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17 DE SETEMBRO DE 2007 505º Encontro Semanal do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense – AGROPACTO – TEMA: “Apresentação do Documento Elaborado pelo Grupo de Impulsão de Ações e Propostas – GIAP, gerado no Ciclo de Palestras proferidas no AGROPACTO, sobre Situação, Perspectivas e Proposições para o Agronegócio do Caju Brasileiro.Palestrante: Dr. Engenheiro Agrônomo JOÃO RIBEIRO CRISÓSTOMO, Pesquisador da EMBRAPA Agroindústria Tropical – CNPAT.

Comunicamos que o 505º (qüingentésimo quinto) Encontro ... · E sobre o pedúnculo do caju, nós fizemos recentemente, uma homenagem ao Sr. Jaime Aquino, esse grande produtor de

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17 DE SETEMBRO DE 2007

505º Encontro Semanal do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense

– AGROPACTO –

TEMA: “Apresentação do Documento Elaborado pelo Grupo de Impulsão de Ações e Propostas – GIAP, gerado no Ciclo de Palestras proferidas no AGROPACTO, sobre Situação, Perspectivas e Proposições para o Agronegócio do Caju Brasileiro.”

Palestrante: Dr. Engenheiro Agrônomo JOÃO RIBEIRO CRISÓSTOMO, Pesquisador da EMBRAPA Agroindústria Tropical – CNPAT.

SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS EURY ANDRADE : Bom-dia, senhoras e senhores presentes. Convidamos para Presidir esta audiência, o Senhor Deputado Hermínio Resende. (Aplausos). Convidamos também o Senhor Deputado Neto Nunes, Presidente da Comissão de Agropecuária e Recursos Hídricos da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. (Aplausos). Ainda o Senhor Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará e Coordenador do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense, Agropacto, Doutor José Ramos Torres de Melo Filho. (Aplausos). Com a palavra, o Presidente Deputado Hermínio Resende. SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE: Senhores Produtores, industriais, ligados ao ramo do caju, estudiosos, pesquisadores, quero dizer da minha satisfação, como Parlamentar, em poder realizar esta Audiência Pública, porque entendo que a atividade primária de qualquer País, deve ter uma atenção muito especial. E o caju tem uma representação muito forte na economia do Estado do Ceará. Nós sabemos das dificuldades que hoje passa o setor da cajucultura e como Deputado, com ajuda dos senhores, quero dar a minha contribuição para o povo do Ceará.

Hoje vamos ter aqui esse relatório, após esse ciclo de palestras no AGROPACTO, para sensibilizar o Governador, principalmente no que diz respeito à renovação da copa do cajueiro. Nós sabemos que nossos cajueiros são muito antigos, em torno de 30 anos, precisamos melhorar a nossa produtividade. Para os senhores telespectadores, eu quero dar aqui alguns dados, que me deixam preocupado e têm preocupado todos produtores da cajucultura.

A amêndoa de caju constitui o principal item de pauta da exportação do Estado do Ceará, quando considerado apenas um produto. Em 2006, as divisas oriundas da castanha do caju, totalizaram mais de 141 milhões de dólares, constituindo 14,7% das exportações de todo o Estado; o Brasil vem perdendo no ranking, como um grande produtor. Hoje o maior produtor de castanha no mundo, nós sabemos que é a Índia, depois vem o Vietnam e depois vem o Brasil. Em nível do Brasil, o Ceará detém o primeiro lugar, com 137 milhões; o Piauí em segundo lugar, com 62 milhões e o Rio Grande do Norte, com 37 milhões.

Outro grande ponto importante, que sabemos, é que a cajucultura desenvolve a geração de empregos. Nós sabemos que no Ceará, a produção de caju é responsável por uma geração de mais de 30 mil empregos diretos e mais de 100 mil empregos indiretos. Segundo informação do Sindicaju. Então, esta é uma maneira de contribuirmos e incentivarmos os produtores de caju.

Sabemos também, outra grande lacuna que precisa ser preenchida, que é o aproveitamento do pedúnculo do caju. Hoje, com o preço baixo da castanha, se torna inviável economicamente, e prova disso é que, das 22 empresas que existiam no Estado do Ceará, apenas 9 continuam em atividade. E sobre o pedúnculo do caju, nós fizemos recentemente, uma homenagem ao Sr. Jaime Aquino, esse grande produtor de caju, onde o Presidente da República, através do Mesa Farta, vai disponibilizar que esse pedúnculo seja utilizado para diminuir a fome do povo brasileiro.

