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Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

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I Seminário Nacional sobre Entensão em Arquitetura e Urbanismo. PUCCampìnas, Campinas, 23-24 de maio de 1994.

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ANAISI Seminário Nacional

sobre Extensão em Arquiteturae Urbanismo

Campinas - 23, 24 e 25 de maio de 1994

Page 3: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

DIRETORIA EXECUTIVA ( gestão 93-95 )

Presidente'Itauutr Costa «attt UN3/1

Vice-Presic!ClllCLII ir JJCI!IIl!'1 do Eirado A nioritn {iI'PL

Secret.i ria Ccra IIsabel Cristina Liras de Olú!l?im - IWF

Suh-Sccrerárial 'ânia Hcntb ,11((,!jalhâes A ndradc I!F!5A

Secrcljrio ele Fin.mças(,'lIil'aldo /J'Alexalldria Baptista - (lFBA

SuIJ-Scnct::írio ele Fin:II1CaSCO,u,liardo vieira Marogno - CES'U('

DIRETORES

A udersou Claro - UK~'CPaulo Romano J(eichiliau - UNf'lilUjosd Antonio t.aucboti - (lNIF/?lIN/-"'lOllra Lacerda»tartice Azct edo -, (JFF111I,(!,IIS/0 Torres - UH'A

CONSELHO FISCAL

TitularesRoberto Pv da Siheira - UFR6'SMaria G/~ide Santos Borre/o - UFBAMaria Elisa Meira - UFF

SuplentesCarlos Eduardo Botelbo - UFPRAlexandre Azedo Lacerda - UFPB[osé RObel10 G [unior - JlIf.LACERDA

A publicação deste Caderno contou com o patrocínio do CONFEAConselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e PUCCAMPINAS,

Caderno 14 - Anais do I Seminário Nacional sobre Extensão emArquitetura e Urbanismo - Salvador, setembro de 1994 - 3.000 exemplaresPublicação da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEAOrganização: Itamar Kalil / Vânia Hemb M, AndradeRevisão: Vânia Hemb M. Andrade / Noelice Pinheiro Xavier

Projeto Gráfico: Beto Cerqueira (071) 235-2973Impressão e Acabamento: Envelope & CioABEA : Rua Caetano Moura, 121 - Federação - CEP 40,210-350 -

Salvador - Bahia - Telefone: (071) 245-'2627 ' Fax (071) 247-3511

I SEMINÁRIO NACIONALSOBRE EXTENSÁO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Comissão OrganizadoraIsabel Cristina Eiras de Olireira -ABEA

tramar Costa Kalil - ABEAMaria A metia Deiüte F D Azel edo Leite - PUCC

Comissão de SistematizaçãoEster Gtuierrez .. UFPel

1 'ânia Hemb - lIFBA.!OSI? Roberto G, [u uior - Moura Lacerda

[osé Roberto Merlin - PUCCAr! Vicente Feruandes - PUCC

Equipe de ApoioLaboratório do Habitat (L'Habítat)

Maria A mélia Detitte Pereira D 'Azeredo Leite - CoordenadoraAna Pauta Vasconcellos Frei/as Farina - Secretária

Eduardo Alexandre Rocha - Serviços GeraisTulio Guimarães da Cunha - Monitor

[enner Eduardo Cardoso Arduino - MonitorNicolau Moreira do Marco]r. - Monitor

Eleusina Laior Holanda de Freiras - MonitoraDiego Wisnillesky - Monitor

Lara Braun e Silua - MonitoraFAU'PUCC

Maria Bernadete Casonatto - Secretária/Direçãojulio Cesar Feilipe - Auxiliar de Administração

Eduardo Simel - Operador Audiovisual

Patrocinadores do SeminárioConselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA

Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCCAMP

AgradecimentosCONFEA, PUCCAMP, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

- FAUPUCC, Laboratório de Habitação - L'Habitat-Pl.K'C,Banco do Estado de São Paulo - BANESPA

pelo apoio à realização do evento. '

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7

TEMÁRIO 8

PROGRAMA 9

PARTICIPANTES 10

ABERTURA 15

MESA REDONDA 23

SÚMULAS DAS CONTRIBUiÇÕES 47

RELATÓRIO DO I SEMINÁRIO NACIONAL SOBREEXTENSÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 71

SISTEMATIZAÇÃO DAS CONTRIBUiÇÕES ENVIADAS 71

TEMA 1: UNIVERSIDADE E EXTENSÃO 73TEMA 2: UNIVERSIDADE E SOCIEDADE 79

TEMA 3 LIMITES E POSSIBILIDADES DE AÇÃO 82

QUESTÕES CORRELATAS AOS TEMAS,DETECTADAS NOS TRABALHOS 85

ENCAMINHAMENTOS AO SEMINÁRIO 89

RECOMENDAÇÕES AO SEMINÁRIO 91

CONCEITO DE EXTENSÃOEM ARQUITETURA E URBANISMO 92

PROPOSiÇÕES RESULTANTESDO SEMINÁRIO 94

TEMA 1: UNIVERSIDADE E EXTEt1SÃO 94TEMA 2 UNIVERSIDADE E SOCIEDADE 97

REFERENCIALDOS TRABALHOS 99

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APRESENTAÇÃO

Dando continuidade à edição dos Cadernos ela ABEA, apre··sentamos o de Nº 14 com os resultados do I Seminário

Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo, realizadono período de 23 a 25 de maio ele 1994 na Faculclade de Arquiteturae Urbanismo da Pontifícia Universielade Católica ele Campinas.Em seqüência à série de Seminários Temáticos que a ABEA vemrealizando, o atual surgiu da necessidade de uma maior discussãosobre a extensão universitária na nossa área, com o objetivo dereunir e avaliar as atividades já realizadas, existentes ou em cria-ção, de modo a subsidiar a definição de uma política nas Escolasde Arquitetura e Urbanismo brasileiras, que se caracterize pormaior vínculo entre ensino, pesquisa e extensão e amplie a neces-sária integraçào Universidade-Sociedade. Foram relacionados ossubtemas Universidade e Extensão, Universidade e Sociedade eLimites e Possibilidades de Ação, sobre os quais recebemos 31contribuições de instituições, professores e alunos de vários pon-tos do país.Reunidos na FAUPUCC os professores e alunos de 30 instituições,presentes ao Seminário, elaboraram o presente relatório que ser-virá de base para a formulação dessa política.Esperamos que com a presente publicação tenhamos dado maisum passo para a melhor qualificação dos nossos futuros arquitetos.

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TEMÁRIO

TEMA 1UNIVERSIDADE E EXTENSÃO

Ensino, Pesquisa e ExtensãoOrganização Instítucional

Vínculo Graduação e Pós-GraduaçãoFontes de Custeio e Financiamento

TEMA 2UNIVERSIDADE E SOCIEDADE

Parceria com Movimentos PopularesAssociação com Empresas

Colaboração com Instituições Públicas

TEMA 3LIMITES E POSSIBILIDADES DE AÇÃO

PROGRAMA

DIA 21 SÁBADOManhã e Tarde - Reunião de trabalho

da Comissão de Sistematização

DIA 22 DOMINGOManhã e Tarde - Reunião de trabalho

da Comissão de Sistematização

Noite - Reunião da Comissão de Sistematização

L'HABITAT

DIA2) 2 SEGUNDA----------- J"----------------- ..-..---..-----..Manhã - Abertura • Mesa Redonda

Maria Elisa Meira • Iues de Freitas • Maria Atnélia Deuitte Leite

Tarde - Desenvolvimento do Tema 1 • Debates

Noite - Reunião da Comissão de Sistematização

___ D-IA-24 TERÇA-FEIRA

Manhã - Conclusão do Tema 1• Desenvolvimento do Tema 2 • Debates

Tarde - Desenvolvimento do Tema 3 • Debates

Noite - Reunião da Comissão de Sistemarização

.---D-IA_25 QUARTA-FEIRA

Manhã - Plenária Final 1 • Debates

Tarde - Plenária Final 2 • Conclusões

Noite - Encerramento

AUDITÓRIO DO IAC CAMPUS 1

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PARTICIPANTES

BENNETIJosé Carios de Almeida

FMPGiro SaitoOlair de CamiloPhüipe Kupferrnan

FAU - URUGUAIMaria Dolores Rodriguez

FAU - USp·Pabiana R. de Resende

JUIZ DE FORAHélio Notale

MOURA LACERDAJosé Antonio Lancboti (ABEA)José Roberto G. junior .Maria Tereza BarbugliRutb Cristina M. Paulino

PUCCAdriana Gomes do NascimentoAlberto MartinsAna Paula V F SarinierAri Vicente FernartdesCarlos Eduardo Lima de SouzaDaniel de Carualbo MoreiraDaniel Raizer C CagliariDébora Frazatto VerdeDébora SancbesDiego WisniueskyEduardo Alexandre RochaEduardo SimelBleusina R. Holanda de Frei/asHeloisa Yonne Tomonari

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jenner Eduardo Cardos~ .João Manuel Verde dos SantosJosé Roberto Merlin[uliana Wilma Lauris Scbreursjulio Cesar FelippeLara Braun e SiluaMaria Amélia D. F D:A. LeiteMaria Bernadete CasonattoNicolau Moreira do Marcojr.Paola Caroline Campos [irnenezPatrícia Tannus RamosTulio Guimarães da Cunhavanessa Silua Alies FerreiraVicente Guillermo N Morenovunane Aparecida C de Frei/asWilson Ribeiro dos.SantosIr.Wilson Roberto Mariana

SOCIGRANAna Maria Campos BorgesErnani Borges

UEMACarlos Alberto dos Santos

UFBAItarnar Kalil CABEA)Rita Dione Arújo CunhaVânia Hemb Magalhães Andrade(ABEA)

UFESKleber Perini Frizxera

UFFIsabel de Oliueira CABEA)Maria Cristina F de MelloMarlice Nazaretb S de Azetedo(ABEA)

UFMGCristina Maria de O. GuimaráesRegina Adélia Franco

UFPAAugusto Cesar Salgado TorresCABEA)

UFPBAlexandre Azédo Lacerda

UFPEZenildo Sena Caldas

UFPELEster Gutierrez

UFPRAlexandre PedrozoDaniel do ValleGerson Issao YassumotoMauricio A. Maas

UFRGSAirton Cattani

UFRJAndrea Marques Roscoe[oacir Lyra EsteiesMaria Amalia A. de A. Magalhães

UFRNMaria Dulce P Bentes Sobrinha

UFSCCésar Floriano dos Santos

UNBCláudio Roberto C BrandàoElcio Gomes da SituaFeruanda de Mostra BrandâoLu iz Alberto de Campos GouieaMarta A. B. RomeroThomaz Passos Ferraz Moreira

UNESPjoáo Roberto Gomes de Faria

UNGMario Yosbinaga

UNISINOSAgda Grauina

UNITAUPaulo Romano Rescbilian CABEA)

CEAU / SESUMaria Elisa Meira

FNAValeska Peres Pinto

SASPIues de Freitas

FENEAAntonio Carlos A. Costa EstefanLeandro Santos Sabbadini

PARTIC. INDEPENDENTESEuandro Ziggiatti MonteiroLeonardo Cunha dos Santos

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Aberturado Seminário

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ABERTURA

Prof. Itamar Kalil

Estamos dando início ao primeiro Seminário sobre Extensão emArquitetura e Urbanismo, um evento com a realização da ABEA -Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura, em conjunto coma Faculdade de Arquitetura da PUC Campinas. Compõem a mesa

professor Alberto Martins, Vice-Reitor de Administração, repre-sentando a Reitoria da PUC Campinas, a professora. Maria ElisaMeira, Presidente da Comissão de Especialistas de Ensino ele Ar-quitetura e Urbanismo - SESU/MEC, a arquiteta Valeska Peres Pin-to, Presidente da Federação Nacional dos Arquitetos, e o profes-sor \'<1ilson· Ribeiro, Diretor da Faculdade de Arquitetura daPUC Campinas.

Passo a palavra inicialmente ao professor Alberto Martins.

Prof, Alherto Martins

Muito bom dia a todos. Em nome da Reitoria da Pontifícia Univer-sidade Católica de Campinas, quero agradecer a presença dosrepresentantes da Associação Brasileira de Escolas de Arquitetura,los diretores da Faculdade de Arquitetura, e de todos os partici-

pantes deste seminário - o Seminário Nacional sobre Extensão111 Arquitetura e Urbanismo. Trata-se certamente de um dos even-

t s de maior importância para a nossa Instituição, sobretudo porse tratar de um seminário que vai abranger temas de interessemuito grande, temas que relacionam a Universidade e a socieda-d ,a Universidade e a extensão, possibilidades e limites de ação.

rta mente a troca de experiências entre as universidades que

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estarão presentes neste evento trará um avanço significativo nãosó para a área de arquitetura, mas sobretudo para todas as áreasque desenvolvem trabalhos de extensão em suas instituições.Nós nos sentimos gratificados pela presença dos senhores e dese-jamos um bom trabalho durante estes dias, aqui em nossa Institui-ção. Sejam todos muito bem-vindos. Muito obrigado.

Prof" Maria Elis a Meira

Bom dia, cumprimento os membros que compõem a mesa, cum-primento os senhores participantes do I Seminário sobre Exten-são em Arquitetura e Urbanismo, parabenizo a Faculdade de Ar-quitetura e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas peloacoll imento simpático, que nos faz prever um excelente encon-tro, e homenagei a ABEA pela r .alízação.

l~ fácil perceber o quanto a área de arquitetura e urbanismo seorganizou. Nós somos mencionados constantemente a nível daSecretaria de Educação Superior/MEC, por constituirmos uma áreaque voluntariamente buscou organizar-se através da sua associa-ção de ensino, e que por isso está mais à frente em termos deorganização e avaliação.A ABEA está de parabéns. Temos uma prograrnaçào para o perío-do 94/9:1, e o que é mais relevante, no trabalho da ABEA, é justa-mente esta atitude de construir o processo de auto-avaliaçãoconsensuado, voluntário, enquanto em outras áreas ele sequercomeçou. O Seminário de Pós-Graduação vai gerar agora o enca-minhamento da SESU para a CAPES no sentido de uma maiorabertura da CAPES, que todos nós sabemos ser um organismobastante reticente para admitir contribuições de áreas específicaspara a questão da pós-graduação. Temos certeza de que este Se-minário de Extensão vai trazer também diretrizes que serão traba-lhadas a nível da Secretaria de Educação Superior, em um mo-mento em que o próprio Ministério da Educação começa a dardestaque à área de extensão. Até então não havia uma coordena-ção na SESU, de extensão. Ela foi criada este ano e já financiouprojetos em 94. A área de extensão, historicamente, é uma áreaque conta com poucos recursos até no interior das próprias uni-versidades. Então o MEC já começa a ter um olhar crítico sobre a

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extensão. Eu volto a ter certeza de que a primeira área de ensinoa se manifestar nesse campo erá a área de arquitetura, através desua entidade, a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e apartir deste encontro.

Trago aos senhores os cumprimentos e os parabéns do professorRodolfo Joaquim Pinto da Luz e do Coordenador de Extensão doMEC, professor Paulo Roberto Silva. Vamos trabalhar em conjuntoe estamos atentos ao que este Seminário vai produzir. Obrigada.

Arq. Valesha Peres Pinto

Eu saúdo os integrantes da Mesa e os que participam desteSeminário.

A Federação Nacional dos Arquitetos tem acompanhado todas asatividades da ABEA com a preocupação e o olhar daqueles quetêm por incumbência cuidar do profissional egresso do ensino,lidando com as questões, com as dificuldades do mercado detrabalho. Nós, Sindicatos e Federação, estarnos na outra ponta,com aqueles que já saíram desse ambiente que apresenta tantasdificuldades, mas que ainda é um ambiente acolhedor e que láfora vivem tropeçando em novas dificuldades.A área de ensino, sob este aspecto, é um pouco um ensaio dasrelações que vão ser construidas pelos profissionais com a socie-dade. Aqui dentro, dentro da Universidade, se ensaiam as rela-ções, as múltiplas formas de relação que existirão e que se exer-cerão, por conseguinte, entre os profissionais e a sociedade. Por-tanto, no âmbito da extensão, ele é um quadro muito específicodessa experiência, dessa construção de relações de compromissoe responsabilidade para com a sociedade.Para nós, acompanhar as múltiplas experiências, avaliar em queaspectos este ensaio está também construindo relações que vão,na seqüência, preparar-nos para enfrentar os desafios da socieda-de brasileira é muito importante, já que a extensão é uma portade relação permanente da Universidade com a sociedade, mastambém se reveste internamente do aprimoramento do ensino eda educação como um todo. Do ponto de vista da Federação, esteSeminário e seus resultados serão bastante examinados, e naquilo

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em que o Movimento Sindical e ,I Federação puderem contribuirpara o aperfeiçoamento dessas experiências, daremos o maiorapoio.

Aqui trazemos urna mensagem de saudações e o desejo de queeste Seminário se conclua com os melhores frutos. Acredito que~IS 9:00h da manhã, com toda a dificuldade, j;í estarem em Campi-nas os trabalhos inserir s de todas as escolas, comprova que háuma disposição para que isso dê cerro. Então, felicidades

Prof, Wilson Ribeiro

Eu gosrmi:1 de agraelecer ;1 presença ele todos os integrantes elamesa, Acreel ito que terão cond içócs ele conrribu ir especial mentepar:1 o bom desempenho e para os resultados deste Seminário, egost;lri,1 ele dar ;IS boas vindas :.1rodos os participantes que irãocompor este universo ele discussão e debates, que acredito serámuito interessante nestes C\i;IS.

Gostaria de rc zistrar Cjue considero uma vitória, ele fato, a realiza-~;~IOdeste Seminário, porque nós est,11110Scercados por uma sérieele eventos de difícil encaminhamento e solução, como as grevesnas federais, nas estaduais paulisras Nós cstamos saindo nestemomento e retomando nossas arividadcs, e acho que é urna pro-\';1 ele vit.rlidaclc nossa na área ele arquitetura e da própria ABEArealizar, conseguir manter e, ele faro. ler este número significativoele trabalhos inscritos e este número ele participantes que começa;1cresc 'r nesta manhã. Boas vindas. espero que nós possamos daro suporte necessário para que as atividades se desenvolvam deboa maneira.

Gostaria também de registrar nosso agradecimento a todo o pes-soal elo L'Habitat, na pessoa ela Mel e elos monitores, I elo extraor-dinário esforço de organização e de encaminhamento das ativida-des do Seminário. Para nós da fAU-PUCC, este Seminário é umaatividade absolutamente necessária, porque temos procurado, nosúltimos anos, discutir as atividades de extensão. Existe uma sériede experiências feitas internamente e não tínhamos como trocá-Ias até este momento. Queríamos, ele faro, refletir não só do pon-to de vista interno ao conjunto da nossa Universidade, onde algu-mas outras experiências ele extensão também são significativas,

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mas fundamentalmente reconceituar talvez, na área de arquitetu-ra, aquilo que entendemos como extensão e as suas interfaces:e~sino e pesquisa. Achamos que as condições mudaram, a produ-çao da niversidada hoje se dá de outra maneira, e é necessáriorepensar essa possibilidade de experimentação de um novo con-tato com a própria sociedade, rediscutindo formação, rediscutindoprocessos e atualizando o próprio ensino dentro disso,

São e~tas as expectativas que temos quanto à realização desteSeminário, e acredito que ele mostra um ótimo caminho para quepossamos progredir futuramente dentro da ABEA, junto com asnossas entidades nacionais, a esse respeito. Obrigado.

