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NEWSLETTER | janeiro – fevereiro 2017 Ferreira da Conceição, Menezes & Associados, Sociedade de Advogados, S.P., R.L. Avenida da República, n.º 44, 2.º Dto. 1050-194 Lisboa, Portugal Telefone | + 351 21 795 05 55 Fax | + 351 21 795 74 62 E-mail | [email protected] Correspondentes nacionais: Porto e Valença; Correspondentes: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Espanha e Ucrânia. https://www.facebook.com/fcmsociedadedeadvogados BREVES Aviso do Ministério das Finanças, de 03 de janeiro Divulgadas as taxas supletivas de juros moratórios comerciais para vigorar no 1.º semestre do ano de 2017. |pág. 2 Portaria n.º 60/2017, de 07 de fevereiro «Balcão das Heranças» e «Balcão Divórcio com Partilha» passam a poder incluir a celebração de contratos de mútuo. |pág. 2 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n.º 1/2017, de 02 de fevereiro A impugnação judicial de concessão de asilo ou proteção subsidiária, configura-se como processo gratuito. |pág. 3 DESTAQUES ATUALIDADE Consequências da alteração da data de vencimento de uma livrança| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 17 de janeiro de 2017 Obrigação de disponibilização imediata do livro de reclamações| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de janeiro de 2017 Manutenção das hipotecas constituídas por sociedades extintas| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 24 de janeiro de 2017 Busca domiciliária| pág. 5 Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 25 de janeiro de 2017 Seguro de Responsabilidade Civil Profissional | pág. 6 João Paulo Ferreira da Conceição O desemprego e os robots | pág. 7 Manuel de Menezes Uber e Cabify | pág. 8 Joana Barrilaro Ruas O visto de trabalho e o regime jurídico do cidadão estrangeiro em Moçambique | pág. 9 Matilde Mira Responsabilidade do aceitante de uma letra em caso de divergência entre o nome que figura como o de sacado e o número de contribuinte | pág. 10 Marta Costa Belo AGENDA DE EVENTOS| pág. 11

BREVES DESTAQUES ATUALIDADE§ão de disponibilização imediata do livro de reclamações| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de janeiro de 2017 Manutenção

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Page 1: BREVES DESTAQUES ATUALIDADE§ão de disponibilização imediata do livro de reclamações| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de janeiro de 2017 Manutenção

NEWSLETTER | janeiro – fevereiro 2017 00

Ferreira da Conceição, Menezes & Associados, Sociedade de Advogados, S.P., R.L. Avenida da República, n.º 44, 2.º Dto. 1050-194 Lisboa, Portugal Telefone | + 351 21 795 05 55 Fax | + 351 21 795 74 62 E-mail | [email protected] Correspondentes nacionais: Porto e Valença; Correspondentes: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Espanha e Ucrânia. https://www.facebook.com/fcmsociedadedeadvogados

BREVES

Aviso do Ministério das Finanças, de 03 de janeiro Divulgadas as taxas supletivas de juros moratórios comerciais para vigorar no 1.º semestre do ano de 2017. |pág. 2

Portaria n.º 60/2017, de 07 de fevereiro «Balcão das Heranças» e «Balcão Divórcio com Partilha» passam a poder incluir a celebração de contratos de mútuo. |pág. 2

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n.º 1/2017, de 02 de fevereiro A impugnação judicial de concessão de asilo ou proteção subsidiária, configura-se como processo gratuito. |pág. 3

DESTAQUES ATUALIDADE

Consequências da alteração da data de vencimento de uma livrança| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 17 de janeiro de 2017

Obrigação de disponibilização imediata do livro de reclamações| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de janeiro de 2017

Manutenção das hipotecas constituídas por sociedades extintas| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 24 de janeiro de 2017

Busca domiciliária| pág. 5 Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 25 de janeiro de 2017

Seguro de Responsabilidade Civil Profissional | pág. 6 João Paulo Ferreira da Conceição

O desemprego e os robots | pág. 7 Manuel de Menezes

Uber e Cabify | pág. 8 Joana Barrilaro Ruas

O visto de trabalho e o regime jurídico do cidadão estrangeiro em Moçambique | pág. 9

Matilde Mira

Responsabilidade do aceitante de uma letra em caso de divergência entre o nome que figura como o de sacado e o número de contribuinte | pág. 10

Marta Costa Belo

AGENDA DE EVENTOS| pág. 11

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2

BREVES

Legislação

Aviso do Ministério das Finanças, de 03 de janeiro Foram divulgadas pelo Ministério das

Finanças, e publicadas em Diário da

República a 14 de março de 2017, as

taxas supletivas de juros moratórios

relativos a créditos de empresas para

vigorar no 1.º semestre do ano de 2017,

fixando-as em 7% para créditos de

sociedade comerciais, e em 8% para

sociedades sujeitas às medidas contra os

atrasos no pagamento de transações

comerciais, isto é, quando os

pagamentos são efetuados como

remuneração de transações comerciais.

