, et al, 2007). 2. METODOLOGIA Este estudo apresenta o conceito Gestão do Ciclo de Vida e suas

AVALIAÇÃO SOCIAL NO CICLO DE

VIDA DE UM PRODUTO COMO UMA

FERRAMENTA PARA GESTÃO DE

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Silvia Rosa da Costa Correa (UTFPR)

[email protected]

Dra. Cassia Maria Lie Ugaya (UTFPR)

[email protected]

Resumo

Gestão de responsabilidade social é aplicada por muitas empresas sem

seguir critérios técnicos ou mesmo uma metodologia bem definida,

muitas vezes a gestão ocorre baseada em interesses particulares,

claramente se verifica um tipo de pesquisa por conveniência. Este

artigo tem como objetivo apresentar uma revisão dos passos da

metodologia de gestão do ciclo de vida, e sua aplicação dentro da

cadeia produtiva de uma organização em seus departamentos e todos

os interessados. Levantando como possibilidade para gestão de

responsabilidade social uma ferramenta de Avaliação Social no Ciclo

de Vida de um Produto, com a inclusão de indicadores sociais.

Abstract

Management of social responsibility is applied by many companies

without follow technical criteria or even a well definite methodology,

many times the management occurs based in private interests, clearly is

verified a kind of researches byy convenience. This article has like

objective present a revision of the paces of the methodology of

management of the cycle of life, and his application inside the

productive chain of an organization in his departments and everybody

them interested. Raising like possibility for management of social

responsibility a tool of Social Life Cycle assessment (LCA) a Product,

with the enclosure of social indicator.

Palavras-chaves: GCV, ACV, Indicadores Sociais

31 de Julho a 02 de Agosto de 2008

IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Responsabilidade Socioambiental das Organizações Brasileiras

Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho, 01 e 02 de agosto de 2008

IV CNEG

2

1. INTRODUÇÃO

As empresas precisam achar maneiras criativas de lucrar e ao mesmo tempo melhorar

o desempenho do ambiente de processos de produção e produtos. Aplicar as três dimensões da

sustentabilidade (figura 1) introduzindo a gestão do ciclo de vida, com o objetivo de reduzir

os impactos ambientais e sócio-econômicos associados ao produto.

Para as empresas Gestão do Ciclo de Vida (GCV) é a possibilidade de produzir ou

negociar produtos com práticas sustentáveis para melhorar sua imagem pública, sua

visibilidade, relação geral com interessados, possibilitando o aumento do valor dos acionistas.

Gestão do ciclo de vida pode ser adaptada e gradualmente introduzida em qualquer

organização, podendo começar com metas pequenas, com objetivos de acordo com seus

recursos e aumentando progressivamente. Para ser bem sucedida necessita de um

compromisso de gerencia superior e a participação ativa de funcionários de departamentos

importantes para a organização.

As dimensões sociais e éticas de sustentabilidade não são dadas muita importância

dentro da comunidade de negócio, pois os benefícios são menos tangíveis. No entanto fatores

positivos existem entre a melhora do ambiente e a saúde e segurança no local de trabalho.

Outra tendência são as empresas criando cada vez mais responsabilidade pelo seu papel na

sociedade (REMMEN e ASTRUP e FRYDENDAL, et al, 2007).

2. METODOLOGIA

Este estudo apresenta o conceito Gestão do Ciclo de Vida e suas etapas dentro de uma

organização, direcionados dentro da dimensão social de sustentabilidade, relata a importância

da atuação dos funcionários nos diversões departamentos da organização. Em seguida relata

os indicadores sociais aplicados para responsabilidade social em institutos nacionais e

internacionais. Através de critérios adotados direciona os indicadores para cada parte

interessada da cadeia produtiva de um produto. Demonstra que ACV social pode ser uma

ferramenta para avaliar a responsabilidade social em uma empresa.



IV CNEG

3

3. DESENVOLVIMENTO

Atualmente Responsabilidade Social é compreendida pelas empresas como

estratégia de negócios, um fator importante de decisão no momento da compra ou das

negociações comerciais entre as partes interessadas. A valorização da empresa está no

beneficio social, cultural e econômico que sua atividade proporciona à sociedade e seus

consumidores.

