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 CÓDIGO DE OBRAS ATUALIZADO/1 1 CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DO R IO DE JANEIRO DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO 2007 www.editoraauriverde.com.br [email protected] [email protected]

Codigo de Obras 2007_FINAL

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CDIGO DE OBRAS DO MUNICPIO DO RIO DE JANEIRODCIMA-TERCEIRA EDIO 2007

www.editoraauriverde.com.br [email protected] [email protected] DE OBRAS ATUALIZADO/1 1

CDIGO DE OBRAS DO MUNICPIO DO RIO DE JANEIRODCIMA-TERCEIRA EDIO

2007

EDITORA AURIVERDE Fundada em 1963

Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, com fins comerciais, sujeitos os infratores a sanes civis e criminais.

Organizao: Equipe Tcnica Auriverde.

Editora Auriverde Largo de So Francisco de Paula, n. 26 sala 1001 Centro Rio de Janeiro RJ, telefax: 21 2224-9957 Estrada do Guandu , n. 60, telefax: 21 3395-3047 Santa Cruz Rio de Janeiro RJ.

www.editoraauriverde.com.br [email protected] [email protected]

A EDITORA AURIVERDE foi fundada em 1963 com o objetivo de difundir o conhecimento da lei ao homem do povo. Na poca as obras jurdicas e de legislao estavam em compndios e tratados volumosos, ricamente encadernados e de elevado valor, ou seja, o conhecimento da lei estava restrito a uma elite de advogados, juristas e intelectuais. O homem do povo, a populao em geral, no tinha acesso ao conhecimento da lei, conseqentemente, aos seus direitos. Nasceu ento a AURIVERDE, publicando e distribuindo a legislao em pequenas obras de acabamento simples e baixo custo, sendo, inclusive, a pioneira na distribuio de livros jurdicos em bancas de jornais. essa a nossa filosofia at hoje, levar o conhecimento jurdico ao maior nmero possvel de brasileiros, de maneira clara, explicada, objetiva e a um custo acessvel. Nossas obras so atualizadas, bem acabadas, com inseres de leis e decretos citados no texto, pois para ns o conhecimento, no s o jurdico, mas em todas as reas o diferencial que far com que ns brasileiros, faamos do nosso Pas uma nao mais prspera e justa.

Lbero Coelho de Andrade, filho. Editor

CDIGO DE OBRAS LEI N. 3.145, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2000. INSTITUI PROCEDIMENTO PARA ATUALIZAO DE CRDITOS DA FAZENDA PBLICA MUNICIPAL E D OUTRAS PROVIDNCIAS. O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro: Fao saber que a Cmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1. Em face da extino da Unidade Fiscal de Referncia (UFIR), em 1. de janeiro de 2001 todos os valores que, na atual legislao do Municpio do Rio de Janeiro, estiverem expressos em Unidades Fiscais de Referncia ou, se expressos originalmente em Unidades de Valor Fiscal do Municpio do Rio de Janeiro (UNIF), tenham sido objeto da converso a que se refere o art. 2. do Decreto n. 14.502, de 29 de dezembro de 1995, bem como os crditos da Fazenda Pblica Municipal, tributrios ou no, constitudos ou no, e inscritos ou no em dvida ativa, sero atualizados pela variao do ndice de Preos ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), acumulada no exerccio de 2000, aps, se for o caso, sua converso em reais mediante a sua multiplicao pelo valor da UFIR vigente em 1. de janeiro de 2000. Art. 2. Em 1. de janeiro de cada exerccio posterior a 2001, os valores que tenham sido com vertidos pela regra do art. 1., assim como os demais crditos da Fazenda Pblica municipal, tributrios ou no, constitudos ou no, e inscritos ou no em dvida ativa, sero atualizados pela variao do ndice de Preos ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), acumulada no exerccio anterior. Art. 3. Caso o ndice previsto nos arts. 1. e 2. desta lei seja extinto, ou de alguma forma no possa mais ser aplicado, ser adotado outro ndice que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda, dando-se prioridade para o ndice de Preos ao Consumidor-RJ (IPC-RJ), calculado pela Fundao Getlio Vargas. Art. 4. Os procedimentos de que trata esta lei sero adotados sem prejuzo para a incidncia de multas e juros moratrios previstos na legislao fiscal do Municpio. Art. 5. Esta lei entrar em vigor e produzir efeitos na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2000. LUIZ PAULO FERNANDEZ CONDE [Publicada no "Dirio Oficial" do Municpio do Rio de Janeiro, de 11/12/2000.]

Auriverde DISPOSITIVOS DA CONSTITUIO DO BRASIL ....................................................................... TTULO VII DA ORDEM ECONMICA E FINANCEIRA ....................................................................... CAPTULO II Da poltica urbana Art. 182. A poltica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pblico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 1. O plano diretor, aprovado pela Cmara Municipal, obrigatrio para cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, o instrumento bsico da poltica de desenvolvimento e de expanso urbana. 2. A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor. 3. As desapropriaes de imveis urbanos sero feitas com prvia e justa indenizao em dinheiro. 4. facultado ao Poder Pblico municipal, mediante lei especfica para rea includa no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietrio do solo urbano no edificado, subutilizado ou no utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I parcelamento ou edificao compulsrios; II imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III desapropriao com pagamento mediante ttulos da dvida pblica de emisso previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de at 10 (dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenizao e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua rea urbana de at 250 (duzentos e cinqenta) metros quadrados, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. 1. O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 5

CDIGO DE OBRAS 2. Esse direito no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 3. Os imveis pblicos no sero adquiridos por usucapio. ....................................................................... TTULO VIII DA ORDEM SOCIAL ....................................................................... CAPTULO VI Do meio ambiente Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 1. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: I preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas; II preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico; III definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; IV exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade; V controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente; VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade. 2. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei. 6

Auriverde 3. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. 4. A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Matogrossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 5. So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais. 6. As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.

.............................................................................__________ LEI N.o 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituio Federal, estabelece diretrizes gerais da poltica urbana e d outras providncias. O Presidente da Repblica: Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPTULO I Diretrizes gerais Art. 1.o Na execuo da poltica urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituio Federal, ser aplicado o previsto nesta lei. Pargrafo nico. Para todos os efeitos, esta lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pblica e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurana e do bem-estar dos cidados, bem como do equilbrio ambiental. Art. 2.o A poltica urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I garantia do direito a cidades sustentveis, entendido como o direito terra urbana, moradia, ao saneamento ambiental, infra-estrutura urbana, ao transporte e aos servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras geraes; II gesto democrtica por meio da participao da populao e de associaes representativas dos

CDIGO DE OBRAS vrios segmentos da comunidade na formulao, execuo e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; III cooperao entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanizao, em atendimento ao interesse social; IV planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuio espacial da populao e das atividades econmicas do Municpio e do territrio sob sua rea de influncia, de modo a evitar e corrigir as distores do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V oferta de equipamentos urbanos e comunitrios, transporte e servios pblicos adequados aos interesses e necessidades da populao e s caractersticas locais; VI ordenao e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilizao inadequada dos imveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificao ou o uso excessivos ou inadequados em relao infra-estrutura urbana; d) a instalao de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como plos geradores de trfego, sem a previso da infra-estrutura correspondente; e) a reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua subutilizao ou no utilizao; f) a deteriorao das reas urbanizadas; g) a poluio e a degradao ambiental; VII integrao e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconmico do Municpio e do territrio sob sua rea de influncia; VIII adoo de padres de produo e consumo de bens e servios e de expanso urbana compatveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econmica do Municpio e do territrio sob sua rea de influncia; IX justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes do processo de urbanizao; X adequao dos instrumentos de poltica econmica, tributria e financeira e dos gastos pblicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruio dos bens pelos diferentes segmentos sociais; XI recuperao dos investimentos do Poder Pblico de que tenha resultado a valorizao de imveis urbanos; XII proteo, preservao e recuperao do meio ambiente natural e construdo, do patrimnio cultural, histrico, artstico, paisagstico e arqueolgico; XIII audincia do Poder Pblico municipal e

