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HABILITAÇ A FORM S Acade CURSO DE ÇÃO DE CABOS-PM CHC-2015 ACIDES MANDO PACIFICADORES SOCIAIS Secretaria de Defesa Social emia Integrada de Defesa Social M/BM

chcbm 2015 apostila

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Apostila do Curso de Habilitação de Cabos Bombeiros Militar

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  • HABILITAO DE CABOS

    ACIDESFORMANDO PACIFICADORES SOCIAIS

    Secretaria de Defesa SocialAcademia Integrada de Defesa Social

    CURSO DE HABILITAO DE CABOS-PM/BM

    CHC-2015

    ACIDES FORMANDO PACIFICADORES SOCIAIS

    Secretaria de Defesa Social Academia Integrada de Defesa Social

    PM/BM

  • CURSO DE HABILITAO DE CABOS BM CHC BM 2015

    APOSTILA

    SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES

    EMENTA: O contedo apresenta os conceitos bsicos para compreenso dos princpios e mtodos envolvidos no Sistema de Comando de incidentes (SCI), modelo de gerenciamento desenvolvido para comando, controle e coordenao, em resposta a situaes de emergncia, que objetiva a estabilizao do incidente e a proteo da vida, da propriedade e do meio ambiente.

    CONTEDO PROGRAMTICO: Conceitos Bsicos do SCI; Principais instalaes; Princpios do SCI; Organograma; Transferncia de Gerenciamento.

    CONCEITOS BSICOS DO SCI Descrio do SCI

    O Sistema de Comando de Incidente (SCI) uma ferramenta gerencial para comandar, controlar e coordenar as operaes de resposta em situaes crticas, fornecendo um meio de articular os esforos de agncias individuais quando elas atuam com o objetivo comum de estabilizar uma situao crtica e proteger vidas, propriedades e o meio ambiente. Melhores prticas do SCI

    O SCI a combinao de instalaes, pessoal, equipamentos, procedimentos, protocolos e comunicaes operando em uma estrutura organizacional comum, com a responsabilidade de administrar recursos designados para alcanar o objetivo comum de estabilizar uma situao crtica com efetivo salvamento de vidas e defesa do meio ambiente.

  • Utilizando-se das melhores prticas de administrao, o SCI ajuda a garantir:

    Segurana para as equipes de resposta e envolvidos na situao crtica; A elaborao de prioridades previamente estabelecidas; O emprego de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnolgicos

    disponveis. O SCI pode ser utilizado para responder a vrios tipos de situaes crticas, incluindo:

    Acidentes com produtos perigosos; Desastres naturais; Operaes policiais envolvendo outros rgos; Incndios florestais; Acidentes com mltiplas vtimas; Operaes de busca e salvamento; Acidentes envolvendo vrias jurisdies.

    PONTOS FUNDAMENTAIS INSTALAO As trs modalidades de instalao que o gerente da emergncia pode estabelecer so:

    rea de concentrao de vtimas o local no cenrio do acidente/incidente onde esto concentradas as vtimas que aguardam o momento exato para serem estabilizadas e transportadas ao hospital de referncia;

    rea de espera o local, isolado e identificado, para se encaminhar os recursos operacionais que se integram ao SCO, onde ocorre a recepo e o cadastro dos recursos empenhados na emergncia;

    Posto de comando o lugar onde se exercem as funes de comando, devendo ser instalado em todas as operaes em que se utiliza o SCO, independentemente do tamanho e da complexidade da situao. Suas caractersticas tero relao direta com a magnitude e complexidade do desastre. PRINCPIOS DO SCI O SCI baseia seu emprego em trs princpios fundamentais:

    Concepo sistmica; Concepo contingencial; Concepo para os riscos e situaes.

    As concepes, doutrinariamente, so divididas em nove princpios que permitem assegurar o despacho de recursos de modo rpido e seguro, coordenado com as polticas e procedimentos operacionais em vigor prprios de cada organizao participante.

  • 1. Terminologia comum Todas as instituies envolvidas utilizam terminologia padronizada e coerente, visando o entendimento das partes envolvidas. So adotados nomes comuns para os recursos materiais, instalaes, viaturas, funes e nvel do sistema organizacional. 2. Alcance do controle Para no perder o controle nas aes operacionais, cada profissional envolvido no acidente no pode se reportar a um nmero muito grande de pessoas. O SCI considera que o nmero de indivduos que o profissional pode ter como colaboradores na equipe de trabalho de um a sete, sendo que o ideal cinco. Para que o alcance do controle seja mantido, medida que os recursos forem chegando, torna-se necessria a expanso da estrutura organizacional do SCI. 3. Organizao modular Est baseada no tipo, magnitude (dimenso) e complexidade do acidente ou desastre, sendo que a sua expanso ocorre de baixo para cima, de acordo com as necessidades determinadas pelo gerente da emergncia. Esse princpio permite que as posies de trabalho possam somar-se (expanso) ou serem retiradas (contrao) com facilidade. 4. Comunicaes integradas So estabelecidas em um nico planejamento, em que utilizada a mesma terminologia. Os canais e as frequncias so comuns ou interconectadas e as redes de comunicao so estabelecidas dependendo do tamanho e complexidade da emergncia. 5. Planos consolidados em um s: plano de ao em emergncia Em virtude dos riscos materializados nos processos envolvendo produtos perigosos, o responsvel tcnico tem que elaborar um plano de ao em incidentes/acidentes. O plano tem que ser escrito, estar disponvel para consultas rpidas e ser autoexplicativo. O gerente deve adaptar o roteiro do plano escrito para aes e posturas de campo no momento da resposta ocorrncia. As primeiras quatro horas de trabalho devem ser privilegiadas por informaes seguras para o sucesso e encerramento dos trabalhos. 6. Cadeira de comando Cada pessoa responde e informa a uma pessoa designada (gerente, comandante, encarregado, coordenador, lder ou supervisor), caracterizando assim a unidade de controle. 7. Comando unificado Aplica-se a vrias instituies com competncia tcnica e jurisdicional, as quais promovem acordos conjuntos para manejar um acidente ou desastre. Embora as decises sejam tomadas em conjunto, deve ser designado um nico gerente, diretor ou comandante da emergncia. Ele ser da instituio de maior pertinncia ou competncia legal para a ocorrncia. Cada um se entende com sua gerncia para cumprir as misses,

  • responsabilidades e obrigaes de fazer e prestar contas. As instituies devem contribuir para planejar de forma conjunta as atividades, determinar os objetivos para o perodo operacional, conduzir as operaes de forma integrada, otimizar o uso dos recursos e designar funes do pessoal sob um nico plano de ao em emergncia. 8. Instalaes padronizadas Devem possuir localizao precisa, denominao comum, boa sinalizao e estar em local seguro e com boa visibilidade do cenrio sinistrado. Algumas instalaes estabelecidas so posto de comando, rea de espera, rea de concentrao de vtimas, estacionamento de veculos e heliporto. 9. Manejo integral dos recursos materiais Garante a otimizao, controle e contabilidade dos recursos, reduz a disperso no fluxo das comunicaes, diminui intromisses e garante a segurana dos profissionais. importante que o recurso utilizado no acidente, independentemente da instituio a que pertena, passe a fazer parte do sistema, ficando sob a responsabilidade do gerente, diretor ou comandante do SCI.

    Importante! O primeiro respondedor deve avaliar a situao crtica de acordo com os riscos presentes e obter informaes sobre o que est ocorrendo, assumindo a gerncia da situao.

    ORGANOGRAMA E TRANSFERNCIA DO GERENCIAMENTO

    Nesta aula, voc estudar que o organograma do SCI, com destaque para o posto de comando, o local acessvel e de fcil localizao para recepcionar aqueles que chegam para trabalhar na conteno da crise instalada em razo da presena de produtos perigosos. Uma pessoa deve ficar encarregada dessa tarefa. Como o primeiro respondedor normalmente no detm autoridade suficiente para permanecer na gerncia, ele pode e deve transferir para outro profissional qualificado. Essa transferncia deve ser feita de maneira formal pela rede de comunicao de rdio. ORGANOGRAMA

    A estrutura apresentada a seguir a do perodo inicial de instalao, logo nos primeiros minutos da interveno no acidente. O gerente, diretor ou comandante ainda no delegou a maioria das funes do SCI. A quantidade de recursos mnima. O primeiro profissional que chega cena deve assumir formalmente o controle e a liderana do acidente e todas as funes at as delegar a outros profissionais competentes.

  • O Sistema de Comando de Incidentes est baseado em oito funes: Comando do incidente; Planejamento; Operaes; Logstica; Administrao e finanas; Segurana;Informao pblica; e Ligao.

    O Comandante do Incidente (CI) a pessoa encarregada pelo SCI e que possui a

    mxima autoridade, devendo estar plenamente qualificado para conduzir a resposta ao incidente. STAFF DE COMANDO: Oficial de segurana tem a funo de vigilncia e avaliao de situaes perigosas e inseguras, bem como o desenvolvimento de medidas para a segurana do pessoal. Mesmo podendo exercer autoridade de emergncia para deter ou prevenir aes inseguras quando a situao requer providncias imediatas, ele geralmente corrige aes ou condies inseguras por meio da linha normal de comando. O oficial de segurana mantm-se interado de toda a operao. Oficial de informao pblica servir, s vezes, de ponto de contato com os meios de comunicao ou outras organizaes que busquem informao direta sobre o incidente. Ainda que vrios rgos possam designar membros de seu pessoal como oficiais de informao pblica, durante um incidente haver um s porta-voz. Os demais serviro como auxiliares. Toda a informao dever ser aprovada pelo CI. Oficial de ligao o contato para os representantes das instituies que estejam trabalhando no incidente ou que possam ser convocadas. Isso inclui organismos de primeira resposta, sade, obras pblicas ou outras organizaes. conveniente que o oficial de ligao e os representantes de todas as instituies atuantes se conheam mutuamente. SEES: Seo de operaes a responsvel pela execuo das aes de resposta. Seo de planejamento as funes dessa seo incluem recolher, avaliar, difundir e usar a informao acerca do desenvolvimento do incidente e manter um controle dos recursos. Esta seo elabora o Plano de Ao do Incidente (PAI), no qual define as atividades de resposta e o uso dos recursos durante um perodo operacional.

  • Seo de logstica a responsvel por prover instalaes, servios e materiais, incluindo o pessoal que operar os equipamentos solicitados para atender no incidente. Essa seo indispensvel quando as operaes so desenvolvidas em reas muito extensas e so de longa durao. As funes dessa seo so de apoio exclusivo aos que respondem ao incidente. Ela supervisiona o coordenador do setor de servios e o coordenador do setor de apoio. Seo de administrao e finanas apesar de frequentemente no receber a importncia que merece, a seo de administrao e finanas crtica para manter o controle contbil do incidente. responsvel por justificar, controlar e registrar todos os gastos e por manter em dia a documentao requerida para processos indenizatrios. A seguir segue o organograma expandido com o staff de comando e as sees:

    Observar que as funes podem ser acumuladas ou distribudas conforme a complexidade do evento e a quantidade de meio e pessoal, ou seja, expandida ou retrada. As atribuies e responsabilidade sero mais trabalhadas em curso especifico posterior.

