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O cooperativismo é como um quebra cabeças, onde cada peça tem seu espaço. Elas, separadas, fazem pouco sentido, mas todas unidas formam uma nova realidade. Dia Intenacional do 7 de Julho Suplemento Especial Cachoeiro de Itapemrim, 2012 - este suplemento integra a edição 2.437 do ES de FATO

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O cooperativismo é como um quebra cabeças, onde cada peça tem seu espaço. Elas, separadas, fazem pouco sentido, mas todas unidas formam uma nova realidade.

Dia Intenacional do

7 de Julho

S u p l e m e n t o E s p e c i a lCachoeiro de Itapemrim, 2012 - este suplemento integra a edição 2.437 do ES de FATO

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Cooperativas empregam mais de 20 mil Geizy Gomes

Hoje é comemorado o dia In-ternacional do Cooperativismo. Cooperativismo é uma forma de organização com o diferen-cial de promover o desenvol-vimento econômico e o bem--estar social simultaneamente. Baseado na união de pessoas, sendo este o seu maior capital, o cooperativismo é um modelo socioeconômico com referen-ciais de participação democrá-tica, solidariedade, indepen-dência e autonomia, que busca a prosperidade conjunta e não a individual. Por sua natureza e particularidades, alia o eco-nomicamente viável ao ecolo-gicamente correto e ao social-mente justo. Atualmente o cooperativismo está presente em mais de 100 países e soma mais de 800 mi-lhões de cooperados em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 100 milhões de postos de trabalho no globo. De acordo com os últimos da-dos calculados pelo Sistema Nacional, em 2010, o Brasil tinha aproximadamente 6,6 mil cooperativas registradas, com mais de dez milhões de asso-ciados e cerca de 300 mil em-pregados. Somente no Espírito Santo, existem 145 cooperativas regis-tradas, com aproximadamente 198 mil cooperados, além de aproximadamente 20 mil em-pregos diretos e indiretos. As cooperativas estão distribuídas em nove ramos: agropecuário, crédito, consumo, educacional, habitacional, produção, saúde, trabalho e transporte.

1º - Atendimento inicial do Sis-tema OCB-Sescoop/ES, com-preendendo o levantamento dos objetivos do grupo interessado (mínimo de 20 pessoas), locali-dade e ramo.2º - Estuda-se a possibilidade do grupo estabelecer parcerias com possíveis cooperativas que já es-tejam constituídas3º - O grupo faz solicitação for-mal de palestra sobre cooperati-vismo;4º- O grupo nomeia uma comis-são de constituição (mínimo de 4 membros);5º - Técnico do Sistema orien-ta Comissão de Constituição e realiza o “Levantamento de ingressos e dispêndios para constituição e funcionamento inicial”;6º - Técnico inicia, junto com a comissão, a formatação do esta-tuto social da cooperativa;7º - Realização do Curso de Coo-

Serrana

Ano internacional das cooperativasDesde o dia 18 de dezembro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2012 como o “ano internacional das cooperativas”, que traz o tema: “Cooperativas constro-em um mundo melhor”. Essa resolu-ção foi por causa do desenvolvimen-to socioeconômico e o trabalho que as cooperativas realizam para redu-zir a pobreza, gerar emprego, renda e integração social, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconô-mico dos cooperados. A temática refl ete não apenas o es-pírito cooperativista, mas também o compromisso do segmento com o desenvolvimento global. O objetivo do Ano Internacional das Cooperativas, que é fruto da estreita relação entre a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e a Organização das Nações Unida (ONU), é buscar o desenvolvimento econômico sus-tentado, a diminuição da pobreza e a intercooperação, entre outros ob-jetivos.

PASSOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA COOPERATIVA

perativismo (8 horas);8º - Finaliza-se a minuta do Esta-tuto Social;9º - A Assessoria Jurídica do Sis-tema (ASJUR) realiza a análise formal do Estatuto Social;10º - Agendamento da Assem-bleia Geral de Constituição (pre-sença obrigatória de técnico do Sistema);11º - A Ata e o Estatuto, assi-nados por todos os cooperados, são encaminhados para análise e chancela da ASJUR.12º - Com a Ata e o Estatuto chancelados pela ASJUR, e de posse do pré-registro, o grupo poderá arquivar os atos constitu-tivos na Junta Comercial.13º - De posse dos atos consti-tutivos arquivados na Junta Co-mercial, a cooperativa procede com o registro junto a OCB/ES conforme art. 107 da lei 5764/71 Fonte: OCB-ES

