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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO VALÉRIA MACIEL FERREIRA ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO E DESEMPENHO PROFISSIONAL DOS GUIAS DE TURISMO DA CIDADE DE FORTALEZA-CE FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE TURISMO

VALÉRIA MACIEL FERREIRA

ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO E DESEMPENHO PROFISSIONAL DOS GUIAS DE

TURISMO DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

FORTALEZA

2013

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VALÉRIA MACIEL FERREIRA

ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO E DESEMPENHO PROFISSIONAL DOS GUIAS DE

TURISMO DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

.

Monografia submetida à aprovação da

Coordenação do Curso de Turismo do

Centro Superior do Ceará como requisito

parcial para obtenção do grau de

Graduação.

FORTALEZA

2013

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Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274

F383a Ferreira, Valéria Maciel

Análise da qualificação e desempenho profissional dos guias

de turismo da cidade de Fortaleza-CE / Valéria Maciel Ferreira.

Fortaleza - 2013

79f. Orientador: Prof.ª Elsine Carneiro.

Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Turismo, 2013.

1. Guia de turismo. 2. Qualificação - desempenho. 3.

Legislação. I. Carneiro, Elsine. II. Título

CDU 338.48

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VALÉRIA MACIEL FERREIRA

ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO E DESEMPENHO PROFISSIONAL DOS GUIAS DE

TURISMO DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.

Data de aprovação: ____/ ____/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Professora Ms. Elsine Carneiro Falcão

_________________________________________________

Professora Ms. Ariane de Queiroz Sousa

_________________________________________________

Professor Esp. Mansueto da Silva Brilhante

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A Minha Vó.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus que supriu todas as minhas necessidades e me capacitou

a concluir este ciclo.

A minha mãe que sempre me impulsionou a ser melhor e me garantiu segurança

nas minhas escolhas.

Ao meu pai que contribui para o início da minha formação.

A minha vó que me acalentou nos momentos mais difíceis da minha vida.

A minha orientadora Elsine Carneiro que com sua inteligência e experiência me

apontou os caminhos para chegar até aqui.

A minha professora de monografia Ariane Queiroz que com muita paciência e

dedicação corrigiu meus erros.

Aos professores, mestres na profissão que desempenham com dedicação e

entusiasmo o seu ofício. A esses mestres devo todo o agradecimento por tornar-me

uma profissional mais sábia. Dentre esses, menciono um agradecimento especial a

Elsine Carneiro, Ariane Queiroz, Flaubênia Girão, Cristiana Martins, Evanir Morais,

Alexandre Carneiro, Milton, Maria Elia e Mansueto Brilhante, com quem iniciei a

produção de meus trabalhos acadêmicos que me conduziram até aqui.

Aos amigos que fiz durante o percurso acadêmico: Edmeire Guedes, Fabiane

Barreto, Tatiana Campos, Viviane Guimarães, Yaline Saboia, Ana Paula, Dilarda,

Ana Clara, Germana, Milton, Kirlla, Mônica, Emanuella Amanda, Eidiane e outros.

Amigos que considero muito especiais e essenciais a minha vida e que ficarão para

sempre em minhas lembranças e em meu coração.

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“A mente que se abre a uma nova ideia

jamais voltará ao seu tamanho original”.

Albert Einstein

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RESUMO

Este trabalho acadêmico tem como objetivo abordar a formação e o desempenho profissional do guia de turismo da cidade de Fortaleza. Para tanto, foram definidas variáveis como grau de instrução, capacitação em línguas estrangeiras, desempenho da função, condições de trabalho, legislação, entre outras. Os procedimentos metodológicos utilizados foram amostras de entrevistas feitas com os guias para a veracidade dos dados teóricos encontrados. Dados estes obtidos através de pesquisas bibliográficas e de campo com a aplicação de questionário. O levantamento dos dados ocorreu durante os meses de novembro e dezembro de 2013. Também foram utilizadas fontes secundárias como livros e sites disponíveis na internet. Conclui-se que, mesmo com as insatisfações relacionadas as condições de trabalho o guia de turismo desempenha com satisfação sua profissão. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas: primeiro realizou-se o estudo bibliográfico sobre o profissional guia de turismo, sua qualificação e desempenho profissional. Em um Segundo momento, houve a aplicação de questionários e análise dos dados.

Palavras-chave: Qualificação. Desempenho. Legislação. Guia de turismo.

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ABSTRACT

This academic paper aims to address the training and performance of the tour guide from Fortaleza. In order to do so, variables such as education level, training in foreign languages, task performance, working conditions, legislation, among others, were defined. The methodological procedures used were samples of interviews with the guides for the veracity of the theoretical data found. These data were obtained from literature and field searches with the use of questionnaire. Data collection occurred during the months of November and December, 2013. Secondary sources such as books and websites available on the Internet were also used. We conclude that, even with the dissatisfactions of working conditions, the tour guide does his job with satisfaction. The study was conducted in two stages: first, we did bibliographical studies on the professional tour guide, his qualifications and professional performance. In a second time, we used questionnaires and analysed data.

Keywords: Qualification. Performance. Legislation. Tour guide.

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LISTA DE QUADRO E FIGURAS

Quadro 1: Comportamento do fluxo turístico internacional.......................................... 22

Figura 1: Desembarques e receita cambial.................................................................. 22

Figura 2: Desembarque de passageiros internacionais............................................... 25

Figura 3: Evolução do emprego por nível geográfico segundo setor de serviços........ 26

Figura 4: Taxa de ocupação hoteleira de Fortaleza e principais destinos................... 27

Figura 5: Agregados do turismo no Ceará via Fortaleza no período 01 a 05 de

novembro de 2012.......................................................................................................

27

Figura 6: Tarifário de prestação de serviços dos guias de turismo do estado do

Ceará/2013...................................................................................................................

49

Figura 7: Tabela comparativa da contribuição sindical................................................ 49

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Nível de formação........................................................................... 54

Gráfico 2: Sindicalizados(SINDEGTUR).......................................................... 55

Gráfico 3: Não sindicalizados (SINDEGTUR).................................................. 55

Gráfico 4: Língua estrangeira........................................................................... 56

Gráfico 5: Curso de recapacitação profissional............................................... 56

Gráfico 6: Participação em congresso............................................................. 57

Gráfico 7: Satisfação no desempenho da função............................................ 57

Gráfico 8: Satisfação profissional..................................................................... 58

Gráfico 9: Garantia ao acesso gratuito conforme a Lei 8.623/93..................... 58

Gráfico 10: Cumprimento da Lei 8.623............................................................ 59

Gráfico 11: Tempo do curso técnico................................................................ 59

Gráfico 12: Instituição de formação................................................................. 60

Gráfico 13: Satisfação em relação às disciplinas............................................ 60

Gráfico 14: Matriz curricular atualizada............................................................ 61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLA

BID - Banco Interamericano

BNB - Banco do Nordeste do Brasil

CEC - Centro de Eventos

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo

FENAGTUR - Federação Nacional dos Guias de Turismo

FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

IFCE - Instituto Federal do Ceará

MEC - Ministério da Educação e Cultura

MTUR - Ministério do Turismo

OMT - Organização Mundial de Turismo

ONU - Organização das Nações unidas

PRODETUR - Programa de Desenvolvimento Turístico

SINDEGTUR/CE – Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Ceará

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SETUR - Secretária de Turismo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14

2 A HOSPITALIDADE E O MERCADO DE VIAGENS .............................. 16

2.1 A relevância do turismo no século XXI ................................................ 21

2.2 A evolução do turismo na cidade de Fortaleza ................................... 25

2.3 A atividade turística e o guiamento ...................................................... 29

3 O GUIA DE TURISMO ............................................................................. 36

3.1 Definição e funções ............................................................................... 38

3.2 Formação e habilidades profissionais ................................................. 43

3.3 Aspectos legais da profissão ............................................................... 47

4 PESQUISA E SUAS CONCLUSÕES ........................................................... 53

4.1 Metodologia ............................................................................................ 53

4.2 Análise dos dados ................................................................................. 54

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 64

APÊNDICE .............................................................................................. 68

ANEXO ..................................................................................................... 71

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INTRODUÇÃO

Quando o assunto é turismo, logo se é pensado em viagens e muita

diversão, mas não é assim que as exigências do mercado são feitas para um

profissional da área. Em decorrência dessas exigências, surge um mercado que

estabelece uma mão de obra qualificada e que tenha um bom desempenho. Estas

são características básicas para qualquer segmento na área profissional,

principalmente, no que diz respeito às prestações de serviços, como é o caso do

turismo.

O turismo vem crescendo de forma acelerada e complexa, trazendo

consigo as diversidades de setores turísticos. A expansão turística tornou-se ampla,

e o profissional de turismo pode atuar no setor de hospedagem, área pública,

agência de turismo, de cruzeiros, na área docente, guiamento, entre outras.

Nesse contexto, o turismo, por ser uma combinação complexa de

serviços, “é uma atividade de utilização intensa de capital humano (...) e a formação

de mão-de-obra especializada poderá responder aos desafios que o setor enfrenta”

(ANSARAH, 2001, p.12). Assim, sendo o capital humano seu maior recurso, é

necessário investir na sua formação e capacitação para que sejam oferecidos

serviços de qualidade.

Diante do exposto, surgiu a necessidade de analisar a qualificação e o

desempenho profissional do guia de turismo da cidade de Fortaleza, que exerce a

função de assessorar aqueles que consomem o produto turístico. Afirmam os

autores Chimenti e Tavares (2007) que o guia tem a função de acompanhar, orientar

e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas,

municipais, estaduais e até interestaduais.

Assim o presente trabalho pretende como objetivo geral abordar a

qualificação e o desempenho profissional do guia de turismo da cidade de Fortaleza.

Dentro deste objetivo geral, corresponde aos objetivos específicos analisar a

qualificação do profissional guia de turismo no mercado de Fortaleza, identificar o

grau de satisfação relacionado aos direitos e deveres conforme a legislação e

identificar a satisfação com a grade curricular dos cursos técnicos existentes.

A metodologia utilizada foi primeiramente fundamentada em estudos

bibliográficos e em um segundo momento, foram enviados questionários por email

aos profissionais guias de turismo que fazem parte do banco de dados do Cadastro

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dos Prestadores de Serviços Turísticos – CADASTUR. Após, foi realizada uma

pesquisa de campo sendo aplicado questionários com os guias de turismo que

prestam serviços a agência CVC, localizada no Aeroporto Internacional Pinto

Martins.

O trabalho acadêmico está dividido em quatro capítulos, sendo o primeiro

a Introdução. O segundo capítulo discorre sobre a hospitalidade e o mercado de

viagens, sendo abordados os conceitos e a relevância do turismo no século XVI, a

evolução do turismo na cidade de Fortaleza, a atividade turística e o guiamento.

O terceiro capítulo apresenta um breve histórico sobre o guia de turismo,

contando um pouco de como iniciou sua atuação na historia até os dias atuais. Em

seguida a definição, função, formação, habilidade profissional e aspectos legais da

profissão do guia. Logo após, no quarto capítulo apresenta-se a pesquisa realizada

com os guias de turismo, mediante a aplicação de um questionário. Concluindo

encontram-se as considerações finais, o apêndice e os anexos.

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2 A HOSPITALIDADE E O MERCADO DE VIAGENS

“O que queremos não é adivinhar o futuro provável, mas preparar um que seja desejável e talvez ir um pouco além e tentar fazer do futuro desejável o provável.”

Jacques de Bourbon-Busset

O Turismo é uma atividade econômica que mobiliza vários setores

turísticos, fazendo gerar rendas para o crescimento simultâneo das necessidades

geradas pelos consumidores mais exigentes. Devido às inúmeras facilidades criadas

pelo setor, houve interesse pelas pessoas em viajar com finalidades diversas.

Com as finalidades diversas veio o culto à hospitalidade, onde deram

início na civilização grega. De acordo com Castelli (2005, p.46), para a civilização

grega, a palavra hospitalidade teria várias conotações, entre elas “Hospitium, para

os romanos, designava o local destinado para o repouso dos viajantes, e hospes, a

pessoa que nele se hospedava, o hóspede”.

Conforme o autor Seydoux (1983, apud CASTELLI, 2005, p.26), quando

um viajante chegava a uma cidade grega, “era bem recebido, era-lhe dado de beber

e comer, lavavam-lhe os pés, sem mesmo perguntar-lhe pelo nome e motivo de

viagem (...)”. A hospitalidade é associada à generosidade e à prática das boas

maneiras.

Afirma Montadon (2001, apud CASTELLI, 2005 p.143), que a

hospitalidade “é uma noção que parece ser simples, mas, pelo contrário, é uma das

mais complexas, das mais ricas e aparentemente das mais contraditórias”. Segue

afirmando Cruz (2002, apud CASTELLI, 2005 p.143), que a hospitalidade “envolve

um amplo conjunto de estruturas, serviços e atitudes que, intrinsecamente

relacionados, proporcionam bem-estar ao hóspede”.

O autor Schérer (1993, apud CASTELLI, 2005, p16), esclarece sobre o

termo hospitalidade, “a hospitalidade não é um acidente da condição humana, mas

faz parte da sua essência”. Visto de outra forma, é da natureza do homem o desejo

de abrir-se para o outro e criar, fora de si, algo capaz de promover o bem estar.

Os termos “turismo” e “hospitalidade” são ainda muito utilizados, porém

existe uma diferença no que diz respeito à relação entre eles. Os autores Lockwood

e Medlik (2003, p.310), afirmam que consideram “o turismo como um termo

abrangente, cobrindo todos os aspectos do ato de passar um tempo fora de casa, e

hospitalidade como um aspecto especifico desse procedimento.”