Prof. Itamar Kalil

Eu gostaria, finalizando esta seção de abertura, de agradecer sin-ceramente o apoio da Reitoria ela PUC Campinas, Tivemos todo oapoio necessário, como Comissão Organizadora e como Comis-são de Sistematização, formada exatamente para consolidar ostrabalhos enviados, Estarnos trabalhando desde a sexta-feira à noiteaqui ,em Campinas, recebendo o apoio e o carinho da Universida-de. E um trabalho que tem sido árduo, inclusive nos faz pedirdesculpas pelo certo atraso que tivemos no início. Quero agrade-cer de coração à equipe do L'Habitat por todo o apoio e carinhoque .~os dispensou neste período, todo o empenho e dedicaçãoq~e )li vem mostrando há algum tempo na preparação deste Serni-narro, e agradecer aos participantes.

A ABEA vem realizando um trabalho que teve início na gestão daprofessora Maria Elísa, quando presidente da Associação Brasilei-ra de Ensino de Arquitetura, e que lançou esse desafio para asescolas, professores e alunos, no sentido de discutir o ensino daarquitetura. A ABEA vem trabalhando numa seqüência de even-tos, tentando equacíonar, discutir e criar subsídios para a defini-ção de políticas dentro do ensino da arquitetura, Realizamos inici-almente um Seminário de Graduação, há dois anos atrás, em BeloI [orizo~te, onde definimos alguns critérios e sugestões de auto-avaliação das escolas que vêm trabalhando desde então com es-ses indicadores. Em seguida realizamos, no ano passado, em maio,) Seminário sobre Pós-Graduação, partindo inclusive da

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constatação de que um número significativo - em torno de cincomil professores - hoje ministra aulas nas escolas de arquitetura dopaí e, em contrapartida, temos pouquíssimos cursos de pós-gra-duação nessa área, somente com um doutorado.Assim a ABEA resolveu, naquela oportunidade, criar um seminá-rio que obteve um êxito surpreendente no sentido de apontaralguns caminhos para a solução desse entrave. Hoje nós estamosrealizando o Seminário de Extensão, para exatamente ampliar essaseqüência de eventos da ABEA, e que teve origem na constataçãotrazida pelo Inventário das escolas de arquitetura sobre a necessi-dade d se discutir a questão da extensão.Surpreendeu-nos e inclusive nos gratificou o grande número detrabalhos inscrito. Trinta e uma contribuições foram apresenta-das ao Seminário, originárias de treze instituições de ensino, quaissejam: a Federal do Rio Grande do Sul, a Federal de Pernambuco,a Gama Filho do Rio de Janeiro, o Instituto Moura Lacerda deRibeirão Preto, a UnB de Brasília, a UNESP, a Federal de Pelotas,a PUC Campinas, Federal do Rio de Janeiro, Federal do EspíritoSanto, Federal do Rio Grande do Norte, Federal Fluminense e aFederal da Bahia Estas escolas contribuíram, através dos seusprofessores e alunos (vale ressaltar que temos também trabalhosde alunos inscritos nesse Seminário), para a montagem do docu-mento que os senhores vão receber daqui a alguns instantes.Estarnos recebendo, também, inscrições de outras instituições, quenão enviaram trabalhos, mas estarão presentes ao Seminário. Portudo isso, eu gostaria de agradecer, mais uma vez, todo esse apoioe, particularmente, aos nossos "pupilos" do L'Habitat, e agradeceraos senhores, que atenderam ao convite da ABEA.Nós teremos, na seqüência, um debate, onde procuraremos situare conceituar a questão da extensão; na parte da tarde, daremosinício e seqüência aos painéis. Declaro aberto o I Seminário aci-onal sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo.Dando continuidade ao Seminário, teremos em uma mesa redon-da a professora Maria Elisa, o arquiteto lves de Freitas e a profes-sora Maria Amélia. A intenção dessa mesa redonda é criar o panode fundo para as discussões durante o Seminário.Teremos trinta e um trabalhos, inicialmente convocados a abordar

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os temas relacionados para o Seminário: Universidade e Exten-são, níversídade e Sociedade e Limites e Possibilidades de Açãocom os seus subtemas. ' ,

Na verdade, e como n80 poderia deixar de ser, alguns dos traba-lhos abordaram exatamente essa ternática, outros discorreram arespeito de suas experiências, o que dificultou sobr maneira atentativa de sisternatizá-ios e enquadrá-Ios dentro dessa ternátíca.A proposta de trabalho se resume a: uma vez esses documentosem mãos dos senhores, promover o debate sobre cada tema. Acomissão decidiu por não haver relatos específicos de experiênci-as dentro da programação do Seminário, procurando no entantoatender àqueles que se interessarem em trocar experiências, re-servando espaço a cada seção no final da tarde início da noitepara apresentação dos seu~ tr~balhos. É uma p/ogramação mai~livre cio Seminário que não faz parte cio bloco anteriormente pro-gramado.

Esta é, basicamente, a estrutura prevista: teremos discussões hojeà tarde, na terça pela manhã e à tarde, esgotando nestes trêsturnos os três temas previstos e reservando para quarta-feira Oque esta mos chamando de "plenária um" e "plenária dois", queseriam a plenária final elo nosso encontro, reservada às conclu-sões e1esse Seminário, a partir elas quais pretendemos, a exemplodo que fizemos no Seminário de Pós-Graduação extrair subsídiosque definam uma política na área de extens;lo,' para encaminha-mento aos órgãos competentes.

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MESA REDONDA

Prof, Itamar Kalil

Dando inicio à segunda atividade da parte da manhã, convido acompor a Mesa o arquiteto Ives de Freiras, Presidente do Sindica-to dos Arquitetos do Estado ele São Paulo, a professora MariaElisa, Presidente ela Comissão ele Especialistas de Ensino de Ar-quitetura e Urbanismo - CEAU e Conselheira Federal representan-do as Escolas de Arquitetura no CONFEA. Convido também aprofessora Maria Arnélia, coordenadora do L'habitat, da PUCc.

Passo a palavra inicialmente à professora Maria Elisa Meira.

Prof" Maria Elisa Meira

Dando seqüência ao que eu tinha falado antes, na mesa de aber-tura, vou falar um pouco sobre a Secretaria de Educação Superior,da maneira como ela está funcionando no MEC, muito em funçãodo interesse existente para o encaminhamento dos resultados desteSeminário.

A SESU, na minha avaliação - e não somente na minha, mas naavaliação generalizada -, está num momento bastante interessan-te comparativamente ao que vinha acontecendo. Nós temos naSecretaria um ex-reitor, ex-presidente do Conselho de Reitores,que é o professor Rodolfo , um homem de espírito bastante uni-versitário, e nós temos na Diretoria de Política Superior a nossaquerida Maria]osé Feres, a "Ze'zé ", ex-presidente da ANDES. Quan-

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do você vê dentro do Ministério de Educação, justamente numadireção essencial, que é aquela que define a política de ensinosuperior, um companheiro vindo do movimento docente e COITlaqualidade de "Zezé", já é um sinal de expectativa em relação aprocedimentos novos no relacionamento da SESU com as univer-sidades e com o âmbito acadêmico.

Sabemos que o Ministério é uma estrutura bastante pesada, é umaestrutura bastante infiltrada por interesses que não são exatarnen-te de defesa da educação do país, ou da educação superior. En-t~IO, as mudanças logícarnente são muito lentas e leva-se muitoremi o para perceber os feitos daquil que se pr t nde. Justa-m ntc por isso, porque estarnos em um ano de mudanças a níveldo procedimento no relacionamento com as universidades, mastambém um ano em que acaba o governo, um momento de tran-sição em todo o país com as eleições e uma nova presidência darepública, nós precisamos ter uma estratégia muito definida paraeste ano ele 94, e uma estratégia no seu sentido pleno, muitoprática e muito eficiente, porque senão o que foi conseguido,neste t mpo, em função dos resultados eleitorais, pode-se perder.

Eu alertaria aos participantes deste S miná rio sobre a importânciade aproveitar-se este momento na construção de uma estratégiade encaminhamento da área. Certamente não vamos ter outromomento de encontro nacional, a não ser, previsivelmente emoutubro, no Encontro Nacional de Ensino, em que nós já deverí-amos estar fazendo encaminhamentos em termos de uma políticapara a nossa área. Acho que devíamos ser neste momento menosfuturistas e bastante pragmáticos: o que é possível consolidar? Doponto de vista da SESU há essa expectativa, essa estratégia. O quenós podemos consolidar? O que nós podemos trazer dos interes-ses da área para dentro do MEC, de maneira que qualquer altera-ção da direção de uma política de ensino superior possa ter umcampo forte, externo ao próprio Ministério, que leve a cobrançasno futuro. Como já havia dito antes, a área de arquitetura é umaárea hoje que, sem modéstia alguma, tem sido referência, paraoutras áreas, e essa referência está posta indubitavelmente na ABEA.

Quando o Ministério da Educação parou, a partir dos anos 70,qualquer política que considerasse os problemas específicos decada área de ensino, a ABEA se fez presente e continuou atuando.

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E no momento em que o Ministério refez sua política sobre umamatriz cruzada da avaliação da Universidade brasileira, ele criouem paralelo uma estrutura horizontal que avalia as questões dasáreas específicas. Então o MEC se abre para a perspectiva de quecada área coloque as suas variáveis fundamentais. Temos queaproveitar esse espaço e consolidar uma proposta nossa.

Na área do Conselho Federal de Educação, a questão é bastantegrave, no momento; temos conhecimento de sessenta pedidos deabertura de novos cursos de arquitetura e outros não sabidos.Estávamos em Natal, e de repente descobrimos que tinha sidoaberto um curso m Sergipe e outro em São Paulo. Não que aCEAU - e ela já colocou isso no seu relatório de área - não quenós tenhamos a visão da prolif ração do ensino de arquitetura;nada disso, achamos que há lugares com necessidade de cursosde arquitetura e que há muito espaço para formar arquitetos, essademanda ainda não bem explicada dos estudantes de arquiteturaque aparece na demanda por vestibular.

É preciso, no entanto, ter condições para funcionar. Temos co-nhecimento, tanto na ABEA quanto na CEAU, de que muitas des-sas iniciativas desorganizadas de abertura de cursos levam ao fun-cionamento de um ou dois semestres, e logo o curso entra emcrise. Sobre isso é que nós precisamos criar exigências maiores,mas o quadro é muito difícil e não vou me estender sobre a ques-tão do Conselho Federal de Educação, porque nós já sabemosdisso. A outra questão é a o do nosso currículo, eu também enten-do que é um momento favorável para construirmos alguma alter-nativa para ele. Em relação à fala geral da CEAU, eu encerro aqui,e se for necessário, nos debates, volto.

Vou agora me deter no tema da extensão e optei por falar umpouco ela minha trajetória profissional, porque extensão para mimfoi uma opção como profissional e como docente. O que é exten-são? O que não é extensão' O médico João Amílcar Salgado, queé um pesquisador e pedagogo da área de medicina, deu umacontribuição essencial, sobre a qual eu me debruço agora paracolocar um pano de fundo na discussão que se abre neste mo-mento. No caderno 11 da ABEA, ele faz um pequeno discurso,muito sintético, um pequeno texto, que foi a fala dele na aberturado congresso da ABEA em Belo Horizonte, em que ele aborda a

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" xtensào". Então, o que ele diz! Ele diz que a Universidade temhistoricamente e na sua essência três funções; era de se esperarque ele citasse: ensino, pesquisa e extensão, mas ele mencionaacumulo, trasrnissào e produção do saber, mediante a atençãocrítica às necessidades sociais. Então o que o .João Amilcar sinteti-zou é que a extensão não é um conteúdo, a extensão é umaatitude.

Aqueles que trabalham com extensão estão talvez despertos parauma determinada insatisfação que leva a uma atitude, a uma bus-ca e a uma definição de um determinado campo que' críticoEntão, seria extensão a atividade do professor em sala ele aula, ea atitude do aluno dentro da mesma sala de aula>. Seria de exten-são a atitude do pesquisador e do material que ele escolhe! E senós formos examinar assim, vamos ver que a Universidade é anti-extensionista. Eu não gost da palavra extensão. Acho que nóstínhamos que caminhar para descobrir outra expressão. Gostomuito da expressão "atenção crítica ~ISnecessidades sociais", - acrítica ao que é necessidade, e a crítica ao nosso desempenho, aonosso papel.

Em verdade, começando pela área do ensino, começando pelaatitude dentro da sala de aula, ela não é nada extensiorusta, sãodois blocos: o professor com seu saber, do qual ele é muito zelo-so, e o aluno do outro lado, numa atitude passiva. Na sala de aulao que vem primeiro é a atenção crítica à necessidade social, queeleve estar explicitada no programa elo professor, na atitude doprof ssor, na literatura que ele indica, no universo que ele abor-da, na maneira pela qual ele trata o tema. E que deve ser a mesmado aluno, quando ele pergunta - mas, e a tal da casa popular! acobrança e na própria atitude do aluno, nós também vamos ter aatenção crítica às necessidaeles sociais e assim também na pesqui-sa. Ou não conhecemos o campo da crítica, do que se produz epesquisa no Brasil.

O CNPq financiou longos anos de pesquisa no Brasil, mas se seconsultar o acervo técnico de pesquisa financiada pelo CNPq, éimpossível. Então, o Brasil financia pesquisas de alguma coisacujo resultado nem é aproveitado, além de não se permitir a nin-guém beneficiar-se de tais pesquisas. Isto demonstra a falta de

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omunicação, que permite que todos façam a mesma coisa aomesmo tempo, inutilmente. O pessoal que trabalha com extensãos~be que dificilmente se consegue dinheiro do CNPq, CAPES, anao ser se que disfarce um projeto ele extensão em um projeto depesquisa

'~'udo isso me leva hoje, mais uma vez, a afirmar que extensão não, um conteúdo e sim uma atitude. Então a atenção crítica às ne-.cssidades sociais vale para o acúmulo, transmi;são e produção10 sab:r. Atenção, crítica às necessidades sociais, é um compro-

misso etrco, ou nos estarnos dentro de uma instituição chamadal niversidade e ela tem um compromisso ético, ou então estarnosno lugar errado. Acho que compromisso ético devemos ter emiodos os campos, em todas as instituições e em todos os desern-p '~hos, e muito mais na Universidade, por sua própria natureza,, e por ISSO que nós prezamos tanto a chamada autonomia daUniversidade, que não pode ser entendida como autonomia deluzer o que se quer. Autonomia não é isso. Não é essa autonomiaou esses os conteúdos ela autonomia que aqueles que defendem\'~ m unhas e dentes autonomia na Universidade pretendem; mas';1111, pretendem que elas sejam um campo autônomo, capaz ele, uperar momentos de ditaduras, momentos de convulsões, para'Ili a SOCIedade tenha uma garantia de que alguém, em algumlugar, naquele tempo, pensa criticamente.

li por isso que a Universidade precisa de autonomia. Ou você temII '~mpo da liberdade da a utonornia dentro da Universidade ou\ (~ 'c não vai tê-Ia em lugar algum, porque ela é a instituiçãorriada para isso, historicamente. É lógico que se sabe que ela éI 'I redutora. Nós somos reprodutores, nós temos todos os pro-I1I 'mas da SOCIedade, mas nós temos uma função e essa função1(,Il1, s de preservar. Portanto, exige-se de nós uma atitude crítica[11'01 s,sores e alunos, administradores ete. Eu acho que caminha:-I ()J: ai, .~amInhar com a indissociabilidade, isso é que é ser111 II sociável. Quero chamar a atenção para esta atitude e dar111 '11 S importância aos possíveis conflitos advindos do entendi-IIIV M de que extensão é prestação de serviços, quando o primei-II1 prestador de serviços da Universidade é a pesquisa. Eu gostariaI li' saber porque a pesquisa não tem pecba de prestador de servi-I I I,', 1\ pesquisa é prestadora de serviços sim, a pesquisa hoje no

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Brasil tem facilidade de captar recursos fora da Universidade. Aprestação de serviço é um outro campo e nós não devíamosmísturá-Io com extensão. Paro aqui para voltar nos debates. Obri-gada.

Arq. Ives de FreitasPrimeiro quero agradecer o convite feito pela ABEA. É com satis-fação que participo deste evento, pela importância que ele tem deestar r t1etindo criticamente sobre a questão da extensão, sobre-tudo voltando a esta casa, onde me licenciei em 91, para atuar naPrefeitura de São Paulo junto ao Governo Municipal. Realmenteeu me afastei, mas quero dizer que é com satisfação que retornopara esta ou qualquer outra atividade.

Pensei numa contribuição que permitisse dar uma polernizadanesse assunto e parece que eu fui, um pouco, convidado paraisso. Então eu fico à vontade para estar debatendo com uma visãocrítica, mas nada com relação a Maria Elisa, porque, apesar dasbrincadeiras, participamos do movimento estudantil, tentando re-construir a UNE, e em especial junto ao movimento de organiza-ção de estudantes de arquitetura da época. Então eu estou muito~l vontade para me reportar à memória da nossa trajetória comum,a nível do movimento estudantil, a nível do movimento docentena ANDES, e outras atividades.

Sobre extensão, pretendo me referir mais ao que está voltadoàquilo que procurei aplicar ao nosso campo da Arquitetura doque propriamente sobre os trabalhos que foram elaborados paraeste encontro, dos quais não tenho conhecimento. Estive saben-do que são trinta e uma contribuições. Nào conheço o que estásendo elaborado, mas isso, talvez até ajude a situar um pano defundo que permita estar refletindo à luz de cada experiência nocontexto nacional.

Disponho de algumas informações do que ocorre a nível nacio-nal, mas vou me ater aquilo que em São Paulo nós podemosdestacar como experiências ocorridas no campo da extensão uni-versitária, se é que se pode chamar assim. Eu concordo com aMaria Elísa e não vou me prender muito à questão do termo, maso Seminário tem exata perspectiva e nós vamos tentar trabalhar

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em cima disso.

Gosta ria tal~bém de destacar que é uma crítica do período que se1~lcla na década de 80, quando, pelo menos em São Paulo, umaserre de experiências a nível de extensão universitária surgiu nasescolas ele Arquitetura, em especial (e aqui aproveitando a pre-sença ela Mel) na Faculdade ele Belas Artes de São Paulo no inícioda dé_cada, de 80. E,m que pese ser uma Faculdade isola'da, priva-da, nao pública, nos arriscamos e acho que f· i possível, por umcerto período, manter ssa atividade. Depois a escola nos colocoutodo~ na rua - lit:eralmente 9')%, do corpo docente -, e se muitosde nos foram acusados e foram demitidos por justa causa, foi umacausa Justa, a desenvolvida na Belas Artes. Lá tivemos a oportuni-dade de promover várias atividad s no campo da extensão, umaspecial que diz respeito ao laboratório d habitação, que ficou

conhecido como L!\.BI-IJ\13- este foi o título original. Podemosatestar que essa atividade se reproduziu em várias outras escolas,tanto no estado de São Paulo, como a nível nacional a partir dalécada de 80.

Mas nã~ foi só essa atividade de extensão que conseguimos mon-Lar, na epoca. Também desenvolvemos algo chamado de Projetolnterior, po:-que tinha uma estrutura mais leve, mas nem por issomenos orgaruca, que vinculava formação de estudantes em umtrabalho conjunto com as prefeituras do interior do Estado de SãoPaulo. Era uma atividade que envolvia, a exemplo do laboratório,rnorutores e todo o corpo de professores que buscavam uma pers-pectiva de um regime integral na Faculdade. É importante desta-car que era privada, mas essa era a postura que procurávamoscolocar. Esse projeto na verdade se desenvolvia ao longo das féri-:IS, e era preparado a cada período, de maneira a estar prestandoserviço _e trabalhando sobretudo naquilo que podemos chamar dehabitação de interesse social e questões afetas à gestão dernocrá-I ica da cidade.

