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Município de Tavira Divisão de Planeamento, Turismo, Inovação e Empreendedorismo (DPTIE) CADERNO DE ENCARGOS CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO NO CONCELHO DE TAVIRA UNIDADE TERRITORIAL LITORAL SUL E BARROCAL

CADERNO DE ENCARGOS - Município de Tavira de Encargos.pdf · presente caderno de encargos e no programa de procedimento no prazo máximo de 7 anos, a contar da data da celebração

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Município de Tavira Divisão de Planeamento, Turismo, Inovação e Empreendedorismo (DPTIE)

CADERNO DE ENCARGOS

CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO NO CONCELHO DE TAVIRA

UNIDADE TERRITORIAL LITORAL SUL E BARROCAL

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ÍNDICE

SECÇÃO I - DISPOSIÇÕES LEGAIS ………………………………………………………………………………….……………………………………3

Artigo 1.º - Objeto………………………………………………………………………………………….…………………………………….3

Artigo 2.º - Princípios gerais……………………………………………………………………………….………………………….……..3

Artigo 3.º - Normas aplicáveis………………………………………………………………………………..…………….…………..….3

Artigo 4.º - Prazo e faseamento dos trabalhos……………………………………………………………………………………..3

Artigo 5.º - Obrigações do promotor urbanístico…………………………………………………….……………………………4

Artigo 6.º - Obrigações da entidade contratante…………………………………………………………..……………………..8

Artigo 7.º - Receção dos elementos a produzir na fase de planeamento……………………..………..…………….8

Artigo 8.º - Propriedade dos elementos……………………………………………………………….……………………..……….9

Artigo 9.º - Direitos de propriedade intelectual………………………………………………………………….………..………9

Artigo 10.º - Dever de sigilo………………………………………………………………………………..….…………………..………..9

Artigo 11.º - Penalidades contratuais…………………………………………………………………………………..……………..10

Artigo 12.º - Força maior………………………………………………………………………………………………..……………….….11

Artigo 13.º - Cumprimento e resolução do contrato…………………………………………………………………………..12

Artigo 14.º - Execução da caução…………………………………………………….……………………………………………….…13

Artigo 15.º - Cessão da posição de promotor urbanístico………………….………………………………………….…….13

Artigo 16.º - Subcontratação……………………………………………………………………..……………………………………….14

Artigo 17.º - Comunicações e notificações…………………………………………………………………………...…………….14

Artigo 18.º - Contagem dos prazos……………………………………………………………..………………………………………14

Artigo 19.º - Foro competente………………………………….…………………………………..……………………………………14

Artigo 20.º - Dúvidas e omissões……………………………………………………………………………………………..…………14

SECÇÃO II - DISPOSIÇÕES ESPECIFICAS…………………………………………………………………………………………………..….……15

Artigo 21.º - Formalização do contrato para planeamento……………………………………….………………..……..15

Artigo 22.º - Conteúdo do contrato para planeamento………………………………………………………………..……15

Artigo 23.º - Formalização do contrato de urbanização……………………………………….……………………….…..16

Artigo 24.º - Conteúdo do contrato de urbanização……………………………………………….…………………….…..16

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SECÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1.º - Objeto

1. O presente caderno de encargos compreende as cláusulas a incluir no contrato a celebrar na sequência do

procedimento pré-contratual para a concretização do Núcleo de Desenvolvimento Turístico (NDT) no concelho

de Tavira, na Unidade Territorial do Litoral Sul e Barrocal, no concelho de Tavira, em conformidade com as

normas vertidas no Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROT Algarve) e no Plano

Diretor Municipal de Tavira (PDM de Tavira), para a concretização dos NDT (cf. Anexos 1, 2 e 3 do presente

caderno de encargos).

2. O presente concurso público tem por objeto a seleção de uma proposta para elaboração de Plano de

Pormenor (PP) com efeitos registais e consequente execução por gestão indireta para implementação de um

NDT, com uma afetação máxima de 800 camas, conforme definido no PROT Algarve, no PDM de Tavira, bem

como no presente caderno de encargos.

3. O NDT integrará todos os investimentos considerados estruturantes, numa superfície total e contínua

superior a 25 hectares e não apresenta uma localização previamente definida, sendo admitida qualquer

localização, desde que não inviabilizada por servidões e condicionantes legais e estejam conformes com as

disposições do PROT Algarve e com os princípios definidos no n.º 2 do artigo 5.º do presente caderno de

encargos.

4. O presente procedimento concursal destina-se à escolha de uma proposta de NDT que se encontra

dependente da posterior aprovação de um PP com efeitos registais, cuja concretização é assegurada nos

seguintes termos:

- Após a escolha da proposta, celebração do contrato para planeamento, nos termos dos artigos 79.º a

81.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) entre o Município de Tavira e o

promotor da proposta escolhida, dando-se início à elaboração do PP;

- Após aprovação do PP pela Assembleia Municipal de Tavira, celebração de contrato de urbanização,

dando-se início à execução do NDT.

Artigo 2.º - Princípios gerais

1. O presente procedimento concursal e contratual rege-se pelos princípios fundamentais da igualdade,

participação pública, transparência, publicidade e concorrência.

2. O procedimento concursal e contratual que se estabelece garante ainda toda a transparência nas relações

do promotor com a Administração Pública e a participação da população através da consulta pública.

Artigo 3.º - Normas aplicáveis

1. A tudo o que não esteja especialmente previsto no presente caderno de encargos aplica-se o regime

previsto no Código dos Contratos Públicos (CCP).

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2. Na concretização das prestações que constituem o objeto do presente procedimento, está o promotor

urbanístico obrigado a respeitar as normas legais e regulamentares em vigor no domínio do planeamento,

ordenamento do território e urbanismo, nomeadamente:

a) Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo

(LBGPPSOTU);

b) Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT);

c) Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT);

d) Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROT Algarve);

e) Regulamento do Plano Diretor Municipal de Tavira (PDM de Tavira);

f) Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE);

g) Regulamento Municipal de Urbanização e da Edificação (RMUE).

Artigo 4.º - Prazo e faseamento dos trabalhos

1. O contrato mantém-se em vigor até à conclusão dos trabalhos que constam no presente caderno de

encargos, em conformidade com os respetivos termos e condições e o disposto na lei, sem prejuízo das

obrigações acessórias que devam perdurar para além da cessação do contrato.

2. O promotor urbanístico obriga-se a concluir a execução do NDT, com todos os elementos referidos no

presente caderno de encargos e no programa de procedimento no prazo máximo de 7 anos, a contar da data

da celebração do contrato para planeamento.

3. O processo de concretização de um NDT deve ser desenvolvido de acordo com o Fluxograma apresentado

nos Termos de Referência e compreende as seguintes fases:

1) Planeamento;

2) Execução.

Artigo 5.º - Obrigações do promotor urbanístico

1. Sem prejuízo de outros deveres previstos na legislação aplicável, no caderno de encargos ou nas cláusulas

contratuais, dos contratos decorrem para o promotor urbanístico as seguintes obrigações principais:

a) Apresentar para aprovação o projeto de PP, de acordo com os Termos de Referência, as orientações do

Município e a legislação em vigor;

b) Gerir a transformação predial que resulte do PP, incluindo:

- Libertar as hipotecas antes de efetuar o registo de propriedade;

- Inscrever no registo predial os novos prédios resultantes, especialmente os destinados ao domínio público;

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- Cancelar o registo dos prédios que venham a ser incorporados no plano e inscrever os novos;

- Quaisquer outras ações necessárias para a transformação jurídica dos prédios afetados;

c) Submeter ao procedimento de controlo preventivo adequado aos projetos das operações urbanísticas;

d) Urbanizar completamente a(s) unidade(s) de execução que constitua(m) o objeto da proposta de NDT e

realizar as obras públicas adicionais que se especifiquem para cumprir o disposto nas alíneas seguintes, com

sujeição às previsões temporais e económicas do programa, que não deverão ultrapassar o prazo de 5 anos

após a data de celebração do contrato de urbanização;

e) Conectar e integrar adequadamente a urbanização com as redes de infraestruturas gerais, de energia

elétrica de baixa tensão, telecomunicações e outros serviços públicos existentes ou a criar no curto prazo,

previstos no Plano Plurianual de Atividades do Município;

f) Obter os pareceres e autorizações da administração sectorial cujas competências resultem afetadas pela

ação (estradas, ferrovias, REN, RAN, domínio público hídrico e outras);

g) Apresentar as autorizações para realizar as ligações com os serviços de abastecimento de eletricidade, água,

gás, telecomunicações e outros;

h) Executar as demais infraestruturas, espaços públicos e equipamentos necessários para não reduzir nem

desequilibrar os níveis de qualidade, quantidade ou capacidade dos serviços existentes e exigíveis

regulamentarmente, incluindo a construção das obras complementares exteriores que forem necessárias,

nomeadamente a necessidade de executar programas de recuperação da paisagem rústica ou urbana;

i) Proceder à compensação do Município pela adequação das infraestruturas gerais, conforme estipulado no RJIGT;

j) Obter a área de cedência para o domínio privado do município correspondente ao excedente do aproveitamento urbanístico legalmente autorizado, conforme determina o RJIGT, sem prejuízo da obrigação legal de suportar os encargos de urbanização;

k) Estabelecer a repartição equitativa dos encargos e benefícios da ação entre os proprietários, conforme

determina o RJIGT;

l) Estabelecer prazos para edificar os lotes resultantes da ação urbanística, incluindo um cronograma no qual

se indique expressamente os prazos de edificação e as penalidades associadas ao seu não cumprimento;

m) Cumprir integral e pontualmente os contratos de planeamento e de urbanização celebrados com o

Município de Tavira;

n) Prestar caução;

o) As correspondentes aos deveres legais derivados do regime da classe e categoria de solo onde se vai

implantar o empreendimento, nomeadamente o pagamento das taxas e prestação compensatória previstas no

Regulamento e Tabela de Taxas do Município de Tavira;

p) Solicitação do controlo prévio das operações urbanísticas no prazo máximo de 3 (três) anos após a data de

celebração do contrato de urbanização;

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q) Cumprir os prazos estabelecidos nos Termos de Referência que constituem o Anexo 4 ao presente caderno

de encargos;

r) Introduzir as alterações destinadas a eliminar erros, deficiências e omissões constantes dos documentos

desenvolvidos no âmbito da elaboração do plano;

s) Entregar, em cada uma das fases de desenvolvimento do PP os números completos de exemplares que lhe

sejam solicitados, em papel e em formato digital (ficheiros em MXD e respetivos shapefile);

2. Na concretização do NDT os promotor urbanístico deverá observar os seguintes princípios fundamentais:

2.1. Ao nível do planeamento territorial, a proposta de NDT configura uma unidade operativa de planeamento

e gestão a desenvolver e concretizar por PP.

2.2. Conforme é mencionado no PROT Algarve uma das fórmulas de desenvolvimento turístico que melhor se

enquadra no modelo de NDT é o conjunto turístico (resort) integrado, designação que caracteriza

empreendimentos turísticos de baixa densidade de ocupação do solo, sujeito a uma gestão integrada,

podendo conjugar diversas modalidades de alojamento, serviços e equipamentos desportivos, culturais e de

lazer, mantendo a unidade funcional e urbanística num espaço qualificado, no qual os edifícios se distribuem

no terreno dispondo de áreas verdes envolventes.

2.3. O conjunto turístico deve ser encarado numa perspetiva aberta, que permita ao seu utilizador fruir

também das múltiplas valências externas que a Região pode oferecer - culturais, patrimoniais e arquitetónicas,

paisagísticas, ambientais e gastronómicas, entre outras. O perfil do conjunto turístico integrado pode ser

diferenciado, reforçando as suas valências em função das características do território em que se insere.

2.4. Os princípios a avaliar para efeitos de aferição do preenchimento dos requisitos mínimos consistirão,

essencialmente, em parâmetros qualitativos e quantitativos relativos à qualificação urbanística, económica,

social e ambiental das propostas de NDT apresentadas, sendo ainda valorizada a atenção e adaptação dada às

especificidades da Unidade Territorial em apreço.

2.5. Serão observados, ainda, os princípios de qualificação urbanística, económica e social e ambiental,

seguidamente enunciados:

A. De qualificação urbanística

a) Cada NDT corresponde a uma área de solo contínua e mínima de 25 hectares, sendo 70 hectares no caso de

se localizar numa área classificada;

b) O NDT pode ser constituído por um ou mais empreendimentos turísticos, sempre articulados entre si e com

o exterior, através de uma solução coerente de infraestruturas, de estrutura ecológica e de composição

urbanística e paisagística;

c) Na faixa costeira entre os 500m e os 2000m admitem-se exclusivamente hotéis de 4 e 5 estrelas,

isoladamente ou integrados em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos, também de 4 e 5 estrelas,

afetos ao turismo e sempre integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas;

d) No restante território fora da faixa costeira admitem-se hotéis de 4 e 5 estrelas, isoladamente ou integrados

em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos e hotéis-apartamentos, também de 4 e 5 estrelas e sempre

integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas devendo todas as tipologias turísticas corresponder no

mínimo a 70% da capacidade total do NDT.

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e) A área urbanizável, isto é, a área a dotar de infraestruturas urbanísticas e a edificar, não será superior a 30

% da área total do NDT. A restante área do NDT (não urbanizada) deve compreender as áreas de

equipamentos como o golfe, se for o caso, e os espaços verdes adequados, desempenhando também as

funções de área de enquadramento;

f) A densidade de ocupação bruta máxima correspondente a cada área urbanizável não deve ser superior a 60

camas por hectare, podendo ser de 100 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e

pousadas; em áreas classificadas a densidade máxima será de 20 camas por hectare, podendo ser de 30 camas

por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas;

g) A altura máxima admitida é de 2 pisos, sendo admissível 3 em situações excecionais quando o declive do

terreno o justifique;

h) A composição urbana de cada NDT deve corresponder a nucleações que traduzam menores extensões de

infraestruturas para a globalidade do NDT;

i) A compatibilidade entre as características da ocupação pretendida, com o sítio e a sua área de

enquadramento, designadamente em termos do seu valor ambiental, patrimonial e paisagístico, deve ficar

assegurada;

j) O NDT deve dispor de acessos rodoviários adequados.