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Conforme Ignarra (2003, p.14), o turismo é uma relação de setores e

indústrias que se relacionam com a realização de uma viagem: “transportes,

alojamentos, serviços de alimentação, lojas, espetáculos, instalações para

atividades diversas e outros serviços receptivos disponíveis para indivíduos ou

grupos que viajam para fora de casa”.

Ignarra (2003) informa que o conceito que se dá ao turismo é bastante

amplo, segundo os vários autores que tratam desse assunto. O turismo está

relacionado com viagens, mas nem todas elas são consideradas como turismo. De

acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT) (apud IGNARRA, 2003, p.11),

o turismo é definido como “o deslocamento para fora do local de residência por

período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por razões não-

econômicas”.

Passado algum tempo a definição sobre o que é turismo sofreu um

aperfeiçoamento em 1994. A Organização Mundial de Turismo (OMT) (apud

IGNARRA, 2003, p.11), afirma que “o turismo engloba as atividades das pessoas

que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente usual durante não mais

do que um ano consecutivo, por prazer, negócios ou outros fins”.

Robert McIntosh (apud IGNARRA, 2003, p.12), afirma que “o turismo

pode ser definido como a ciência, a arte e a atividade de atrair e transportar

visitantes, alojá-los e cortesmente satisfazer suas necessidades e desejos”.

Lundberg (apud BARRETO, 2003, p.12) define que “o turismo é a

atividade de transporte, cuidado, alimentação e entretenimento do turista; tem um

grande componente econômico, mas suas implicações sociais são bem mais

profundas”.

Segundo Barreto (2003), a grande variedade de definições de turismo

existente evidencia a diversidade de referenciais teóricos com que o turismo é

abordado, seja quando considerado prática social, seja como área de conhecimento.

Como se vê pela diversidade das definições acima citadas, o turismo é

um fenômeno muito complexo. Como afirma Ignarra (2003), o turismo abrange todos

os prestadores de serviços para os visitantes ou para os relacionados com eles.

Segue afirmando Ignarra (2003, p.14), que “o turismo é toda uma indústria

mundial de viagens, hotéis, transportes e todos os demais componentes, incluindo

marketings turísticos, que atende as necessidades e desejos dos viajantes”. Para

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melhor entender sobre o desenvolvimento histórico do turismo, é necessário

identificar o surgimento das primeiras viagens.

em 1841, um vendedor de bíblias, chamado Thomas Cook, andara 15 milhas para um encontro de uma liga contra o alcoolismo em Leicester. Para um outro encontro,em Loughborough,ocorreu-lhe a ideia de alugar um trem para levar outros colegas.Juntou 570 pessoas,comprou e revendeu os bilhetes,configurando a primeira viagem agenciada.Em 1846,realizou uma viagem similar de Londres a Glasgow(Escócia) com 800 pessoas utilizando os serviços de guias turísticos.Era o começo do turismo coletivo,a “excursão organizada” que atualmente leva o nome de all inclusive tour,package ou pacote(BARRETO,2003,p.51).

Conforme Barreto (2003), a prática do turismo no século XIX esteve

marcado pelo trem em nível nacional e pelo navio em nível internacional. A

sociedade foi marcada pelas consequências destas melhorias nos transportes nas

áreas de comércio, indústria, serviços e na realocação de mão-de-obra.

De acordo com Lage e Milone (2009, p.37), “as modificações ocorridas na

agricultura e na indústria motivaram ainda mais as pessoas a se deslocarem em

busca de informações e fizeram com que as viagens adquirissem interesse

profissional”.

No mercado de viagens existem vários tipos de motivações e com elas

suas classificações, sendo as mais comuns, lazer, cura, descanso, desportivo,

religioso, gastronômico e profissional. De acordo com Castelli (1986, BORGES,

2009, p.159) “o ócio não é ociosidade, ou seja, não suprime o trabalho, mas o

pressupõe. Enquanto o turista busca seu lazer, pessoas estão trabalhando para que

esse lazer venha acontecer”. Com estas atividades vieram as classificações dos

consumidores viajantes.

Para as definições destes viajantes, houve uma classificação entre o

conceito de turista, excursionistas e visitantes. É importantes ressaltar que todos

estes viajantes são consumidores de serviços turísticos, independentes de suas

motivações. Ignarra (2003, p.15) afirma que “turista, na conceituação tradicional, é

aquele que viaja com o objetivo de recreação”. Já em 1954, segundo a organização

das Nações Unidas (ONU)(apud IGNARRA 2003, p.15),

toda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses,

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no transcorrer de um período de 12 meses, com a finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósito de imigração.

Para Ignarra (2003, p.15),

quando o visitante não pernoita em uma localidade, ele é tido excursionista. Aquele que viaja e permanece menos de 24 horas em local que não seja o de sua residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas sem nele passar uma noite, é considerado excursionista ou turista de um dia.

Segue afirmando Ignarra (2003, p.15) que:

costumou-se designar os participantes de cruzeiros marítimos ou fluviais que visitam uma localidade, mas que pernoitam nas embarcações, com o termo visitante, embora este enquadre tanto turistas como excursionistas. Por similares, alguns autores o têm utilizado para designar aqueles que se hospedam em residências secundárias ou em casas de parentes.

De acordo com Barbosa (2002), existem países que computam visitantes

viajando a negócios e outro não, podem ser ou não considerados como turistas,

dependendo dos parâmetros empregados por cada país.

O mercado de viagens é um fenômeno socioeconômico composto por

serviços nas áreas de interesse cultural, de negócios, de lazer, dentre outras áreas.

Com esta relação de serviços tornou-se clara a exigência de qualidade nos serviços

ofertados. De acordo com Tomelin (2001, p.46), “a exigência por qualidade é própria

da atual economia globalizada”.

Para que estes serviços tenham a fidelidade do consumidor, o mesmo

tem que apresentar boa qualidade. Segundo Maximiniano (2007, p.155), “qualidade

é uma palavra que faz parte do dia-a-dia e desempenha um papel importante em

todos os tipos de organizações e em muitos aspectos da vida das pessoas”.

Com a rapidez da economia do setor do turismo em crescimento, muitas

pessoas almejam investir em algum tipo de negócio voltado a ela, seja em empresas

de eventos, pousada, hotéis, agências de viagens ou qualquer outro segmento

voltado para o turismo. De acordo com Beni:

a oferta do turismo pode ser concebida como o conjunto dos recursos naturais e culturais, que em sua essência constituem a matéria-prima da atividade turística, por que na realidade são esses recursos que provocam a afluência de turistas. A esse conjunto agregam-se os serviços para dar consistência ao seu consumo, aos quais compõe os elementos que integram a oferta, no seu amplo sentido numa estrutura de mercado (BENI, 1997, p. 158).

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Os produtos ofertados pelo turismo têm suas peculiaridades quando se é

ofertado como serviços turísticos. Afirma Ignarra (2003, p.21) que fazem parte dos

serviços turísticos: “os meios de hospedagem, os serviços de alimentação, de

entretenimento, de informações turísticas e de agenciamento, os transportes

turísticos, a locação de veículos e embarcações (...)”. De acordo com o autor Cobra,

o serviço turístico é visto como,

intangibilidade: não se pode pegar, apalpar, cheirar; Perecebilidade: uma vez produzido, deve ser consumido; Simultâneos: produção e consumo [...] uma vez que o serviço é oferecido, ele deve ser consumido; Heterogeneidade: o serviço turístico não é homogêneo, pois depende do desempenho humano, do funcionário que o produziu; Baixa elasticidade da oferta: a oferta não é elástica, ou seja, não é possível ampliar a oferta de assentos em um voo mais procurado, por exemplo (COBRA, 2005, p. 90).

Embora o turismo tenha alçando um grau de desenvolvimento em

diversos lugares, as estruturas físicas como monumentos históricos de muitos

destinos ainda não são sua maior procura. Conforme os autores Lockwood e Medlik

(2003, p.70) “as pessoas ignoraram o fato de que os visitantes não estão muito

interessados nas estruturas que cresceram ao longo dos anos. Os turistas procuram

pacotes de serviços abrangentes e bem coordenados”.

Diante do que foi apresentado, percebe-se que o turista procura ser bem

aceito, ou seja, ser bem recebido em cada localidade que ele passa. O mercado de

viagens com seu amplo crescimento contínuo tem sinalizado a importância do

turismo no século XXI, o que será abordado no próximo capítulo.

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2.1 A relevância do turismo no século XXI

O Turismo, com o passar do século, foi atingindo um crescimento

imensurável e para alguns autores, a globalização justifica parte deste crescimento.

Conforme Dias (2003), a globalização se remete à interdependência crescente entre

os diversos processos econômicos, culturais e sociais.

De acordo com Dias (2003, p.37), “o turismo manifesta-se com uma

atividade econômica que condiciona a organização do território, pois o utiliza,

consome e transforma”. O turismo tem seu papel fundamental no efeito multiplicador

econômico.

Segundo o autor Goeldner (2002 apud DIAS, 2003 p. 43), o turismo faz

com que a economia seja um capital de giro:

quando a despesa de um turista injeta fundos na economia, ocorre um efeito econômico que é considerado um multiplicador de renda, uma vez que as despesas turísticas são transformadas em renda para a população local, direta ou indiretamente. Outros efeitos econômicos, no entanto, ocorrem. Há a multiplicação de empregos quando os gastos são maiores. Da mesma forma, quando o volume de negócios cresce numa destinação turística, mais infra-estrutura e superestrutura são construídas, resultando portanto, em multiplicação do capital

Quando o turismo é considerado como indústria, cria-se um respeito e fica

no topo das estatísticas como um dos segmentos de mercado mais importante para

a economia. Segundo Vera et al(1997 apud BARBOSA 2002, p.88),

turismo não é uma atividade econômica, mas uma pratica social coletiva geradora de diversas manifestações econômicas; o recurso turístico transformado ou convertido em produto turístico se consome ali onde se produz e não desaparece; é intangível. A matéria-prima não se desloca, quem se desloca é o turista como consumidor.

Nos meados do século XIX ocorreram grandes mudanças no assunto que

diz respeito ao turismo. Segundo Pires (2002, p.24), estas mudanças foram “as

novas condições econômicas, políticas, sociais, culturais e tecnológicas, advindas

da Revolução Industrial”.

Segundo Dias (2003 p.14) afirma que

o turismo ao longo do século XIX, e principalmente do XX, cresceu como fruto da Segunda Revolução Científico-tecnológica (a Revolução Industrial),e recebeu no final do século XX formidável impulso da Terceira

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revolução( do conhecimento), em que a comunicação e a informação, ao lado de outros processos como o aumento da produtividade humana, provocam como efeito imediato diminuição da jornada de trabalho, e aumento do tempo livre.

O turismo tem uma magnitude na geração de riquezas. Conforme afirma

Barreto (2003, p.71), “do ponto de vista financeiro e dependendo da estrutura social

do país em questão, o turismo pode ser uma atividade econômica geradora de

riqueza”.

A atividade do turismo no século XXI se expande por quase todo o

mundo, apesar de que, no Brasil, o seu andar ainda seja lento e incerto. Afirmam

Gastal e Castrogiovanni (2003, p.32) que,

o turismo tem enfrentado sérias dificuldades em encontrar o caminho do profissionalismo e do desenvolvimento, por absoluta falta de condições ambientais, mas, de modo especial, pela falta de concepção sobre o fenômeno, sua estrutura e complexidade, questão que se agrava neste século XXI, anunciado como o período em que o conhecimento será uma das matérias primas mais valorizadas.

O turismo como indústria é capaz de produzir empregos e renda para

determinada localidade e isso já está no senso comum. Conforme Davidson (1999

apud BARBOSA 2002, p.87) “(...) a indústria do turismo é composta por uma gama

de firmas inicialmente voltadas para o âmbito de vender ou de servir aos turistas.

Hotéis, restaurantes, transportes e divertimentos (...) compõem a indústria do

turismo”.

A chegada de turistas no país é um fenômeno econômico que mexe com

vários setores da atividade turística. De acordo com Dias (2003), o turista gasta

dinheiro em compras diversas, transporte, alojamento e consumo de alimentos e

bebidas e cada um desses gastos reflete em diversos setores da economia, ativando

o mercado, gerando renda, trabalho e empregos diversos.

No ano de 20121, quase 15 milhões de passageiros desembarcaram no

Nordeste. Segundo o Ministério do Turismo, depois de São Paulo e Rio de Janeiro,

os locais mais visitados nas viagens domésticas foram a Bahia e o Ceará. Brasília

aparece em quinto lugar e, depois, mais dois estados nordestinos (Pernambuco e

Rio Grande do Norte).

1 Disponível em: <g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/02/cidades-do-nordeste-são-maioria-no-ranking-de-destinos-mais-procurados> Acessado em: 13/04/2013.

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22

A região nordeste está nos planos de grande parte dos brasileiros que

pretendem viajar nos próximos seis meses. O Ministério do Turismo constatou que a

preferência é pelos lugares considerados mais paradisíacos: Fernando de Noronha,

em Pernambuco, e Fortaleza no Ceará.