Este artigo apresenta etapas da gestão do ciclo de vida apresentada no trabalho

“Life Cycle Management. A business Guide to sustainability” um Guia que contem exemplos

de empresas, selecionado pelos autores baseados em relevância, que ilustram como negócios

podem incluir a gestão do ciclo de vida e coloca-lo em prática no mundo inteiro. Apresenta

passos na GCV, divulgados pela Life Cycle Initiative UNEP-SETAC (2007).

Canalizando maior atenção nas etapas de responsabilidade social incluídas na

GCV, através de um estudo de caso sobre avaliação social do ciclo de vida de um produto,

que esta sendo realizado. Em que setores da empresa, e suas partes interessadas esta incluindo

indicadores sociais como gestão de ciclo de vida de um produto.

3.1. CONCEITO DE GESTAO DO CICLO DE VIDA

Neste item, segue definição do conceito de gestão do Ciclo de Vida e suas etapas

dentro de uma empresa, e a importância de cada departamento e suas funções especificas para

a consolidação da GCV.

“GCV é um sistema de gestão de produto que aponta reduzir impactos ambientais e

socioeconômicos associados às organizações ou durante o ciclo de vida do produto e

sua corrente de valor.” (REMMEN e ASTRUP e FRYDENDAL, et al, 2007)

Na comunidade de negocio o termo “the triple bottom line” com importância de

alcançar a sustentabilidade. Implica que a indústria tem que expandir as fronteiras tradicionais

em negócios com aspectos econômicos e incluir as dimensões do ambiental e social.

(Elkington 1997)

A sustentabilidade tem três dimensões:

Econômico;



IV CNEG

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Social; e

Ambiental.

Conforme mostra figura 1, as dimensões de sustentabilidade (adaptação de A business

Guide to sustainability - 2007).

Figura 1 – Dimensões da sustentabilidade

A gestão do ciclo de vida também pode ser definida:

“... um sistema de gerencia que relacionam, estruturam e disseminam informações

sobre o produto relacionado aos vários programas, conceitos e ferramentas

incorporando aspectos do ambiente, econômico e social sendo aplicados em todo o

ciclo de vida do produto. A organização deve ir alem de seus limites para facilitar e

expandir seu alcance para colaboração e comunicação a todos os interessados em

sua corrente de valor” (REMMEN e ASTRUP e FRYDENDAL, et al, 2007).

A empresa deve expandir a gestão do ciclo de vida em toda sua cadeia

produtiva, ir alem dos limites da organização, expandindo seu sistema de gerencia facilitando

um sistema integrado com as partes interessadas, internas ou externas as suas atividades.

Manter comunicação e cooperação com as partes também possibilita o sucesso da

implantação e manutenção da GCV.



IV CNEG

5

3.1.1. INDICADORES E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Uma estratégia CSR (consumo social responsável) pode ser usada para avançar a

gestão do ciclo de vida. Como parte de sua estratégia incluindo muitas companhias a

responsabilidade social, através da avaliação de indicadores de trabalho infantil, abuso de

direitos humanos, como também fazer contribuição positiva as famílias de empregados e

comunidade local.

Como um exemplo, sobre inclusão de indicadores sociais nas organizações,

pode-se verificar em um estudo de caso, que esta sendo feito, sobre avaliação social do ciclo

de vida de um produto, onde foi realizada uma revisão bibliográfica de institutos e estudos de

casos sobre o tema de indicadores sociais.

Critchii (2007), comenta que, existem princípios, diretrizes, requisitos e indicadores

sociais que proporcionam uma avaliação social auxiliares para a averiguação de seus

impactos. Em algumas situações há uma proximidade e até mesmo uma sobreposição dos seus

significados.

Para uma revisão mais detalhada dos indicadores, apresentam-se estudos de inclusão

dos indicadores sociais na ACV.

Labuschagne e Brent (2006) realizaram um estudo de caso com três indústrias de

processo da África do Sul, utilizando indicadores sociais desenvolveram critérios, os quais

estão apresentados na tabela 1.