Auriverde da populao interessada nos processos de implantao de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construdo, o conforto ou a segurana da populao; XIV regularizao fundiria e urbanizao de reas ocupadas por populao de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanizao, uso e ocupao do solo e edificao, consideradas a situao socioeconmica da populao e as normas ambientais; XV simplificao da legislao de parcelamento, uso e ocupao do solo e das normas edilcias, com vistas a permitir a reduo dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XVI isonomia de condies para os agentes pblicos e privados na promoo de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanizao, atendido o interesse social. Art. 3.o Compete Unio, entre outras atribuies de interesse da poltica urbana: I legislar sobre normas gerais de direito urbanstico; II legislar sobre normas para a cooperao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios em relao poltica urbana, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito nacional; III promover, por iniciativa prpria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico; IV instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitao, saneamento bsico e transportes urbanos; V elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social. CAPTULO II Dos instrumentos da poltica urbana Seo I Dos instrumentos em geral Art. 4. Para os fins desta Lei, sero utilizados, entre outros instrumentos: I planos nacionais, regionais e estaduais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social; II planejamento das regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies; III planejamento municipal, em especial: a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupao do solo; 7

CDIGO DE OBRAS c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes oramentrias e oramento anual; f) gesto oramentria participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos de desenvolvimento econmico e social; IV institutos tributrios e financeiros: a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU); b) contribuio de melhoria; c) incentivos e benefcios fiscais e financeiros; V institutos jurdicos e polticos: a) desapropriao; b) servido administrativa; c) limitaes administrativas; d) tombamento de imveis ou de mobilirio urbano; e) instituio de unidades de conservao; f) instituio de zonas especiais de interesse social; g) concesso de direito real de uso; h) concesso de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios; j) usucapio especial de imvel urbano; l) direito de superfcie; m) direito de preempo; n) outorga onerosa do direito de construir e de alterao de uso; o) transferncia do direito de construir; p) operaes urbanas consorciadas; q) regularizao fundiria; r) assistncia tcnica e jurdica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; s) referendo popular e plebiscito; VI estudo prvio de impacto ambiental (EIA) e estudo prvio de impacto de vizinhana (EIV). 1. Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela legislao que lhes prpria, observado o disposto nesta lei. 2. Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por rgos ou entidades da Administrao Pblica com atuao especfica nessa rea, a concesso de direito real de uso de imveis pblicos poder ser contratada coletivamente. 3. Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispndio de recursos por parte do Poder Pblico municipal devem ser objeto de controle social, garantida a participao de comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil. Seo II Do parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios. Art. 5. Lei municipal especfica para rea in8

Auriverde cluda no plano diretor poder determinar o parcelamento, a edificao ou a utilizao compulsrios do solo urbano no edificado, subutilizado ou no utilizado, devendo fixar as condies e os prazos para implementao da referida obrigao. 1.o Considera-se subutilizado o imvel: I cujo aproveitamento seja inferior ao mnimo definido no plano diretor ou em legislao dele decorrente; II (VETADO). 2. O proprietrio ser notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigao, devendo a notificao ser averbada no cartrio de registro de imveis. 3. A notificao far-se-: I por funcionrio do rgo competente do Poder Pblico municipal, ao proprietrio do imvel ou, no caso de este ser pessoa jurdica, a quem tenha poderes de gerncia geral ou administrao; II por edital quando frustrada, por 3 (trs) vezes, a tentativa de notificao na forma prevista pelo inciso I. 4. Os prazos a que se refere o caput no podero ser inferiores a: I 1 (um) ano, a partir da notificao, para que seja protocolado o projeto no rgo municipal competente; II 2 (dois) anos, a partir da aprovao do projeto, para iniciar as obras do empreendimento. 5.o Em empreendimentos de grande porte, em carter excepcional, a lei municipal especfica a que se refere o caput poder prever a concluso em etapas, assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo. Art. 6.o A transmisso do imvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior data da notificao, transfere as obrigaes de parcelamento, edificao ou utilizao previstas no art. 5.o desta Lei, sem interrupo de quaisquer prazos. Seo III Do IPTU progressivo no tempo Art. 7.o Em caso de descumprimento das condies e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5.o desta lei, ou no sendo cumpridas as etapas previstas no 5.o do art. 5.o desta Lei, o Municpio proceder aplicao do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majorao da alquota pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos. 1. O valor da alquota a ser aplicado a cada ano ser fixado na lei especfica a que se refere o caput do art. 5. desta lei e no exceder a 2 (duas) vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alquota mxima de 15% (quinze por cento). 2. Caso a obrigao de parcelar, edificar

CDIGO DE OBRAS ou utilizar no esteja atendida em 5 (cinco) anos, o Municpio manter a cobrana pela alquota mxima, at que se cumpra a referida obrigao, garantida a prerrogativa prevista no art. 8. 3. vedada a concesso de isenes ou de anistia relativas tributao progressiva de que trata este artigo. Seo IV Da desapropriao com pagamento em ttulos Art. 8.o Decorridos 5 (cinco) anos de cobrana do IPTU progressivo sem que o proprietrio tenha cumprido a obrigao de parcelamento, edificao ou utilizao, o Municpio poder proceder desapropriao do imvel, com pagamento em ttulos da dvida pblica. 1. Os ttulos da dvida pblica tero prvia aprovao pelo Senado Federal e sero resgatados no prazo de at 10 (dez) anos, em prestaes anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenizao e os juros legais de 6% (seis por cento) ao ano. 2. O valor real da indenizao: I refletir o valor da base de clculo do IPTU, descontado o montante incorporado em funo de obras realizadas pelo Poder Pblico na rea onde o mesmo se localiza aps a notificao de que trata o 2. do art. 5.o desta Lei; II no computar expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatrios. 3. Os ttulos de que trata este artigo no tero poder liberatrio para pagamento de tributos. 4. O Municpio proceder ao adequado aproveitamento do imvel no prazo mximo de 5 (cinco) anos, contado a partir da sua incorporao ao patrimnio pblico. 5. O aproveitamento do imvel poder ser efetivado diretamente pelo Poder Pblico ou por meio de alienao ou concesso a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatrio. 6. Ficam mantidas para o adquirente de imvel nos termos do 5. as mesmas obrigaes de parcelamento, edificao ou utilizao previstas no art. 5.o desta lei. Seo V Da usucapio especial de imvel urbano Art. 9. Aquele que possuir como sua rea ou edificao urbana de at 250m2 (duzentos e cinqenta metros quadrados), por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. 1. O ttulo de domnio ser conferido ao

Auriverde homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2. O direito de que trata este artigo no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de 1 (uma) vez. 3. Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legtimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que j resida no imvel por ocasio da abertura da sucesso. Art. 10. As reas urbanas com mais de 250m2 (duzentos e cinqenta metros quadrados), ocupadas por populao de baixa renda para sua moradia, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposio, onde no for possvel identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, so susceptveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural. 1. O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse de seu antecessor, contanto que ambas sejam contnuas. 2. A usucapio especial coletiva de imvel urbano ser declarada pelo juiz, mediante sentena, a qual servir de ttulo para registro no cartrio de registro de imveis. 3. Na sentena, o juiz atribuir igual frao ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimenso do terreno que cada um ocupe, salvo hiptese de acordo escrito entre os condminos, estabelecendo fraes ideais diferenciadas. 4. O condomnio especial constitudo indivisvel, no sendo passvel de extino, salvo deliberao favorvel tomada por, no mnimo, 2/3 (dois teros) dos condminos, no caso de execuo de urbanizao posterior constituio do condomnio. 5. As deliberaes relativas administrao do condomnio especial sero tomadas por maioria de votos dos condminos presentes, obrigando tambm os demais, discordantes ou ausentes. Art. 11. Na pendncia da ao de usucapio especial urbana, ficaro sobrestadas quaisquer outras aes, petitrias ou possessrias, que venham a ser propostas relativamente ao imvel usucapiendo. Art. 12. So partes legtimas para a propositura da ao de usucapio especial urbana: I o possuidor, isoladamente ou em litisconsrcio originrio ou superveniente; II os possuidores, em estado de composse; III como substituto processual, a associao de moradores da comunidade, regularmente constituda, com personalidade jurdica, desde que explicitamente autorizada pelos representados. 1. Na ao de usucapio especial urbana obrigatria a interveno do Ministrio Pblico. 9