Ainda no período da Belas Artes, conseguimos dar uma dinâmicau que chamamos, à época, de CEDOC, um Centro de Documen-lação que também procurava ter aplicação a nível da graduação e10 enSII10 da Faculdade. Tivemos também, e a Mel conduziu muito

bem na ocasiã~, a exemplo do que vem fazendo aqui em Carnpi-11:1 , o laboratório de estruturas, que tinha uma perspectiva de

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a pl ícação direta ~l questão da habilitação e teve várias int rface~com o laboratório de habitação enquanto estrutura aplicada ahabitação de interesse social.

Estou só desenhando um pouco, porque foi um período extrema-mente rico essa última experiência na Belas Artes. Essa atividadeteve início em 80 e começou a naufragar ao final da primeirametade da década, q ua ndo em 85 a Facu Idade - isso é um regis-tro pes soal -, exatamente pelo acervo, pela conquista que ~l'.teve,comcc u a receber pressão por todo lado, e a partir dai foi-sedissolv nelo. Nà foi exatamente a questão salarial que motivou oseu fim, mas uma per pcctiva e um trabalho que eles nvolvernose qu ' n~IO cabia mais na estrutura particular do, ensino pago. Averdade é esta Cada um de nós já tinha exp ri netas em outrasatividades profissionais e também a nível ela docência, mas nemI or isso, e aqui eu queria resgatar, I ara começar ~ entrar na ques-tão principal, nós pudemos sentir que esta cxpcnencia conseguiu11101"iv~lre se reproduzir em contextos diferenciados, com outrasperspectivas

Acho que é um processo que começou de 80 para cá, e por issoeu queria cenrrar a crítica nestes últimos 12 a 15 anos, e sob_recomo as escolas de Arquitetura conseguiram trabalhar a questaoda extensão ~l nível da graduação. Vou fazer uma generalização,mas quero deixar claro que é proposital, quer dize~', eu não vou,I or ora, fazer uma distinção entre Universidade pública ~ priva-(b c também vou deixar um pouco em aberto as extensoes quetiveram uma perspectiva mais voltada ao campo institucional eaquelas que tiveram uma agregação orgânica mais direta com osmovimentos sociais, com movimentos populares ou com a presta-ção de serviço neste campo.

Se fosse fazer essa diferenciação agora, ficaria muito difícil. Umprimeiro campo que eu tomaria seria um quadro mais geral,da-quilo que envolveu a crise da Universidade, em especial da déca-da de 80 para cá, na elaboração do processo constitumte e~n. 88,daquilo que já foi uma conquist~l da aut::momla uruversitana apartir de 91 e a partir do qual reformulações passaram a ocorrertanto a nível das universidades públicas como das particulares.Em especial nas particulares, começou a haver agregação, porqueeram escolas isoladas e começaram a tentar galgar um status de,

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quando não universidades, federações ou instituições de um por-te um pouco maior. Essa reestruturaçào em grande parte envol-veu a revisão ele planos de carreira, e começou-se a dar maisênfase à questão da extensão, e também, por que não, dentro daótica do ensino privado - agora deixando um pouco as públicas _, a um grande mercado que surgiu para efeito de cursos de espe-cialização e outros, quando, na verdade, o mercado ela graduaçãojá vinha evidenciando uma certa fadiga.

~ um período que também vai mostrar uma expansão violentadas escolas particulares, qu r dizer, quando chegamos, hoje, a 71escolas pelo Brasil, acho que isso é importante. O mais irnportan-te é a informação sobre o quadro de como nós chegamos à ex-pansão da escolas: em qu stão de poucos meses, uma escoladava entrada em um processo e já estava autorizada pelo MECsem que tivesse passado pela CEAU e por outras instâncias hojeutilizadas para se ter um mínimo de critérios no tocante à expan-são do ensino no Brasil. Acho importante colocar isso porque,quando vamos discutir extensão, nós não temos controle sequersobre a graduação propriamente dita, nos cursos que vêm sendonutorizados, e muito menos sobre a maneira como vêm sendo.fetivarnenre autorizados pelo governo.

Voltando, eu parei na questão da expansão da rede privada et.unbérn de toda a reorganização que passa a ocorrer novamente,, que envolve a situação elo MEC, da SESU e até a reconstituiçàole comissões, tipo de Ensino de Arquitetura - CEAU, depois de

nnos (87, me parece), quando efetivamente os cursos já não ti-nharn qualquer crivo, sobretudo por instâncias do MEC.

Coloquei um pouco da crise nesse primeiro campo, sem entrar nomérito de como isso vai rebater, porque já havia pressões claras à..ociedade, e havia efetivamente uma busca para que a questão da'xtensão pudesse ser uma porta pela qual a Universidade iria até

,I sociedade e teria um intercâmbio maior, até porque nós temosl'l:lro isso: o ensino de graduação carrega uma série de falhas, e11:10 são poucos os professores, mesmo a nível da graduação, quepr curam com as mais diferentes propostas didáticas enquanto-scola, enquanto seqüência vertical/horizontal, em cada uma das

luruldades, ter uma agregação, uma instrumentação prática, tantoII() campo da Arquitetura como do Urbanismo.

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De qualquer forma, essas pressões motivaram tanto uma via deextensão a nível do campo institucional propriamente dito, a ní-vel geral com prefeituras, com os mais diferentes poderes, comotambém no campo da participação popular. Efetivamente n 's che-gamos da década de 70 para 80 com eSSJ "redernocratízação' Opaís com uma pressão direta da sociedade, a Universidade nãotinha como não responder ou, pelo menos, não se colocar naperspectiva de responder parte dos anseias que os setores popu-lares passaram a colocar. Por outro lado, o que vamos encontrar?Um outro bloco de problemas: uma redução acentuada de verbaspara a educação, de uma maneira geral. Agora nós nos estamosreportando ~lquestão universitária, mas, não vamos esquecer, desdeo ensino básico.

No períoelo Collor, mas já vindo d Sarney, com a gestão do PFL,é quase como lima herança dentro elo Ministério ela Educação,uma ênfase mais do que exacerbada no tocante ao ensino priva-elo, uma queda de financiamento generalizael,l para as atividadesele pesquisa, uma evasão de quadros docentes para o m rcadoprofissional propriamente dito, pelos baixos salários que as uni-versidades vêm pagando. Quando eu digo mercado, pode sertanto a nível nacional como a nível internacional, mediante qual-quer oferta ele trabalho com um salário compatível, no campo elapesquisa, da graduação, não importa, com o doutorado aqui oufora, n~IOhavia porque se discutir muito e a evasão se caraterizoude uma maneira geral. NOV~ISexigências passaram a surgir tam-bém em função ela abertura de mercado, e isso não foi tanto pelagestão elo Collor, mas seja pelo Mercosul, seja pela integraçãoeuropéia, o fato é que para um país atrasado tecnologicamente eem termos culturais, essa expansão de mercado também deu umamexida na área, e a própria extensão não tinha como não serafetada por essa questão.

Por último, para as alternativas que já se procuravam colocar:burocracia universitária. Todos conhecem a dificuldade de estarempreendendo alguma atividade nova, fugindo um pouco da bu-rocracia instaurada, e aí não há a menor diferença, quer sejampublicas ou privadas, universidades e cursos muitos antigos ourecém-criados. De qualquer maneira, isso motivou o que, nessacrise? Pelo menos para aqueles todos, e nào são poucos, que se

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colocavam numa perspectiva crítica de chegar à sociedade umaampliação eu diria, dos conceitos de extensão universitária:

Daria talvez para tomar três perspectivas que para mim estão cla-ras. Uma, prestação de serviços, e nós temos que trabalhar muitoem cima diSSO. Acho qu muita atividade acabou procurando fu-gir dessa denominação, mas a meu ver a caracterização clara éesta : é prestação de serviços, sim. Outras, que passaram na ver-dade a buscar parcerias no setor privado a nível de obtenção der:cursos, acho que também não se deve escamotear essa ques-= e nem estou dizendo, por ora, se é boa ou má, em função dapropna crise. Eu poderia entender até com muita facilidade o querepresen~ou desenvolver parcerias para obter os recursos que oEstado efetJ,vamente não destina para a área de educação, inclusi-ve para a area de extensão. E tarnbé m por que não pesquisasaplicadas ,em trabalhos voltados à população de uma maneirageral, prefer~ncialmente a setores e movimentos populares. Isso ameu ve~ definiu uma certa característica, um certo padrão de 01'-

ganizaçao do ponto de vista das atividades de extensão. E váriosnom~s passal~am a ser mais usuais entre nós: ou fundações, oucentros, ou nucleos, ou laboratórios, isso na dependência do por-~e, da estrutura, se pública ou privada, se mais diretamente ligadaa pesquisa ou prestação de serviços, mas vários organismos pas-saram a se constituir em volta da atividade de graduação.

A minha ~ritica, agora, é que, se já era difícil nós percebermosuma relação direta entre a graduação e a extensão, com essa ati-vidade mais nucleada , a meu ver, esse fosso foi e vem aumentan-do. Cada vez mais a graduação não vem tendo retorno "feedbacknecessário, elo que a atividade de extensão propriamente vemabrindo, e pior, cada vez mais a atividade de extensão vem-seconsolidando como um organismo próprio, separado, e perde-seI,nc.lu~l\'e 9ualquer perspectiva de estar instrurnentando a própriarcvisao cnnca da graduação propriamente dita.

.uais, as conseqüênci.as que eu poderia agora arrolar neste qua-,~~o, Jél que tentei conhg~rar que houve efetivamente uma expan-

SdO no campo de extensão na nossa área'

A nível das universida-des públicas e privadas, agora generalizando de novo, algumasI .ssas .atividades tinham uma clara percepção de mercado, de'onsolidar um certo prestígio, vamos chamar assim. Era um

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marketing importante, afora a graduação, a faculdade e tar ofere-cendo também uma atividade com esse perfil ltgad~ a tal movi-mento, ou conveniada C0111tal segmento do poder publico. Ou;raquestão é que isso configurou um mercado e?lergente tambémno campo dos docentes e professores, sem duvida al~ulml por-que de repente se verificoL~ que havi,~ um ,1l1teres~e rec~pr~co ~.~mercado também era favorável, no 1111CIO,a atividade d<=:sseporteTerceiro aspecto, passou a haver uma complcmentaçào salarialpara o corpo docente que não é possível negar.

Na discussão salarial, isso pode ser visto melhor, o que ~ ANDEenfrent u e enfrenta até hoje. Seja hora/aula no tocante a Iniciati-va privada, seja na carreira mesma',em regime integral n~~ univer-sidades, essa atividade de extcnsao passou a remunerar muitomais deixou até de ser uma complernentaçâo e passou a ser pre-ferc~cialmente uma opção d s docentes.

Outro aspecto é que esses organismos, para ,I inic.iativa privadaou para a rede privada, começaram a conferir uma forma 'lI, rimo-rada de caixa dois, porque toda contabilidade exercida pOI essesorganismos não passava mais a nível central. Dentro ele uma apa-rente ínformalidade de como estar obtendo recursos, financiandoas monitorias, esse complemento salarial, dentro dessa Improvisa-ção em muitos asp ctos configurava uma contabilidade paralela,ou quando não, sem o rigor da conta bilidade ,por parte central dauniversidade ou da faculdade. Uma captaçao de recursos queoassou a ser um canal inclusive para pagar atividades de manu-tençào de algumas escolas em função da arrecadação extra dessaatividade.Na relação com outro grupo, entre a graduação e a extensão,primeiro ampliou-se o distanciamento entre as atividades de gra-I ação propriamente dita e aquilo que poderia ser uma atividade

c us co "f lb k"de extensão, voltada à sociedade ou trazendo esse . eec , :cpara a graduação. Na ânsia de superar a bUl:ocracIa unI;,ersIta na ,acho também que nós redundamos numa serre de equivocos doponto de vista da inform~lidade, de como tentar con:ornar a ~u-rocracia sem ter um enfrentamento direto, e em glan~e parte,

I menos do que eu levantei para esta discussão, essape o di' d . 1informalidade levou a um custo alto o ponto c e vista as imp 1-cações e responsabilidades que envolveu Exploração descarada

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de estágios não-regulamentados junto aos estudantes, este é ou-tro campo que também não adianta fazermos de conta que nàoOCOITft.Isso envolve tanto a figura de monitores como estagíáríos,C0l110 auxiliares de ensino. Esse exercício de extensão em grandeparte, sobretudo nas atividades remuneradas, passou na verdade,I explorar c muitas vezes sem qualquer forma de enquadrarnentona própria formação de graduação elo estudante. Não só as uni-versidades como as empresas que se associaram, ou quando não,as próprias faculdades que se empresariaram para efeito de está.gio, fizeram e fazem uso dessa mão-de-obra qualificada de manei-ra assim sem restrições - e são braços e mão-de-obra da atividadede extens:l0.' ,

Outra questão que se criou também foi uma modalidade novaque começou a possibilitar, para os docentes, uma boa jusuficarí-va de se afastar como professor titular das disciplinas e se dedicarmais :1 extensão criar aquele esquema de substituição com auxi-liares ou suplentes para efeito de suas atividades. A conseqüênciadisso foram vários concursos que vêm acontecendo para permitirnovos ingressos para suprir aquele titular que preferencialmente,até pela rentabilidade, optou e cada vez mais converge para aextensão. Quando não converge integralmente, a maior pane eladedicação elo regime integral está nessa área e não na gracluaçàocomo titular - j::í há outros professores em seu lugar ensinando,porque já se pode detectar onele está ha vendo maior benefício, esobretudo as prioridades.

É possível dizer que, nessa rel<tção da extensão, são priorizadas ahabitação de interesse social e a gestão da cidade, tanto envol-vendo obras enquanto mutirões como na discussão de planosdiretores ou gestões de políticas municipais, Quer dizer, é nessafigura que, a meu ver, se configurou a maior participação dessesnúcleos, lembrando mais diretamente a nossa área. Que implica-ções isso também trouxe para efeito do ensino e da graduaçãonossa? Sempre houve uma crítica pesada quanto ao currículo mí-nimo das escolas. Há uma relação direta nessa questão: quantomais nós avançamos para a questão da extensão, mais nós relega-mos a necessidade de tirar esse traste da nossa atividade. Talvezpela autonomia universitária, nós tenhamos achado que fossepossível ter novas propostas didáticas, alterações nas estruturas

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de ensino, relações de extensão que permitissem deixar aquelefamoso projeto de 69, ainda íntegro e, bem ou mal, servindo comoa referência principal para efeito da nossa formação.

De qualquer maneira isso levou a atividade de extensão, quandomuito, a refletir nos TGIs, mais ao final do curso, onde as propos-tas didáticas por disciplinas conseguem ter uma perspectiva maisdiretamente ligada ao exercício profissional, em função da opçãotemática que o aluno venha a fazer. Isso também não representadizer que são preferencialmente opções profissionalizantes nessaetapa, ao contrário, quer dizer que, se as extensões conseguemconvergir mais para atividades que de alguma forma têm umaperspectiva, um trabalho mais profissional, me parece que é por-que os TGIs ainda conseguem ter um controle maior do ponto devista da produção conceitual ou até mesmo teórico.

Acho que também nessa relação entre graduação e extensão nãofoi muito fácil perceber mudanças para efeito dos planos de car-reira. Até onde as universidades, em especial as particulares, refi-zeram a estruturação de carreira em função da maior dedicaçãodos professores à extensão, isso acabou, em alguns casos, sim-plesmente somando como um acréscimo da carga horária quevinha sendo prestada, sem diferenciar muito se era prestação deserviço ou o que fosse; e, por último, uma certa diferenciação quese torna cada vez mais patente entre uma atividade quase quepuramente acadêmica a nível da graduação e a natureza mais deaplicação prática, experimental ou de prestação de serviço, nessaárea.Finalmente, destaquei aqui onze pontos com os quais, até pelacondição do Sindicato, eu queria encerrar, dizendo que são pro-blemas que, a meu ver, vêm surgindo e cujas soluções não estãosendo muito fáceis. Por aqui é possível ter-se um quadro parapolernizar um pouco mais.

A primeira avaliação é que esses organismos - laboratórios, fun-dações etc - cada vez mais vêm-se incorporando à burocracia etendendo a se distanciar aceleradamente daquilo que motivou asua criação, em especial a nível da graduação. Acho que a buro-cracia, e talvez a própria necessidade de consolidar a atividade deextensão, vem tornando esses organismos mais fechados e já sobum controle tranqüilo por parte de qualquer burocracia central.

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)utra: deixaram de se" tr .'10 rr f _ I lOS Iumentos que poderiam estar motivan-.. Ians ormaçoes a nível do e' d f( uer di - _ . . nslOO e a ormação profissional,s' b z~r nao estao permltlOdo uma reflexão no nosso cotidiano. o r.e ate onde cada experiência que se abre na extensão pode'stal revendo conteúd . " - I '. c. os, tnteg: açao c e disciplinas ou um a ri-

rnoramerirz, de qualquer proposta didática. p

T rceiro vão-se crist 1'-' I I_ ' c ..a rzanoo amentavelmente (eu digo isso por-

I~~een~~;le coloco fora dessa crítica) os grupos e equipes docen-'ã entes, ::nando quase que um corpo próprio A gradua-

~ .0 tem um carater entre as relações docentes/discentes e esseorgarusmo V'll criando l ,. I .fissi . c c lIna espeCle c e panela um certo perfil depro rssionars tanto pr f . . ', <. o essores quanto estudantes que vão mais)U menos gnvlta d ' ' c •

, , . '.' ~ .', c n o e vao optando. também, como já disse noInICIO, pnolltclllclmente para essa atividade.

1:larto, qld,anto mais isso Ocorre mais difícil se torna ter critériosOUjetlvos e renovaç'- I I . •. <,10 cesses quac ros, e vai ficando alzo um~~tUCOn:<1ls complicado. Eu me recordo de que, quando ;1,~Belas

I ' eS'dnos amplIamos por um lado as vagas de docentes e t'1111-) m e morutores e cl .' . . <, , .- , uellamos renc)\"ar alguns elementos que,st<1\am. no quadro. FOI urna diticuldaclc tcnive l porque não setonsegulu estabelecer criréri . I' . '.' .', '.' 1I erros o )Jetlvos para essa renO\'aç,10 ela!)IOPllcl atl\ idade ele exrcnsào. Eu me recordo ele que na ~ )OC'I'lI1:es ele deixar essa ati\·ielaelc. ela correspondía, no n'lcu c:·so L,;quase mais da metade da de I'" ,,' I I . ' "I" . " ,ec IClçao c e au as que efetivamcnre eu,CClOna\.a. _Entao de repente, até no plano s:tlari~\1 o efeito 11eSS'IIcmunenç'lo 1 '" -o c" c c Il11p icana um corte ele. no mínimo ')Oo/t 7')0;( iÍf()OI

lintào o enca» .... ' o, O,. 10.'1 .•·. I . b' jdm~nto, o regrrnc de eleelic;I~';'I() intearal também,Iilcutavatercnte' 'I""· I b ,

I' b I IIOS o )JCI.I\os. lc em para moniroros que obtí-111am o sas para estar Cl ." I I 'do tr b: 1I I' c c irsancio e qua quer mudança na equipe, Ia cl 10 C esenvol\"iclo '. "' II . . _. Importa na em voltar a pagar OS cstu-

. Ela uma situaçao igualmente complicaela.( uinto pont I" ,,', .I. o, um c IStdnClamento cada vez ma ior das elemandas!)OPU ales e uma ampllélçào ele trabalhos voltados 1)'\1"'\o C'll11pOIl1stltuclonal Acho q " - , , <, cI . I -' ue ISSOnao e so uma opção elo pomo ele vista

leaçoescom o poder )'bl'" cI), . . I u ICO, ou, como disse no inicio ela

uloclacw,clue se veio alastr: I ' '. • c d lanco, mas rambém pelo refluxo cio

movrmento popular eI' •• . .,_. . c, e uma maneIra geral, que nós p demos

constatar de CIl1COanos para GÍ.