    O PRIMEIRO RESPONDEDOR COM CAPACIDADE OPERACIONAL

    Caso voc seja o primeiro a chegar cena sinistrada com capacidade operacional, deve seguir os passos abaixo:

    1. Informar a sua base ou sede de sua chegada ao local sinistrado. 2. Assumir e estabelecer o posto de comando. 3. Avaliar a situao.

  • 4. Estabelecer o permetro de segurana. 5. Estabelecer seus objetivos, misses e tarefas prioritrias. 6. Determinar as estratgias. 7. Determinar as necessidades de recursos e possveis instalaes. 8. Preparar a informao para transferir o controle, comando ou gerncia.

    Notificaes

    1. Dimensionamento e aes iniciais de resposta seguindo procedimentos operacionais padronizados. 2. Instalao do SCI. 3. Assuno do comando atravs da rede de rdio. 4. Instalao do posto de comando. 5. Instalao da rea de espera/estacionamento e indicao do encarregado. 6. Coleta de informaes e elaborao do plano de ao inicial. 7. Estabelecimento dos objetivos e prioridades com base na situao e em recursos disponveis para um determinado perodo operacional. 8. Execuo do plano e continuao da coleta de informaes. 9. Verificao da necessidade de implementao de novas funes (staff de assessoria e staff principal). 10. Solicitao ou dispensa de recursos adicionais. 11. Controle da operao no posto de comando (PC) e preparao para reunio de avaliao e planejamento do novo perodo operacional. 12. Registro das informaes no formulrio padronizado. 13. Transferncia do comando ou instalao do comando unificado. 14. Realizao da reunio de avaliao e planejamento do novo perodo operacional. 15. Execuo do plano e reincio do ciclo de planejamento at a desmobilizao.

    Transferncia ou passagem do servio aos especializados

    Ao transferir o comando ou a gerncia do desastre ou acidente, voc deve considerar:

    Estado ou fase em que se encontra o acidente; Situao atual da segurana pblica; Objetivos e prioridades; Organizao atual; Designao de recursos; Recursos solicitados disponveis e a caminho; Instalaes estabelecidas; Plano de comunicao; Provvel evoluo do sinistro.

  • SADE OU DOENA DE QUE LADO VC EST?

    EMENTA: Os aspectos relacionados s condies fsicas do trabalho realizado pelo profissional da rea de segurana pblica so de extrema importncia para o entendimento do diferencial de sade ou doena, nesse contexto essa construo do conceito proporcionar uma melhor qualidade de vida a esse profissional. Nesse nterim se faz necessrio o estudo da relao existente entre as condies de trabalho e as principais doenas profissionais; as caractersticas especiais do trabalho dos profissionais da rea de segurana pblica, que trazem conseqncias fsicas de vrias naturezas e as doenas do trabalho mais comuns entre os profissionais de Segurana Pblica

    CONTEDO PROGRAMTICO: Mdulo 1 Principais aspectos das condies de trabalho - Servidores pblicos: aspectos gerais; - Do ingresso nos quadros; - Do trabalho em segurana pblica e suas dificuldades/desafios; - Das obrigaes do administrador e do administrado. Mdulo 2 - As doenas advindas das atividades laborais - Tenses e presses: fatos geradores; - A doena como uma estratgia defensiva; - Principais doenas de trabalho nos profissionais de segurana pblica. Mdulo 3 - As doenas advindas das atividades laborais - O que possvel fazer para prevenir a instalao dessas doenas profissionais e como obter uma melhor qualidade de vida? "Trabalhar em Segurana Pblica e Defesa Social por si s j um risco sade do indivduo, visto que essas profisses so consideradas perigosas".

    Essa frase, repetida muitas vezes por profissionais que atuam na rea de segurana pblica, transmite a percepo que muitos fazem da profisso que escolheram. Mas, quais so as condies de trabalhos desses profissionais? Quais os aspectos que caracterizam o trabalho dos profissionais desta rea como nocivo sade? Esse ser o tema abordado neste curso.

  • Mdulo 1 Principais aspectos das condies de trabalho Aula 1 - Introduo

    Voc estudar questes relativas sade do profissional da Segurana Pblica e importncia de se reconhecer os indicadores fsicos e mentais das doenas que podem ser adquiridas no exerccio de profisses com atividades estressantes. O Estado deve assegurar ao cidado brasileiro ou estrangeiro, residente no pas, o respeito sua integridade fsica e patrimonial. Para cumprir essa funo, o Estado-Administrao tem sua disposio os rgos de Segurana Pblica, que tambm podem ser denominados Foras de Segurana ou rgos que compem o Sistema de Segurana Pblica.

    A Segurana Pblica deve ser garantida pelos profissionais que atuam na preservao da ordem pblica em seus diversos aspectos, garantindo aos administrados os direitos assegurados pela Constituio Federal, e tambm nos instrumentos internacionais que foram subscritos pelo Brasil, entre eles, a Conveno Americana de Direitos Humanos (ou Pacto de San Jos).

    Quanto mais o profissional de Segurana Pblica compreender o Sistema de Segurana Pblica e as atribuies descritas na Constituio Federal do rgo ao qual pertence, melhor poder refletir sobre sua atividade profissional, suas aes, os benefcios e os riscos da profisso. Aula 2 - Servidores pblicos: aspectos gerais

    Os profissionais de Segurana Pblica so agentes pblicos concursados conforme o que determina a Constituio Federal nos termos do Art. 37, II, com redao definida pela Emenda Constitucional n. 19, que estabelece:

    A investidura em cargo (Cargo quantificado e criado por lei com denominao prpria, atribuies especficas e padro de vencimento ou remunerao fixado). O ocupante do cargo pblico tem vnculo estatutrio, regido pelo Estatuto dos Funcionrios Pblicos Lei n 8.112/90. (DI PIETRO, 2001, p.427) ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e complexidade de cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao (Ato pelo qual o servidor pblico vinculado ao exerccio do cargo) e exonerao (Ato pelo qual o servidor desvinculado ao exerccio do cargo).

    Os profissionais de segurana podem exercer funo pblica de chefia ou assessoramento, direo e tantas outras, podendo receber por representao de cargo ou funo, mediante acrscimos pecunirios.

    Submetem-se a regime estatutrio. Quando nomeados, ingressam por meio de situao jurdica previamente definida, independente se civil ou militar, a qual se submete com o Ato de Posse.

  • Aula 3 - Do ingresso nos quadros

    Para ingressar nos quadros das polcias e bombeiros, obrigatria a realizao de Concurso Pblico destinado ao recrutamento, seleo e treinamento de candidatos aos cargos oferecidos pelas instituies de Segurana Pblica, para provimento das vagas existentes. Outros quesitos importantes, pelos quais voc tambm j foi avaliado para poder ingressar na Segurana Pblica, vale a pena ser lembrado:

    Ter aptido fsica e mental para o exerccio das atribuies do cargo; No registrar antecedentes criminais e no responder a processo penal ou

    inqurito policial que o inabilite para o exerccio do cargo; No ter sofrido penalidades e no ter praticado atos desabonadores no

    exerccio da funo pblica ou atividade privada; No ter ttulos protestados e no ter sofrido execuo, bem como no ter

    respondido a aes cveis desabonadoras.

    responsabilidade das instituies, atravs das Academias e Centros de Formao, promover o recrutamento, a seleo, a formao e o aprimoramento profissional e cultural dos seus profissionais. Aula 4 - Do trabalho em segurana pblica e suas dificuldades/desafios Esto listados alguns dos requisitos exigidos para ser profissional de segurana:

    Autocontrole Boa disposio fsica Boa sade Capacidade de lidar com o pblico

    Especialidade Capacidade de comunicao

    Motivao Capacidade de pensar e agir sob presso

    Coragem Equilbrio emocional Discrio Capacidade de cumprir ordens e determinaes

    Disciplina Resistncia fsica Eficincia Capacidade de lidar com situaes adversas

    Aula 5 - Das obrigaes do administrador e do administrado

    A CLT estabelece que cabe administrao pblica: I - cumprir e fazer cumprir as

    normas de segurana e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, atravs de ordens de servio, quanto s precaues a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenas ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo rgo regional competente; IV - facilitar o exerccio da fiscalizao pela autoridade competente. Como voc pode ver, a legislao estabeleceu as obrigaes dos empregadores e fica definido pelo art. 158 as responsabilidades tambm aos empregados (entenda-se administrados): I - observar as normas de segurana e medicina do trabalho, inclusive as instrues de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos deste Captulo. Pargrafo nico - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

  • a) observncia das instrues expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteo individual (EPI) fornecidos pela empresa.

    As condies de trabalho e sade dos profissionais de segurana so meios necessrios e adequados ao atendimento dentro das normas tcnicas estabelecidas em lei, e esto respaldadas pelos Princpios da Legalidade, Supremacia do Interesse Pblico, Continuidade do Servio, Eficincia, Razoabilidade e Proporcionalidade, entre outros.

    Como afirmou um investigador da Polcia Civil: A gente tem que fazer, mas no pode. Se no fizer, punido. Mas se fizer, a gente sai sacrificado. Por isso que no muda. Ao no encontrar as condies de trabalho adequadas ao atendimento e prestao do servio, e ao no haver normas, no mais o descumprimento da lei que fere os princpios, mas a sua ausncia.

    Mdulo 2 AS DOENAS ADVINDAS DAS ATIVIDADES LABORAIS

    H relao entre as condies de trabalho e as doenas laborais (ou doenas do trabalho). Mas, quais so as que mais afetam os profissionais da rea de Segurana Pblica?

    Antes de iniciar o estudo, importante ressaltar que, qualquer trabalhador pode, em algum momento de suas atividades, sentir-se cansado ou apresentar alguns sintomas das doenas aqui especificadas. Mas preciso saber: o diagnstico preciso s poder ser dado por um profissional habilitado. Esse ser o assunto desse mdulo. Aula 1 - Introduo

    A sade dos trabalhadores condicionada por uma srie de fatores, tais como: Fatores sociais; Fatores econmicos; Fatores tecnolgicos; e Fatores organizacionais. Esses fatores esto relacionados ao perfil de produo e consumo, alm de fatores

    de riscos fsicos, qumicos e biolgicos, mecnicos e ergonmicos, presentes em trabalhos especficos.

    Aula 2 - Tenses e presses: fatos geradores

    Antes de iniciar o estudo dessa aula, pense na sua atividade profissional e reflita: quais so os principais elementos causadores de tenso e estresse presente no seu trabalho? Voc j parou para pensar a respeito? Leia as seguintes afirmaes:

  • O policial trabalha com as limitaes humanas. O policial trabalha no pico do estresse. Os policias sofrem as mesmas necessidades, os mesmo anseios e refletem

    os mesmos princpios e valores culturais da comunidade onde vivem. Os policiais desempenham um papel ingrato. O policial vive uma contradio de valores.