CDIGO DE OBRAS 2. O autor ter os benefcios da justia e da assistncia judiciria gratuita, inclusive perante o cartrio de registro de imveis. Art. 13. A usucapio especial de imvel urbano poder ser invocada como matria de defesa, valendo a sentena que a reconhecer como ttulo para registro no cartrio de registro de imveis. Art. 14. Na ao judicial de usucapio especial de imvel urbano, o rito processual a ser observado o sumrio. Seo VI Da concesso de uso especial para fins de moradia Arts. 15 a 20. (VETADOS). Seo VII Do direito de superfcie Art. 21. O proprietrio urbano poder conceder a outrem o direito de superfcie do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pblica registrada no cartrio de registro de imveis. 1. O direito de superfcie abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espao areo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislao urbanstica. 2. A concesso do direito de superfcie poder ser gratuita ou onerosa. 3. O superficirio responder integralmente pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiria, arcando, ainda, proporcionalmente sua parcela de ocupao efetiva, com os encargos e tributos sobre a rea objeto da concesso do direito de superfcie, salvo disposio em contrrio do contrato respectivo. 4. O direito de superfcie pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo. 5. Por morte do superficirio, os seus direitos transmitem-se a seus herdeiros. Art. 22. Em caso de alienao do terreno, ou do direito de superfcie, o superficirio e o proprietrio, respectivamente, tero direito de preferncia, em igualdade de condies oferta de terceiros. Art. 23. Extingue-se o direito de superfcie: I pelo advento do termo; II pelo descumprimento das obrigaes contratuais assumidas pelo superficirio. Art. 24. Extinto o direito de superfcie, o proprietrio recuperar o pleno domnio do terreno, bem como das acesses e benfeitorias introduzidas no imvel, independentemente de indenizao, se as partes no houverem estipulado o con10

Auriverde trrio no respectivo contrato. 1. Antes do termo final do contrato, extinguir-se- o direito de superfcie se o superficirio der ao terreno destinao diversa daquela para a qual for concedida. 2. A extino do direito de superfcie ser averbada no cartrio de registro de imveis. Seo VIII Do direito de preempo Art. 25. O direito de preempo confere ao Poder Pblico municipal preferncia para aquisio de imvel urbano objeto de alienao onerosa entre particulares. 1. Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitar as reas em que incidir o direito de preempo e fixar prazo de vigncia, no superior a 5 (cinco) anos, renovvel a partir de 1 (um) ano aps o decurso do prazo inicial de vigncia. 2. O direito de preempo fica assegurado durante o prazo de vigncia fixado na forma do 1.o, independentemente do nmero de alienaes referentes ao mesmo imvel. Art. 26. O direito de preempo ser exercido sempre que o Poder Pblico necessitar de reas para: I regularizao fundiria; II execuo de programas e projetos habitacionais de interesse social; III constituio de reserva fundiria; IV ordenamento e direcionamento da expanso urbana; V implantao de equipamentos urbanos e comunitrios; VI criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes; VII criao de unidades de conservao ou proteo de outras reas de interesse ambiental; VIII proteo de reas de interesse histrico, cultural ou paisagstico; IX (VETADO). Pargrafo nico. A lei municipal prevista no 1. do art. 25 desta lei dever enquadrar cada rea em que incidir o direito de preempo em uma ou mais das finalidades enumeradas por este artigo. Art. 27. O proprietrio dever notificar sua inteno de alienar o imvel, para que o Municpio, no prazo mximo de 30 (trinta) dias, manifeste por escrito seu interesse em compr-lo. 1. notificao mencionada no caput ser anexada proposta de compra assinada por terceiro interessado na aquisio do imvel, da qual constaro preo, condies de pagamento e prazo de validade. 2. O Municpio far publicar, em rgo oficial e em pelo menos um jornal local ou regional de grande circulao, edital de aviso da notificao

CDIGO DE OBRAS recebida nos termos do caput e da inteno de aquisio do imvel nas condies da proposta apresentada. 3. Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifestao, fica o proprietrio autorizado a realizar a alienao para terceiros, nas condies da proposta apresentada. 4. Concretizada a venda a terceiro, o proprietrio fica obrigado a apresentar ao Municpio, no prazo de 30 (trinta) dias, cpia do instrumento pblico de alienao do imvel. 5. A alienao processada em condies diversas da proposta apresentada nula de pleno direito. 6. Ocorrida a hiptese prevista no 5. o Municpio poder adquirir o imvel pelo valor da base de clculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior quele. Seo IX Da outorga onerosa do direito de construir Art. 28. O plano diretor poder fixar reas nas quais o direito de construir poder ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento bsico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficirio. 1. Para os efeitos desta lei, coeficiente de aproveitamento a relao entre a rea edificvel e a rea do terreno. 2. O plano diretor poder fixar coeficiente de aproveitamento bsico nico para toda a zona urbana ou diferenciado para reas especficas dentro da zona urbana. 3. O plano diretor definir os limites mximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada rea. Art. 29. O plano diretor poder fixar reas nas quais poder ser permitida alterao de uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficirio. Art. 30. Lei municipal especfica estabelecer as condies a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir e de alterao de uso, determinando: I a frmula de clculo para a cobrana; II os casos passveis de iseno do pagamento da outorga; III a contrapartida do beneficirio. Art. 31. Os recursos auferidos com a adoo da outorga onerosa do direito de construir e de alterao de uso sero aplicados com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art. 26 desta lei. Seo X

Auriverde

Das operaes urbanas consorciadas Art. 32. Lei municipal especfica, baseada no plano diretor, poder delimitar rea para aplicao de operaes consorciadas. 1. Considera-se operao urbana consorciada o conjunto de intervenes e medidas coordenadas pelo Poder Pblico municipal, com a participao dos proprietrios, moradores, usurios permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcanar em uma rea transformaes urbansticas estruturais, melhorias sociais e a valorizao ambiental. 2. Podero ser previstas nas operaes urbanas consorciadas, entre outras medidas: I a modificao de ndices e caractersticas de parcelamento, uso e ocupao do solo e subsolo, bem como alteraes das normas edilcias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; II a regularizao de construes, reformas ou ampliaes executadas em desacordo com a legislao vigente. Art. 33. Da lei especfica que aprovar a operao urbana consorciada constar o plano de operao urbana consorciada, contendo, no mnimo: I definio da rea a ser atingida; II programa bsico de ocupao da rea; III programa de atendimento econmico e social para a populao diretamente afetada pela operao; IV finalidades da operao; V estudo prvio de impacto de vizinhana; VI contrapartida a ser exigida dos proprietrios, usurios permanentes e investidores privados em funo da utilizao dos benefcios previstos nos incisos I e II do 2. do art. 32 desta lei; VII forma de controle da operao, obrigatoriamente compartilhado com representao da sociedade civil. 1. Os recursos obtidos pelo Poder Pblico municipal na forma do inciso VI deste artigo sero aplicados exclusivamente na prpria operao urbana consorciada. 2. A partir da aprovao da lei especfica de que trata o caput, so nulas as licenas e autorizaes a cargo do Poder Pblico municipal expedidas em desacordo com o plano de operao urbana consorciada. Art. 34. A lei especfica que aprovar a operao urbana consorciada poder prever a emisso pelo Municpio de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construo, que sero alienados em leilo ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessrias prpria operao. 1. Os certificados de potencial adicional de construo sero livremente negociados, mas con11

CDIGO DE OBRAS versveis em direito de construir unicamente na rea objeto da operao. 2. Apresentado pedido de licena para construir, o certificado de potencial adicional ser utilizado no pagamento da rea de construo que supere os padres estabelecidos pela legislao de uso e ocupao do solo, at o limite fixado pela lei especfica que aprovar a operao urbana consorciada. Seo XI Da transferncia do direito de construir Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poder autorizar o proprietrio de imvel urbano, privado ou pblico, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pblica, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislao urbanstica dele decorrente, quando o referido imvel for considerado necessrio para fins de: I implantao de equipamentos urbanos e comunitrios; II preservao, quando o imvel for considerado de interesse histrico, ambiental, paisagstico, social ou cultural; III servir a programas de regularizao fundiria, urbanizao de reas ocupadas por populao de baixa renda e habitao de interesse social. 1. A mesma faculdade poder ser concedida ao proprietrio que doar ao Poder Pblico seu imvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput. 2. A lei municipal referida no caput estabelecer as condies relativas aplicao da transferncia do direito de construir. Seo XII Do estudo de impacto de vizinhana Art. 36. Lei municipal definir os empreendimentos e atividades privados ou pblicos em rea urbana que dependero de elaborao de estudo prvio de impacto de vizinhana (EIV) para obter as licenas ou autorizaes de construo, ampliao ou funcionamento a cargo do Poder Pblico municipal. Art. 37. O EIV ser executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto qualidade de vida da populao residente na rea e suas proximidades, incluindo a anlise, no mnimo, das seguintes questes: I adensamento populacional; II equipamentos urbanos e comunitrios; III uso e ocupao do solo; IV valorizao imobiliria; 12