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Outra: na nossa área, cada vez mais esses organismos foram ad-quirindo todos os piores vícios existentes nos escritórios de arqui-tetura, aquilo que nós já temos como prática tradicional na ativi-dade profissional Não sei até que ponto é possível estardiferenciando isso, mas q u a n to mais a atividade foi-seprofissionalizando, mais trouxe com ela os vícios dos escritórios,e a própria atividade, o próprio funcionamento, vai e vem seajustando nessa perspectiva, Conseqüência disso: começa a surgirurna certa tipologia de profissionalizaç~o sem qualquer responsa-bilidade técnica perante o mercado ele trabalho propriamente dito,1S50 é um problema, eu digo isso agora mais como sindicalista eloque como professor, é uma questão que está aí para ser resolvida,S~IO equipes, por exemplo, onde estudantes acabam desernpe-nhando uma atividade de caráter exclusivamente profissional, as-sumem até responsabilidades técnicas ou em cálculos, não impor-ta em que etapa ele projeto, ou mesmo e111contato ou na finalizaçàoOLI no produto final, e nào há efetivamente uma clarificação dequal é a responsabilidade que cada um tem na equipe, individual-mente c nesse trabalho prestado a nível ínstítucíonal ou ele qual-quer instância, ou de um movimento popular, uma associaçãopopular ou coisa que o valha,

Outra: conflitos que passam a surgir entre instâncias e organismosda própria Universidade, Um pouco com esse perfil, a extensãodeixou ele ser simplesmente uma questão de carreira, de dedica-ção docente, e passou também a motivar conflitos entre os pró-prios professores, estudantes, entre atividades acadêmicas, entrea prestação de serviços, Criou categorias onele nào há ainda estru-turas capazes ou que facilmente absorvam essa realidade, Impli-cações enquanto práticas e o exercício profissional envolvendocontratos, remuneração, licitações e outros mecanismos dessa na-tureza que esses organismos, até a nível estatutário, na sua ativi-dade normal não previram, e que, quando surgem, têm uma difi-culdade grande ele estar resolvendo e têm impossibilitado que aburocracia universitária dê uma resposta imediata para isso, quandonão arbitrando e resolvendo a nível da estrutura geral. Ou seja,não há uma solução no dia-a-dia, porque são órgãos que não templena autonomiaDécimo ponto, e penúltimo, Há um certo esgotamento interno

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nessa perspectiva e também uma alteração violenta das deman-das iniciais, Acho que em qualquer um desses organismos, vistosa partir ela sua criação - que tipo de atividade exigia maior tempo,maior dcdicaçào, qual era o perfil dos laboratórios em especial equal é a realidade e o trabalho que se desenvolve hoje, naquelesque ainda não fecharam as portas - já é possível perceber que háum esgotamento naquele modelo que se pensou, que se implan-tou h;í dez anos atrás,

E eu queria concluir que isso nos obriga a estar revendo urgente-mente essas questões Acho que o Serninárir, é urna contribuiçãoimporranro J luz d,IS experiências que vêm sendo feitas, não sóno CIi11pO cio Estado mas a nível nacional, O caráter cio Seminárioimplica ;1 necessária reflexão IXlr;1 o resgate dessas atividades,tenham lá o nome de extens;10 uu nào, mas que possam estarcontribuinclo na transfonn,I\';10 do próprio ensino de gr,leluaçüo,Porque quando surgiram, surgiram com essa perspecnvn e ,I meuver cada vez mais se constituem, hoje, em um braço autônomo,distante e sem permitir uma reflexão critica necessária ;,1nível doacumulo, da transmissào e da produção elo saber. Este é o quadroque eu queria trazer para reflexão,

Profv Maria Amélia

Bom dia a todos,

Depois eI,lS colocações da Maria Elisa e do lves, acho que n;10resta muito :1 colocar a respeito da extensão univcrsitána em Ar-quiteturu e Urbanismo, até porque a minha experiência nessa .ireaé muito mais prática, no sentido ele organizar c coordenar ,IS ativi-dades tanto na época da Belas Artes, como Ivcs citou, como aquino L'Habitnr ela FAU-PUCC Vou apenas colocar alguns pontos devisra que ele certa maneira até coincidem com questões j:t coloca-das, mas tentanelo apenas explicitar o que tem sido a nossa posi-ção aqui na FAU-PUC:C

I~u concordo plenamente com os onze pontos do Ives como pro-hicrnas que derivam e se originam da atividade de extensão, nasescolas de Arquitetura; acho que eles são totalmente válidos, nósternos convivido com eles e tentado continuamente solucioná-los Na verdade, particularmente acredito que esse tipo de ativi-

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dade à qual a Maria Elisa chama de "atenção crí~ica aos pr~ble-, "" seja L1111'1atividade absolutamente fundamental nanlaS sociais c c

"eelucacão e'scolarizada do arquiteto", fazendo uso de ~um~1ex-)ressã~ também usada pela Maria Elisa Meira. Vejo que ,~~ae fun,-1 , I ;',' S sentidos: primeiro no sentido de fazer u mada menta enl VdllO .., , " ~ , ,

, ~ ele tempos o tempo dos fenômenos SOCiaiS que es-aproxllllaçdO, , I A' 'tão acontecendo no momento e o tempo do enSl110 e e rquitetu-1'<1,

Nós )ercebemos, tanto na Belas Artes como aqui,~ que existe L~mdclr'/ de tempo entre o m mente em que os fenômenos SOCldI~

, .rre 11 e o momento em que eles passam a ser 1l1corporad?sOCOII I , 'I 1 le : tencao

I "I' les ele ensino Ao meu ver essa ativic ac e e a "pe as ntivic ae 5 " , . " ' , , .',, ' tensão SCI"Io que for ela possibilita que nos esteja-cnnca ou ex "," , , , I ~ ,

, atentos e presentes ao que esta acontcccnuo d nOSSdmos ma IS ~ ", _ ,,' , ~It', e p'lrticu!armente, a nível ela educação do alq~"teto, eu

~on~icl~ro 'iSSO fundamental, porque todos nós, que FI estan~osformados há algum tempo, sentimos aquele impacto do q,ue e ,o

, > o" '''I'11110Sda escola e mergulhamos n<l ativr-momento em que n 5 ,,'<. , c: " , "

I' I." profissional seja essa atividade ele qU~I~quer natureza, como~'~~f~ssion'lI liber;t\ ou como assalariado, enfim, ou mesm comoI,I,,' _ est sentido eu acredito que nós contribuamosdocente, Então, nes e " " _, 1 as escolas de Arquitetura organismos de extensao, comtene o ndS , " " Iuma maior instrumentalização do aluno de Arqultetul~1 ,n~, sentl~ ~de situar-se dentro do contexto onde ele vive e com~ç,ll,a pelce,ber com mais rapidez e clareza, qual seria o papel social do ar-,quiteto.

, t que me parece extremamente salutar, em ter-Um outro aspec o' " , l:mos da atividade de extensão, é que eu não consigo ,\'~;' a ,~tlvle ,1-de de extensão diferentemente de um pr~cesso de vrvencia :ole-tiva, de construção contínua de coisas, IdeJa,s, resultados e produ-tos Como me parece que a atividade profissional ~o arqUlteto~

I er tipo ele categoria seja uma atividade predominanteem qua qu " , \ 't ele trabalho em equipe, de entencltmento e e um contexto,

nlen e c , 'I' ízad ' lunos de, ta nbém que quanto mais tami ianzac os os ame palece ,I ,_'Are uítetura estejam com esse processos ,de discussão e~:l,eqlllp~~

1, I ' \" ' linares prinClp'llmente mais ISSOvai auxiliare equipes mu uc 15Clp I. ',' If 'pl'of'l'ssional Eu me retiro novamente a um uocu-no seu uturo < ' 'I

a Maria L"II'sa'lpresentou em Belo HOrizonte, no quamento que c 'c L 'c

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ela fala que a atividade de ensino também tem, a todo momento,dois tempos: ela é um tempo presente do educador, mas que estáeducando o aluno para um tempo futuro, Então eu acho quecontinuamente, todos os dias, na sala de aula, na escola, nós vive-mos com esse tempo que é o tempo presente, mas a preparaçãodo aluno é para o tempo futuro,

Como nós podemos contribuir para esse tempo futuro se nãoestarnos nele? Acredito que podemos contribuir tentando fortale-cer o aluno na criação, no estabelecimento de .urn métoclo pró-prio de perceber um contexto e de reagir a esse contexto, de seapropriar de uma problemática e dar respostas e saber como che-gar a essas respostas, Neste sentido, o que temos percebido nasatividades do L'Habitar e o que eu percebi na época da BelasArtes (LABJ-IAB) é que esse resultado é atingido, e é atingidomuito rapidamente, Nós temos percebido isso nos alunos queconvivem dentro ele trabalhos dessa natureza,

É lógico que eu estou referindo-me a trabalhos sobre os quaistenho uma avaliação positiva (eu assumo integralmente os onzepontos que o lves colocou como pontos que acontecem e sãodecorrentes da atividade de extensão, e acho que nós devemosestar atentos a eles; nós aqui estamos atentos, mas mesmo atentosnos defrontamos com eles), mas estou-me referindo aos proces-sos, aos produtos que eu considero positivos, Um exemplo disso,é o fato de termos percebido que, a partir do momento em que asadministrações municipais assumiram e tentaram se estrururar paradar conta das demandas por habitação (e aí eu faço uma ressalvaexplicitamente ;IS administrações iniciadas em 1989), nós perce-bemos que, a partir do momento em que houve uma aberturanesse sentido, tínhamos alguns profissionais preparados para as-sumir esse trabalho, e verificando esses quadros, percebemos que,na sua grande maioria, eram arquitetos que haviam sido monitoresdentro do Laboratório de Habitação da Belas Artes - LABHAB eaqui da FAU-PUCC.

Logicamente, estou-me referindo a uma situação paulista, regio-nal, talvez esse mesmo quadro tenha-se repetido em outros esta-cios que tiveram realidades semelhantes, Neste sentido, eu só queriadeixar o meu depoimento, que considero essa atividade reflexiva,rítica, da Universidade em relação ao contexto em que ela está

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situada, fundamental para o processo educacional do arquiteto deboa qualidade. Como ela vai acontecer? Quais são os critérios quenós vamos empregar para julgar se ela não está sofrendo distorções?Esta é uma discussão que é decorrente, é conseqüente, ela deveacontecer, deve ser contínua.

Para este Seminário, até a nossa contribuição, em termos de traba-lho vem muito nesse sentido. Quais são os formatos institucionaispossíveis para que a extensão ocorra nas escolas de Arquitetura

'A absoluta necessidade de que essa atividade venha acompanha-da de mecanismos de avaliação. Concordo plenamente com esteúltimo ponto em que nós ainda não tivemos uma verificação,digamos, talvez com bases mais científicas, da verdadeiraefetívídade dessa atividade dentro da escola de Arquitetura noseu retorno ao ensino de graduação e mesmo ao de pós-gradua-ção. Eu não posso afirmar que nós já tenhamos uma avaliaçãodisso, de qual é o retorno. Existe um retorno que é indubitável,que é um crescimento, um amadurecimento particular d cadaum que participa do processo. Se esse retorno acontece de formacoletiva, quer dizer, se ele voltou para dentro da graduação, real-mente, não podemos dizer.

Nós tivemos casos, por exemplo, de disciplinas, uma disciplinaoptativa de planos diretores, que surgiu recentemente. Se ela foiinfluenciada pelos trabalhos desenvolvidos no Laboratório ou não,não acredito que tenha havido uma discussão profunda e consci-ente a esse respeito. Pode ser, sem dúvida alguma o que percebe-mos aqui é que o material produzido no L'Habitar foi utilizadonessa disciplina, e era um material atual.

Outra coisa que considero importante é que essa imersào se faz,em um determinado momento, na realidade que nos cerca, e per-mite, depois, tornar-se, constituir um material que pode ser apro-priado para a atividade de pesquisa. O acervo que o laboratóriodo L'Habitat tem hoje, do que foi o movimento" por moradia naregião de Campinas, a partir de 1986, é um acervo que podeservir para inúmeros trabalhos de pesquisa a respeito, porque éum acervo vivo, ele reflete, ele é constituído de documentos, deatas, de croquis, de manifestações das pessoas que estavam dire-tamente envolvidas naqueles problemas, e não é um acervo insti-tucional, não é uma história oficial. Então, acredito que o trabalho

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de extensão também possa ter essa contra partida para o ensinoh Arquitetura, trazendo, recolhendo, constituindo-se em meca-

nismo, em elemento que faz esse recolhimento dos fenômenoslue estão acontecendo em um determinado momento e esse

material pode ser depois apropriado para as atividades de pesqui-sa e pode servir como tema de teorização por parte da escola.

; nsidero que talvez o ponto essencial que nós devamos analisar:\ ui no Seminário, um dos pontos essenciais é: se há sentido ou1180 na atividade de extensão para a qualidade na educação'scolarizadn do arquiteto. Esse entendimento há que se ter, o

I' ~sto, para mim, é uma questão de amadurecimento, acho que11<10 há outro mecanismo. Nós aqui, internamente, temos confli-10 , apesar de haver um trabalho que se desenvolve, que é consis-I .nte, que nós resolvemos institucionalmente. Estamos vencendo()S trâmites burocráticos, administrativos. O Laboratório existe háoito anos, o que é, como o lves falou, uma coisa rara; esses orga-nismos são de difícil manutençào ao longo do tempo, sofrem muitasoscilações Mas acho que nós deveríamos partir desta reflexão:Importa ou não importa' Porque sim, porque não

'Depois, temos

,\ esperança, a expectativa de que teremos maturidade, cada umd~ nós em seus próprios lugares, para trabalhar com esses confli-IOS. Acho que essa maturidade vai surgir em função da freqüência(I' discussões que nós tenhamos sobre o assunto. Acho que oI roblerna da extensão tornar-se um braço autônomo é muito sé-I lc , mesmo porque o ritmo da extensão é um ritmo cornpletamen-I . cllfer:nte cio ritmo cio ensino. Nós trabalhamos 12 meses por.1110,36) dias. Então, é um outro ritmo, há um compromisso com,I outra parte, que é uma coisa que nâo acontece na atividade de11 'squisa e que deveria acontecer no ensino, mas isso não é total-1II .nte explícito, quer dizer, os resultados nã'o são muito claros na,11 ividade que acontece curricularmente. Nós estamos iniciandot.rlvez um trabalho muito importante que é, primeiro, revelar oIlll tem acontecido, o que cada um pensa sobre extensào, quais•,\ ) os problemas que estamos tendo, ou não temos ainda porque11.10 fizemos, mas a meu ver o ponto crucial a ser encontrado é daIIllportância ou não dessa atividade. Obrigada.

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Súmulas

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SÚMULAS DAS CONTRIBUiÇÕES

TRABALHO 01 UFRGSFACULDADE DE ARQUITETURA

"Formaçãode operários também écompromisso da Universidade"

Prol Airton Cattanil listoricamente ocupada com a formação superior, a Universidade1\:10 tem entre suas atribuiçôes a preparação de trabalhadores que\':10 atuar sob orientação de seus egressos. Deixa esta responsabi-lidade ao ensino de }º e 2º graus, ao ensino técnico!I I' fissionalizanre e a outros segmentos (sindicatos, serviços de.1prendizagern, etc),

No caso da construção civil, a formação de operários não encon-1":1, no entanto, a mesma resposta que o ensino não universitáriopl' porciona à outras categorias de trabalhadores. Predominando,I I' rmação no próprio canteiro de obras, esta não é levada à caboli ' maneira a propiciar a aquisição de conhecimentos técnicos e/I lU 'métodos de trabalho de maneira criteriosa. Esta situação temI'(·n xos no desempenho geral do setor, que vem apresentandotudices preocupantes no desperdício, advindos, entre outros, dalorrnaçào inadequada de operários,

I :nbe assim à Universidade, via Extensão Universitária, preocupar-

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se também com a formação destes trabalhadores, buscando quali-ficar as relações profissionais nos canteiros de obra, através doamplo acesso ao saber sistematizado, contribuindo para evitar quese ampliem as diferenças de conhecimento entre os que conce-bem e os que constroem o espaço habitável.

TRABALHO 02 UFPE

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Estágio Acompanbado como alternativapara o trabalho de graduação"

Prol Zenildo Sena CaldasProf". Célia Maraubào Campos

A presente Proposta consiste em formalizar Convênio entre osGovernos Municipais de Cidades e as Escolas de Arquitetura nosentido de viabilizar estágios para alunos no último semestre doseu curso, como alternativa ao trabalho colaborando com umainstituição pública, permite ressarcir em parte com o País o custode sua formação.

TRABALHO 03 GAMA FILHO

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Olhar a cidade: uma reflexão"

Prof". Ana Lucia Cordeiro Luz

"Olhar a Cidade" torna-se cada dia mais difícil.

Aos estudantes das faculdades de Arquitetura e Urbanismo é co-brado esse saber olhar a cidade. Mas como ajudá-los nessa buscamuitas vezes sem êxito. A conscientizaçào desse problema porparte da universidade (corpo docente e discente) e poder públicoé que proporcionará a íntegração entre currículo, e extensão. Vi-sando uma reflexão sobre o ambiente urbano.

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TRABALHO 04 MOURA LACERDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Plano Diretor de Santa Rosa de Viterbo"

I)entro do tema Universidade e Sociedade através da colaboração(10 curso de Arquitetura e Urbanismo das Unidades Escolares" elaInstituição Moura Lacerda de Ribeirão Preto - SP, com a PrefeituraMunicipal de Santa Rosa de Vircrbo- SP., foi desenvolvido durante() '1110 letivo de 1993 ~1intcgraçào, através da disciplina de Planeja-mente Urba no S e 6, do 7º e 8º períodos respectivamente, com arornunidade local para a realização da primeira parte elo PlanoI iretor Municipal, que consiste nas diretrizes básicas setoriais eleI1-senvolvímenro urbano.

l'ura a instituição de ensino a oportunidade de colocar em práticali', conceitos estudados durante o curso de Arquitetura e Urbanis-1110na seqüência de Planejamento Urbano e para a instituição1"lhlica e população local, a oportunidade de obtenção ele instru-111-ntos eficazes ele Planejamento Urbano gerados a partir ele as-I'ssorias de alto nível, ela experiência profissional de cada Proles-111'c elo empenho e dedicação cio corpo docente.

TRABALHO 05 MOURA LACERDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

'I'roposta para implantação do Laboratório de desenhoe maquete e do ateliê de tecnologia aplicada"

lruplantaçào elo LABORATÓRIO DE DESENHO E MAQUETE ehI \ll'DÊ DE TECNOLOGIA APLICADA, como extensão das dis-IJdlll:IS ele Planejamento Arquitetõnico, visa buscar a maior per-

1I1111('I)ciade alunos e professores no ateliê.

I III1I'I i1'0 é aproximar os alunos ela realidade profissional, ofere-IIII,I lima visão de conjunto ao projeto, onde todas as questões

II1 1,'\':lntaelas, debatidas e solucionadas, desde a representação

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gr{t!:ica aos problemas técnicos de projeto e construção.

TRABALHO 06 UnB

DECANATO DE EXTENSÃO

"Projetando com a população"

Prol Litiz Albeito CouueaNo present:e trabalho pretend -se fazer uma avaliação critica erelatar a experiência de desenvolvimento de um projet urbanísti-co com a participação popular.

Buscou-se num primeiro momento tecer comentários sobre o papel da Universidade e .em particular do trai alho Ia Faculdade dArquitetura e Urbanism perante a sociedade. Em seguida descrevou-se alguns métodos para se trabalhar junto ~l população.

