Carl Rogers e a Abordagem Humanista Centrada Na Pessoa

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  • 8/9/2019 Carl Rogers e a Abordagem Humanista Centrada Na Pessoa

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    Carl Rogers e a Abordagem HumanistaCentrada na Pessoa

    Carlos Antonio Fragoso Guimares

    D estacado pioneiro no desenvolvimento da chamada PsicologiaHumanista, ou Terceira Fora em Psicologia - segundo a classificao deAbraham Maslow -, Carl R. Rogers (1902-1987) foi um dos principaisresponsveis - embora quase nunca se fale nisso - pelo acesso ereconhecimento dos psiclogos ao universo clnico, antes dominado pelapsiquiatria mdica e pela psicanlise - que, nos EUA, era exercidaexclusivamente por mdicos at bem pouco tempo atrs. Sua posturaenquanto teraputa sempre esteve apoiada em slidas pesquisas eobservaes clnicas, podendo-se, sem sombra de dvida, dizer que o campode pesquisas objetivas voltadas para o referencial terico da AbordagemCentrada na Pessoa formado por um nmero considervel de trabalhos, indomesmo alm que o nmero de pesquisas feitas sobre muitas outrasabordagens, incluindo a psicanlise (Rogers & Kinget, 1977; Hart & Tomlinson,1970; Hall & Lindzey, 1993).

    Nascido em Oak Park, Ilinois, EUA, em 8 de janeiro de 1902, CarlRanson Rogers era o filho do meio de uma grande famlia protestante, onde osvalores tradicionais e religiosos (quase fundamentalistas), juntamente com oincentivo ao trabalho duro eram amplamente cultivados. Aos doze anos,

    Rogers e sua famlia mudam-se para uma fazenda, onde, em terreno to frtil eestimulante, passou a se interessar por agricultura e cincias naturais.

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    Posteriormente, na universidade, Rogers se dedicaria, inicialmente, aoaprofundamento de seus estudos em cincias fsicas e biolgicas. Logo apsgraduar-se na Universidade de Wisconsin, em 1924, Rogers passou, como erade se esperar diante das espectativas de sua famlia, a frequentar o SeminrioTeolgico Unido, em Nova York, onde, felizmente, recebeu uma liberal viso

    filosfica da religio. Transferindo-se para o Teachers College da ColumbiaUniversity, foi introduzido na psicologia. Nesta mesma universidade obteveseus ttulos de Mestre, 1928, e Doutor, 1931. Suas primeiras experinciasclnicas, calcadas na tradio behaviorista e, ainda mais, psicanalista, foramfeitas como interno do Institute for Child Guidance, onde sentiu a forte rupturaentre o pensamento especulativo freudiano e o mecanicismo medidor eestatstico do behaviorismo.

    Depois de receber seu ttulo de Doutor, Rogers passou a fazer parte daequipe do Rochester Center, do qual passaria a ser diretor. Neste perodo,Rogers muito tirou das idias e exemplos de Otto Rank, que havia se separadoda linha ortodoxa de Freud.

    Foi trabalhando em Rochester que Rogers atingiu novos insights epercepes do tratamento psicoterputico que lhe liberou da forte amarraacadmica e concentual que havia (e ainda h) no ensino e prtica dapsicologia:

    A equipe era ecltica, constituda de elementos de vriasprocedncias, e nossas discusses sobre mtodos de tratamentobaseavam-se na nossa experincia pessoal diria com nossos clientes(crianas, jovens e adultos). Era o princpio de um esforotransdisciplinar que muito significou para mim, e com o qual podamosdescobrir a ordem que existe em nossas experincias ao trabalhar compessoas (...)" (Rogers, 1977).

    Em 1939, Rogers passou a ocupar a ctedra de Psicologia daUniversidade de Ohio. Por ter passado muito tempo envolvido diretamente coma clnica, a passagem para o meio acadmico foi muito dura para ele. Ficouclaro que, durante seu trabalho ativo com clientes, ele tinha atingido novasformas de pensar a prtica psicoteraputica que eram muito diferentes dasabordagens acadmicas convencionais. De todo modo, as crticas iniciais a

    que foi submetido e o interesse que os estudantes demonstravam em suateoria compeliu-o a explanar melhor seus pontos de vista, resultando uma sriede livros, principalmenteCounseling and psychoterapy (1942).