B. Princípios de qualificação económica e social

a) O empreendimento turístico promova a criação de postos de trabalho diretos e investimentos em novas

infraestruturas turísticas e de lazer que se considerem relevantes para as novas áreas em que se inserem;

b) O projeto assuma um carácter inequivocamente turístico, traduzido não apenas na solução urbanística,

arquitetónica, paisagística e ambiental, mas também no modelo de exploração e de gestão. A

contratualização, para efeitos de concretização do NDT, deve assegurar a manutenção destas características

ao longo do período da sua vida útil.

C. Princípios de qualificação ambiental

a) A disponibilidade sustentável e durável de água suficiente, em quantidade e qualidade, através das origens

mais apropriadas, de preferência através de soluções regionais devidamente contratualizadas no respeitante

ao consumo humano;

b) O tratamento da totalidade dos efluentes líquidos, preferencialmente através de soluções regionais

devidamente contratualizadas e, em qualquer caso, promover tendencialmente a total reutilização das águas

residuais tratadas;

c) A adoção de sistema adequado de tratamento e reciclagem de resíduos sólidos, de preferência com recurso

a soluções regionais devidamente contratualizadas;

d) O compromisso de obter a certificação de todo o empreendimento pela norma ISO 14001.

e) A adequada integração paisagística da intervenção no espaço envolvente.

3. Na elaboração do PP, referido na alínea a) do n.º 1, o promotor urbanístico é responsável por todos os

encargos financeiros inerentes ao respetivo processo, devendo desenvolvê-lo em conformidade com os

respetivos Termos de Referência, com as orientações do Município de Tavira e a legislação vigente aplicável,

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devendo integrar e definir todos os elementos necessários a um completo entendimento do modelo proposto

e à sua operacionalização, ou seja, deve incluir:

a. A definição e caracterização da área de intervenção;

b. A conceção geral da organização urbana;

c. O estabelecimento dos indicadores e parâmetros urbanísticos;

d. O ordenamento do zonamento de funções;

e. A implantação das redes de infraestruturas;

f. A definição das áreas verdes.

3.1. A proposta deve ter sempre como objetivo principal a preservação do ambiente, adotando a tramitação e

o conteúdo (material e documental) apropriado às condições da área territorial a que respeita e os objetivos

que lhe estão inerentes conforme previsto no RJIGT e demais legislação aplicável.

Artigo 6.º - Obrigações da entidade contratante

A entidade contratante tem como obrigações:

a) Providenciar junto das entidades oficiais o acesso por parte do prestador de serviços, a toda a informação possível e colaboração que se torne desejável para o cabal desenvolvimento do projeto, emitindo para esse efeito credenciais ou ofícios, por solicitação do promotor;

b) Informar o promotor dos pedidos referentes a operações urbanísticas que incidam sobre a aérea do projeto, bem como das iniciativas municipais ou da administração central que possam afetar o desenvolvimento e execução do mesmo;

c) Deliberar a elaboração do PP com efeitos registais e gerir a tramitação e procedimentos inerentes, em conformidade com a legislação vigente aplicável;

d) Prestar ao promotor urbanístico a colaboração e esclarecimentos que se revelem necessários ao integral cumprimento das respetivas obrigações contratuais;

e) Aprovar o PP, condicionado à efetiva realização das obras exteriores da(s) unidade(s) de execução. Estas obras deverão ser realizadas antes ou simultaneamente às de urbanização;

f) Promover a participação pública do plano e contratos indispensáveis à respetiva execução, publicar e depositar o plano;

g) Aprovar os projetos de obras de urbanização e de edificação;

h) Emitir as respetivas certidões, títulos e comprovativos do controlo prévio das operações urbanísticas;

i) Acompanhar e fiscalizar a execução das prestações contratuais por parte do promotor urbanístico.

Artigo 7.º - Receção dos elementos a produzir na fase de planeamento

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1. No prazo de 20 dias a contar da entrega dos elementos referentes a cada fase de elaboração do PP, o Município de Tavira procede à respetiva análise, com vista a verificar se os mesmos reúnem as características, especificações e requisitos técnicos definidos no presente caderno de encargos e na proposta adjudicada, bem como outros requisitos exigidos por lei. 2. Na análise a que se refere o número anterior, o promotor deve prestar ao Município de Tavira toda a cooperação e todos os esclarecimentos necessários. 3. No caso da análise do Município de Tavira a que se refere o n.º 1 não comprovar a conformidade dos elementos entregues com as exigências legais, ou no caso de existirem discrepâncias com as características, especificações e requisitos técnicos definidos no presente caderno de encargos, o Município de Tavira deve disso informar, por escrito, o promotor. 4. No caso previsto no número anterior, o promotor deve proceder, à sua custa e no prazo razoável que for determinado pelo Município de Tavira, às alterações e complementos necessários para garantir o cumprimento das exigências legais e das características, especificações e requisitos técnicos exigidos. 5. Após a realização das alterações e complementos necessários pelo prestador de serviços, no prazo respetivo, o Município de Tavira procede a nova análise, nos termos do n.º 1. 6. Caso a análise do Município de Tavira a que se refere o n.º 1 comprove a conformidade dos elementos entregues pelo promotor com as exigências legais, e neles não sejam detetadas quaisquer discrepâncias com as características, especificações e requisitos técnicos definidos no contrato para planeamento, deve ser emitida, no prazo máximo de 15 dias a contar do termo dessa análise, declaração de aceitação pelo Município de Tavira. 7. A emissão da declaração a que se refere o número anterior não implica a aceitação de eventuais discrepâncias com as exigências legais ou com as características, especificações e requisitos técnicos previstos no contrato para planeamento.

Artigo 8.º - Propriedade dos elementos

1. A adjudicatária obriga-se a transferir a propriedade de quaisquer peças escritas ou desenhadas que venham

a ser entregues ao Município de Tavira, sem reservas, para este que delas pode livremente dispor,

introduzindo designadamente as alterações que entenda convenientes e decorram do exercício dos poderes

públicos de planeamento.

2. A adjudicatária obriga-se ainda a exigir que cláusula do mesmo teor seja aceite por quaisquer

subcontratados, na prestação de qualquer serviço cujo resultado tenha como destino a fundamentação ou

incorporação da proposta de solução urbanística e respetivos elementos de suporte.

3. A transferência da posse e da propriedade dos elementos entregues, ocorrerá com a aceitação dos mesmos,

por parte do Município de Tavira.

4. O conteúdo documental e demais elementos do processo são propriedade do Município de Tavira, que os

poderá usar e reproduzir para fins de divulgação, sem prejuízo do direito dos seus autores os puderem utilizar

em comunicações ou publicações científicas.

Artigo 9.º - Direitos de propriedade intelectual

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1. Correm integralmente por conta do promotor os encargos ou a responsabilidade civil decorrentes da sua

utilização para o cumprimento do contrato de hardware, de software ou de outros que respeitem a quaisquer

patentes, licenças, marcas, desenhos registados e outros direitos de propriedade industrial ou direitos de

autor ou conexos.

2. Se a entidade adjudicante vier a ser demandado por ter infringido, na execução do contrato ou na posterior

utilização dos serviços objeto do mesmo, qualquer dos direitos referidos no número anterior, terá direito de

regresso contra o promotor por quaisquer quantias pagas, seja a que título for.

Artigo 10.º - Dever de sigilo

1. O promotor deve prestar à entidade contratante todas as informações que este lhe solicitar e que sejam necessárias à fiscalização do modo de execução do NDT, devendo a entidade contratante satisfazer os pedidos de informação formulados pelo promotor e que respeitem a elementos técnicos na sua posse cujo conhecimento se mostre necessário à execução do NDT. 2. O prestador de serviços deve guardar sigilo sobre toda a informação e documentação, técnica e não técnica, comercial ou outra, relativa ao Município de Tavira, de que possa ter conhecimento ao abrigo ou em relação com a execução do NDT. 3. A informação e a documentação cobertas pelo dever de sigilo não podem ser transmitidas a terceiros, nem objeto de qualquer uso ou modo de aproveitamento que não o destinado direta e exclusivamente à execução do NDT. 4. Exclui-se do dever de sigilo previsto a informação e a documentação que fossem comprovadamente do domínio público à data da respetiva obtenção pelo promotor ou que este seja legalmente obrigado a revelar, por força da lei, de processo judicial ou a pedido de autoridades reguladoras ou outras entidades administrativas competentes. 5. O dever de sigilo mantém-se em vigor até ao termo do prazo de 5 anos a contar do cumprimento ou cessação, por qualquer causa, do contrato, sem prejuízo da sujeição subsequente a quaisquer deveres legais relativos, designadamente, à proteção de segredos comerciais ou da credibilidade, do prestígio ou da confiança devidos às pessoas coletivas.

Artigo 11.º - Penalidades contratuais

1. O promotor urbanístico está sujeito ao cumprimento das distintas obrigações estabelecidas nas peças do

presente procedimento, bem como às demais obrigações decorrentes da lei em matéria de ordenamento do

território e urbanismo e obrigando-se ao integral e cabal cumprimento de todas as obrigações emergentes do

procedimento pré-contratual, de acordo com o faseamento e prazos identificados no artigo 4.º deste caderno

de encargos.

2. Qualquer prorrogação dos prazos estabelecidos só será admissível mediante autorização expressa da

entidade contratante e por solicitação fundamentada do promotor, apresentada até 10 dias antes do termo

do prazo em causa e desde que se verifiquem circunstâncias que tal justifiquem.

3. O incumprimento destas obrigações é constitutivo de infração administrativa, as quais se classificam em

leves, graves e muito graves.

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4. São faltas muito graves:

a) Não cumprir os prazos totais de execução da ação urbanística, salvo a ocorrência de causas excecionais e

não imputáveis ao adjudicatário que atrasem a ação;

b) Não entregar a garantia definitiva no prazo estabelecido;

c) Não subscrever no prazo definido o contrato administrativo;

d) A inatividade injustificada do promotor urbanístico ou a realização de práticas manifestamente restritivas

do normal funcionamento do mercado imobiliário relacionadas com a proposta de NDT.

5. São faltas graves:

a) A existência de deficiências graves no cumprimento dos compromissos assumidos;

b) Dificultar os trabalhos de fiscalização por parte da Administração.

6. São faltas leves:

a) O incumprimento de outras obrigações do contrato;

b) O incumprimento de prazos parciais não superiores a um terço dos mesmos.

7. As faltas serão sancionadas da seguinte forma:

a) Faltas leves: multa de 500,00 euros a 1.500,00 euros ou de 3.000,00 euros a 20.000 euros, consoante seja

aplicada a pessoa singular ou a pessoa coletiva;

b) Faltas graves: multa de 1.000,00 euros a 3.000,00 euros ou de 5.000,00 euros a 30.000 euros, consoante

seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa coletiva;

c) Faltas muito graves: multa de 2.000,00 euros a 3.700,00 euros ou de 7.500,00 euros a 44.800 euros,

consoante seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa coletiva e/ou resolução da adjudicação.

8. A demora no início da execução material das obras por negligência do promotor urbanístico na realização

das ações preparatórias de gestão urbanística será penalizada com um por mil do valor do investimento,

excluindo os valores dos terrenos, equipamento móvel e o IVA, por cada dia de demora.

Artigo 12.º - Força maior

1. Não podem ser impostas penalidades ao promotor urbanístico, nem é havida como incumprimento, a não

realização pontual das prestações contratuais a cargo de qualquer das partes que resulte de caso de força

maior, entendendo-se como tal as circunstâncias que impossibilitem a respetiva realização, alheias à vontade

da parte afetada, que ela não pudesse conhecer ou prever à data da celebração do contrato e cujos efeitos

não lhe fosse razoavelmente exigível contornar ou evitar.

2. Podem constituir força maior, se se verificarem os requisitos do número anterior, designadamente,

tremores de terra, inundações, incêndios, epidemias, sabotagens, greves, embargos ou bloqueios

internacionais, atos de guerra ou terrorismo, motins e determinações governamentais ou administrativas

injuntivas.

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3. Não constituem força maior, designadamente:

a) Circunstâncias que não constituam força maior para os subcontratados do promotor urbanístico, na parte

em que intervenham;

b) Greves ou conflitos laborais limitados às sociedades do promotor urbanístico ou a grupos de sociedades em

que este se integre, bem como a sociedades ou grupos de sociedades dos seus subcontratados;

c) Determinações governamentais, administrativas, ou judiciais de natureza sancionatória ou de outra forma

resultantes do incumprimento pelo promotor urbanístico de deveres ou ónus que sobre ele recaiam;

d) Manifestações populares devidas ao incumprimento pelo promotor urbanístico de normas legais;

e) Incêndios ou inundações com origem nas instalações do promotor urbanístico cuja causa, propagação ou

proporções se devam a culpa ou negligência sua ou ao incumprimento de normas de segurança;

f) Avarias nos sistemas informáticos ou mecânicos do promotor urbanístico não devidas a sabotagem;

g) Eventos que estejam ou devam estar cobertos por seguros.

4. A ocorrência de circunstâncias que possam consubstanciar casos de força maior deve ser imediatamente

comunicada à outra parte.

5. A força maior determina a prorrogação dos prazos de cumprimento das obrigações contratuais afetadas

pelo período de tempo comprovadamente correspondente ao impedimento resultante de força maior.

Artigo 13.º - Cumprimento e resolução do contrato

1. A relação jurídica entre o Município de Tavira e o promotor urbanístico extingue-se após a sua execução

integral ou por resolução.

2. O contrato considerar-se-á cumprido com a adequada execução da totalidade das atividades incluídas no

mesmo.