Passou-se então a relatar ;1 experiência de ensino, pesquisa extensão desenvolvida nas comunidades do Varjào, do acampamentda Telebrasília e da Super Quadra orte 413/414 Brasília-Df, nano de 1993, evidenciando os acertos e dificuldades enfrentados

Finalmente, avaliou-se criticamente os objetiv s alcançados erepercussão do Projeto junto ;1.5 comunidades e sua importâncífutura no desenvolvimento da pesquisa e ensino de organizaçãde estruturas ambientais urbanas, com participação popular.

TRABALHO 07 UNESP-BAURU----------

FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO

"Central de Estudos Urbanísticos e Ambientais"

Criação de infra-estrutura básica para o desenvolvimento de projetos temáticos de pesquisa e extensão para o desenvolvimento dmetodologias de intervenções urbanas e regionais (inicialmenteem Bauru e sua micro-região).

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TRABALHO 08 UNESP-BAURUFAC. DE ARQUITETURA ARTES E COMUNICAÇÃO

"Revista A"

Este artigo descreve o projeto de criação de um periódico espcci-.ilizado em Arquitetura e Urbanismo no departamento de Arquite-tura, Urbanismo e Pai agismo da UNESP-Bauru, a Revista A.

TRABALHO 09 UFPelFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Relato de experiência"

Prol Rogério Gutieirez FilhoI) trabalho sintetiza uma breve listagem das atividades com preclo-1IIInio extensionista e dos debates, sobre este assunto, realizados111'1[1comunidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo daI nlversidade Federal de Pelotas. faz algumas considerações sobreI dificuldades encontradas na extensão.

111serra sobre: planejamento urbano e rural; patrimônio1lIllitetônico, urbano e rural; tecnologia com materiais alternati-.1 , publicações e anota palestras e cursos. Prevê a atuação nah.uuada "habitação popular". Finaliza relacionando: extensão e11r 'ira docente; extensão e mercado de trabalho.

t tu.rliza pontuando o estágio curricular.

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TRABALHO 1 O PUCC

FACULDADE DE ARQUITETURA

"Universidade e Sociedadparceria com movimentos populares"

Prof. A ri vicente FernandesA presente contribuição ao Seminário sobre Extensão da ABEAparte de algumas definições que procuram reativar os trabalhos deextensão, no interior dos cursos de arquitetura e urbanismo, volta-dos à assessorar movimentos populares por moradia e melhorescondições cl moradia urbana.

Tendo como referência o caso do Laboratório do Habitar elaFAUPUCCAMP procurou-se nas origens do curso e do órgão deextensão, a fundamentação teórica e histórica que permita umretomada desse trabalho em novos moldes, adequados à atualonjuntura do ensino e às ações desses movimentos.

Entende-se que a superação do estágio de simples curso universi-tário que busca sua afirmação como escola é o elemento dinâmicoprincipal da renovação pretendida. A proposta aponta uma listadas atividades principais à implantar, agrupadas de acordo com 6níveis de relações: no interior elo próprio L'Habitat, no âmbito dFAU, nas interfaces desta com a PUCCAMP, no intercâmbio com osdemais cursos ele arquitetura do país (através ela ABEA), junto àsentidades de classe e na sociedade representada pelas cornunida-des locais e regionais. Apresentam-se 4 linhas de ação para o planejamento e o funcionamento da extensão: detalhamento eoperacionalização, qualificação das demandas execução dos ser-viços e rebatimentos sobre o ensino. Apesar de formulada inicialmente para um caso específico, a proposta é geral e visa contribuipara o tema aplicando-se à outros cursos no Brasil.

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TRABALHO 11 ruccFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Casada Floresta"

Proj Vicente Guilbermo N. MorenoProf". Luiza Afonso da SilvaArq. [uliana Cortez Barbosa

O projeto "CASA DA FLORESTA" trabalha com a essência das rela-ções entre a arquitetura e os problemas ambientais contemporâ-neos, em momentos distintos da história da devastação das flores-tas e a relação com a evolução das cidades.

A concepção deste espaço comporta elementos de permanência etransformação de valores culturais e as possibilidades dentro datécnica construtivas relacionadas com o pensar mais livre e criati-vo. Sendo assim, estrutura espaços e procura ultrapassar represen-tações mentais cristalizadas, articulando a simultaneidade do macroe do micro espaço e dando base para a compreensão da vidacontida e explícita na biodiversidade. Esta base relaciona mundosdistintos da vida vegetal interdependente da vida animal e estáligada aos minerais. A compreensão destes mundos: animal vege-tal e mineral, a partir das artes foge de uma lógica rígida de conhe-cimentos oriundos de múltiplos campos das ciências da vida, daterra, do homem, tendo como fio condutor, a energia que se mani-festa nos infinitos espaços da matéria. Esta energia tem sua expres-são máxima no homem, dado os níveis de consciência que nelesse expressam. .

Do ponto de vista ~ultural é a ligação do passado com o presenteligando pontos comuns de povos diferentes, a "CASA DA FLORES-TA " é arquitetada com trabalhos voltados para direcionar energiasem termos de cooperação e trocas onde as expressões humanas dasartes, emerge com toda sua força criadora, com múltiplas possibilida-des em suas relações que se estabelecem no processo educativo.

É ela, "A CASA DA FLORESTA" uma unidade que contribui para areorganização do espaço urbano-rural. É estruturada em módulos,demostrando as possibilidades do potencial contido no bambu apartir das condições anatômicas e fisiológicas do mesmo.

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o potencial do bambu demonstra a partir dos protótipos um tipoespecífico de design, originando a linguagem visual adequada à co-municação desta proposta. Nesta linha reconstrói espaços chegandoà novas posturas a nível pedagógicos, educacional e cultural.A escolha de materiais renováveis como o bambu e as fibras vege-tais, seu sentido antropológico, demonstram a viabilidade econô-mica de sustentar a vida dos cidadãos, tendo em vista a moradia abaixo custo. A base conceitual, os espaços arquitetados eestruturados pedagogicamente constitui uma proposta a ser avali-ada em todos os momentos do seu processo, ao mesmo tempo, eaberta ao público com a preocupação de captar idéias, dandoorigem ao desdobramento de reflexões potencializando e diversi-ficando as ações no próprio projeto "CASADA FLORESTA".

TRABALHO 12 UFRJ

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Umaexperiência relacionadaaos materiais de construção"

Prof. Maria Amália A. deA. Magalhães

No presente trabalho procurei relatar a minha experiência em ati-vidades de extensão, ligada à disciplina de Materiais da Constru-ção, que leciono à 19 anos na Faculdade de Arquitetura e Urbanis-mo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Essa experiênciaconsiste de duas iniciativas no âmbito da FAU-UFRJ,sendo uma decaráter permanente e a outra de realização anual. A de caráterpermanente, o Balcão de Tecnologia e Informação, é um setor dodepartamento de tecnologia de construção, que reúne um acervode amostras, catálogos e informações técnicas sobre materiais eserviços ligados à construção, servindo como fonte de consultapara os alunos. A de realização anual, a ARTECON- Arte e Técnicada Construção - consiste de uma feira de materiais e serviços , ».

com a participação de expositores de várias indústrias, que serealizou na FAUde 1984 até 1987.Paralelamente à exposição, eram programados ciclos de palestras

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sobre os materiais, cursos diversos e concursos. Devido à contro-vérsia existente sobre o sentido da extensão na universidade, con-sideramos que a nossa experiência servirá para fornecer elemen-tos para os debates sobre o assunto.Consideramos que ambas as experiências são importantes poisconstituem uma forma de se estender as atividades da universida-de para um público mais amplo, estabelecendo intercâmbios entrea universidade e as empresas.

TRABALHO 13 UnBFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Extensãoou parceria"

Prof. Gunter KoblsdorfProf". Maria Elaine KoblsdorfProf. Frederico de Holanda

Procuramos inicialmente nesta comunicação questionar o concei-to correntemente aceito de "extensão universitária", pelo qual pro-cura-se transmitir às populações um saber tido como pronto eacabado e produzido exclusivamente no âmbito da academia. Aisto coloca-se uma alternativa, pela qual estabelece-se uma efetivaparceria caracterizada pela troca entre saberes distintos, nas diver-sas etapas de atuação sobre a realidade (explicação, avaliação,proposição). A luz destas preocupações, ilustramos nossa experi-ência. recentemente em extensão na FAU-UnB.

TRABALHO 14 UnBFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Aextensão e adequação ao meio"

Profr.Dk". Marta A. B. Romero

A Universidade e em especial a Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo de Brasília deve outorgar a resposta do desenho aos desafi-

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os do desenvolvimento, apoiar com ações de extensão especial-mente aqueles lugares que enfrentam, pela sua proximidade com~ capital do país graves problemas, desde a profunda alteração daforma de uso e ocupação do solo até a carência estrutural deemprego. _Situação ,esta que não a faz destoar do quadro geral daurbanização do pais, quer dizer, apresenta grandes contingentespopulacionais alijados da economia local do espaço urbano cen-tral, porém acrescenta um elemento a mais no tradicional quadrodo urbano, a população carente vem perdendo sistematicamentesua identidad,e cultural, eles não possuem laços com o local queos atrai (Brasília) nem com os que o abriga (Entorno).

TRABALHO 15 UFES

DEPARTAMENTO DE ARQUITE1URA E URBANISMO

Relatório preliminar 93/94

Relato e avaliação preliminar das atividades do Laboratório de Pia"nejamento e Projetos do curso de Arquitetura e Urbanismo daUniversidade Federal do Espirito Santo, no período de junho de:993. e maio de 1994. O laboratório, criado para atuar como apoioa~ atividades de ensino, pesquisa e extensão do curso de gradua-çao neste pnmeiro ano ,de atividade, desenvolveu vários projetos,estudos e planos urbanísticos, principalmente através de convêni-os com órgãos públicos: a Universidade, Governo do Estado eprefeituras municipais.

TRABALHO 16 ruccFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

L'Habitat: mais que um espaço, uma idéia

Monitores Laboratório do Habitat

O Laborat~rio se define pelas pessoas, pela forma de ensinar, pelapartrcipação, pelo estabelecimento de parcerias, pela demanda,

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pela aceitação da demanda, pela formação de idéias próprias, porsua auto- imagem.

E esse texto procura olhar o laboratório como algo que vai mu-dando, procura mostrar como vai se construindo procurando esta-belecer um olhar crítico de suas próprias referências para que issolhe sirva como avaliação e como proposta de trabalho para novosorganismos de extensão de outras escolas e para si próprio

TRABALHO 17 ruccFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"PlanoDiretor Municipal e a Extensão"

Prol José Roberto Merlin

O projeto de extensão vinculado à carreira docente da Faupuccamp,começou efetivamente em 1990, com o simpósio "Plano Diretor:Lei Inútil ou Instrumento Efetivo de Ação?" tomou corpo com aassinatura dos convênios com as prefeituras de Pirassunuga (991),ltu (991) e Valinhos (993), ganhando perenidade neste ano comos términos dos trabalhos. Durante esse tempo acabou acontecen-do outro convênio com a Unimed Brasil 0992-93), cujo objetivofoi determinar padrões construtivos regionais para hospitais darede.

Sendo arquiteto, professor, vereador e presidente da câmara, oautor do projeto foi instigado à trabalhar com o tema pela precari-edade dos quadros técnicos das prefeituras de cidades com até100.000 habitantes, bem como pela nova organização jurídica-ad-ministrativa do país engendrada pelas constituições federal, esta-dual e municipal, que tornou obrigatória a feitura dos Planos Dire-tores pelas prefeituras municipais.

Desenvolveu-se nos três convênios um método de trabalho, atra-vés de assessoria e consultoria técnica especializadas que além deelaborar o Plano Diretor inicia um processo de planejamento per-manente na administração pública treinando a equipe técnica lo-cal e possibilitando e instigando a participação da comunidadeatravés do conselho do Plano Diretor.

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Trabalhando multidiciplinarmente esse processo de planejamentoacabou reunindo professores de diversas faculdades, acadêmicos-bolsitas e estagiários, técnicos municipais, políticos locais e popu-lação, transformando-se numa rica experiência.

Os trabalhos foram acompanhados por seminários, work shops,palestras, vídeos, encontros, etc, como forma de prospecção esustentação teóricas enriquecendo o cotidiano da escola e acaba-ram apontando pelo menos 4 temas a serem aprofundados pelapesquisa: função social da propriedade; participação popular noprocesso de planejamento, a questão ambiental e a auto-aplicabilidade dos Planos Diretores.

Sabe-se que a pesquisa dada pela extensão é bastante salutar paradesenvolver a capacidade crítica, reflexiva e ética dos acadêmicosvinculando as práticas básicas de ensino e pesquisa da universida-de com o concreto da sociedade na qual se insere, podendo insti-gar a transformação da estrutura social, vislumbrando-a mais justahumana e fraterna.

TRABALHO 18 UFRNDEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Aassessoria técnica à comunidade do Bairro Mãe Luizanas questões do uso e ocupação do solo"

Prof'.Dulce Bentes

Nesse artigo apresenta-se a experiência de assessoria técnica pres-tada ás organizações comunitárias do Bairro Mãe Luiza sobre pro-blemas de uso e ocupação do solo ocorrentes no Bairro.

Trata-se de um projeto de extensão universitária desenvolvido noâmbito do Deptº de Arquitetura da Universidade federal do RioGrande do Norte, com financiamento da PROEX/UFRN.

Envolvendo entidades do movimento comunitário do Bairro, ONGe Setores da Igreja, esse projeto tem como um dos principais pro-dutos o projeto de lei que visa a regularização do uso e da ocupa-ção do solo do Bairro, ora em discussão no Conselho de Planeja-mento de Natal - CONPLAN.

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Nesse sentido, o Bairro Mãe Luiza constitui a primeira área deNatal com características de "área de interesse social" em vias deter regulamentação do uso e ocupação do solo a nível do PlanoDiretor de Natal. Essa é a primeira experiência de projeto de lei deiniciativa popular na cidade.

A ternática uso e ocupação do solo é trabalhada com base naspremissas formuladas e aprofundadas pelo Movimento Nacionalde Reforma Urbana, buscando-se, principalmente, o cumprimentoda função social da cidade e da propriedade a e gestão urbanademocrática.

TRABALHO 19 UFRNDEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

<~ atividade de extensão - suas especificaçõese relações com o Ensino e a Pesquisa"

Profr.M" da Conceição Ferrari B. S. PassegiProf". Dulce Bentes

"Visando o aprofundamento da ternática "A Integração rda Exten-'são ligada ao Ensino e a Pesquisa", que está na pauta da reuniãode Pró- Reitores de Extensão, e se realizar em agosto do correnteano, em Natal/RN, a Pro-Reitoria de Extensão da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte - PROEX/UFRN retomou o traba-lho de discussão acerca das questões que envolvem a concepção,implementação e avaliação dessa atividade, especialmente noâmbito da UFRN,

Com base nas reflexões desenvolvidas conjuntamente com a che-fia do Departamento de Arquitetura/UFRN, apresentação para dis-cussão no presente artigo um conjunto de idéias acerca dasespecificidades da atividade extensionista e sua relação com o

. Ensino e a Pesquisa,

Essas reflexões são de caráter preliminar e constituem parte de umprocesso de trabalho onde se busca avançar na gestão dessa ativi-dade de forma à torna-Ia efetivamente uma prática acadêmica, esobretudo pautada' em princípios relativos à transformação sociale de unidade entre a teoria e ação,

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TRABALHO 20 UFFESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

"OLabirinto da Extensão Universitária'"

Profs.Isabel Cristina Eiras de OliveiraProfê.Marlice Nazaret S. de Azevedo

"Dá-se o nome de MINOTAURO a um monstro que tinha corpo dehomem e cabeça de touro. Na realidade, chamava-se de Astérioou Astérion, e era filho de Pacifae, mulher de Minos, e de umtouro por Pacidon a este rei. Minos aterrorizado e envergonhadocom o nascimento do monstro, fruto dos amores contranaturais dePasifae, ordenou ao artista ateniense DÉDALO, que nessa alturaencontrava-se em sua corte, que construísse um imenso palácio(O LABIRINTO), composto de um tal emaranhado de salas e cor-redores que ninguém, a não ser DÉDALO, conseguisse encontraro caminho para dele sair. Foi lá que encarcerou o monstro. Etodos os anos dava-lhe de devorar sete jovens e sete donzelas,tributo que impusera à cidade de Atenas. TESEU ofereceu-se vo-luntariamente para fazer parte do grupo de jovens e mercê da ajudade ARIADNE, conseguiu não só matar o animal como também en-contrar o caminho para voltar à luz do dia", (GRIMAL, 1992)

TRABALHO 21 UFBAFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Cursos de formação de mão-de-obra especializada"

ProfLuiz Carlos Botas DouradoA formação adequada de recursos humanos com vistas à proteção debens culturais tem sido mundialmente aceita como condição indispensá-vel para a implantação de uma eficaz política de preservação.

A adoção de "novas" técnicas e o "fazer" mais simplificado, visan-do a redução de custos na construção civil, têm relegado ao quaseesquecimento o legado cultural transmitido pelos artesãos a seusdiscípulos. A partir desta constatação, entende-se que a formação

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de mão-de-obra especializada deve se direcionar em duas verten-tes: a primeira propiciando a formação e/ou reciclagem de operá-rios especializados que' possam atuar na restauração. A segundano que tange a qualidade do construido, contribuindo para tornarmais duradouras as edífícações do nosso tempo.

Na presente comunicação, são abordadas questões referentes àfixação da grade curricular e ao conteúdo programático das disci-plinas adotadas pelo CFMO, assim como os resultados da avalia-ção do curso feita após a realização da sua primeira edição naFaculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia.

Palavras chave: Cursos, Preservação, Restauração

TRABALHO 22 UFBAFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Perspectiva para arquitetos"

ProfMarcelo R. P. SilvaEstudo dos processos de representação gráfica que permitem noplano uma visão dos objetos do espaço.

TRABALHO 23 UFBAFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Aquarela Aplicada à Paisagem Urbana"

Prof.Marcelo R. P. da Silva

curso se desenvolverá em três unidades; desde exercícios comlação à técnica ao urbanismo;

Unidade 1 - Exercícios com a técnica de aquarela;

Unidade 2 - Aquarela e sua aplicação na Arquitetura.

IJnidade 3 - Aquarela e sua aplicação ao projeto urbano

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Page 33: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO 24 UFBA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"OLaboratório de Computação Gráfica Aplicadà Arquitetura e desenho"

Prof.Gilberto Corso Pereira

Este artigo relata a experiência do Laboratório de ComputaçãoGráfica Aplicada à Arquitetura e Desenho - LCADda Faculdade deArquitetura e Urbanismo.

Na primeira parte do artigo se apresenta suscintamente sua pro-posta de trabalho, e sua estrutura atual, e na segunda parte seurelacionamento com as atividades de extensão, seus objetivos, bemcomo os entraves e dificuldades de atuação, em termosinstitucionais. É feito um breve relato de suas atividades atuais eplanejadas, em termos de extensão. '

TRABALHO 25 ruccFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Aextensão na FAUPUCCAMP:uma contribuição à discussão"

Prof. Wilson Ribeiro dos SantosO texto busca analisar a trajetória das atividades e práticas deextensão na FAUPUCCAMPdesde a criação do seu Laboratório doHabitat (L'Habitat) em 1986. Procura situar o significado do cresci-mento da perspectiva das atividades extra-curriculares como asassessorias aos movimentos populares por moradia e assentamen-to urbano e sua priorização enquanto conceito "difuso" de exten-são da época. Analisa ainda a importância das experiências reali-zadas para a renovação do quadro de ensino e pesquisa nas esco-las de arquitetura e urbanismo. Aponta para as alterações políticasresultantes da mudança do quadro político do país, em particularapós as eleições municipais em 1989 e a necessidade de umreequacionamento e a atualização do conceito de extensão e suas

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diversas relações e interfaces com os demais aspectos do ensino,pesquisa e da formação profissional do arquiteto e urbanista.