    Em 1945, Carl Rogers tornou-se professor de Psicologia naUniversidade de Chicago e secretrio executivo do Centro de AconselhamentoTeraputico, quando elaborou e definiu ainda mais seu mtodo de terapiacentrada no cliente, a partir do legado de outros tericos, principalmente KurtGoldstein (c.f. a home page Psicologia Holstica), formulando uma teoria dapersonalidade e, ainda mais importante para o destaque de seu trabalho,conduzindo pesquisas sobre psicoterapia, o que muito pouco era feito com

    relao abordagem do momento, a Psicanlise (Hall & Lindzey, 1993;Rogers, 1951; Rogers & Dymond, 1954).

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    Em 1957, Rogers passa a ensinar na Universidade em que se graduou,Winconsin, at 1963. Durante esses anos, ele liderou um grupo depesquisadores que realizou um brilhante estudo intensivo e controlado,utilizando a psicoterapia centrada com pacientes esquizofrnicos, obtendo, emalguns pontos, muito material sobre a relao teraputica e muitos outros

    dados de interesse cientfico, em termos estatsiticos, com estes e com seusfamiliares. De qualquer modo, foi o incio de uma abordagem mais humana junto aos pacientes hospitalares.

    Desde 1964, Rogers associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, emLa Jolla, Califrina, entrando em contato com outros tericos humanistas, comoMaslow, e filsofos, como Buber e outros. Rogers passou a ser agraciado pormuitos psiclogos pelo seu trabalho cientfico, e atacado por outros, que viamnele e em sua teoria uma abordagem tola e/ou perigosa para o status e o poderque tinham, principalmente nos meios mdicos que se viram forados areconhecer, custas das inmeras pesquisas srias levadas por Rogers eseus auxiliaraes, que o psiclogo pode ter tanto ou mais sucesso no tratamentopiscoteraputico quanto um psiquiatra ou psicanalista... duro para a medicinaperder um espao que lhe diminui o poder poltico e mtico sobre a viso quedela tm as pessoas comuns.

    Rogers foi, por duas vezes, eleito presidente da Associao Americanade Psicologia e recebeu desta mesma associao os prmios de MelhorContribuio Cientfica e o de Melhor Profissional.

    Rogers morreu ativo, em 1987, aos 85 anos de idade.

    O posicionamento filosfico de Rogers, e sua perspectiva e viso do serhumano foram bastante avanadas para a sua poca, pois apresentam umentendimento altamente holista e sistmico do homem, que fica estremamenteclaro em seus livros, e, em resumo, nesta passagem de Liberdade paraaprender:

    Sinto pouca simpatia pela idia bastante generalizada de que ohomem , em princpio, fundamentalmente irracional e que os seusimpulsos, quando no controlados, levam destruio de si e dosoutros. O comportamento humano , no seu conjunto, extremamente

    racional, evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para osobjetivos que o seu organismo, como um todo sistmico, se esfora poratingir. A tragdia, para muitos de ns, deriva do fato de que as nossasdefesas internas nos impedirem de surpreender essa racionalidade maisprofunda, de modo que estamos conscientemente a caminhar numadireo, enquanto organicamente caminhamos em outra".

    extremamente interessante que Rogers se refira lgica do organismocomo um todo, intuindo um tipo de racionalidade orgnica que muito maissutil e mais profunda que o tipo de racionalidade intelectual e linear queordinariamente se pe como a nica coisa digna deste termo, racionalidade, e

    que, via de regra, se resume capacidade de reter algumas informaes ouhabilidades tcnicas, adestradas a partir da educao formal. Nisto, podemos

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    lembra a clebre citao de Pascal de que "O Corao possui razes que aprpria razo desconhece".

    este tipo de sabedoria interna ao organismo que se expressa noequilbrio ecolgico de todo o sistema vital do planeta. Assim como no amplo

    espectro do leque natural, a mesma racionalidade implcita vida se expressano homem, como tendncia auto-atualizao, que a tendncia natural doorganismo para atingir um grau de maior harmonia dinmica interna e externa,exercitando suas potencialidades adaptivas de acordo com o seudesenvolvimento global junto ao meio em que vive. Diz Rogers: " este impulsoque evidente em toda vida humana e orgnica - expandir-se, estender-se,tornar-se autnomo, desenvolver-se, amadurecer - a tendncia a expressar eativar todas as capacidades do organismo na medida em que tal ativaovaloriza o organismo ou o self" (c.f. Fadiman &Frager, 1986, p. 229). Destaforma, Rogers e sua teoria est inteiramente conforme nova viso holstica,ecolgica, organsmica e sistmica, dentro dos novos paradigmas orgnicosque surgem nas cincias fsicas e biolgicas, indo muito alm do reducionismosimplista do Behaviorismo, ou do determinismo mecanicista da psicanlise eseu modelo hidrulico da psique humana, ainda muito aceito e comentadodevido mstica da abordagem mecanicista na cultura acadmica, sempre altima a se abrir aos avanos do pensamento humano. Assim mesmo, convmlembrar que Rogers sempre concordou com muitos pontos importantes destasduas escolas, e via em Freud um grande terico.

