Capítulo - Mandado de Segurança 51 - 84

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d)10 2MANDADO DE SEGURANAd) Suspenso da liminar ou da sentena A suspenso da liminar ou dos efeitos da sentena concessiva providncia admitida pela Lei n. 12.016/2009 (art. 15) "para evitar grave leso ordem, sade, segurana e economia pblicas". Essa suspenso cabe ao Presidente do Tribunal competente para conhecer do recurso respectivo e s poder ser requerida pela entidade ou rgo interessado e pelo Ministrio Pblico, o qual no era expressamente autorizado pela antiga Lei n. 1.533/51. O dispositivo deve ser interpretado de forma extensiva, no sentido de que no s a entidade pblica, como tambm o rgo interessado tm legitimidade para pleitear a suspenso da liminar, e ainda as pessoas e rgos de Direito Privado passveis da segurana e que suportarem os seus efeitos. A lei h que ser interpretada racionalmente, para a consecuo dos fins a que se destina.201-202133), o rigor da penalidade se justifica como um meio para garantir a celeridade e a eficincia do processo, cujos princpios nortearam os esforos do legislador. Nesse exato sentido, Humberto Theodoro Junior assevera tratar-se de "provimento judicial de represso litigncia de m-f ou conduta temerria adotada por quem se beneficiou de medida emergencial e no cuidou de assegurar ao processo a marcha regular e clere imposta pela lei" (O Mandado de Segurana Segundo a Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, Forense, 2009, pp. 27-28). 201. A questo tornou-se especialmente delicada aps a expanso das concesses de servios pblicos a empresas privadas e as privatizaes ocorridas nos ltimos anos. As concessionrias privadas, por exercerem servios pblicos, representam muito mais do que seus prprios interesses individuais, sendo delegatrias de funes de claro interesse pblico. Assim, na defesa dos interesses da comunidade, devem tais empresas privadas ter a possibilidade de requerer aos Presidentes dos Tribunais a suspenso de liminares ou seguranas que afetem a prestao dos servios concedidos. Esta a interpretao racional e construtiva que merece a lei. 202. Um acrdo do STJ entendeu que as empresas pblicas se equiparam s "entidades de direito pblico" para efeitos de legitimidade para requerer suspenso de segurana, assim como as sociedades de economia mista que desempenham atividade econmica de interesse pblico, apesar da personalidade de direito privado que ostentam - na hiptese, reconheceu-se a legitimidade do pedido de suspenso de segurana por parte de concessionrias de servios de telefonia (REsp n. 50.284-SP, ReI. Min. Peanha Martins, DJU 12.6.2000, p. 87, RSTJ 136/152). No exerccio da Presidncia do STJ, na SS n. 1.031-PE, DJU 23.4.2002, o Min. Nilson Naves teve o ensejo de afirmar que, "para promover pedido de suspenso de segurana, parte legtima 'a pessoa jurdica de direito pblico interessada' (art. 4 da Lei n. 4.348/64) ou, conforme a jurisprudncia desta Corte, as empresas pblicas e sociedades de economia mista, quando patente o interesse pblico (v.g., AgRgPet n. 1.489-BA, AgRgSSeg n. 632-DF, REsp n. 50.284-5-SP)". Deciso semelhante s do STJ j fora tomada pelo Tribunal Pleno do STF, reconhecendo-se a legitimidade de empresa pblica prestadora de servio pblico104e)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA10 3Realmente, assim h que ser entendido o conceito de ordem pblica para que o Presidente do Tribunal competente possa resguardar os altos interesses administrativos, cassando liminar ou suspendendo os efeitos da sentena concessiva de segurana quando tal providncia se lhe afigurar conveniente e oportuna. Presentes os pressupostos de plausibilidade do direito invocado e urgncia na concesso da medida, o Presidente do Tribunal poder, inclusive, conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, a teor do art. 15, 205 4, da Lei n. 12.016/2009. A lei estatui, outrossim, que as liminares cujo objeto seja idntico podero ser suspensas em uma nica deciso, podendo o Presidente do Tribunal estender os efeitos da suspenso a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original (art. 15, 5).206 de ressaltar que a interposio de agravo de instrumento contra deciso concessiva de liminar no tem o condo de prejudicar nem de condicionar de alguma forma o pedido de suspenso, nas aes movidas contra o Poder Pblico e seus agentes (art. 15, 3).207 Mantm-se, inclusive, a possibilidade de se requerer ao relator do agravo de instrumento a atribuio de efeito suspensivo ao recurso, conforme o art. 527, inc. Ill, do Cdigo de Processo Civil. A lei impe ao Presidente do Tribunal o dever de motivar o despacho suspensivo de modo a evidenciar as razes que justificam e legitimam o ato, mas fica ao seu alto critrio a valorao da convenincia e oportunidade da suspenso.'" Se for suspensa a liminar, ouA propsito, decidiu o ento Presidente do STF, Min. Antnio Neder, que "o direito de pedir a suspenso da segurana deve ser concedido no s ao Procurador-Geral da Repblica e pessoa jurdica de Direito Pblico interessada, seno tambm s pessoas e s entidades privadas que tenham de suportar os efeitos da medida. A todos que1es que figurarem na ao de segurana, e que forem alcanados pela sentena concessiva do writ, deve conferir-se o direito de pedir a suspenso da medida".203 Sendo a suspenso da liminar ou dos efeitos da sentena uma providncia drstica e excepcional, s se justifica quando a deciso 'possa afetar de tal modo a ordem pblica, a economia, a sade ou qualquer outro interesse da coletividade que aconselhe sua sustao at julgamento final do mandado. Interpretando construtivamente e com largueza a "ordem pbli a'.',O ento Presidente do TFR (e posteriormente Ministro do STF) Jos Nri da Silveira explicitou que nesse conceito se compreende a iiMem administrativa em geral, ou seja, a normal execuo do serviopblico, o regular andamento das obras pblicas, o devido exercicio das funes da Administrao pelas autoridades constitudas.'"na SS n. 1.612, ReI. Min. Preso Barros Monteiro, DJU 9.10.2006); a manuteno do poder de polcia da Administrao (STJ, Corte Especial, AgRg na SLS n. 268, ReI. Min. Preso Barros Monteiro, DJU 11.12.2006; STJ, Corte Especial, AgRg na SS n. 1.498, ReI. Min. Preso Edson Vidigal, DJU29.8.2005); a interferncia nos critrios de convenincia e oportunidade da Administrao (STJ, Corte Especial, AgRg na SS n. 1.521, ReI. Min. Preso Edson Vidigal, DJU 10.4.2006); a preservao das competncias pblicas das Agncias Reguladoras (STJ, Corte Especial, AgRg na SLS n. 162, ReI. Min. Preso Edson Vidigal, DJU 1.8.2006; STJ, Corte Especial, AgRg na SLS n. 163, ReI. Min. Preso Edson Vidigal, DJU 27.3.2006; STJ, Corte Especial, AgRg na SL n. 57, ReI. Min. Preso Edson Vidigal, DJU 6.9.2004). 205. A norma j constava da Lei n. 8.437/92, art. 4, 7, com a redao dada pela MP n. 2.180-35/2001. 206. A norma j constava da citada Lei n. 8.437/92, art. 4, 8, com a redao dada pela MP n. 2. I 80-35/200 I. 207. A Lei n. 12.016/2009 incorporou, nesse ponto, o art. 4, 6, da Lei n. 8.437/92, com a redao dada pela MP n. 2.180-35/2001. 208. Segundo o STJ, a apreciao do Presidente do Tribunal se limita aos requisitos da lei - possibilidade de leso grave ordem, sade, segurana ou para pedir a suspenso de liminar que a afetava (AgRgSSeg n. 202-DF, ReI. Min. g.! ifael Mayer, DJU 5.2.88, p. 1.380). Em alguns casos mais recentes, ao longo do ano de 2005, e sempre com base em irteipretao ampliativa da legitimidade prevista na Lei n. 8.437/92, foram admitidas suspenses de liminares requeridas at mesmo por empresas estritamente privadas, desde que concessionrias de servios pblicos, e por fundos de penso ligados a estatais. o exemplos a SL n. 196-RJ, pedida pela Light, a SL n. 221-RJ, pedida pela Varig, e as SL ns. I 28-RJ e 222-DF, requeridas por vrios fundos de penso (PREVI, PETROS, f{JNCEF e outros), todas relatadas e deferidas pelo Min. Edson Vidigal (decises disponveis na ntegra no stio do STJ na Internet, http://www.slj.gov.br). Na mesma linha, admitindo a legitimidade processual ativa de pessoas jurdicas de direito privado para opedido de suspenso, desde que no exerccio de funo delegada do Poder Pblico, como as concessionrias de servio pblico: STF, SL n. III-DF, ReI. Min. Ellen Gracie, DJU2.8.2006; SL n. 251-SP, ReI. Min. Gilmar Mendes, DJe 4.8.2008; SL 274-PR, ReI. Min. Gilmar Mendes, DJe 3.2.2009; STJ, SLn. 313-CE, ReI. Min. Barros MonDJU 2 1.9.2006. 