Auriverde V gerao de trfego e demanda por transporte pblico; VI ventilao e iluminao; VII paisagem urbana e patrimnio natural e cultural. Pargrafo nico. Dar-se- publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficaro disponveis para consulta, no rgo competente do Poder Pblico municipal, por qualquer interessado. Art. 38. A elaborao do EIV no substitui a elaborao e a aprovao de estudo prvio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislao ambiental. CAPTULO III Do plano diretor Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidados quanto qualidade de vida, justia social e ao desenvolvimento das atividades econmicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2.o desta lei. Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, o instrumento bsico da poltica de desenvolvimento e expanso urbana. 1. O plano diretor parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes oramentrias e o oramento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. 2. O plano diretor dever englobar o territrio do Municpio como um todo. 3. A lei que instituir o plano diretor dever ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) anos. 4. No processo de elaborao do plano diretor e na fiscalizao de sua implementao, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantiro: I a promoo de audincias pblicas e debates com a participao da populao e de associaes representativas dos vrios segmentos da comunidade; II a publicidade quanto aos documentos e informaes produzidos; III o acesso de qualquer interessado aos documentos e informaes produzidos. 5. (VETADO). Art. 41. O plano diretor obrigatrio para cidades: I com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes; II integrantes de regies metropolitanas e aglomeraes urbanas; III onde o Poder Pblico municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no 4. do art. 182 da Constituio Federal;

CDIGO DE OBRAS IV integrantes de reas de especial interesse turstico; V inseridas na rea de influncia de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de mbito regional ou nacional. 1. No caso da realizao de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do caput, os recursos tcnicos e financeiros para a elaborao do plano diretor estaro inseridos entre as medidas de compensao adotadas. 2. No caso de cidades com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, dever ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatvel com o plano diretor ou nele inserido. Art. 42. O plano diretor dever conter no mnimo: I a delimitao das reas urbanas onde poder ser aplicado o parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios, considerando a existncia de infra-estrutura e de demanda para utilizao, na forma do art. 5.o desta lei; II disposies requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta lei; III sistema de acompanhamento e controle. CAPTULO IV Da gesto democrtica da cidade Art. 43. Para garantir a gesto democrtica da cidade, devero ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos: I rgos colegiados de poltica urbana, nos nveis nacional, estadual e municipal; II debates, audincias e consultas pblicas; III conferncias sobre assuntos de interesse urbano, nos nveis nacional, estadual e municipal; IV iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; V (VETADO). Art. 44. No mbito municipal, a gesto oramentria participativa de que trata a alnea f do inciso III do art. 4.o desta lei incluir a realizao de debates, audincias e consultas pblicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e do oramento anual, como condio obrigatria para sua aprovao pela Cmara Municipal. Art. 45. Os organismos gestores das regies metropolitanas e aglomeraes urbanas incluiro obrigatria e significativa participao da populao e de associaes representativas dos vrios segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno exerccio da cidadania. CAPTULO V Disposies gerais

Auriverde

Art. 46. O Poder Pblico municipal poder facultar ao proprietrio de rea atingida pela obrigao de que trata o caput do art. 5.o desta lei, a requerimento deste, o estabelecimento de consrcio imobilirio como forma de viabilizao financeira do aproveitamento do imvel. 1. Considera-se consrcio imobilirio a forma de viabilizao de planos de urbanizao ou edificao por meio da qual o proprietrio transfere ao Poder Pblico municipal seu imvel e, aps a realizao das obras, recebe, como pagamento, unidades imobilirias devidamente urbanizadas ou edificadas. 2. O valor das unidades imobilirias a serem entregues ao proprietrio ser correspondente ao valor do imvel antes da execuo das obras, observado o disposto no 2. do art. 8.o desta lei. Art. 47. Os tributos sobre imveis urbanos, assim como as tarifas relativas a servios pblicos urbanos, sero diferenciados em funo do interesse social. Art. 48. Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por rgos ou entidades da Administrao Pblica com atuao especfica nessa rea, os contratos de concesso de direito real de uso de imveis pblicos: I tero, para todos os fins de direito, carter de escritura pblica, no se aplicando o disposto no inciso II do art. 134 do Cdigo Civil; II constituiro ttulo de aceitao obrigatria em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. Art. 49. Os Estados e Municpios tero o prazo de 90 (noventa) dias, a partir da entrada em vigor desta lei, para fixar prazos, por lei, para a expedio de diretrizes de empreendimentos urbansticos, aprovao de projetos de parcelamento e de edificao, realizao de vistorias e expedio de termo de verificao e concluso de obras. Pargrafo nico. No sendo cumprida a determinao do caput, fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias para a realizao de cada um dos referidos atos administrativos, que valer at que os Estados e Municpios disponham em lei de forma diversa. Art. 50. Os Municpios que estejam enquadrados na obrigao prevista nos incisos I e II do art. 41 desta lei que no tenham plano diretor aprovado na data de entrada em vigor desta lei, devero aprov-lo no prazo de 5 (cinco) anos. Art. 51. Para os efeitos desta lei, aplicam-se ao Distrito Federal e ao Governador do Distrito Federal as disposies relativas, respectivamente, a Municpio e a Prefeito. Art. 52. Sem prejuzo da punio de outros agentes pblicos envolvidos e da aplicao de outras sanes cabveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei n. 13

CDIGO DE OBRAS 8.429, de 2 de junho de 1992, quando: [Lei n. 8.429, de 02/06/1992 (D. O. de 03/06/1992): Dispe sobre as sanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo na administrao pblica direta, indireta e fundacional e d outras providncias.] I (VETADO); II deixar de proceder, no prazo de 5 (cinco) anos, o adequado aproveitamento do imvel incorporado ao patrimnio pblico, conforme o disposto no 4. do art. 8.o desta lei; III utilizar reas obtidas por meio do direito de preempo em desacordo com o disposto no art. 26 desta lei; IV aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir e de alterao de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta lei; V aplicar os recursos auferidos com operaes consorciadas em desacordo com o previsto no 1. do art. 33 desta lei; VI impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do 4. do art. 40 desta lei; VII deixar de tomar as providncias necessrias para garantir a observncia do disposto no 3. do art. 40 e no art. 50 desta lei; VIII adquirir imvel objeto de direito de preempo, nos termos dos arts. 25 a 27 desta lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de mercado. Art. 53. [Revogado pela Medida Provisria n. 2.180-35, de 24/08/2001.] Art. 54. O art. 4.o da Lei n.o 7.347, de 1985, passa a vigorar com a seguinte redao: "Art. 4.o Poder ser ajuizada ao cautelar para os fins desta lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, ordem urbanstica ou aos bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico (VETADO)." (NR) Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, alterado pela Lei n.o 6.216, de 30 de junho de 1975, passa a vigorar com a seguinte redao: "Art. 167. ............................................ I ..................................................... ................................................................. 28) das sentenas declaratrias de usucapio, independente da regularidade do parcelamento do solo ou da edificao; ........................................................" (NR) 14

Auriverde Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei n.o 6.015, de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 37, 38 e 39: "Art. 167. ............................................ I ..................................................... 37) dos termos administrativos ou das sentenas declaratrias da concesso de uso especial para fins de moradia, independente da regularidade do parcelamento do solo ou da edificao; 38) (VETADO); 39) da constituio do direito de superfcie de imvel urbano;" (NR) Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei n.o 6.015, de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 19 e 20: "Art. 167. ............................................ II .................................................... 18) da notificao para parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios de imvel urbano; 19) da extino da concesso de uso especial para fins de moradia; 20) da extino do direito de superfcie do imvel urbano." (NR) Art. 58. Esta lei entra em vigor aps decorridos 90 (noventa) dias de sua publicao. Braslia, 10 de julho de 2001; 180.o da Independncia e 113.o da Repblica. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO [Publicada no Dirio Oficial da Unio, de 11/07/2001.] ____________

LEI N. 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979. Dispe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e d outras providncias. O Presidente da Repblica: Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1. O parcelamento do solo para fins urbanos ser regido por esta Lei. Pargrafo nico. Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei s peculiaridades regionais e locais.