Segundo dados da Organização Mundial de Turismo - OMT2, as

chegadas de turistas internacionais (visitante que pernoitam) cresceram 4% em

2012, superando globalmente, pela primeira vez na sua história a casa de um bilhão

de turistas. Isto é, apesar da instabilidade econômica mundial, a demanda do

turismo internacional manteve-se aquecida, com um incremento de 40 milhões de

turistas, aos 995 milhões de 2011 conforme ilustra o quadro a seguir:

Quadro1: Comportamento do Fluxo Turístico Internacional - 2000-2012 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT)

De acordo com a Embratur3 (2013), os destinos nacionais superam os

internacionais na preferência dos brasileiros que desejam viajar no ano de 2013,

mais de 68% apontaram como destino as cidades brasileiras e 23,3 % para outros

países conforme mostra o gráfico a seguir:

2Disponível em: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/estatisticas_indicadores/estatisticas_indicadores_turismo_mundial/ Acessado em 08/01/2014. 3Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/geral_interna/noticias/detalhe/20130206.html> Acessado em 28/04/2013.

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23

Figura1. Desembarques e Receita Cambial4 Fonte: Embratur 2013

O turismo do século XXI obteve crescimento e otimismo nos

levantamentos realizados embasados no faturamento, preços e custos envolvendo

vários setores. Afirma ainda Dias (2005, p.41) que “o turismo experimenta um

processo de crescimento sem precedentes, tornando-se o maior movimento de

pessoas já ocorrido na historia da humanidade”.

O mercado turístico tem forte potencial quando são unidos os segmentos

da economia, da cultura e do social, fazendo com que seja criado um elo entre eles.

Conforme afirma o SENAC (2012), o mercado do turismo tem forte geração de

empregos, sejam eles diretos ou indiretos, em que estão inclusos as agências,

hotelarias, entretenimento, entre outros.

De acordo com o SENAC (2012, p.12), as vantagens em relação aos

aspectos socioeconômicos são “geração de emprego e renda, aumento da receita,

desenvolvimento local”. Costuma-se pensar a cultura na forma de manifestações

folclóricas, gastronômicas, musicais, históricas e artísticas, porém, como afirma o

SENAC (2012, p.12), “o conceito de cultura é mais amplo: engloba o sistema de

valores e costumes. A interação com as culturas diferentes, trazidas pelos turistas,

sempre altera o ambiente sociocultural dos destinos”.

Conforme descrito anteriormente, a atividade turística tem seu papel

importante na conscientização da população local e as autoridades locais do valor

de suas manifestações culturais típicas e de seu patrimônio histórico. De acordo

com o SENAC (2012, p.14), “a atividade turística pode levar as comunidades a

perceberem sua identidade cultural e a preservá-la como patrimônio”. Diante disto,

no próximo tópico será analisada a evolução do turismo na cidade de Fortaleza.

4Disponível em:<http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/home.html> Acessado em 28/04/2013.

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24

2.2 A evolução do turismo na cidade de Fortaleza

A evolução das primeiras décadas do turismo foi acompanhada pelo

avanço da industrialização e da urbanização. De acordo com Alban (2006), o turismo

no século XX quase se resumia às temporadas de veraneio em residências próprias

ou alugadas, que ficavam em locais próximos aos grandes centros. Os hotéis eram

essencialmente voltados para negócios e os que não eram tinham o objetivo de

lazer.

O turismo nos anos de 1980, como toda economia brasileira, viveu

também período de grande estagnação e oscilação com os planos de congelamento

de preços. Afirma Alban (2006, p.302) que “com a chegada dos anos 1990, o

turismo, junto com toda a economia, vive as transformações da conquista da

estabilização de preços, conseguida pelo plano real”.

O turismo passou a ser visto como um setor econômico ideal, tendo assim

um setor de grande potencial para geração de emprego, extensão costeira,

patrimônio ambiental e riqueza cultural. De acordo com Alban (2006, p.303), “a partir

de meados dos anos 1990 o turismo passou a ser entendido, por todos, como uma

rota natural e fácil para o rápido e equilibrado desenvolvimento sustentável do país”.

No Nordeste foi elaborada uma estratégia de desenvolvimento conhecido

como Programa de Desenvolvimento do Turismo Nordeste (PRODETUR), que

visava a criação de infraestrutura como novas estradas, sistema de saneamento,

entre outras para estimular o turismo na região. De acordo com o autor Mendes

(2012, p.66), “a primeira fase do programa foi aprovada em 1994 e tinha como

objetivo a construção de infraestrutura para o setor de turismo na região, visando à

melhoria da qualidade de vida da população local”.

De acordo com Mendes (2012), em 1994 foi a data de aprovação do

PRODETUR Nordeste I e, em 2002, o PRODETUR Nordeste II, que tinham como

apoio de financiamento o Banco Interamericano (BID) e o Banco do Nordeste do

Brasil (BNB). Conforme o site 5governamental, “Ceará é o 1º Estado do país a

assinar o Prodetur Nacional”. A geração desses programas foi pensado em tornar

nosso Estado mais desenvolvido e fortalecido no requisito turismo.

5 Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/2245-ceara-e-o-1o-estado-do-pais-a-assinar-o-prodetur-nacional Acessado em 29/10/2013.

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Dentro desse contexto, Fortaleza foi reconhecida como um dos mais

promissores destinos receptores do turismo no Brasil. Segundo a coordenação de

Estudos e Pesquisas da Secretaria do Turismo (Setur CE, 2013)6,

nos três primeiros meses de 2013, o número de estrangeiros que desembarcaram no Ceará (via Aeroporto Internacional Pinto Martins ou portos do Pecém e do Mucuripe), cresceu 27,69% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, chegaram no Estado 20.514 turistas internacionais.

Últimos registros dos desembarques internacionais em Fortaleza:

Figura 2 Desembarque de passageiros internacionais Fonte: Secretaria do turismo (Setur) 2013.

Segundo o site da Setur Fortaleza, o ano de 2012 marcou a história da

atividade turística no Ceará com uma série de obras estruturantes inauguradas

como: O Centro de Eventos (CEC), duplicação da CE 040, início da duplicação da

CE 085, aeroporto de Aracati, entre outros7.

6Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/7912-numero-de-turistas-estrangeiros-cresce-2769 Acessado em 18/04/2013. 7Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/7312-2012-consolida-turismo-como-indutor-do-desenvolvimento-do-ceara Acessado em 18/04/2013.

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A capital cearenses8 é a terceira mais procurada entre os destinos

turísticos do País, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em outubro

(2012), uma pesquisa encomendada à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

(FIPE/USP) e ao Ministério do Turismo (Mtur) apontou Fortaleza como a capital que

desperta mais interesse para os turistas e que perde em segundo lugar para o

arquipélago de Fernando de Noronha.

O turismo na cidade de Fortaleza tem sido objeto de atenção, como

instrumento de geração de emprego e renda. A Secretaria do Turismo do Estado

informa9 que, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

(Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no setor de serviços em que a

atividade turística está inserida, no mês de julho de 2011, o Ceará registrou 3.183

empregos, apresentando o primeiro lugar no rank em números de posto de trabalhos

gerados.

Figura 3 Evolução do emprego por nível geográfico segundo setor de serviços10 Fonte: MTE-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

O número de turistas que visitam o Ceará vem crescendo mês a mês e

ocupando um patamar de 80% da rede hoteleira, fazendo gerar receitas turísticas

8 Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/7312-2012-consolida-turismo-como-indutor-do-desenvolvimento-do-ceara Acessado em 18/04/2013. 9Disponível em: <http://www.setur.ce.gov.br/noticias/empregos-no-turismo-em-alta-no-ceara/?searchterm=turismo%20no%20cear%C3%A1> Acessado em 28/04/2013 10Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/7063-ceara-lidera-a-geracao-de-empregos-no-setor-de-servicos Acessado em 29/04/2013.

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satisfatórias11. Seguem abaixo gráficos que demonstram a taxa de ocupação

hoteleira.

Figura 4 Taxa de ocupação hoteleira de Fortaleza e principais destinos Fonte: SETUR/CE, 2012.

Figura 5: Agregados do turismo no Ceará via Fortaleza no período 01 a 05 de novembro de 2012 Fonte: SETUR/CE, 2012.

A evolução do turismo na cidade de Fortaleza foi ganhando grandes

espaços durante os anos, conquistando o respeito e a credibilidade dos

consumidores. O crescimento acelerado da atividade turística em Fortaleza vem

11 Disponível em: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/6921-feriadao-vai-atrair-523-mil-turistas-ao-ceara Acessado em 20/04/2013

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contribuindo para o desenvolvimento do terceiro setor, entre eles o serviço de

guiamento.

2.3 A Atividade Turística e o Guiamento

A atividade turística vem promovendo o seu espaço e abrangendo

territórios em todo o mundo. A sociedade humana, em outros tempos tão

sedentários, pôs-se em movimento. Chimenti e Tavares (2007) afirmam que, no

mercado turístico, são oferecidas várias programações com os mais diversos

formatos. A existência dessas formatações distintas é para que seja possível

adequar a oferta turística ás suas características, necessidades, expectativas e

condições financeiras do público consumidor.

Seguem afirmando Chimenti e Tavares (2007, p.41) que,

cada umas das formas de organização do produto turístico possui características operacionais especificas.Itens como maleabilidade e possibilidades de alterações na programação, calculo de preços, reembolso, condições em caso de cancelamento, entre outros, variam de acordo com o modo de organização do produto.

De acordo com Krippendorf (2001, p.21), “o turismo moderno tornou-se

um dos fenômenos mais notáveis e singulares da nossa época”. O turismo é uma

atividade elástica e seu crescimento está relacionado á dinâmica econômica do

destino onde se desenvolve.

Conforme afirma Rejowski (2002, p.44), um dos momentos mais

importantes para a atividade turística foi “o desenvolvimento do transporte ferroviário

e da navegação a vapor inserido no processo provocado pela Revolução Industrial”.

Com este desenvolvimento deram origem as várias transformações nas viagens.

Um dos grandes ícones dos propulsores da atividade turística foi Thomas

Cook, um jovem de 32 anos. Em 1841, realizou uma viagem de trem entre as

cidades de Loughbrough e Leicester, transportando 578 pessoas para participar de

um congresso sobre alcoolismo. Andrade (1998) afirma que Thomas Cook realizou

toda a viagem sem compreender o potencial econômico que representaria.

No ano de 1845, Thomas Cook organizou viagens com ênfase nas

necessidades de seus clientes, característica esta que contribuiu para o êxito

profissional. Segundo Swinglehurst (2002, apud YAMAMOTO, 2005, p.33), com a

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experiência adquirida Thomas Cook dedicou-se, passou a conduzir seus próprios

grupos e conseguiu preços melhores.

De acordo com Barbosa (2002), Thomas Cook deu início a varias

viagens em grupos que foram os primeiros passos para se criar a primeira e maior

agência de todos os tempos. Thomas Cook tem suas contribuições reconhecidas até

os dias vigentes; conforme De La Torre (2003, p.12), “o trabalho de Cook é

totalmente reconhecido no meio turístico. Ele é considerado o pai da indústria

turística organizada”.

As viagens tornaram-se uma indústria de rentabilidade econômica para o

processo do surgimento das agências de viagens. De acordo com os autores Braga

e Tavares,

as agências de viagens são um elemento do mercado turístico que funciona como agregador de serviços. São elas que transformam destinos turísticos e diversos equipamentos em produtos, atuando na produção e distribuição de bens e serviços turísticos e ofertando isso aos possíveis consumidores (BRAGA; TAVARES, 2008, p.19).

Na oferta desses serviços que dependem do desempenho humano, estão

pontuadas as agências de viagens e/ou turismo. No Brasil, as agências de turismo

são classificadas de acordo com a legislação. Petrocchi e Bona afirmam que:

os serviços do turismo podem ser vendidos diretamente ao público consumidor, ou indiretamente, através do mercado intermediário. As agências de turismo integram esse mercado intermediário e constituem um canal de distribuição dos produtos turísticos para o mercado final. As agências de viagens e turismo, também conhecidas como operadoras realizam uma espécie de comércio atacadista, e as agencias de viagens, comércio varejista (PETROCCHI; BONA, 2003, p.12).

Dias afirma que,

as agências surgiram como pequenas empresas que planejam e organizam os serviços que são necessários em cada viagem, além de se constituírem em promotores permanentes de visitação em locais previamente preparados para receberem visitantes (DIAS, 2005, p.149).

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT) (2001, apud DIAS,

2005, p.149), “as agências de viagens são empresas que vendem ao público uma

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grande variedade de serviços associados com o ato de viajar, tais como transporte

(incluindo o aluguel de veículos), alojamento e os pacotes turísticos”.

Segue afirmando Dias (2005) que as agências de viagens são empresas

de serviços que promovem a facilidade na realização de viagens e que essas

empresas começaram a surgir na primeira metade do século XIX, quando surgiram

os meios de transportes como o trem e a navegação a vapor.

Mamede (2003) afirma que as agências de turismo e viagem são

empresas que têm o objetivo de realizar negócios no amplo setor social e econômico

que é o turismo, constituído pelo deslocamento de pessoas, alojamento e

alimentação nos locais pelos quais viajam.

Segundo os autores Vogeler Ruiz e Hernández Armand (1997, apud

BRAGA; TAVARES, 2008, p.21), as agências de viagens possuem algumas

categorias, sendo elas,

Maioristas: planejam e organizam todo tipo de serviço turístico a fim de vender para as agências minoristas e um preço fixo. Esses serviços são oferecidos ao público em geral através das agências minoristas, e as maioristas não podem vender diretamente ao consumidor final.

Minoristas ou detalhistas: comercializam o produto das agências maioristas vendendo-o diretamente ao consumidor final. Além disso, elaboram produtos para vender exclusivamente a seus clientes.