Além do pedúnculo, como fonte alimentar, temos aqui no Município de Ocara, um incentivador e um pesquisador, que mostrou lá no AGROPACTO a riqueza que o caju pode desenvolver e pode contribuir para o Estado do Ceará. São mais de 11 itens desde pomada cicatrizante até álcool, para utilização em carros. Portanto, eu acho que os técnicos da Embrapa tenho certeza, têm pesquisas avançadas, tanto na poda do caju para produção de álcool, enfim. São segmentos que podem dar uma contribuição muito grande, para a revitalização da cultura do caju, que não podemos deixar que essa cultura venha a sofrer mais do que está sofrendo. Queria com essas poucas palavras, dizer que sou um incentivador da agricultura, apesar de ser médico, mas sou oriundo do sertão, um homem que sabe das dificuldades que um homem do campo passa e tem tentado, nesse período de 8 meses como Deputado, identificar... até pela lacuna deixada pelo Deputado José Maria Pimenta, um grande defensor, quando esteve nesta Casa, e hoje à frente como Presidente da Ematerce e vem dando uma ajuda muito grande ao Governo do Estado. E como Deputado, quero suprir essa lacuna deixada pelo Deputado José Maria Pimenta e dizer que estou à disposição do povo do Ceará, dos produtores de caju, dos empresários que industrializam essas castanhas, para que eu possa ser esse elo entre o Governo, a Assembléia e os produtores, os amantes da cajucultura. Agradeço mais uma vez a presença de todos os senhores e passo a palavra ao Presidente do Sindicaju, meu caro amigo, Antônio José Gomes Teixeira. SR. ANTÔNIO JOSÉ GOMES TEIXEIRA: Deputado Hermínio Resende, Dr. Torres de Melo e demais integrantes da Mesa, senhora e senhores, bom-dia. Quero agradecer pela satisfação de estar aqui presente, participando desta Audiência Pública, que considero muito importante para o setor da cajucultura. Vejo aqui pessoas que realmente, participam ativamente, desse processo.

Tivemos uma série de reuniões promovidas no âmbito do AGROPACTO e tenho certeza que, esse documento que me parece que vai ser divulgado aqui, hoje, trará para a cajucultura, um avanço significativo.

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Eu não quero me alongar muito, somente passar aqui um sentimento que tenho, com relação ao futuro da cajucultura.

Essa questão quando se fala que tínhamos 22 empresas, hoje só são 9, isso é uma verdade. São os efeitos da globalização, está acontecendo em todos os setores da economia mundial. Algumas empresas estão deixando de existir e outras estão ficando maiores. O importante é que, toda produção brasileira de castanha de caju, continua sendo comercializada, continua sendo exportada e uma pequena parte sendo comercializada no mercado interno, de forma que, embora com essa redução significativa no número de empresas processadoras, a castanha produzida no Brasil, toda a castanha produzida pelos produtores brasileiros, é comercializada, não ficando sequer 1 quilo de uma safra para outra, como estoque de passagem. Bom, dentre esses efeitos da globalização, nós também percebemos um aumento significativo na produção mundial de castanha, a exemplo também de outras nozes, outras frutas. Em decorrência desse aumento significativo da produção mundial, naturalmente embora o consumo também venha aumentando e aumenta numa proporção um pouco atrasada em relação à oferta... porque a oferta, o senso de oferta sempre vai trazer redução de preço e a redução de preço sempre traz aumento de consumo. Além de outras ações que são feitas para estimular o consumo, como campanhas e promoções, o excesso de oferta também provoca essa redução de preço com certeza, provoca um aumento no consumo da castanha de caju. Então, a grande preocupação que temos, na minha opinião, é entender que os preços mundiais do produto estão caindo, em decorrência desse aumento de produção, aumento de produtividade. Os produtores brasileiros e as indústrias brasileiras, têm que estar atualizados, para que não sofram efeitos danosos, com essas reduções de preço, ou seja, nós temos que ser competitivos; a palavra de ordem é competição, nós temos que ter condições de concorrer com a Índia e com o Vietnã, no Mercado Internacional. Nós temos uma agravante hoje no Brasil, como exportadores, que é a valorização do real e naturalmente, com essa valorização, a receita pela exportação em reais tem sido reduzida substancialmente, isso também tem um efeito de redução de preço, com relação ao produto. De maneira que esse breve cenário que estou colocando, é para dizer que nós precisamos, a indústria precisa fazer o seu papel de ser mais competitiva, seja reduzindo custos, seja melhorando sua performance de produção e o produtor precisa também, fazer o seu papel, de levar para o campo tecnologia suficiente, para que ele possa continuar concorrendo no cenário, como esse que acabei de colocar.