    Leu? E ento? Voc percebeu que os aspectos mencionados na pgina

    anterior dizem respeito sua atividade profissional, ao seu dia-a -dia. So fatores comuns atividade do policial e grandes geradores de estresse. Por essa razo importante que o policial tenha conscincia das caractersticas e peculiaridades de suas funes, para que possa escolher pelo caminho da sade, e no da doena!

    Leia e entenda melhor cada um desses fatores!

    a) A legislao e normas tcnicas relativas atividade do policial impedem a sua realizao profissional.

    A psicologia do trabalho classifica a segurana como um trabalho de cuidado. As pessoas passam pelo atendimento dos policiais, mas esses profissionais no vem o resultado de seu trabalho posteriormente. Se os presos foram absolvidos ou culpados, se as vtimas recuperam o patrimnio furtado ou roubado, se algum que ele atendeu ou socorreu morreu ou sobreviveu, etc. Essas questes acabam deixando o policial alheio aos resultados daquilo que produz. Os policiais civis, que realizam funes da Polcia Judiciria, ainda sofrem a presso dos prazos da Justia que, se no forem cumpridos, so passveis de punio. Alm disso, no podem se envolver com as partes, para no intervirem no colhimento das provas testemunhais e materiais. Mas, para aquele que no conhece a profisso, a exigncia feita de que o policial deve ser cuidadoso, atencioso, humano, eficiente e rpido!

    b) O policial trabalha com as limitaes humanas

    O policial trabalha entre a crueldade e a bondade, o dio e o amor, a vingana e o perdo, a punio e a impunidade, a injustia e o direito, a dor e a alegria, a priso e a liberdade, a discriminao e igualdade. Vivencia a contradio da sociedade e, no entanto, depende da existncia dela. Sofre presso psquica constante, como, por exemplo, a tentao diria dos subornos, onde lhe oferecem benefcios e privilgios pessoais em troca do descumprimento da lei. Se no possuir um carter firme, o policial se despersonaliza e, ainda por cima, alvo da errnea afirmativa de que o problema pessoal, ele que se vire!

  • c) Sofre a influncia perniciosa de substncias qumicas Por conta dos altos nveis de estresse e adrenalina, resultantes das

    atividades policiais de risco, substncias qumicas so liberadas na corrente sangunea e reduzem a imunidade orgnica do policial. Em decorrncia dessa vulnerabilidade, o policial torna- se alvo fcil de doenas diversas, que afetam sua sade fsica (tores, problemas de coluna, gastrite, presso alta, diabetes, problemas cardacos, etc.) e sua sade mental (perda de memria falta de concentrao, distrbios do sono, etc.). Diante disso, muitos profissionais tornam-se irritadios e agressivos e, no entanto, lhes cobrado equilbrio, controle e uma conduta disciplinar.

    d) Trabalha no pico do estresse

    O policial trabalha no limite do esforo humano. Diante do perigo, no pode ter medo ou recuar. Ele deve lutar e enfrentar as situaes de risco, pois, do contrrio, ser punido. No existe critrio de seleo por aptido para ingressar nessa profisso. Na maioria das vezes, esse profissional no queria ser policial e acabou optando pela carreira por falta de opo ou por conta da estabilidade oferecida pelo emprego.

    e) O policial deve cuidar e proteger, mas no tem quem o cuide e o proteja.

    No existe uma regulamentao na legislao em relao segurana e sade do servidor pblico.

    f) Sofrem as mesmas necessidades, os mesmos anseios e refletem os mesmos princpios e valores culturais da comunidade onde vivem.

    Os policiais costumam provir de camadas sociais de nveis mdio e baixo. So pessoas que, muitas vezes, no tiveram muitas oportunidades na vida e tm que priorizar o sustento da famlia, arcar com despesas domsticas e habitar em reas de risco social, como comunidades carentes e favelas. Porm, em sua profisso so exigidos padres de conduta disciplinares, comportamentos saudveis e inteligentes e conhecimentos de nvel superior, sem levar em conta todos os aspectos scio-econmicos j citados.

    g) Sofrem sobrecarga de trabalho

    Muitas vezes, os policiais precisam fazer trabalhos extras, conhecidos como bicos, para assegurarem sua sobrevivncia financeira e os impedirem de ser corrompidos por subornos. Em funo disso, eles acabam no dispondo de tempo para qualificaes profissionais ou, at mesmo, de tempo de lazer com sua famlia, o que pode acarretar problemas em vrios nveis.

    h) Desempenham um papel ingrato

    Os policiais sofrem grande presso e influncia de condutas

  • perniciosas, desmoralizao, provocaes, ameaas, leses fsicas e traumas psicolgicos, devido aos enfrentamentos criminalidade. Tm que vigiar e fiscalizar, gerenciando constantemente os conflitos sociais e, no entanto, muitos no conseguem exercer o autocontrole, pois no dispem de treinamento especfico para isso. Mesmo assim, as cobranas que sofrem costumam afirmar que tm que ser equilibrados e no podem perder o controle!

    i) O cidado no compreende o papel do policial

    Quando o policial executa bem o seu trabalho, costuma ouvir que no faz mais que sua obrigao! Outra causa do no reconhecimento de sua profisso ocorre porque as aes criminosas so quase sempre ocultas, tornando tambm oculto o trabalho policial. Isso dificulta o acompanhamento da populao, que, acaba concluindo que o policial no quer nada com o trabalho!

    j) O policial vive uma contradio de valores

    A legislao estabelece uma lei com base nos Princpios da Administrao Pblica, que diz respeito ao interesse comum. Mas, na prtica, a conduta dos relacionamentos sociais acabam sendo de interesse puramente pessoal.

    Os profissionais de segurana precisam fazer cumprir uma lei que, na prtica, no garante a sua execuo. Isso significa que, os princpios defendidos pela Constituio Federal, so contrrios aos princpios que permeiam valores nos relacionamentos interpessoais. O pensamento de que eu s fao alguma coisa por algum se ganhar algo em troca deve ser banido do consenso policial.

    Agora que voc acabou de analisar mais a fundo os fatores geradores de estresse, voc teria mais algum a acrescentar?

    Aula 3 - A doena como uma estratgia defensiva

    Todo dia, s cinco da manh, eu vou bater grade. Botar os caras pra trabalhar, no pode pensar. O que os malandros querem ralar peito. E a como que fica pra mim? A Lei protege eles. Depois eu me ferro. (Inspetor de polcia / RJ)

    Este depoimento revela o nvel de estresse profissional e como isso tem repercutido na sade do trabalhador de polcia.

    Voc j pensou que a doena pode ser uma estratgia defensiva? Veja a seguir o que isso significa.

    Quando um trabalho de carter coletivo provoca reaes negativas nos policiais, como ansiedade e medo, eles podem desenvolver estratgias defensivas coletivas, ou seja, uma ideologia de defesa onde aprendem a

  • mascarar, conter e ocultar a gravidade de suas emoes, atravs de posturas rgidas e at agressivas.

    A Revista Brasileira de Sade Ocupacional explica Esses mecanismos passam a ser instrumentos que permitem que o trabalho continue apesar do sofrimento que traz. Fornece a falsa idia de que determinam a forma de exercer o trabalho e no se apercebem se sujeitando a ele.

    Acaba sendo imprescindvel aceitar, sem discutir, as condies de sobrevivncia estratgica do grupo. Aquele que no se enquadrar, automaticamente ser isolado do grupo, passando a sentir-se inseguro e dependente.

    As condies de trabalho precrias, somadas aos problemas pessoais, de cunho afetivo, familiar ou social, contribuem para o desencadeamento da violncia policial.

    A psicologia do trabalho defende o suporte da instituio e dos colegas de trabalho no sentido de suprir as perdas afetivas.

    Aula 4 Principais doenas de trabalho nos profissionais de segurana pblica Burn Out

    Voc j ouviu falar em Burn out? Em ingls, burn quer dizer queimar e out que dizer fora. Ou seja, uma espcie de exploso, detonao.

    De que forma este termo tem a ver com a sade do profissional de Segurana Pblica? Qual a relao entre trabalho e afeto? o que ver a seguir.

    Devido ao contato dirio com situaes de grande estresse, acaba tornando-se insensvel aos problemas, adotando uma atitude fria, pois se sente esgotado, sem poder dar mais nada de si mesmo. Essa reao chamada de burn out.

    As pesquisas tm mostrado que o burn out ocorre em trabalhadores altamente motivados, que reagem ao estresse laboral trabalhando ainda mais, at que entram em colapso. Atribui-se ao burn out a discrepncia entre a dedicao e investimento do indivduo em seu trabalho e aquilo que ele recebe em troca (reconhecimento profissional, bons resultados, etc).

    Veja algumas definies de burn out:

    Burn out o nome da dor de um profissional encalacrado entre o que pode fazer e o que efetivamente consegue fazer, entre o que deve fazer e o que efetivamente pode, entre o cu de possibilidades e o inferno dos limites estruturais, entre a vitria e a frustrao.

    Burn out uma sndrome do trabalho, que se origina da discrepncia da percepo individual entre esforo e conseqncia, percepo esta influenciada por fatores individuais, organizacionais e sociais.

    Sendo baixa a remunerao (preocupao), acrescentada falta de efetivo (aumento da sobrecarga de trabalho), pssimas condies de trabalho (grau de incerteza na prestao do servio), e se ainda houver desvio de funo (frustrao), o somatrio de

  • problemas pode acentuar a gravidade da sade profissional. Muitos profissionais buscam ansiosamente o consumo de drogas ilcitas, para romper

    a presso psquica causada pelo meio onde trabalham. Acreditam que o uso de drogas poder gerar prazer e virilidade, alm de mascarar suas deficincias emocionais ou contornar as dificuldades externas, ajudando-os a conviver melhor com elas.

    Os componentes da sndrome do Burn out so os seguintes:

    1. Exausto emocional Situao em que os trabalhadores sentem que no podem dar mais de si mesmos em nvel afetivo. Percebem esgotada a energia e os recursos emocionais prprios, devido ao contato dirio com os problemas; 2. Despersonalizao Desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de cinismo s pessoas destinatrias do trabalho (usurios/clientes) endurecimento afetivo, coisificao da relao; e 3. Falta de envolvimento pessoal no trabalho Tendncia de uma evoluo negativa no trabalho, afetando a habilidade para realizao do trabalho e o atendimento, ou contato com as pessoas usurias do trabalho, bem como com a organizao.

    Os ambientes de trabalho tambm no asseguram o cumprimento dos direitos dos administrados, conforme previsto no Princpio da Razoabilidade e Proporcionalidade.

    Leses por Esforos Repetitivos (LER) H muitas doenas, igualmente srias, que afetam os agentes da Segurana

    Pblica, dependendo da natureza do trabalho que ele desenvolve. Uma delas a Leso por Esforo Repetitivo LER, tambm conhecida como Distrbios Osteomusculares Relacionados ao TrabalhoDORT.