    Rogers, juntamente com outros tericos, como Maslow, Goldenstein eoutros, est convencido que, tal como ocorre com uma planta que, mesmo emlocais insalubres, luta em busca do sol e da vida, embora os meios lhe sejamadversos, ns, os seres humanos, temos um impulso inerente ao organismocomo um todo para nos direcionarmos ao desenvolvimento de nossascapacidades tanto quanto for possvel, quer sejam fsicas, intelectuais oumorais, em conjunto. Embora Rogers no tenha incluido formalmente umadimenso religiosa ou transcendente em sua formulao da Tendncia Auto-Atualizao, ele deixa claro suas percepes deste nvel transpessoal em seusltimos livros, particularmente em "Um Jeito de Ser", e a grande aproximaoentre seus insights do contato profundo e transcendente no encontroteraputico com a nova viso de mundo da Fsica Moderna, que um pontocomum Psicologia Transpessoal, que a abordagem mais sofisticada em

    termos de psicoterapia, atualmente. De qualquer forma, outros autores, comoCampbell e McMahon estederam a teoria rogeriana para descrever algunsaspectos da experincia de percepo transcendental.

    De um modo geral, as escolas humanistas de psicologia, na qual seinsere o trabalho de Rogers e Maslow, opem-se s concepesfragmantadoras da viso de homem de outras escolas. por isso que elascriticam psicanlise ortodoxa, por esta ter como viso de homem umaconcepo semi-animalizada, onde a pessoa movida muito mais por foraspulsionais ou, como na tradio anglo-saxnica, instinitvas de prazer eagresso, ao qual s por meio de muitas restries culturais se pode, quando

    muito, aplicar um certo verniz de civilizao e socializao precria, com uminevitvel preo de frustraes e de Mal estar na Civilizao. Maslow,

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    especialmente, criticou vementemente a psicanlise ortodoxa freudiana porgeneralizar suas concluses sobre o ser humano a partir da observao clnicade indivduos emocionalmente perturbados, do que resultou uma visopessimista da natureza humana (Maslow, 1993). Os humanistas tambm serecusam a aceitar a viso do behaviorismo radical de Skinner, que identifica o

    homem ao rob ou marionete do meio, cuja natureza comportamental moldada, manipulada e controlada pelo condicionamento ambiental (idia caraao capitalismo e propaganda). Seria um crasso erro, segundo os humanistas,a tendncia exagerada a generalizar concluses obtidas a partir deexperimentos - muitos deles crueis e extremamente artificiais - realizados comanimais; ou mesmo quando, ao se fazer experimentos com pessoas, ao fato dese reduzir (por princpio de viso de mundo) a aspectos fisiolgicos ou outrosmecanicistas, perdendo a dimenso psicolgica propriamente dita.

    Os psiclogos humanistas preferem o estudo do homem em seupotencial mais positivo e a abordar a Psicologia a partir do prisma da sade edo crescimento psicolgico.

    Alm deste aspecto terico altamente positivo, a contribuio de Rogerspara a psicoterapia constituda pelos princpios de sua experinciateraputica denominado propriamente de "Terapia Centrada na Pessoa", onde de fundamental importncia a nfase na experincia atual, relacionado aomaterial trazido pelo cliente no momento do encontro teraputico, e que ligado totalidade da experincia subjetiva vivenciada, o que se liga,igualmente, ao amplo oceano fluido e corrente dos sentimentos mais ntimos.Ela se refere ao que se sentido imediatamente e que implicitamentesignificativo para o sentimento que o sujeito experimenta ao ter umaexperincia. O teraputa, assim, age como um facilitador e um espelho para ossentimentos e pensamentos do cliente, que passa a tomar maior conscincia econtato com o seu material vivencial, "percebendo" aspectos de suapersonalidade e de seus comportamente que lhe escapavam anteriormente.Da, o cliente, auxiliado pela ajuda teraputica, acaba por modificar ouamadurecer o conceito que tem de si e, consequentemente, a reavaliar suasestratgias de vida e viso de mundo. No fundo, todo o processo, em seuandamente, fruto da ao do prprio cliente, de sua imerso ou no noprocesso teraputico e de seu grau de investimento no mesmo. Da o nome"Abordagem Centrada no Cliente ou na Pessoa".

    Sendo assim, os principais aspectos da abodagem rogeriana so:

    Ateno ao impulso sutil, mas sempre existente, em direo aocrescimento, sade e ao ajustamento. A terapia nada mais que a ajudapara a libertao do cliente em sua busca natural para o crescimento e odesenvolvimento normais.