TRABALHO 26 puccFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Proposta de Criação do "Laboratõrio de imagem" -LAR]""

Prof. Wilson Roberto Mariana

A proposta do LABI,apresentada no segundo semestre /93, juntoao Departamento de Linguagem Arquitetõnica da FAU/PUCCAMP,a rigor configura-se como um dos objetivos mais relevantes doProjeto de Pesquisa de Carreira Docente, em desenvolvimento doprofessor Wilson Roberto Mariana com o título: Arquitetura e Ur-banismo e sua inserção no conjunto das Linguagens Visuais.Após elaboração de várias faces do projeto (com início em 1990),através de pesquisas, seminários, debates, foram realizados váriosvideos acerca do tema central: Arquitetura e Urbanismo. Esta pes-quisa além de sua importância junto aos departamentos e ao cursode graduação e pós-graduação na FAU/PUCCAMP,confirmou umpotencial de investigação e produção de material visual, requeren-do uma estrutura de maior porte para responder à estas necessida-des, indicando para a direção de criação de um laboratório.Desta forma, o "Laboratório de Imagem " - LABI",além de estimu-lar a pesquisa interna à Universidade, se propõem a ser um Proje-to de Extensão. Isto porque, a sua organização indica para o ne-cessário estabelecimento de convênios com, instituições culturaispúblicas e privadas que já possuam núcleos interessados na pro-dução de material visual (vídeo, fotos, diapositivos, computaçãográfica, etc), sobre arquitetura e urbanismo.Um dos principais objetivos do estabelecimentos destes convêni-s, é de estruturar uma equipe de produção que de fato promova

um salto de qualidade do produto final, para que seja possívelampla divulgação e intercâmbio com a comunidade universitária epodendo atingir ainda os profissionais como fonte de informação

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para os diversos setores ele atuação dos arquitetos e urbanistas.

De forma mais ampla o "LABI", objetiva ser um núcleo de investi-gação e produção de imagens, articulando as diversas linguagensvisuais manipuladas na atividade de ensino e no segundo profissi-onal.

A apresentação desta proposta, se cornplemenra pelo projeto emanexo, que se encontra em fase de discussão no Departamento deLinguag m Arquitetõnica da FAU/PUCC!\.MP. Destacamos porémque, este projeto foi apresentado com algumas particularidadesda estrutura existente no momento na rAU/PUCCAMP.

Porém para efeito de discussão neste Seminário, consideramospertinente que seja abordad na sua forma estrutural.

TRABALHO 2 7 rucc__ o - • _

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Núcleo de Referência Arnbiental"

Prol Nelson Marques da Silva Filho

Desenvolver nos próximos dois anos em etapas, uma série deprocedimentos operacionais sisternatizatórios e organizativos comvistas à obtenção de espaço de referência ( não necessariamentefísico) para a aglutinaçào dos dados e informações, divulgação eapoio a cursos e eventos e, ~IO final capacitar a PUCCAMP para aelaboração de estudos, análises e propostas sobre a problemáticaa rnbienta I da região de Campinas.

TRABALHO 28 ruccFAU ' LABORATÓRIO DO HABITAT

"Contribuição do Laboratório do Habitatda FAU/PUCCAMPpara a extensão em Arquitetura em

Urbanismo"

Prcf=.Maria Amélia DFDAzevedo Leite e colaboradores

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Entendemos que a extensão é a participação reflexiva e crítica daUniversidade em trabalhos voltados à busca de soluções para pro-blemas da comunidade. Nesses trabalhos, a Universidade procuraaplicar métodos e teorias existentes e verificar sua adequação adiferentes realidades, dinamizando assim os próprios processosde ensino aprendizagem.

A extensão em Arquitetura e Urbanismo deve buscar uma aproxi-macào entre teoria e prática sem contudo se confundir com oexercício profissional. Seu maior valor é o fomento ao desenvolvi-mento de estudos e atividades que aproximem a educação doarquiteto da compreensão da realidade que nos cerca.

Do rrinômío ensino-pesquisa-extensão apregoado como objetivoela Universidade, talvez a extensão seja ainda o elemento de maisdifícil definição.

Aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo transita continuamente nodelicado limiar da inserção no mercado profissional, carecendoportanto de critérios claros para sua efetívação no meio acadêmico.

Hoje mais do que nunca a extensão universitária surge como ele-mento integrador da Universidade à sociedade na busca de sol?-ções e da compreensão dos graves problemas e dos novos fenô-menos sociais emergentes.

A imersào na realidade que nos cerca é vital para que a educaçãoescolarizada do Arquiteto instrumenralize o futuro profissional parao efetivo desempenho ele sue papel social.

O presente trabalho reflete exclusicarnente a opinião de sua auto-ra e colaboradores quanto ao significado e formas institucionais daextensão universitária no ensino de Arquitetura e Urbanismo, etransmite as impressões de sua vivência particular como coorde-nadora, monitores e funcionários do Laboratório do Habitat daIAC/PUCCAMP a partir de fevereiro de 1991, procurando comisso contribuir para as discussões do Seminário.

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Page 35: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO 29 UFF

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Preservação da Ilha da Boa Viagem - estudo preliminar"

Prof". Maria Ciistttta F Mello

Este estudo originou- e a partir de um ofício da "Associação demoradores e amigos da Ilha da Boa Viagem (AMA/BV) "dirigido ~ICoordenação de Projetos Experimentais (COPEX-PROF.X - lJFF),no qual solicitava ,.... a participação e coordenação da Univcrsida-de Federal Fluminensc para estudar solução para a Ilha da BoaViagem em situação prccá ria, sofrendo a ação da erosão c dova ndal iS111o,fechada à visitação pCIbl ic<I.

A Preservação da Ilha da Boa Viagem - Estudo Preliminar condensaos principais aspectos levantad s para a preservação do Patrimônioela llh a : pesquisa histórica e iconográfica, levantamentoarquitetõnico e fotográfico, mapeamenro d danos, diagnóstico,terapia e anteprojeto c interfaces com os outros sub-projetos re-composição paisagística (diagnóstico geo-ambiental e recomposi-ção da flora) e centro de memória da Ilha da Boa Viagem(dinarnizaçào cultural e educação arnbiental).

TRABALHO 3O PUCC

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

" O Restauro-Escola: uma proposta de ensino"

PrQ{ Samuel Kucbiri

Trata-se de um projeto que envolve o corpo docente e discente naelaboração no projeto de restauro do Palácio do Barão de ltapura,sede central da PUCCAMP, bem como a criação' de um Núcleo dePesquisa e Projeto onde tal experiência deverá multiplicar-se abran-gendo uma ação concreta sobre a preservação do patrimônioarquitetônico regional.

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TRABALHO 31rucc------- -------

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

"Descrição Suscinta das Atividades de Extens ã

do Laboratôrio de Conforto Ambientae Conservação de Energia"

Prof. Pau 10Sergio Scarazzato

Apresenta em linhas gerais a idéia norteadora de criação doLABCON, analisa as dificuldades enfrentadas para a sua real con-solidação como laboratório acadêmico, notadamente as'concernentes a sua equipagem e dá conta das atividades de exten-são em andam nto e programadas, com destaque especial ao te:'-1110de cooperação acadêmica firmado com o Instituto de Informa-rica ela PUCCAMP que já produziu um primeiro sofrware aplicativopara o cálculo da disponibilidade de luz natural em planos hori-zontais e verticais quaisquer.

OBSERVAÇÃO Os textos completos dos trabalhos inscritos, estão ã

disposição dos interessados para reprodução na s~de da ABEA :Rua Caetano Moura, 121 - Federaçáo - CEP40210-340 - Saluador,Babia -Te/' (071) 245-2627.

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Page 36: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

Relatóriodo Seminário

Page 37: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

RELATÓRIO DOI SEMINÁRIO NACIONAL SOBREEXTENSÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

SISTEMATIZAÇÃO DAS CONTRIBUiÇÕES ENVIADAS

o presente trabalho consiste na consolidação, pela Comissão deSistematizaçào, dos documentos enviados ao Seminário.

A elaboração deste relatório preliminar considerou os seguintesdocumentos enviados pelas Escolas de Arquitetura e l 'rbanismo:Formação de operários também é compram isso da VIIioersidade,C01 -UFRGS); Estágio acompanhado como alteruatiua para o ira-baibo de graduação, (02 - UFPe); Olhar a cidade: lima reflexão,(03 - Gama Filho); PIa 11o Diretor de SCIII/aRosa de vtterbo, (04 -Moura Lacerda ), Proposta para tmptauraçào do Laboratório deDesenho e Maquete e do /tle/iê de TecIIologia Aplicada, (05 - Moural.acerda ), Projetando C01/? a populaçáo, (06 -UnB); Central de E,'-tudos Urbauisticos e Ambieutats, (07 - UNESP); Revista :11 " (08 -UNESr); Relato de experiência, <09 - UFPel); Proposta para rela-çâo Escola/ Movimentos Populares, (]O - PUCC); Casa da Flores/a,(11 - rUCC); Uma experiência relacionada CLOS materiais de COIIS-trução, 02 - UFRJ); Extensão ou.parceria, (l 3 - nfs); A extensão ea adequação ao meio, (14- UnB); Rekuono Preliminar 93/94, (1')- UFES)j L 'Habitas. mais do qu.eum espaço.' uma idéia, (16- PUCC);Plano Diretor Municipal e a extensão, (17 - rUCC); A assessoriatécnica a comunidade do bairro Mãe Luiza nas questões do uso I:.'

ocupação do solo - Natal/RN, (18 - UFRN)j A atioidade de extensãosuas especificações e relações com o ensino e a pesquisa, 09 - UFRN)j

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Page 38: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

o labirinto da extensão universitária, (20 - UFF); Cursos deforma-ção de mão-de-obra especializada, (21 - UFBA); Perspectivas paraarquitetos, (22- UFBA); Aquarela aplicada à paisagem urbana,(23 - UFBAJ; O Laboratório de Computação Gráfica Aplicada àArquitetura e Desenho LCAD da Faculdade de Arquitetura da Uni-versidade da Babia e a extensão, (24 - UFBA); A extensão naJ:/1UPUCCA/IIIP.uma contribuição à discussão, (25 - PUCC); Pro-posta de criação do 'Laboratório de Imagem - LABI " (26 - PUCC);Núcleos de Referência Ambiental, (27 - PUCC); Contribuições doLaboratório do Habitat da FAUPUCCAMPpara à extensão em Ar-quitetura e Urbanismo, (28 - PUCe); Preservação da ilha Boa Via-gem - estudo preliminar, (29 - UFF); O Restauro - Escola: umaproposta de ensino, (30 - PUCC); Descrição sucinta das atividadesde extensão do Laboratório de COI~f0110Ambienta! e Conseruaçáode energia, (31 - ruce).Desta listagem participaram 13 escolas de um total de 31 traba-lhos. Desses, apenas um texto foi produzido por estudantes. Quantoà metodologia adotada, a Comissão, após uma leitura geral doconjunto dos textos, procedeu aos destaques pelos pontos doTemário, considerando que uma grande parcela das contribuiçõesabrangia vários itens da organização temática proposta para o de-senvolvimento do Seminário; outras, não especificavam o tema ;a lgu ma s, não apresentavam a devida pertinência; muitas,extrapolaram o âmbito do evento e, parte das reflexões, trouxepropostas "implícitas", o que acabou por constituir tarefa impossí-vel de ser realizada.

Acrescente-se, ainda, a descrição não detalhada das experiências epor conseqüência a dificuldade de compreensão das análises críti-cas apresentadas.

Por tudo isto, resumir e sistematizar todas as contribuições, algu-mas contendo posições divergentes, num único documento podeter deixado muitas lacunas, bem como, pode ter ocorrido interpre-tação inadequada das idéias apresentadas. Quanto ao temário, aleitura dos documentos levou a Comissão à inserir outras questões"correlatas", que aparecem nos trabalhos. Assim, o Tema 3 rece-beu novos pontos para reflexão.

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TEMAl

UNIVERSIDADE E EXTENSÃO

o tema Universidade e Extensão, especialmente no item Ensino,Pesquisa e Extensão, foi o que recebeu o maior número de contri-buições, nem todas com a mesma abrangência e profundidade.Dos trinta e um trabalhos apresentados, vinte e três situam-se pre-dominantemente no item 1.1. (Ensino, Pesquisa e Extensão), dezno item 1.2. (Relação com Órgãos lnstitucionais), cinco no item1.3. (Vínculos com Graduação e Pós-Graduação) e seis no item1.4. (Fontes de Custeio ele Financiamento).

1.1. ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃODos trabalhos considerados, foi possível articular 4 grupos porafinidade de abordagem:

a) trabalhos que relatam proposta (()2 UFPe) ou experiências deensino diretamente ligadas à graduação, como os de números 04-Moura Lacerda, 06-UnB e 18-UFRN, onde a tônica esteve, na mai-oria elos casos, no objetivo de compatíbilizar as necessidades dascomunidades em áreas ele interesse social com propostas de inte-gração e vinculaçào à realidade no exercício didático. foi enfatizadaa importância de processos partícipativos, principalmente no traba-lho 06-UnB, que configurou uma experiência realizada e avaliada;

b) seis dos trabalhos referiram-se à existência e a propostas decriação de núcleos ele apoio: 07-UNESP, 12-UFR], 1'i-UFES, 26-PUCC, 30-PUCC e 31-PUCC. Tais núcleos situam-se como elemen-tos de infra-estrutura para desenvolvimento de projet e pesquisana área ele planejamento (07-U ESP), como referencial d materi-ais ele construção C12-UFRJ) e como potencial de el senvolvimentode pesquisas em termos de novas linguagens cI r pre ntaçào ede concepção do espaço (26-PUCC).

De outra parte, constituem assessoria à graduaçã a TrabalhoFinal de Graduação, integrando pesquisa e en in, mo o casoelo trabalho 30-PUCC, que objetiva a criação ele Lima m todologiaprojetual específica.

c) seis trabalhos situaram-se de forma mai isolada, ' mo as pro-

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postas de cursos dirigidas à comunidade acadêmica e profissionale à formação de mão de obra (22-UFBA, 23-UFBA e 01-UFRGS), asreflexões sobre o "olhar a cidade" refletido na extensão, comoforma de compromisso ético e profissional da Universidade, arti-culando docentes e discentes (Oô-Garna Filho) e o trabalho 14-Un13, que coloca como papel da Universidade "outorgar as respos-tas do desenho aos desafios do desenvolvimento", ligados ao es-paço e clima enquanto cultura, propondo a extensão para acapacitação de técnicos ligados aos executivos municipais.

Ainda, neste tópico se insere o trabalho 11 PUCC apresentandourna proposta de pesquisa e ensino-aprendizagem dentro ele umaviSJO holística e arnbicntal.

d) os trabalhos 09-UFPel, 10-PUCC, 13-UnB, ie-rucc, 17-PUCC,19-UFl<N, 20-UFF, 25-PUCC, 28-PUCC e 29-UFF têm caráterconccitual, abordando diferentes aspectos da extensão, porem suasligações com o ensino e a pesquisa, embora enfatizadas comoindispensáveis, nem sempre se configuram claramente.

Contribuem ele forma mais murcante para a questão posta nesseitem os trabalhos] 9-UFEN, 20-UFF e I,3-UnB Nesse último, oassunto é encaminhado dentro de pressupostos que colocam amaioria das escolas de arquitetura e urbanismo brasileiras como"áreas onele se adota um ensino rotineiro e pragmático" .sern umabase de pesquisa e investigação produtora do conhecimento ealirncntadora do ensino. Se ensino e pesquisa, embora relativa-mente bem definidos na Universidade "sofrem ,lmbigüidades",debatendo-se entre o pensar (e seu status científico) e o fazer (e ,1

importânciade quem age sobre a realidade), a extensão aparececom definição ainda mais discutível, até porque a UniversidadeBrasileira "debate-se entre dois modelos acadêmicos ... 0

consoliclador do status quo ... e outro que a vê como transforma-dor da sociedade, considerada marginalizadora da maioria de seusindivíduos em relação aos benefícios gerados pela ciência e tecno-logia". Para o primeiro modelo a extensão não é importante aonúcleo básico, enquanto é vital para o segundo, onde, como agen-te da produção de conhecimento recompõe o pensar e o fazer namedida que é "conjunção da academia com a sociedade" e portan-to "troca de saberes". Nesse caso o "termo extensão é impróprioporque não expressa suas características essenciais" - porque não

III I

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optar por parceria'

O termo parceria aparece também nos princípios postos pelo tra-balho 19-UFRN, para quem extensão implica em inrervençào emdada realidade, cujos "parceiros", a Universidade e os agentes dasociedade, estariam trabalhando nos planos teórico e prático daarticulação dos saberes. Esse trabalho situa a atividade exterisionistacomo compromisso com os processos de construção da cidadania,de transformação social, representando para o aluno u ... 0 espaçoprivilegiado de vivência com os agentes sociais e os problemasc o n c re to s da s o c ie d ~1de". A rt ic ul a cIa a o e n s ino, s e r iaretroalimentação e à pesquisa seria "espaço de reava liaçào erevaliclação ele conceitos e pressupostos".

Poucos são os trabalhos que se referiram especificamente ao alu-no, e quando isso aconteceu, denunciou-se que na maioria dasvezes são "contratados como estagiários de professores para exe-cuçào ele tarefas inferiores no processo de projeto ou de planeja-mento para as comunidades ou para as instituições governamen-tais" (1,)-UnB). Reforçando essa ausência, enquanto agentes co-participantes da extensão, aparece nesse seminário um único tra-balho ele alunos C16-PUCC1, trazendo a necessidade da discussãode uma postura democrática nas relações professor-aluno, tam-bém colocada de forma mais ampla no 20 UFF.

1\ posição explicítada pelos alunos enfatiza "que a necessidade deextensão se justifica pela responsabilidacle que deve ter a Univer-sid.ide frente aos problemas sociais procurando relacioná-tos. Po-rém o selTiço não é o produto que a Universidade produz para si.O procluto é o método que ela usa para educar durante o processoele busca das soluções que a sociedade lhe solicita. A propostaque os monitores ela rucc apresentam (16 PUCC), é que o traba-lho ligaclo à extensão tem que estar estrutura do numa reflexãodemocrática da relação aluno / professor, onde ambos irào con-juntamente refletir sobre o que, com quem e como fazer.

É esta a relação que justifica a Extensão como forma de ensino.Trabalhos ele extensão, onde cabe ao aluno executar tarefas, emalguns casos estritamente técnicas como levantamentos e dese-nhos, não se configuram como experiência do universo da exten-são, que podemos definir a grosso modo como Projeto, Execução,

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Revisão do Projeto e Síntese.

Não se pode pensar o processo do projeto levando em considera-ção apenas os aspectos técnicos, deve-se pensá-lo como um con-junto de fatores: sociais, políticos e econômicos, para que o alunopossa posicíonar-se criticamente, ultrapassando uma visão frag-mentada e tendo a oportunidade de um entendimento global".

No "labirinto" C20-UFP) da extensão universitária "a necessidadede contato direto com a realidade lá fora, reivindicada insistente-mente ou até mesmo perseguida ele forma consciente quando oestudante busca experiência dos estágios técnicos, ainda não foiassimilada pela maioria das carreiras que considera normal, masnão de responsabilidade da escola prover e prever essa ligaçãobásica e permanente extra-muros. É necessário frisar que os pro-pósitos dessa ligação essencial e permanente, elevem ser assenta-dos em bases sól idas com a extensão respondendo a ensino,g .rando novas pesquisas e possibilitando contato com a diversi-dnde de situações frequentes no mundo exterior e desprotegidoda tutela do palácio".

Alunos TE, EUS e professores ARIADNES devem empreender umtrabalho conjunto em direção ao centro do palácio, lugar do co-nhecimento. Atingir esse centro prende-se a uma reformulaçàodas relações professor-aluno elifícil no "ambiente universitário .iin-ela impregnado de atitudes autoritárias' onde o professor ensina eo aluno aprende.