Decreto-Lei n.º 3/2017, de 06 de janeiro Regulamenta as condições e as regras de atribuição e de cálculo das pensões de reforma do regime de proteção social convergente e das pensões de invalidez e velhice do regime geral de segurança social dos militares das Forças Armadas e dos militares da Guarda Nacional Republicana subscritores do regime convergente e contribuintes do regime geral.

Portaria n.º 60/2017, de 07 de fevereiro Permite que os procedimentos sim-plificados de sucessão hereditária que abranjam a partilha, e a partilha do património conjugal, tramitados no «Balcão das Heranças» e no «Balcão Divórcio com Partilha» incluam a celebração de contratos de mútuo, destinados ao pagamento de tornas, por instituições de crédito, com ou sem hipoteca e fiança.

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BREVES

Jurisprudência

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n.º 1/2017, de 02 de fevereiro Uniformizada jurisprudência no sentido de que os processos de impugnação judicial, no âmbito da concessão de asilo ou proteção subsidiária, configuram-se, nos termos do art. 84.º da Lei n.º 27/2008, de 30-06 (Concessão de asilo ou proteção subsidiária), como processos gratuitos. Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 63/17, de 14 de fevereiro

o Entendeu o Tribunal Constitucional que, “em caso de substituição de pena de prisão não superior a um ano por pena de multa, esta poderá ser aplicada em medida superior ao limite máximo da moldura expressamente cominada para a pena de multa enquanto pena principal alternativa”, não padecendo, assim, de inconstitucionalidade o n.º 1 do art. 43.º do Código Penal.

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 1/2017, de 22 de fevereiro Decidiu este Tribunal que, “Verificando-se uma dupla descrição, total ou parcial, do mesmo prédio, nenhum dos titulares registais poderá invocar a seu favor a presunção que resulta do artigo 7.º do Código do Registo Predial, devendo o conflito ser resolvido com a aplicação exclusiva dos princípios e das regras de direito substantivo, a não ser que se demonstre a fraude de quem invoca uma das presunções”.

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DESTAQUES

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 17 de janeiro de 2017: Consequências da alteração da data de vencimento de uma livrança Neste Acórdão, o Tribunal considera que a data de vencimento de uma livrança, apurada através dos critérios constantes do respetivo pacto de preenchimento, não pode ser unilateralmente alterada pelo seu beneficiário. Considera, ainda, que, a ocorrer, tal situação não teria como consequência a invalidação do título cambiário, mas somente que os signatários da livrança permaneceriam obrigados pelo texto anterior a essa alteração. Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 23 de janeiro de 2017: Obrigação de disponibilização imediata do livro de reclamações Decorre da lei que a disponibilização do livro de reclamações pelo fornecedor de bens ou prestador de serviços deve ser imediata, após solicitação do consu-midor. Entendeu o Tribunal da Relação de

Lisboa que, exigir ao consumidor nova senha de atendimento para poder aceder ao livro de reclamações, constitui um obstáculo ao seu acesso, constituindo, por isso, uma contraordenação.

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 24 de janeiro de 2017: Manutenção das hipotecas consti-tuídas por sociedades extintas No Acórdão supra indicado está patente o entendimento segundo o qual a extinção da personalidade jurídica de uma sociedade, por cancelamento da sua matrícula, não extingue as relações jurídicas de que esta era titular, nomeadamente os seus débitos, cuja titularidade passa para quem ocupava a posição de sócio da sociedade à data da sua extinção. Deste modo, mantêm-se as hipotecas constituídas pela sociedade para efeitos de garantia dos seus débitos, independentemente dos bens onerados com essas garantias poderem ter sido transmitidos a terceiros antes da referida extinção.

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DESTAQUES

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 25 de janeiro de 2017: Busca Domiciliária

O Tribunal da Relação do Porto reitera o disposto no art. 174.º, n.º 5, alínea b) do Código de Processo Penal, no sentido em que a autoridade judiciária, ao pretender fazer uma busca domiciliária, carece do consentimento do visado. Distinguiu, também, os casos de coabitação, nos quais o consentimento do proprietário do imóvel respeita apenas às zonas de utilização comum do imóvel, e as situações de vários usurários, devendo, neste caso, ser obtida a autorização de todos os titulares do espaço que se encontrem presentes.