Maioristas ou mistas: podem, simultaneamente, funcionar como maioristas e minoristas com pontos de venda próprios.

Para cada tipologia referentes aos tipos de agências específicas, existem

classificações para as mesmas. Assim explica Acerenza (1992, apud TOMELIN,

2001, p.25) que “agência operadora de turismo vende seus produtos às agências

detalhistas e ao próprio público geral através dos seus escritórios locais, e as

agências maioristas trabalham exclusivamente suas vendas através das agências

detalhistas”.

Conforme Petrocchi e Bona (2003, p.45), “a agencia de viagens e turismo

(operadora) planeja, organiza e coordena viagens por meio da contratação de

diferentes fornecedores de produtos turísticos. Essas viagens constituem um novo

produto, o pacote turístico”.

Seguem afirmando Petrocchi e Bona (2003, p.45) que “as operadoras

contratam serviços de transporte, hospedagem, alimentação, lazer e outros serviços

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complementares, integrando-os em um pacote turístico, que é vendido direta ou

indiretamente ao público consumidor".

Tomelin (2000, apud TOMELIN, 2001, p.25) afirma ainda que existem as

agências de viagens e turismo consolidadoras que,

são empresas de turismo classificadas junto à Embratur como agências de viagens e turismo e têm, como função, a consolidação de serviços junto às transportadoras aéreas repassando bilhetes (TKT’S) às agências que não possuem credenciais para este fim.

As agências oferecem vários serviços desde as informações sobre os

destinos turísticos até as pequenas excursões. Conforme Mamede (2003), na

excursão está implícito o transporte como uma das obrigações próprias do prestador

de serviços turísticos e que combina a condução do turista e o serviço de guiá-lo,

explicando o que se passa ao seu redor, sendo o este trabalho feito por um guia.

Conforme Mamede (2003, p.91) “no âmbito dos serviços prestados pelas

agências receptivas de viagem e turismo, destaca-se o trabalho desempenhado pelo

guia de turismo”. Afirma Pinõle (1989, apud TOMELIN, 2001, p.25) que,

as agências de receptivo prestam serviços para as operadoras de turismo e as demais agências de viagens por meio do oferecimento ao turista de uma gama variada de serviços, como transfers entre aeroporto e hotel (e vice-versa), city tour e assessoria ao turista enquanto ele estiver no destino da viagem.

Afirmam ainda Braga e Tavares (2008, p.134) que a agência receptiva

tem como função “receber o turista em seu destino, acompanhá-lo em sua visita

nessa localidade e oferecer-lhe serviços e produtos que possam maximizar sua

experiência nesse destino”. A somatória de produtos e serviços oferecidos por uma

agência é bastante diversificada. A agência de receptivo, conforme os autores Braga

e Tavares (2008), oferece transfers ou traslado, city tours, reservas em hotéis, entre

outros serviços.

O guiamento é um dos serviços que está inserido na agência receptiva.

Normalmente, entre os profissionais que representam a agência, o guia é o que mais

tem contato com o turista. Conforme Braga e Tavares (2008, p.141), “os guias

podem ser funcionários efetivos das agências ou contratados como freelancers para

uma ou mais atividades”.

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O serviço de guiamento existe em função da necessidade de apresentar

um destino e seus atrativos turísticos. Segundo Carvalho (2002, apud BRAGA;

TAVARES, 2008, p.141), os guias se dividem em duas categorias:

Guias acompanhantes ou de excursão: são os que permanecem com os passageiros desde o ponto de origem até o final da viagem. Fornecem informações gerais sobre o roteiro; prestam assistência no check-in e check-out nos hotéis do percurso; indicam restaurantes, pontos de paradas para compras; direcionam os motoristas de trechos rodoviários etc.

Guias locais ou regionais: recebem os passageiros em uma determinada etapa da viagem, sobre a qual fornecem informações detalhadas. São responsáveis por cumprir o roteiro, considerando condições climáticas e outras eventualidades que possam ocorrer, como quebra de equipamentos ou bloqueio de ruas e estradas.

Segundo Mamede (2003, p.91), “o guia é uma espécie de representante

da agência ou operadora, muitas vezes se apresentando como ponto de apoio para

os clientes”. O serviço destacado pelo profissional guia como representante do

produto da agência faz com que o bom desempenho realizado pelo mesmo, gere

retorno do cliente ao serviço oferecido pela agência ou operadora.

Alguns passageiros preferem o serviço de um guia de turismo para

acompanhar suas visitas. Afirmam Braga e Tavares (2008) que, na maioria das

vezes, o serviço de um guia já é calculado no valor total de uma viagem turística. No

entanto existem algumas exceções: O serviço de um guia pode ser determinado

pela quantidade de horas ou de dias que o mesmo passará com os turistas.

A relação entre o profissional guia de turismo e a atividade turística está

interligada principalmente quando o serviço é oferecido por alguma operadora

(agência de turismo). Um dos serviços oferecidos é o receptivo local a partir do

momento em que o turista desembarca da cidade destino, passa aos cuidados da

operadora receptivo.

O planejamento na atividade turística é de suma importância para tornar o

setor turístico um decisivo fator no desenvolvimento em todos os níveis, seja ele

local regional ou nacional. De acordo com Dias (2003),

o turismo é um consumidor intensivo de território, e portanto deve-se planejar seu desenvolvimento numa ótica que aponte claramente quais objetivos econômicos se deseja alcançar, quais espaços devem ser

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protegidos e qual a identidade que será adquirida ou fortalecida(DIAS, 2003, p.37).

Após a segunda metade do século XIX, os serviços de guiamento

oferecidos para acompanhar o constante crescimento do turismo eram os guias de

viagens. De acordo com Rejowski (2002), os mais destacados guias começaram a

ser publicado por Karl Baedecker, filho de editores alemães. Tendo viajado muito,

percebeu a importância e que teriam os guias de viagens dirigidos aos viajantes.

Atualmente, diferente do passado em que os viajantes se guiavam

apenas por livros, o guia de turismo desenvolve um papel importante. De acordo

com o SENAC,

na chegada ou transfer-in, o guia deve receber os clientes e conduzi-los até o transporte que os levará ao hotel (...) assim que chegar ao hotel, ele acompanha o check-in do grupo até que o último cliente esteja acomodado. O guia deve sempre chegar ao hotel com antecedência, conferir se o transporte contratado pela operadora já está no local e verificar se todos os clientes estão prontos para o embarque. O guia deve das as principais informações sobre o veículo(...) e solicitar que todos usem o cinto de segurança(SENAC,2012 p.63).

O profissional na área do turismo que trabalha com o atendimento ao

público, como é o caso do guia, tem que levar no rosto o sorriso que é considerado o

maior símbolo de hospitalidade. Conforme menciona o autor Cuillé (1992 apud

CASTELLI, 2005, p.163), o sorriso “é o primeiro gesto através do qual uma pessoa

se demonstra acolhedora e interessada em se comunicar com o outro”. Afirma ainda

Gouirand (1994 apud CASTELLI, 2005, p.164) que, “um produto vendido sem sorriso

é um produto incompleto”.

Existem inúmeras definições dos produtos turísticos e os motivos pelos

quais são procurados. Conforme o autor Vaz segue abaixo algumas definições:

os primeiros são aqueles que satisfazem exigências mentais e físicas, como a arte e o folclore de um povo, o contato com os costumes de outras civilizações, as montanhas, mares, rios, praias e clima. São as ofertas natural e cultural de uma localidade. Os serviços constituem os meios que possibilitam ou facilitam ao turista o acesso aos bens turísticos (VAZ, 2002, p.54).

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O guia de turismo tem contato direto com os serviços que são oferecidos

aos turistas durante a excursão, tais como: alimentação, estada, transporte,

cuidados médicos entre outros. Deste modo, é dever dos profissionais guias de

turismo utilizar em seus recursos de forma justa, como seu trabalho, sua habilidade

e sua técnica como forma de proteção e manutenção de nossa história.

A atividade turística tornou-se algo notável e o desempenho da função de

um profissional de guiamento é também um fator que não passa despercebido pelo

turista, que está atento ao “bem receber”. Diante destes aspectos no próximo

capítulo, iremos analisar quem é o guia e como surgiu este profissional.

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3 O GUIA DE TURISMO

“Bendize a Deus em todo o tempo, pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam de acordo com a sua vontade.”

(Tobias. 4: 20)

O profissional guia de turismo é um mediador entre o turista e o local

visitado. Ele aparece quando um turista estrangeiro ou do seu próprio país, não tem

conhecimento do local visitado ou está inseguro com as informações que tem e,

assim, precisa de alguém para guiá-lo.

Segundo Valle (2003, p.8), os guias de turismo têm o papel de

“proporcionar ao visitante informação, assistência, motivação e divertimento, bem

como, compreender, satisfazer, prevenir, criar necessidades e despertar

curiosidade, de forma a beneficiar tanto a comunidade como o turista”.

O profissional guia de viagem12 mais antigo que se já ouviu falar foi um

guia da Grécia, relatado por turistas romanos. A profissão de guia é uma da mais

antiga que existe. Em 440 a.C., o historiador grego Heródoto foi considerado o

primeiro turista de todos os tempos e naquela época já se mencionava o guia de

turismo em suas famosas histórias. Segundo Sigaux (1965 apud REJOWSKI, 2002,

p.19) “Heródoto era um modelo “turista” culto e inteligente”. Os guias de Heródoto

tinham a função de guiar exércitos.

De acordo com Holloway (1997 apud REWJOWSKI, 2002, p.19), as

funções dos guias na Antiguidade variavam de acordo com a situação:

os periegetai tinham como função principal orientar os viajantes ao redor dos sítios visitados, a exemplo do papel que hoje desempenham os guias de turismo numa excursão ou num city tour;

os exegetai eram especialistas e conselheiros em assuntos religiosos e de rituais, e tinham como missão prestar orientação religiosa aos visitantes.

Os guias daquela época são diferentes dos guias atuais, pois em vez de

orientar turistas em passeios, guiavam exércitos inimigos. A eles cabia orientar os

soldados em terreno desconhecido, servir de interprete, arranjar acomodações,

12 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/maio/dia-do-turismo.php> Acessado em 31/03/2013.

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comida, meios de transporte, entre outras funções semelhantes as dos guias

vigentes.

Segundo Souza (2000, apud CHIMENTI e TAVARES, 2007 p.18), guia de

turismo é o “profissional apto a prestar informações sobre o local visitado e

assessorar o turista quando necessário”.

Conforme o professor J.M Carvalho de Oliveira13, do Instituto de Novas

Profissões em Lisboa, o guia deve ser “um verdadeiro embaixador de seu país, para

uma impressão geral favorável ou negativa. O guia desempenha um papel muito

importante na memória global que o visitante estrangeiro leva de volta ao país de

origem”.

Segundo a Embratur(lei 8.623/93 e Decreto 946/93)14, é considerado guia

de turismo o profissional que, devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de

Turismo (EMBRATUR) exerça a atividade de acompanhar, orientar e transmitir

informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas, municipais,

estaduais, internacionais ou especializadas.

De acordo com o SENAC (2012), existem vários tipos de guias em

atuação no Brasil regulamentados pela Embratur, com formação profissional em

cursos que são específicos e cadastrado no órgão.

Conforme Barbosa (2002), o turista é um consumidor que busca sempre o

conforto, é acomodado; quanto menos sacrifício numa viagem melhor e, para ele, o

mais importante é um personagem muito especial que é o guia. Para Barbosa

(2002), o guia:

desempenha o papel de uma verdadeira “mãe”, uma superprotetora, que cria um total elo de dependência. É responsável pela condução do grupo (“seus filhos órfão”), afinal, eles são como crianças, não conseguem andar sozinhos; podem se perder, muitas vezes não falam o idioma local, portanto, sendo criaturas totalmente desamparadas, a “mãe-guia” faz o embarque, o desembarque, leva para o ônibus, diz onde estão todos os atrativos turísticos, indica as melhores lojas para as compras (BARBOSA, 2002, p.75).

Diante da importância dessa hospitalidade, o profissional guia de turismo

tem como uma de suas qualidades a de ser acolhedor. Conforme afirma Castelli

(2005, p.145), “acolher significa ir ao encontro, representando uma atitude proativa.

13 Disponível em: <http://www.sindgturdf.com.br/profissao.php> Acessado em 01/05/2013. 14Disponívelem:<http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/legislacao/downloads_legislacao/lei_8623_93_28_janeiro_1993.pdf> Acessado em 01/05/2013.

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No acolhimento, a pessoa que recebe está constantemente se ocupando do

visitante. Está sempre em ação”.

O acolhimento em primeira instância é o portal de visita para qualquer

pessoa e em qualquer lugar. De acordo com Gouirand (1994, apud CASTELLI, 2005

p.145),

o acolhimento é um ato voluntário que introduz um recém-chegado, ou um estranho, em uma comunidade ou em um território, que o transforma em integrante desta comunidade ou em habitante legitimo deste território e que, a esse título, o autoriza a beneficiar-se de todas, ou parte, das prerrogativas que se relacionam com o seu novo status, provisório ou definitivo.

É verificado que os antecedentes do guia de turismo surgidos na

Antiguidade, são muitos e diversos. A ação de guiar parece simples, mas tem um

conceito bastante complexo, pois existem tipos de condução e essa complexidade

está relacionada com o guia de turismo. Estas complexidades serão apresentadas

nos tópicos a seguir.