Instituto Prosa (2006) com um estudo de caso sobre, impactos sociais na produção de

agendas PCs (computador de bolso). O estudo registrou impacto social para melhorar a

produção da agenda e o refinamento da metodologia de avaliação social do produto,

relacionando o ciclo de vida (SLCA), tal método é para facilitar a documentação sistemática e

avaliação de aspectos sociais incluindo o envolvimento de interessados, países

industrializados e economias emergentes.

Um estudo de caso sobre incorporação de indicadores sociais relacionados à avaliação

do ciclo de vida, em uma indústria metal-mecânica. A pesquisa baseou-se em instituições

nacionais e internacionais para selecionar seus indicadores, relacionando-os diretamente na

unidade de processo, ou seja, por setores dentro da empresa, sua atividade comercial é de



IV CNEG

6

prestação de serviços para tratamento de superfície de peças metálicas. Uma pesquisa de

cunho quantitativo que levantou informações sobre vários aspectos sociais que uma

organização corporativa deve levar em consideração, aspectos sociais relevantes a leis

trabalhistas e práticas do trabalho, relacionadas ao grau de instrução, hierarquia, gênero e

raça. Como resultado, apontou dentro de cada setor da empresa, eficiência ou pouca qualidade

do indicador em estudo, também comprovou que é possível adaptar a metodologia de

avaliação do ciclo de vida para avaliação social de uma empresa, produto ou serviço. Abaixo

segue relação de instituições que desenvolvem uma forma de avaliação dos indicadores

sociais para as empresas:

A - Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE, 2001);

B - Norma Brasileira de Responsabilidade Social (NBR 16001, 2004).

C - Responsabilidade social – 26000

D - Responsabilidade Social 8000 (SAI, 2001);

E - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas(IBASE, 200?);

F - Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2004);

G - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (Ethos, 2005)

H - Ethos - Aplicados ao princípio do Pacto Global (Ethos, 2006);

I - Princípios Pacto Global (2007)

J - Diretrizes para Elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade (GRI, 2002).

L - Social Indicators for Sustainable Project and Technology Life Cycle Management

in the Process Industy (Critérios: Carin Labuschagne Alan C. Brent.)

M - Impactos sociais na produção de agendas PCs (computador de bolso (Manhart e

Griebhammer. Instituto PROSA)

N – Estudo de caso em uma empresa metal mecânica sobre incorporações de

indicadores sociais na ACV. (Critchii, André 2007)

Todos os indicadores relacionados aos institutos ou estudo de caso, representados por

letra na ordem alfabética conforme classificado acima, estão apresentados na tabela 1.



IV CNEG

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Relação de Indicadores

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

M

N

Trabalho Infantil X X X X X X X X X X X X

Trabalho Na Juventude X X X X

Trabalho Forçado X X X X X X X X X X X

Segurança E Saúde X X X X X X X X X X X

Proteção À Maternidade X X

Segurança Social X X X X X

Tempo de Trabalho Adequado X X X X

Associação Coletiva X X X X X X X X X X X X

Discriminação X X X X X X X X X X X X

Assédio X X

Contrato de Trabalho X X X X X X X X

Remuneração X X X X X X X X X X

Benefícios X X X X X X X X X

Treinamento X X X X X X X X X X

Demissão X X X X X X

Trabalho Voluntário X X X

Nível de Educação Interna X X X X X X X X X X X

Desenvolvimento de Carreira X X X X X X X X X X

Política de Marketing X X X X X X X

Divulgação de Informações X X X X X X X

Publico Interno Externo

Corrupção X X X X X X

Consumidor X X X X X X X

Desenvolvimento Pesquisa X X X X X X X

Propriedade Intelectual X X X X X X

Proteção A Privacidade X X X X X

Relação Concorrência X X X X X X

Contribuições Fiscais X X X X X X

Partes Interessadas X X X X X X X

Serviço de infraestutura X X X X X X

Conduta Ética X X X X

Satisfação do Cliente X X X X

Transferência de Tecnologia X X X

Associação Universidades X X X

Respeito A Comunidade Local X X X X X X X X

Desenvolvimento Sustentável X X X X X X X X

Apoio A Fornecedores X X X X X

Segurança No Consumo X X X X X

Informações do Produto X X X X

Cultura, Esporte E Lazer. X X X X

Combate À Fome X X X X X

Combate A Conflitos Armados X X



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Tabela 1 – Indicadores sociais e Institutos

3.1.2. COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DO CICLO DE VIDA

Este item está baseado nas informações contidas “A business Guide to sustainability”

Comenta sobre a importância da comunicação e interação entre os departamentos da empresa

e de toda a corrente de valor da organização, para melhor manutenção da GCV.