"Fntretanto o mundo moderno, em permanente mutação, vem obri-gando a transformações necessárias e contínuas nos conteúdosdisciplinares, uma vez que cabe à nutornaçào a resolução doprogramá\'el e à inteligência ;1 responsabilidade pela funçãoíndagadora Professor inforrnador e o aluno ouvinte vem cedendolugar ao professor animador e ~10aluno pesquisador. (LIMA 1991 )"

1.2. RELAÇÃO COM ÓRGÃOS INSTITUCIONAISBuscou-se nesse item, entender onde se originam, na estrutura daUniversidade, os órgãos vinculados à extensãr ) conjunto dostrabalhos enviados ao seminário.

Dos 31 trabalhos apresentados, apenas 02 estào .líretamente liga-dos institucionalmente a pró-reitorias; 14 trabalhos estão ligados

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às escolas, sendo 04 diretamente, 02 em núcleos e 08 em laborató-rios (neste caso todos são ligados a PUCC, como existentes oupropostos); 09 ligados a departamentos e 06 ligados a professoresou disciplinas Isoladas. Certas experiências envolvem vários ór-gãos insritucionais, especialmente aqueles de proteção ao meioambiente, como o 11 PUCc.

~ale ressaltar que a origem e a forma dessas ligações nem semprehc<~m bem. explicitadas, nem mesmo o projeto pedagógico a queestao relaCionadas.

1.3. ~í~CULOS C00 GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃOA referência específica à graduação surge em 06 trabalhos (02UPPE, 04 Moura Lacerda, 06 UnB, 09 UFPel, 13 Unb e 18 UFRN)que se constituem em exercícios didáticos nas disciplinas ou con-fíguram ,propostas nesse sentido. Outra forma de relação com agradLlaç'~lo aparece nos núcleos que desenvolvem trabalhos deass;ssoria e outras diferentes propostas, através de monitoria eestagros supervisionados.

Naquelas contribuições que tratam de núcleos de apoio e centraisde informações, a vinculação reside no subsídio às atividades di-dáticas e de pesquisa, na maioria das vezes sem precisar a nature-za (graduação ou pós) da clientela. Especificam esse aspecto os:rabalhos 12 l!FHj, inicialmente voltado para a graduação e hojeatingindo a pos-graduação e a proposta do LABI C26-PUCC) queexplicit.i sua importância junto aos departamentos e aos cursos degraduação e pós-graduação.

Ainda, experiências já realizadas na extensão, como a de Mãe Luiza(18 UFRN) que gerou um trabalho de graduação e subsidiou dis-sertação de mestrado, e a de Barra do Garça C13-UnB) que atingiuseis turmas ele disciplinas de projeto urbanístico e diplornaçào etOI utilizado como estudo de caso em duas dissertações de mestra do,confIguraram um desdobramento que atingiu os dois níveis deenS1I10.

1.4. FONTES DE CUSTEIO E FINANCIAMENTOA maior parte dos trabalhos recebidos pela Comissão de Sistema-tização não cita a fonte de financiamento e/ou custeio para osprojetos a que estão vinculados, tornando-se difícil desvendar esse

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sub-irem com o detalhamento desejável. Dos 25 trabalhos analisa-dos no TernaL, 09 nada informam sobre os recursos necessários 3sua realização, 04· aparecem com financiamentos exclusivos deuniversidades e instituições de fomento C06-UnB, 12-UFRJ, 13-UnB,18-UFRN), 04 receberam auxílios de instituições públicas, sejamsignificcltivos 05-UFES e 17-PUCC), ou apenas apoio mínimo (02-UFPe e 04-Moura Lacerda) e 8 apresentam-se com formas mescla-das de financiamento, variando-se as fontes.

Convém que se ressalte a dificuldade de conseguir financiamentosem agênci~ls de fomento para o processo de extensão, que temsido colocado como inferior e111relaçà aos outros pilares da Uni-vcrsidade.; que existem muito poucas opções para conseguir re-cursos, e por último, fica claro que a assessoria a movimentospopulares, gera lmcnte tem sido coberta pela Universidade ou ór-g~los de fomento.Por outro lado, alguns trabalhos sugerem formas para obtençãoou alocaçà de recursos que devem ser discutidas.

Atividades ínstitucionais existentes ou órgãos a serem criados podemser financiados por fundos especiais (07 UNESP) ou fundações (1 ')UFES) da própria Universidade Na mesma linha, sugere-se que aobtenção de recursos possa advir de prestação ele serviços remune-rados, ofertados 3 própria instituição ele ensino (1')- FES e 31-PlICCJou a órgãos públicos externos C17-PUCC e 24-UP13A).

A proposta ele repasse interno dos recursos gerados de uma ativi-dade rentável para outra do mesmo órgão extensionista, vem sen-do examinado 00 PUCC). Ressalta-se, por último que houve ma-nifestações críticas em relação 3 remuneração dos participantesdas atividades de extensão que envolveram: denúncia à explora-ção do trabalho gratuito dos alunos (29 UFF); proposta de estágioremunerado (2 UFPe); e considerações que supõem que a remu-neração de professores (09 UFPel) está contida no seu regime dededicação

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TEMA2

UNIVERSIDADE E SOCIEDADE

2.1. PARCERIACOM MOVIMENTOS POPULARESSeis trabalhos trataram ela parceria com movimentos populares.D,esses, dOIS atuaram somente em grupos de extensão, os casos doL Habita] 00 e 16-PUCC); três, alternaram grupos de extensãocom trabalhos de sala ele aula, (09-UFPel, 13-UnB e 18-UFRN) eum, especificamente na disciplina (06-Un13).

Este tipo de parceria ,... ré-situa a Universidade na Sociedadepossibilitando que seja agente de transformações sociais porque:no n1l11lI110,restttui o conhecimento retirado aos grupos sociaisoprimidos ao longo da história - mas também porque restabelecea cidadania dos intelectuais que passam a pertencer, efetivamentea grupos de agentes transformadores" ( l3-UnB: =j). '

As parcerias tem sido com associações de moradores movimentosclol11unit~rios de bairros, ONGs, setores de igreja, gru~os organiza-c os de trabalhadores sem-teto, ete. A exceção ficou por conta daUFPel que abrange os sem-terra. As atividades extensionistas temP?ssibilitado a integração com a pesquisa, alimentando disserta-çoes de mestrado (]8-urHN e 13-UnB)

Ainela,~o :'Projeto Casa da Floresta" (] 1 Pl'CU" é dirigido à Socie-dade CIvIl, envolvendo assessoria a setores públicos e privados.At:,nc~e :sc.ala, prefeituras, com planos diretores, ONGCs): - orga-ruzaçoes nao governamentais, aos 'sem casa'- suas associações eSll~c"cat~s':,. A" "estratégi:1 ~Ie~retloresta~11ento·' que a experiênciap eceitua esta direcionada a construçao de moradias popularesurbano rurais", com emprego ele "materiais alternativos renováveis"e um "tipo específico de design".

2.2. ASSOCIAÇÃO COM EMPRESASNenhum texto apontou para contratos com empresas privadas.Apenas um trabalho (12 UFRJ) trata elo intercâmbio entre Univer-sldad~ e as empresas. A experiência apresenta-se na forma de umareuniao =.informações técnicas sobre materiais de construção ena promoçao de feira de materiais e serviços. Paralelamente à feira

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são organizadas palestras, cursos, concursos e exposições de pro-jetos de arquitetura, o que amplia a sua finalidade didáticaNeste caso, o entendimento das atividades extensionistas, expres-sa-se da seguinte maneira: "A forma como se programam e reali-zam essas atividades pode levar a uma distorção. Um exemplodisto s30 atividades que se revestem de cunho predominantemen-te assistencial junto a alguns setores da sociedade. Não compete àUniversidade esse tipo de atividade, a menos que faça parte deobservações necessárias para a geração de novos conhecimentosque servirão de subsídios para a atuação nesses setores" (12-UFRJ:1).

2.3. COLABORAÇÃO COM INSTITUiÇÕES PÚBLICASQuatorze trabalhos trataram das relações com órgãos públicosPlanos Diretores e assessoria à Prefeituras Municipais são a maiorexperiência acumulada em extensão, nas Escolas de Arquitetura eUrbanismo do país . já realizaram atividades relativas a Planos Di-retores os cursos de Ribeirão Preto, Pelotas, Campinas C04-MouraLacerda, 09-UFPel, 16-PUCC , 17-PUCC). As duas primeiras, comotemas de sala de aula, a última dentro do Laboratório (propondotreinar equipe técnica local para implementar o processo de pla-nejarnento permanente) gerando polêmica quanto à determinaçãoque estes convênios acabam tendo sobre o plano do ensino uni-versitário. Na área de intervenções em setores urbanos tambémapresentaram relato de trabalhos, Brasília e Natal, com atividadesdisciplinares, e Vitória, com 'grupos de extensão C13-UnB,18-UFRN,15-UFES). Recife propõe o estágio acompanhado como alternativapara o Trabalho de Graduação, vinculando-o às prefeituras muni-cipais como forma de ressarcir, em parte, ao país o custo da forma-ção universitária (02-UFPE)De forma ampla, o 14 UnB "propõe que o meio acadêmico valori-ze ações e instrumente quadros do executivo local quanto à com-preensão do meio ambiente enquanto valor cultural, resgatandoaspectos que a elite dominante não realizará".As propostas de criação da Central de Estudos Urbanísticos eAmbientais, de Bauru; do Núcleo de Referência Ambiental, de Cam-pinas; e Restauro - Escola também de Campinas, têm a intenção de i

se conveniarem com as prefeituras municipais das áreas de estu-do. O Laboratório de Computação Gráfica Aplicada a Arquitetura

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e Desenho - LCAD, de Salvador, também prevê convênios comórgãos públicos C07-UNESP,27-PUCC, 30-PUCC e 24-UFBA).A experiência "Casa da Floresta" (11 PUCC) trabalhando "planosdiretores, recuperação de áreas degradadas, implantação de flo-restas, proteção de mananciais e matas ciliares e tendo a qualida-de ele vida como eixo fundamental", envolve, enquanto Projeto, "aPAUPUCC, o IAC, a Fundação Florestal - Secretaria do Meio Ambi-ente, FEAGHE- Unicarnp, Universidade de Quito com quem deveser celebrado acordo. Fundamenta-se no congresso Mundial dostrabalhos com Guadua, na Colômbia, o que confere seu cunhointernacional".

A questão ela preservação do patrimônio arquitetõnico e urbanísti-co tem sido <I bra ngida pelas escolas de Brasília e Pelotas, respecti-vamente pelo 1Brc e Ministério Público 03-UnB e 09-UFPel)

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TEMA 3LIMITES E POSSIBILIDADES DE AÇÃO

Este tema compreende as propostas e contribuições que analisame criticam experiências realizadas e apontam perspectivas, diretri-zes e inovações que permitam superar os limites atualmente exis-tentes às atividades de extensão.

/\. Comissão de Sistematização identificou 1'5 trabalhos que aj resen-tarn contribuições ao tema 3, dentre os quais 6 com referências explí-citas ~l divulgação ou comunicação das atividades de extensão.

São consideradas contribuições relevantes ~l crítica das experiênci-:IS realizadas, os trabalhos 13-UnB, 16-PUCC e 28-PUCC. O traba-lho ela UnB procura avançar na definição de "parceria" enquantoforma atualmente adequada i'IS relações com os movimentos po-pulares; o trabalho 16, é uma contribuição crítica dos estudantes/monitorcs elo L'l Iabitat arnparadn na sua experiência prática, vol-tada a novas "idéias" enquanto o ele nQ 28 realiza um balançocrítico dessas experiências a partir cio qual apresenta proposições,

Três trabalhos tratam ela recolocaçâo das relações ele extensãocom os movimentos populares, visando ampliá-Ias de modo ino-vador (6-UnB , 10-PUCC e 18-LlFRN). Â Comissão destaca no tra-balho da UnB os resultados obtielos "Projetando COI11 a população"pela aplicação ele métodos e técnicas próprias ao ensino-aprendi-zagem, no tratamento de relações ele extensão. Também merecedestaque o trabalho nQ 10 pela busca de interfaces da "assessoria amovimentos populares" com outras atividades de extensão de cu-nho institucional ou de associação com empresas, atualmente emcurso na PUCc. O trabalho desenvolvido em Natal junto à comu-nidaele do "bairro Mãe Luiza" traz contribuições relevantes, emespecial no tocante a elaboração e discussão de um instrumentolegal - o projeto de Lei que regulamenta o uso e ocupação do solono bairro - com a população,

As formas de extensão baseadas em convênios institucionais sãoabordadas como maneira de superar os limites próprios à Univer-sidade e como possibilidades reais de ação, apesar de todas asprecauções que esses trabalhos devem exigir. Nessa direção, a

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1I1

11'1

I1

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Comissão identifica os trabalhos 17-PUCC, 2')-PUCC e 24-UFBAcomo .ontribuiçoes relevantes. Os trabalhos da PUCC revelam osresultados e a reflexão crítica a resp ito do "Plano Diretor Munici-pal e a extensão" (n? 17) enquanto prática adequada, geradora elepesquisas, e com perspectivas de cre 'cimento nos próximos anos,face às necessidades das prefeituras que dificilmente seriam aten-didas pelos métodos tradicionais disponíveis no mercado. 1\ "con-tribuição ;1 discus ão" presente n trabalho nQ 25 aponta para osuporte que o curso deve fornecer a esse tipo de extensão, combase em retrospectiva da experiência da escola. Pa rtindo de umaexperiência distinta, o Laboratório ele Computação Gráfica Aplica-da ~IArquitetura e Desenho (LCAD) da UFBA revela preocupaçõessimilares aos anteriores quanto aos "entraves e dificuldades" a se-rem superados nessa forma de extensão.

Dentre ~IS possibilidades de açào apresentadas, encontram-se ostrabalhos 'I-UFl{G , 2-lJFPc e 2l-UP13A que tratam ela formaçãoprofissionaiizante e/ou de mão-de-obra especializada como pers-pectivas de extensão. O trabalho ele Pernambuco (nQ 2) propõe o"estágio acompanhado" junto ~l prefeituras municipais como alter-nativa para o "trabalho eI graduaçào", visão polêmica que merecediscussão sob o ponto de vista de preparação dos futuros arquite-tos para o mercado de trabalho, Âo considerar a 'formação deoperários" para a construção civil como um compromisso a serassumido pela Universidade, o trabalho do Rio Grande do Sul (n?'1) propõe novas formas de exrensào em parte contempladas pelaexperiência ela Ba hia (n? 21) onde já funcionam "cursos de forma-ção" voltados a operários que trabalharão nas obras de "conserva-Ç;IO e restauração de monumentos e conjuntos históricos" que sãoobjeto ele curso de especialização existente na UFBA desde 1962.

Quanto às formas de comunicação e divulgação das práticas eleextensão cabem referências aos trabalhos 8-UNESP, 9-UFPel e 26-PUCc. No caso ele Bauru (n? 8), apresentou-se proposta de criaçãoda "Revista 'A' ,. como forma ele divulgação futura ele textos deprofessores O curso de Pelotas já publicou o primeiro número do"Caderno e Folhas de Arquitetura e Urbanismo" destinado à divul-gaçào de trabalhos dos alunos de graduação (nº 9). Voltada tam-bém à divulgação das atividades de extensão, a proposta do "La-boratório de Imagem (LABI)" apresentada por Campinas (nQ 26)

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visa aprimorar e sistematizar o uso do vídeo para esse fim. Dentreos trabalhos já citados neste Tema 3, encontram-se também refe-rências a formas de comunicação em C6-UnB) pelo registro eladocumentação e elos eventos ao se projetar com a população, em10-PUCC com a proposta ele registro e intercâmbio nacional deexp riências de asse soria a movimentos populares através ela AREAe em 2I-UFRA com a produção ele apostilas e manuais de apoio e dedivulgação elo curso de formação ele mão-ele-obra especializada.

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QUESTÕES CORRELATASAOS TEMAS, DETECTADAS NOS TRABALHOS

A leitura e discussão dos trabalhos apresentados, levou a Comis-S;IO de Sistematização a tratar em separado algumas questões ourecortes propostos. O critério adotado foi destacar para o debateno Seminário aspectos históricos e culturais relevantes para a fun-damentação elos trabalhos de extensão.

As atividades de extensão pressupõem uma conceituação enquan-to indissociáveis do processo de ensino e pesquisa, mas tambémenquanto subsídios próprios ao seu desenvolvimento. As contri-buições apresentadas pelos proponentes ilustram essa questão 'eforam agrupadas pela Comissão em seis sub-itens:

Lfilaboraçào de conceitos importantes para a definição de "Exten-são em Arquitetura e Urbanismo" aparecem nos trabalhos 16-PUCC,2,)-PUCC e 19-UFRN. Os trabalhos de Campinas discorrem sobre aprodução teórica (idéias) e prática no interior do processo de ex-tensão (nº 16) e sobre as mudanças do conceito de extensão aolongo do tempo face às alterações do quadro político do país (n?2'») No texto 19-UFRN encontram-se contribuições importantescomo as definições de "disseminação de conhecimento entre o I

povo", "a idéia de prestação de serviço" e "o conceito de integra-çào universidade/população" que auxiliam o entendimento dasrelações exteriores à extensão.

2.Fonnulação de "procedimentos metodológicos", sua análise crí-tica e meios de reforrnulação, constam dos trabalhos 13-UnR, 17-PUCC, 28-PUCC e 18-UFRN. O trabalho da UnR, recebe destaqueda Comissão pelo aprofuridamento analítico colocando em

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contraposição as noções de "extensão ou parceria". Também édestacada a contribuição apresentada pelo Laboratório do Habitarde Campinas (nº 28) que reflete sobre a sua própria experiência,sugerindo alterações nos procedimentos metodológicos atinentesao trabalho de extensão. O outro trabalho citado de Campinas (n?17) discorre sobre a metodologia adotada na elaboração de "pla-nos diretores municipais", também a partir de experiências reali-zadas. O trabalho 18-UFRN explícita e avalia a metodologia em-pregada na assessoria técnica ~Icomunidade do "Bairro Mãe Luiza"em torno da ternática elo uso e ocupação do solo.

3.H.esgate das "referências históricas" ao ensino e à extensão sãoensaiadas nos trabalhos 10-PUCC e 20-UFF No primeiro sãoenfatizadas as injunções de políticas pertinentes - profissional eestudantil - que presielem a criação dos novos cursos de arquitetu-ra em São Paulo, a partir dos anos 70. O segundo busca as origensdas políticas nacionais ele extensão desde 1931, analisando ao lon-go do processo os reflexos dessas políticas no interior dos cursosuniversitários.

-í.Ênfase às "questões culturais" pertinentes à extensão aparecenos trabalhos 03-Gama Filho, 6-UnB e ze-r-ucc, alem do já citado20-UFE Situa-se a capacidade de "olhar a cidade" como dado fun-damental para construir uma "estrutura significativa no momentoda análise" necessária à extensão (nº 3) O trabalho de Brasílía (nº6) inicia o seu "Projetando com a população" identificando osmarcos visuais da cidade sob a ótica da população e buscandouma interaçào cultural via extensão. Na linha de viabilizar a difu-são cultural, o trabalho zs-rucc enfatíza a "produção de materialvisual" como um dos instrumentos de suporte da extensão. O tra-balho 20-UFF é um mergulho no "labirinto" acadêmico que busca,dentre outros objetivos, explicitar o viés cultural inerente às ativi-dades de extensão.