3. São causas para a resolução do contrato as seguintes:

a) A morte ou incapacidade do promotor urbanístico;

b) A declaração de estado de insolvência declarada por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolução ou

cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio preventivo de liquidação de patrimónios ou em qualquer

situação análoga, ou tenham o respetivo processo pendente;

c) O mútuo acordo entre o Município e o promotor urbanístico, sem prejuízo das indemnizações que se

justifiquem em benefício dos proprietários de terrenos ou outros afetados;

d) A falta de prestação da garantia definitiva e a não formalização do contrato no prazo determinado;

e) O atraso na conclusão dos serviços ou na entrega dos elementos referentes ao contrato, superior a 3 meses;

f) A realização por parte do promotor urbanístico de infrações urbanísticas ou ambientais graves ou muito

graves em relação com o âmbito programado;

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g) A obstaculização por parte do promotor urbanístico do exercício dos direitos e deveres urbanísticos dos

afetados pela programação ou a realização de práticas manifestamente restritivas das leis da concorrência do

mercado imobiliário relacionadas com o programa;

h) A superveniência de normas ou disposições não consideradas aquando da aprovação do PP e que tornem

legalmente inviável a prossecução deste, sem prejuízo das indemnizações que decorram ou da possibilidade

de sanar as consequências sem desvirtuar substancialmente as mesmas, se tal for possível;

i) A resolução antecipada da adjudicação para a sua gestão direta por causa justificada de interesse público,

sem prejuízo das indemnizações a que dê lugar e que deverão estar previamente acordadas;

j) A suspensão de licenças no âmbito do programado, a aprovação de planos e projetos incompatíveis com o

desenvolvimento do PP assim como as resoluções administrativas que impeçam prossegui-lo ou paralisem o

seu desenvolvimento material e económico por inatividade da administração durante mais de seis meses,

tendo o Promotor urbanístico direito a instar a resolução com as compensações que se justifiquem;

k) A renúncia do promotor urbanístico perante uma fixação de encargos fundada em causa legal que implique

um incremento da importância dos encargos previstos na proposta de contrato superior a 20 por cento;

l) A inatividade injustificada do promotor urbanístico durante um período de seis meses consecutivos ou nove

alternados;

m) O incumprimento grave dos deveres essenciais do promotor urbanístico diretamente impostos pela

legislação de ordenamento do território e urbanismo;

n) O incumprimento grave das restantes obrigações contratuais essenciais.

4. O direito de resolução referido no número anterior exerce-se mediante a declaração enviada ao

adjudicatário e não determina a repetição das prestações já realizadas, a menos que tal seja determinado pela

entidade adjudicante.

Artigo 14.º - Execução da caução

1. A caução prestada para bom e pontual cumprimento das obrigações decorrentes do contrato, nos termos

do programa de procedimento, pode ser executada pelo Município de Tavira, sem necessidade de prévia

decisão judicial ou arbitral, para satisfação de quaisquer créditos resultantes de mora, cumprimento

defeituoso, incumprimento definitivo pelo promotor urbanístico das obrigações contratuais ou legais,

incluindo o pagamento de penalidades, ou para quaisquer outros efeitos especificamente previstos no

contrato ou na lei.

2. A resolução do contrato pelo Município de Tavira não impede a execução da caução, contanto que para isso

haja motivo.

3. A execução parcial ou total da caução referida nos números anteriores constitui o promotor urbanístico na

obrigação de proceder à sua reposição pelo valor existente antes dessa mesma execução, no prazo de 15 dias

após a notificação do Município de Tavira para esse efeito.

Artigo 15.º - Cessão da posição de promotor urbanístico

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1. O promotor urbanístico, através de prévia autorização expressa do Município e através de escritura pública,

pode ceder a sua posição a favor de terceiro que se sub-rogue em todos os seus direitos e deveres ante os

proprietários dos prédios e perante o próprio Município.

2. Para que a cedência produza efeitos, o cessionário deverá reunir os mesmos requisitos e condições do

cedente que tenham sido relevantes para a adjudicação da proposta de NDT.

3. O Município poderá opor-se e recusar a cedência se daí advier prejuízo para o interesse público ou se a

mesma constituir desvio do princípio de concorrência.

4. Atentas as circunstâncias da situação, o Município de Tavira poderá acordar a resolução da adjudicação nos

termos previstos nas penalidades e estabelecer a gestão direta, pelo sistema da cooperação ou imposição

administrativa, como modalidade de execução da proposta de NDT.

5. A cessão parcial de fase ou dimensão minoritária da ação territorial urbanística requer que o cedente e o

cessionário assumam, solidariamente, uma programação devidamente coordenada e um conjunto de

compromissos que satisfaçam as exigências da programação inicial.

Artigo 16.º - Subcontratação

1. O promotor urbanístico poderá subcontratar com terceiros a realização parcial das prestações

correspondentes à proposta de NDT que considere por conveniente.

2. Os subcontratados ficarão obrigados perante o promotor urbanístico que assumirá a total responsabilidade

da execução da proposta perante o Município.

3. O adjudicatário poderá subcontratar as prestações relativas à execução das obras de urbanização, assim

como as prestações relativas à redação dos planos, projetos e direção de obras, sem qualquer limite.

4. O promotor urbanístico não poderá, em nenhuma situação, subcontratar a execução parcial da proposta de

NDT com pessoas inabilitadas para contratar ou compreendidas em alguma das situações indicadas nas alíneas

a) a j) artigo 55 do CCP.

Artigo 17.º - Comunicações e notificações

1. Sem prejuízo de poderem ser acordadas outras regras quanto às notificações e comunicações entre as

partes do contrato, estas devem ser dirigidas, nos termos do CCP, para o domicílio ou sede contratual de cada

uma, identificados no contrato.

2. Qualquer alteração das informações de contacto constantes do contrato deve ser comunicada à outra parte.

Artigo 18.º - Contagem dos prazos

Os prazos previstos no contrato são contínuos, correndo em sábados, domingos e dias feriados.

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Artigo 19.º - Foro competente

Para resolução de todos os litígios decorrentes do contrato fica estipulada a competência do Tribunal

Administrativo e Fiscal de Loulé, com expressa renúncia a qualquer outro.

Artigo 20.º - Dúvidas e omissões

As dúvidas e casos omissos serão resolvidos pela aplicação analógica das disposições do CCP e demais

legislação aplicável.

SECÇÃO II DISPOSIÇÕES ESPECIFICAS

Artigo 21.º - Formalização do contrato para planeamento

1. A Câmara Municipal, tendo em consideração o resultado da divulgação pública e do relatório de avaliação

das propostas técnicas, seleciona uma proposta de NDT com as modificações que se justifiquem, deliberando a

elaboração do PP com efeitos registrais e comprometendo-se na tramitação da proposta do plano nos termos

legais e compatíveis com os Instrumentos de Gestão Territorial válidos, até à sua aprovação pela Assembleia

Municipal.

2. Para o efeito será estabelecido um contrato para planeamento com vista a disciplinar as relações

contratuais durante o prazo de elaboração do plano, mediante a fixação atempada dos respetivos termos.

3. O contrato para planeamento será formulado e tramitado nos termos dos artigos 79º e 81º do RJIGT.

4. Antes da formalização do contrato para planeamento, o promotor urbanístico terá de depositar à ordem do

Município de Tavira uma caução, na forma e no montante estabelecido no programa de procedimento.

5. A deliberação da elaboração do plano e a proposta de contrato para planeamento serão publicitados no

Diário da República, demais meios de comunicação socia e na página da internet, informando os respetivos

prazos de elaboração e período de participação que não será inferior a 15 (quinze) dias.

Artigo 22.º - Conteúdo do contrato para planeamento

1. O contrato para planeamento de NDT contempla, em geral, o seguinte:

a) Os direitos e obrigações do promotor, nos termos do caderno de encargos e da proposta de NDT que

apresentou;

b) Os poderes e os deveres do município e das entidades públicas associadas, no quadro das atribuições e

competências que por lei lhes estejam cometidas, com relevância para os objetivos deste contrato;

c) Os direitos e obrigações das entidades privadas associadas, com interesse na execução do NDT, de acordo

com as regras que regulam o exercício das atividades de interesse económico geral que desenvolvem e das

regras específicas das atividades que estiverem em causa.

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2. O contrato para planeamento de NDT contempla, em especial, o seguinte:

a) A forma de elaboração do PP com efeitos registais adequado à implementação do NDT;

b) O conteúdo essencial do referido Instrumento de Gestão Territorial;

c) As regras gerais de execução do mesmo instrumento de planeamento, designadamente as ações a realizar,

seu escalonamento temporal e responsabilidade pelos investimentos previstos;

d) O modelo de exploração e de gestão da área abrangida e dos seus elementos construídos ou naturais.

Artigo 23.º - Formalização do contrato de urbanização

1. Após a aprovação do PP com efeitos registais, pela Assembleia Municipal proceder-se-á à formalização, em

documento administrativo, de contrato de urbanização.

2. Antes da formalização do contrato, o promotor urbanístico terá de depositar à ordem do Município de

Tavira uma outra caução, nos termos do disposto no artigo 23.º do programa de procedimento.

Artigo 24.º - Conteúdo do contrato de urbanização

1. O contrato que se subscreva para a execução do plano terá de incluir nas suas cláusulas, como mínimo, uma

referência às seguintes questões:

a) Identificação do Município e do promotor urbanístico, com identificação dos dados relativos à sua

personalidade jurídica e capacidade de atuação;

b) Deliberação de aprovação do PP com efeitos registais pela Assembleia Municipal;

c) Descrição sucinta do plano, incluindo as atividades que o promotor urbanístico se obriga a realizar durante a

execução;

d) Descriminação dos cadernos de encargos da urbanização;

e) Forma de retribuição ao promotor urbanístico por parte dos proprietários beneficiários do plano;

f) Prazos totais e parciais de execução do plano;

g) Caução prestada pelo promotor urbanístico;

h) Regime de penalidade por demora aplicáveis ao promotor urbanístico;

i) Qualquer outra cláusula que o Município considere necessária estabelecer, respeitando, em qualquer caso, o

que dispõem as cláusulas do caderno de encargos.

2. O contrato de urbanização será assinado pelo Presidente da Câmara Municipal de Tavira e pelo promotor

urbanístico, anexando ao mesmo um exemplar do plano.

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3. O Município de Tavira goza da faculdade de interpretação do contrato, assim como a sua modificação,

suspensão ou resolução em conformidade com o estabelecido no caderno de encargos e, supletivamente, no

RJIGT e no CCP.

4. O contrato a celebrar terá a natureza administrativa sendo competente o órgão de contratação, para

resolver a execução do contrato, cuja deliberação porá fim à via administrativa e contra os quais haverá lugar a

recurso contencioso administrativo, conforme disposto na lei.

5. O contrato poderá ser objeto de escritura pública quando o solicite alguma das partes, salientando-se que,

neste caso, os gastos decorrentes serão assumidos pelo promotor urbanístico.

6. Nos termos mencionados nos números anteriores, o contrato deverá ser estruturado da seguinte forma:

Introdução;

Identificação das partes outorgantes;

Identificação dos prédios, urbanos e rústicos;

Delimitação da(s) unidade(s) de execução;

Âmbito de atuação e obras a realizar;

Objeto do contrato a celebrar;

Determinação da quota de cada um dos outorgantes;

Cedência de terrenos para equipamentos e infraestruturas;

Taxas e compensações obrigatórias (TMU);

Compensações voluntárias;

Terrenos, edifícios e encargos financeiros a integrar no património municipal;

Forma de pagamento dos custos através das quotas de cada outorgante;

Diretos dos particulares (interessados);

Deveres dos particulares (interessados);

Prazos e penalizações da execução dos trabalhos de urbanização e edificação;

Prestação de garantias pelo promotor – urbanizador, para o planeamento e execução de obras de urbanização e edificação;

Vigência, caducidade e resolução do contrato;

Conclusão do programa, receção das obras de urbanização e prazos de edificação;

Modificações do programa por decisão da Administração.