203. STF, SS n. 114-SP, RTJ92/939. No STJ, admitindo o pedido de suspenso formulado por empresa pblica - com personalidade jurdca de direito privado - quando no exerccio de delegao do Poder Pblico: AgRgSS n. 632-DF, ReI. Min. Antnio de Pdua Ribeiro, DJU22.6.98, p. I. 204. TFR, SS n. 4.405-SP, DJU 7.12.79, p. 9.221. Compreende-se no conceito de ordem pblica a preservao da adequada prestao jurisdicional (STJ, Corte Especial, AgRg na SS n. 1.784, ReI. Min. Preso Barros Monteiro, DJU 10.12.2007); a preservao do poder de autotutela da Administrao (STJ, Corte Especial, AgRg10 6f)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA105A Lei n. 12.016/2009, assim como o fazia a legislao anterior do mandado de segurana, autoriza de forma expressa to somente o reexame da liminar concedida. No obstante, a sua denegao pode ser to prejudicial parte quanto sua concesso. Equitativo que o Presidente do Tribunal competente tanto possa suspender como conceder ou restabelecer a liminar at o julgamento final do mandado.!'e assimj decidira o TJSP em acrdo pioneiro.'? O Regimento Interno do STF defere competncia ao seu Presidente, a requerimento do Procurador-Geral ou da pessoa jurdica de Direito Pblico interessada, para evitar grave leso ordem, sade, segurana e economia pblica, para suspender, em despacho fundamentado, a execuo de liminar ou da deciso concessiva de mandado de segurana proferida em nica ou ltima instncia pelos Tribunais locais ou federais (cf. arts. 297 e 317).os efeitos da sentena, cabe agravo regimental, sem efeito suspensivo, como j vimos precedentemente. Caber novo pedido de suspenso ao Presidente do Tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinrio, na hiptese de indeferimento do pedido suspensivo ou de provimento de agravo interposto contra deciso que tenha deferido a suspenso (art. 15, 1, da Lei n. 12.016/2009).209 Caber o pedido para o mesmo rgo julgador na hiptese de desprovimento do agravo de instrumento interposto contra deciso concessiva de liminar (art. 15, 2).2lOeconomia pblicas - no cabendo qualquer discusso a respeito do mrito do mandad de segurana (STJ, AgRgSSeg n. 524-PE, ReI. Min. Bueno de Souza, RSTJ93/17, AgRgSSeg n. 718-AM, ReI. Min. Antnio de Pdua Ribeiro, RSTJ 119/1 17; SSL n. 755-GO, ReI. Min. Barros Monteiro, DJU 11.10.2007; SSL n. 784-RJ, ReI. Min. Barros Monteiro, DJU 5.12.2007; Corte Especial, AgRg ED na SS n. 1.936, ReI. Min. Preso Csar Asfor Rocha, DJU 7.5.2009). De acordo com a jurisprudncia predomin~nte do STJ o pedido de suspenso no se presta ao exame de errar in procedendo ou de errar in judicando, o que deve ser perseguido atravs dos recursos previstos na legislao processual (AgRgPet n. 1.236-RJ, DJU 13.5.2002, p. 136; AgRgPet n. 1.323cES, DJU 26.5.2003, p. 242). O STF, por outro lado, vem entendendo que cabe ao Presidente do Tribunal apreciar tambm a plausibilidade das alegaes de mrito do ente pblico requerente da suspenso, requisito equivalente ao do fumus bani juris de uma medida cautelar (AgRgSSeg n. 1.149-9-PE, ReI. Min. Seplveda Pertence, RT7421162 - apreciando tambm a constitucionalidade do procedimento de suspenso de segurana). O Plenrio do STF, no entanto, ressaltou, em outro julgado, a possibilidade de concorrncia e independncia das vias, afirmando que "o pedido de suspenso de segurana no impede a formulao, pelo mesmo requerente, de pedido ~Iltpomo para a concesso de excepcional efeito suspensivo a recurso extraordinrio aIJiculado contra aquela mesma deciso, desde que observados os requisitos processuais prprios a cada uma das espcies" (QO Pet n. 2.676-6-MS, ReI. Min. Gilmar Mendes, DJU 8.9.2006). 209. Mesmo antes da edio da Lei n. 12.016/2009, as Smulas ns. 506, STF agravo a que se refere o art. 4 da Lei 4.348, de 26.6.64, cabe, somente, do despacho do Presidente do Supremo Tribunal Federal que defere a suspenso da liminar, em mandado de segurana: no do que a denega") e a 217, STJ ("No cabe agravo de deciso que indefere o pedido de suspenso da execuo da liminar, ou da sentena em mandado de segurana") j no mais vigoravam. O Plenrio do STF, em 2002, admitiu o agravo contra despacho do Presidente que indeferira a suspenso de segurana (SS n. 1.945-AL, V. Notcias do STF 19.12.2002, "STF confirma: usineiros de Alagoas tm que pagar ICMS sobre exportaes de acar", Internet: stf.gov. br, e j)JU 2.8.2002), superando o entendimento sumulado (v. ntegra do voto do Relator, Min. Gilmar Mendes, Informativo STF 6.3.2003, pp. 3-4). J a Smula n. 217 do STJ foi cancelada pela Corte Especial do STJ em 23.10.2003.eSuspenso de liminar - Liminar em mandado de segurana concedida por juiz de primeiro grau passvel de suspenso pelo Presidente do Tribunal competente.!' nos termos do art. 15 da Lei n. 12.016/2009. Quando a liminar concedida pelo Presidente ou VicePresidente do Tribunal, j decidiu o STF, em sesso plenria de 8.5.86, que o pedido cabvel era para o prprio Supremo, no o agravo regimental interposto perante o Tribunal estadual, porquanto competente para apreciar esse pedido seria, no caso, o Presidente do STF.214~ lI. A propsito, o ento Presidente do TJSP, Des. Young da Costa Manso, proferiu despacho restabelecendo liminar em mandado de segurana impetrado por < Prefeito contra o Presidente da Cmara Municipal que lhe havia cassado o mandato, e, com a sentena denegatria da segurana, o Juiz revogou a liminar. Tendo havido pedido de restabelecimento daquela liminar, o Presidente do Tribunal o acolheu para sustar o afastamento do Prefeito at o julgamento da apelao, e justificou a deciso por se tratar de impetrao de uma autoridade contra outra. Houve agravo regimental e o Plenrio do TJSP, por maioria de votos, confirmou o despacho agravado (AgRgMS n. 995-0, acrdo de 3.6.81). Essejulgado se nos afigura justo ejurdico, abrindo novas perspectivas para uma interpretao racional e construtiva dos casos de reexame de liminares em mandado de segurana. 212.AgRgnoMSn. 17.526-I,j. 18.10.81. 213. H acrdo do STJ no sentido de que no cabe recurso especial sobre a matria da suspenso da liminar (AgRgAI n. 121.340-MG, RSTJ 93/179). No mesmo sentido, STJ, AgRgAI n. 146.215-RJ, ReI. Min. Ari Pargendler, RSTJ 99/1 08, e REsp n. 116.832-MG, ReI. Min. Peanha Martins, DJU 28.2.2000, p. 73. 214. Rcl 172-5-SP, RT 612/201. A jurisprudncia mais recente, no entanto, admite a interposio do agravo regimental no Tribunal local, sem prejuzo da possi-210. Tais normas j constavam da Lei n. 8.437/92, art. 42, 4 e 5, conforme redao dada pela MP n. 2.180-35/200 I.10 8g)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA10 7tadual, O Presidente do TJBA concedera a suspenso de uma liminar obtida pelo Municpio de Barreiras, sendo que este, ento, pediu Presidncia do STJ a suspenso da suspenso concedida localmente, de modo a restabelecer a liminar de primeira instncia. No STJ prevaleceu o entendimento de que "os dispositivos legais de regncia no autorizam o manejo de suspenso de liminar contra deciso monocrtica de suspenso de liminar" e "no h previso legal para pedido de suspenso daCom a criao do STJ, que o rgo competente para julgar em nica ou ltima instncia, dos TRFs e dos Tribunais Q ;~iJ:,"'~'uv'''', O do Distrito Federal e dos Territrios, entendemos que a {'()mDlete:nClla para cassao da liminar ou suspenso da sentena de r ",'>l'~'"""'"" coerentemente com o decidido, anteriormente, pelo 21, XIII, "c", do Regimento Interno do STJ), salvo se a ,.,.,O ,T " r,,, for de ndole consttucional." Inicialmente o STF entendia que se a liminar fosse concedida juiz de primeira instncia e o Presidente do Tribunal local nea suspenso no seria cabvel um novo pedido de suspenso .u,., . ..- ao Tribunal Superior." o entanto, o Presidente do STJ j acatou pedido de suspenso liminar quando a medida fora concedida em primeira instncia, . "U'"fl'''''''''pelo Presidente do Tribunal local e posteriormente restanerecioa em sede de agravo regimental.!? Considerou-se, naquela qportunidade, que a suspenso era relativa ao ato do Tribunal Regional Federal, que restabelecera uma liminar atravs da deciso no regimental. O que em outra oportunidade a Corte Especial do STJ entendeu por votao majoritria, o pedido de "suspenso da sus. A pedido do Estado da Bahia e de uma empresa pblica esdo pedido de suspenso da liminar para o Presidente do Tribunal Superior, um com seus pressupostos especficos de cabimento (STJ, RSTJ 118/17). O pedido de suspenso da liminar, porm, no depende da prvia interposio do agravo regimental no mbito do Tribunal de origem (STF, AgRgPet n. 2.455-PA, ReI. para o Min. Gilmar Mendes, Informativo STF 300/1). o esgotamento recursal na instncia de origem no pressuposto do caoimento do pedido de suspenso de liminar (STF, AgRgSL n. 118-RJ, ReI. Min. Gracie, RT 872/111). 