    A LER/DORT abrange diversas patologias que atingem milhares de trabalhadores, sendo mais conhecidas a tendinite e a bursite.

    Em funo da gravidade dessas doenas, foi lanado o Programa Nacional de Preveno a LER/DORT, que tem como objetivo conscientizar a sociedade brasileira sobre essas patologias, por meio de eventos em todo o pas, promovendo debates sobre o tema. Saiba mais...

    A LER/DORT a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. Somente nos ltimos cinco anos foram abertas 532.434 CATs (Comunicao de Acidente de Trabalho) geradas pelas LER-DORT sem contar os trabalhadores que pleiteiam na Justia o reconhecimento do nexo causal, em milhares de aes movidas em todo o pas.

  • A cada 100(cem) trabalhadores na regio Sudeste, por exemplo, um portador de Leses por Esforos Repetitivos. As LER/DORT, atinge o trabalhador no auge de sua produtividade e experincia profissional. Existe maior incidncia na faixa etria de 30 a 40 anos, e as mulheres so as mais atingidas, em funo de sua constituio ssea.

    Comentrio Apesar de no haver dados precisos, possvel observar que, grande parte da categoria de escrives das polcias civil e federal, sofre algum tipo de LER/DORT, devido sua intensa atividade no manuseio de computadores, em mobilirios nem sempre ergonmicos. Para prevenir este tipo de doena, necessrio desenvolver campanhas de preveno e conscientizao sobre o problema, sendo a ginstica laboral uma das formas mais eficazes de preveno.

    Distrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar (DAB ou TAB)

    Essa doena comum nos profissionais da rea de Segurana Pblica. Caracteriza-se por uma alterao do humor na qual o paciente se encontra basicamente em estado de hiperatividade.

    Veja quais so os sintomas: Alterao do humor; agitao; insnia; irritao, briguento ou bem humorado; fala

    alto e muito, discute, acha motivos para criar caso, implicar, desafiar. Aumento ou diminuio do apetite. Aumento da Libido. Suposio de poder. A pessoa acha que sabe tudo, pode tudo, consegue tudo, nada

    problema, gasta mais dinheiro que o habitual. Pode ter vivncias religiosas de ser poderoso e messinico (diferente das vivncias

    religiosas da Esquizofrenia).

    Comentrio A doena apresenta fases. Nem todas as fases precisam ser iguais. Existem fases chamadas hipomanacas, onde todos esses sintomas so muito mais fracos. Nestas fases hipomanacas a pessoa pode aumentar sua produtividade e no perder a crtica. Alguns pacientes vivem por muitos anos em Hipomania. O tratamento da doena sempre medicamentoso e no muito simples, exigindo modificaes de medicamentos e ajustes freqentes das doses.

    Depresso

    A depresso outra doena presente nos agentes da Segurana Pblica. importante observar, nesses casos, que alguns indivduos enfrentam melhor determinada situao que outros, e tal fato relaciona-se com a histria de vida de cada pessoa, ou

  • seja, de suas experincias passadas, educao, sexo, idade, personalidade, etc. Vrios neurotransmissores esto envolvidos no processo de ansiedade e/ou depresso e na gerao dos seus sintomas, principalmente na neurotransmisso serotonrgica e noradrenrgica, assim como os fatores ambientais e estressores psicossociais (situaes de convivncia social que podem gerar estresse, como, por exemplo, a relao chefe X subordinado) que permeiam a vida dos trabalhadores no ambiente profissional.

    A depresso est relacionada com situaes de perda fsica ou afetiva e caracterizada por um grande contingente de sintomas que podem incluir sentimentos de tristeza, autodepreciao, desvalia, abandono, culpa, desesperana, idias de suicdio, apatia, incapacidade de sentir prazer e mesmo uma angstia que suplanta qualquer experincia humana normal e possui um carter emocional muito doloroso. Ansiedade

    Voc usa e-mail? E telefone celular? Voc sabia que estes avanos tecnolgicos, que de uma hora para outra entraram em nossa vida, so tambm fatores geradores de estresse?

    Outro fato que tambm tem influncia sobre o nvel de estresse justamente o uso indiscriminado da tecnologia, pois os usurios no so adequadamente preparados para sua utilizao, por meio de treinamentos e conscientizao dos benefcios e prejuzos advindos das ferramentas tecnolgicas. Vejamos alguns exemplos dessas ferramentas:

    E-mail: um timo recurso de comunicao interpessoal, porm, em momento algum, as empresas preparam seus funcionrios para o uso eficaz dele, resultando, muitas vezes, em excesso de assuntos e informaes mal-administradas e/ou comunicaes que complicam o fluxo do trabalho.

    Telefone celular: tambm uma tecnologia que, se usada corretamente, pode facilitar muito a vida das pessoas. Porm, comum a maioria utilizarem-na indiscriminadamente no ambiente de trabalho, confundindo assunto pessoal com profissional, o que gera estresse, alm de custos desnecessrios.

    Presente na maioria dos agentes da Segurana Pblica, a ansiedade vista quase que como sintoma normal num policial. Inmeros estudos demonstram que o conflito entre as metas e as estruturas de uma empresa/instituio e as necessidades individuais, quando em discordncia, tornam-se um agente estressor importante.

    Comentrio Esse tipo de conflito comum nos meios de

    Segurana Pblica. Quando as necessidades dos sujeitos no so atendidas ou levadas em conta, tornam o local de trabalho um ambiente gerador de ansiedades e insatisfaes, podendo ocasionar tambm a depresso. Assim, o acidente de trabalho tambm uma forma inconsciente de o trabalhador evitar o conflito existente na relao homem-instituio.

  • Quando o indivduo no tem sua autopercepo desenvolvida, fica impossibilitado de alcanar o equilbrio, passando a representar sinais nocivos de ansiedade que podem lev-lo exausto e formao de sintomas psicossomticos, podendo desenvolver a patologia psicossomtica. (Knobel, 1984) Todos os casos de ansiedade apresentam sintomas psicolgicos e somticos:

    Dentre os psicolgicos esto apreenso, medo, desespero, sensao de pnico, hipervigilncia, irritabilidade, fadiga, insnia e dificuldade para se concentrar. Os sintomas de origem somtica so: dor de cabea e lombar, causada pelo aumento da tenso muscular, palpitao devido aos movimentos mais vigorosos e rpidos do corao, sudorese emocional, principalmente nas mos, sensao de bolo na garganta devido a maior tenso dos msculos do pescoo, boca seca, nusea e vazio no estmago, alm de falta de ar e tontura, essas ltimas conseqentes a hiperventilao, tremores e fraquezas. Alcoolismo

    Casos de alcoolismo so freqentes entre os profissionais da rea de segurana pblica. muito complicado lidar com o alcoolismo porque, de certa forma, aparentemente, entre os profissionais sob estresse, essa doena at tolerada.

    O alcoolismo como tema especfico foi incorporado pela Organizao Mundial da Sade (OMS) Classificao Internacional de Doenas (CID) em 1967, na 8 Conferncia Mundial de Sade. No entanto, a questo do impacto do lcool sobre a sade j vinha sendo debatida pela OMS desde o incio dos anos 50, compondo um longo processo de maturao, e at hoje polmica no meio mdico-cientfico. Consta que, em 1953, a OMS, atravs do seu Expert Comitee on Alcohol j havia decidido que o lcool deveria ser includo numa categoria prpria, intermediria entre as drogas provocadoras de dependncia e as drogas provocadores de hbito (sobre isso, consulte o documento da OMS denominado Technical Repport 84,10).

    Uma resposta sobre data e fato no comportaria a riqueza dos debates e as sutilezas conceituais que envolveram a questo do alcoolismo no mbito da OMS. Alm disso, interessante acompanhar como desenvolveram-se tais debates no interior de vrias outras instncias cientficas e mdico-corporativas (tanto no Brasil como no exterior). Esse tipo de investigao til quando se quer entender adequadamente um fenmeno que no fundo remete a uma srie de determinantes que tangenciam as mais diversas fronteiras do conhecimento.

    Buscando solues para o alcoolismo

    A soluo ideal seria a "cura do alcoolismo", mas isto depende da motivao do dependente e do familiar. Se o dependente no tem esta motivao, a melhor soluo para a famlia efetuar modificaes nos comportamentos dos familiares, com o fim de interromper ou dificultar o curso do alcoolismo.

  • Algumas sugestes para lidar-se com o alcolatra:

    1. Procurar ajuda profissional Existem para ajudar tanto o dependente, como o familiar. Em alguns casos necessria uma atuao tcnica e no apenas familiar. Ser que no uma exigncia muito grande a famlia acreditar que deve dar conta de tudo sozinha? 2. Procurar recursos da comunidade Existem grupos de apoio aos dependentes qumicos, como os Alcolicos Annimos (AAs) e os Narcticos Annimos (NAs). Nem sempre o que melhor para a famlia, melhor para o dependente. O principal envolvido precisa estar motivado. Vale ressaltar que estes recursos podem ser utilizados simultaneamente a um tratamento. No existe um nico detentor do saber ou uma forma nica de cura.

    Dependncia qumica

    A dependncia qumica, tambm presente entre os profissionais da rea de Segurana Pblica e seus entornos, um distrbio crnico e recorrente. E essa recorrncia to contundente, que raramente ocorre abstinncia pelo resto da vida depois de uma nica tentativa de tratamento. As recadas da drogadio so as regras. Portanto, da drogadio deve ser abordada mais como uma doena crnica, como se fosse diabetes ou hipertenso arterial. Comentrio

    Considerando o fato de a dependncia qumica ser um distrbio recorrente e crnico, alguns autores mais realistas consideram como um bom resultado teraputico, tal como se deseja no tratamento da hipertenso arterial, asma brnquica, reumatismo, diabetes etc., uma reduo significativa do consumo da droga, e longos perodos de abstinncia, supondo a ocorrncia de recadas ocasionalmente. Muitos acham que este seria um padro razovel de sucesso teraputico, da mesma forma que em outras doenas crnicas, ou seja, o controle da doena, mas no a sua cura definitiva.

    Voc pode chamar de "psicoativas" as drogas psicotrpicas, portanto, com efeito sobre o Sistema Nervoso Central. Convencionalmente, pode chamar ainda de "psicoativas" as drogas de carter ilcito, cujo efeito por ela produzido de alguma forma agradvel ao usurio. Pois bem, quando se usa uma droga psicoativa, o efeito proporcionado por ela adquire para a pessoa um carter de recompensa prazerosa.

    A maioria das definies de adico a drogas ou dependncia de substncias inclui descries do tipo "indivduo completamente dominado pelo uso de uma droga (uso compulsivo)" e vrios sintomas ou critrios que refletem a perda de controle sobre o consumo de drogas.