3.1 Definição e Funções

O guia de turismo é um profissional que melhor representa a imagem

coletiva do turismo. Ele tem que ser entusiasta, animado, vibrante e empolgado para

desta formar cativar a todos. Assim afirma Souza (apud CHIMENTI e TAVARES,

2007, p.18) que o guia é o “profissional apto a prestar informações sobre o local

visitado e assessorar o turista quando necessário”.

Afirma Picazo (apud CHIMENTI e TAVARES, 2007, p.19) que,

o guia, na realidade, é muito mais que um mero acompanhante ou orientador. Trata-se de um artista que sabe conferir cor e calor a uma paisagem, de um mágico capaz de dar a vidas a pedras milenares, de um acompanhante que consegue que os maiores deslocamentos pareçam curtos, de um profissional, em definitivo, que torna possível que nos sintamos como em nossa própria casa no interior de um arranha-céu hoteleiro ou de uma cabana africana.

O guia de turismo tinha atuação em vários tempos da historia do mundo.

Segundo Rejowski (2002, p.35), “um guia de viagem do século XIV dava aos

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peregrinos detalhadas informações sobre as regiões através das quais iriam passar

e os tipos de abrigos que poderiam encontrar ao longo de estradas frequentemente

inóspitas”.

Segundo Braz (2007, p.15), “os guias de turismo ainda recebem

diferentes denominações e funções em diferentes partes do mundo”. Alguns tipos de

guias citados pela literatura são: Guia intérprete, desbravador de caminhos, mentor,

contador de historias, professor-guia coordenadores de viagens, guias

especializados, condutores, entre outros.

O guia de turismo15 é um profissional habilitado para guiar visitantes por

roteiros turísticos. Ele poderá atuar no acompanhamento de grupos de turistas em

excursões regionais, nacionais ou internacionais, prestando informações sobre as

manifestações culturais e geográficas da região, como também na assistência ao

turista durante as viagens.

Para acompanhar o desenvolvimento do guia de turismo, é necessário

reconhecer a importância do mesmo junto ao produto turístico. Esse profissional é

antes de tudo agente multiplicador que além de orientar o turista, zela por sua

segurança e enriquece sua cultura. É necessário fazer uma distinção entre guia

turístico e guia de turismo. Chimenti e Tavares (2007, p.20) afirmam que,

guia turístico é um manual de informações turísticas ou, ainda, a publicação destinada á promoção e á divulgação do turismo. È, portanto, um objeto, um livro, um catálogo ou uma publicação. Em contrapartida, guia de turismo é o profissional, a pessoa que, além de prestar as informações necessárias, também acompanhará o turista e irá orientá-lo durante a viagem.

Segundo Lanquar (1989, apud REJOWSKI 2002, p.37), o período da

Renascença “fizeram com que cada vez mais pessoas viajassem pela Europa,

atraídas pela atividade das grandes capitais e das cortes principescas e reais”,

atraindo assim várias pessoas de diversos países. Segundo o autor Rejowski (2002),

estas pessoas levavam em mãos um guia turístico que lhes fornecia os rudimentos

da língua, os lugares famosos e a descrição das rotas da cidade.

Na atividade turística brasileira a profissão de guia de turismo é a única

que possui regulamentação e reconhecimento pelo Instituto Brasileiro de Turismo -

Embratur , portanto é exigido a formação especifica e o cadastramento no órgão.

De acordo com o órgão,

15 Disponível em: www.profissionaisrj.com.br; Acessado em 01/01/2013

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é considerado guia de turismo o profissional que, devidamente cadastrado na Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo,[...] exerça as atividades de acompanhamento,orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, , interestaduais, internacionais ou especializadas.

De acordo com a Embratur (Lei nº 8.623/93 e Decreto nº 946/93), “os

guias de turismo estão classificados atualmente como especializados em atrativos

naturais ou culturais, guias regionais, guias de excursão nacional e guias de

excursão internacional” (CHIMENTI;TAVARES, 2007, p.21).

Segundo os autores Chimenti e Tavares (2007, p.21), o guia

especializado em atrativos naturais ou culturais “é o profissional responsável pela

recepção de visitantes16 em locais como usinas, sítios históricos, museus, parques

nacionais, entre outros, que necessite de bastante conhecimento específico sobre o

local visitado”.

Ao guia regional, como estabelece a legislação brasileira dita pelos

autores Chimenti e Tavares (2007, p, 22), cabe o dever “a recepção, o traslado, o

acompanhamento, a prestação de informações e assistência a turistas, em

itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada unidade da

federação, para visitas a seus atrativos turísticos”.17

As atividades exercidas pelo guia de excursão nacional são similares às

executadas pelo guia regional. De acordo com a legislação (apud CHIMENTI e

TAVARES, 2007, p.24),

suas atividades compreendem o acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso da excursão de âmbito nacional ou realizada na América do Sul, adotando, em nome da agência de turismo responsável pelo roteiro, todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel execução do programa.18

Conforme os autores Chimenti e Tavares (2007, p.24), o guia de excursão

internacional “está autorizado a acompanhar grupos a países dos cinco continentes.

16 Os guias de turismo podem atender a grupos grandes, famílias e até pessoas individualmente. 17 Ministério da Indústria, do Comércio e do turismo, Decreto nº 946, de 1º-10-1993. 18 Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, Decreto nº 946, de 1º -10-1993.

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[...] responsável pelos trâmites alfandegários, pela orientação sobre troca de

moedas, entre outros itens”.

De acordo com o SENAC (2012), o guia de turismo regional pode ser

especializado em guias de atrativo cultural ou natural cuja responsabilidade seria

recepção de visitantes em museus, parques nacionais, entre outros, que exijam

conhecimento específico.

Existe também o guia mateiro que é um profissional da área de turismo

receptivo. Segundo o SENAC (2012, p.61), “são pessoas da própria região que

conduzem e orientam o turista em passeios e visitas realizados em determinado

local ou empreendimento turístico”.

Nesta atividade existem várias definições para um mesmo profissional,

como são chamados os condutores de visitantes que atuam em unidades de

conservação federais ou parques nacionais. De acordo com o SENAC (2012, p.61),

eles “trabalham como monitores locais, geralmente residem no local visitado e

acompanham os turistas”.

Afirma a Federação Nacional dos Guias de Turismo19 (FENAGTUR) que

as funções destes profissionais são,

acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território nacional; acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil. Promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas bagagens em terminais de embarques e desembarques aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários;ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou desembarque, para orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade,observadas as normas específicas do respectivo terminal.

O guia de turismo é um profissional que se destaca por apresentar as

características mencionadas pelo autor Araujo (1989, p.18), que são:

BOA CAPACIDADE DE LOCOMOÇÃO - A profissão de guia exige deslocamento constante, a qualquer hora, para os mais diferentes lugares e situações.

FONAÇÃO CLARA/ BOA AUDIÇÃO - Ouvir bem e falar claramente são igualmente muito importantes.

BOA APARENCIA – Boa aparência não é sinônimo de beleza, mesmo porque é subjetiva e individual e aquela é objetiva.

19 Disponível em: <http://www.fenagtur.org.br/index.php/documentos-importantes/a-profissao-guia-de-turismo> Acessado em 02/05/2013.

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RESISTÊNCIA FÍSICA – Ou preparo físico é de vital importância para que o guia suporte bem a carga de trabalho.

POLIGLOTA – Nem tanto, mas sem dúvida um bom guia de turismo deve, além do português, falar fluentemente o inglês e o espanhol e caso fale mais algum idioma, sem duvida, isso só ira colaborar (...).

TER INICIATIVA – Para resolver todos os problemas e situações que surgirem, evitando fazer com que cresçam e prejudiquem a excursão tour.

TER RESPONSABILIDADE – Ou seja, assumir os problemas e procurar equacioná-los da melhor maneira possível.

TER NOÇÃO DE TEMPO E PONTUALIDADE – São dois fatores distintos, porém ligados. Todos sabemos que tudo pode estar correndo bem, se de repente algo atrasa ou de modo acontece, isto pode acabar comprometendo em parte até mesmo fatalmente o trabalho (...).

TER NÍVEL MÉDIO SUPERIOR – O guia de turismo, pelas suas atribuições e responsabilidades necessita ter uma formação geral equivalente no mínimo ao segundo grau, além de uma idade mínima oscilando entre os 18 (guias locais) e 21 anos (condutores nacionais e internacionais).

PESQUISA E ATUALIZAÇÃO – São duas características mais praticamente interligadas e interdependentes, isto porque o objetivo da pesquisa não é outro senão a atualização e a base desta é a própria pesquisa.

VOCAÇÃO E DETERMINAÇÃO – Indiscutivelmente tudo fica mais fácil quando temos vocação para a atividade.

PONDERAÇÃO – Qualidade necessária a todas as pessoas, essencial aos guias de turismo, que lidando com diferentes situações aos guias de turismo, que lidando com diferentes situações objetivas e subjetivas (...).

COMUNICATIVO E EXTROVERTIDO – O guia extrovertido é o guia alegre porém respeitador,é o guia que sabe separar os seus problemas pessoais ou mesmo profissionais dos passageiros, é o guia que está sempre sorrindo, amável e sendo prestativo.

SER LÍDER – Uma qualidade essencial para que o guia consiga desempenhar bem o seu trabalho.

BOA MEMÓRIA – Característica imprescindível a um guia, tal o volume de informações que ele tem de conhecer e dominar (...).

A MORAL – É outro fator essencial. O guia é o exemplo a ser seguido e como todo exemplo acaba ditando, em parte, o tom de comportamento do grupo.

SER EDUCADO – É condição “sine qua non” para lidar com o público. O guia de turismo está permanentemente em contato com este público que afinal é a razão de ser da própria profissão.

PRESTATIVO E AMABILIDADE – Importante sim, porém comedidamente, de forma a não parecer mesma em demais, e ser mal interpretado.

CONTROLE EMOCIONAL – È uma das características mais importantes e difíceis para um guia de turismo. Calma é pouco para definir o controle emocional.

EFICIÊNCIA – Fazer, em síntese, da melhor forma que nos for possível, não nos acomodarmos em nada, nem por nada.

Conforme citado acima, todas estas características direcionam o

profissional a um estado de “bem receber” que poderia ser caracterizado pela

hospitalidade. Aristóteles (apud CASTELLI, 2006, p.143), “configura e realça a

hospitalidade como uma das mais importantes virtudes da sabedoria humana,

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devendo ser praticada com equilíbrio, como acontece com todas as virtudes”. Na

concepção de Platão (apud CASTELLI, 2006, p.144), “a hospitalidade é o primeiro

dos deveres de todos os cidadãos”.

Outro elemento que pode ser levado como um dos maiores gestos de

hospitalidade do guia de turismo é o sorriso, gesto esse expresso e compreendido

por toda sociedade, independente de cor, raça e cultura. Completa o autor Gouirand

(1994 apud CASTELLI, 2006 p.163), sobre o sorriso dizendo que “sua ausência

geralmente é interpretada como um sinal de hostilidade e de aborrecimento”.

A profissão de um guia de turismo para muitas pessoas parece simples e

tranqüila, mas na verdade é um universo de competição como qualquer outra área

do mercado de trabalho. Afirma o autor Carvalho (2002, apud CHIMENTI e

TAVARES, 2007, p.73), que “contudo, se nos lembrarmos que desde pequenos

somos acostumados a competir com o intuito de vencer, entenderemos que este é

um momento que mobiliza uma considerável regressão em alguns”.

Sendo assim, é importante que seja percebido a inserção do guia de

turismo no trade como fator primordial para a qualidade do turismo. Deste modo se

faz necessário que esta função seja exercida por pessoas que tenha uma boa

qualificação profissional.

3.2 Formação e Habilidades Profissionais

Conforme Landim (2006, p.122), “Fortaleza é um dos mais promissores

destinos receptores do turismo no Brasil e o guia de turismo, como elemento de

ligação entre o atrativo e o turista, é um consolidador do destino”. A formação e a

habilidade de um guia vão muito além de liderar ou simplesmente de conduzir um

grupo.

A formação de um guia precisa ser algo contínuo, pois o aprendizado

necessita ser atualizado ao longo do exercício da profissão. De acordo com os

autores Chimenti e Tavares (2007), para que uma pessoa ingresse em um curso

específico de guia de turismo, é exigido que tenha no mínimo ensino médio

completo. A Embratur exige que tenha idade mínima de 18 anos para a prática da

atividade de guia regional e de 21 anos para a classificação de guia de excursão

nacional ou internacional.

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A formação adquirida com estudos ao longo do tempo não quer dizer que

o indivíduo tornou-se um profissional com habilidades. Segundo Voltaire20 ter

habilidade significa ser “mais do que capaz, mais do que instruído” explica que

mesmo alguém tendo estudado muito, pode não ser capaz de reproduzir a ação na

prática com êxito.

Na cidade de Fortaleza são apresentadas algumas escolas preparatórias

para a formação de guia de turismo, suas matrizes curriculares seguem em anexo

no final deste trabalho. Entre elas estão: o Instituto Federal do Ceará (IFCE)21 com

foco no Turismo, hospitalidade e lazer. O candidato faz um exame de seleção e o

curso tem a duração de 1 ano e meio. A Escola de Turismo do Ceará por sua vez

oferece o curso em módulos I,II e III, e tem a duração de 1 ano. O curso no Serviço

Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)22 habilita o participante para atuar

no segmento de turismo, prestando serviços de condução de grupos, organização

de roteiros e itinerários, sendo responsável pela prestação de informações

históricas, geográficas, gastronômicas, de transporte e hospedagem, no contexto

regional e nacional.