    Maior nfase aos aspectos afetivos e existenciais, que so muito maispotentes que os intelectuais.

    Maior nfase ao material trazido pelo cliente e sua situao imediatado que ao passado.

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    Grande nfase no relacionamento teraputico em si mesmo, queconstitui um tipo de entidade orgnica que se forma a partir do encontro entreteraputa e cliente e que, em si, traz uma forte fora para a experincia decrescimento de ambos, cliente e terapeuta.

    Muito apropriadamente, Rogers usa a palavra "cliente" ao invs do termo"paciente", carregado do rano mecanicista da abordagem biomdica. Umpaciente visto como algum doente que se submete ao ativa deprofissionais formados, que so mais "sbios" e competentes que ele mesmo.Um cliente algum que deseja um servio que no pode executar sozinho,mas que est mais em p de igualdade e, por isso, menos "incompetente"que o paciente, ou seja, o cliente visto como uma pessoa inerentementecapaz de entender e atuar sobre a sua prpria situao. H uma igualdadeimplcita no modelo teraputa-cliente, que no existe na abordagemmecanicista mdico-paciente: "O indivduo tem dentro de si a capacidade, aomenos latente, de compreender os fatores de sua vida que lhe causaminfelicidade e dor, e de reorganizar-se de forma a superar tais problemas".Rogers, portanto, entende a terapia como um processo que leva uma pessoa adescobrir as nuances de seu prprio dliema com o mnimo de ao por partedo teraputa, que funciona como um espelho para o cliente. A terapia "aliberao de capacidades j presentes em estado latente (...). Tais opinies seopem diretamente concepo da terapia como uma manipulao, por umespecialista, de um organismo mais ou menos passivo" (Rogers & Kinget,1977, p. 192). Tal aspecto fundamentalmente diferente da abordagens ondeo teraputa visto como o "mecnico" apto a "consertar" o problema do"paciente".

    Outra extraordinria contribuio de Rogers psicoterapia foi suadedicao dinmica da psicoterapia de grupo. Rogers compreendeuprofundamente que os indvduos em um grupo deixam-se envolver maisfortemente por um clima teraputico, e que o grupo, em si, um organismo, umsistema auto-regulador, onde cada indvduo parte fundamental constituintedo todo, ao mesmo tempo que tambm um todo em si. Caracteristicamente,todos os grupos de encontro possuem um clima de segurana psicolgica queencoraja a expresso de sentimentos estmulos dos membros do prpriogrupo, e abrange sempre o envolvimento afetivo como um todo. O modo comose d o desenvolvimento do grupo , quase sempre, imprevisvel, mas segue,

    via de regra, um percurso aut-reguldor e auto-dirigente de uma criatividadeimpressionante, levando eficazmente a uma atuao teraputica e cartticagrupal, ligando os indviduos do organismo coletivo, mesmo que haja um amploamlgama de sentimentos dspares em momentos crticos do encontro coletivo.

    "Quando o material afetivo significatvo emerge, as pessoas comeam aexpressar umas s outras seus sentimentos imediatos, tanto positivos quantonegativos" (Fadiman & Frager, 1986, p. 243). Quanto mais expressesemocionais vm tona, maior o desenvolvimento da capacidade teraputica dogrupo auto-regulador. "As pessoas comeam a fazer coisas que parecem serde grande auxlio, que ajudam os outros a tomar conscincia de sua prpria

    experincia de uma forma no ameaadora. O que o teraputa bem treinadoaprendeu a fazer durante anos de superviso e prtica, comea a emergir de

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    modo espontneo da prpria situao" (Fadiman & Fragerm, 1986, p. 243-244).Ou seja, Rogers descobriu, em psicoperapia, a mesma tendncia sistmica auto-organizao que os modernos bilogos sistmicos.

    Por tudo isso, est claro que o legado de Rogers de extrema

    importncia e atualidade, no podendo certos representantes da correnteracionalista dominante, por uma questo simplria de poder, defini-lo comoultrapassado ou superficial. Diante das mazelas de nossa poca tecnocrata,onde as coisas esto cada vez pipores em termos de qualidade de vida, nopode algum que se diz representante de uma abordagem com 102 anos searvorar como sabedor de toda a verdade, pois, apesar dela, o mundo est cadavez pior. Neste momento, o aspecto existencial e otimista da PsicoterapiaCentrada no Cliente parece ser um mtodo altamente positivo para nossasade psquica. Cabe ao tempo, enfim, confirmar ou no tudo isso.

    http://an.locaweb.com.br/Webindependente/psicologia/dramaria/drcarlos.htm