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ANEXO 1

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ANEXO 2

ORIENTAÇÕES DO PROT ALGARVE A OBSERVAR PARA A CONCRETIZAÇÃO DE NÚCLEOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

(…) 2.3.3 — Núcleos de Desenvolvimento Turístico (NDT) 2.3.3.1 — O modelo de NDT O modelo de desenvolvimento turístico adotado no PROT Algarve prevê que os novos empreendimentos turísticos, fora dos perímetros urbanos e dos Espaços de Ocupação Turística (EOT), correspondam à criação de NDT, cuja localização não é previamente determinada em instrumento de planeamento territorial e que se concretizam mediante concurso público promovido pelo município. Os NDT respeitam uma dotação inicial de alojamento de 24 000 camas para toda a Região, distribuída por Unidade Territorial, a rever após 5 anos da entrada em vigor do PROT, conforme foi indicado no ponto 4.3.2 (Sistema de Turismo) do Capítulo III. Os NDT são admissíveis em qualquer das Unidades Territoriais, fora da «Margem» (faixa definida de acordo com o referido no ponto 2.3.3) e da «Zona Terrestre de Proteção» (faixa entre a Margem e os 500 metros), do Sistema do Litoral, tendo que respeitar critérios específicos de qualificação na Faixa Costeira Sul entre os 500 e 2000 metros. São admitidos NDT em áreas da Rede Natura 2000 e em áreas protegidas, desde que tenham características compatíveis com a conservação dos valores que os respetivos regimes protegem, assumindo-se contratualmente a sujeição do projeto ou projetos a Avaliação de Impacte Ambiental, tal como resulta do regime jurídico da Rede Natura. As obrigações decorrentes das medidas de minimização e compensação de impactes ambientais que vierem a ser determinadas através de procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) podem ser objeto de contratualização em fase de execução do projeto. A eventual concretização de NDT em áreas protegidas é possível nos seus espaços de menor grau de proteção e no pressuposto de que a área protegida é beneficiada pelas ações decorrentes do programa de gestão do NDT. A concretização dos NDT em áreas classificadas como Sítios de Importância Comunitária e Zonas de Proteção Especial da Rede Natura 2000, implica, ao nível dos diferentes instrumentos de gestão territorial, um levantamento rigoroso dos valores naturais em presença, designadamente os tutelados pelas Diretivas Aves e Habitats, com o acompanhamento do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Para a criação de um NDT, a Câmara Municipal comunica ao Observatório do PROT Algarve, para efeitos de parecer, a intenção de abertura de concurso público e o respetivo projeto de termos de referência. Tendo em consideração o parecer do Observatório, a Câmara Municipal promove o concurso público destinado à seleção de propostas. O NDT submetido a concurso compreende um determinado número de camas, que se contém na dotação da Unidade Territorial correspondente. A atribuição das camas ao NDT deve respeitar os princípios gerais constantes do ponto 4.3.2.1 a) do Capítulo III, e tomar ainda na devida consideração o parecer do Observatório sobre essa matéria. O processo de concurso elaborado pelo município deve ter por referência os princípios gerais definidos no PROT, devidamente detalhados e densificados de forma a integrar a estratégia local assumida pelo PDM. A proposta selecionada será objeto de um acordo base entre a Câmara Municipal e o promotor, com vista à elaboração de plano de pormenor ou de urbanização para a implementação do NDT e posterior concretização do empreendimento. Este modelo de implantação de NDT respeita princípios fundamentais de igualdade, concorrência, participação pública e transparência. Não havendo demarcação territorial prévia para este tipo de ocupação, estabelecem-se condições de igualdade e concorrência que abrangem todo o território, não havendo sobrevalorização fundiária e permitindo a apresentação de candidaturas para a generalidade dos espaços que se encontrem livres de condicionantes. O procedimento concursal e contratual que se estabelece garante ainda a transparência nas relações dos promotores com a administração pública e a participação da população através de consulta pública na fase de seleção de projetos. Por outro lado, este modelo, estimulando a concorrência, oferece maiores garantias no que respeita à qualidade dos projetos que venham a ser aprovados. Definem-se, em seguida, as regras fundamentais do regime de implantação e do procedimento concursal dos NDT, organizadas nos seguintes termos:

i. Os requisitos mínimos de admissão das propostas, os quais se baseiam em critérios de qualificação urbanística, económica e social e ambiental admitindo-se, à partida, a apresentação de projetos em qualquer localização, desde que não inviabilizada por servidões e condicionantes legais e estejam conformes com as disposições do PROT Algarve (ponto 2.3.3.2);

ii. Os critérios de avaliação das propostas admitidas a concurso (ponto 2.3.3.3); iii. As normas procedimentais a observar pelos municípios no concurso público (ponto 2.3.3.4); iv. O regime base de execução do empreendimento (ponto 2.3.3.5).

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2.3.3.2 — Critérios de qualificação para efeitos de admissão das propostas Os requisitos mínimos para admissão de projetos de NDT exprimem, na essência, a necessidade de adequação das propostas às condicionantes legais e aos fins públicos prosseguidos pelo Plano. Os critérios a utilizar para efeitos de aferição do preenchimento dos requisitos mínimos, a seguir identificados, consistem, essencialmente, em parâmetros qualitativos e quantitativos relativos à qualificação urbanística, económica e social e ambiental dos projetos, os quais poderão ser adaptados às especificidades de cada Subunidade Territorial, e densificados de acordo com as estratégias municipais a prosseguir. A — Critérios de qualificação urbanística Para além das exigências explicitamente decorrentes da legislação em vigor, e em consonância com os objetivos operativos enunciados para o sistema de turismo, no Capítulo III, ponto 3.4, o projeto deve orientar-se pelos seguintes princípios:

a) Cada NDT corresponde a uma área de solo contínua e mínima de 25 hectares na Unidade Territorial do Litoral Sul e Barrocal e de 15 hectares nas restantes Unidades Territoriais, sendo de 70 hectares no caso de se localizar numa área classificada;

b) O NDT pode ser constituído por um ou mais empreendimentos turísticos, sempre articulados entre si e com o exterior, através de uma solução coerente de infraestruturas, de estrutura ecológica e de composição urbanística e paisagística;

c) Quanto às tipologias turísticas: Na Faixa Costeira entre os 500 e 2000 metros: atento o princípio da economia do território, particularmente face à verificação de que as áreas efetivamente disponíveis para afetação ao turismo são diminutas (cfr. Volume II, anexo I) admitem-se exclusivamente hotéis de 4 e 5 estrelas, isoladamente ou integrados em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos, também de 4 e 5 estrelas afetos ao turismo e sempre integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas; No restante território fora da Faixa Costeira: admitem-se hotéis de 4 e 5 estrelas, isoladamente ou integrados em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos e hotéis-apartamentos, também de 4 e 5 estrelas sempre integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas, devendo todas as tipologias turísticas corresponder, no mínimo, a 70 % da capacidade total do NDT.

d) A área urbanizável, isto é, a área a dotar de infraestruturas urbanísticas e a edificar, não será superior a 30 % da área total do NDT. A restante área do NDT (não urbanizada) deve compreender as áreas de equipamentos como o golfe, se for o caso, e os espaços verdes adequados, desempenhando também as funções de área de enquadramento;

e) A densidade de ocupação bruta máxima correspondente a cada área urbanizável não deve ser superior a 60 camas por hectare, podendo ser de 100 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas; em áreas classificadas a densidade máxima será de 20 camas por hectare, podendo ser de 30 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas;

f) A composição urbana de cada NDT deve corresponder a nucleações que traduzam menores extensões de infraestruturas para a globalidade do NDT;

g) A compatibilidade entre as características da ocupação pretendida, com o sítio e a sua área de enquadramento, designadamente em termos do seu valor ambiental, patrimonial e paisagístico, deve ficar assegurada;

h) O NDT deve dispor de acessos rodoviários adequados.

B — Critérios de qualificação económica e social Para além das exigências explicitamente decorrentes da legislação em vigor, o projeto deve assegurar ainda que:

a) O empreendimento turístico promova a criação de postos de trabalho diretos e investimentos em novas infraestruturas turísticas e de lazer que se considerem relevantes para as novas áreas em que se inserem;

b) O projeto assuma um carácter inequivocamente turístico, traduzido não apenas na solução urbanística, arquitetónica, paisagística e ambiental, mas também no modelo de exploração e de gestão. A contratualização, para efeitos de concretização do NDT, deve assegurar a manutenção destas características ao longo do período da sua vida útil. C — Critérios de qualificação ambiental Para além das exigências explicitamente decorrentes da legislação em vigor, o projeto deve ainda assegurar:

a) A disponibilidade sustentável e durável de água suficiente, em quantidade e qualidade, através das origens mais apropriadas, de preferência através de soluções regionais devidamente contratualizadas no respeitante ao consumo humano;

b) O tratamento da totalidade dos efluentes líquidos, preferencialmente através de soluções regionais devidamente contratualizadas e, em qualquer caso, promover tendencialmente a total reutilização das águas residuais tratadas;

c) A adoção de sistema adequado de tratamento e reciclagem de resíduos sólidos, de preferência com recurso a soluções regionais devidamente contratualizadas;

d) O compromisso de obter a certificação de todo o empreendimento pela norma ISO 14001. e) A adequada integração paisagística da intervenção no espaço envolvente.

2.3.3.3 — Critérios de avaliação das propostas A — Avaliação urbanística A avaliação urbanística da proposta deve atender, designadamente, à: a) Compatibilidade com os objetivos do PROT; b) Qualidade da solução urbanística e arquitetónica proposta; c) Qualidade dos espaços públicos previstos; d) Integração de usos, nomeadamente turísticos, de habitação, de lazer e de serviços culturais, potenciada pelo projeto; e) Integração e valorização paisagística; f) Classificação proposta para os empreendimentos turísticos. B — Avaliação económica e social A avaliação económica da proposta deve atender, designadamente, à: a) Compatibilidade com os objetivos do PROT; b) Número total e qualificação de postos de trabalho diretos criados; c) Volume e sustentabilidade do investimento associado; d) Contribuição para a diversificação da oferta turística regional, explorando segmentos de maior valor acrescentado; e) Promoção de atividades intensivas em conhecimento. C — Avaliação ambiental

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A avaliação ambiental da proposta deve atender, designadamente, à: a) Compatibilidade com os objetivos do PROT; b) Qualificação da inserção paisagística da proposta; c) Qualificação ambiental da área envolvente associada ao projeto; d) Adequação da solução adotada em matéria de abastecimento de água e de tratamento e reutilização de efluentes; e) Adequação da solução adotada em matéria de gestão de resíduos; f) Adequação das soluções de minimização e compensação dos impactes ambientais associados à execução do projeto; g) Adequação da solução de certificação ambiental proposta e dos sistemas de monitorização; h) Seleção de espécies vegetais adaptadas às condições edafo-climáticas do sítio; i) Reabilitação ambiental e paisagística de áreas que o requeiram, no sítio e na sua envolvente, e manutenção permanente dos seus valores ambientais e paisagísticos. 2.3.3.4 — Procedimento concursal O procedimento inicia-se após o parecer do Observatório do PROT Algarve e a aprovação do programa de concurso e do caderno de encargos pela Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal. O procedimento compreende as cinco fases seguintes: 1) Abertura do concurso, através de anúncio e apresentação de documentação; 2) Ato público de análise formal da documentação apresentada; 3) Análise das propostas e elaboração de relatório de qualificação, para decisão de admissão das propostas; 4) Consulta pública das propostas admitidas, por um período não inferior a 20 dias úteis, no termo do qual deve ser elaborado um relatório síntese de ponderação das sugestões/ reclamações recebidas; 5) Análise das propostas e elaboração de relatório de avaliação; 6) Decisão final quanto à escolha de melhor proposta e à celebração do acordo base com o respetivo concorrente, para implementação da proposta. O anúncio de abertura do concurso deve ser objeto de adequada publicidade, sendo obrigatória a sua publicação na 2.ª série do Diário da República, num jornal de âmbito nacional e num jornal de âmbito local. A realização do concurso público deverá observar um conjunto de regras assentes em peças concursais patenteadas a concurso, nomeadamente um caderno de encargos e um programa de concurso, nos quais se especificam os critérios de admissão (tendo por base os critérios enunciados no ponto 2.3.3.2.) e de seleção (tendo por base os critérios enunciados no ponto 2.3.3.3.) das propostas de NDT, e as condições necessárias ao estabelecimento da parceria no quadro da legislação em vigor e dos regimes jurídicos pelos quais se queira optar analogicamente. Os PDM deverão incluir as bases gerais para a elaboração dos processos de concurso a patentear. A consulta pública deverá observar as regras decorrentes do regime procedimental de ação e participação popular regulado pela Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto. O relatório da consulta pública e as propostas serão avaliadas por um júri designado pela Câmara Municipal, do qual a CCDR Algarve e o Turismo de Portugal, I. P., são membros, podendo integrar, por sua solicitação, representantes de outras entidades da Administração Central. As propostas serão classificadas e será proferida a decisão fundamentada de celebrar um acordo base para executar o projeto através do estabelecimento de uma parceria, nos termos do ponto seguinte. 2.3.3.5 — Regime base de execução A execução da proposta de NDT depende da aprovação de um plano de pormenor ou de urbanização elaborado no quadro de um programa de ação territorial, cuja concretização é assegurada mediante contrato celebrado entre o município e o promotor da proposta escolhida, podendo envolver outras entidades públicas ou privadas com interesse na concretização da proposta. O contrato regula os aspetos seguintes: ▪ O procedimento de elaboração do plano; ▪ O conteúdo do plano; ▪ As regras de execução do plano, designadamente as ações a realizar, seu escalonamento temporal e responsabilidade pelos investimentos previstos; ▪ O modelo de gestão da área abrangida e dos seus elementos construídos ou naturais; ▪ As sanções aplicáveis em caso de incumprimento das obrigações assumidas. O contrato referido no parágrafo anterior deve ter em conta que: ▪ Os poderes públicos sobre o procedimento, conteúdo e execução do plano são irrenunciáveis e indisponíveis, enquanto competência e nos termos da lei; ▪ O acordo não pode substituir o plano na fixação de regras de ocupação, uso e transformação do solo, ou dele prescindir; ▪ O objeto/conteúdo do acordo deve ser conforme à lei, não podendo violar regimes legais imperativos (como os da REN e RAN). 2.3.3.6 — Bases gerais para a contratualização Nos pontos anteriores, referem-se as orientações essenciais relativas ao concurso e à contratualização de projetos a desenvolver nos NDT, à luz dos princípios da igualdade, da concorrência e da participação pública, e bem assim, da autonomia pública contratual, reconhecida pelo Código do Procedimento Administrativo. As referidas orientações têm ainda habilitação legal na legislação em vigor em matéria de ordenamento do território e do urbanismo, designadamente a Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto (Lei de Bases da Política do Ordenamento do Território e do Urbanismo), e o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro (Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial).

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ANEXO 3 ORIENTAÇÕES DO PDM DE TAVIRA A OBSERVAR PARA A CONCRETIZAÇÃO DE NÚCLEOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

(…)

CAPÍTULO II

Núcleos de desenvolvimento turístico

Artigo 22.º

Empreendimentos turísticos fora dos perímetros urbanos

Sem prejuízo do regime específico dos estabelecimentos hoteleiros isolados, estabelecido no artigo 43.º, a criação de novos empreendimentos turísticos fora dos perímetros urbanos, no quadro das orientações estabelecidas no PROT Algarve, está sujeita ao modelo do núcleo de desenvolvimento turístico (NDT), definido dos artigos seguintes.

Artigo 23.º

Do concurso público

1 — A criação de um NDT está sujeita a concurso público, com parecer prévio do Observatório do PROT Algarve, para escolha de uma proposta que será objeto de um acordo base, reduzido a escrito, entre a Câmara Municipal e o promotor, com vista à elaboração de plano de pormenor ou de urbanização para implementação do NDT e posterior concretização do empreendimento, cujas condições gerais são aprovadas pela Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal.