A comunicação externa de informações sobre gestão do ciclo de vida é uma parte

importante para a empresa. Fazendo um negócio mais visível, podendo melhorar a imagem e

a inclusão no mercado. A informação de ciclo de vida pode ser incluída em:

Comunicação a acionistas e interessados em geral, por exemplo, contabilidade

verde ou manual sobre informações de sustentabilidade;

Comunicação com clientes, através de declarações sobre meio ambiente, dados de

Avaliação do ciclo de vida (ACV) do produto, indicadores de desempenho ambiental,

social e econômico do produto;

Comunicação com autoridade pública, com informações do produto e diretrizes

sustentáveis;

Comunicação com o público, consumidores e revendedores usando campanhas de

informação; e

Comunicação com os fornecedores incluindo SMEs, usando código ou manuais de

conduta, auditoria ou sistemas de avaliação de fornecedores.

Nos departamentos da empresa a iniciativa de gestão deve ser implantada, assim todas

as funções relevantes devem participar positivamente, com a comunicação e a troca de idéias.

Os engenheiros no departamento podem ajudar a reduzir impactos ambientais no sistema

produtivo. Uma perspectiva de ciclo de vida exige que todos os departamentos ou funções

trabalhem junto, setor de compras, produção e logística assim como marketing.

Cada departamento dentro da empresa opera até certo ponto dentro “próprio universo”

com projetos, interesses e prioridades. Um desafio para gestão é incentivar aos funcionários



IV CNEG

9

para iniciativas dentro do ciclo de vida sobre aspectos ambientais e socioeconômicos em cada

departamento.

3.1.3 GESTÃO DO CICLO DE VIDA NOS DEPARTAMENTOS

No trabalho Life Cycle Management. A business Guide to sustainability, apresenta em

forma de uma “mandala” (Figura 2 adaptada) passos da gestão do ciclo de vida e

contribuição dos diferentes departamentos das organizações.

Figura 2 – Diferentes departamentos em uma organização que contribui para GCV

Sustentabilidade e Ambiente

A empresa que possui departamento específico para sustentabilidade, pode coordenar a

implantação e manutenção da gestão do ciclo de vida. O departamento é responsável para

informação e desenvolvimento, através de treinamento de empregados nos outros



IV CNEG

10

departamentos. Dentro do ciclo de vida da empresa podem existir fornecedores ou

interessados como, empresas menores que não possuem departamento sobre sustentabilidade,

nem ambiente favorecido ou setor de qualidade, neste caso, deve-se ter uma equipe que

auxilie diretamente coordenando ações necessárias nos departamentos das partes, assegurando

que todos tenham as ferramentas necessárias e materiais para executar a GCV.

Produção e distribuição

O funcionário no departamento de produção tem um papel importante de administrar

os impactos associados com processo de produção e assim poder contribuir a reduzir

consumos de recursos e impactos sociais e ambientais. Os funcionários da produção podem

contribuir com boas idéias para o produto e melhora do processo, tendo em conta, que

possuem mais experiência prática e noção do que é possível no processo de produção.

A distribuição é o elo entre todas as etapas do ciclo de vida do produto, com o consumo de

energia referente ao transporte de matéria-prima, assim como produtos acabados. A empresa

deve incentivar as companhias de transportes para compreender a gestão do ciclo de vida e

contribuir para minimizar os impactos. Apesar de impacto ambiental ser registrado no

transporte, e todos os produtos são transportados em pequenas ou longas distâncias, também

está se tornando importante sua consideração na perspectiva social.