215. Na realidade, a matria em discusso no mandado de segurana influir ~'~U"'""'I'''U da competncia para a apreciao do pedido de suspenso. Se o funda da deciso a ser suspensa tiver ndole constitucional, em princpio ser ao final um recurso extraordinrio ao STF - e, portanto, a competncia para a suspenso da liminar ou da sentena ser do Presidente do STF. Sendo a matria e lll questo de ndole infraconstitucional- e, portanto, estabelecida a competncia do ~H.no mbito recursal>, estende-se ao Presidente do STJ a competncia para a susR7nso. Se o pedido de suspenso for ajuizado erroneamente junto ao STF, abordando matria infraconstitucional, nada impede que seja refeito perante o STJ, ou vice-versa (STF, AgRgSL n. 56-2-AM, ReI. Min. ElJen Gracie, RT 855/177). e) RTJ 165/812. f) Pet n. 980-SP, Min. Antnio de Pdua Ribeiro, despacho de 9.7.98, no caso da privatizao da Telebrs.suspenso'V"Com a MP n. 2.180-35, de 24.8.2001, foram acrescentados os novos 3 e 4 ao art. 4 da Lei n. 8.437/92, estabelecendo expressamente que,negada a suspenso da liminar no Tribunal de segundo grau, e negado tambm o respectivo agravo regimental, caber novo pedido de suspenso ao STF ou ao STJ, sendo a matria constitucional ou legal, conforme o caso. Da mesma forma, de acordo com o novo 5, igualmente acrescentado pela MP n. 2.180-35, o novo pedido de suspenso aos Tribunais Superiores tambm pode ser formulado depois de negado provimento, na segunda instncia, ao recurso interposto contra a liminar concedida no primeiro grau. Assim, ficou ultrapassada a posio anteriormente defendida pelo STF no sentido do descabimento do novo pedido. Tais dispositivos da MP 2.180-35 foram considerados constitucionais pelo STF, no julgamento da ADI 2.251-DF, interposta contra uma edio anterior das mesmas regras, por 7 votos a 4, em 23.8.2000. No mesmo sentido disps a Lei n. 12.016/2009 (art. 15, ). Mantm-se, todavia, a competncia do Presidente do STF para suspender as decises do STJ nos casos previstos pelo art. 15 da Lei n. 12.016/2009, j tendo sido a mesma exercida, mais recentemente, no tocante deciso que reajustou o valor das aposentadorias em 147%.O STF decidiu que, deferida a suspenso da execuo de liminar em mandado de segurana, o eventual julgamento de mrito concessivo da segurana tambm dever ficar com os seus efeitos automaticamente suspensos at o respectivo trnsito em julgado,"? A deciso fundamentouse no 3 do art. 297 do Regimento Interno do STF, segundo o qual "a suspenso de segurana vigorar enquanto pender o recurso, ficando sem efeito, se a deciso concessiva for mantida218. AgRgSL n. 848-BA, ReI. para o acrdo Min. Fernando Gonalves, DJe 22.9.2008. 219. Rcl n. 718-PA, ReI. Min. Celso de Mello,j. 30.4.98, RTJ 188/762.110h)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA10 9Contrariando a jurisprudncia anterior da prpria Corte Suprema, o Plenrio do STP admitiu a impetrao de mandado de segurana diretamente contra a deciso do Presidente da Casa que indeferira a suspenso de segurana, concedendo, assim, uma liminar no novo mandamus para deferir a suspenso antes pleiteada e negada.P" Se na instncia inferior for cassada, revogada ou reformada a liminar ou sentena cuja suspenso se pediu, fica prejudicada a medida de contracautela.P?pelo Supremo Tribunal Federal ou transitar emjulgado't.P? A matria acabou sendo objeto da Smula n. 626 do STF.221 - O STJ, ao contrrio, decidiu que a suspenso da liminar vigora ta prolao da sentena, dependendo a continuao da suspenso J..agora da sentena - de novo requerimento da parte interessada.? A questo acabou merecendo tratamento legislativo, com a edio do 9 do art. 4 da Lei n. 8.437/92, atravs da MP n. 2.180- 3 5 de 24.8.2001, estabelecendo que "a suspenso deferida pelo Pr~sidente do Tribunal vigorar at o trnsito em julgado da deciso de mrito na ao principal". A lei, portanto, acabou consagrando a jurisprudncia do STF.223 A Lei n. 12.01612009 deixou de tratar da matria, mantendo, assim, o regime anteriormente vigente. Deferida pelo Presidente do STF a suspenso da eficcia de medida liminar em mandado de segurana, a Justia local no pode cbnceder tutela antecipada em ao ordinria versando sobre o mesmoobjeto.P" Ministro Seplveda Pertence, no exerccio da Presidncia do S T F acatou parecer do Procurador-Geral da Repblica, Dr. Geraldo Brindeiro, e entendeu que no seria cabvel a suspenso de liminar . 6.btida pela parte, em sede de agravo de instrumento, mediante efeito Wspensivo, que revigorou liminar anteriormente revogada. Enquanto tOl1tracautela excepcional, a suspenso s deveria ser admitida nos ~sos expressamente previstos em lei.225fi,'14. InformaesAs iriformaes constituem a defesa do coator e da Administrao. Devem ser prestadas pela prpria autoridade arguda de coatora.I" no prazo improrrogvel de dez dias (art. 7, inciso lI, da Lei n. 12.016/2009).229 Podem ser subscritas por advogado, mas juntamente com a autoridade responsvel pelo ato sub judice, porque a responsabilidade administrativa pessoal e intransfervel perante a Justia. A Administrao s se faz presente em mandado de segurana at a prestao das informaes, pela autoridade contra quem impetrada a ordem.P? Da por diante, o processo pode - e deve - ser acompanhado por procurador habilitado nos autos, mas as ordens de execuo da segurana sero sempre dirigidas prpria autoridade coatora e por ela cumpridas direta e imediatamente, sob pena de incidir no crime de desobedincia (art. 26, da Lei n. 12.016/2009, e CP, art. 330). Somente as intimaes sobre a tramitao do processo e recursos que sero feitas na pessoa do procurador habilitado nos autos. Nas informaes, o impetrado dever esclarecer minuciosamen- < te os fatos e o direito em que se baseou o ato impugnado. Poder oferecer prova documental e pericial j produzida. Se a prova depender de outra repartio, fora de sua jurisdio, dever indic-Ia e solicitar requisio pelo juiz. O que no se permite o pedido de prova futura, a ser produzida em juzo.MS n. 24.159, ReI. Min. Ellen Gracie, RTJ 188/145. STF, QOAgRgPet n. 1.318-DF, ReI. Min. Celso de Mello, RTJ 194/464. m) TFR,AMS n. 100.967-SP, DJU 1.3.84 eAMS n. JOI.I67-SP, DJU8.3.84, sendo Relator em ambas o Min. Carlos Madeira. 229. O dispositivo manteve o teor do art. 7, inc. I, da Lei n. 1.533/51, alterada pela Lei n. 4.348/64. 230. TJSP, RDP 28/237. k) l),220. No mesmo sentido: STF, AgRgSS n. 780-PI, ReI. Min. Seplveda Perten RTJ 165/130; AgRgSS n. 2.906-I-PA, ReI. Min. Ellen Gracie, RT 858/158. -C(!: .. ' , Por outro lado, o Plenrio do STF decidiu que o pedido de suspenso da liminar gc~ prejudicado se, antes de ele ser apreciado, j tiver sido proferida a sentena na ao principal. A deciso foi em matria de ao civil pblica, mas o precedente .l>l.iirt:nte aplicvel aos mandados de segurana (AgRgPet n. 2.227-I-RS, ReI. Min. MarcoAurlo, DJU24.5.2002, p. 54). .". 221. "A suspenso da liminar em mandado de segurana, salvo determinao contrrio da deciso que a deferir, vigorar at o trnsito em julgado da deciso ~efinitiva de concesso da segurana ou, havendo recurso, at a sua manuteno pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com a da impetrao." g) STJ, REsp n. 97.838-RS, ReI. Min. Milton Luiz Pereira, RSTJ99/74. h) O STJ vem acatando a regra do 9" do art. 40 da Lei n. 8.437/92 (Rei n. l.i41-BA, ReI. Min. Nilson Naves, DJU 22.9.2003, p. 248; AgRgRcl n. 2.809-RJ, Humberto Gomes de Barros, DJe 10.11.2008). i) STF, AgRgRcl. n. 655-7, Informativo STF 77, p. 4. j) STF, Pet n. 1.247-0-MT, DJU 2.6.97, p. 23.679.i)11 2 MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA11 1sobre o direito invocado, apreciando desde a sua existncia at a sua liquidez e certeza diante do ato impugnado, para concluir pela concesso ou denegao de segurana.23S.236 O ma!1dado de segurana admite deciso repressiva e preventiva (art. l). E repressiva quando visa a corrigir ilegalidade j consumada; preventiva quando se destina a impedir o cometimento desem julgamento do mrito. Em tais situaes, no entanto, a carncia de ao no a soluo mais adequada, e o Tribunal de segundo grau no est impedido de apreciar desde logo o mrito da impetrao. Assim, j decidiu o STJ que: "Quando a senten, a decide pela inocorrncia de direito lquido e certo, entendendo controversos os fatos, ou porque certa circunstncia deveria ter sido comprovada, decide de meritis. Destarte, se o Tribunal ad quem entender