CDIGO DE OBRAS CAPTULO I Disposies preliminares Art. 2. O parcelamento do solo urbano poder ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposies desta Lei e as das legislaes estaduais e municipais pertinentes. 1. Considera-se loteamento a subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao, com abertura de novas vias de circulao, de logradouros pblicos ou prolongamento, modificao ou ampliao das vias existentes. 2. considera-se desmembramento a subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao, com aproveitamento do sistema virio existente, desde que no implique na abertura de novas vias e logradouros pblicos, nem no prolongamento, modificao ou amplicao dos j existentes. 3. (VETADO). [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 4. Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura bsica cujas dimenses atendam aos ndices urbansticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 5. Consideram-se infra-estrutura bsica os equipamentos urbanos de escoamento das guas pluviais, iluminao pblica, redes de esgoto sanitrio e abastecimento de gua potvel, e de energia eltrica pblica e domiciliar e as vias de circulao pavimentadas ou no. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 6. A infra-estrutura bsica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistir, no mnimo, de: [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] I vias de circulao; [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] II escoamento das guas pluviais; [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] III rede para o abastecimento de gua potvel; e [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] IV solues para o esgotamento sanitrio e para a energia eltrica domiciliar. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 3. Somente ser admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expanso urbana ou de urbanizao especfica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] Pargrafo nico. No ser permitido o parcelamento do solo: I em terrenos alagadios e sujeitos a inundaes, antes de tomadas as providncias para assegurar o escoamento das guas;

Auriverde II em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo sade pblica, sem que sejam previamente saneados; III em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigncias especficas das autoridades competentes; IV em terrenos onde as condies geolgicas no aconselham a edificao; V em reas de preservao ecolgica ou naquelas onde a poluio impea condies sanitrias suportveis, at a sua correo. CAPTULO II Dos requisitos urbansticos para loteamento Art. 4. Os loteamentos devero atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I as reas destinadas a sistemas de circulao, a implantao de equipamento urbano e comunitrio, bem como a espaos livres de uso pblico, sero proporcionais densidade de ocupao prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] II os lotes tero rea mnima de 125m (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mnima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislao estadual ou municipal determinar maiores exigncias, ou quando o loteamento se destinar a urbanizao especfica ou edificao de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos rgos pblicos competentes; III ao longo das guas correntes e dormentes e das faixas de domnio pblico das rodovias e ferrovias, ser obrigatria a reserva de uma faixa no-edificvel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigncias da legislao especfica; [Redao dada pela Lei n. 10.932, de 2004.] IV as vias de loteamento devero articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. 1. A legislao municipal definir, para cada zona em que se dvida o territrio do Municpio, os usos permitidos e os ndices urbansticos de parcelamento e ocupao do solo, que incluiro, obrigatoriamente, as reas mnimas e mximas de lotes e os coeficientes mximos de aproveitamento. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] 2. Consideram-se comunitrios os equipamentos pblicos de educao, cultura, sade, lazer e similares. 3. Se necessria, a reserva de faixa no-edificvel vinculada a dutovias ser exigida no 15

CDIGO DE OBRAS mbito do respectivo licenciamento ambiental, observados critrios e parmetros que garantam a segurana da populao e a proteo do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas tcnicas pertinentes. [Includo pela Lei n. 10.932, de 2004.] Art. 5. O Poder Pblico competente poder complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. Pargrafo nico. Consideram-se urbanos os equipamentos pblicos de abastecimento de gua, servios de esgotos, energia eltrica, coletas de guas pluviais, rede telefnica e gs canalizado. CAPTULO III Do projeto de loteamento Art. 6. Antes da elaborao do projeto de loteamento, o interessado dever solicitar Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traado dos lotes, do sistema virio, dos espaos livres e das reas reservadas para equipamento urbano e comunitrio, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imvel contendo, pelo menos: I as divisas da gleba a ser loteada; II as curvas de nvel a distncia adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; III a localizao dos cursos d'gua, bosques e construes existentes; IV a indicao dos arruamentos contguos a todo o permetro, a localizao das vias de comunicao, das reas livres, dos equipamentos urbanos e comunitrios, existentes no local ou em suas adjacncias, com as respectivas distncias da rea a ser loteada; V o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; VI as caractersticas, dimenses e localizao das zonas de uso contguas. Art. 7. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicar, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: I as ruas ou estradas existentes ou projetadas, que compem o sistema virio da cidade e do Municpio relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; II o traado bsico do sistema virio principal; III a localizao aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitrio e das reas livres de uso pblico; IV as faixas sanitrias do terreno necessrias ao escoamento das guas pluviais e as faixas no edificveis; 16

Auriverde V a zona ou zonas de uso predominante da rea, com indicao dos usos compatveis. Pargrafo nico. As diretrizes expedidas vigoraro pelo prazo mximo de 4 anos. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] Art. 8. Os Municpios com menos de 50.000 cinqenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanizao para a zona em que se situe o parcelamento podero dispensar, por lei, a fase de fixao de diretrizes previstas nos arts. 6. e 7. desta Lei. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] Art. 9. Orientado pelo traado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execuo das obras com durao mxima de quatro anos, ser apresentado Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certido atualizada da matrcula da gleba, expedida pelo Cartrio de Registro de Imveis competente, de certido negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no 4. do art. 18. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] 1. Os desenhos contero pelo menos: I a subdiviso das quadras em lotes, com as respectivas dimenses e numerao; II o sistema de vias com a respectiva hierarquia; III as dimenses lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, ponto de tangncia e ngulos centrais das vias; IV os perfis longitudinais, e transversais de todas as vias de circulao e praas; V a indicao dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ngulos de curvas e vias projetadas; VI a indicao em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das guas pluviais. 2. O memorial descritivo dever conter, obrigatoriamente, pelo menos: I a descrio sucinta do loteamento, com as suas caractersticas e a fixao da zona ou zonas de uso predominante; II as condies urbansticas do loteamento e as limitaes que incidem sobre os lotes e suas construes, alm daquelas constantes das diretrizes fixadas; III a indicao das reas pblicas que passaro ao domnio do Municpio no ato de registro do loteamento; IV a enumerao dos equipamentos urbanos, comunitrios e dos servios pblicos ou de utilidade pblica, j existentes no loteamento e adjacncias. 3. Caso se constate, a qualquer tempo, que a certido da matrcula apresentada como atual no tem mais correspondncia com os registros e aver-

CDIGO DE OBRAS baes cartorrias do tempo da sua apresentao, alm das conseqncias penais cabveis, sero consideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovaes conseqentes. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] CAPTULO IV Do projeto de desmembramento Art. 10. Para a aprovao de projeto de desmembramento, o interessado apresentar requerimento Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certido atualizada da matrcula da gleba, expedida pelo Cartrio de Registro de Imveis competente, ressalvado o disposto no 4. do art. 18, e de planta do imvel a ser desmembrado contendo:[Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] I a indicao das vias existentes e dos loteamentos prximos; II a indicao do tipo de uso predominante no local; III a indicao da diviso de lotes pretendida na rea. Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposies urbansticas vigentes para as regies em que se situem ou, na ausncia destas, as disposies urbansticas para os loteamentos. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] Pargrafo nico. O Municpio, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixar os requisitos exigveis para a aprovao de desmembramento de lotes decorrentes de loteamento cuja destinao da rea pblica tenha sido inferior mnima prevista no 1. do art. 4. desta Lei. CAPTULO V Da aprovao do projeto de loteamento e desmembramento Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento dever ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete tambm a fixao das diretrizes a que aludem os artigos 6. e 7. desta Lei, salvo a exceo prevista no artigo seguinte. Pargrafo nico. O projeto aprovado dever ser executado no prazo constante do cronograma de execuo, sob pena de caducidade da aprovao. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 13. Aos Estados caber disciplinar a aprovao pelos Municpios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condies:

Auriverde [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] I quando localizados em reas de interesse especial, tais como as de proteo aos mananciais ou ao patrimnio cultural, histrico, paisagstico e arqueolgico, assim definidas por legislao estadual ou federal; II quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em rea limtrofe do Municpio, ou que pertena a mais de um Municpio, nas regies metropolitanas ou em aglomeraes urbanas, definidas em lei estadual ou federal; III quando o loteamento abranger rea superior a 1.000.000m (um milho de metros quadrados). Pargrafo nico. No caso de loteamento ou desmembramento localizado em rea de Municpio integrante de regio metropolitana, o exame e a anuncia prvia aprovao do projeto cabero autoridade metropolitana. Art. 14. Os Estados definiro, por decreto, as reas de proteo especial, previstas no inciso I do artigo anterior. Art. 15. Os Estados estabelecero, por decreto, as normas a que devero submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas reas previstas no art. 13, observadas as disposies desta Lei. Pargrafo nico. Na regulamentao das normas previstas neste artigo, o Estado procurar atender s exigncias urbansticas do planejamento municipal. Art. 16. A lei municipal definir os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] 1. Transcorridos os prazos sem a manifestao do Poder Pblico, o projeto ser considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenizao por eventuais danos derivados da omisso. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 2. Nos Municpios cuja legislao for omissa, os prezes sero de 90 dias para a aprovao ou rejeio e de 60 dias para a aceitao ou recusa fundamentada das obras de urbanizao. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 17. Os espaos livres de uso comum, as vias e praas, as reas destinadas a edifcios pblicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, no podero ter sua destinao alterada pelo loteador, desde a aprovao do loteamento, salvo as hipteses de caducidade da licena ou desistncia do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigncias do art. 23 desta Lei. 17

CDIGO DE OBRAS CAPTULO VI Do registro do loteamento e desmembramento Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador dever submet-lo ao Registro Imobilirio dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovao, acompanhado dos seguintes documentos: I ttulo de propriedade do imvel ou certido da matrcula, ressalvado o disposto nos 4. e 5.; [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] II histrico dos ttulos de propriedade do imvel, abrangendo os ltimos 20 (vinte) anos, acompanhado dos respectivos comprovantes; III certides negativas: a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imvel; b) de aes reais referentes ao imvel, pelo perodo de 10 (dez) anos; c) de aes penais com respeito ao crime contra o patrimnio e contra a Administrao Pblica; IV certides: a) dos Cartrios de Protestos de Ttulos, em nome do loteador, pelo perodo de 10 (dez) anos; b) de aes pessoais relativas ao loteador, pelo perodo de 10 (dez) anos; c) de nus reais relativos ao imvel; d) de aes penais contra o loteador, pelo perodo de 10 (dez) anos; V cpia do ato de aprovao do loteamento e comprovante do termo de verificao pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execuo das obras exigidas por legislao municipal, que incluiro, no mnimo, a execuo das vias de circulao do loteamento, demarcao dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das guas pluviais ou da, aprovao de um cronograma, com a durao mxima de 4 anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execuo das obras; [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] VI exemplar do contrato-padro de promessa de venda, ou de cesso ou de promessa de cesso, do qual constaro obrigatoriamente as indicaes previstas no art. 26 desta Lei; VII declarao do cnjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. 1. Os perodos referidos nos incisos III, b e IV, a, b e d, tomaro por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas ser extradas em nome daqueles que, nos mencionados perodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imvel. 2. A existncia de protestos, de aes pessoais ou de aes penais, exceto as referentes a 18

Auriverde crime contra o patrimnio e contra a administrao, no impedir o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou aes no podero prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de imveis julgar insuficiente a comprovao feita, suscitar a dvida perante o juiz competente. 3. A declarao a que se refere o inciso VII deste artigo no dispensar o consentimento do declarante para os atos de alienao ou promessa de alienao de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cnjuge. 4. O ttulo de propriedade ser dispensado quando se tratar de parcelamento popular, destinado as classes de menor renda, em imvel declarao de utilidade pblica, com processo de desapropriao judicial em curso e imisso provisria na posse, desde que promovido pela Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitao. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 5. No caso de que trata o 4., o pedido de registro do parcelamento, alm dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, ser instrudo com cpias autnticas da deciso que tenha concedido a imisso provisria na posse, do decreto de desapropriao, do comprovante de sua publicao na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criao e de seus atos constitutivos. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 19. Examinada a documentao e encontrada em ordem, o oficial do registro de imveis encaminhar comunicao Prefeitura e far publicar, em resumo e com pequeno desenho de localizao da rea, edital do pedido de registro em 3 (trs) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da ltima publicao. 1. Findo o prazo sem impugnao, ser feito imediatamente o registro. Se houver impugnao de terceiros, o oficial do registro de imveis intimar o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestaes o processo ser enviado ao juiz competente para deciso. 2. Ouvido o Ministrio Pblico no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidir de plano ou aps instruo sumria, devendo remeter ao interessado as vias ordinrias caso a matria exija maior indagao. 3. Nas capitais, a publicao do edital se far no Dirio Oficial do Estado e num dos jornais de circulao diria. Nos demais Municpios, a publicao se far apenas num dos jornais locais, se

CDIGO DE OBRAS houver, ou, no havendo, em jornal da regio. 4. O oficial do registro de imveis que efetuar o registro em desacordo com as exigncias desta Lei ficar sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na poca em que for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartrio, sem prejuzo das sanes penais e administrativas cabveis. 5. Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicar, por certido, o seu registro Prefeitura. Art. 20. O registro do loteamento ser feito, por extrato, no livro prprio. Pargrafo nico. No Registro de Imveis far-se- o registro do loteamento, com uma indicao para cada lote, a averbao das alteraes, a abertura de ruas e praas e as reas destinadas a espaos livres ou a equipamentos urbanos. Art. 21. Quando a rea loteada estiver situada em mais de uma circunscrio imobiliria, o registro ser requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da rea loteada. Procedido o registro nessa circunscrio, o interessado requerer, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, at que o loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das circunscries, essa deciso ser comunicada, pelo oficial do registro de imveis, s demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hiptese prevista no 4. deste artigo. 1. Nenhum lote poder situar-se em mais de uma circunscrio. 2. defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscries, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infrao a esta norma. 3. Enquanto no procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se- o loteamento como no registrado para os efeitos desta Lei. 4. O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrio no determinar o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela no se estender rea situada sob a competncia desta, e desde que o interessado requeira a manuteno do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovao prvia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso. Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domnio do Municpio as vias e praas, os espaos, livres e as reas destinadas a edifcios pblicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo.

Auriverde Art. 23. O registro do loteamento s poder ser cancelado: I por deciso judicial; II a requerimento do loteador, com anuncia da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; III a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuncia da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. 1. A Prefeitura e o Estado s podero se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se j se tiver realizado qualquer melhoramento na rea loteada ou adjacncias. 2. Nas hipteses dos incisos II e III, o oficial do registro de imveis far publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da ltima publicao. Findo esse prazo, com ou sem impugnao, o processo ser remetido ao juiz competente para homologao do pedido de cancelamento, ouvido o Ministrio Pblico. 3. A homologao de que trata o pargrafo anterior ser precedida de vistoria judicial destinada a comprovar a inexistncia de adquirentes instalados na rea loteada. Art. 24. O processo de loteamento e os contratos depositados em cartrio podero ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a ttulo de busca. CAPTULO VII Dos Contratos Art. 25. So irretratveis os compromissos de compra e venda, cesses e promessas de cesso, os que atribuam direito a adjudicao compulsria e, estando registrados, confiram direito real oponvel a terceiros. Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cesses ou promessas de cesso podero ser feitos por escritura pblica ou por instrumento particular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e contero, pelo menos, as seguintes indicaes: I nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministrio da Fazenda, nacionalidade, estado civil e residncia dos contratantes; II denominao e situao do loteamento, nmero e data da inscrio; III descrio do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos, confrontaes, rea e outras caractersticas; IV preo, prazo, forma e local de pagamen19