Produto Desenvolvimento e Projeto

As empresas esperam reduzir custos e promover a inovação através da integração de

fatores ambientais e socioeconômicos no desenvolvimento de produtos e projetos, através da

apresentação de novos conceitos de ecodesign, idéias ou atividades. È mais eficiente quando

integrados em processos de desenvolvimento e quando os objetivos são alinhados as

estratégias de negócios, devendo ser adaptado ao ciclo de vida do produto, na cultura e na

capacidade da organização, aplicados tanto em mercadorias ou serviços.

Economia e Finanças

O bom desempenho financeiro é uma meta importante para organização com mais

investidores. Os bancos e as instituições também podem ter um impacto nas organizações em

direção a sustentabilidade. Tradicionalmente investidores procuram empresas com riscos

calculados e previsíveis. A organização que não tem uma compreensão e a administração de



IV CNEG

11

seus impactos do meio ambiente e social será vista como um investimento de alto-risco,

podendo ser identificado pelos índices de negócios ou índices econômicos.

O comprador tem um papel importante em selecionar os fornecedores de matéria-

prima ideais para os produtos, podendo encorajar considerações do ambiente em seus

fornecedores via perguntas e exigências, solicitar as seguintes informações:

Informações gerais sobre o fornecedor em balanços ambiental e social;

Documentos prévios de impactos do ciclo de vida;

Informações gerais de condições de trabalho em fornecedores e sub-fornecedores;

Dados específicos sobre impacto ambiental e social referentes à matéria-prima e

materiais secundários;

Como exemplo citado a companhia LEGO, apresentou um “Código de conduta” sendo

a sexta maior empresa de brinquedos do mundo, com produção em vários paises. LEGO tem

aproximadamente 5.000 empregados ao redor do mundo, em 2003 uniu-se a ONU em

iniciativa do Pacto Global e seus princípios. Em 1997 a LEGO introduziu um “Código de

Conduta” esboçando a ética social e ambiente de saúde com requisitos de segurança, exigindo

também de seus fornecedores. Este código é sobre:

Trabalho infantil;

Compensação e horas de trabalho;

Saúde e segurança;

Discriminação;

Combate ao assedio;

Trabalho forçado;

Liberdade de associação; e

Combate à corrupção, que aos fornecedores são revisados por auditorias.

Vendas e Marketing

As empresas líderes de competição usam GCV para diferenciarem-se de seus

competidores e beneficiarem-se de inovação e competitividade. Assim os empregados

responsáveis pela venda e marketing têm um papel importante na iniciativa de GCV,



IV CNEG

12

assegurando informação aos clientes e fornecedores. Para desenvolver marketing de

produtos sustentáveis é imprescindível o conhecimento do comportamento do

consumidor. Os empregados de vendas devem ter conhecimento suficiente da GCV

podendo aconselhar clientes ao uso de produto ou serviço eco-amigável.

Relações com interessados

As empresas trabalham com uma gama de clientes e fornecedores, os empregados

assim como os clientes são partes interessadas, sem os quais as empresas não existiriam.

A razão para o crescente foco em interessados é que as atividades globais de negócios

possuem vários impactos ao longo da cadeia do produto. E a inclusão da gestão do ciclo

de vida na cadeia produtiva da empresa pode criar valores para todos, alguns possíveis

benefícios e resultados de comunicação e colaboração para as partes interessadas na GCV,

estão listados abaixo na figura 3.



IV CNEG

13

Figura 3 – Possíveis benefícios e resultados para as partes interessadas

3.2. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA SOCIAL

Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma metodologia que permite a avaliação dos

aspectos ambientais e os respectivos efeitos sobre o meio ambiente ao longo da vida do

produto, desde a aquisição da matéria-prima, passando pela produção, uso e disposição final

(SETAC, 1991).



IV CNEG

14

Recentemente, uma forma de avaliar impactos sociais está sendo realizada com o uso

da metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) voltada para aspectos sociais.

Atualmente existe um projeto denominado "Integração de aspectos sociais em ACV"

da Iniciativa de Ciclo de Vida da UNEP-SETAC (LCI, 2006). O objetivo do estudo é

identificar de que maneira aspectos sociais podem ser integrados a ACV, definem:

“Avaliação social de Ciclo de Vida (ASCV) explora aspectos sociais por todo o

ciclo de vida de produto, geralmente com o objetivo de melhorar ou em comparação

a uma alternativa” (GRIEHAMMER et al., 2006).