    Saiba mais... As pesquisas, hoje em dia, caminham atravs da Psiquiatria e da Psicologia

  • Experimental, juntamente com a Neurobiologia. Todas essas reas se esforam para identificar os elementos emocionais e biolgicos que contribuem para alterar o equilbrio do prazer (homeostase hedonista), alteraes esta que d origem quilo que se conhece como drogadico (droga-adico). A palavra "adico", em portugus, um neologismo tcnico que quer dizer, de fato, "drogadico.

    O tema "drogas" muito complexo, multidimensional e tem atrado a ateno da maioria dos pases. Nas ltimas duas dcadas, importantes avanos nas cincias do comportamento e nas neurocincias vieram contribuir para um melhor entendimento na questo do abuso de drogas e da drogadico (droga-adico).

    A neurocincia tem identificando circuitos neuronais envolvidos em todos tipos de abusos conhecidos, assinalando regies cerebrais, neuroreceptores, neurotransmissores e as vias neurolgicas comuns afetadas pelas drogas. Tambm tm sido identificados os principais receptores das drogas suscetveis de abuso, assim como todas as ligaes naturais da maior parte desses receptores. Neurologicamente, a drogadico deve ser considerada uma doena. Ela est ligada a alteraes na estrutura e funes cerebrais, e isso torna a drogadico fundamentalmente uma doena cerebral, a qual est ligada, inicialmente, ao uso de drogas um comportamento voluntrio mas, com o uso prolongado um "interruptor" no crebro parece ligar-se, e quando o "interruptor" ligado, o indivduo entra em estado de dependncia qumica caracterizado pela busca e consumo compulsivo da droga. Transtorno de Ataque de Pnico (TAP)

    Voc sabia que o transtorno de ataque de pnico acomete mais os Policiais Militares do que os Civis?

    A Sndrome do Pnico caracteriza-se por um sentimento sbito de

    terror, sensao de morte iminente com o corao que dispara, pele molhada de suor e dores no peito que quase impedem a respirao, por vezes tambm sentimento de irrealidade ou de catstrofe.

    Esses sintomas so compatveis com um ataque de pnico que pode sugerir, pela semelhana ser um ataque cardaco.

    De fato, vrias pessoas que sofrem desse distrbio foram assim diagnosticadas no pronto-socorro, aonde haviam sido levadas com suspeita de enfarte. O ataque de pnico pode se manifestar de improviso, sem sinais premonitrios, e atingir pessoas que, at aquele momento, consideravam-se perfeitamente ss. uma caracterstica que pode desencadear a transformao do ataque de pnico em transtorno. Muitas pessoas sofrem de um nico ataque, que no futuro no se repetir, mas, quando se repete, pode gerar uma espiral de sensaes e comportamentos que agravam a situao.

    Por um lado, de fato, no podendo prever o momento do ataque, a pessoa desenvolve uma crescente ansiedade relativa ocasio e ao local em que ocorrer: o medo do medo. Por outro lado, ela tender a evitar locais e situaes em que o ataque j se verificou. Isso pode fazer, por exemplo, com que ela no ande mais de carro ou

  • evite locais abertos ou lotados, neste caso fala-se de TAP com agorafobia (Medo de lugares abertos e amplos. Ex. Estdios de Futebol, Shoppings e etc).

    Caso no seja tratado, o transtorno pode limitar seriamente a capacidade de manter relaes sociais, a includo o trabalho, assim como enfrentar situaes de exposio pblica ou situaes de risco.

    Esse transtorno bem comum nos profissionais de Segurana Pblica e Defesa Social, pois a convivncia diria com situaes de risco e angustiantes pode comprometer a sade psquica desses profissionais. Lidar diariamente com a morte ou com criminalidade coloca em xeque a condio de bem-estar do trabalhador, que em rarssimas ocasies conta com servio de assistncia bio-psico-social para lhes resguardar a plenitude de sua sade. Doenas psicossomticas

    No mundo de hoje, em decorrncia da contnua evoluo da cincia e da tecnologia, deparamo-nos com uma sociedade em que predomina o homem massificado, em detrimento do homem como indivduo. Foi visto anteriormente no curso que o profissional de segurana tem dois tipos de sofrimento recorrentes: a insatisfao e a ansiedade, que o acompanham em graus diferentes de complexidade.

    O trabalho envolve a sintonia entre a satisfao das demandas individuais e organizacionais. Quando essas demandas no so atendidas, as relaes entre a pessoa e a organizao se modificam, podendo haver processos patognicos (Processos ligados a estados de doena ou adaptao inadequada a situao) de adaptao, como o desligamento da empresa, a perda de promoes ou o isolamento profissional. Todos esses fatores acarretam conflitos.

    O homem capaz de responder no s a ameaas concretas como tambm a situaes como quebra de laos familiares e da estrutura social, privao de necessidades bsicas, separao, perda de emprego, aposentadoria, entre outros.

    A psicossomtica estuda o homem como ser histrico, constitudo por corpo, mente e suas interaes com o meio, levando-se em considerao sua totalidade para melhor entender os processos de adoecer. Nesse caso, as doenas psicossomticas representariam um mecanismo de defesa, no qual o sujeito transforma o problema psicolgico em fisiolgico.

    O sofrimento controlado pelas estratgias defensivas, para impedir que se transforme em patologia. Quando h falncia ou deficincia nesses sistemas defensivos, surgem as neuroses, psicoses e depresses e/ou sintomas orgnicos, que desencadeiam uma queda no desempenho produtivo. A excluso imediata do trabalho passa a ser percebida como punio. Bastaria que a chefia interviesse, diminuindo o ritmo de trabalho, isto , amenizar a presso organizacional para que as manifestaes de sofrimento desaparecessem.

    Parece que o sofrimento mental e a fadiga so manifestaes proibidas no trabalho, e que s a doena admissvel. A consulta mdica, muitas vezes, disfara os sofrimentos mentais com a prescrio de psicoestimulantes ou analgsicos. Assim, tenta-

  • se deslocar o conflito homem-trabalho para um terreno mais neutro, desqualificando o sofrimento.

    Lembre- se que, a organizao do trabalho no determina a doena mental. Porm, poderia deixar inscritos seus efeitos com uma explicao que chama-se de sndrome subjetiva ps-traumtica. Essa sndrome caracteriza-se por uma grande variedade de problemas funcionais, ou seja, sem substrato orgnico, ou pela persistncia anormal de um sintoma que aparecer durante a vida profissional do trabalhador. Mdulo 3 ATIVIDADES E AES QUE PODEM AJUDAR Aula 1 - Introduo

    Depois de estudar vrios aspectos relativos s doenas mais comuns na rea de Segurana Pblica, pergunte-se: O que pode ser feito para evitar que os profissionais adoeam?

    Nesse momento, sua participao muito importante, no sentido de coletar informaes sobre quais instituies no Brasil se preocupam com seus funcionrios.

    A Polcia Militar de Gois, as Polcias Civil e Militar de So Paulo e a Polcia Militar de Pernambuco e de Santa Catarina, possuem programas especficos voltados para a assistncia aos profissionais da rea de Segurana Pblica. A vida de um profissional da rea de Segurana Pblica pautada na incerteza e no aleatrio, onde o dia-a-dia acaba por alienar o sujeito profissional.

    A questo da sade mental dos profissionais da rea de Segurana Pblica no problema exclusivo do Brasil. Em outros pases como, por exemplo, na Argentina, onde o pesquisador e policial Pelacchi(1999) ao abordar o assunto estratgias policiais nas sociedades contemporneas d a exata medida da importncia do tema: A polcia resultante de uma srie de normas que do sustentao sua existncia, sendo importante para seu bom funcionamento fazer adequaes na legislao penal, processual e contravencional, assim como implementar servios ou programas sociais, de sade e educacionais. (Pelacchi,1999). Importncia de adequadas condies de trabalho e equipamentos

    Fica muita clara a importncia de adequadas condies de trabalho aos profissionais de Segurana Pblica, em termos de estrutura fsica (ambientes limpos e ventilados, mveis ergonmicos) de recrutamento (elevar os nveis de escolaridade dos policiais, investir em formao, etc), plano de carreira, alm de programas de assistncia que primem pela qualidade de vida pessoal e profissional do funcionrio. Estresse ocupacional

    O estresse ocupacional o fator que mais fortemente influencia a sade dos

  • profissionais de Segurana Pblica. Nessa perspectiva, vrios estudos vm sendo realizados com o objetivo de analisar os impactos do trabalho sobre a sade dos policiais. O contedo violento do trabalho desses profissionais, o contato rotineiro com a morte e a constante presso das responsabilidades, so considerados elementos causadores de danos sade (ALMIR, 1995). Da mesma forma, tambm vm sendo estudadas as diferenas de gnero nas exposies das fontes de estresse ocupacional entre policiais, revelando que as mulheres sofrem estressores adicionais no trabalho. (BROWN & FIELDING, 1993). Aula 2 O que possvel fazer para prevenir a instalao dessas doenas profissionais e como obter uma melhor qualidade de vida? Voc j sentiu ou est sentido problemas relativos sua sade em funo do seu trabalho?

    Este o questionamento que cada pessoa deve fazer a si mesmo na medida em que ele deve ser o sujeito de seu processo de cura ou de manuteno de sua sade. Mas, se voc quiser, a seguir encontrar algumas dicas! Dez estratgias mais importantes para aumentar sua sade e bem-estar, segundo o Dr. Ricardo de Marchi.

    1. No fume. O fumo o fator que mais contribui para o cncer pulmonar. 2. Coma bem. Evite alimentos gordurosos, coma frutas, verduras e vegetais. 3. Exercite-se. Faa regularmente, mesmo de modo leve. Ande, suba escadas. 4. Controle seu peso. Excesso de peso afeta coluna e corao e leva a diabetes. 5. Proteja seu bem-estar. Controle o estresse. Tenha um sono tranqilo. 6. No abuse do lcool. O consumo sem controle causa problemas. 7. Dirija com segurana. Use sempre o cinto de segurana. 8. Faa exames preventivos. O mdico pode recomendar o melhor programa. 9. Adote normas de segurana. Faa de sua casa uma zona livre de acidentes. 10. Pratique sexo seguro. Tome cuidados para proteger seu parceiro e voc.

    Dicas simples para evitar o stress no cotidiano e no trabalho:

    Planeje suas atividades com antecedncia; Faa reunies de trabalho objetivas; Sorria sempre; Descanse em frente a um aqurio (se possvel) ou em lugar arejado e

    silencioso; No saiba todas as respostas (ningum sabe tudo de tudo); Ande na chuva (quando possvel); Acredite em si mesmo; Desenvolva seu senso de humor; Seja otimista; Chegue ao trabalho mais

    cedo;

  • Deixe o trabalho mais cedo (se possvel); Dance; Abrace um amigo; Veja um filme comendo pipoca; Respire lentamente; Pratique esportes; Participe de grupo sociais; Seja voluntrio em algum projeto social; Tenha uma religio; Leia muitos livros; Tenha vrios amigos; Converse com seu filho/pai/me/irmo/marido/esposa; Seja socialmente tico; Pratique boas maneiras; Faa exames de sade com regularidade; e Faa uma visita a um profissional de psicologia pelo menos uma vez ao ms.