Segundo Valle (2003), a capacitação é necessária tanto para os

profissionais que estão começando quanto para os que já atuam na profissão de

guia. A ausência de treinamento leva à falta de conhecimento do produto. Conforme

Flores (2002), o profissional que não acompanha as mudanças sistêmicas terá

poucas chances de obter o sucesso profissional.

Um guia com uma boa formação é capaz de fidelizar um turista e para

que possa mostrar lugares importantes e curiosos, é indispensável que os descubra,

conheça e estude a respeito. De acordo com o autor Araújo (1989, p.91), “muitos

são os guias que por desconhecimento deixam de falar para os seus turistas sobre

lugares não muito divulgados, porém belos, ao longo do itinerário, pelo simples fato

de não os conhecerem”.

Para a profissão de um guia de turismo, é primordial oferecer serviços de

qualidade e estar atento ao turista, pronto para ajudar sempre que necessário,

prever problemas e estar apto a resolvê-los rapidamente. Afirmam os autores Jafari

e Ritchie (2002, apud BORGES, 2009, p.23) que “os turistas, não reconhecem

20 Retirado do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Habilidade. Acessado em 03.11.2013. 21 Retirado do site: http://www.fortaleza.ifce.edu.br. Acessado em 15.11.2013 22 Retirado do site: http://www.ce.senac.br. Acessado em 15.11.2013

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fronteiras geográficas e tampouco demarcações disciplinares, não importando quão

distintas estas possam parecer”, pois, com as facilidades do mundo vigente, para o

turista, o espaço é infinito e qualquer lugar pode ser seu destino.

O turista tem vários conceitos do que seria viajar, entre eles que é algo

que desperta o lúdico e aproxima pessoas. Conforme relata o autor Flores, viajar é,

é bom!Reanima,descontrai,renova forças, desperta o lúdico, aproxima as pessoas, muda as expressões faciais compenetradas e sisudas, libera o espírito, cria devaneios. As cores têm mais vida, viver tem mais graça, as coisas simples passam a ter significado, o diferente atrai, partir é um desejo esperado, retornar significa sentir saudades (FLORES, 2002, p.1).

Conforme os autores Braga e Tavares (2008, p.95), “um dos principais

meios para segmentar o mercado é através da identificação do motivo da viagem,

que pode variar entre turismo e lazer, negócios e compras, desportivos (...)”. Depois

de identificadas estas necessidades os profissionais capacitados serão colocados

conforme as demandas exigidas.

Para melhorar o crescimento de qualquer profissional na atividade

turística, precisa-se no mínimo de interesse para saber os acontecimentos no

mundo. Conforme afirma Pimenta (2006), a falta de profissionalização tem criado no

mercado turístico a alta rotatividade. Afirma Page (2011, p.102) que o “turismo é

tradicionalmente visto pelos governos e pelas agencias do setor público como um

setor em crescimento desde 1980, com potencial para estimular o

empreendedorismo”. O profissional de turismo precisa está habilitado para as

oportunidades que surgem a todo tempo.

Conforme relatam os autores Chimenti e Tavares (2007), o profissional

guia de turismo precisa ser ágil, dinâmico, ter pensamento rápido e habilidades para

solucionar imprevistos. Assim o autor Canani (1999 apud PIMENTA, 2006, p.35)

vem afirmar que, “o trabalho do guia é meticuloso, demandando grande interesse e

capacidade de adaptar-se ás diferenças entre as pessoas”.

No mundo vigente o guia de turismo é um especialista em relações

públicas, é alguém que tem a facilidade de adquirir um profundo conhecimento do

lugar que escolheu para trabalhar. Conforme o autor SENAC (2002, p.10), “o guia de

turismo moderno tem que ter a capacidade de decisão e liderança, criatividade,

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desembaraço, disciplina, firmeza, flexibilidade, iniciativa, paciência, simpatia e

sociabilidade, entre uma infinidade de outras qualidades, congênitas e adquiridas.”

O guia de turismo deve ser representado como um profissional

responsável, honesto, acolhedor com o público, pontual e com uma capacidade de

liderar e persuadir. O comportamento do guia pode e deve variar para se adaptar

aos diferentes tipos de grupos sociais; isso acontecendo já é um grande diferencial

para a empresa que o contratou.

Conforme os autores Chimenti e Tavares (2007), para que o guia de

turismo desempenhe bem o comportamento com o grupo de pessoas, é necessário

um conhecimento básico de psicologia e domínio de algumas dinâmicas em grupo.

Ainda conforme os autores acima citados um guia utilizam-se dos três meios de

comunicação, o escrito o verbal e o corporal, pois a principal habilidade deste

profissional é transmitir informações.

O profissional guia de turismo é um representante que faz com que o

turista sinta nele de forma positiva ou negativa a impressão que ele levará do local

visitado. Conforme o professor J.M. Carvalho de Oliveira (apud SENAC. DN, 2002,

p.10), “o guia vê com os olhos do visitante estrangeiro, mas fala com a alma e o

conhecimento do seu país.”

Diante dos conceitos apresentados não somente a formação e

habilidades profissionais são suficientes para a profissionalização. A legalização

para qualquer profissão é, também, importante para a qualidade dos serviços

prestados. Diante disso, se faz oportuno dissertar no próximo tópico sobre os

aspectos legais da profissão do guia de turismo.

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3.3 Aspectos Legais da Profissão

No século XX com a massificação das viagens em grupos a figura do guia

tornou-se comum. De acordo com a Embratur23 a profissão guia de turismo é

regulamentada com a Lei nº8.623 de 28 de janeiro de 1993, que afirma que é

considerado guia de turismo o profissional que, devidamente cadastrado no Instituto

Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar, orientar e

transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas,

municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

Chimenti e Tavares (2007), esclarecem que apenas poderão atuar na

profissão e requerer cadastramento na Embratur pessoas egressas de cursos de

qualificação, habilitação e especialização profissional em guia de turismo.Estes

cursos são desenvolvidos em nível técnico por entidades de ensino autorizadas, cujo

plano de curso tenha sido previamente aprovado pela Embratur e pelo Ministério da

Educação e Cultura(MEC).

Segue afirmando Chimenti e Tavares (2007, p.160) que,

para ingressar em um curso especifico de guia de turismo, é exigido que o candidato tenha, no mínimo, ensino médio completo (antigo segundo grau ou colegial).Esses cursos incluem disciplinas, como técnicas de comunicação, teoria e técnica profissional de guia de turismo relações interpessoais, geografia, meio ambiente, história, história da arte, manifestações da cultura popular, primeiros socorros, entre outras.

Conforme Chimenti e Tavares (2007), o profissional guia de turismo, ao

solicitar o pedido de cadastramento na Embratur, terá que apresentar os requisitos a

seguir,

Ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, habilitado ao exercício de atividade profissional no país. Ser maior de 18 anos, no caso de guia de turismo regional, ou maior de 21 anos, para atuar como guia de excursão nacional ou internacional. Ser eleito e estar em dia com as obrigações eleitorais. Ser reservista e estar em dia com as obrigações militares, no caso de requerente do sexo masculino menor de 45 anos. Ter concluído o segundo grau.

23Disponível em <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/legislacao/downloads_legislacao/lei_8623_93_28_janeiro_1993.pdf> Acessado em 21/05/2013.

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Ter concluído curso de formação profissional de guia de turismo, na classe para a qual estiver solicitando o cadastramento. (Embratur,Decreto nº946, de 1-10-1993)

Ainda segundo Chimenti e Tavares (2007), quando a regulamentação não

ocorre de acordo com o que está descrito acima, pessoas físicas que não sejam

cadastrada na Embratur e que exerçam essa atividade estão sujeitas às penalidades

previstas, no artigo 47 do Decreto-lei nº 388, de 3 de outubro de 1941, que variam

de multa a prisão de quinze dias a três meses, sendo a Embratur o órgão

responsável pela fiscalização e por dar reconhecimento da ilegalidade à autoridade

competente, para que sejam tomadas as providências cabíveis.

De acordo com Landim, a lei e o decreto têm suas peculiaridades

conforme é explicado abaixo,

a lei nº 8.623/93, de 28 de Janeiro de 1993, reconhece e dispõe sobre a profissão de guia de turismo, conceitua guia de turismo, define atribuições e menciona a ética profissional, enquanto o Decreto nº 946/93, de 01 de outubro de 1993, regulamenta os dispositivos dessa lei. O decreto sistematiza as atividades do guia, apresenta as categorias de guias. Mostra a importância do profissional do guiamento, definindo direitos e deveres do guia, formas de capacitação, pré-requisitos para credenciamento junto ao Mtur, infrações disciplinares e sanções (LANDIM, 2006, p.56).

Toda profissão é regida de direitos e deveres, a de um guia de turismo

não seria diferente. Conforme o autor Aloe (1974, p.15), “direito é a ciência

reguladora dos fatos sociais”. De acordo com Chimenti e Tavares (2007, p.162

APUD Embratur Lei nº 8.623, de 28-1-1993,art.5º,alíneas d e e.), o guia tem direito

a,

acesso a todos os veículos de transporte, durante embarque ou desembarque, para orientar pessoas ou grupos sobre sua responsabilidade, obervadas as normas especificas do respectivo terminal. acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontos de interesse turísticos, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos,observadas as normas de cada estabelecimento [grifo nosso], desde que devidamente credenciado como guia de turismo.

Conforme menciona Chimenti e Tavares (2007, p.163), a “lei, entretanto,

menciona que o acesso a guias de turismo a locais de interesse turísticos deve ser

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48

gratuito, quer esteja ele no desempenho de suas funções, acompanhando pessoas

ou grupos, quer esteja desacompanhado”.

De acordo com o autor Aloe (1974), o direito é constituído como no

organismo vivo, um conjunto de elementos articulados no propósito de estabilização

e equilíbrio. Considera-se objeto do direito tudo quanto for suscetível de ser

defendido por ação própria perante o poder judiciário.

De acordo com a autora Valle, a regulamentação da profissão do guia de

turismo é necessária para,

seguir as práticas de muitos países ao redor do mundo, que possuem tal sistema; prover o sustento dos guias de turismo locais; melhorar a qualidade do serviço; assegurar um padrão mínimo de profissionalismo; e melhorar a imagem e reconhecimento dos guias de turismo (op.cit.557, tradução nossa). (VALLE, 2003, p.47).

De acordo com Chimenti e Tavares (2007, p.165), “conforme estipulado

em lei é dever do guia de turismo conduzir-se com dedicação, decoro e

responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil e da empresa para a

qual presta serviços”.

Em geral, o guia de turismo é um profissional autônomo, que pode prestar

serviços a várias empresas como agências e operadoras. De acordo com os autores

Chimenti e Tavares (2007), nada impede que, em alguns casos, este profissional

possa ser contratado por uma única empresa e o seu vínculo empregatício neste

caso seja regido por normas específicas de cada empresa e da localidade de acordo

com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em vigor.

De acordo com o SENAC (2012), é o sindicato de guias de turismo

estadual que possui tarifários que determinam o preço mínimo a ser cobrado por

cada atividade efetuada. Além dessas, a remuneração do guia pode incluir comissão

pela venda de outros passeios organizados pela agência.

Segundo o Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Ceará

(SIDEGTUR-CE, 2013), seguem a seguir os valores tarifados pelo Sindicato:

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49

Figura 6: Tarifário de prestação de serviços dos guias de turismo do estado do Ceará-2013 Fonte: SINDEGTUR-CE, 2013.

Figura 7: Tabela comparativa da contribuição sindical Fonte: SINDEGTUR-CE, 2013.

De acordo com a Embratur (apud CHIMENTI e TAVARES,2007, p.165),

constituem infrações disciplinares ao guia de turismo,

Deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação.

Induzir o usuário a erro pela utilização indevida de símbolo e informações privativas de guia de turismo.

Faltar a qualquer dever profissional imposto pelo Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993.

Descumprir totalmente os acordos e contratos de prestação de serviços.

Manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da profissão.

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50

Para não ter surpresas desagradáveis como restrição de acesso, tempo

de permanência entre outros, é preciso que o profissional guia de turismo se

mantenha atualizado sobre a legislação e os trâmites legais vigentes. Conforme os

autores Chimenti e Tavares (2007, p.168), estes organismos e entidades podem ser

encontrados em,

Organização Mundial de turismo (OMT);

Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur);

Embaixadas e consulados brasileiros (quando em território estrangeiro);

Embaixadas e consulados de outros países (quando em território nacional);

Polícias Federal e Estadual;

Secretarias estaduais de turismo;

Secretarias municipais de turismo ou órgão similar;

Conventions & Visitors Bureaus;

Associação Brasileira de Agência de viagens (Abav);

Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH);

Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (Sindetur);

Associações municipais de guias de turismo;

Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero);

Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Conforme menciona Carvalho (apud CHIMENTI e TAVARES, 2007, p.29),

Pode-se dizer que, para desempenhar bem suas funções, um guia de turismo precisará dominar três principais áreas de conhecimento, a saber: conhecimento técnico, noções sobre habilidades nas relações interpessoais e conhecimentos gerais – todas elas são igualmente ao bom desempenho da profissão, nenhuma se sobressaindo às demais.

Chimenti e Tavares (2007) afirmam que a qualificação profissional é de

fundamental importância para que aconteça um bom desempenho das funções de

guia de turismo, pois a necessidade de melhoria dos serviços prestados tem se

tornado cada vez mais presente no competitivo mercado turístico.