2 — O acordo base referido no número anterior contempla, designadamente, os seguintes aspetos:

a) A forma de elaboração do instrumento de planeamento territorial adequado à concretização do NDT;

b) Os termos de referência do referido instrumento de planeamento territorial;

c) As regras de execução do mesmo instrumento de planeamento territorial, designadamente, as ações a realizar, seu escalonamento temporal e responsabilidade pelos investimentos previstos;

d) O modelo de gestão da área abrangida e dos seus elementos construídos ou naturais;

e) As sanções aplicáveis em caso de incumprimento das obrigações assumidas e, em geral, as garantias exigidas.

3 — Caso a área abrangida pelo NDT integre terrenos cujos proprietários não assumem a posição de promotores, os concorrentes devem apresentar uma proposta de regulamentação do Fundo de Compensação e as bases preliminares do Contrato de urbanização da unidade de execução.

4 — O anúncio de abertura do concurso deve ser objeto de adequada publicidade, sendo obrigatória a sua publicação na 2.ª Série do Diário da República, no sítio de Internet da Câmara Municipal, num jornal de âmbito nacional e num jornal de âmbito local.

5 — No concurso público referido no n.º 1 há um programa de concurso e um caderno de encargos, definindo o primeiro os termos específicos a que obedece o procedimento concursal, e o segundo os aspetos essenciais, os requisitos mínimos da proposta do NDT e as condições para o estabelecimento da parceria com o promotor.

6 — O concurso é conduzido por um júri designado pela Câmara Municipal, do qual a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e o Turismo de Portugal, I.P. são membros, podendo integrar, por sua solicitação, representantes de outras entidades da Administração Central

7 — Compete ao júri:

a) Realizar todas as operações do concurso;

b) Desempenhar as funções de autoridade instrutora a que alude a Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto;

c) Definir os fatores e eventuais subfactores e fixar a respetiva ponderação necessários e adequados à aplicação dos critérios de avaliação das propostas, conforme previsto no programa de concurso, até ao termo do prazo de apresentação das propostas.

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8 — Podem apresentar propostas de NDT as pessoas singulares ou coletivas que demonstrem ter legitimidade, nos termos gerais de direito, para intervir nos terrenos a integrar no NDT.

9 — É permitida a apresentação de propostas por um agrupamento de concorrentes, o qual deve indicar a forma jurídica de associação que adotará caso lhe seja atribuída a criação do NDT.

10 — As propostas de NDT são sujeitas a análise prévia de seleção, com vista à sua admissão, sendo apenas admitidas as que reúnam os requisitos mínimos de admissão, em resultado da aplicação dos seguintes critérios de qualificação, com respeito pelos parâmetros estabelecidos no PROT Algarve, a densificar e quantificar nos documentos base, a saber:

10.1 — Critérios de qualidade urbanística:

a) Área de solo mínima do NDT;

b) Área máxima urbanizável;

c) Densidade de ocupação bruta máxima correspondente a cada área urbanizável;

d) Composição urbana com nucleações que traduzam menores extensões de infraestruturas para a globalidade do NDT;

e) Proporção mínima de camas turísticas que integram o NDT e tipologias turísticas associadas;

f) Compatibilidade entre as características de ocupação do solo proposta com o sítio e a sua área de enquadramento, designadamente, em termos do seu valor ambiental, patrimonial e paisagístico;

g) Acessos rodoviários adequados.

10.2 — Critérios de qualificação económica e social:

a) Criação de postos de trabalho diretos e investimentos em novos empreendimentos turísticos e de lazer;

b) Carácter inequivocamente turístico.

10.3 — Critérios de qualificação ambiental:

a) Disponibilidade sustentável e durável de água suficiente em quantidade, através das origens mais adequadas;

b) Garantia de tratamento dos afluentes líquidos, na sua totalidade;

c) Adoção de sistema adequado de tratamento e reciclagem de resíduos sólidos;

d) Compromisso de obter a certificação de todo o empreendimento pela Norma ISO 14001;

e) Compromisso de assumir as obrigações decorrentes das medidas de minimização de impactos ambientais que vierem a ser determinadas em avaliação de impacte ambiental (AIA).

11 — As propostas admitidas são submetidas a consulta pública, observando-se as regras decorrentes do regime procedimental e de ação popular regulado pela Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto, e elaborando-se, no final, um relatório síntese.

12 — As propostas admitidas são avaliadas segundo critérios a densificar e quantificar nos documentos base, a saber:

12.1 — Urbanísticos:

a) Compatibilidade com os fins do PROT Algarve;

b) Qualidade da solução urbanística e arquitetónica proposta;

c) Qualidade dos espaços públicos previstos;

d) Integração de usos, nomeadamente, turísticos, de habitação, de lazer e de serviços culturais, potenciados pelo projeto;

e) Integração e valorização paisagística;

f) Classificação proposta para os empreendimentos turísticos.

12.2 — Económico-sociais:

a) Compatibilidade com os fins do PROT Algarve;

b) Número total e qualificação dos postos de trabalho direto criados;

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c) Volume e sustentabilidade do investimento associado;

d) Contribuição para a diversificação da oferta turística regional, explorando segmentos de maior valor acrescentado;

e) Atividade de promoção intensiva do conhecimento associadas;

f) Programa de responsabilidade social prosseguida pela entidade concorrente nos últimos dois anos.

12.3 — Ambiental:

a) Compatibilidade com os fins do PROT Algarve;

b) Sustentabilidade da arquitetura e da solução urbanística proposta;

c) Qualificação ambiental da área envolvente associada ao projeto;

d) Eficiência energética, em especial no que respeita ao uso de energias renováveis;

e) Adequação da solução adotada em matéria de gestão de resíduos;

f) Adequação das soluções de minimização e compensação dos impactos ambientais associados à execução do projeto;

g) Adequação da solução de certificação ambiental proposta e dos sistemas de monitorização;

h) Seleção de espécies vegetais adaptadas às condições edafo-climáticas do sítio;

i) Reabilitação ambiental e paisagística de áreas que o requeiram, no sítio e na sua envolvente e manutenção permanente dos seus valores ambientais e paisagísticos;

13 — Tendo em conta os relatórios produzidos pelo júri, a câmara municipal delibera, oportunamente, sobre a admissão das propostas e, a final, escolhe a proposta mais vantajosa para a prossecução do interesse público, particularmente nos domínios do desenvolvimento económico e social, do urbanismo, do ordenamento do território e do ambiente.

Artigo 24.º

Regime de execução

1 — O desenvolvimento da proposta escolhida em resultado do concurso depende da aprovação de um instrumento de planeamento urbanístico adequado, para cuja execução será adotado o sistema adequado, com a celebração de um contrato de urbanização, no quadro do regime jurídico previsto no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, e tendo em conta o acordo base de NDT celebrado.

2 — As operações urbanísticas definidas no instrumento de planeamento urbanístico a que se refere o número anterior estão sujeitas, em geral, à legislação que estabelece o regime jurídico sobre urbanização e edificação e, em especial, à legislação aplicável em função da natureza do empreendimento.

Artigo 25.º

Princípio da legalidade

Na elaboração e aprovação do instrumento de planeamento urbanístico e na celebração do acordo base de NDT, deve ser tido em consideração o seguinte:

a) Os poderes públicos sobre o procedimento, conteúdo e execução do plano são irrenunciáveis e indisponíveis, nos termos da lei;

b) O conteúdo do plano deve respeitar as prescrições legais e regulamentares aplicáveis, designadamente as constantes do Plano Diretor Municipal e as decorrentes dos regimes jurídicos relativos a servidões e restrições de utilidade pública, em especial o regime de reserva ecológica nacional e da reserva agrícola nacional;

c) O conteúdo do acordo base de NDT não pode substituir o plano na fixação de regras de ocupação, uso e transformação do solo, ou dele prescindir;

d) O acordo base do NDT não pode substituir, nem modificar o regime legal vigente para os atos administrativos que estejam associados ou contemplados no contrato;

e) As obrigações de carácter financeiro são estabelecidas em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis às operações urbanísticas e empreendimentos turísticos que integrem o NDT.

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ANEXO 4 TERMOS DE REFERÊNCIA

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Município de Tavira Divisão de Planeamento, Turismo, Inovação e Empreendedorismo (DPTIE)

TERMOS DE REFERÊNCIA

CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO NO CONCELHO DE TAVIRA

UNIDADE TERRITORIAL LITORAL SUL E BARROCAL

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município

ÍNDICE

1. OBJECTIVO DO PROCEDIMENTO ……………………………………………………………………………………..……………….…………3

2. OPORTUNIDADE …………………………………………………………………………………………………………….……………….………….3

3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DA ÁREA DE INTERVENÇÃO …………………………………………………………………….6

4. BASES GERAIS E ESPECÍFICAS PARA A FORMULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ………………………..……………………7

4.1. Iniciação e tramitação do procedimento……………………………………………………………….……………………..7

4.2. Princípios que as propostas devem observar………………………………………………………...……….……………8

4.2.1. Princípios de qualificação urbanística……………………………………………………..…….……….…….8

4.2.2. Princípios de qualificação económica e social………………………………………………………………9

4.2.3. Princípios de qualificação ambiental…………………………………………………………………..……….9

4.3. Características e obrigações que os promotores urbanísticos devem observar…………………….…..10

4.4. Garantias que os promotores urbanísticos têm que prestar ao município………………….………..……10

5. ENQUADRAMENTO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL……………………………………………..…….…..10

6 – SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA…………………………………………………….……….……………………11

7 – BASE PROGRAMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA……………………………………………..………..11

7.1. Normas que a proposta deve satisfazer…………………………………………………………..………………….……..11

7.2. Considerações a observar na proposta Jurídico-Económica……………………………………………….………12

7.3. Fatores de avaliação das propostas de NDT admitidas……………………………………………………….………14

7.4. Órgão competente para conduzir o concurso público ………………………………………………………..……..16

7.5. Divulgação pública da deliberação……………………………………………………………………….……………….…..16

8 – CONTEÚDO MATERIAL E DOCUMENTAL DAS PROPOSTAS DE NDT…………………………………..…………………..…16

9 – FASES E PRAZOS PARA A CONCRETIZAÇÃO DO NDT ……………………………………………………….…………………..….18

10 – EQUIPA TÉCNICA DO PP E EQUIPA DE ACOMPANHAMENTO INTERNO E EXTERNO…………………………..……18

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município

1. OBJECTIVO DO PROCEDIMENTO

O concelho de Tavira é um dos maiores concelhos que compõem a região do Algarve ocupando uma área de 607 km². O concelho situa-se no Sotavento Algarvio, compreendendo três unidades territoriais: Litoral Sul e Barrocal, Baixo Guadiana e Serra e possui 6 freguesias: União das Freguesias de Tavira, União das Freguesias de Conceição/Cabanas, União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estevão, Freguesia de Santa Luzia, Freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo e Freguesia de Cachopo.

Salvaguardando o previsto na legislação em vigor é intenção do Município desencadear o respetivo procedimento inerente à criação de 1 (um) NDT, na Unidade Territorial Litoral Sul e Barrocal, sem prejuízo da proteção da faixa costeira definida no Sistema do Litoral, tendo que respeitar critérios específicos de qualificação na Faixa Costeira Sul entre os 500 e 2000 metros, a sujeitar subsequentemente à apreciação do Observatório do PROT Algarve, no intuito de desencadear o procedimento concursal para seleção do promotor interessado na sua implementação.

Este núcleo integrará todos os investimentos considerados estruturantes, numa superfície total e contígua superior a 25 hectares, com uma afetação máxima de 800 camas e não apresenta uma localização previamente definida, sendo a sua concretização promovida pelo Município mediante Concurso Público que visará a seleção de uma proposta de NDT.

A apresentação de propostas de NDT é admitida em qualquer localização da unidade territorial pretendida, desde que não inviabilizada por servidões e condicionantes legais e estejam conformes com as disposições do PROT Algarve.

O procedimento concursal de seleção da proposta de NDT com elaboração de Plano de Pormenor (PP) com efeitos registais e consequente execução por gestão indireta para a implementação de um NDT, é de iniciativa da Câmara Municipal.

2. OPORTUNIDADE

Na implementação dos NDT, o Plano Regional de Ordenamento do Território para o Algarve (PROT Algarve) acolheu expressamente os contratos de planeamento e sua execução através de um processo concursal, matéria que foi objeto de enquadramento legal no Decreto – Lei n.º 80/2015 de 14 de maio que define o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), designadamente o artigo 79.º. O artigo supra mencionado refere que a elaboração, a revisão ou a alteração de planos territoriais de âmbito municipal, pode ser precedida da celebração de contratos entre os municípios e as entidades competentes pela elaboração de programas de âmbito nacional e regional, nos quais são definidas as formas e os prazos para adequação dos planos municipais existentes, em relação a planos supervenientes, com os quais devem ser compatíveis e que a câmara municipal pode obrigar -se através de contrato para planeamento, perante um ou mais interessados, a propor à assembleia municipal, a aprovação, a alteração ou a revisão de um plano de urbanização ou de um plano de pormenor. Aquando da adaptação do PDM de Tavira ao PROT Algarve foram incorporadas no seu regulamento as regras gerais relativas ao procedimento concursal e às condições de qualificação, avaliação e seleção das propostas, bem como ao conteúdo do contrato e às formas de resolução de litígios.

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município

Estão assim reunidas as condições para facilitar e promover a iniciativa privada com o fim de estabelecer os termos de colaboração para um melhor e mais eficaz desenvolvimento da atividade urbanística através de uma ação proactiva e concertada entre a Administração e os interessados, assegurando a prossecução de objetivos concretos de interesse público e a execução efetiva da urbanização planeada em prazos previamente contratualizados. Segundo as opções estratégicas do PROT Algarve as decisões de localização de novas ocupações devem ponderar o valor estratégico das transformações do território, determinando o interesse dos valores ecológicos, económicos e sociais em presença e optando pela maior contribuição para a qualidade de vida da população diretamente afetada.