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ATUALIDADE

SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL O exercício da advocacia será, seguramente, uma das atividades que mais riscos comporta no respetivo desempenho. Por assim ser, o seguro de Respon-sabilidade Civil de advogado assume uma natureza imperativa, decorrendo de exigência estatuária da Ordem dos Advogados que, no contrato com a seguradora, se assume aqui como tomadora, sendo beneficiários os seus membros. A situação “triangular” verificada – Seguradora, Ordem dos Advogados e Advogados – conduz a questões interpretativas complexas, quando da reclamação de um sinistro, em razão da atividade profissional do advogado. Ora, por recente Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 14 de dezembro de 2016, a propósito da apresentação extemporânea de uma peça processual,

participado tal sinistro à seguradora, recusou-se esta a assumir a respon-sabilidade adveniente, alegando que a inobservância da entrega atempada do articulado, ocorrera em 2013 e o contrato de seguro de responsabilidade civil profissional, datava de janeiro de 2014. Decidiu o Tribunal Superior que, embora a omissão de entrega tenha ocorrido na vigência da apólice anterior à de janeiro de 2014, com outra entidade seguradora, cabe à que lhe sucedeu ressarcir os prejuízos decorrentes do sinistro verificado no ano anterior, já que se trata de um seguro de “(...) pessoas ligadas entre si e ao tomador do seguro, por um vínculo ou interesse comum”. Decisão que, desse modo, vem a favor de advogados e de quem lhes confia os interesses, conferindo-lhes segurança acrescida.

João Paulo Ferreira da Conceição

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7

ATUALIDADE

O DESEMPREGO E OS ROBOTS O desemprego tem custos sociais elevados, (i) quer pela incapacidade que os desempregados, pela quebra de rendimentos, têm em consumir, (ii) quer pelo custo direto com as prestações sociais que decorrem da sua malograda situação, (iii) quer, ainda, pela paralela redução de receitas para o Estado, por força da sua inatividade profissional. Entretanto, como é reconhecido internacionalmente, a substituição de humanos por robots parece ser um cenário inevitável, levando ao desemprego de milhões de trabalhadores a nível mundial, cujas tarefas são facilmente executáveis por máquinas, previsivelmente a preços reduzidos de aquisição e exploração. “Contas feitas”, prevê-se que, em dez anos (vale o que vale, sejam 10 ou 15 ou 20 anos) um terço (é uma previsão, naturalmente) dos atuais trabalhadores são, e vão ser, substituídos.

Todo este “caldo” explosivo necessita de soluções e, entre velhas e novas, há duas que começam a ganhar visibilidade, ainda que a facilidade e viabilidade de implementação não sejam equiparáveis: a) a criação de um rendimento básico incondicional, de duvidosa exequibilidade por incapacidade de financiamento adequado por parte do Estado, que mais não é do que um valor (considerado suficiente para permitir uma vida digna) atribuído a cada pessoa maior de determinada idade, independentemente da sua capacidade financeira, e b) a mais que provável criação de um novo imposto ou taxa sobre o trabalho prestado pelos robots o que, aumentando o custo de exploração destes, poderá atrasar um pouco a substituição prevista, permitindo, contudo, financiar e compensar a perda de receitas e o custo do desemprego “generalizado”. Prevemos, naturalmente, a criação de um novo imposto.

Manuel de Menezes

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ATUALIDADE

UBER E CABIFY Na sequência do vazio legal existente quanto à regulamentação da atividade da Uber e do Cabify, e tendo em vista as fortes críticas a que estão sujeitos estes serviços de transporte, no passado mês de dezembro de 2016, foi aprovado, em Conselho de Ministros, a proposta de lei que autoriza a criação do regime jurídico das plataformas eletrónicas que organizam e disponibilizam a modalidade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados, designado de “TVDE”. Esta proposta de lei assegura a defesa dos direitos dos consumidores e bem assim a defesa dos direitos dos trabalhadores destas plataformas, conferindo uma maior proteção para ambos os lados.

O “TVDE” consubstancia uma atividade privada, desvinculada de um regime de serviço público, como é o mercado de transporte em táxi, mas que, pela sua crescente relevância social, deve ficar submetida a um conjunto de regras visando assegurar os direitos dos consumidores. No mesmo diploma vão igualmente ser estabelecidos os requisitos de acesso e regime aplicável à atividade. Sucede que, transcorridos dois meses, nada mais foi publicado, o que vem preocupando, e principalmente, as empresas que trabalham para as plata-formas de transporte como a Uber e a Cabify.