Seguem afirmando Chimenti e Tavares (2007) que, sem a formação

teórica adequada, as informações transmitidas aos turistas correm o risco de serem

inventadas, deturpadas e repletas de preconceitos. Portanto, no caso do guia de

turismo, a qualidade dos serviços prestados está longe de ser composta apenas por

informações passadas de maneira correta.

O Brasil tem possibilidades de oportunidades para ser um país de

grandes investimentos no setor turístico. De acordo com o autor Zeidler (2001, apud

BORGES, 2009, p.20), o “Brasil, entre 173 países, está posicionado entre as quinze

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maiores economias do mundo e na desconfortável posição de estarem entre os

quatro países com a pior distribuição de renda mundial”. Grande parte do sucesso

empresarial resulta de grandes ideias. Conforme relata o autor Mckercher (2002,

p.31), “todas as grandes empresas originam-se de boas ideias, mas nem todas as

boas ideias resultam em grandes empresas”.

Diante do que foi apresentado sobre a existência das Leis destinada ao

profissional guia de turismo a legislação é um ponto importante para a qualidade dos

serviços prestados. Será abordado no próximo tópico a análise da qualificação e

desempenho dos guias de turismo da cidade de Fortaleza.

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4 PESQUISA E SUAS CONCLUSÕES

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (I Coríntios 2:9)

4.1 Metodologia

Neste capítulo serão mencionados os métodos adotados na execução

deste estudo acadêmico, a coleta de dados e a atenção que eles receberam a fim

que os resultados fossem alcançados conforme os objetivos visados.

Para atender os objetivos da pesquisa, os dados coletados foram através

da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo. Segundo Ludke e André (1986),

pesquisar significa promover um confronto entre os dados, as evidências, as

informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico

acumulado a respeito dele.

O universo de estudo foi composto por profissionais guia de turismo que

estão inseridos no banco de dados do Cadastro dos Prestadores de Serviços

Turísticos (CADASTUR). Até o presente momento fazem parte 345 guias

cadastrados na cidade de Fortaleza.

Para a amostra da pesquisa, foi enviado através de e-mail (endereço

eletrônico) um questionário de 14 perguntas para as pessoas que pertencem ao

CADASTUR e para estas mesmas pessoas pertencentes a este grupo, foi realizada

uma pesquisa de campo à agencia CVC localizada no Aeroporto Internacional Pinto

Martins. Desse universo, 38 pessoas responderam ao questionário, o que

corresponde a 11% da população analisada.

Como técnica para a obtenção de dados, foi aplicado um questionário

com perguntas fechadas (que se encontra no apêndice deste trabalho). Baseando-

se no problema formado, as indagações do questionário foram elaboradas a fim de

analisar a qualificação e o desempenho profissional do guia de turismo da cidade de

Fortaleza.

A coleta de dados foi realizada entre o dia 28 de novembro até o dia 7 de

dezembro de 2013. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel, o que originou a

apresentação em gráficos.

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53

4.2 Análise dos Dados

Considerando o nível de formação dos entrevistados, o resultado apontou

que 45% são técnicos em guia de turismo, 37% são graduados e 18% dos

profissionais são pós-graduados. Ou seja, a maioria dos entrevistados possui nível

técnico, conforme ilustra o gráfico abaixo.

GRÁFICO 01: Nível de Formação

No que diz respeito a fazer parte do sindicato do turismo (SINDEGTUR),

66% dos entrevistados afirmaram não fazer parte do sindicato e 34% sim. Verifica-se

que a maioria dos entrevistados não estão vinculados ao sindicato conforme segue

gráfico a seguir.

GRÁFICO 02: Sindicalizados (SINDEGTUR)

De acordo com os entrevistados, 60% não fazem parte do sindicato por

não considerá-lo relevante na sua atuação, 24% entendem que se trata de um alto

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custo na contribuição sindical e 16% não souberam responder. Assim, a maioria não

considera relevante fazer parte do sindicato conforme ilustra o gráfico 03.

GRÁFICO 03: Não Sindicalizados (SINDEGTUR)

Quanto ao quesito língua estrangeira, percebemos que 16% não falam

nenhum idioma, 73% inglês, 50% espanhol, 21% Francês e 8% alemão, russo,

dentre outras. As maiores porcentagens são de guias fluentes na língua inglesa,

havendo carência em outros “ramos linguísticos”, conforme demonstra o gráfico

abaixo.

GRÁFICO 04: Língua estrangeira

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55

A entrevista apontou ainda que 58% dos guias de turismo realizam cursos

de re-capacitação com maior frequência, 40% raramente e 2% nunca fizeram.

Verifica-se que o profissional guia de turismo está se qualificando para as

necessidades do mercado de trabalho, conforme ilustra o gráfico abaixo.

GRÁFICO 05: Cursos de re-capacitação profissional

Referente às participações em congressos relacionados ao profissional

guia de turismo, 48% participam frequentemente, 35% raramente e 17% nunca

participaram. Nota-se que a busca por assuntos relacionados à profissão é reduzido,

como mostra o gráfico a seguir.

GRÁFICO 06: Participação em congressos

Relacionado ao desempenho da função, 50% dos profissionais se sentem

realizados com o salário e a carga horária e outros 50% não. No que diz respeito às

condições de trabalho, 43% estão satisfeitos e 57% não. Assim, constata-se que a

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56

minoria dos profissionais estão insatisfeitos com as condições de trabalho, conforme

demonstra o gráfico a seguir.

GRÁFICO 07: Satisfação no desempenho da função

Apesar da insatisfação salarial, de carga horária e das condições de

trabalho, a satisfação dos entrevistados com a profissão ainda é alta, com 87%

dizendo sim. Apenas 13% opinou não. Portanto, a profissão de guia de turismo é

satisfatória na visão dos profissionais que a escolheram, conforme ilustra o gráfico a

seguir.

GRÁFICO 08: Satisfação profissional

Ao serem questionados quanto à lei 8.623/93, perguntou-se quanto

ao seu cumprimento e sua efetividade com relação aos direitos previstos,

principalmente referentes à garantia de acesso gratuito que os guias têm. Assim,

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69% informaram que ocorre o cumprimento e 31% não. Nota-se que os direitos

destinados aos guias não são exercidos, conforme mostra o gráfico abaixo.

GRÁFICO 09: Garantia ao acesso gratuito conforme a Lei 8.623.

Ainda com relação ao cumprimento da lei 8.623/93, foi questionado

um dos deveres do guia de turismo que é conduzir o turista com dedicação e

responsabilidade. Foi observado que 79% fazem com que a lei seja cumprida e 21%

não. Constata-se que os deveres destinados aos guias são praticados conforme

mostra o gráfico abaixo.

GRÁFICO 10: Cumprimento da Lei 8.623.

Considerando a duração do curso técnico, foi questionado se o tempo de

duração do curso é suficiente. 74% dos profissionais afirmaram que sim e 26%, não.

Nota-se que é satisfatório o tempo de formação conforme ilustra o gráfico 11.

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58

GRÁFICO 11: Tempo do curso técnico

Analisando o local de formação dos profissionais guia de turismo, foi

observado que 50% foram formados no Serviço Nacional de Aprendizagem, 27% na

Escola de Turismo, 16% no Instituto Federal do Ceará e 7% em outras instituições.

Nota-se que a Instituição que mais forma os profissionais entrevistados foi o Serviço

Nacional de Aprendizagem, conforme ilustra o gráfico a seguir.

GRÁFICO 12: Instituição de formação

Analisando o gráfico 13, foi verificado o nível de satisfação em relação às

disciplinas do curso de guia de turismo. 66% consideraram bom e 34% excelente.

Nota-se que na opinião dos profissionais o ensino atende as necessidades do

mercado e não houve análise negativa, conforme demonstra o gráfico a seguir.

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59

GRÁFICO 13: Satisfação em relação às disciplinas

No que diz respeito à matriz curricular dos cursos, foi questionado se

estão atualizadas de acordo com as necessidades do mercado. Um total de 58%

afirmaram que sim, 35% que não e 7% não opinaram. Logo, nota-se que as

propostas curriculares atendem as necessidades do mercado, conforme ilustra o

gráfico seguinte.

GRÁFICO 14: Matriz curricular atualizada

Alguns dos profissionais guias de turismo que responderam o

questionário da pesquisa acrescentaram informalmente opiniões e comentários a

respeito da profissão. Alguns criticaram em relação aos direitos, o acesso gratuito à

lugares que deveria ser de direito acontece em parte em sua maioria, falem o quanto

é amável exercer a profissão mesmo diante de tantos obstáculos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou mostrar a importância da qualificação e do

desempenho profissional do guia de turismo da cidade de Fortaleza. A

bibliografia consultada mostrou com exatidão os conceitos e as definições do

profissional na área de guiamento. A pesquisa de campo identificou que a

maioria destes profissionais possuem qualidades essenciais para atuarem

nesta profissão como carisma, comunicação oral e boa vontade de servir, entre

outras.

Durante a realização desta pesquisa, pôde ser observada que a

profissionalização para o mercado turístico é algo que precisa ser atualizado

todos os dias, pois, o mercado é algo dinâmico. Neste trabalho foi Identificado

o grau de satisfação relacionado aos direitos e deveres e mencionado a

importância da atualização da matriz curricular para as necessidades do setor.

A pesquisa de campo foi de fundamental importância para legitimar

a teoria destacada neste trabalho. A pesquisa de campo foi realizada no

Aeroporto Internacional Pinto Martins com os guias da agencia CVC, onde fui

recepcionada pelo Sr.Wili, atual gerente da agência. Também foi realizada uma

visita ao Sindicato Estadual do Guia de Turismo do Ceará (SINDEGTUR/CE)

que contou com o auxílio do presidente Flávio Alcântara, para esclarecimentos

do valor sindical que é cobrado anualmente ao guia de turismo sindicalizado.

A base de pesquisa consistiu no universo de guias de turismo

pertencente ao banco de dados do Cadastro dos Prestadores de Serviços

Turísticos (CADASTUR), que disponibilizou os dados necessários para a

divulgação do questionário de pesquisa. Para obter a amostra, o questionário

(com 14 perguntas) foi enviado através de e-mail para o universo de 345

pessoas que pertencem ao banco de dados. Desse universo, 38 responderam

o que corresponde a 11% da população.

A pesquisa apontou que uma parte do universo dos entrevistados

possui a formação em nível técnico. Quando perguntado sobre a escolha da

profissão, 87% dos profissionais estão satisfeitos com o que escolheram para

seguir, e também com a carga horária e o salário.

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No que diz respeito a fazer parte do sindicato, os profissionais não

consideram relevante e questionam que a contribuição sindical tem um custo

alto, porém, a taxa que é cobrada, é direcionada para o profissional como

auxilio maternidade e outra parte é destinado a manutenção do sindicato.

Quanto ao quesito língua estrangeira, foi identificado que os

profissionais possuem habilidades na execução da língua estrangeira no nível

básico a intermediário em inglês, espanhol, francês, alemão. No entanto, 16%

não estão preparados para receber um turista que fale outra língua.

No que se refere à qualificação, 58% dos entrevistados realizam

cursos de recapacitação e 18% participam de congressos voltados ao

profissional guia de turismo. Logo, foi diagnosticado que a busca pelo

conhecimento, faz com que os profissionais fiquem atentos com as exigências

nesse quesito.

Nota-se que existe uma necessidade de melhoria nas condições

profissionais do guia, já que o ofício é independente e que a grande maioria

desses profissionais necessitam complementar sua renda por meio de outros

empregos. Logo, muitas vezes os profissionais não possuem recursos

financeiros para investir em qualificação adequada.

Diante dos conceitos abordados neste trabalho, foi visto que a

qualificação profissional é essencial para a execução da prestação de serviço

em qualquer tipo de profissão exercida. No caso dos guias de turismo as

competências necessárias vão muito além de liderar ou simplesmente de

conduzir um grupo. A formação de um guia precisa ser contínua e atualizada

ao longo do exercício da profissão.

Relacionado aos objetivos específicos deste trabalho, foi identificado

que existe o cumprimento dos deveres dos guias, e um deles é conduzir o

grupo de turistas com dedicação, decoro e responsabilidade. Em relação aos

direitos, o acesso gratuito à lugares que deveria ser de direito acontece em

parte, ou seja, em alguns lugares sim e em outros não. Quanto à satisfação

com as matrizes curriculares que atendem as necessidades do mercado, houve

um resultado satisfatório de acordo com o universo estudado.

Percebe-se então que é essencial a preocupação com a

qualificação profissional no setor de guiamento, já que é crescente o

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desenvolvimento de um turismo cada vez mais segmentado e necessitado de

guias de turismo especializados.

Observa-se que o assunto não chegou ao seu limite, há muito ainda

a ser discutido e analisado, por isso sugere-se que a partir desta pesquisa,

sejam realizadas outras, afim de contribuir para um maior aprofundamento

sobre as questões relacionadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE

Este instrumento tem por finalidade levantar dados para avaliar o grau de qualificação do profissional do turismo e seu desempenho profissional. Questionários aplicados para desenvolvimento da pesquisa.

1ª Qual seu nível de formação?

( ) Técnico

( ) Graduado

( ) Pós-Graduado

2ª Você é sindicalizado no SINDEGTUR (Sindicato Estadual dos Guias de

Turismo do Ceará)?

( ) Sim

( ) Não

3ª Caso sua resposta tenha sido NÃO, qual a razão?

