6
MANUFACTURING ENGINEERING BODY IN WHITE PÁGINA: 1/6 DATA: Jan/15 RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA 1 REFERENCIAL TEÓRICO Brasagem é um processo térmico para a junção e revestimento de materiais metálicos com a ajuda de um metal de adição fundido (meio de brasagem), na maioria dos casos mediante o emprego de meio fluxante e/ou gás de proteção. Ao contrário da soldagem, o material de adição ou de brasagem é diferente e tem um ponto de fusão mais baixo do que o material de base que está sendo soldado. Uma vez no estado líquido, o material de adição flui por capilaridade ao longo das superfícies a serem unidas. A temperatura solidus do material de base não é atingida (BATALHA, 2003). É comum o aparecimento de alguns poros no processo de soldagem. A formação do poro é o resultado de um gás que flui através do material fundido. Alguns desses gases são oriundos das sujidades na chapa (vestígios de hidrocarbonetos do processo de estampagem óleo) ou revestimentos da chapa de aço (zinco - Zn). O zinco é uma camada protetora contra a corrosão do aço e apresenta o ponto de fusão de 419,5 ºC e o ponto de ebulição de 907 °C. O processo de brasagem a laser opera a uma temperatura de 1035 ºC (temperatura de fusão do arame de cobre-silício CuSi3). É notório que o zinco depositado sobre a superfície da chapa de aço evapore. Considero que a melhor forma de evitar o aparecimento de poros e garantir a saída desse gás em alta pressão é deixando um gap mínimo (0,1 mm) entre as chapas de aço a serem soldadas, conforme é apresentado na figura 1.

Benchmarking Laser Brazing

Embed Size (px)

DESCRIPTION

LASER BRAZING

Citation preview

Page 1: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 1/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

1 REFERENCIAL TEÓRICO

Brasagem é um processo térmico para a junção e revestimento de materiais

metálicos com a ajuda de um metal de adição fundido (meio de brasagem), na maioria

dos casos mediante o emprego de meio fluxante e/ou gás de proteção. Ao contrário da

soldagem, o material de adição ou de brasagem é diferente e tem um ponto de fusão

mais baixo do que o material de base que está sendo soldado. Uma vez no estado

líquido, o material de adição flui por capilaridade ao longo das superfícies a serem

unidas. A temperatura solidus do material de base não é atingida (BATALHA, 2003).

É comum o aparecimento de alguns poros no processo de soldagem. A formação

do poro é o resultado de um gás que flui através do material fundido. Alguns desses

gases são oriundos das sujidades na chapa (vestígios de hidrocarbonetos do processo de

estampagem – óleo) ou revestimentos da chapa de aço (zinco - Zn).

O zinco é uma camada protetora contra a corrosão do aço e apresenta o ponto de

fusão de 419,5 ºC e o ponto de ebulição de 907 °C. O processo de brasagem a laser

opera a uma temperatura de 1035 ºC (temperatura de fusão do arame de cobre-silício –

CuSi3).

É notório que o zinco depositado sobre a superfície da chapa de aço evapore.

Considero que a melhor forma de evitar o aparecimento de poros e garantir a saída

desse gás em alta pressão é deixando um gap mínimo (0,1 mm) entre as chapas de aço a

serem soldadas, conforme é apresentado na figura 1.

Page 2: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 2/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

Figura 1 – Esquema de soldagem e formação de poros

Fonte: adaptado do capitolato M55.781626

Os poros também podem ser controlados através da redução da quantidade de

zinco sobre a chapa de aço. O modo mais seguro de garantir uma aplicação uniforme e o

controle do teor de zinco na chapa é através do processo de eletrodeposição do material.

Espessura da camada de zinco pelo processo de eletrodeposição: 7,5 µm.

Tol.: - 0,0 µm + 2,0 µm (Norma 9.52874).

Além de controlar os defeitos do cordão de solda, o gap entre as chapas de aço

também é essencial para o controle da formação do latão (CuZn), sendo este último a

razão pela queda da resistência mecânica e à corrosão.

A umidade do ar é um parâmetro que deve ser controlado no processo de

brasagem a laser. O metal reage prontamente com o oxigênio do ar durante a realização

da solda, formando uma camada superficial de óxido. Adicionalmente, a camada de

óxido absorve a umidade do ar. Esta umidade, juntamente com outras contaminações

superficiais, é uma fonte de rica em hidrogênio capaz de gerar porosidade na zona

fundida.

Page 3: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 3/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

No processo de brasagem a laser, o cordão de solda não é apenas um cordão

estrutural, mas também é um cordão de solda visível. Neste caso, faz-se necessário o

retrabalho após o processo de soldagem para a eliminação dos defeitos estéticos e da

camada de óxido formada sobre o cordão de solda. A figura 2 apresenta um portellone

soldado com a tecnologia “Laser Brazing”.

Figura 2 – Portellone “Laser Brazing”

Page 4: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 4/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

2 LASER BRAZING COMAU

A cabine de brasagem a laser da empresa COMAU é apresentada na figura 3.

Figura 3 – Layout da cabine “Laser Brazing”

Fonte: COMAU System, 2015.

Page 5: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 5/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

A figura 4 apresenta o layout da ilha de solda do portellone do modelo 521 com

as dimensões máximas do processo.

Figura 4 – Layout da linha de solda do portellone (modelo 521)

Fonte: COMAU System, 2015.

Page 6: Benchmarking Laser Brazing

MANUFACTURING ENGINEERING

BODY IN WHITE PÁGINA: 6/6 DATA: Jan/15

RELATÓRIO TÉCNICO – BENCHMARKING “LASER BRAZING” – JÚLIO BARBOSA

3 CONCLUSÃO

Após verificar in loco o processo de Laser Brazing COMAU e avaliar o

documento “X6H Project Betim – Decklid Laser Brazing”, considero o projeto

COMAU robusto e eficiente.

Faço uma observação à ausência de um equipamento que regula a umidade do ar

no ambiente de soldagem. Em um país tropical, este parâmetro pode ser crítico.

É interessante que seja feita uma avaliação da tenacidade da junta soldada e o

nível de oxidação da estrutura em relação ao tempo, uma vez que não temos nenhum

gás inerte ou a geração de vácuo protegendo o processo de brasagem.

Outros parâmetros do processo e do produto que influem na qualidade final da

brasagem devem ser monitorados:

processo de galvanização das chapas de aço por meio da eletrodeposição do

zinco;

controle da espessura da camada do zinco (crítico);

armazenagem do arame de CuSi3 (local de baixa umidade e sem

contaminação externa);

impurezas nas chapas de aço que serão soldadas (óleo e outros tipos de

contaminações);

garantir um gap de 0,1 mm entre as chapas soldadas (máximo 0,2 mm,

conforme capitolato M55.781626;

invariância geométrica das peças submetidas à brasagem a laser.