de modo contrrio, vale dizer, entendendo incontroversos os fatos, ou que prescindvel a comprovao da circunstncia que a s.entena entendera de comprovao necessria, poder completar o julgamento, praticando a operao de fazer incidir a norma de Direito Positivo aos fatos incontroversos, deferindo ou indeferindo a segurana, sem que isto represente violao ao duplo grau de juri~dio" (REsp n. 523-SP, ReI. Min. Carlos Mrio Velloso, RSTJ 6/372). Na mesma Imha: EDRMS n. 14.881-DF, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros DJU 15.12.2003, p. 181. A soluo consentnea ainda com a nova redao do 3 do art. 515 do CPC, dada pela Lei n. 10.352, de 26.12.2001, segundo a qual nos casos de e.xtino do processo sem julgamento do mrito o Tribunal pode julgar desde logo a hd~ se a. cau~a versar sobre questo exclusivamente de direito e estiver em condies de Imediato Julgamento. O STF, no entanto, decidiu que este dispositivo legal no se aplica em recurso ordinrio constitucional referente a mandado de segurana, ficando restrito a hipteses de competncia originria de juzo, e no de Tribunal Superior (EDRMS n. 24.309-DF, ReI. Min. Marco Aurlio, j. 17.2.2004, Informativo STF 337/3; e RMS n. 26.959-DF, ReI. Min, Eros Grau, DJU 26.3.2009). H notcia de recente acrdo do STJ no qual, contrariando o entendimento consolidado naquele Tribunal, anteriormente mencionado, adotou-se, "por questo de coerncia", a mesma posio do STF, no sentido de se afastar a aplicao do art. 515, 3, do CPC, e determinar o retomo dos autos instncia de origem para apreciao do mrito do , mandado de segurana (STJ, RMS n. 27.368PE, ReI. Min, Eliana Calmon, DJU 27.5.2009). V. tambm item 17 do presente captulo. 235. Aplica-se ao processo de mandado de segurana o art. 462 do Cdigo ?e P~oc~sso ~ivil, cabendo ao juiz apreciar os fatos supervenientes que possam ter influncia no Julgamento da causa (STJ, RMS n. 6.566-SP, ReI. Min. Anselmo Santiago, RSTJ94/362; RMS n. 11.331-SP, ReI. Min, Francisco Peanha Martins, DJU 28.10.2002, p. 261). O princpio aplica-se em qualquer grau de jurisdio. Nesta linh~, o STF extinguiu impetrao em sede de recurso ordinrio por reconhecer a perda do mteresse processual decorrente de fato superveniente (ato de autoridade superior apontada como coatora, ao qual seria inoponvel a eventual sentena no mandado de segurana): RMS n. 2Ll06-DF, ReI. Min, Seplveda Pertence, RTJ 165/508. 236. De acordo com a nomenclatura utilizada na Lei n, 12.016/2009 na esteira ?a ju:isprudnc.ia dos tribunais superiores, a expresso "denegao da ~egurana" inclui tanto a hiptesede apreciao do mrito quanto a extino do processo sem julgamento de mrito, nos casos do art. 267 do CPC, em que se admite a renovao do pedido, desde que dentro do prazo decadencial (art. 62, 52 e 62).A falta das informaes pode importar confisso ficta dos fatos arguidos na inicial, se isto autorizar a prova oferecida pelo impetrante.231 As informaes merecem credibilidade, at prova em contrrio, "ada a presuno de legitimidade dos atos da Administrao e da plllavra de suas autoridades.P Se com as informaes vierem documentos, deve ser aberta vista ao impetrante para sua manifestao, e, aps, os autos iro ao Ministrio Pblico, para seu parecer sobre todo o processado. om as informaes encerra-se a fase instrutria do processo demandado de segurana e fecha-se a possibilidade do ingresso de litisconsortes passivo no feito, salvo se o juiz determinar a integf~oda lide por litisconsorte necessrio. J vimos que o ingresso d()litisconsorte ativo no ser admitido aps o despacho da petio inicial. No se confunda, porm, a interveno de assistentes com a d~!litisconsortes: aqueles podem entrar no feito a qualquer tempo, porque no se aproveitam da sentena; estes, como so alcanados pelos efeitos da deciso, devem ingressar no mandado at a prestao das informaes, salvo se o juiz o determinar posteriormente. Da diante, so inalterveis a lide e as partes. Em tese, com a Lei n. 6/2009, no mais caberia, todavia, a assistncia. de se reiterar que a ausncia de citao ou de cincia dada ao litisconsorte necessrio no processo enseja a nulidade do julgamento, que pode ser obtida at mesmo em recurso extraordinrio, como j demonstramos precedentemente (n. 9).233A sentena em mandado de segurana poder ser de carncia de mrito, se antes no tiver sido indeferida a petio inicial por ser caso de impetrao, no atender s exigncias formais da lei ... -,-- .. __ decorrido o prazo legal para impetrao (art. 10, da Lei n. 16/2009). A carncia ocorre quando o impetrante no satisfaz os l! ressupostos processuais e as condies do direito de agir, tal como previsto no art. 267, VI, do CPC.234 A sentena de mrito decidirSTF, RTJ 6/192. TFR, AMS n. 84.840, DJU28.11.79, ReI. Miu. Carlos Mrio Velloso. V. Smula n. 631 do STF. Na prtica, ocorre de juzes afirmarem a carncia de ao por falta de provas que demonstrem o alegado direito lquido e certo, extinguindo o processoj)114 MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA11 3que o impetrante requeira e o juiz defira a extenso da ordem pedida na inicial. Na sentena, o juiz dever decidir sobre o pedido da inicial, condenando o vencido nas custas." Segundo o art. 25 da Lei n. 12.016/2009, que consolidou o entendimento da jurisprudncia dominante (STF, Smula n. 512, contrariada, porm, por acrdos do TJRJ,239 do TJRS240 e do prprio STJ241), no cabe condenao do vencido em honorrios advocatcios. Nas edies anteriores, contudo, Hely Lopes Meirelles defendia seu cabimento, consoante o art. 20 do CPC, que firmou o princpio da sucumbncia em substituio ao da culpa ou dolo processual. Desde que o mandado de segurana uma causa, vale dizer, uma ao civil, deveria haver a condenao do vencido em honorrios, no importando que o rito dessa ao seja especial, mesmo porque nas demais aes especiais o princpio da sucumbncia sempre foi aplicado sem restries.l?238. Julgado do TlPR entendeu que, concedida a segurana, as custas no devem ser pagas pela prpria autoridade coatora, mas pela pessoa jurdica de direito pblico a que ela esteja vinculada (Remessa Necessria n. 50.700-0, ReI. Des. Telmo Cherem, AD V1997, p. 627, ementa 80.084). 239 TJRJ, RDPG 31/159, 34/139, eApC n. 31.201,j. 19.6.84. n) TJRS, RJTJRS 102/462. Rompendo com uma tradio judiciria, que reiteradamente negava honorrios de advogado nos mandados de segurana, a l Turma do STl, em vrios julgados, entre os quais se destacam os referentes aos REsp ns. 6.860-RS e 17.124-0- RS, consagrou, por maioria, a tese de que so cabveis os honorrios, no caso. Outras Turmas do STl continuaram a aplicar a Smula n. 512 do STF, entendendo incabvel a condenao em honorrios advocatlcios no processo de mandado de segurana. A Corte Especial, julgando embargos de divergncia entre acrdos da 6 Turma e da I Turma, acabou afastando definitivamente o princpio da sucumbncia no mandado de segurana, apesar de vrios votos vencidos bem fundamentados (EDREsp n. 27.879-4-RJ, ReI. Min. Nlson Naves, RSTJ 52/349). O tema terminou objeto de edio de Smula tambm pelo Superior Tribunal de Justia (Smula n. 105). 242. Na ADI 4.296-DF, ajuizada pelo Conselho Federal da OB em 14.9.2009, e ora pendente de julgamento, alega-se que a excluso do cabimento de honorrios desmerecera o trabalho do advogado e retiraria sua remunerao, cuja natureza alimentar, ofendendo, assim, o art. 133 da CF. Ademais, a condenao na verba sucumbencial seria consequncia necessria de toda lide, por no ser razovel que o jurisdicionado tenha que contratar advogado para se defender de ato abusivo e ilegal da autoridade pblica, enquanto esta, caso vencida, no sofra nenhuma forma de penalizao. Grande parte da doutrina manifesta-se igualmente favorvel condenao em honorrios (Bruno Garcia Redondo et aI., Mandado de Segurana: Comentrios Lei 12.016/2009, Forense, 200; pp. 165-166; Jos Miguel Garcia Medina et aI., Mandado de Segurana Individual e Coletivo: Comentrios Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, Ed. RT, 2009, p. 165; Lus Otvio Sequeira de Cerqueira, Comentrios o)Em ambos os casos so necessrias a indicao a comprovao da iminncia da leso a direito subjetivo No basta a invocao genrica de uma remota pos a direito para autorizar a segurana preventiva; da existncia de atos ou situaes atuais que evidensecorltull10a - como frequentemente se confunde - seguran com segurana normativa. O nosso sistema judicirio e rejeita esta. ~ u.'u,,'~ preventiva a que se concede para imp~dir a con ,,,m ameaa a direito individual em determinado caso; . ~v=.n,",n seria a que estabelecesse regra geral de conduta indeterminados.237 A Justia Comum no dispe fixar normas de conduta, nem lhe permitido estender a . +; . ""0 a deciso proferida no caso presente, ainda que ocorra de decidir em ambas as hipteses. Embora se reitere em casos idnticos, haver sempre necessidade de uma cada caso, sem que os efeitos da sentena anterior se em regra para as situaes futuras. E assim porque a concessiva da segurana apenas invalida o ato impugnado, intacta a norma tida por ilegal ou inconstitucional at que de categoria igualou superior a revogue, ou o Supremo Federal suspenda sua execuo em virtude de inconstitu". 