Há necessidade de encontrar novos modelos integráveis e adaptados ao barrocal, mas que não passam pela transposição ou imposição de modelos de «vida rural» a populações que, cada vez menos, com eles se identificam. Contudo, estes modelos não deverão pôr em causa os modelos viáveis e sustentáveis de agricultura ou de outros usos do solo que ocorram na zona do barrocal.

O turismo é uma das mais importantes atividades económicas a nível nacional, regional e local, apresentando-se hoje como uma atividade em franco desenvolvimento, sendo, em termos de receitas, uma das principais atividades económicas, ultrapassando a do ramo automóvel e tecnológico. À semelhança de todo o Algarve, o turismo representa para o concelho de Tavira uma atividade importante, porém, distinta do panorama regional.

No concelho de Tavira, o primeiro empreendimento turístico implementado com uma significativa capacidade de alojamento, foi o aldeamento Pedras d’el Rei, que abriu em 1967. Durante as décadas de 70 e 80 foram surgindo, muito gradualmente, outros empreendimentos (Pedras da Rainha, Eurotel, Golden Clube, Nora Velha) e algumas pensões. A década de 90 foi essencialmente marcada pelo aparecimento das primeiras unidades de Turismo em Espaço Rural e de Turismo de Habitação (Quinta da Fonte do Bispo, Convento de Santo António e Quinta do Caracol).

O grande impulso em termos turísticos teve lugar a partir do final da década de 90 início de 2000, com o surgimento de novos investimentos, em hotelaria, golfe e diversas infraestruturas. Em 2000 abriu ao público a primeira unidade hoteleira de quatro estrelas, o Hotel Vila Galé Albacora, situado no Parque Natural da Ria Formosa e reconstruído numa antiga Armação de Atum, - Arraial Ferreira Neto. A seguir a este, mais três unidades de quatro estrelas, uma Pousada (Convento da Graça), unidades de Turismo em Espaço Rural e Turismo de Habitação vieram qualificar e diversificar a oferta hoteleira no concelho, que em 2019 já dispunha de 6133 camas distribuídas pelos 31 empreendimentos turísticos registados no Turismo de Portugal, I.P. e 6 091 camas em unidades de alojamento local (extraído da página do Turismo de Portugal, I.P. em 05.02.2019).

Em simultâneo com a oferta hoteleira, apareceram três campos +de golfe de 18 buracos, o de Benamor em 2000, foi o primeiro, seguindo-se em 2002 o da Quinta da Ria, com dois campos (Quinta da Ria e Quinta de Cima) situados nos concelhos de Tavira e de Vila Real de Santo António. Estes equipamentos vieram não só qualificar a oferta turística, como também minimizar os efeitos da sazonalidade, pois trata-se de um produto que tem a sua época alta entre outubro - novembro e fevereiro - abril.

O concelho de Tavira dispõe assim de alguns produtos e unidades hoteleiras, localizados maioritariamente na faixa litoral, no entanto, esta oferta está ainda muito aquém das necessidades decorrentes da procura, pelo que importa apostar a diversidade da oferta hoteleira, visando aumentar a sua capacidade, seja para o Verão, seja fora do período de Verão, no sentido de dar resposta à procura resultante, por exemplo da existência, no concelho, de campos de golfe desprovidos de equipamentos hoteleiros, levando que muitas vezes estes turistas tenham que se hospedar em unidades hoteleiras existentes noutros concelhos.

Acresce ainda que Tavira, como destino turístico, é composto por recursos turísticos ímpares, os quais permitem atingir diferentes públicos e permitem ocupar parte da estadia de quem o visita. Para além das praias que se situam numa das mais importantes Reservas Naturais da Europa, existem espaços naturais e

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município

paisagens ao longo da serra e barrocal (Serra de Santa Catarina, Pego do Inferno, Perímetro Florestal da Conceição - Parque de Lazer). Em termos de património arquitetónico, Tavira, possui um legado único, o qual hoje em dia é um importante fator de atração (igrejas, conventos, portas de reixa, castelo, telhados de quatro águas…).

Com base na Estratégia de Turismo 2027 (ET27) aprovada pela RCM n.º 134/2017, de 27 de setembro, podemos afirmar Tavira como um destino turístico que possui os principais ativos estratégicos: ativo transversal - pessoas, ativos diferenciadores (Clima e Luz, História e Cultura, Mar, Natureza e Água), ativos qualificadores (gastronomia e Vinhos, Eventos artístico- culturais e desportivos) e ativos emergentes (Bem-estar e “Living”). Neste sentido, podemos identificar o seguinte:

Ativo transversal:

Pessoas: Receber bem os visitantes e turistas em Tavira está inerente à forma de estar da população, faz parte da cultura local, da identidade da população, a qual se traduz na disponibilidade em ajudar o próximo e mostrar o que existe em Tavira (oferta). Neste sentido, as pessoas são um ativo único e transversal, com particular importância no turismo: “uma atividade de pessoas para pessoas”. “Conforme refere o Secretário-geral da OMT-Taleb Rifai: “The best of Portugal are the Portuguese”, fevereiro de 2017.

Ativos diferenciadores:

Clima e Luz: o concelho apresenta uma posição geográfica no contexto regional que lhe confere particularidades bioclimáticas especiais. Situado junto ao Oceano Atlântico dispõe de um clima temperado de características mediterrânicas, com mais de 3 000 horas de sol por ano e uma fraca precipitação média anual;

História e Cultura: Mais de 2000 anos de História, desde os fenícios até aos tempos atuais, Tavira é detentora de um património cultural e religioso muito rico (21 igrejas dentro da cidade e mais alguns templos nas diversas freguesias). Este ativo tem, também, vindo a ser desenvolvido, através da abertura de vários núcleos museológicos, espaços arqueológicos, iniciativas temáticas, atribuição da distinção de Tavira como Comunidade Representativa da Dieta Mediterrânica, desde 2012. Por outro lado, oferta de uma programação cultural diversificada e de qualidade ao longo de todo o ano e em especial na época alta;

Mar: Tavira está localizada junto ao oceano Atlântico, com uma frente de mar com aproximadamente 18 km de extensão, o que constitui uma fonte de recursos que apoia nos ativos qualificadores (gastronomia e práticas desportivas: regatas de vela, Kitesurf, entre outras modalidades);

Natureza: Tavira está localizada em pleno Parque Natural da Ria Formosa, com um rico património natural de fauna e flora, o que lhe confere características ímpares. Este ativo tem vindo a desenvolver-se com as empresas de animação turística e com a crescente consciencialização para as atividades ao ar livre.

Água: Tavira é atravessada pelo rio Gilão, criando um enquadramento turístico que convida ao passeio. Para além do rio, no litoral, e enquanto elemento diferenciador, existe o Pego do Inferno e algumas ribeiras distribuídas ao longo do concelho.

Ativos qualificadores:

Gastronomia e vinhos: Tavira tem capacidade para aproveitar as condições e os recursos naturais e culturais em matéria de Gastronomia (Tavira enquanto Comunidade Representativa da Dieta Mediterrânica) e Vinhos (Vinhos D.O.C.: Terras da Luz e Al Ria). Ao longo dos anos, estes ativos têm vindo a identificar-se como estratégicos para o concelho, continuando a haver necessidade de criar e promover iniciativas neste âmbito;

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município

Eventos artístico-culturais, desportivos e de negócios:

Uma oferta diversificada e de qualidade ao nível de eventos artísticos- culturais, musicais durante o ano inteiro e que alcançam diferentes públicos, e alguns encontros e iniciativas regulares em diversas modalidades desportivas;

A atividade desportiva relacionada com a prática de golfe no concelho de Tavira tem alguma expressão no contexto do sotavento algarvio, pois possui dois dos campos de golfe mais antigos desta parte do Algarve. É uma prática que ajuda a consolidar a projeção do concelho, enquanto destino de Golfe, não só pela realização de torneios anuais de elevada projeção internacional, como pelo tipo de público que atrai;

Eventos de negócios: este ativo ainda está por desenvolver.

Ativos emergentes:

Bem-estar: Tavira proporciona uma qualidade de vida saudável, a qual se justifica com o facto de ser considerada uma Slow City, onde é relativamente fácil o acesso a serviços de bem-estar e relaxamento. Neste sentido, podemos destacar o aparecimento de alguns centros holísticos, centros com terapias alternativas, ginásios, espaços de Yoga, bem como espaços públicos verdes ao ar-livre dedicados ao lazer e à atividade desportiva. No que se refere a este ativo, verifica-se um forte potencial de crescimento, existindo a possibilidade de abertura de mais centros dedicados ao bem-estar e à saúde.

Living: Tavira é cada vez mais procurada para viver pela qualidade de vida que proporciona, pelo clima, gastronomia, segurança, proximidade territorial e relação qualidade- preço. É notória a crescente procura de investidores e cidadãos de outros países que escolhem Tavira para passar longos períodos de férias e até mesmo viver, contribuindo para um ambiente multicultural e empreendedor, impulsionando a economia local.

Sendo que os investimentos estruturantes têm um papel estimulador dos restantes investimentos, bem como da modernização e crescimento das atividades económicas em geral, o que lhes confere um elevado grau de interesse público, assim, e considerando que o PROT Algarve prevê a criação de novos empreendimentos turísticos sob a forma de NDT e que aponta para a promoção de um modelo territorial equilibrado e competitivo, pretende o Município de Tavira desenvolver 1 (um) NDT para a área sul do concelho.

Este investimento procurará assim dar resposta às necessidades verificadas e ao combate da sazonalidade, traçando um caminho firme de ação que permitirá ao turismo contribuir decisivamente para o bem-estar da população tavirense, através da geração de riqueza, da criação de postos de trabalho, e, ao mesmo tempo, de potenciar uma capacidade que lhe é inerente: promover a coesão territorial.

Face ao exposto é considerada oportuna a iniciação do procedimento concursal de seleção da proposta de 1 (uma) proposta de NDT, configurado com os presentes Termos de Referência. 3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A Unidade Territorial Litoral Sul e Barrocal corresponde a 15 Subunidades Territoriais, que se estendem de Lagos a Vila Real de Santo António e da orla costeira até próximo do limite norte do Barrocal, concentrando a larga maioria da população, das atividades económicas e do alojamento de primeira residência, turístico e de segunda residência da Região.

No concelho de Tavira a Unidade Territorial do Litoral Sul e Barrocal abrange toda a sua parte sul, correspondendo à área onde se concentra a grande maioria da população residente, dos visitantes e turistas,

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das infraestruturas e equipamentos e das atividades económicas. Esta porção de território abrange a totalidade da Freguesia de Santa Luzia, da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estêvão, bem como a parte sul da Freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira e da União das Freguesias de Tavira.

A Subunidade Territorial de Tavira/Santa Catarina da Fonte do Bispo corresponde à área urbana central do concelho de Tavira, onde se encontra uma extensa unidade agrícola de hortifruticultura com pomar, vinha e estufas em parcelas de pequena e média dimensão com edificação dispersa. Possui uma atividade industrial representativa, assente na transformação de margas e argilas em pequenas unidades (produção de ladrilhos e telhas tradicionais). Verificam-se intrusões de áreas de dimensão relevante com policultura e habitação dispersa de baixa densidade. Existem áreas urbanas junto ao Litoral, com dimensão e concentração significativas: Pedras d’El-Rei, Santa Luzia no troço poente, e Pedras da Rainha, e Cabanas no troço nascente. A área urbana recente de Conceição apresenta densidades e índices que ultrapassam os valores dos centros urbanos da subunidade, incluindo Tavira.

Embora heterogéneo, este espaço tem a sua identidade centrada no turismo e apresenta padrões de uso e ocupação do solo que o distinguem dos restantes. A diferenciação entre litoral e barrocal vem-se esbatendo à medida que as infraestruturas, sobretudo as acessibilidades, são melhoradas e que a ocupação urbana do litoral sul vai saturando as áreas costeiras disponíveis para usos urbanos.

O litoral é o elemento mais marcante da Região, conjugando uma elevada sensibilidade ecológica com a implantação da maioria dos aglomerados urbanos de grande dimensão, a que corresponde também a concentração das atividades económicas motoras do desenvolvimento regional. Visando a valorização do património natural, o PROT Algarve determina que o litoral deverá ser objeto de uma gestão integrada, entendida como um processo dinâmico, contínuo e interativo que contemple a coordenação e a harmonização dos valores ambientais, socioeconómicos e territoriais. Qualquer atuação nesta área deverá ter como objetivo fundamental a preservação, defesa e valorização dos valores ambientais e a manutenção de um equilíbrio adequado entre o recurso territorial e a sua procura, em especial para usos turísticos.

4. BASES GERAIS E ESPECÍFICAS PARA A FORMULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A figura de NDT permite a implantação de novos empreendimentos turísticos fora dos perímetros urbanos, em qualquer das Unidades Territoriais da Região definidas pelo PROT Algarve, sem prejuízo da proteção da faixa costeira definida no Sistema do Litoral.

Os NDT são, segundo o PROT Algarve, empreendimentos que se inserem numa atividade tipicamente privada, tendo aquele plano estabelecido a adoção do concurso público destinado à seleção de propostas. Este procedimento, bem como a concertação entre o interesse público e o privado têm de se reger pelo respeito dos princípios da igualdade, participação pública, transparência, publicidade, concorrência e competência.

4.1. Iniciação e tramitação do procedimento

O presente procedimento de criação de NDT será de gestão indireta, a qual ocorre quando a iniciativa pertence aos particulares na elaboração de um plano de pormenor (PP) e respetiva execução.

A gestão indireta implica que o Município decide contratualizar a ação territorial e urbanística com um terceiro e delega a condição de promotor urbanístico, adjudicando-a a uma iniciativa selecionada em conformidade com o procedimento estabelecido nas presentes bases gerais e, supletivamente, as demais normas aplicáveis do Código dos Contratos Públicos (CCP) e do RJIGT, designadamente nos seus artigos 79.º a 81.º.