CDIGO DE OBRAS to bem como a importncia do sinal; V taxa de juros incidentes sobre o dbito em aberto e sobre as prestaes vencidas e no pagas, bem como a clusula penal, nunca excedente a 10% (dez por cento) do dbito e s exigvel nos casos de interveno judicial ou de mora superior a 3 (trs) meses; VI indicao sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas incidentes sobre o lote compromissado; VII declarao das restries urbansticas convencionais do loteamento, supletivas da legislao pertinente. 1. O contrato dever ser firmado em 3 vias ou extrado em 3 traslados, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobilirio, aps o registro e anotaes devidas. 2. Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, ser obrigatrio o arquivamento da procurao no Registro Imobilirio. 3. Admite-se, nos parcelamentos populares, a cesso da posse em que estiverem provisoriamente imitidas a Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e suas entidades delegadas, o que poder ocorrer por instrumento particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, carter de escritura pblica, no se aplicando a disposio do inciso II do art. 134 do Cdigo Civil. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 4. A cesso da posse referida no 3., cumpridas as obrigaes do cessionrio, constitui crdito contra o expropriante, de aceitao obrigatria em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. [Incl5do pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 5. Com o registro da sentena que, em processo de desapropriao, fixar o valor da indenizao, a posse referida no 3. converter-se- em propriedade e a sua cesso, em compromisso de compra e venda ou venda e compra, conforme haja obrigaes a cumprir ou estejam elas cumpridas, circunstncia que, demonstradas ao Registro de Imveis, sero averbadas na matrcula relativa ao lote. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] 6. Os compromissos de compra e venda, as cesses e as promessas de cesso valero como ttulo para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitao. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de cesso no cumprir a obrigao, o credor poder notificar o devedor para outorga do contrato ou oferecimento de impugnao no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao registro do pr-contrato, passando as relaes entre as partes a serem re20

Auriverde gidas pelo contrato-padro. 1. Para fins deste artigo, tero o mesmo valor de pr-contrato a promessa de cesso, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento, do qual conste a manifestao da vontade das partes, a indicao do lote, o preo e modo de pagamento, e a promessa de contratar. 2. O registro de que trata este artigo no ser procedido se a parte que o requereu no comprovar haver cumprido a sua prestao, nem a oferecer na forma devida, salvo se ainda no exigvel. 3. Havendo impugnao daquele que se comprometeu a concluir o contrato, observar-se- o disposto nos artigos 639 e 640 do Cdigo de Processo Civil. Art. 28. Qualquer alterao ou cancelamento parcial do loteamento registrado depender de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alterao, bem como da aprovao pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imveis, em complemento ao projeto original, com a devida averbao. Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou por sucesso causa mortis, suceder o transmitente em todos os seus direitos e obrigaes, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cesso, em todas as suas clusulas, sendo nula qualquer disposio em contrrio, ressalvado o direito do herdeiro ou legatrio de renunciar herana ou ao legado. Art. 30. A sentena declaratria de falncia ou da insolvncia de qualquer das partes no rescindir os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cesso que tenham por objeto a rea loteada ou lotes da mesma. Se a falncia ou insolvncia for do proprietrio da rea loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbir ao sndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos sero levados praa. Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lanado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o nmero do registro do loteamento, o valor da cesso e a qualificao do cessionrio, para o devido registro. 1. A cesso independe da anuncia do loteador, mas, em relao a este, seus efeitos s se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cesso. 2. Uma vez registrada a cesso, feita sem anuncia do loteador, o oficial do registro dar-lhe cincia, por escrito, dentro de 10 (dez) dias. Art. 32. Vencida e no paga a prestao, o contrato ser considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constitudo em mora o devedor.

CDIGO DE OBRAS 1. Para os fins deste artigo o devedor-adquirente ser intimado, a requerimento do credor, pelo oficial do registro de imveis, a satisfazer as prestaes vencidas e as que se vencerem at a data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimao. 2. Purgada a mora, convalescer o contrato. 3. Com a certido de no haver sido feito o pagamento em cartrio, o vendedor requerer ao oficial do registro o cancelamento da averbao. Art. 33. Se o credor das prestaes se recusar a receb-las ou furtar se ao seu recebimento, ser constitudo em mora mediante notificao do oficial do registro de imveis para vir receber as importncias depositadas pelo devedor no prprio Registro de Imveis. Decorridos 15 (quinze) dias aps o recebimento da intimao, considerar-se- efetuado o pagamento, a menos que o credor impugne o depsito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimao deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei. Art. 34. Em qualquer caso de resciso por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias necessrias ou teis por ele levadas a efeito no imvel devero ser indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposio contratual em contrrio. Pargrafo nico. No sero indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei. Art. 35. Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e tendo havido o pagamento de mais de um tero do preo ajustado, o oficial do registro de imveis mencionar este fato no ato do cancelamento e a quantia paga; somente ser efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a restituio do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante depsito em dinheiro sua disposio junto ao Registro de Imveis. 1. Ocorrendo o depsito a que se refere este artigo, o oficial do registro de imveis intimar o interessado para vir receb-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser devolvido ao depositante. 2. No caso de no ser encontrado o interessado, o oficial do registro de imveis depositar a quantia em estabelecimento de crdito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Cdigo de Processo Civil, em conta com incidncia de juros e correo monetria. Art. 36. O registro do compromisso, cesso ou promessa de cesso s poder ser cancelado: I por deciso judicial; II a requerimento conjunto das partes contratantes; III quando houver resciso comprovada do contrato. CAPTULO VIII Disposies gerais

Auriverde

Art. 37. vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento no registrado. Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento no se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, dever o adquirente do lote suspender o pagamento das prestaes restantes e notificar o loteador para suprir a falta. 1. Ocorrendo a suspenso do pagamento das prestaes restantes, na forma do caput deste artigo, o adquirente efetuar o depsito das prestaes devidas junto ao Registro de Imveis competente, que as depositar em estabelecimento de crdito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Cdigo de Processo Civil, em conta com incidncia de juros e correo monetria, cuja movimentao depender de prvia autorizao judicial. 2. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o Ministrio Pblico, poder promover a notificao ao loteador prevista no caput deste artigo. 3. Regularizado o loteamento pelo loteador, este promover judicialmente a autorizao para levantar as prestaes depositadas, com os acrscimos de correo monetria e juros, sendo necessria a citao da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como audincia do Ministrio Pblico. 4. Aps o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador notificar os adquirentes dos lotes, por intermdio do Registro de Imveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestaes restantes, a contar da data da notificao. 5. No caso de o loteador deixar de atender notificao at o vencimento do prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador no poder, a qualquer ttulo, exigir o recebimento das prestaes depositadas. Art. 39. Ser nula de pleno direito a clusula de resciso de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento no estiver regularmente inscrito. Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificao, poder regularizar loteamento ou desmembramento no autorizado ou 21

CDIGO DE OBRAS executado sem observncia das determinaes do ato administrativo de licena, para evitar leso aos seus padres de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes. 1. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover a regularizao, na forma deste artigo, obter judicialmente o levantamento das prestaes depositadas, com os respectivos acrscimos de correo monetria e juros, nos termos do 1. do art. 38 desta Lei, a ttulo de ressarcimento das importncias despendidas com equipamentos urbanos ou expropriaes necessrias para regularizar o loteamento ou desmembramento. 2. As importncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso no sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no pargrafo anterior, sero exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei. 3. No caso de o loteador no cumprir o estabelecido no pargrafo anterior, a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poder receber as prestaes dos adquirentes, at o valor devido. 4. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar a regularizao do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importncias despendidas, ou a despender, poder promover judicialmente os procedimentos cautelares necessrios aos fins colimados. 5. A regularizao de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando for o caso, no poder contrariar o disposto nos arts. 3. e 4. desta Lei, ressalvado o disposto no 1. desse ltimo. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, comprovando o depsito de todas as prestaes do preo avenado, poder obter o registro de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de venda e compra devidamente firmado. Art. 42. Nas desapropriaes no sero considerados como loteados ou loteveis, para fins de indenizao, os terrenos ainda no vendidos ou compromissados, objeto de loteamento ou desmembramento no registrado. Art. 43. Ocorrendo a execuo de loteamento no aprovado, a destinao de reas pblicas exigidas no inciso I do art. 4. desta Lei no se poder alterar sem prejuzo da aplicao das sanes administrativas, civis e criminais previstas. Pargrafo nico. Neste caso, o loteador ressarcir a Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal 22