    Outras dicas:

    Sempre que voc estiver se sentindo: Oprimido; Ansioso demais; Depressivo; Em estado de pnico constante; Com problemas de insnia; e Dores de cabea ou dores no peito constante. Procure imediatamente ajuda de um profissional capacitado a ajud-lo, que

    pode ser um mdico, um psiclogo, um psiquiatra ou outro profissional conforme o caso requeira.

    Procure sempre manter amizades fora da instituio policial e nunca deixe de manter um dilogo aberto com seus familiares, principalmente esposa, marido e filhos, pois, estes so os que mais sofrem quando o policial tem problemas de sade sejam eles fsicos e/ou psicolgicos.

    Lembre-se que apenas saber do que certo fazer no resolve o problema. Para a soluo dos problemas de sade imprescindvel que o profissional da rea de Segurana Pblica tenha uma atitude pr-ativa em relao manuteno de sua sade. O que as instituies podem fazer por seus profissionais

    A compreenso de que os profissionais da rea de Segurana Pblica so trabalhadores que vivem, adoecem e morrem da mesma forma que a populao de um determinado tempo, lugar e classe social, mas tambm de forma diferenciada, decorrente de sua insero particular no processo produtivo, sustenta a proposio de que esta especificidade deve ser contemplada no atendimento s suas necessidades de sade.

    Veja quais so as aes de sade dos trabalhadores: Aes de sade dos trabalhadores

  • A assistncia aos trabalhadores vtimas de acidentes do trabalho, doenas profissionais ou de doenas relacionadas ao trabalho. Compreende aes de diagnstico, que incluem o estabelecimento do nexo com o trabalho, e de recuperao da sade, envolvendo o tratamento e a reabilitao quando necessria;

    As aes de promoo e proteo da sade, a vigilncia da sade dos trabalhadores e das condies e ambientes de trabalho, que incluem normatizao e fiscalizao e os procedimentos de notificao aos rgos responsveis;

    Os procedimentos visando ao acesso dos trabalhadores segurados pelo Seguro de Acidentes do Trabalho da Previdncia Social ou outros legalmente constitudos previstos na legislao;

    A capacitao e tratamento de recursos humanos; e Informao e educao dos empregadores, gestores, trabalhadores e outros

    setores sociais envolvidos ou interessados no tema. Nenhuma das aes isoladamente constitui novidade nos servios de sade. O

    aspecto inovador a tentativa de implement- las de modo articulado a partir de um referencial terico e de instrumentos de abordagem das relaes de trabalho, sade e doena que buscam integrar as dimenses individual e coletiva e tcnicas e polticas envolvidas.

    EMERGENCISTA PR-HOSPITALAR

    EMENTA: A disciplina Emergencista Pr-hospitalar tem como finalidade a capacitao dos operadores de segurana pblica, para o atendimento a acidentados e pessoas que necessitam de cuidados de primeiros socorros fora do ambiente hospitalar. Alm disso, contribue com a padronizao da linguagem do Atendimento Pr-Hospitalar, no mbito da Corporao.

    CONTEDO PROGRAMTICO: Emergencista Reconhecimento do local do incidente Avaliao do paciente Avaliao da cena Exame fsico localizado e anamnese Cadeia de sobrevivncia Parada respiratria Parada cardaca Obstruo das vias areas por corpo estranho (OVACE) Hemorragia Ferimentos

  • Eviscerao Trauma em extremidades Traumatismo crnio-enceflico - TCE Traumatismo raquimedular - TRM Traumatismo no trax Ferimentos por objetos penetrantes e perfurantes Leses no corao e nos pulmes Atendimento pr-hospitalar

    considerado como nvel pr-hospitalar mvel na rea de urgncia o atendimento que procura chegar precocemente vtima, aps ter ocorrido um agravo sua sade (de natureza clnica, cirrgica ou traumtica, incluindo a psiquitrica) que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou mesmo morte, sendo necessrio, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um servio de sade devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema nico de Sade (SUS). Podemos cham-lo de atendimento pr-hospitalar mvel primrio quando o pedido de socorro for oriundo de um cidado ou de atendimento pr-hospitalar mvel secundrio e quando a solicitao partir de um servio de sade, no qual o paciente j tenha recebido o primeiro atendimento necessrio estabilizao do quadro de urgncia apresentado, mas necessite ser conduzido a outro servio de maior complexidade para a continuidade do tratamento. Emergencista

    a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar transportar o paciente sem agravar as leses j existentes. Reconhecimento do local do incidente

    O reconhecimento da situao realizado pelo emergencista no momento em que chega ao local da emergncia. O reconhecimento necessrio para que ele possa avaliar a situao inicial e decidir o que fazer e como fazer. Para o correto reconhecimento do local da ocorrncia, devem ser observados: veja a seguir: Avaliao do local

    O emergencista dever avaliar o local da ocorrncia, observando principalmente os seguintes aspectos:

    Situao; Potencial de risco; Medidas a serem adotadas.

    Segurana do local

  • Consiste na adoo dos cuidados por parte do emergencista para a manuteno da segurana no local de uma ocorrncia, priorizando:

    Estacionamento adequado da viatura de emergncia; Sinalizao e isolamento do local; Gerenciamento dos riscos.

    Estacionamento

    O emergencista/motorista dever estacionar a viatura de socorro/carro particular 15 metros antes do local do acidente, utilizando-a como anteparo, a fim de proporcionar maior segurana guarnio de servio e s vtimas envolvidas, deixando assim, uma rea denominada zona de trabalho. Nas situaes em que j houver uma viatura fazendo tal proteo, a viatura de socorro dever ser colocada 15 metros frente do acidente, mantendo o espao da zona de trabalho. Sinalizao

    A colocao dos cones de sinalizao dever obedecer a seguinte proporo: 1 metro para cada km/h da velocidade mxima permitida na via.

    Exemplo Se a velocidade mxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de sinalizao dever ser posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais cones devero ser distribudos em direo ao local do acidente Aps a sinalizao, o emergencista dever se certificar de que a sua visualizao ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, essa distncia poder ser aumentada conforme a necessidade.

  • Equipamentos de proteo individual

    Luvas descartveis; Mscaras faciais; culos de proteo;

    Avaliao do paciente

    A avaliao do paciente um conjunto de procedimentos orientados para identificao e correo imediata de possveis doenas ou traumas, por meio de entrevista, aferio dos sinais vitais e exame fsico, a fim de determinar as aes a serem empreendidas. A ordem da avaliao depende da natureza do problema (trauma ou emergncia clnica/consciente ou inconsciente). Em um atendimento de uma emergncia clnica, investigue a possibilidade de um trauma e vice-versa.

    As fases da avaliao do paciente compreendem: Avaliao da cena; Avaliao inicial; Exame fsico localizado e anamnese; Exame fsico detalhado; Avaliao continuada.

    Avaliao da cena

    Rpida avaliao dos diferentes fatores que esto relacionados emergncia. importante para que o emergencista possa decidir sobre as aes que ir empreender. A segurana sempre nosso primeiro objetivo. A avaliao comea da ida do emergencista cena. O emergencista j deve ir pensando nos tipos de leses ou perigos que podero se apresentar. A avaliao da cena inclui:

    Usar o EPI (biossegurana); Verificar se a cena est segura para o emergencista, para as vtimas e para os

    demais presentes; Mecanismo da leso ou natureza da doena; Quantidade de vtimas; Recursos adicionais que sero necessrios.

    Ao chegar cena, coletar informaes observando o local, ouvir os familiares e

    testemunhas. A aparncia do local do incidente cria uma impresso que influencia toda a

  • avaliao do emergencista. A cena pode fornecer informaes a respeito do mecanismo do trauma, da situao e do nvel de segurana. Ao avaliar a cena, o emergencista deve responder os seguintes questionamentos: - Qual a situao? Determinar o que aconteceu (trauma/clnico), qual foi o mecanismo do trauma, quais as provveis leses nas vtimas, etc. - Quais os riscos potenciais? Quais os riscos no local, como podero evoluir. - Quais as medidas a empreender? Determinar o que fazer e verificar a necessidade de recursos adicionais. Avaliao inicial

    Parte da avaliao do paciente que tem por finalidade identificar e corrigir imediatamente as situaes de risco de morte, relacionadas s vias areas, respirao e circulao.

    Ao abordar o paciente, o emergencista dever se apresentar. - Mencionar seu nome; - Indicar que uma pessoa treinada em primeiros socorros; - Solicitar o consentimento da vtima.

    As etapas da avaliao inicial compreendem avaliar:

    I. Estado geral do paciente; II. Nvel de resposta do paciente;

    III. Vias areas e respirao; IV. Circulao; V. Necessidade de transporte do paciente.

    I. Estado geral do paciente

    Implica no que vemos em relao ao paciente desde nossa chegada na cena; inclui detalhes como: estado respiratrio, circulatrio e neurolgico do paciente, etc. Dessa impresso geral pode depender nossa deciso de transporte.

    II. Nvel de resposta do paciente

    O nvel de resposta do paciente avaliado com a ajuda do mtodo AVDI, que significa: ALERTA O paciente interage com o meio.

    Ateno: Para um paciente consciente, importante saber se o mesmo est lcido e orientado em tempo, espao e pessoa. (LOTEP)

  • VERBAL O paciente pode parecer inconsciente, mas responde a um estmulo verbal. DOLOROSO Caso a vtima no responda ao estmulo verbal, utiliza-se o estmulo doloroso. INCONSCIENTE Se no responde aos estmulos verbal e doloroso, ento est inconsciente.

    Se o paciente est inconsciente em decbito ventral, o emergencista necessitar coloc-lo em decbito dorsal para fazer a avaliao. Caso suspeite de trauma, movimente-o de acordo com a tcnica apropriada.

    III. Vias areas Para abrir as vias areas utilize a manobra de empurre mandibular, em casos de trauma, estabilizando a cabea e o pescoo. Em caso de emergncia clnica, utilize a manobra de inclinao da cabea elevao do queixo.

    O primeiro passo no tratamento das vias areas deve ser uma rpida inspeo visual da orofaringe. Corpos estranhos, como pedaos de alimentos, dentes quebrados e sangue, podem ser encontrados dentro da boca de um traumatizado.

    Os emergencistas devem usar luvas para retirar esse material da boca do paciente. Manobra de inclinao da cabea elevao do queixo

    1. Deite o paciente em decbito dorsal e posicione-se na lateral do paciente, na altura dos ombros e cabea.

    2. Coloque os dedos indicador, mdio e anular apoiados na mandbula; com a outra mo posicionada na testa do paciente, incline a cabea para trs.

    Manobra de empurre mandibular

    1. Coloque o paciente em decbito dorsal e se posicione de joelho acima de sua

  • cabea. 2. Coloque as mos com dedos afastados em cada lado da cabea do paciente. 3. Levante a mandbula com os dedos indicadores e mdios enquanto mantm os

    polegares apoiados na altura dos zigomticos, de maneira que os cotovelos se mantenham sempre apoiados.