Como uma ferramenta da Gestão do ciclo de vida a ACV Social, pode vir a ser uma

forma de medir impactos sociais, e com seus resultados criar parâmetros para as atividades de

responsabilidade social da organização, como um exemplo de ACV Social, um breve relato de

em estudo de caso, que ainda esta sendo realizado, sobre Avaliação social no Ciclo de vida de

um produto - ramo de automotivo. Primeiramente o estudo identificou indicadores sociais

(Tabela 1) e as partes interessadas dentro do ciclo de vida do produto. Para tanto, foi realizada

uma revisão de ACVs sociais e indicadores sociais de instituições nacionais e internacionais,

conforme item 3.1.1. A partir desta revisão foram adotados critérios para a posterior seleção

dos indicadores sociais prioritários em uma ACV Social. Com a intenção de direcioná-los

para uma futura avaliação a cada parte interessada do produto em estudo.

3.2.1. SELEÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES SOCIAIS

Para melhor compreensão das informações e resultados do estudo de avaliação social

no ciclo de vida do produto, foi adotado um critério de classificar em:

Categorias e

Indicadores sociais.

Categorias estão relacionadas à atividade de RH das empresas, são elas:

- Estabilidade do emprego;

- Prática do trabalho;

- Saúde e Segurança;

- Desenvolvimento da capacidade.



IV CNEG

15

Como critérios para seleção, as informações para definição dos indicadores, sobre

recursos humanos das empresas, estão baseados em informações previstas na CLT

(consolidação das leis do trabalho) da legislação brasileira para cumprimento de normas

trabalhistas pelo empregador. A fim de garantir a veracidade dos resultados obtidos na análise

dos dados que futuramente o estudo realizará.

Para indicadores sobre recursos humanos, que não são de caráter obrigatório no

exercício da empresa, consideraram-se as normas ISO 8000 E NBR 16001 como critérios para

seleção e avaliação dos conteúdos.

Como critério de limitação do estudo, foi então, selecionados alguns indicadores, nas

tabelas 2, 3, 4, 5 e 6, os indicadores que estão escritos com a cor azul, correspondem aos que

não estarão no questionário para coleta de dados, sua descrição é apenas para relacionar todos

os indicadores sociais referentes a uma avaliação de desempenho nas organizações, como

fonte de pesquisa para outros estudos. A seleção dos indicadores sociais adotados para

avaliação foi pela facilidade em coletar os dados e o que é prioritário para as partes

interessadas.

Na tabela 2 estão classificados como partes interessadas: A empresa que desenvolveu

o produto; Empresas fornecedoras e terceirizadas de matéria-prima ou serviços; A empresa

cliente, que solicitou o desenvolvimento do produto e que gerencia o uso, com software, para

a empresa consumidora. Relação de indicadores sociais de avaliação para o RH das empresas,

ou seja, indicadores que avaliam as ações das empresas perante os funcionários.

Partes interessadas Categorias Indicadores de RH

Empresa Treinamento

Desenvolvedora Estabilidade Educação

do emprego Remuneração / Benefícios

Consumidor Saúde / Segurança

Cliente

Trabalho infantil

Fornecedores e Trabalho forçado

Terceirizados Trabalho aprendiz

Contrato de trabalho

Associação coletiva

Prática do Combate ao suborno

Trabalho Trabalho voluntário

Diversidade

Assédio

Maternidade

Discriminação



IV CNEG

16

Comunicação/informação

Prática de segurança

Comunicação/informação

Saúde e Descanso semanal

Segurança Infra-estrutura

Esporte e recreação

Formação técnica

Treinamento

Alimentação

Desenvolvimento Desenvolvimento em P&D

da capacidade Cultura / esporte / lazer

Espaço físico adequado

Respeito carga horária

Tabela 2 – Relação empresa e indicadores sociais para o RH

Categoria relação empresas fornecedoras, consumidor e cliente: Conduta ética.