00etanto, em casos especiais, pode a concesso de uma estender-se a atos futuros entre as mesmas partes, por " .. ~"t."c da mesma situao de fato e de direito, como, p. ex., no 'rtrl"lA t" de ln uma iseno ou reduo de imposto a prazo certo determinada quantidade de mercadoria produzida ou imparceladamente, ou, ainda, quando o ato impugnado venha I-'H''''-''~UUsucessiva e parcialmente at completar o todo a que unpetrante tenha direito. Nessas hipteses, a segurana concedida mandado vlida e operante para todos os casos iguais mesmas partes, dispensando sucessivas impetraes, desde i t .. . .. Sobre a natureza da segurana preventiva e a inviabilidade de impetrao normativo: STJ, RMS n. 15.943-RJ, ReI. Min. Jos Arnaldo da Fonse- 8.9.2003, p. 344, citando a doutrina de Hely Lopes Meirelles. Na mesma n. 34l.559-SP, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU 15.12.2003,116k)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA115meio inidneo para amparar leses de natureza pecuniria. Absolutamente, no. A segurana pode prestar-se remoo de obstculos a pagamentos em dinheiro, desde que a reteno desses pagamentos decorra de ato ilegal da Administrao, como, p. ex., a exigncia de condies estranhas obrigao do credor para recebimento do que lhe devido. Neste caso, o juiz poder ordenar o pagamento, afastando as exigncias ilegais." O que negamos, de incio, a utilizaoda sentena concessiva da segurana imediat~, in natura, isto , mediante o cumprimento da ~ro;lpelo juiz, sem a possibilidad~ de ~e~ substitui da pecuniria. Se houver danos patrn~omals ~ compor: o direta e autnoma, salvo a exceao contida na LeI aa . .,. d concernente a vencimentos e vantagens pecumanas ~ posteriores impetrao (art. ~4, 4, da. LeI reconhecidos na sentena concessiva, os quais se clculo do contador243 e se executam nos prprios aut~s 244 Isto no significa que o mandado de segurana sejao245. Assim, tem entendido o Superior Tribunal de Justia que o mandado de segurana instrumento hbil para "assegurar ao impetrante o direito de preferncia no recebimento dos TDAs, respeitadas as datas dos respectivos pagamentos, sem qualquer distino entre crditos escriturais e crditos cartulares" (Mandado de Segurana n. 4.506, julgado em 9.4.97, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros). No mencionado acrdo, entendeu o STJ que no lcito Unio condicionar o resgate de ttulo sua transformao em "ttulo escritural". Na ocasio, o Ministro Peanha Martins afastou a incidncia da Smula n. 269 do STF, entendendo que existe direito lquido e certo dos credores do Estado ao recebimento dos valores que lhes so devidos, cabendo ao Poder Judicirio velar para que sejam mantidos os direitos de preferncia de acordo com as datas de vencimento, sem qualquer distino descabida. Da mesma forma, o STJ afastou a incidncia da Smula n. 269 do STF em mandado de segurana que tratava de excluso ilegal de parcelas de proventos do impetrante, ainda que a concesso do writ viesse a resultar no pagamento das referidas verbas (RMS n. 3. I 72-PR, ReI. Min. Flix Fischer, DJU 10.6.2002, p. 222). O que estava em jogo no caso, conforme a lio de Hely Lopes Meirelles, era o afastamento de ato ilegal, e no a cobrana pura e simples. No STF, em setembro/2004 decidiu-se que " cabvel a interposio de mandado de segurana visando ao pagamento das parcelas retroativas oriundas de promoo na carreira militar, uma vez que tal hiptese no consubstancia ao de cobrana, mas tem o escopo de sanar omisso da autoridade coatora quanto ao integral cumprimento das portarias editadas pelo Ministro de Estado da Justia, restando incontroversas a liquidez e certeza do direito dos impetrantes" (RMS n. 24.953-0-DF, ReI. Min. Carlos Velloso, RT833/16I). A I Seo do STJ, em junho/2006, decidiu pelo cabimento de mandado de segurana contra ato omissivo do Ministro do Estado do Planejamento, Oramento e Gesto que extrapolou o prazo para o pagamento de indenizaes a anistiados polticos, no obstante a comunicao regular para pagamento feita pelo Ministro da Justia e a previso de dotao oramentria (MS n. 11.506-DF, ReI. Min. Eliana Calmon, RT 855/211). Em linha similar, em novembro/2006 a 3 Seo do STJ concedeu mandado de segurana em face do Ministro da Defesa, o qual deixara de pagar verbas previstas no oramento para reparaes econmicas a anistiados polticos (MS n. 1 \.893-DF, ReI. Min. Nlson Naves, RT 859/181). Em ambos os casos no se vislumbrou a impetrao como substitutiva de ao de cobrana, mas tendo como escopo o afastamento de omisso ilegal, cuja consequncia era o pagamento, que configurava direito lquido e certo dos impetrantes. "Em se tratando de um ato administrativo decisrio passvel de impugnao por meio de mandado de segurana, os efeitos financeiros constituem mera consequncia do ato administrativo impugnado. No h utilizao do mandamus como ao de cobrana" (STJ, MS n. 12.397-DF, ReI. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 16.6.2008).m) l)11 8MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA117pargrafo nico, com remisso ao art. 4 e seus pargrafos, da Lei n. 12.016/2009). O mandado vale como ordem legal para o imediato cumprimento do que nele se determina, e, ao mesmo tempo, marca o momento a partir do qual o impetrante, beneficirio da segurana, passa a auferir todas as vantagens decorrentes do writ. Se o ato ordenado judicialmente depende de tramitao e formalidades administrativas para sua perfeio, dever iniciar-se imediatamente seu processamento regular, sob pena de considerar-se desatendida a ordem, salvo nos mandados inexequiveis, como j vimos precedentemente (n. 8), caso em que o impetrado dever oficiar ao juiz, explicando a situao. 24 7da segurana para a reparao de danos patrimoniais, dado que seu objeto prprio a invalidao de atos de autoridades ofensivos de direito individual lquido e certo.246 A deciso -liminar ou definitiva - expressa no mandado para que o coator cesse a ilegalidade. Esse mandado judicial transmitido por oficio ao impetrado, sendo que, nos casos de urgncia, poder usar telegrama, radiograma, fax ou documento eletrnico (art. 13 e246. O STF e o STJ vm decidindo que o mandado de segurana pode servir para a devoluo de multas ou sanes pecunirias impostas ilegalmente ao impetrante. A devoluo do dinheiro considerado um efeito secundrio da sentena que anula o ato ilegal, representando a reposio das partes ao status quo ante (no STF, RMS n. 22.739-DF, ReI. Min. Octvio Gallotti, RTJ 164/1 74; RMS n. 22.959-9-DF, ReI. Min. Mauricio Corra, DJU 9.10.98; no STJ, REsp n. 29.950-4-SP, ReI. Min. Vicente Cernicchiaro, DJU 1.3.93; REsp n. 169.226-SC, ReI. Min. Vicente Leal, RSTJ 109/365). Na mesma linha o acrdo da I Turma do STJ no REsp n. 410.371- DF, ReI. Min. Francisco Falco, DJU 3.11.2003 e RT 822/208. No caso, discutia-se a devoluo de multa ilegalmente cobrada pelo Banco Central a uma instituio financeira. Decidiu-se, por unanimidade, na hiptese, no apenas que a devoluo dos valores ilicitamente apropriados era cabvel em sede de mandado de segurana, como resultado prtico do desfazimento da ilegalidade e da reposio das partes ao status quo ante, mas tambm que tal devoluo deveria ser feita em espcie, independentemente da expedio de precatrio. O STJ tambm acatou a viabilidade do mandado de segurana para determinar a incidncia de correo monetria sobre os depsitos em cruzados novos bloqueados pelo Plano Collor (por exemplo: STJ, REsp n. 90.000-SP, ReI. Min. Demcrito Reinaldo, DJU 15.9.97; REsp n. 127.083- SP, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU 9.12.97; e particularmente o REsp n. 90.407-SP, ReI. Min. Ari Pargendler, DJU 24.8.98, p. 47), para corrigir o clculo de juros ilegalmente reduzidos em precatrio judicial devido em decorrncia de condenao imposta Fazenda (RMS n. 15.963-PR, ReI. Min. Luiz Fux,RDR 36/241), . bem como para assegurar o respeito ordem cronolgica e devida