( ) Porque não considera relevante

( ) Porque considera cara a contribuição

( ) NSA (Não Se Aplica)

4ª Qual o seu nível de língua estrangeira?

( ) Nenhum

( ) Inglês ( ) básico ( ) intermediário ( ) fluente

( ) Espanhol ( ) básico ( ) intermediário ( ) fluente

( ) Francês ( ) básico ( ) intermediário ( ) fluente

( ) Alemão ( ) básico ( ) intermediário ( ) fluente

( ) outros ( ) básico ( ) intermediário ( ) fluente

5ª Faz cursos de re-capacitação relacionados à profissão?

( ) Frequentemente

( ) Raramente

( ) Nunca

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6ª Participa de congressos destinados aos guias de turismo?

( ) Frequentemente

( ) Raramente

( ) Nunca

7ª No desempenho de sua função está satisfeito com os itens abaixo?

Salário: ( ) Sim ( ) Não

Carga horária: ( ) Sim ( ) Não

Condições de Trabalho: ( ) Sim ( ) Não

8ª Se sente satisfeito com a profissão escolhida?

( ) Sim

( ) Não

9ª Você considera que a lei 8.623 que garante o benefício ao acesso gratuito

aos locais de interesses turísticos ao guia é respeitada?

( ) Sim

( ) Não

10ª Você considera que os profissionais guias de turismo cumprem com a

exigência da lei 8.623, conduzindo o turista com dedicação e responsabilidade

no desempenho de suas atividades profissionais?

( ) Sim

( ) Não

11ª Em sua opinião, o tempo do curso técnico para formação de guia de

turismo é suficiente?

( ) Sim

( ) Não

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12ª A sua formação de guia foi em qual instituição?

( ) Escola de Turismo do Ceará

( ) Instituto Federal do Ceará(IFCE)

( ) Serviço Nacional de Aprendizagem(SENAC)

( ) Outros

13ª Qual seu nível de satisfação em relação às disciplinas existentes no curso

de sua formação de guia?

( ) Excelente

( ) Bom

( ) Ruim

14ª Considera a matriz curricular deste curso atualizada com as necessidades

do mercado?

( ) Sim

( ) Não

( ) NSA (Não Se Aplica)

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ANEXO - A

Código de Ética do Guia de Turismo

Princípios Fundamentais

O código de ética tem por objetivo fixar normas de procedimento dos profissionais

Guias de Turismo quando no exercício da profissão, regulando as relações com a

própria categoria, com o cliente/turistas, com trade turístico, com gestores públicos e

sociedade em geral.

Direitos

Garantir, defender suas atribuições, estabelecidas na Lei de Regulamentação da

profissão. (Lei 8.623 de 1993)

Participar de entidades representativas da categoria.

Participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos da

categoria.

Defender a integridade moral e social da profissão, denunciando quaisquer tipo de

ação desmoralizadora.

Ter acesso a cursos de treinamento e a outros eventos que possam aprimorar sua

profissão.

Receber remuneração digna de seus serviços.

Deveres

Direcionar seu comportamento profissional, sempre a bem da verdade, da moral e

da ética.

Fazer de sua profissão um fim para sua realização profissional.

Respeitar sua profissão e exercer suas atividades procurando aperfeiçoamento.

Ser positivo em seus posicionamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e

expressar suas atividades.

Atuar sempre à luz da verdade, não induzindo o usuário dos seus serviços a erros

de

interpretação quanto às informações prestadas. Desenvolver ao máximo seu sentido

de responsabilidade, evitando que, por omissão ou negligência, seus atos possam

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causar prejuízos à empresa onde trabalha, ao público em geral ou aos seus

companheiros de profissão.

Demonstrar conduta apropriada em todos os seus atos públicos e privados,

atendendo com esmero, pontualidade, discrição e zelosa diligência às funções de

guia de turismo.

Não tecer, quando no exercício da atividade, comentários políticos partidários, não

emitir qualquer comentário desfavorável sobre pessoas ou locais, nem fazer

qualquer tipo de discriminação de raça, credo, religião, sexo ou costumes.

Respeitar o Meio Ambiente e o Patrimônio Nacional, colaborando na sua

preservação.

Operacionalizar e canalizar o processo de comunicação com o público.

Combater o exercício ilegal da profissão.

Lutar pelo progresso da profissão.

Sigilo Profissional

O Guia de Turismo no exercício de sua profissão deve guardar absoluto sigilo sob os

assuntos e documentos que lhe são confiados.

É vedado ao Guia de Turismo assinar documentos que possam resultar no

comprometimento da dignidade profissional da categoria.

Relações entre os Guias de Turismo

Estabelecer e manter clima cortês no ambiente de trabalho, não alimentando

discórdias, e desentendimentos profissionais.

Respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de cor, religião,

cunho político ou posição social.

Respeitar a hierarquia com liderança e competência.

Manter entre si, a solidariedade e o intercambio, como forma de fortalecimento da

categoria. Relações com a Empresa

Agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área de atuação.

Atuar como figura chave no fluxo de informações.

Manter postura e vocabulário adequados no exercício da profissão.

Identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador

de mudanças administrativas e políticas.

Relações com as Entidades de Classe

O Guia de Turismo deve participar ativamente de sua entidade representativa,

colaborando

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e apoiando os movimentos que tenham por finalidade defender os direitos

profissionais.

Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.

Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, não utilizar dessa posição em

direito próprio.

Guias de Turismo devem cumprir suas obrigações legalmente estabelecidas, junto a

entidades de classe a que pertencem.

Vigência

As infrações a este código de ética profissional acarretam as infrações de

penalidades, que vão desde advertência até a cassação da habilitação profissional.

As infrações constituem; transgredir preceitos do código de ética, exercer a profissão

sem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica, utilizar o

nome da categoria profissional para quaisquer fins sem endosso do Órgão de

Classe a nível nacional e ou estadual.

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS GUIAS DE TURISMO – FENAGTUR

Brasília-Distrito Federal, 28 de Maio de 1998.

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Anexo B

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ DIRETORIA DE ENSINO

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Anexo C

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Anexo D

Informativo de Curso

Técnico em Guia de Turismo: M1 e M2

Eixo Tecnológico

Turismo, Hospitalidade e Lazer.

Segmento

Turismo

Tipologia

Qualificação Profissional Técnica

Carga Horária

(730h)

Objetivo

Habilita o participante para atuar no segmento de turismo prestando serviços de

condução de grupos, organização de roteiros e itinerários, sendo responsável

pela prestação de informações históricas, geográficas, gastronômicas, de

transporte e hospedagem, no contexto regional e nacional.

Pré-requisito

18 anos e Ensino Médio em conclusão.

Perfil Profiss. de Conclusão

O Guia de Turismo Regional é o profissional que atua diretamente junto ao

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turista, recepcionando-o, supervisionando e orientando a viagem, prestando

informações e avisos que se fizerem necessários, solucionando problemas

individuais e de grupo na medida em que eles se apresentam, bem como

desenvolvendo atividades lúdicas para tornar interessante e proveitoso o roteiro

turístico. Para isto o referido profissional deverá desenvolver as seguintes

competências: Desenvolver atividades de traslado, transfer in/out nos aeroportos,

rodoviárias, portos, hotéis, etc. Realizar atividades de recepção, acompanhamento,

prestação de corretas informações e assistência a turistas em itinerários ou

roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada unidade da federação, para

visita a seus atrativos turísticos. Acompanhar grupos de turistas ou visitantes no

itinerário pela cidade ou em visitas a lugares de interesse histórico ou geral,

fornecendo-lhes explicações durante o trajeto e dando-lhes a assistência requerida,

para tornar interessante e proveitoso o roteiro turístico; acompanhar grupos de

pessoas em visita a locais, como museus ou galerias de arte, fazendo comentários

sobre os objetos ou quadros ali expostos. Indicar aos turistas os lugares de maior

interesse, como monumentos, edifícios, pontes, museus e galerias

de arte, mencionando seus nomes, localização e outros dados, para cientificá-los

dos pontos incluídos no

roteiro; fazer breves comentários durante a permanência dos turistas nos locais

escolhidos, indicando datas e fatos históricos e dando outras informações

pertinentes para proporcionar aos visitantes o conhecimento da história e do

desenvolvimento artístico-social do local visitado; Indicar aos turistas os locais para

refeições ou descanso, obedecendo às solicitações recebidas, para proporcionar-

lhes conforto e bem-estar; realizar atividades lúdicas, que proporcionem a integração

do grupo, tornando os roteiros agradáveis; atuar como Guia junto a turistas

estrangeiros, expressando-se em, pelo menos, um idioma.

Conteúdo

- Módulo Integrador do Eixo Hospitalidade e Lazer:

Ética e Trabalho; Fundamentos do Turismo e Hospitalidade; Marketing e Vendas;

Saúde e Segurança no Trabalho; Educação Ambiental e Qualidade de Vida;

Noções de Informática; Expressão Oral e Escrita; Comunicação em Língua

Estrangeira e Direito e Legislação aplicáveis ao Turismo e Hospitalidade.

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- Módulo da Formação Específica do Técnico em Guia de Turismo Regional:

Geografia; História; História da Arte Aplicada ao Turismo; Manifestações Folclóricas

e da Cultura Popular;

Técnicas e Tecnologias do Guia de Turismo; Elaboração e Realização de Roteiros

Turísticos Regionais e Estágio Supervisionado do Guia de Turismo Regional.

Documentos Necessários do Aluno:

Fotocópias de: Identidade; CPF; Endereço; Escolaridade; Pré-requisito

estabelecido no plano de curso; Certidão de Nascimento ou Casamento; Título de

Eleitor e Reservista, duas (2) fotografias 3x4. Do Responsável Financeiro: RG, CPF e

Comprovante de Residência (cópia).

Para Emissão do Certificado e/ou Diploma: documento Militar, para o sexo masculino

com idade entre 18 e 45 anos. Título de Eleitor, com comprovante de votação

referente à última eleição, para maiores de 18 anos.

Certificado de conclusão e Histórico Escolar do Ensino Médio (Autenticado).

Comprovação de conclusão dos módulos II e/ou III, conforme o caso, para

continuidade do curso.

Para mais informações: acesse o site http://www.ce.senac.br

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Informativo de Curso

Técnico em Guia de Turismo: M3

Eixo Tecnológico

Turismo, Hospitalidade e Lazer.

Segmento

Turismo

Carga Horária

(400h)

Objetivo

Habilita o participante para atuar no segmento de turismo prestando serviços de

condução de grupos, organização de roteiros e itinerários, sendo responsável

pela prestação de informações históricas, geográficas, gastronômicas, de

transporte e hospedagem, no contexto regional e nacional.

Pré-requisito

18 anos, Ensino Médio em conclusão e ter cursado M1 e M2.

Perfil Profiss. de Conclusão

O Guia de Excursão Nacional atua diretamente junto ao turista, supervisionando e

orientando a viagem e prestando as informações e avisos que se fizerem

necessários, bem como solucionando os problemas individuais e de grupo na

medida em que eles se apresentam.

Também faz parte do perfil desse profissional, escolher um Guia de Turismo

Regional competente para desenvolver as atividades inerentes a este profissional,

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para quem deve entregar os seus turistas nos outros Estados e na América Latina.

O referido profissional deverá desenvolver as seguintes competências:

Demonstrar desenvoltura e capacidade para adotar em nome da agência de

turismo responsável pelo roteiro, todas as atribuições de natureza administrativa

necessárias à fiel execução do programa;

Acompanhar e assistir a grupo de turistas durante todos os percursos da excursão

de âmbito nacional ou realizada na América do Sul:

Tomar providências preliminares relativas ao roteiro;

Reunir o grupo que realizará a excursão;

Preparar o grupo para saída;

Tomar providências finais para o regresso e desembarque; Realizar o percurso até o

local das paradas; Realizar paradas para pernoite; Realizar o percurso de retorno;

Desenvolver atividades lúdicas, que proporcionem a integração do grupo, tornando os

roteiros agradáveis; Prestar informações gerais à cerca do destino conforme

programação de rotas previstas e do meio de hospedagem;

Selecionar um Guia de Turismo Regional com postura profissional e

conhecimento técnico apropriado, para quem deverá entregar os seus turistas nos

outros Estados e na América Latina:

Assessorar o guia local no traslado de chegada e na acomodação;

Assessorar o guia local nos passeios planejados pelo grupo.

Conteúdo

- Módulo da Formação Específica do Técnico em Guia de Excursão Nacional:

Geografia; História; História da Arte Aplicada ao Turismo; Manifestações Folclóricas

e da Cultura Popular; Técnicas e Tecnologias do Guia de Turismo; Elaboração e

Realização de Roteiros Turísticos Nacionais e Estágio Supervisionado do Guia de

Excursão Nacional.

Documentos Necessários do Aluno:

Fotocópias de: Identidade; CPF; Endereço; Escolaridade; Pré-requisito

estabelecido no plano de curso; Certidão de Nascimento ou Casamento; Título de

Eleitor e Reservista,duas (2) fotografias 3x4.

Do Responsável Financeiro: RG, CPF e Comprovante de Residência (cópia).

Para Emissão do Certificado e/ou Diploma:

Documento Militar, para o sexo masculino com idade entre 18 e 45 anos.

Título de Eleitor, com comprovante de votação referente à última eleição, para

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maiores de 18 anos.

Certificado de conclusão e Histórico Escolar do Ensino Médio (Autenticado).

Comprovação de conclusão dos módulos II e/ou III, conforme o caso, para

continuidade do curso.

Para mais informações: acesse o site http://www.ce.senac.br