A Organização das Cooperativas Brasileiras realiza ações alusivas ao dia, como o Pit Stop

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Em 2006, um projeto foi lançado e prometia revolu-cionar Cachoeiro de Itapemirim, por intermédio do cooperativismo. O Cooperar nascia com grandes am-bições. A intenção era desenvolver mecanismos para criar mercado de trabalho e renda para as pessoas que atuavam na informalidade e não possuíam qualifi cação profi ssional. Chegou-se a anunciar o envolvimento de 1200 mu-lheres, em trabalhos de confecção de bijuterias, bolsas, peças de artesanato e produção de doces e salgados. Entretanto, a proposta perdeu fôlego. Para se formar uma cooperativa, é preciso seguir regras, pagar tribu-tos e manter um número mínimo de associados, o que nem sempre é possível. Em busca de solucionar esse problema e propor uma nova forma de geração de renda coletiva, foi criada a “economia solidária”. A fi losofi a desse projeto é a construção de uma rede que possa ampliar e fortalecer ações desenvolvidas nas comunidades e assim propiciar a inclusão social de grupos que desenvolvem, em conjunto, atividades eco-nômicas de produção, distribuição, consumo, poupan-ça e crédito, organizados sob a forma de autogestão. “É um trabalho de fortalecimento de grupos em busca de produção, da venda e não só o lu-cro, mas da valorização do ser humano. Uma forma de realizar a inclusão social e gerar ren-da em coletivo”, explica a gerente de Geração de Renda da Economia Solidária, da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, Maria José Fiorete.Desde 2010, ela desenvolve o trabalho com os re-manescentes do Projeto Cooperar, formado por di-versas comunidades que se uniram, em 2006, como cooperativa. Cada uma foi convidada a trabalhar com o que já se desenvolvia. “Quando cheguei, muitos desses grupos já estavam procurando outra forma de se manter, no caso em associação, expliquei para eles a economia so-lidária e os benefícios que ela traz”, comenta.

2006 j f i l d i l

Uma nova forma de cooperard2

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Inspiração para o Projeto Cooperar, uma co-operativa permaneceu unida após o seu fim. A CoopAtiva, que teve início em 2002, com a participação de 20 pessoas, num primeiro curso de capacitação para a elaboração de salgados, no bairro Gilson carone, onde até hoje se situa.

Por um período, produziu diversos pratos, como doces, salgados, tortas e bolos para colé-gios, festas, almoços, jantares e cafés da manhã, mas hoje trabalha com artesanato e confecção.

“Era um projeto grandioso que não teve re-curso para se manter. No início, tínhamos 900 cadastrados. Durante um período ele funcionou bem, mas encontramos algumas dificuldades, e cada um procurou outra função, só ficou no grupo quem pensa no coletivo”, comenta a presidente da cooperativa, Silvandira Nunes França Mapelli.

O trabalho gira em torno de confecção e arte-sanato e, para manter as atividades, a presidente busca apoio com a Organização das Cooperati-vas Brasileiras (OCB) e em outras cooperativas.

“Recebemos muita ajuda da Unimed, da Selita, da Serrana. Conseguimos capacitações com a Prefeitura e conseguimos passar um projeto para compra de maquinário com o conselho dos Royalties do Petróleo”, diz.

Sobre a economia solidária, Silvandira ainda pensa a respeito do assunto. “A CoopAtiva é um projeto de vida que quero que dê certo, muitas mulheres que não tinham qualificação hoje são chefes de família ou sustentam a casa. A doutrina da cooperativa é a ajuda mútua, a cooperação. Se eu tenho um pouco a mais, por que não dividir? Não me custa ensinar ao pró-ximo”, relata.

Projeto Cooperar, desenvolvi-do com apoio da Prefeitura em 2006, não foi adiante. O grupo da CoopAtiva, que inspirou o programa, no entanto, perma-

nece ativo, desde 2002 Grupo se mantém unido

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6Cooperativas de sucesso

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Algumas cooperativas se destacam pela grande adesão da so-ciedade capixaba desde a sua fundação. Dentre elas o Sicoob, a Selita, a Unimed, a Serrana, entre outras. Aqui você vai conhecer a história das que se destacam no cenário sul capixaba.