remunerao de correo monetria e juros no pagamento de TDAs (por exemplo: MS n. 6.735-DF, ReI. Min. Jos Delgado, DJU 8.5.2000, p. 51; MS n. 8.601-DF, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU 10.3.2003, p. 79). Em tais hipteses, a concesso da segurana garante parte o recebimento de determinadas verbas pecunirias como consequncia lgica do reconhecimento da ilegalidade do ato praticado pela autoridade coatora, tal como no caso da devoluo das multas ilicitamente arrecadadas. Especificamente com relao aos critrios de correo monetria e juros de TDAs, a l Seo do STJ decidiu recentemente, por maioria, voltar atrs e modificar o entendimento j solidificado em inmeros acrdos anteriores, passando a aplicar a Smula n. 269 do STF e concluindo pelo descabimento da via processual do mandado de segurana (MS n. 8.737-DF, ReI. Min. Francisco Falco, j. 23.4.2003, Informativo STJ 170). Com a devida vnia, acreditamos que esta nova posio deveria ser revista, pois exageradamente restritiva, retirando das partes uma eficaz e clere arma processual de combate arbitrariedade. No h que se confundir tais situaes de represso a um ato ilegal com os pedidos de simples cobrana ou de reparao de danos, que no so cabveis pela via do mandado de segurana.O no atendimento do mandado judicial caracteriza o crime de desobedincia ordem legal (CP, art. 330 e art. 26 da Lei n. 12.016/2009), e por ele responde o impetrado renitente, sujeitandose at mesmo a priso em flagrante, dada a natureza permanente do delito, sem prejuzo das sanes administrativas e da aplicao da Lei n. 1.079, de 10.4.50, que disciplina os crimes de responsabilidade, quando cabveis.Cumprida a ordem judicial, exaure-se o contedo mandamental da sentena, restando apenas seu efeito condenatrio para o pagamento das custas,248 a ser exigido nos mesmos autos, na forma processual comum.247. A inexequiblidade da sentena tanto pode ser intrnseca prpria deciso (incompetncia da autoridade apontada como coatora para a prtica do ato), quanto pode decorrer de fato superveniente (por exemplo, se um deputado obtiver a segurana para ser reintegrado no mandato que foi cassado, mas a legislatura j se tiver encerrado; em tal .situao, a inexequibilidade dever ser igualmente reconhecida, ressalvando-se ao Impetrante o acesso s vias ordinrias para a reparao dos eventuais danos comprovados). Em situao idntica do exemplo aqui apontado, o STJ decidiu .que, "ante o decurso de prazo do mandato do prefeito municipal, mostra-se se~ objeto o mandado de segurana para cassao de medida judicial que determmou o seu afastamento do cargo" (RMS n. 10.973-RN, ReI. Min. Castro Meira, DJU 17.11.2003, p. 239). No TRF-4 Regio considerou-se ter perdido o objeto a impetrao que objetivava garantir parte a realizao de provas de um concurso vest.ib~lar que j fora encerrado (RT 867/418). Em qualquer das hipteses, a execuo da liminar ou da sentena ser juridicamente impossvel. 248. Ajurisprudncia consolidou-se no sentido do descabimento de condenao em honorros advocatcios em mandado de segurana, consoante as Smulas ns. 512 do STF e lOS do STJ, tendo a Lei n. 12.016/2009, por isso, a vedado expressamente no seu art. 25.n)12 0MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA11 9fluncia de prazo para recurso, tendo em vista que no h qualquer ordemjudicial a cumprir quando a segurana denegada ou a liminar cassada ou revogada.17. RecursosOs recursos agora cabveis, especificamente, em mandado de segurana, com fulcro na Lei n. 12.016/2009, so os seguintes: agravo de instrumento, da deciso do juiz de primeiro grau que conceder ou negar a liminar (art. 7, 1); nos casos de competncia originria dos tribunais, agravo da deciso do relator que conceder ou denegar a liminar, ao rgo competente do Tribunal que integre (art. 16, pargrafo nico); apelao, da deciso que apreciar o mrito, decretar a carncia ou indeferir a inicial (arts. 10 e 14; CPC, art. 296);253 recurso de oficio ou voluntrio, da sentena que conceder a segurana (art. 14, 1 e 2);254 agravo regimental, do despacho do Presidente do Tribunal que suspender a execuo da sentena ou cassar a liminar (art. 15; Regimento Interno do STF, art. 297); recurso especial e extraordinrio das decises proferidas em nica instncia pelos tribunais, nos casos legalmente previstos; e recurso ordinrio (art. 18), qualquer que seja o valor da impetrao." desde que o acrdo253. O art. 285-A do CPC, introduzido pela Lei n. 11.277, de 7.2.2006, disciplina que, "quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver sido proferida sentena de total improcedncia em outros casos idnticos, poder ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada". Trata-se de hiptese de "indeferimento da inicial" de plano, com apreciao do mrito da demanda, antes inexistente no sistema processual brasileiro, do qual cabe apelao, na forma do I do mesmo art. 285-A do CPC. Por outro lado, deve ser anotado que, de acordo com o I do art. 518 do CPC, introduzido pela Lei n. 11.276, de 7.2.2006, "o juiz no receber o recurso de apelao quando a sentena estiver em conformidade com Smula do Superior Tribunal de Justia ou do Supremo Tribunal Federal". 254. O reexame necessrio cabvel mesmo quando a impetrao se dirige contra ato de sociedade de economia mista (STJ, REsp n. 254.063-PR, ReI. Min. Jos Arnaldo da Fonseca, DJU29A.2002, p. 274). A Lei n. 10.352/2001 criou o 2 do art. 475 do CPC, afastando a remessa ex officio, dentre outras hipteses, nos casos em que o direito controvertido for de valor inferior a 60 salrios mnimos. O STJ, no entanto, entendeu que tal dispositivo no se aplica nos mandados de segurana, prevalecendo para estes a regra especfica do art. 14, I, da Lei n. 12.016/2009, que substitui determinao idntica constante do art. 12, pargrafo nico, da Lei n. 1.533/51 (REsp n. 788.847-MT, ReI. Min. Eliana Calmon, DJU 5.6.2006). 255. STF, RTJ 85/972,88/964.execuo provisria249 foi estendida sentena concessiva da " .... "'nr".n('.~pela Lei n. 6.071, de 3.7.74. A Lei n. 12.016/2009, em seu 14, 3, trata da possibilidade de se executar provisoriamente sentena que conceder a segurana, ressalvando os casos em que , vedada a concesso de liminar. Da no se pode concluir que essa e d exija a cauo e a carta de sentena refen as no art. 250 Cpc. E assim j se decidiu." pois, se a liminar normal executada independentemente desses requisitos, ilgico para execuo da deciso do mrito, ainda que sujeita O mandado de segurana tem rito prprio e suas decises so sempre de natureza mandamental, que repele o efeito suspensivo e protelatrio de qualquer de seus recursos. Assim sendo, cumprem-se imediatamente tanto a liminar como a sentena ou o acrdo concesslvoda segurana, diante da simples notificao pelo juiz prolator da deciso, independentemente de cauo ou de carta de sentena, ainda que haja apelao ou recurso extraor mano pen en e. prOVISOriedade da sentena no transitada em julgado s se manifesta nos ~spectos que no tolhem a ordem contida na notificao do julgado. Sm esta presteza na execuo ficaria invalidada a garantia constitucional da segurana. Alm disso, de se recordar que para a susp~nso dos efeitos da sentena concessiva da segurana h recurso especfico ao Presidente do Tribunal (Lei n. 12.016/2009, art. 15), o que est a indicar que essa suspenso no pode ser obtida por via de apelao ou de qualquer outro recurso genrico. A deciso denegatria da segurana ou cassatria da liminar p~oduz efeito liberatrio imediato quanto ao ato impugnado, ficando 9. impetrado livre para pratic-lo ou prosseguir na sua efetivao desde o momento em que for proferida. As intimaes ou comunicaes dessas decises no so mandamentais, servindo apenas para a249. Sobre execuo provisria em mandado de seguranav. o excelente artigo de Cndido R. Dinamarco na RT 5431125. 250. O art. 588 do CPC foi revogado pelo art. 9 da Lei n. 11.232, de 22.12.2005. A matria de execuo provisria e cauo est hoje regulada pelo art. 475-0 do CPC, introduzido pela mesma Lei n. 11.232/2005. 251. TFR,Ap. n. 38.115-MG,DJU 11.6.76, eAp. n. 84.890-SP, DJU31.10.79; TJRJ, RT519/226. No TRF-5 R.,ApC n. 92.731-PE, RTJE 173/128. 