O promotor urbanístico é o agente que, através da celebração de um contrato, será responsável pela gestão, desenvolvimento e execução das ações urbanísticas assinaladas no artigo 79.º do RJIGT, que compreenderão,

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nomeadamente, a de elaborar os documentos técnicos que se estabeleçam nestas bases gerais e propor, elaborar e executar o correspondente ao PP. O promotor urbanístico está obrigado a financiar o custo dos investimentos, obras, instalações e compensações necessárias para a execução da proposta de NDT que deverá ser garantido na forma e montante suficientes, podendo repercutir esse custo nos proprietários dos lotes resultantes.

A gestão indireta implicará, necessariamente, a prévia seleção de uma proposta de NDT formulada por um particular (promotor urbanístico) assim como a obrigatoriedade de posterior execução das obras de urbanização e edificação correspondentes à operação urbanística num prazo determinado.

A proposta de NDT que for selecionada terá natureza normativa de contrato administrativo especial uma vez que quem custeia a intervenção urbanística são os proprietários e não a Administração, e tem como objeto disciplinar as relações contratuais futuras mediante a fixação antecipada dos respetivos termos que vigorarão ao longo de um determinado período de tempo que, em princípio, não deverá ultrapassar 5 (cinco) anos após a celebração do contrato de urbanização.

4.2. Princípios que as propostas devem observar

Ao nível do planeamento territorial, o NDT configura uma unidade operativa de planeamento e gestão a concretizar por Plano de Pormenor. Representa um nível intermédio na configuração espacial do território (entre o PDM e o PP), definindo os elementos essenciais, a estrutura básica e a distribuição genérica dos usos, que terá de ser desenvolvida e concretizada através da configuração específica dos espaços públicos e das áreas a edificar por Plano de Pormenor.

Conforme é mencionado no PROT Algarve uma das fórmulas de desenvolvimento turístico que melhor se enquadra no modelo de NDT é o conjunto turístico (resort) integrado, designação que caracteriza empreendimentos turísticos de baixa densidade de ocupação do solo, sujeito a uma gestão integrada, podendo conjugar diversas modalidades de alojamento, serviços e equipamentos desportivos, culturais e de lazer, mantendo a unidade funcional e urbanística num espaço qualificado, no qual os edifícios se distribuem no terreno dispondo de áreas verdes envolventes.

O conjunto turístico deve ser encarado numa perspetiva aberta, que permita ao seu utilizador fruir também das múltiplas valências externas que a Região pode oferecer - culturais, patrimoniais e arquitetónicas, paisagísticas, ambientais e gastronómicas, entre outras. O perfil do conjunto turístico integrado pode ser diferenciado, reforçando as suas valências em função das características do território em que se insere.

Os princípios a avaliar para efeitos de aferição do preenchimento dos requisitos mínimos consistirão, essencialmente, em parâmetros qualitativos e quantitativos relativos à qualificação urbanística, económica, social e ambiental das propostas de NDT apresentadas, sendo ainda valorizada a atenção e adaptação dada às especificidades da Unidade Territorial em apreço.

Assim, apresentam-se de seguida os princípios gerais que se consideram fundamentais nas propostas a apresentar pelos concorrentes, os quais são mais detalhados e desenvolvidos, sob a forma de critérios de avaliação, no Programa de Procedimento do Concurso Público a sujeitar à aprovação, pelo Observatório e pela Câmara Municipal.

4.2.1. Princípios de qualificação urbanística

Na área do concelho de Tavira inserida na Unidade Territorial do Barrocal e Litoral Sul:

a) Cada NDT corresponde a uma área de solo contínua e mínima de 25 hectares, sendo 70 hectares no caso de se localizar numa área classificada;

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b) O NDT pode ser constituído por um ou mais empreendimentos turísticos, sempre articulados entre si e com o exterior, através de uma solução coerente de infraestruturas, de estrutura ecológica e de composição urbanística e paisagística;

c) Na faixa costeira entre os 500m e os 2000m admitem-se exclusivamente hotéis de 4 e 5 estrelas,

isoladamente ou integrados em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos, também de 4 e 5 estrelas,

afetos ao turismo e sempre integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas;

d) No restante território fora da faixa costeira admitem-se hotéis de 4 e 5 estrelas, isoladamente ou integrados

em conjuntos turísticos, e aldeamentos turísticos e hotéis-apartamentos, também de 4 e 5 estrelas e sempre

integrados em conjuntos turísticos, e ainda pousadas devendo todas as tipologias turísticas corresponder no

mínimo a 70% da capacidade total do NDT.

e) A área urbanizável, isto é, a área a dotar de infraestruturas urbanísticas e a edificar, não será superior a 30 % da área total do NDT. A restante área do NDT (não urbanizada) deve compreender as áreas de equipamentos como o golfe, se for o caso, e os espaços verdes adequados, desempenhando também as funções de área de enquadramento;

f) A densidade de ocupação bruta máxima correspondente a cada área urbanizável não deve ser superior a 60 camas por hectare, podendo ser de 100 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas; em áreas classificadas a densidade máxima será de 20 camas por hectare, podendo ser de 30 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas;

g) A altura máxima admitida é de 2 pisos, sendo admissível 3 em situações excecionais quando o declive do

terreno o justifique;

h) A composição urbana de cada NDT deve corresponder a nucleações que traduzam menores extensões de infraestruturas para a globalidade do NDT;

i) A compatibilidade entre as características da ocupação pretendida, com o sítio e a sua área de enquadramento, designadamente em termos do seu valor ambiental, patrimonial e paisagístico, deve ficar assegurada;

j) O NDT deve dispor de acessos rodoviários adequados.

4.2.2. Princípios de qualificação económica e social

Sem prejuízo das exigências decorrentes da legislação em vigor deverá a proposta seguir os seguintes critérios:

a) O empreendimento turístico promova a criação de postos de trabalho diretos e investimentos em novas infraestruturas turísticas e de lazer que se considerem relevantes para as novas áreas em que se inserem;

b) O projeto assuma um carácter inequivocamente turístico, traduzido não apenas na solução urbanística, arquitetónica, paisagística e ambiental, mas também no modelo de exploração e de gestão. A contratualização, para efeitos de concretização do NDT, deve assegurar a manutenção destas características ao longo do período da sua vida útil.

4.2.3. Princípios de qualificação ambiental

A qualificação ambiental deve ter em consideração os seguintes princípios:

a) A disponibilidade sustentável e durável de água suficiente, em quantidade e qualidade, através das origens mais apropriadas, de preferência através de soluções regionais devidamente contratualizadas no respeitante ao consumo humano;

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b) O tratamento da totalidade dos efluentes líquidos, preferencialmente através de soluções regionais devidamente contratualizadas e, em qualquer caso, promover tendencialmente a total reutilização das águas residuais tratadas;

c) A adoção de sistema adequado de tratamento e reciclagem de resíduos sólidos, de preferência com recurso a soluções regionais devidamente contratualizadas;

d) O compromisso de obter a certificação de todo o empreendimento pela norma ISO 14001;

e) A adequada integração paisagística da intervenção no espaço envolvente.

Realça-se o facto de, para além destes princípios, ser imprescindível obedecer às exigências explicitamente decorrentes da legislação em vigor.

4.3. Características e obrigações que os promotores urbanísticos devem observar

Poderão ser promotores urbanísticos para a implementação de NDT e promover a ação urbanística todas as pessoas singulares ou coletivas, portuguesas ou estrangeiras, que tenham plena capacidade de atuar, sejam ou não proprietários dos terrenos afetados desde que apresentem legitimidade para o efeito, e reúnam as condições de capacidade económica, financeira, técnica e profissional exigíveis em cada caso, conformes com os critérios de admissão estabelecidos nas peças concursais, e devidamente identificados pelo Município no anúncio do concurso.

O promotor obriga-se a elaborar o PP, apresentar as propostas de contratos de planeamento e de urbanização e o modelo de execução da operação urbanística e de gestão da área intervencionada. Ou seja, os contratos incluirão a elaboração do plano, dos projetos de urbanização e sua execução no prazo fixado, e uma percentagem de edificação a concretizar no mesmo prazo para que em todos os projetos as camas turísticas estejam em funcionamento antes das restantes.

Competirão ao promotor os custos da urbanização, compensar ou ceder ao Município as áreas para instalação ou reforço dos sistemas gerais e das infraestruturas exteriores aos prédios que compõem a(s) unidade(s) de execução assim como as áreas previstas na lei, para equipamentos e infraestruturas locais. No caso de a(s) unidade(s) de execução contemplar(em) prédios de terceiros, o promotor obriga-se a fazer constar os compromissos assumidos nos seus atos ou contratos, que se subrogarão no lugar daquele.

4.4. Garantias que os promotores urbanísticos têm que prestar ao município

Quem deseje participar no procedimento concursal com a elaboração de plano de pormenor com efeitos registais, para execução de um NDT terá de constituir, na forma e condições previstas na lei, uma caução equivalente a 0,25% da estimativa do investimento na operação urbanística, excluindo o valor do terreno, o equipamento móvel e o IVA, nas condições constantes do programa de procedimento.

Será ainda prestada pelo promotor urbanístico uma segunda caução, a constituir na forma e para os efeitos previstos na lei, estabelecida em 1% do valor do investimento na operação urbanística, excluindo o valor dos terrenos, equipamento móvel e IVA, constante do PP com efeitos registrais aprovado pela Assembleia Municipal, a prestar nos termos definidos no programa de procedimento.

5. ENQUADRAMENTO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

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A elaboração da proposta de NDT deve ter em atenção o exposto no RJIGT para a elaboração de um PP, nomeadamente a necessidade de identificar e ponderar, nos diversos âmbitos, os planos, programas e projetos com incidência na área em causa, considerando os que já existam por forma a assegurar as necessárias compatibilizações, importando assim atender aos Instrumentos de Gestão Territorial em vigor na área de intervenção.

Assim, interessa identificar os instrumentos de gestão territorial com incidência direta no território concelhio que condicionam, forçosamente, o desenvolvimento do processo de elaboração da proposta:

ENDS – Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável; PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território; ET27 - Estratégia de Turismo 2027; PROT Algarve – Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve; PSRN2000 - Plano Sectorial da REDE NATURA 2000; PMDFCI - Plano Municipal da Defesa da Floresta Contra Incêndios; POPNRF – Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa; POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura - Vila Real de St.º António; PGBHRA - Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Algarve; PGBHG - Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas do Guadiana; PGRIRHA - Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Hidrográfica do Algarve; PROF Algarve - Plano Regional de Ordenamento Florestal do Algarve; PDM de Tavira - Plano Diretor Municipal de Tavira; Planos de Pormenor e Planos de Urbanização (no caso da área de intervenção do NDT coincidir com a área de algum PP ou PU existente).

6 – SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

Para além dos Instrumentos de Gestão Territorial mencionados no ponto anterior, na elaboração da proposta importará ainda ter em consideração todos os Regulamentos Municipais em vigor, bem como as Servidões e Restrições de Utilidade Pública relacionadas nomeadamente com:

Recursos Naturais o Recursos hídricos; o Recursos geológicos; o Recursos agrícolas e florestais; o Recursos Ecológicos;

Património Edificado

Equipamentos

Infraestruturas

Atividades Perigosas

Em termos de legislação, deverá ser observada toda aquela que se encontre em vigor e que seja aplicável ao trabalho em apreço.

7 – BASE PROGRAMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

7.1. Normas que a proposta deve satisfazer

A proposta de NDT terá de conter as normas prescritivas para cumprir com os seguintes objetivos mínimos:

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a) Gerir a transformação predial que resulte do plano de pormenor incluindo: libertar as hipotecas antes de efetuar o registo de propriedade; inscrever no registo da propriedade os novos prédios resultantes, especialmente os destinados ao domínio público; fazer constar no registo da propriedade as servidões existentes (vias rodoviárias, ferroviárias, REN, RAN e outras); cancelar o registo cadastral dos anteriores prédios incorporados no plano e inscrever os novos; quaisquer outras ações necessárias para a transformação jurídica dos prédios afetados;

b) Apresentar para aprovação o projeto de PP;

c) Apresentar para licenciamento os projetos das operações urbanísticas;

d) Urbanizar completamente a unidade(s) de execução que constitua(m) o objeto da proposta e realizar as obras públicas adicionais que se especifiquem para cumprir o disposto nas alíneas seguintes, com sujeição às previsões temporais e económicas do programa, que não deverão ultrapassar o prazo de 5 anos após a data de celebração do contrato de urbanização;

e) Conectar e integrar adequadamente a urbanização com as redes de infraestruturas gerais, de energia elétrica de baixa tensão, telecomunicações e outros serviços públicos existentes ou a criar no curto prazo, previstos no Plano Plurianual de Atividades do Município;

f) Obter os pareceres e autorizações da administração sectorial cujas competências resultem afetadas pela ação (estradas, ferrovias, REN, RAN, Rede Natura 2000, domínio público hídrico e outras);

g) Apresentar as autorizações para realizar as ligações com os serviços de abastecimento de luz, água, gás, telecomunicações e outros;

h) Executar as demais infraestruturas, espaços públicos e equipamentos necessários para não reduzir nem desequilibrar os níveis de qualidade, quantidade ou capacidade dos serviços existentes e exigíveis regulamentarmente, incluindo a construção das obras complementares exteriores que forem necessárias, nomeadamente a necessidade de executar programas de recuperação da paisagem rústica ou urbana;

i) Proceder à compensação do Município pela adequação das infraestruturas gerais, conforme estipulado no RJIGT;

j) Obter a área de cedência para o domínio privado do município correspondente ao excedente do aproveitamento urbanístico legalmente autorizado, conforme determina o RJIGT, sem prejuízo da obrigação legal de suportar os encargos de urbanização;

k) Estabelecer a repartição equitativa dos encargos e benefícios da ação entre os proprietários, conforme determina o RJIGT;

l) Estabelecer prazos para edificar os lotes resultantes da ação urbanística, incluindo um cronograma no qual se indique expressamente os prazos de edificação e as penalidades associadas ao seu não cumprimento.