Foi o termo adotado para melhor qualificar as relações entre as empresas que

correspondem ao processo produtivo do produto, então conduta ética é um termo de maior

abrangência para relacionar as atividades. Ao ler tabela 3, podem-se identificar os indicadores

sociais relacionados à categoria de conduta ética entre as empresas apresentadas como partes

interessadas.

Partes interessadas Categoria Indicadores

Fornecedores e Relação empresa Respeito a contratos

Terceirizados Fornecedor Grau que escuta as partes

(Conduta ética) Combate ao suborno

Respeito com a concorrência

Cliente Reclamações e diálogos

Consumidor Apoio e investimentos

Seleção dos fornecedores

Grau de satisfação

Contribuição Fiscal

Tabela 3 – Relação empresa, fornecedores, cliente e consumidor.



IV CNEG

17

A Tabela 4, os resultados de indicadores relacionados à categoria de conduta ética são

somente para as empresas, cliente e consumidora. Com informações relevantes a

esclarecimento do produto na embalagem ou no manual de instrução, como também respeito

às relações de compra e venda do produto.

Partes interessadas Categoria Indicadores

Cliente Relação empresa Informação no rótulo

Consumidor Consumidor Proteção à privacidade

(Conduta ética) Saúde e segurança do trabalho

Ciclo de vida

Impostos

Qualidade

Informações de risco

Manutenção do produto

Tabela 4 – Relação empresa, cliente e consumidor

Categoria na comunidade local:

Capital Humano; e

Capital Produtivo.

Como critério adotado para categorias na comunidade local foi dividido em: Capital

Humano voltado às pessoas e suas atividades sócio-culturais. Capital Produtivo, relacionadas

às atividades que auxiliam outras instituições públicas e privadas ou organização não

governamental. No caso de indicadores relacionados à conduta ética entre as empresas, e suas

relações com a comunidade local e sociedade considerou-se conteúdos dos institutos gestores

de indicadores sociais conforme Tabela 1.

Na tabela 5, apresentam-se os indicadores sociais pertinentes aos interesses da

comunidade local, limitada por uma região ao redor das empresas que compõem o sistema

produtivo do produto em estudo. A comunidade esta composta por: pessoas físicas, moradores

vizinhos, associações dos bairros e até mesmo pequenos comércios que se beneficiam com as

atividades.



IV CNEG

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Partes interessadas Categorias Indicadores

Comunidade Local Capital Humano Educação

Cultura

Esporte

Saúde e segurança

Capital Produtivo Marketing e comunicação

Trabalho informal

Demissões

Relação com líder comunitário

Diálogos

Moradia

Serviços de infraestrutura

Projetos sociais

Pobreza e distribuição de renda

Tabela 5 – Relação empresa e comunidade

Na sociedade (tabela 6), como categorias as Instituições Públicas e Privadas e o

Governo, os indicadores estão relacionando a empresa desenvolve o produto com a sociedade,

através de responsabilidades fiscais, cumprimento das leis pelas organizações, e associações

de classe e sindicatos.

Parte interessada Categorias Indicadores

Sociedade Governo Desenvolvimento em P&D

Instituição Pública e Tecnologias amigáveis

Privada Inovação nível local e regional

Contribuição fiscal

Compromisso internacional

com o governo hospede

Contribuição para campanhas

Políticas

Combate à corrupção

Boas práticas de concorrência

Registros e patentes

Associação com Universidades

Inovação

Transparência na informação

Associação Industrial

Tabela 6 – Relação empresa e sociedade



IV CNEG

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4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O artigo teve a intenção de coletar informações que demonstram a aplicação da gestão

do ciclo de vida dentro de uma organização. Enfatizando a responsabilidade social através da

apropriação dos indicadores sociais relevantes as organizações e partes interessadas.

ACV Social sendo uma opção para a organização, de uma ferramenta para medir o seu

grau de responsabilidade social dentro da Gestão do ciclo de vida. Possibilitando assim a

identificação do impacto social dentro da cadeia produtiva para futuras alterações e

garantindo que a decisão dentro da gestão do ciclo de vida. Para que possa atingir um alto

grau de eficiência na dimensão social da sustentabilidade dentro da empresa e de toda sua

cadeia de valor.

5. REFERÊNCIAS

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