252. STF, RE n. 70.655-RS, DJU24.9.71, p. 5.135.di , .d t 252 A.12 2o)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA12 1Cabe ao STJ recurso especial contra deciso de nica ou ltima instncia dos TRFs ou dos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territrios, quando "contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigncia; julgar vlida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal; der a lei federal interpretao divergente da que lhe haja atribudo outro Tribunal" (CF, art. 105, m , "a" a "C").257 O recurso extraordinrio, para o STF, s admissvel quando a deciso "contrariar dispositivo desta Constituio; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar vlida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituio" (CF, art. 102, Ill, "a" a "c"), e "o recorrente dever demonstrar a repercusso geral das questes constitucionais discutidas no caso" (CF, art. 102, 3, com a redao da EC n. 45/2004).258 Cabem, ainda, genericamente, os demais recursos contemplados pelo Cdigo de Processo Civil (art. 496), desde que no processamento da impetrao venham a ocorrer as situaes que os ensejam, a saber, agravo de instrumento e embargos de declaraor'" bemCorte.Na mesma direo de tais decises, no vemos motivos para a no-aplicao da norma, que salutar e contribui para a celeridade e a economia processuais. No silncio da legislao, deve-se entender o prazo para a interposio do recurso ordinrio como sendo de 15 dias, por aplicao analgica do art. 33 da Lei n. 8.038/90 (STF, RMS n. 22.295-0-DF, ReI. Min. Marco Aurlio, DJU 30.6.2000, p. 90). O STJ vem entendendo incabvel o agravo de instrumento contra despacho do Presidente do Tribunal a quo que inadmite recurso ordinrio, por falta de previso legal (AgRgAI n. 457.477-RJ, ReI. Min. Eliana Calmon, DJU 12.8.2003). Deve ser salientado, no entanto, que, a exemplo da apelao, estando o recurso ordinrio devidamente preparado, e sendo tempestivo, o indeferimento do seu processamento constitui usurpao da competncia do Tribunal ad quem - razo pela qual deve ser admitida a reclamao no Tribunal Superior, para forar sua admisso. No h recurso ordinrio para o STJ contra acrdo proferido em mandado de segurana impetrado contra ato de Juizado Especial (STJ, AgRgAI n. 347.549-SP, ReI. Min. Ari Pargendler, DJU 4.6.2001, p. 179). Tampouco se admite o recurso ordinrio de mandado de segurana julgado por Turma Recursal de Juizado Especial (STJ, RMS n. I3.295-BA, ReI. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJU 4.2.2002, p. 361). 257. Na linha da Smula n. 203 do STJ, no cabe recurso especial contra deciso proferida por rgo de segundo grau dos Juizados Especiais. p) V. a Lei n. 11.418, de 19.12.2006. q) Em edies anteriores, Hely Lopes Meirelles sustentou o cabimento de embargos infringentes em apelaes decididas por maioria, mas o STF, pela Smula n. 597, declarou incabvel esse recurso em mandado de segurana. A jurisprudncia do STJ tambm se consolidou no sentido do descabimento dos embargos infringentes em apelao em mandado de segu~ana (Smula n. 169 do STJ). A Smula n. 294constitucionais (CF, arts. 102, lI, "a", e 104, e seja denegada a segurana.P?jurisprudncia vem entendendo que a expresso constitucional "d:ciso tanto inclui as decises de denegao da segurana por questoes de aquelas de extino do processo sem apreciao do mrito. Assim, que a segurana deixar de ser concedida, a deciso ser denegatria, e o cabvel nos mandados de segurana de competncia originria dos tribunais ;.{,~. ~"'niTl~T1I0 (no prazo de quinze dias), e no o especial ou extraordinrio (neste RMS n. 21.106-DF, ReI. Min. Seplveda Pertence, RTJ 165/508; 21.112-1PR, ReI. Min. Celso de Mello,DJU29.6.90, p. 6.220; RMS n. ReI. Min. Celso de Mello, RTJ 186/217; STJ, RMS n. 4.965-5-SP, ReI. Cemicchiaro, RSTJ71/163; RMS n. 4.883-PI, ReI. Min. Fernando "ri,H IV < RSTJ92/378; 'o P RMS n. 1O.275-MG, ReI. Min. Humberto Gomes de Bar- 23/51). Mesmo o acrdo que julga prejudicado o mandado de segu.ra?~a "",H'~U'" quele que o denega, para efeitos de cabimento do recurso ordmano n. 17.846-GO, ReI. Min. Ari Pargendler, DJU25.6.2001, p. 166). Em contrario, no conhecendo de recurso ordinrio interposto contra acrdo que de mandado de segurana em razo da perda de objeto: STJ, RMS , ReI. Min. Mlton Luiz Pereira, DJU 23.9.2002, p. 224. A interposio denominado como especial em lugar do recurso ordinrio cabvel, con erro grosseiro, afastando a aplicao do princpio da fungibilidade e .imnedindo seu conhecimento (STJ, REsp n. 101 .066-SP, ReI. Min. Joo Otvio de 835/162). O recurso ordinrio tem a mesma natureza de uma apelao, ao Tribunal Superior o conhecimento de toda a matria em discusso 566-SP ReI. Min. Anselmo Santiago, RSTJ94/362). O STJ vem admitindo a anncacao do principio da fungibilidade quando a parte denomina recurso ordinrio d~ ~pelao, aproveitando o ato processual e julgando o mrito do recurso (RMS n. }.634,Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU 16.3.98, p. 35, e RMS n. 12.550- ~J,ReL Min. Eliana Calmon, Informativo ST J 88). '< .. O STF no entanto, como j mencionado, decidiu que o 3 do art. 515 do CPC, sqp1a redao da Lei n. 10.352/2001, no se aplica em recurso ordinrio constitusiqnal referente a mandado de segurana, ficando restrito a hipteses de competncia originria juzo, e no de de Tribunal Superior, no caso, do STJ. Determinou, assi~, q. retorno dos autos ao STJ para novo julgamento (EDRMS n. 24.309-DF, ReI. Min, Marco Aurlio,DJU30A.2004). Na mesma linha: RMS n. 24.789-DF, ReI. Min. Eros (irau, RTJ 192/692, e RMS n. 22. I 80-5DF, ReI. Min. Eros Grau, DJU 12.8 . .2005: No mbito do STJ h deciso no mesmo sentido (RMS n. 27.368-PE, ReI. Min. Eliana Calmon, DJU 27.5.2009), afastando a aplicao do art. 515, 3, do CPC em sede de recurso ordinrio em mandado de segurana e, em sentido contrrio, admitindo-a (RMS n. 15.877-DF, ReI. Min. Teori Albino Zavascki, DJU 21 : 6.2004). Note-se que neste caso a parte atacou a deciso do STJ junto ao STF, e l foram negados a suspenso da segurana e o efeito suspensivo ao recurso extraordinrio, no obstante o deferimento inicial de uma liminar (v. a discusso no acrdo da Ap: n. 813- I -DF, ReI. desig. Min. Czar Peluso, DJU 1.9.2006). Ainda no STJ, aplicando por analogia ~ ~rt. 515, 3, do CPC, ao recurso ordinrio em mandado de segurana e citando van~s precedentes: RMS n. 25A62-RJ, ReI. Min. Nancy Andrighi, DJe 20.10.2008. TaIS decises indicam a possibilidade de que o tema venha a ser rediscutido na Supremap)124 MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA123autoexecutrio da deciso mandamentaJ.262 Pontue-se que a Lei n. 12.016/2009 no autoriza, entretanto, a execuo provisria nos casos em que vedada a concesso de liminar.263 Manteve a lei ora vigente a sistemtica trazida pela Lei n. 6.071, de 3.7.74, que, ao ensejo de adaptar as normas do mandado de segurana ao novo Cdigo de Processo Civil, submeteu a sentena concessiva a recurso de oficio e declarou que poderia ser executada provisoriamente (art. 12, pargrafo nico, da antiga Lei n. 1.533/51, com a redao dada pela Lei n. 6.071/74). Essa "execuo provisria", em mandado de segurana, difere daquela referida pelo art. 588 do CPC para as outras sentenas, como j demonstramos precedentemente (n. 16).264 Os prazos para recursos so os fixados no Cdigo de Processo Civil, contando-se em dobro para a Fazenda Pblica, para o Ministrio Pblico (art. 188)265 e para litisconsortes com procuradores diferentes (art. 191). Para responder ao recurso em contrarrazes, o prazo o singelo para todas as partes, pois o Cdigo no abriu exceo para o mandado de segurana e este, por seu rito especialssimo de remdio herico, s admite alargamentos de prazos processuais quando a lei expressamente os determine. No caso, no se pode en262. STJ, RMS n. 8.320-SP, ReI. Min. Peanha Martins, DJU 19.12.97, p. 67.468. Em situaes excepcionais, no entanto, a jurisprudncia vem admitindo o efeito suspensivo apelao contra a sentena denegatria da segurana, ou ao recurso ordinrio no caso de julgamento originrio em Tribunal, de modo a garantir a persistncia dos efeitos da liminar at o julgamento do recurso, evitando o perecimento do direito do impetrante (v., por todos: RMS n. 351-SP, ReI. Min. Antnio de Pdua Ribeiro, RSTJ 96/175; e MC n. 11.055-RS, ReI. Min. Luiz Fux, DJU 8.6.2006). v ., ainda, ns. 6 e 12, supra. 263. Em relao aos recursos contra decises concessivas de reclassificao ou equiparao de servidores pblicos, vencimentos e vantagens, a exceo j constava da Lei n. 4.348/64, que nesses casos impunha o efeito suspensivo (arts. 5 e 7). 