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Ciência Política Aula 3: Ciência Política Aula 3: Autonomia da Política e a teoria política de Maquiavel. O realismo na Política e o Duelo entre a Fortuna e a Virtú. Manutenção do Poder; os dilemas da política moderna. Unidade II – Aula 3 Continuação Professora Edna Professora Edna Ferraresi Ferraresi Professora Edna Professora Edna Ferraresi Ferraresi Professora Edna Professora Edna Ferraresi Ferraresi

Ciência Política Aula 3:

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Professora Edna Ferraresi. Professora Edna Ferraresi. Professora Edna Ferraresi. Ciência Política Aula 3: Autonomia da Política e a teoria política de Maquiavel. O realismo na Política e o Duelo entre a Fortuna e a Virtú. Manutenção do Poder; os dilemas da política moderna. - PowerPoint PPT Presentation

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Ciência Política Aula 3:Ciência Política Aula 3: Autonomia da Política e a teoria política de Maquiavel. O realismo

na Política e o Duelo entre a Fortuna e a Virtú. Manutenção do

Poder; os dilemas da política moderna.

Unidade II – Aula 3Continuação

Professora Edna FerraresiProfessora Edna FerraresiProfessora Edna FerraresiProfessora Edna FerraresiProfessora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi Maquiavel Pensador Político Absolutista

• O Governante deve manter-se no Poder;• A descentralização política na Itália dessa

época incitava muitos a procurarem homens fortes para reestabelecer a ordem e a buscarem proteção contra invasões estrangeiras.

• A Teoria de Maquiavel ganha grande relevância .

• Como manter-se no Poder e por fim a instabilidade Política.

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi Autonomia da Política

Teoria do Estado Independente: defende a construção de um Estado fora da Igreja governado de modo autônomo, Maquiavel é considerado um dos fundamentadores dos ideais defendidos pelos reformadores.

Político

Moral

Privado

Moral

Diferente

Realismo

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi

Maquiavel foi muito influenciado pelo meio em que

viveu, no período de transição entre a Idade Média e

Moderna. Como nasceu na Itália, berço do

Renascimento com o desenvolvimento das cidades e

do comércio, Maquiavel acaba tendo contato com

diversas culturas. Isso deve-se principalmente pela

importância que o Mar Mediterrâneo, principal rota de

ligação entre os países teve até aproximadamente

1450.

WeffortWeffort

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi

“a política tem uma ética e uma lógica

próprias. Maquiavel descortina um

horizonte para se pensar e fazer

política que não se enquadra no

tradicional moralismo piedoso.”

Moral individual e Moral PolíticaProfessora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi

Os valores morais só possuem sentido a partir da

vida social, apresentando-se como momentos de

uma luta que está na raiz do Poder e lhe dá

sentido. Com isto Maquiavel está afirmando que

temos virtudes que podem arruinar um Estado e

vícios que podem salvá-lo o que, na análise moral

tradicional seria condenável, mas na “Ética

Política” poderia ser plenamente aceitável.

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi Proposta de MaquiavelProposta de Maquiavel

Nova ética, com um novo conceito de virtude, voltada mais para a política e não para o ideal moral do pensamento medieval. É uma moral prática, que olha para o bem do Estado e se apresenta inversa à perspectiva tradicional.

Questões de virtude pode ser prejudicial e do vício que pode ser bom. Exemplo: generosidade excessiva, leva o Príncipe à ruína financeira e os súditos a sentirem-se oprimidos, o que suscitaria o ódio.

Sobriedade, que seria identificável com a avareza, tornando a figura do Príncipe antipática, possibilitaria gestos de grandeza reconhecidos pelos súditos sem que estes se sentissem oprimidos .

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi

Ao se indagar sobre a

possibilidade de se fazer uma

aliança com a Fortuna, esta não é

mais uma força impiedosa, mas

uma deusa boa, tal como era

simbolizada pelos antigos. Ela é

mulher, deseja ser seduzida e

está sempre pronta a entregar-se

aos homens bravos, corajosos,

aqueles que demonstram ter virtù.

Fortuna, portanto, não está

relacionado à sorte ou

predestinação, mas sim ao

exercício da virtù no mais alto

grau. É aproveitar a ocasião

dada pelas circunstâncias

para amoldar as coisas como

melhor aprouver ao virtuoso.

Virtù e FortunaVirtù e Fortuna

Professora Edna FerraresiProfessora Edna Ferraresi Ética e Política em MaquiavelÉtica e Política em Maquiavel

I – Mas sendo meu propósito escrever coisa útil para

quem a entende, pareceu-me mais conveniente seguir

a verdade efetiva (verità effettuale) das coisas, do que

o que delas se possa imaginar. E muitos imaginaram

repúblicas e principados que nunca foram vistos nem

se teve conhecimento de existirem verdadeiramente; é

tão distante o modo como se vive e o modo como se

deveria viver, que aquele que deixa aquilo que faz pelo

que deveria fazer, aprende antes a arruinar-se do que a

preservar-se.

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II – Deixando de lado, pois, as coisas imaginadas

relativamente aos príncipes e discorrendo sobre as

que são verdadeiras, digo que todos os homens, e

principalmente os príncipes, por estarem situados

mais no alto, são notados por alguma daquelas

qualidades que lhes acarretam reprovação ou louvor.