A cooperativa de laticínios Selita funciona há 73 anos. Foi formada por 25 produtores de leite que se reuniram para vender o produto juntos, com melhor qualidade. Atualmente, são mais de 2 mil associa-dos, a grande maioria composta por pequenos produtores. A Selita tem mais de 100 tipos de produtos, comercializados em todo o país.O presidente da cooperativa, José Onofre Lopes, também enumera as vantagens para quem integra seus quadros. “O produtor cooperado consegue vender, comercializar melhor os seus produtos, faz cursos, participa de palestras. E os grandes e pequenos produtores têm o mesmo poder de decisão dentro da empresa”, garante.Para o presidente, o sucesso da Selita está na qualidade dos produtos que são oferecidos à população. “A marca é tradicional, estamos presentes não somente no Espírito Santo, mas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. A confi ança dos consumidores é importante. A Selita hoje gera 15 mil empregos diretos e indiretos”, informa.

UNIMEDO sistema Unimed é a maior experiência co-operativista na área de saúde em todo o mun-do. Criado em 1967, oferece a maior rede de assistência médica do Brasil. Após a funda-ção, as “Unimeds” regionais foram sendo organizadas aos poucos. Formado por 370 cooperativas médicas e presente em 83% do território nacional, o sistema conta com 110 mil médicos e 3.244 hospitais credenciados, além de pronto-atendimentos, laboratórios, ambulâncias e hospitais, para atender os 18 milhões de clientes em todo o país.A Unimed Federação Espírito Santo repre-senta as cinco singulares do Estado: Unimed Vitória, Unimed Sul Capixaba, Unimed Pi-raqueaçu, Unimed Norte Capixaba, Unimed Noroeste Capixaba. Juntas, possuem 3.175 cooperados; 2.996 colaboradores; 472.038 clientes (vidas); e 4 hospitais próprios.O presidente estadual, Alexandre Augusto Ruschi Filho, está envolvido com o movimen-to cooperativista há 18 anos. “O sistema Uni-med é líder de mercado e trabalha para que a cada ano novos investimentos sejam feitos em todo o país para fortalecer ainda mais essa grande cooperativa e oferecer um atendimento ainda melhor aos clientes”, afi rma Alexandre.

A Serrana foi fundada em 2002, em Conceição de Castelo, na época, composta por 29 coope-rados. Ao assumir o transporte de alunos no município, em 2003, iniciava suas atividades com o objetivo de tornar-se a “solução em transportes” para a região. Nesta época, a co-operativa que tinha o nome de “Coope Esco-lar”, possuía 32 veículos e transportava cerca de 500 alunos diariamente.Em 2005, a cooperativa iniciou sua atuação no município de Muniz Freire. No ano seguinte, chegou a Cachoeiro de Itapemirim. Em 2008,

a Coope Serrana já estava inserida também, além de Conceição do Castelo, Muniz Freire e Cachoeiro, em Muqui, Iconha, Itapemirim e Castelo.O processo de cadastramento é o mesmo para todas as áreas de atuação: o interessado em se tornar um cooperado deve procurar o setor de Recursos Humanos da cooperativa e fazer seu cadastro.A Coope Serrana retorna os resultados aos co-operados.

SERRANA

SELITA

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SICOOBO Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) surgiu no Espírito Santo em 1989. E, desde então, vem se destacando no ramo de crédito. Hoje, são aproximadamente 140 mil associados em todo o Estado. Mais quais são as razões de tanto sucesso?De acordo com presidente estadual do Sicoob, Bento Venturim, são inúmeras as vantagens para os cooperados. “Pri-meiro, porque você é o dono do empre-endimento, é usuário e cliente. Ele é o administrador do negócio e pode usar esse empreendimento como qualquer instituição fi nanceira. Além disso, as sobras dos lucros são retornadas para os clientes no fi m do ano”, afi rma.Qualquer pessoa pode se associar com a devida apresentação dos documentos. Para integralizar cotas de capital basta pagar R$ 50,00. Com esta quantia, a pessoa pode fazer parte da administra-ção ou se candidatar a presidente.Quanto maior o movimento, maior o retorno de sobras. Venturim divulga que algumas empresas de Cachoeiro tiveram o retorno de R$ 200 mil em 2011.O presidente do Sicoob atribui o su-cesso da Cooperativa à transparência nas transações. “Somos uma coope-rativa de sucesso porque damos opor-tunidades, dando lucros, pela trans-parência total de todas as constas do ano”, conclui.

Com 100 tipos de produ-tos, a Cooperativa Selita emprega hoje, direta e indiretamente, 15 mil

pessoas na região

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