264. A Lei n. 8.076/90, no seu art. I , pargrafo nico, sujeitava ao duplo grau de jurisdio, determinando que somente produziriam efeitos aps a sua confirmao pelo respectivo Tribunal, as sentenas concessivas de mandado de segurana contra a legislao que constitui o chamado "Plano Collor". O TRF da 3 Regio proclamou a inconstitucionalidade do referido pargrafo nico do art. I da Lei n. 8.076/90, em sesso do seu Plenrio realizada em 25491 no MS n. 90.03.375625-5, entendendo que a disposio legal impugnada limit~~a ~ competncia do Poder Judicirio, constitucionalmente assegurada. Em decorrncia, foram denegados vrios mandados de segurana impetrados pelo Banco Central contra atos de juzes de I instncia que deixaram de aplicar a norma legal que o Tribunal considerou inconstitucional (v. MS n. 37.791, reg. 90.03.38434-7, do qual foi Relatora a d. Juza Annamaria Pimentel, RTRF da 3 Regio 7/282, jul.-set./91). 265. I TACSP, AI n. 748.149-0, ReI. Juiz Correia Lima, RT750/297.a apelao de terceiro prejudicado (CPC, art. 499) e o recurso (CPC, art. 500). At mesmo o incidente de uniformizao de i;jri.~njruc.(en,cza (CPC, art. 476), como agora denominado prolixa ~~", .. tgaao, admissvel em mandado de segurana, perante " " '" 'U 'U V Tribunal. No so cabveis os embargos infringentes, por do art. 25 da Lei n. 12.016/2009, nem tampouco embargos de conforme a jurisprudncia do STF.26oA .~ 1 n ~ tlnQuanto ao cabimento do agravo de instrumento contra deciso rc; ',..,r,proferida no curso do processo do mandado de segu parece-nos que no andamento do feito podem sobrevir deciinteiramente contrrias lei processual e prejudiciais parte. sem recurso oportuno tais provimentos? Visto que a Lei n. especificou o cabimento de agravo de instrumento nas .: IJtIUIJ . ,~,,~ que menciona, mas no excluiu a possibilidade genrica de de instrumento previsto no art. 522 do CPC, entendemos que ser aplicvel na tramitao da segurana de modo excep'como meio de impugnao de decises nitidamente prejudiquando no conflitar com as prescries da sua lei especial nem ;';'':'''~n.'.;' ~ a ndole do mandamus.~Ir".,'.O agravo de instrumento tpico e a sua modalidade retida,261 afi conflitam com a norma especfica do mandado de segurana, , contrariam sua ndole de remdio herico, clere na sua tramitapois esses recursos, no tendo efeito suspensivo, no impedem o \.oQ! U ,lua,IU U < rf"rf" quando a sentena denegatria no lhe houver apreciado o (art. 6, 6), de entender-se que a Justia poder manifessempre, sobre a matria no decidida no mandado anterior. Da " pode concluir, data venia dos que entendem em contrrio.F? sendo a segurana denegada por qualquer motivo, ficar aberta a . ordinria para a reapreciao da mesma questo. No nos parece tal exegese conduz negao da coisa julgada, pelo de a deciso ser contrria pretenso do impetrante.V' O queuaL ul l l U274. STF, RTJ 55/698, RTJ 58/735.271. Alfredo Buzaaid, "Do mandado de segurana", RT258/35; Celso Agrcola Do Mandado de Segurana, 1976, p. 255; STF, RT 459/252. . Seabra Fagundes, O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder .1957, p. 337, in fine; Luiz Eullio de Bueno Vidigal, Do Mandado de , 1953, p. 151. "A deciso que extingue a ao mandamental, por fora da superao do decadencial de que trata o art. 18 da Lei 1.533/51, no impede a renovao da Contrn~,prc; nas vias ordinrias, uma vez que a deciso denegatria do Mandado de somente faz coisa julgada, impedindo posterior demanda ordinria, quanreconhecido, luz da legislao, que no houve violao ao direito reclamado lm r,ptr~nt.," (STJ, RMS n. 28.509-AC, ReI. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, 13.10.2009).13 0s)MANDADO DE SEGURANAMANDADO DE SEGURANA129Desde a sua criao, por interpretao unnime da doutrina e da jurisprudncia, mesmo antes da Lei n. 12.016/2009, este mandado de segurana seguiu o procedimento comum do mandamus de proteo a direito individual, uma vez que a Constituio inovou somente na legitimidade ativa das entidades que podem impetr-lo na defesa de direitos ou prerrogativas de seus associados ou filiados. A impetrao, portanto, ser sempre em nome prprio da entidade. Observamos, todavia, que o mandado de segurana coletivo no se presta defesa de direito individual de um ou de alguns filiados de partido poltico, de sindicato ou de associao, mas, sim, da categoria, ou seja, da totalidade ou de parte de seus filiados.? que tenham um direito ou uma prerrogativa a defender em juz0278 (art. 21 da Lei n. 12.016/2009). Com efeito, a jurisprudncia inicialmente caminhou no sentido de que no seria cabvel a impetrao de mandado de segurana coletivo quanto a interesse de apenas parte dos associados de uma entidade.P? Algumas decises, porm, ampliaram o escopo do mandado de segurana coletivo, admitindo-o quando o interesse fosse de "coletividade menor, mas coletividade, inserida na maior".28o Uma deciso da I Seo do STJ reconheceu legitimidade a um sindicato para a impetrao coletiva "em favor de uma parcela da categoria profissional'V'" O STF acabou editando a Smula n. 630, segundo a qual "a entidade de classe tem legitimao para opendendo recurso contra essa rejeio ao plenrio da Casa. Para maiores detalhes sobre o referido projeto, v. o item l l da Terceira Parte deste livro.) 277. A jurisprudncia do STF flexibilizou o entendimento aqui esposado, e evoluiu para admitir a impetrao do mandado de segurana coletivo pela entidade de classe em favor de apenas uma parte da respectiva categoria, conforme o enunciado da Smula n. 630. 278. A propsito, examinando a legitimidade ativa em ao direta de inconstitucionalidade, o STF decidiu que "no se caracteriza como entidade de classe a simples associao de empregados de determinada empresa, por no congregar uma categoria de pessoas intrinsecamente distinta das demais, mas somente agrupadas pelo interesse contingente de estarem a servio de determinado empregador" (ADI 34-9-DF, DJU 28.4.89, p. 6.293). No mesmo sentido, as decises proferidas no MS (coletivo) 21.059- I pelo STF, em 5.9.90, DJU 19.10.90 eRT669/215, e nos MS 197-DF e 224-DF,julgados pelo STJ em 8.5.90 e 20.2.90 e publicados respectivamente na RSTJ 12/215 e 9/2 I 9. 279. TRF-2il Regio, ApCMS n. 92.02.12460-4-RJ, ReI. Juiz Cllio Erthal, ADV 93, em. 62.976; STJ, RMS n. 571-0-CE, ReI. Min. Jos de Jesus Filho, RSTJ 69/141. w) RT657/80 e, no mesmo sentido, RJTJRS 154/372. x) MS n. 5.1 87-DF, ReI. Min. Humberto Gomes de Barros, RDR 14/120... ~".nn" Por outro lado, quando fizer coisa julgada, impede o uso de ao ou, mesmo, de outro mandado de segurana. Mas isto s nas sentenas regulares, pois as sentenas nulas no fazem julgada, sabido que o ato nulo no gera efeitos jurdicos vlie, por isso mesmo, a deciso nula, ainda que supere os prazos de especficos, pode ser atacada e invalidada por mandado de seeuranca. porque seus efeitos e sua execuo no passam de atos 11"'/ W -dos acrdos. No tocante ordem de julgamento dos processos na justia de grau e nos tribunais, assegurou-se a preferncia de julgasobre os demais processos, exceto os de habeas corpus. Man igualmente, a possibilidade de propositura de ao prpria o requerente pleiteie seus direitos e respectivos efeitos paUl1UV""~'U, se a sentena proferida no mandado no decidir o mrito. Na esteira da jurisprudncia dominante, foram vedadas a IIJVi"V.'V de embargos infringentes e a condenao em honorrios U,","CLl".IV,350 sem prejuzo da aplicao das sanes por litigncia,_~.-I-o,"1'''V''''-'Cl das medidas judiciais". 355 Roma, Giuffr,1979 Mrio Bento Martins Soares, "Ao popular - Singularidades e controvrinstituto", RDP 53-54/179; Hely Lopes Meirelles, "Patrimnio de sociedade e ao popular", in Estudos e Pareceres de Direito Pblico, IV/92, Ed. RT, ; Antnio Raphael Silva Salvador, "Ao popular", Justitia 180/161; Amoldo "Descabimento de ao popular, RT 557/34; "Ao popular para anulao de RT 521/53, e "Descabirnento .de ao popular",nos seus artigos "Juicio de uegmrmoace passivade segu Alfredo Buzaid, RT 557/34; "Ao popular amparo e mandado da sociedade de blicado na Revista da mista", RT 600/28; Srgio de Ferreira, "A ao e "Do }Ui1IlQ,aoo de economia Faculdade de Direito de So Paulo 56/221, popular e os atos das segurana", publicado na Revista de Direito Administrativo 44/27, escreque: "A adoo pura companhias mistas", in O Direito na e simples do processo sumrio como regra para tratamentoI. Conceito. 2. Requisitos da ao. 3. Fins da ao. 4. Objeto da ao. 5.geral das causas em juzo, embora represente um elevado ideal da cincia no basta paraj~sti~car a exig~ncia da criao do mandado de segurana; a razo d~ ser desse nov~ I~stltuto, que visa composio de conflitos de interesse entre o particular e a administrao pblica, no est tanto nas vantagens que podem resultar de uma reduo ~e atos ~ tennos: q~anto n~ necessidade de conferir uma tutela especial a uma categona de direitos pblicos subjetivos" (grifos nossos).