    IV. Circulao

    Verifique o pulso carotdeo at 10 segundos. Caso no haja pulso, ATUE IMEDIATAMENTE.

    Verifique se existe hemorragia externa: em caso positivo, contenha-a; isso pode ser o primeiro passo a ser feito em alguns casos.

    Verifique o pulso perifrico a presena do pulso perifrico palpvel tambm fornece uma estimativa grosseira da presso arterial. Se o pulso perifrico no for palpvel em uma extremidade no lesada, o paciente provavelmente entrou na fase descompensada do choque.

    Caso disponha de oxmetro de pulso, empregue-o durante essa fase,

    avaliando a real necessidade de oxignio e frequncia do pulso.

    V. Necessidade de transporte do paciente

    As condies para estabelecer a prioridade do transporte ou continuar na cena avaliando o paciente dentro da ambulncia, incluem: inconscincia; consciente, mas no alerta; dificuldade respiratria; hemorragia severa ou choque; mau aspecto geral; parto complicado; dor no peito ou qualquer dor aguda. Classifique o paciente na escala CPE para determinar o tempo de permanncia na cena de acordo com a gravidade das leses ou doenas.

    CPE formado pelas iniciais das palavras crtico, potencialmente instvel e estvel.

    C parada respiratria ou cardiorrespiratria; inconscincia; consciente, mas no alerta; dificuldade respiratria; hemorragia severa ou choque; mau aspecto geral; parto complicado; dor no peito ou qualquer dor aguda. P Leses isoladas importantes. E Leses menores mecanismo da leso no importante.

    Paciente C Necessitam de transporte imediato. Sempre que possvel, permanecer na cena por um tempo mximo de 5 minutos. Paciente P e E Continuar na cena avaliando o paciente dentro da ambulncia. O ideal concluir a avaliao em no mximo 12 minutos.

  • VI. Colar cervical e oxignio

    Aps a deciso de transporte, a equipe de emergencistas dever aplicar o colar

    cervical adequado, e, se necessrio, ministrar oxignio suplementar. Para isso, o emergencista deve avaliar a regio do pescoo, nariz, boca e mandbula do paciente, mensurar e aplicar o colar cervical e administrar oxignio por meio de uma mscara facial com reservatrio. Utilizando-se de uma lanterna, avalie o ouvido do paciente, verificando parte externa, interna e regio retroauricular em busca de sangramento, sada de lquido cefalorraquidiano e equimose antes da aplicao do colar cervical. Exame fsico localizado e anamnese

    feito depois de haver detectado e corrigido qualquer problema na avaliao inicial. realizado de acordo com a queixa principal do paciente, com o objetivo de descobrir e tratar leses especficas ou problemas pela doena do paciente. Inclui obter o histrico do paciente e a avaliao dos sinais vitais. Anamnese Tem por finalidade obter o histrico do paciente. O ideal obter a informao diretamente do paciente; caso no seja possvel, de quem presenciou a emergncia (familiares ou testemunhas). Para ajudar a seguirmos uma sequncia para obter o histrico do paciente, emprega-se um mtodo mnemnico usando a palavra SAMPLE:

    S - Sinais e sintomas A - Alergias M - Medicao P - Pertinente histria mdica passada L - Lquidos e ltima alimentao E - Eventos relacionados doena ou trauma

    No caso de dor, utiliza-se palavra ALICIA:

    A - Apario L - Localizao I - Intensidade C - Cronologia I - Incremento (evoluo) A - Alvio

    Guia para realizar a anamnese

    Como ocorreu? H quanto tempo est sentindo? O que ocorreu antes de sentir-se mal? Apresenta algum problema mdico atual? Est tomando medicamento? alrgico a

  • algo? Quando foi a ltima refeio? Etc. Sinais vitais So quatro: pulso, respirao, temperatura relativa da pele e presso arterial. Pulso: o reflexo das contraes cardacas (sstole). Podem ser percebidas pela palpao de uma artria posicionada prxima pele e sobre uma estrutura ssea. Os pulsos mais comumente usados so:

    Carotdeo Braquial Femoral

    Aferio do pulso

    Coloque o dedo indicador e mdio da mo mais hbil sobre o lugar onde passa a artria, exercendo leve presso e conte os batimentos cardacos (pulsaes). Em pacientes com emergncias clnicas, aferir o pulso durante um minuto completo e, nos casos de trauma, aferir durante 30 segundos multiplicar por dois.

    Valores normais do pulso

    Adulto 60 a 100 pulsaes por minuto (bpm)

    Criana 70 a 110 pulsaes por minuto (bpm)

    Lactente 120 a 160 pulsaes por minuto (bpm)

    Respirao

    Absoro do oxignio e exalao do gs carbnico. Na respirao, deve-se observar a inspirao e a expirao do paciente (ventilao). Recomenda-se avaliar as respiraes como se estivesse aferindo o pulso. Em pacientes com emergncias clnicas, verificar as ventilaes durante um minuto, e, nos casos de trauma, verificar durante 30 segundos e multiplicar por dois.

  • Valores normais da respirao

    Adulto 12 a 20 respiraes por minuto (vpm) Criana 20 a 30 respiraes por minuto (vpm) Lactente 30 a 50 respiraes por minuto (vpm)

    Presso arterial (PA)

    definida como a presso exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artrias. A PA verificada em dois nveis, a PA sistlica e a diastlica. A sistlica a presso mxima qual a artria est sujeita durante a contrao do corao (sstole). A diastlica a presso remanescente no interior do sistema arterial quando o corao fica relaxado (distole). A presso arterial diretamente influenciada pela fora do batimento cardaco; quanto mais fora, mais elevada a PA e o volume de sangue circulante. Dentro desses valores, consideramos a PA normal. Se exceder mxima, denominamos alta (hipertenso) e, ao contrrio, se no atinge o nvel mnimo, denominamos baixa (hipotenso).

    Nos casos de hemorragias ou choque, a PA mantm-se constante dentro de valores normais para no final desenvolver uma queda abrupta.

    Valores normais da presso arterial

    Adulto Sistlica - menor de 120 mmHg (AHA)

    Diastlica - menor de 80 mmHg (AHA)

    Criana Sistlica - 90 a 110 mmHg

    Diastlica - 54 a 74 mmHg

    Lactente Sistlica - 70 a 90 mmHg

    Diastlica - 50 a 70 mmHg Temperatura a diferena entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano.

    Valores normais: 36,5 a 37 c independentemente da faixa etria.

    Convm recordar que a pele a grande responsvel pela regulao da

  • temperatura e pode apresentar-se normal, quente ou fria, mida ou seca. A cor da pele pode ser plida, ciantica, roxa ou ruborizada. Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lbios, ao redor das fossas nasais e nas unhas.

    Colorao da pele

    A colorao da pele depende primariamente da presena de sangue circulante nos vasos sanguneos subcutneos. Uma pele plida, branca, indica circulao insuficiente e vista nas vtimas em choque ou com infarto do miocrdio. Uma cor azulada (cianose) observada na insuficincia cardaca, na obstruo de vias areas e tambm em alguns casos de envenenamento. Poder haver uma cor vermelha em certos estgios do envenenamento por monxido de carbono (CO) e na insolao. Perfuso capilar o termo usado para verificar a circulao da pele nas extremidades.

    Outros sinais e sintomas importantes na avaliao do pacientes Pupilas

    As pupilas, quando normais, so do mesmo dimetro e possuem contornos regulares. Pupilas contradas podem ser encontradas nas vtimas que fizeram uso de drogas (miose). As pupilas indicam estado de relaxamento ou inconscincia; geralmente tal dilatao ocorre rapidamente aps uma parada cardaca (midrase), Nos casos de TCE ou AVC, a irregularidade da reatividade pupilar, ser observada no lado oposto em que ocorreu a leso (anisocoria). Capacidade de movimentao

    A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover conhecida como paralisia e pode ser resultante de uma doena ou traumatismo.

    A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, aps um acidente, pode ser o indicativo de uma leso da medula espinhal, na altura do pescoo (coluna cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores pode indicar uma leso medular abaixo do pescoo. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como resultado de um rompimento de um vaso intracraniano (Acidente Vascular Cerebral (AVC derrame). Reao dor

    A perda do movimento voluntrio das extremidades aps uma leso geralmente acompanhada tambm de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento mantido e a vtima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormncia nas extremidades. extremamente importante que esse fato seja reconhecido como um sinal de provvel leso da medula espinhal, de forma que a

  • manipulao do acidentado no agrave o trauma inicial. Exame fsico detalhado

    o exame realizado da cabea aos ps. Deve ser realizado em cerca de 2 a 3 minutos. Em pacientes que sofreram pequenos acidentes, no h necessidade de se fazer um exame completo. Nos pacientes que sofreram leses graves, deve-se priorizar o exame primrio e transporte com mais detalhe, conforme o tempo permitir. Sempre que possvel, o exame ser feito durante o transporte do paciente ao hospital. Devendo-se procurar: ferimentos, deformaes, dor e sangramentos. Durante o exame deve-se: observar (aspecto, colorao, movimentos, etc.), comparar (simetria), palpar (com ambas as mos e com firmeza) e identificar rudos e odores incomuns. No realizar palpao em leses evidentes. Ao realizar o exame fsico detalhado, o emergencista dever:

    1. Verificar a cabea (couro cabeludo) e a testa. 2. Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e plpebras. 3. Inspecionar o nariz, a boca, a mandbula e os ouvidos antes da aplicao

    do colar cervical. 4. Verificar o pescoo antes da aplicao do colar cervical. 5. Inspecionar os ombros bilateralmente (clavcula e escpula). 6. Inspecionar as regies anterior e lateral do trax. 7. Inspecionar os quatro quadrantes abdominais separadamente. 8. Avaliar a simetria e dor na regio plvica, comprimindo-a levemente para

    dentro. 9. Avaliar a regio genital. 10. Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a

    presena de pulso distal, a capacidade de movimentao, a perfuso e a sensibilidade.

    11. Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presena de pulso distal, a capacidade de movimentao, a perfuso e a sensibilidade.

    12. Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a regio dorsal.

    Avaliao continuada

    Ao realizar a avaliao continuada no deslocamento ao hospital ou com o paciente na cena dentro da ambulncia, repita a avaliao inicial, reavalie os sinais vitais e verifique qualquer tratamento dado para assegurar-se que segue sendo efetivo. Lembre-se de que o paciente pode melhorar, piorar ou seguir estvel.

  • A avaliao deve ser realizada conforme escala CPE. Crtico Reavaliar conforme protocolo. ( Aps manobras de RCP e, para outros casos, a cada 5 min. ) Potencialmente instvel Reavaliar a cada 15 minutos. Estvel Reavaliar a cada 15 minutos. Comunicaes

    O emergencista ter de prestar todas as informaes pertinentes ao mdico do hospital ao entregar o paciente, assim como ir informando sua central de comunicaes de acordo com o protocolo local.