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III – a

"... alguns são tidos como liberais, outros como

miseráveis (...); alguns são tidos como pródigos,

outros como rapaces; alguns cruéis, outros piedosos;

um perjuro, o outro leal; efeminado e pusilânime ou

truculento e animoso; afável ou soberbo; lascivo ou

casto; íntegro ou astucioso; enérgico ou

condescendente; grave ou leviano; religioso ou

incrédulo, e assim por diante."

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III – b

"E sei que cada um admitirá que seria muito louvável que

um príncipe possuísse, entre todas as qualidades acima

citadas, aquelas que são tidas como boas... "

IV "... um homem que quiser em todo lugar fazer profissão

de bondade, não pode evitar sua ruína entre tantos que

não são bons. Assim, é necessário a um príncipe,

querendo manter-se, que aprenda a poder não ser bom, e

que se utilize ou deixe de utilizar-se disso segundo a

necessidade.

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V ... um príncipe, especialmente um príncipe

novo, não pode observar todas aquelas

coisas pelas quais os homens são

considerados bons, sendo frequentemente

obrigado, para manter o Estado, a agir contra

a caridade, contra a fé, contra a humanidade,

contra a religião.

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VI ... porque se se considerar tudo muito bem,

encontrar-se-ão algumas coisas que parecem

virtudes e que, sendo seguidas, lhe

acarretariam a ruína; e outras que poderão

parecer vícios, mas, sendo seguidas, lhe

trazem segurança e bem estar.

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VII – Todos veem aquilo que tu pareces,

poucos sentem o que tu és... Porque os

homens se alimentam tanto das aparências

como daquilo que é: até, muitas vezes,

comovem-se mais com as coisas que

parecem do que com aquelas que são.

VII – Todos veem aquilo que tu pareces,

poucos sentem o que tu és... Porque os

homens se alimentam tanto das aparências

como daquilo que é: até, muitas vezes,

comovem-se mais com as coisas que

parecem do que com aquelas que são.

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VIII – O príncipe não precisa possuir de fato todas as

qualidades acima citadas, mas é necessário que

aparente possuí-las. Antes, teria a audácia de afirmar

que, possuindo-as e praticando-as todas, elas seriam

prejudiciais, ao passo que, aparentando possuí-las, são

úteis; por exemplo: parecer piedoso, fiel, humano,

íntegro, religioso, e sê-lo efetivamente, mas ter o ânimo

disposto de tal modo que, não podendo sê-lo, o príncipe

possa e saiba tornar-se o contrário.

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IX - O príncipe frequentemente tem necessidade,

para manter o Estado, de agir contra a fé, contra a

caridade, contra a humanidade, contra a religião.

(...) deve, no entanto, ter muito cuidado para que

nunca lhe escapem da boca palavras que não

estejam plenas das cinco qualidades acima

citadas, e pareça, à vista e ao ouvido, ser todo

piedade, todo fé, todo integridade, todo

humanidade, todo religião.

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X - Alguns imperadores romanos, apesar de

terem vivido sempre exemplarmente e

demonstrado possuir grande força moral,

perderam o poder ou foram mortos pelos

seus, que conspiraram contra eles. E aqui se

deve notar que o ódio se adquire tanto pelas

boas ações, como pelas más.

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XI ... ainda que o povo fosse por ele

oprimido, Severo pôde sempre reinar com

felicidade (...); sua altíssima reputação o

defendeu sempre daquele ódio que o povo

teria podido conceber contra ele em razão de

suas pilhagens.

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XII – Quanto seja louvável num príncipe manter a

fé e viver com integridade e não com astúcia,

cada um o entende; não obstante, se vê por

experiência em nossos tempos, príncipes que

fizeram grandes coisas, mas em pouca conta

tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia,

transtornar (aggirare) a cabeça dos homens,

superando, enfim, aqueles que se basearam na

lealdade.

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XIII – Tendo, portanto, um príncipe

necessidade de saber bem utilizar a

natureza da besta, deve dela tomar a raposa

e o leão; porque o leão não tem defesa

contra as armadilhas, e a raposa contra os

lobos. Precisa, pois, ser raposa para

conhecer as armadilhas e leão para

amedrontar os lobos.

XIV ... a um príncipe nunca faltaram razões

legítimas para encobrir sua falta de fidelidade.

Sobre isso poder-se-ia dar infinitos exemplos

modernos e mostrar quantos acordos e

quantas promessas tornaram-se nulas e vãs

pela infidelidade dos príncipes: e aquele que

melhor soube fazer-se de raposa, saiu-se

melhor.

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XV ... tão simples são os homens, e obedecem

tanto às necessidades presentes, que aquele que

engana sempre encontrará quem se deixe

enganar. ... nas ações de todos os homens,

especialmente dos príncipes, onde não há juiz a

quem reclamar, o que se olha é o êxito. Procure,

pois, um príncipe vencer e conservar o Estado: os

meios empregados serão sempre considerados

honrosos e louvados por cada um...

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XVI – Se ele [o vulgo] se deixa cegar pela

aparência, não é apenas porque o príncipe

é 'grande simulador e dissimulador', mas

também porque consegue vencer seus

adversários e manter o Estado.

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XVII – que possua ânimo disposto a

voltar-se para a direção a que os ventos

da fortuna e a variação das coisas lhe

ordenam, e, como se disse acima, não

partir do bem, podendo, mas saber

entrar no mal, se necessário.

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XVIII ... nunca um espírito sábio reprovará

a alguém as ações extraordinárias que

empregou para ordenar um reino ou

constituir uma república. Se o fato o

acusa, convém que o resultado (effetto) o

excuse.

Deusa da Fortuna

Pintura óleo de JEAN FRANÇOIS BERNARD

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