Auriverde quando for o caso, em pecnia ou em rea equivalente, no dobro da diferena entre o total das reas pblicas exigidas e as efetivamente destinadas. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 44. O Municpio, o Distrito Federal e o Estado podero expropriar reas urbanas ou de expanso urbana para reloteamento, demolio, reconstruo e incorporao, ressalvada a preferncia dos expropriados para a aquisio de novas unidades. Art. 45. O loteador, ainda que j tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, so partes legtimas para promover ao destinada a impedir construo em desacordo com restries legais ou contratuais. Art. 46. O loteador no poder fundamentar qualquer ao ou defesa na presente Lei sem apresentao dos registros e contratos a que ela se refere. Art. 47. Se o loteador integrar grupo econmico ou financeiro, qualquer pessoa fsica ou jurdica desse grupo, beneficiria de qualquer forma do loteamento ou desmembramento irregular, ser solidariamente responsvel pelos prejuzos por ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Pblico. Art. 48. O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nesta Lei ser sempre o da comarca da situao do lote. Art. 49. As intimaes e notificaes previstas nesta Lei devero ser feitas pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinar o comprovante do recebimento, e podero igualmente ser promovidas por meio dos Cartrios de Registro de Ttulos e Documentos da comarca da situao do imvel ou do domiclio de quem deva receb-las. 1. Se o destinatrio se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionrio incumbido da diligncia informar esta circunstncia ao oficial competente que a certificar, sob sua responsabilidade. 2. Certificada a ocorrncia dos fatos mencionados no pargrafo anterior, a intimao ou notificao ser feita por edital na forma desta Lei, comeando o prazo a correr 10 (dez) dias aps a ltima publicao. CAPTULO IX Disposies penais Art. 50. Constitui crime contra a Administrao Pblica: I dar incio, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem autorizao do rgo pblico competente, ou em desacordo com as disposies desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municpios; II dar incio, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins

CDIGO DE OBRAS urbanos sem observncia das determinaes constantes do ato administrativo de licena; III fazer, ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicao ao pblico ou a interessados, afirmao falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo. Pena: Recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqenta) vezes o maior salrio mnimo vigente no Pas. Pargrafo nico. O crime definido neste artigo qualificado, se cometido: I por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem a inteno de vender lote em loteamento ou desmembramento no registrado no Registro de Imveis competente; II com inexistncia de ttulo legtimo de propriedade do imvel loteado ou desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, 4. e 5., desta Lei, ou com omisso fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato no constituir crime mais grave. [Redao dada pela Lei n. 9.785, de 29/01/1999.] Pena: Recluso, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salrio-mnimo vigente no Pas. Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prtica dos crimes previstos no artigo anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade de mandatrio de loteador, diretor ou gerente de sociedade. Pargrafo nico. (VETADO). [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento no aprovado pelos rgos competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cesso ou promessa de cesso de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento no registrado. Pena: Deteno, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqenta) vezes o maior salrio-mnimo vigente no Pas, sem prejuzo das sanes administrativas cabveis. CAPTULO X Disposies finais Art. 53. Todas as alteraes de uso do solo rural para fins urbanos dependero de prvia audincia do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - INCRA, do rgo Metropolitano, se houver, onde se localiza o Municpio, e da aprovao da Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as exigncias da legislao pertinente.

Auriverde Art. 53-A. So considerados de interesse pblico os parcelamentos vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizaes de parcelamentos e de assentamentos. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Pargrafo nico. s aes e intervenes de que trata este artigo no ser exigvel documentao que no seja a mnima necessria e indispensvel aos registros no cartrio competente, inclusive sob a forma de certides, vedadas as exigncias e as sanes pertinentes aos particulares, especialmente aquelas que visem garantir a realizao de obras e servios, ou que visem prevenir questes de domnio de glebas, que se presumiro asseguradas pelo Poder Pblico respectivo. [Includo pela Lei n. 9.785, 29/01/1999.] Art. 54. Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao. Art. 55. Revogam-se as disposies em contrrio. Braslia, 19 de dezembro de 1979; 158. da Independncia e 91. da Repblica. JOO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO [Publicada no Dirio Oficial da Unio, de 20/12/1979.] ____________

LEI N. 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964. Dispe sobre o condomnio em edificaes e as incorporaes imobilirias. [Ver neste livro os artigos 1.314 a 1.358 da Lei n. 10.406, de 10/01/2002 (Novo Cdigo Civil).] O Presidente da Repblica: Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: TTULO I DO CONDOMNIO CAPTULO I Disposies gerais Art. 1. As edificaes ou conjuntos de edificaes, de um ou mais pavimentos, construdos sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou no-residenciais, podero ser alienados, no todo ou em parte, objeti23

CDIGO DE OBRAS vamente considerados, e constituir cada unidade propriedade autnoma, sujeita s limitaes desta lei. 1. Cada unidade ser assinalada por designao especial, numrica ou alfabtica, para efeitos de identificao e discriminao. 2. A cada unidade, caber, como parte inseparvel, uma frao ideal do terreno e coisas comuns, expressa sob forma decimal ou ordinria. [Ver neste livro o artigo 1.331 do Novo Cdigo Civil.] Art. 2. Cada unidade com sada para a via pblica, diretamente ou por processo de passagem comum, ser sempre tratada como objeto de propriedade exclusiva, qualquer que seja o nmero de suas peas e sua destinao, inclusive (VETADO) edifcio-garagem, com ressalva das restries que se lhe imponham. [Os 1., 2. e 3., abaixo transcritos, foram acrescentados pela Lei n. 4.864, de 29/11/1965.] 1. O direito guarda de veculos nas garagens ou locais a isso destinados nas edificaes ou conjuntos de edificaes ser tratado como objeto de propriedade exclusiva, com ressalva das restries que ao mesmo sejam impostas por instrumentos contratuais adequados, e ser vinculado unidade habitacional a que corresponder, no caso de no lhe ser atribuda frao ideal especfica de terreno. 2. O direito de que trata o 1. deste artigo poder ser transferido a outro condmino, independentemente da alienao da unidade a que corresponder, vedada sua transferncia a pessoas estranhas ao condomnio. 3. Nos edifcios-garagens, s vagas sero atribudas fraes ideais de terreno especficas. Art. 3. O terreno em que se levantam a edificao ou o conjunto de edificaes e suas instalaes, bem como as fundaes, paredes externas, o teto, as reas internas de ventilao, e tudo o mais que sirva a qualquer dependncia de uso comum dos proprietrios ou titulares de direito aquisio de unidades, ou ocupantes, constituiro condomnio de todos e sero insuscetveis de diviso, ou de alienao destacada da respectiva unidade. Sero, tambm, insuscetveis de utilizao exclusiva por qualquer condmino (VETADO). [Ver neste livro o artigo 1.331 e 1.339 do Novo Cdigo Civil.] Art. 4. A alienao de cada unidade, a transferncia de direitos pertinentes sua aquisio e a constituio de direitos reais sobre ela independero do consentimento dos condminos, (VETADO). Pargrafo nico. A alienao ou transferncia de direitos de que trata este artigo depender de prova de quitao das obrigaes do alienante 24

Auriverde para com o respectivo condomnio. [Redao dada pela Lei n. 7.182, de 27/03/1984.] Art. 5. O condomnio por meao de parede, soalhos e tetos das unidades isoladas regular-se- pelo disposto no Cdigo Civil, no que lhe for aplicvel. Art. 6. Sem prejuzo do disposto nesta lei, regular-se- pelas disposies de direito comum o condomnio por cota ideal de mais de uma pessoa sobre a mesma unidade autnoma. Art. 7. O condomnio por unidades autnomas instituir-se- por ato entre vivos ou por testamento, com inscrio obrigatria no Registro de Imveis, dele constando: a individualizao de cada unidade, sua identificao e discriminao, bem como a frao ideal sobre o terreno e partes comuns, atribuda a cada unidade, dispensando-se a descrio interna da unidade. [Ver neste livro o artigo 1.331 do Novo Cdigo Civil.] [A Lei n. 4.864, de 29/11/1965, dispe: Art. 6. No caso de um conjunto de edificaes, a que se refere o artigo 8. da Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964, poder-se estipular o desdobramento da incorporao em vrias incorporaes, fixando a conveno de condomnio ou contrato prvio, quando a incorporao ainda estiver subordinada a perodos de carncia, os direitos e as relaes de propriedade entre condminos de vrias edificaes.] Art. 8. Quando, em terreno onde no houver edificao, o proprietrio, o promitentecomprador, o cessionrio deste ou o promitentecessionrio sobre ele desejar erigir mais de uma edificao, observar-se- tambm o seguinte: a) em relao s unidades autnomas que se constiturem em casas trreas ou assobradadas, ser discriminada a parte do terreno ocupada pela edificao e tambm aquela eventualmente reservada como de utilizao exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a frao ideal do todo do terre