5.Referências a "patrimônio, preservação e restauro" em arquitetu-ra e urbanismo, também surgem nos trabalhos apresentados aoSeminário de Extensão: (21-UFBA, 29-UFF e 30-PUCC) O trabalhocitado de Salvador (n? 21) apresenta experiências já amadurecídasde integraçào entre ensino e extensão nessa área. No caso do (29-UFF), uma atividade de extensão está relacionada desde 1989 ao"conjunto arquitetõnico e paisagístico da Ilha da Boa Viagem",

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através de um convento de cooperação técnica. O trabalho deCampinas propõe a instituição' de uma linha de extensão a partirdo "restauro-escola", integrada ao processo de ensino e tendo comoobjeto de estudo e trabalho um prédio tombado da própria Uni-versidade (nQ 30)

ó.Recorte "arnbiental'' específico consta nos trabalhos 7-UNESP queé uma proposta de "central de estudos" urbanísticos e ambíentaís,no lI-PUCC que conceitua a relação moradia/natureza através da"casa da floresta", no 27-PUCC que propõe a organização de umnúcleo especial de "referência arnbiental" de âmbito regional e no31-PUCC ao situar a questão ambiental a nível da edificação comoreferência central de trabalhos de extensão.

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ENCAMINHAMENTOS AO SEMINÁRIO

Na avaliação da Comissão de Sistematização, os trabalhos apre-sentados ao Seminário de Extensão, constituem um corpo de pro-posições e reflexões consistentes a respeito do seu temário. Nota-se que alguns pontos importantes não foram abordados pelos pro-ponentes, tais como formas jurídicas possíveis dos órgãos de ex-tensão, tratamento a ser dado a recursos externos à universidade,dentre outros.

A leitura dos trabalhos citados, levou a Comissão a sugerir aosparticipantes do Seminário, as seguintes questões:

a) As reflexões e avaliações críticas de experiências realizadas de-vem ser mais estimuladas e sistematizadas, pois representaminsumos fundamentais para as futuras extensões.

b) Constata-se uma relativa diminuição dos trabalhos de extensãode assessoria a movimentos populares nos últimos anos, fato queleva a - caso confirmada - examinar as causas dessa diminuição.

c) Os limites de natureza político-institucional que marcaram adécada de ~O e, de certo modo, a de 80, parecem ter sido supera-dos nos trabalhos de extensão mais recentes, o que se constatatanto pelo crescimento dos convênios institucionais quanto pelamaior liberdade no tratamento de temas ligados a conflitos sociaisde moradia e de urbanismo.

d) As práticas de registro, intercâmbio e divulgação dos trabalhosde extensão entre os cursos e para a sociedade, continuam sendoincipientes e não sistematizadas.

e) Pela diversidade dos conteúdos dos trabalhos aqui apresenta-

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elos, conclui-se que ~ISpotencíalkladcs ela extensão permanecemamplas, sendo recomendável evitar-se confronto ele linhas ele cx-tCIlSJU (por exemplo entre predomínio de colaborações com insti-ruiçõcs públicas e parceria com movimentos populares); discipli-nar o universo ele proposições tcmáticas ele mudo J evitar tanto :.1

sua excessiva subdivisão, quanto a pr()lifer;I~':io ele órg:1os ele e.\.-terisáo no mesmo curso.

nCollstat:a-se ainda que as inúmeras formas ele opcracionalízaçàoeI;IS experiências ele extensão - praticadas ou propostas rcprcsen-ram uma qualidade a ser manrida até que .unadurcçarn os procedi-mcnros que apontem lxml "modelos" ele institucion:tlil.:lç:io.

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RECOMENDAÇÕES AO SEMINÁRIO DE EXTENSÃO

a) É fundamental que se tenha uma definição de extensão emarquitetura e urbanismo que sirva de embasamento - ainda quetemporário - aos cursos que a praticam e, nesse sentido, devem serusadas as referências conceituaís apresentadas a este Seminário.

b) A produção teórico-metodológica pertinente às diversas ativi-dades de extensão eleve ser ampliada no que se refere a visõesinterdísciplinares, bem corno deve ser melhor articulada ao ensi-no e à pesquisa.

c) É relevante a busca das "origens da extensão" na própria histó-ria de formação cios cursos superiores no Brasil, nas injunçõesexternas conjunturais e no papel desempenhado pelas entidadesele classe. Tais investigações devem ser sistematizadas.

d) A exemplo elo embate que se dá no plano elo ensino, cabediscutir a conveniência (ou não) ela "especialização" nos temas deextensão, face à tendência constatada de criação de órgãos ouatividades de extensão voltados exclusiva ou predominantementepara fins específicos.

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CONCEITO DE EXTENSÃOEM ARQUITETURA E URBANISMO

Como resultado da preocupação a respeito da amplitude do con-ceito de extensão presente no decurso dos trabalhos, foram apre-sentadas algumas conceituações, sem contudo configurar urna de-finição consensual. Esse não foi o objetivo perseguido, ao contrá-rio, foi comum o pensamento de que "não se deveria ainda elabo-rar o conceito de extensão, mas somente delinear alguns parâmetrosa respeito de:

• Legitimidade, o que quer dizer abrangência social do tema;

• Possibilidade de incorporação de novas práticas profissionais;

• Atitude pedagógica".

As experiências práticas de extensão em arquitetura e urbanismotrazem idéias divergentes que devem ser confrontadas e discutidas- de fato - nos seminários ou encontros da ABEA, daí resultando oembasarnento para uma delimitação maior do conceito.

Os entendimentos explicitados estão postos a seguir:

"Extensão é a produção de conhecimento que articulainterativamente Universidade e sociedade, tendo a prática e a éti-ca como fio condutor do processo".

"Extensão Universitária é a participação reflexiva e crítica da Uni-versidade em trabalhos voltados à busca de soluções para proble-mas da comunidade. Nesses trabalhos, a Universidade procuraaplicar métodos e teorias existentes e verificar sua adequação adiferentes realidades, dinamizando assim, os próprios processos

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de ensino-aprendizagem. A extensão em Arquitetura e Urbanismodeve buscar uma aproximação entre teoria e prática, sem contudose confundir com o exercício profissional. Seu maior valor é ofomento ao desenvolvimento de estudos e atividades que aproxi-mem a educação do arquiteto da compreensão da realidade quenos cerca".

"A extensão Universitária, deve ser entendida como o efeito deestender (alargar, espalhar, alastrar, divulgar e propagar) o conhe-cimento adquirido e acumulado nos ensinos de Graduação e Pós-graduação e pesquisa na Universidade e reconhecer que o registroe a divulgação desta atividade realimentam com os dados da rea-lidade o conhecimento universitário. Deste modo a extensão com-preende todas as formas que permitam propalar e adquirir, pelasua produção, conhecimentos que possam ser úteis ao desenvol-vimento da sociedade".

"Um contorno possível (lirnite/) para extensão seria atuar naquiloque apresenta expectativa pedagógica, de pesquisa ou contribui-ção relevante para o saber específico e a produção de conheci-mento. Atuar comparando, avaliando, analisando o produzido, en-quanto corpo crítico independente, criando ou construindoparâmetros, métodos, meios arquitetõnicos e urbanísticos, proces-sos; dando através deles assistência técnica que oriente e instrumenteo usuário ou coletivos organizados do meio construido e/ou espaçourbano, para que este possa realizar ou contratar com terceiros, pro-jetos que atendam aos parârnetros estabelecidos".

"É uma atividade desenvolvida dentro da Universidade e paralela-mente à esta (enquanto instituição de ensino e órgão de interveniênciadireta com a sociedade), dentro de critérios absolutamente defini-dos, utilizando sempre a mão de obra acadêmica (afinal não existeUniversidade sem corpo docente e discente) no sentido de aprimo-ramento e alastramento do conhecimento, colocando os discentesmuito próximos da realidade do mercado, apresentando soluçõescertamente apropriadas aos problemas impostos.

É fundamental estabelecer critérios em relação às áreas de atua-ção, de maneira a evitar atividades conflitantes e/ou concorrentescom as atividades do arquiteto urbanista mas sim, preenchendo aslacunas que eventualmente tenham ficado no vasto campo dassuas atribuições"

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PROPOSiÇÕESRESULTANTES DO SEMINÁRIO

Durante o desenvolver dos debates, nas Plenárias, surgiram pon-tos para aprofundarnento de novas discussões e diversas propos-tas referentes ao ternário definido para o Seminário, levantandotambém aspectos mais específicos. Esse conjunto levou a uma novaestruturação dos sub temas, mais coerente com as questões emer-gentes nas discussões.

Assim, no TEMA 1, apareceram com destaque os conteúdos didá-tico pedagógicos e o problema dos organismos extensionistas,enquanto no TEMA 2 Universidade e Sociedade, os debatesenfatizararn as relações entre: Extensão Universitária e Mercado deTrabalho.

TEMA 1UNIVERSIDADE E EXTENSÃO

1.1 CONTEÚDOS DIDÁTICO PEDAGÓGICOSa) Os organismos de extensão devem ser considerados como es-paços didático-pedagógicos das Escolas de Arquitetura na medidaem que a compreensão da realidade seja considerada elementofundamental na educação escolarizada do arquiteto.

Esses organismos devem compor, através de suas coordenações,os colegiados acadêmicos e equipes diretivas das Escolas, partici-

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pando da formulação dos planos didático-pedagógicos voltadosao processo de ensino-aprendizagem e não serem meros órgãosburocráticos.

b) A extensão em Arquitetura e Urbanismo deve pressupor meca-nismos constantes de verificação de resultados e do retorno destesao ensino e à pesquisa, minimamente, de:

• qualidade do trabalho realizado

• correspondência com as linhas de pensamento teórico da Escola

• correspondência à expectativa da outra parte quanto aos resul-tados obtidos

• correspondência à expectativa dos alunos quanto à experiênciavivenciada no processo

• correspondência à expectativa dos professores quanto àvalidade das experiências frente ao seu posicionamento acadêmico

• correspondência à expectativa da Universidade quanto ao seudesempenho acadêmico na construção da sociedade

Esses mecanismos de avaliação devem ser parte integrante dasmetodologias propostas.

c) O trabalho com instituições deve ser incentivado desde queresulte diretamente num processo de ensino / aprendizagem eque não submeta a escola aos interesses dessas instituições.

d) A revisão de programas de extensão deve acontecer na progra-mação curricular e didática da graduação e da pós-graduação.

e) Os mecanismos de extensão devem incluir no seu programa deação a definição da metodologia de ensino a ser aplicada nos seustrabalhos, principalmente porque é fundamental:

• Explicitar a filosofia que alimenta a relação extensão / ensino

• Definir claramente a relação aluno / professor

• Reconhecer o trabalho de extensão como atividade acadêmica.

D É preciso ampliar a legitimação da extensão na Universidade,em todas as suas dimensões, visando recuperar preconceitos exis-tentes quanto à sua caracterização como "trabalho técnico", "nãocientífico", entre outros.g) A troca de informações entre os alunos é necessária porque

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I i;1bil iza o con hccimento dos conceitos que est.«: :->l'1\eI() tra bulha-dos c revela as relações do a lu no com os prokSSOl'CS, com osIuncioná rios c com os próprios alunos,

1\) 1\ I,'I-:NI-:i\,é o canal que congrega os estudantes, permitindo :1t~\JC;1ele experiências C a organização da SU<l<ItU<lç~Ona cxrcnsào.F importante que :\ i\BFi\ possa apoiar grupos ele alunos e profcs-SC)l'(.'5que estejam cstrururundo atividades de cxtensào, participan-do em conjunto com a FENFi\ c os órg;los exrcnxionistas da divul-ga~::lo e proll1ulgaç50 dessas atividades e de seus resultados.

1,2 ORGANISMOS EXTENSIONISTASa) I~:importante :1 caracrcrtzaçào precisei elos interesses da l 'n ivcr-sidacle P;II';I atividades de pesquisa e ele presraç';lo de serviços.COIl\ ;1 clr:lcr<:'rizaç50, deve-se enquadrar os trahalhos :ltr:l\'é~' eleprugr:II11<15intcrdcpartamcntuis ou organismos de extensão.

h) i\ extensão eleve estar contemplada na estrururacào das carrci-1':15docente c funcional. incorporada no regime ele cledicaçiio c noprocesso currículnr, com créditos, '

l') /\. extensão em Arquitetura e Urbanismo eleve acontecer prefe-rcncialrnenre em organismos .institucionalmcnrc estruturados e ca-IXI/,CSde aglutinar conteúdos e especialidades, contrapondo-se ~Idc pa rta me ntn l izn çào ou a qualquer outro dispositivo quecompu rrimcnral ize o conhecimento,

A configurnçào desses espaços aglutinadores deve visar o gerenci-:11ll~'11l0do trabalho ele equipes mulrídisciplinares ao longo depcnod()~ de tempo, em termos de suporte orgauizacional para areal iznçao dos trabalhos, ele seu registro, de sua divulgação e elesua avaliaçào.

d ) /I.. interdisciplinaridacle deve ser buscada em todas as formas derealização de exrensào. laboratórios, outros organismos, progra-mas, redes e outras possíveis novas formas

e) Formas variantes ou aparenremente decorrentes dos procedi-mentos convencionais de extensão tais como empresas júnior, es-critórios modelos, ateliês experimentais etc, devem ser melhordefinidas e avaliadas quanto à sua pertinêricia e compatibilidadecom o ensino e com a pesquisa, antes de serem acloradas.

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f) Deve-se garantir condições de trabalho e qualidade ele ensino(carreira docente, bolsas monitoria is, financiamento e apoio, equi-pamentos etc) compatíveis, como suporte às diversas práticas deextensão, sejam aquelas realizadas através de núcleos ou órgãosconstituídos para tal fim, ligados à disciplinas ou outras,

g) É fundamental a programação de trabalhos dentro de um perfilque permita a renovação das equipes, a abertura a atividades deextensão de outras equipes, o .uporte a pesquisas e a indicaçãodemocrática de coordenadores com mandatos definidos,

h) Urge reunir maiores informações para o aprofundarnento dadiscussão a respeito da natureza jurídica dos organismos e/ou ati-vidades ele extensão, visando superar os obstáculos administrati-vos e burocráticos atualmente detectados,

i) Os organismos de extensão que buscam conquistar autonomiaele ação, enfrentam obstáculos quanto ao controle dos fluxos derecursos financeiros que, na maioria das instituições de ensinosuperior, estão subordinados à figura do ordenador ele despesasque é um atributo da administração central. Portanto há que defi-nir as estruturas para a gestão dos recursos, financiamento e cus-tos envolvidos, com as "aplicações carimbadas",

j) A questão das verbas públicas para as- atividades de extensãonos cursos de arquitetura e urbanismo deve ser examinada à luzda política de transição da ANDES-SN (Sindicato Nacional de Do-centes do Ensino Superior) que estabelece as condições e osparârnetros para o aperte dessas verbas por parte das instituiçõesde ensino superior privadas,

TEMA 2UNIVERSIDADE E SOCIEDADE

2,1 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E MERCADO DE TRABALHOa) A prática da extensão obriga a Universidade a definir claramen-te sua inserção social de modo a não entrar em conflito com asatividades profissionais existentes no mercado, Por outro lado,".!

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devem ser recusadas todas as formas de utilização dos órgãos aca-dêmicos por grupos de profissionais e/ou empresas para reservaou domínio de mercados profissionais cativos, a partir da escola.b) A atividade de extensão não deve ser confundida com o exercí-cio profissional. O trabalho da Universidade junto às empresas,deve ser de consultoria de serviços especializados e de busca deparcerias para desenvolver pesquisas de novos materiais e tecno-logras.

c) Os trabalhos de prestação de serviços realizados como exten-são devem atender às exigências profissionais (responsabilidadetécnica, direito autoral, serviços externos, licitações etc.) e regula-mentação do estágio.d) As atividades extensionistas devem abandonar a atitude voluntaristae passar a ser encaradas com maior profissionalismo, buscando res-ponsabilizar as partes pelo desempenho do trabalho.e) A extensão não deve ser entendida como uma atração alterna-tiva ~\clientela de cursos que apresentam baixa qualidade de ensi-no, mas exatamente como uma manifestação que ultrapassa osmuros da escola nos momentos em que o seu ensino atinge umgrau de melhorias significativas.

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REFERENClAL DOS TRABALHOS

01 - UFRGSFormação de OperáriosTambémé Compromisso da UniversidadeProf. Airton Cattani

02 - UFPEEstágio como Alternativa para o Trabalho de GraduaçãoProl Zenildo Sena Caldas

03 - GAMA FILHOOllhar a Cidade: UmaReflexãoProfa. Lúcia Cordeiro Luz

04 - MOURA LACERDAPlano Diretor de Santa Rosa de Viterbo

05 - MOURA LACERDAProposta para Implantação do Laboratório de Desenho eMaquete e do Ateliê de TecnologiaAplicada

06 - UnBProjetando com a PopulaçãoProl Lúiz Alberto GOUlJea

07 - UNESPCentral de Estudos Urbanísticos e Ambientais

08 - UNESPRevista "A"

09 - UFPelRelato de ExperiênciaProl Rogério Gutierrez Filho10 - PUCCProposta de Relação Escola / Movimentos PopularesProl Ari Vicente Fernandes

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11 - PUCCCasa da FlorestaPro]. vicente Gu ilhermo N. MorenoProfa. Luiza Alonso da SiluaProfa. [uliana CortezBarbosa

12 - UFRJUma Experiência Relacionada aos Materiais de ConstruçãoProfa. Maria Amália A. de A. Magalhães

13 - UnBExtensão ou ParceriaPro]. Gu nter KoblsdorfProfa. Maria Ela/te KoblsdorfPro]. Frederico de Holauda

14 - UnBA Extensão e a Adequação ao MeioProf. Dra. Maria A. B. Roniero

15 - UFESRelatório Preliminar 93 /94

16 - PUCCL'Habitat: Mais do que um Espaço: UrnaIdéia

17 - PUCCPlano Diretor Municipal e a ExtensãoProf. José Roberto Merlin

18 - UFRNA Assessoria Técnica à Comunidade do Bairro Mãe Luizanas Questões de Uso e Ocupação do Solo -Natal/ RN

19 - UFRNA Atividade de Extensão suas Especificações e Relaçõescom o Ensino e a PesquisaProfa. Dulce Bentes

20 - UFFO Labirinto da Extensão Universitdria

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Profa. Isabela Cristina Eiras de OliveiraProfa. Marlice Nazaret S. de Azevedo

21 - UFBACursos de Formação de Mão-de-Obra EspecializadaProf. Lluiz Carlos Botas Dourado

22 - UFBAPerspectivas para ArquitetosProl Marcelo R. P Silva

23 - UFBAAquarela Aplicada à Paisagem UrbanaProl Marcelo R. P Silva

24 - UFBAO Laboratório de Computação Grdfica Aplicada à Arquitetura eDesenho LCADda Faculdade de Arquiteturada Universidade Federal da Bahia e a ExtensãoProl Gilberto Corso Pereira

25 - PUCCA Extensão na FAU-PUCCAMP:Uma Contribuição à DiscussãoProl Wilson Ribeiro dos Santos

26 - puccProposta de Criação do "Laboratório de Imagem -LABi"Prof. Wilson Roberto Mariana

27 - PUCCNúcleos de Referência AmbientalProl Nelson Marques da Silva Filho

28 - PUCCContribuições do Laboratório do Habitat da rAU-PUCCAMPpara a Extensão em Arquitetura e UrbanismoProfa. Maria Amélia D. G. D'Azeuedo Leite e Colaboradores

29 - UFFPreservação da Ilha Boa ViagemProfa. Maria.Cristina F Mello

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Page 53: Caderno ABEA 14 - Seminário Nacional sobre Extensão em Arquitetura e Urbanismo

30 - PUCCO Restauro - Escola: Uma Proposta de EnsinoProf. Samuel Kucbin

31 - PUCCDescrição Sucinta das Atividades de Extensão do Laboratâriode Conforto Ambiental e Conservação de EnergiaProf. Paulo Sergio Scarazzato

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