7.2. Considerações a observar na proposta Jurídico-Económica

A proposta jurídico-económica é o documento que determina, provisoriamente, as condições jurídicas,

económicas e financeiras da execução do NDT e que, posteriormente, se transformará em contrato de

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município

urbanização entre os proprietários e outros interessados, estipulando os direitos e as obrigações dos

participantes na(s) unidade(s) de execução.

Assim, realça-se o seguinte:

1. Não serão aceites aquelas propostas que tenham omissões, erros ou abstrações que não permitam

conhecer claramente tudo aquilo que a Câmara Municipal considere fundamental.

2. A proposta deverá incluir, obrigatoriamente, a documentação relativa aos seguintes aspetos:

a) Regulamento das relações do promotor urbanístico com os proprietários, especificando a modalidade de

retribuição ao promotor e informação suficiente que permita aos proprietários conhecerem as consequências

económicas que decorram para eles da proposta e a escolha de cada modalidade de retribuição;

b) Identificação gráfica, material e registal dos terrenos objeto da operação urbanística colocados à disposição

do promotor urbanístico, de propriedade deste ou de terceiros que lhe tenham conferido poderes bastantes

para afetação dos terrenos, com garantia real devidamente registada, para o cumprimento das obrigações

próprias do dito promotor urbanístico ou contrato, com assinaturas reconhecidas notarialmente, para

assegurar a execução dos objetivos essenciais e complementares da operação urbanística. A afetação será

transferida para as parcelas ou lotes em consequência do processo de execução urbanística do PP.

c) Explicitação da perequação dos benefícios e encargos resultantes da execução do instrumento de

planeamento entre todos os proprietários e titulares de direitos inerentes à propriedade abrangidos pela(s)

unidade(s) de execução na proporção do valor previamente atribuído aos seus direitos, considerando que esta

valorização prévia refere-se à situação anterior à data da entrada em vigor do plano, devendo ser elaborado

um quadro-resumo dos dados económicos relevantes, entre os quais poderão ser apresentados os seguintes

dados:

• Custo da totalidade da operação urbanística, incluindo as medições e orçamento descriminado da execução

das obras de urbanização e da edificação, com o conteúdo previsto na lei;

• Custo dos projetos, incluindo o custo de elaboração e direção dos projetos técnicos, especificando cada

projeto (projeto de plano e projetos de urbanização e edificação);

• Custo das obras de urbanização, interiores e exteriores à(s) unidade(s) de execução(s);

• Despesas de gestão, incluindo as despesas de administração do promotor urbanístico, calculados em

percentagem ou permilagem da soma das partes correspondentes à totalidade da operação urbanística;

• Lucro do promotor urbanístico, calculado em percentagem ou permilagem da soma das partes

correspondentes à totalidade da operação urbanística;

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município

• Encargos da operação urbanística: encargos da operação urbanística que o promotor urbanístico se

compromete a repercutir, como máximo, aos proprietários afetados;

• Coeficiente de permuta: parte do aproveitamento urbanístico lucrativo, expressa em percentagem ou

permilagem, que corresponde ao promotor urbanístico como resultado da retribuição em solo pelos custos

da operação urbanística, aplicável aqueles proprietários que optem por esta modalidade de retribuição;

• Preço do solo para efeitos de permuta que, em coerência com o coeficiente de permuta, servirá de referência

para o cálculo do montante da retribuição ao promotor urbanístico por aqueles proprietários que optem por

esta opção, indicando o método de cálculo;

• Coeficiente de aproveitamento urbanístico tipo: parte do aproveitamento urbanístico expressa em

percentagem ou permilagem que corresponde ao promotor urbanístico, como retribuição pelos encargos da

operação urbanística, aplicável aos proprietários que optem por esta modalidade de retribuição;

• Identificação dos lotes ou parcelas com capacidade aedificandi, livre de ónus ou encargos, de valor

equivalente aos custos de urbanização incluindo as infraestruturas gerais e locais, que constituem a

retribuição ao promotor urbanístico e que foram objeto de acordo entre os proprietários interessados e o

promotor urbanístico para pagamento dos encargos de urbanização a suportar por este último;

• Financiamento: condições de financiamento oferecidas pelo promotor urbanístico para o pagamento das

quotas de urbanização aqueles proprietários que, acolhidos a elas, são apoiados por uma entidade financeira

devidamente registada;

• Informação sobre a possibilidade de optar pela modalidade de retribuição em dinheiro e o modo, condições

e prazo para o exercício dessa opção de retribuição.

7.3. Fatores de avaliação das propostas de NDT admitidas

No programa de procedimento e no anúncio de concurso serão assinalados, por ordem decrescente de

importância e com a ponderação que lhes atribua, os fatores que devem servir de base para a avaliação e

adjudicação da proposta.

Os fatores de avaliação valorizarão, com carácter independente, os documentos correspondentes à proposta

técnica e à proposta jurídico-económica.

Os fatores de avaliação relativos à proposta técnica do plano para a implementação de um NDT valorizarão,

entre outros, os seguintes:

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município

Fatores de avaliação urbanísticos:

i) Compatibilidade com os objetivos do PROT Algarve;

ii) Qualidade da solução urbanística e arquitetónica proposta;

iii) Qualidade dos espaços públicos previstos;

iv) Integração de usos, nomeadamente, turísticos, de habitação, de lazer e de serviços culturais,

potenciados pelo projeto;

v) Integração e valorização paisagística;

vi) Classificação proposta para os empreendimentos turísticos.

Fatores de avaliação económica e social:

i) Compatibilidade com os objetivos do PROT Algarve;

ii) Número total e qualificação dos postos de trabalho diretos criados;

iii) Volume e sustentabilidade do investimento associado;

iv) Contribuição para a diversificação da oferta turística regional, explorando segmentos

de maior valor acrescentado;

v) Atividades de promoção intensiva do conhecimento.

Fatores de avaliação ambiental:

i) Compatibilidade com os objetivos do PROT Algarve;

ii) Qualificação da inserção paisagística da proposta;

iii) Qualificação ambiental da área envolvente associada ao projeto;

iv) Adequação da solução adotada em matéria de abastecimento de água e de tratamento e

reutilização e efluentes;

v) Adequação da solução adotada em matéria de gestão de resíduos;

vi) Adequação das soluções de minimização e compensação dos impactes ambientais

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município

associados à execução do projeto;

vii) Adequação da solução de certificação ambiental proposta e dos sistemas de

monitorização;

viii) Seleção de espécies vegetais adaptadas às condições edafo-climáticas do sítio;

ix) Reabilitação ambiental e paisagística de áreas que o requeiram, no sítio e na sua

envolvente e manutenção permanente dos seus valores ambientais e paisagísticos.

A avaliação consistirá na aplicação destes fatores, assim como dos subfactores elencados em anexo do

programa de procedimento.

7.4. Órgão competente para conduzir o concurso público

O concurso é conduzido por um júri designado pela Câmara Municipal, do qual a CCDR Algarve e o Turismo de

Portugal, I. P. são membros.

Compete ao júri o seguinte:

a) Realizar todas as operações do concurso, nomeadamente, a apreciação das candidaturas, a

apreciação das propostas e elaboração dos relatórios de análise das candidaturas e das propostas;

b) Desempenhar as funções de autoridade instrutora a que alude a Lei n.º 83/95, de 31 de agosto;

7.5. Divulgação pública da deliberação

A deliberação de elaboração do plano e o contrato de planeamento serão publicados no Diário da República

e divulgados através da comunicação social e na respetiva página da Internet, informando os respetivos prazos

de elaboração e do período de participação que não será inferior a 15 dias.

8 – CONTEÚDO MATERIAL E DOCUMENTAL DAS PROPOSTAS DE NDT

Os documentos técnicos a apresentar pelo candidato a promotor urbanístico para concretização de um NDT

serão os que a legislação respetiva determinar, nomeadamente RJIGT, RJUE e legislação complementar, em

formato DIN A4 Word e ficheiro MXD e respetivos shapefile, especificando, nomeadamente, o seguinte:

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município

a) Memória descritiva e justificativa onde se descrevem os objetivos da proposta, âmbito, critérios de

ordenamento espacial do conjunto e integração funcional com o sistema urbano, mecanismos, etapas e prazos

de execução da ação, etc. Esta memória conterá uma informação urbanística básica sobre as características

iniciais dos terrenos e características da envolvente e das pré-existências;

b) Proposta de “Definição de âmbito e dos objetivos da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE)”

identificando, descrevendo e avaliando, de forma apropriada e em função de cada caso particular, a coerência

com as normas orientadoras e prescritivas dos Instrumentos de Gestão Territorial em vigor, nomeadamente

os conteúdos estabelecidos no PROT Algarve, relativos ao sistema de cidades e de aglomerados, sistema de

comunicações e transportes, equipamentos, infraestruturas ou serviços supramunicipais e recursos naturais

básicos, os cenários alternativos e, em cada um deles, os efeitos diretos e indiretos que a ação possa ter sobre

a saúde e qualidade de vida das pessoas incluindo a taxa de esforço de acesso à habitação, a água, a atmosfera,

o solo, a fauna, a flora, a energia, a paisagem, o património cultural, aferidos pelos indicadores do sistema de

monitorização do PROT Algarve, bem como o contributo da avaliação destes elementos para o cumprimento

das suas metas e objetivos;

c) Caracterização da realidade biofísica dos terrenos objeto da pretensão (características naturais,

usos do solo, infraestruturas existentes, etc.);

d) Estudo Prévio do plano com a definição dos sistemas gerais, usos globais, traçados das redes de

serviços fundamentais, e definição espacial das etapas de ação. Neste Estudo Prévio (com escalas compatíveis

com os conteúdos materiais exigíveis) é importante que estejam perfeitamente referenciados e definidos os

elementos vinculativos e as indicações ou critérios de ordenamento de carácter indicativo que servirão de guia

para posterior desenvolvimento do PP e projetos de execução da respetiva operação urbanística;

e) Normas urbanísticas para o desenvolvimento do plano e execução da urbanização e que conterão

todos os critérios de ordenamento, composição espacial, características dos edifícios, dos equipamentos, dos

sistemas viários e outras infraestruturas e, em geral, todas as orientações e normas regulamentares;

f) Definição dos usos globais e respetivos parâmetros (dentro das limitações impostas pelo PDM),

definição do índice médio de utilização e restantes valores para a distribuição equitativa de encargos e

benefícios incluindo o cálculo do aproveitamento lucrativo tipo do setor.

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9 – FASES E PRAZOS PARA A CONCRETIZAÇÃO DO NDT

Atendendo aos trâmites do processo de elaboração, acompanhamento e aprovação do PP e dos projetos de

execução, bem como da respetiva operação urbanística procurou-se calendarizar o faseamento dos trabalhos,

de modo a otimizar os meios e concretizar os objetivos enunciados no PROT Algarve.

O prazo global para a concretização da intervenção urbanística deve ser entendido como 3 anos para as fases

de “Concurso” e “Planeamento”, e os restantes 5 anos, para os aspetos operativos, ou seja, do

“Desenvolvimento Urbano” (Contrato de urbanização e a gestão física e jurídica do empreendimento), de

forma a garantir a execução das obras de urbanização em simultâneo com os 60% dos projetos turísticos.

Assim, prevê-se um prazo global de 8 anos (3 + 5) para a concretização do NDT, de acordo com o seguinte

faseamento, sendo que a concretização do presente cronograma dependerá da forma como decorrer o

acompanhamento técnico pelas entidades a consultar e a tramitação processual inerente:

Afetação das etapas por trimestre 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano 5.º Ano 6.º Ano 7.º Ano 8.º Ano

1.ª

FA

SE:

CO

NC

UR

SO

Elaboração dos Termos de Referência

Consulta ao Observatório

Aprovação dos Termos de Referência pela CM

Deliberação pela AM da abertura de concurso público

Abertura e tramitação do Concurso Público para concretização de NDT

2.ª

FA

SE:

PLA

NEA

MEN

TO

Celebração de Contrato de Planeamento

Elaboração do PP

Conferência Procedimental

Discussão Pública e proposta de contrato de desenvolvimento urbano

Aprovação do PP pela AM

Publicação e Depósito do PP

3 ª

FA

SE: E

XEC

ÃO

DES

ENV

OLV

IMEN

TO

UR

BA

NO

Contrato de urbanização

Execução das Obras de Urbanização

Entrega do controlo prévio das operações urbanísticas

Aprovação da operação urbanística

Execução das operações urbanísticas (no mínimo 60% das camas turísticas)

10 – EQUIPA TÉCNICA DO PP E EQUIPA DE ACOMPANHAMENTO INTERNO E EXTERNO

A equipa técnica responsável pela elaboração do plano deverá ser multidisciplinar, coordenada por um dos

seus elementos e deverá assegurar especialistas nas áreas de Arquitetura, Arquitetura Paisagista,

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Ordenamento do Território, Urbanismo, Engenharia e Direito, devendo ainda incluir responsáveis pelo

controlo de qualidade, nos termos do Decreto-Lei n.º 292/95, de 14 de novembro e Lei n.º 31/2009, de 3 de

julho, alterado pela Lei 40/2015, de 1 de junho e Lei 25/2018 de 14 de junho.

O acompanhamento interno será assegurado pela Divisão de Planeamento, Turismo, Inovação e

Empreendedorismo (DPTIE), à qual caberá a coordenação do processo com o promotor urbanístico e as

entidades intervenientes. O acompanhamento externo será garantido pela CCDR do Algarve, e efetuadas

consultas sectoriais às entidades representativas dos interesses a ponderar.

ANEXO:

Planta do Concelho de Tavira com delimitação das freguesias e das Unidades Territoriais definidas pelo PROT Algarve

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ANEXO