Joana Barrilaro Ruas

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ATUALIDADE

O VISTO DE TRABALHO E O REGIME JURÍDICO DO CIDADÃO ESTRANGEIRO EM MOÇAMBIQUE

O regime jurídico do cidadão estrangeiro, relativo à entrada, permanência e saída de Moçambique, sofreu algumas alterações com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 108/2014, de 31 de dezembro que, apesar de ainda não ter sido colocado em prática pelas autoridades Moçambicanas, procedeu à revisão do Regulamento n.º 5/93, de 28 de dezembro e, consequentemente, à revogação do Decreto-Lei n.º 38/2006, de 27 de setembro. O regime implementado por este Regulamento confere algumas vantagens, comparativamente ao regime anterior, ao cidadão de nacionalidade estrangeira, que pretenda deslocar-se a Moçambique, com o objetivo de aí exercer uma atividade profissional. Deste modo, para que possa permanecer, legalmente, no país, para efeitos laborais, o cidadão estrangeiro

deverá possuir visto de trabalho, concedido pelas Missões Diplomáticas e Consulares da República de Moçambique, que passou a ter validade igual à do contrato de trabalho, permitindo ao trabalhador múltiplas entradas no país durante esse período e concedendo-lhe, ainda, o direito de residência temporária, atribuído, igualmente, ao cônjuge e filhos menores ou incapazes do cidadão estrangeiro titular do visto de trabalho, válido por 1 ano, prorrogável sucessivamente até ao termo daquele contrato. No que respeita às condições para a concessão do visto de trabalho, é agora exigida uma garantia, traduzida em valor monetário correspondente ao preço do bilhete de passagem de regresso ao país de origem, que deverá ser depositada à ordem dos Serviços de Migração, em caso de repatriamento do cidadão estrangeiro, bem como do seu agregado familiar, nos termos do novo Regulamento. Esta garantia será devolvida ao trabalhador em caso de saída do território nacional, em resultado da cessação da relação de

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ATUALIDADE

trabalho, ou de cancelamento do visto de trabalho. Enfim, espera-se, pois, que esteja para breve o início de aplicação prática deste Regulamento, que permite eliminar alguns procedimentos burocráticos e facilitar a contratação de cidadãos estrangeiros.

Matilde Mira RESPONSABILIDADE DO ACEITANTE DE UMA LETRA EM CASO DE DIVERGÊNCIA ENTRE O NOME QUE FIGURA COMO O DE SACADO E O NÚMERO DE CON-TRIBUINTE Decidiu o Tribunal da Relação de Lisboa, no Acórdão de 13 de outubro de 2016, que uma letra que contenha uma divergência entre o nome da pessoa que figura como sacado e o número de contribuinte aposto a seguir a este, não deixa de responsabilizar a primeira. De facto, os artigos 1º e 2º da Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças estabelecem como requisito essencial de uma letra o nome do sacado. O mesmo não se pode dizer quanto ao número de contribuinte, ou a outros

elementos de identificação, cuja “não menção ou menção não correspondente à pessoa que figura como sacado não afeta a validade da letra”. Segundo esta ordem de ideias, será o sacado sócio-gerente de uma empresa responsabilizado a título pessoal, ainda que na letra, ao lado do seu nome enquanto sacado, figure o número de contribuinte da empresa. Neste sentido, tal como apontado pelo Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 6 de janeiro de 1994, “Aplicando-se o artigo 260º nº4 do CSC, só ficará vinculada a sociedade que expressamente for mencionada. A obrigação, quando não conste tal menção, será portanto de quem assina o título.” Em suma, provando-se que o nome da pessoa que figura como sacado foi escrito por seu próprio punho, ainda que o sacado seja sócio-gerente de uma empresa, será essa pessoa respon-sabilizada a título pessoal, exceto, neste último caso, quando expressamente mencione que atuava representando aquela.

Marta Costa Belo

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AGENDA DE EVENTOS

A FCM participou: 10-01-2017 Informal Business Drink - Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa; 18-01-2017 Evento de Apresentação do Consolado Honorário da Guatemala; 25-01-2017 IT4Legal Fórum 2017, no ISCTE Lisboa; 26-01-2017 Lançamento do livro de Rita Lynce de Faria | “A Tutela Cautelar Antecipatória no Processo Civil Português”; 09-02-2017 Almoço com a Associação Nacional de Jovens Advogados Portugueses (ANJAP), na pessoa do seu Presidente.

"People will forget what you said. They will forget what you did. But they will never forget how

you made them feel." ( Maya Angelou)