    Documentao Preencher os relatrios requeridos nos formulrios adequados. Cadeia de sobrevivncia

    Mesmo quando a RCP por si prpria no seja suficiente para salvar a vida da maioria das pessoas que sofrem uma parada cardaca, constitui um elo vital na cadeia de sobrevivncia. Essa cadeia inclui a seguinte sequncia:

    1. elo: Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do servio de emergncia/urgncia;

    2. elo: RCP precoce, com nfase nas compresses torcicas; 3. elo: Rpida desfibrilao; 4. elo: Suporte avanado de vida eficaz; 5. elo: Cuidados ps-PCR integrados.

  • Sequncia dos passos em SBV

    Avaliao da capacidade de resposta e pedido de ajuda; Manuteno das condies circulatrias; Reconhecimento rpido de alteraes nas vias areas e o seu tratamento; Tratamento das condies respiratrias inadequadas; Acesso precoce ao DEA;

    Em SBV considerar: Lactente: de 28 dias at 1 ano de idade. Criana: a partir de 1 ano at o incio da puberdade. Adulto: a partir da puberdade. Avaliando a capacidade de resposta do paciente (AVDI) A Est Alerta? V Responde ao estmulo Verbal? D Reage ao estmulo de Dor? I Inconsciente, no responde ou no reage? Observar se a respirao est anormal ou ausente.

    Se o emergencista verificar que a vtima no responde e no est respirando ou apresenta respirao anormal (GASPING agnico), deve-se verificar o pulso. Na ausncia de pulso, iniciar a RCP (30 compresses torcicas X 2 ventilaes). Quando o tnus muscular insuficiente, a lngua e a epiglote podem obstruir a faringe. A lngua a causa mais frequente de obstruo das vias areas na vtima inconsciente. Se no houver evidncia de trauma craniano nem cervical, o emergencista deve utilizar a manobra de inclinao da cabea elevao do queixo para abrir as vias areas.

    Lembre-se: Se as vias areas estiverem comprometidas, tero que ser abertas usando mtodos manuais j descritos na Aula Avaliao do Paciente.

    Parada respiratria

    Parada respiratria a supresso sbita dos movimentos respiratrios, que pode ou no ser acompanhada de parada cardaca. O centro respiratrio enceflico deve funcionar para haver respirao e para que a frequncia e a profundidade respiratrias sejam adequadas, a fim de controlar os nveis

  • sanguneos de dixido de carbono. O fluxo sanguneo cerebral inadequado provocado por AVC (resultante da

    interrupo da irrigao de uma regio do crebro), choque ou parada cardaca pode afetar gravemente o centro respiratrio. Uma parada respiratria pode ser provocada quando a oxigenao do sangue for muito reduzida, mesmo que a quantidade do sangue que circula pelo encfalo seja normal. Nesses casos, a vtima pode apresentar uma parada respiratria completa ou realizar esforos respiratrios ineficazes respiraes agnicas geralmente associados com contrao dos msculos dos braos e das pernas.

    Mesmo aps a parada do corao, a respirao continua existindo por poucos segundos.No confunda respiraes agnicas com respiraes efetivas ao determinar se necessrio efetuar respirao de resgate ou compresses torcicas. Nas prximas pginas sero apresentadas tcnicas para a reanimao cardiopulmonar. Tcnicas de ventilao de resgate As tcnicas a utilizar so:

    - Boca - mscara RCP - Bolsa de ventilao manual (BVM)

    Tcnica de ventilao boca - mscara para a RCP Abrir a via area com o mtodo correspondente ao tipo de emergncia, colocar a

    pice da mscara sobre o nariz e a base entre o queixo e o lbio inferior do paciente e segur-la firmemente.

    Inspirar normalmente e ventilar por um segundo pela abertura do tubo dentro da via area do paciente at ver que o peito se eleva.

    Permitir que o ar do paciente saia de seus pulmes. Caso a respirao espontnea no se inicie, deve-se continuar com o ciclo seguinte, observando os movimentos do trax do paciente, ouvindo e sentindo a sada de ar.

  • Tcnica de ventilao manual de bolsa de ventilao manual (BVM)

    Essa tcnica cumpre os mesmos passos para a ventilao de resgate, colocando a bolsa de ventilao manual sobre o nariz e boca do paciente, buscando cobri-la hermeticamente enquanto se ministra o ar. Pode ser realizada com dois emergencistas, assim como por apenas um. Para dominar essa tcnica, necessrio uma prtica considervel.

    Quando praticadas as tcnicas anteriores e no conseguida a ventilao do paciente, assuma que existe uma obstruo das vias areas por corpo estranho (OVACE), o que abordaremos mais adiante.

    Riscos e complicaes da ventilao de resgate Infeces: O emergencista deve tomar as precaues pertinentes para evitar adquirir e transmitir infeces. Leses e intoxicaes: importante saber se o paciente ingeriu produtos custicos ou txicos para evitar lesionar-se ou intoxicar-se. Leses da coluna cervical: No caso de suspeita desse tipo de leso, no se deve aplicar a tcnica de extenso da cabea elevao mandibular. Distenso gstrica: Se o paciente apresenta o abdmen distendido, no se deve comprimir devido o perigo de vmito e obstruo das vias areas. A distenso pode aumentar a resistncia das insuflaes por elevao do diafragma. Observar para que as insuflaes sejam no tempo adequado. As infeces respiratrias e certas condies crnicas (asma), podem causar inflamao dos tecidos ou espasmo muscular que obstrui a via area. Reanimador manual

    Equipamento utilizado para ventilar artificialmente o paciente que no apresenta respirao espontnea, podendo liberar altas concentraes de oxignio (90 a 100%)

  • quando instalado a uma fonte (cilindro de oxignio). Tcnica de ventilao com bolsa-mscara (reanimador manual):

    1) Posicione o paciente corretamente (decbito dorsal). 2) Posicione-se prximo cabea do paciente (tcnica ceflica). 3) Abra a boca do paciente e coloque a cnula orofarngea, conforme tcnica

    descrita anteriormente. Parada cardaca

    Parada cardaca o cessar da atividade mecnica do corao. um diagnstico clnico confirmado pela falta de resposta a estmulos, ausncia de pulso detectvel e apneia (ou respiraes agnicas). Deteco do pulso carotdeo

    A deteco de pulso pode ser feita de 2 maneiras. Para se detectar a presena ou ausncia de pulso carotdeo: Use sempre EPI

    1) Localize a cartilagem da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador e mdio) ao lado desse ponto, mantendo a cabea em posio inclinada para trs (se no houver suspeita de leso na coluna cervical);

    2) Deslize os dedos no sulco entre a traqueia e o msculo lateral do pescoo mais prximo a voc;

    3) Exera pequena presso nesse ponto e sinta o pulso da artria cartida (adulto e criana). Se no h pulso, inicie as compresses torcicas.

    4) Coloque a mscara do reanimador sobre a face do paciente com a base entre a protuberncia do queixo e o lbio inferior e o pice voltado para o nariz;

    Deteco do pulso braquial Para se detectar a presena ou ausncia de pulso braquial:

  • 1) Localize o tero mdio da parte interna do brao, entre o cotovelo e o ombro do lactente;

    2) Com o polegar na face externa do brao, pressione com suavidade os dedos indicador e mdio contra o mero para sentir o pulso braquial; e

    3) Se no conseguir detectar com certeza um pulso, outros sinais de circulao ou, caso a frequncia cardaca seja menor que 60 bpm em um lactente ou uma criana com sinais de hipoperfuso, inicie as compresses torcicas.

    REANIMAO CARDIOPULMONAR (RCP)

    Sinais de parada cardiorrespiratria

    Inconscincia; Ausncia de respirao; Ausncia de pulso.

    Pontos de compresses de RCP

    Ao detectar uma parada cardaca, deve-se proceder a compresses torcicas, de acordo com o seguinte procedimento:

    Adulto: dois dedos acima do processo xifoide. Criana: da mesma maneira em que feita no adulto. Lactente: um dedo abaixo da linha imaginria, entre os mamilos.

    Posicionamento das mos do emergencista para as compresses:

    No paciente adulto: Coloque a base de sua mo (que est prxima cabea do paciente) no ponto de compresso da RCP. Sua outra mo deve ser sobreposta primeira, de modo que as bases das duas mos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos no toquem o trax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaados. Mantenha seus dedos afastados do trax do paciente. Se o paciente for uma criana: Faa as compresses com a base de uma das mos posicionada sobre o ponto de compresso da RCP. Iniciando e terminando a tcnica de RCP Uma vez iniciada a tcnica de RCP, deve-se mant-la at que:

    1. Se retorne a circulao (continuar com a ventilao artificial); 2. Se retorne a circulao e ventilao espontneas; 3. Pessoal mais capacitado que voc o substitua;

  • Voc no possa continuar com o procedimento por se encontrar exausto.

    Compresses torcicas em lactente

    Compresses torcicas em adulto

    Compresses torcicas em criana

  • Obstruo das vias areas por corpo estranho (OVACE) a obstruo sbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em

    adultos geralmente ocorre durante a ingesto de alimentos e, em crianas, na alimentao e recreao - suga objetos pequenos. A obstruo de vias areas superiores pode ser causada:

    Pela lngua: Sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe; Pela epiglote: Inspiraes sucessivas e foradas podem provocar uma presso

    negativa que forar a epiglote para baixo, fechando as VA; Por corpos estranhos: Qualquer objeto, lquido ou vmito que venha a se

    depositar na faringe; Por danos aos tecidos: Perfuraes no pescoo, esmagamento da face, inspirao

    de ar quente, venenos e outros danos severos na regio; Por patologias: Infeces respiratrias, reaes alrgicas e certas condies

    crnicas (asma) podem provocar espasmos musculares que obstruem as VA. Sinais de obstruo grave ou completa das vias areas

    Quando uma pessoa consciente estiver se engasgando, os seguintes sinais indicam uma obstruo grave ou completa das vias areas que exige ao imediata:

    Sinal universal de asfixia: a vtima segura o pescoo com o polegar e o dedo indicador;

    Incapacidade para falar; Tosse fraca e ineficaz; Sons inspiratrios agudos ou ausentes; Dificuldade respiratria crescente; Pele ciantica.

    A desobstruo das vias areas deve seguir as manobras subsequentes. Sinal universal de engasgamento Manobras para desobstruo em adulto

    Compresses abdominais ou Manobra de Heimlich em adulto consciente

    Compresses torcicas ou Manobra de Heimlich em gestantes

    Compresses abdominais ou Manobra de Heimlich em crianas

  • Golpes interescapulares e compresses torcicas em lactente inconsciente Varredura digital para limpeza da cavidade oral somente com a observao do objeto Hemorragia

    Hemorragia ou sangramento significam a mesma coisa, isto , sangue que escapa de artrias, veias ou vasos capilares. A hemorragia pode ser definida como a perda do volume sanguneo circulante. Hemorragia externa So aquelas que podem ser vistas a partir de uma ferida aberta. Sinais e sintomas:

    Agitao; Pali