Então, é muito importante isso. Do lado da empresa, tenho certeza, que elas estão fazendo seu papel, porque estou inserido nesse contexto. Eu sei que existem investimentos que as empresas estão fazendo, são investimentos relevantes; a indústria brasileira hoje se destaca no cenário Nacional, pela sua qualidade, por ser empresa certificada, se destaca porque cumpre os contratos que detém com os importadores Nacionais. Então, isso deixa a indústria brasileira realmente, num patamar de destaque em relação aos concorrentes, isso é um lado positivo. Os produtores, por si só, eles não têm condições de provocar essa melhoria para conseguirem ser competitivos.

É aí que entra a importância muito grande do Governo, através de políticas que sejam realmente eficazes e que realmente saiam do papel, para ajudar a levar ao produtor de castanha, ao produtor de caju, a chegar nesse patamar de produtividade e não ter seu negócio ameaçado e conseqüentemente, ameaçando o negócio brasileiro do caju. Então, essa questão do apoio Governamental do lado da produção, eu considero de suma importância para que o produtor continue sendo competitivo. E para não me alongar mais, gostaria de dizer o seguinte: nenhum setor hoje sobrevive com desperdício, nenhum setor da economia mundial. De maneira que, hoje na produção do caju, a castanha é comercializada e o caju é quase todo jogado fora. Nós temos que fazer um esforço muito grande, para acabar com esse desperdício e incrementar a renda do produtor, a partir do aproveitamento do pedúnculo. Queria agradecer a todos, por terem me ouvido e ao Deputado Hermínio Resende. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE: Agradeço pelas suas palavras, meu caro Antônio José.

Quero aqui registrar a presença do Senador Inácio Arruda, que muito nos honra com a sua presença, um grande defensor da cajucultura. Vamos passar a palavra para o Deputado Neto Nunes, Presidente da Comissão de Agricultura desta Casa. SR. DEPUTADO NETO NUNES : Bom-dia a todos. É um prazer participar de mais um encontro nesta Casa, registrando a presença de tantas autoridades. Saudar a Mesa, em nome do Deputado Hermínio Resende, autor do requerimento; aos demais, em nome do nosso Senador Inácio Arruda, que tanto nos honra com a sua presença neste momento.

Dizer da nossa alegria e pedir desculpas pelo atraso. Estamos vindo do Interior e estamos vivendo, eu digo, um primeiro turno das eleições do ano que vem. Organizando os partidos, conversando com as lideranças, para que dessa forma, nós possamos dar continuidade ao trabalho, em favor do Estado do Ceará.

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A cultura do caju tem uma representação, um valor importantíssimo, para o desenvolvimento do Estado do Ceará, no agronegócio. O caju se adapta muito bem com o nosso solo, nosso clima, tem aí a grande geração de emprego e renda e também, tanto é aproveitado na parte da castanha, como na parte do suco, do doce, com a fruta, o próprio caju.

Então, eu quero dar boas vindas a todos os senhores, desejar que esta Audiência Pública tenha um grande êxito e espero que nós, esta Casa, que esta Comissão, esteja através desse requerimento do nosso Deputado Hermínio Resende, que tem demonstrado grande preocupação com essa causa, esperamos que possamos contribuir para o aperfeiçoamento e para o desenvolvimento dessa cultura do Estado do Ceará. Esta a nossa primeira participação; o Deputado Hermínio vai conduzindo aí os próximos oradores e dar a palavra aqui para o nosso Senador, de início, não sei como está a agenda dele, para que ele possa fazer a sua participação. Muito obrigado. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE : Muito obrigado, Deputado Neto Nunes. Queremos registrar a presença do Dr. Francisco das Chagas, médico veterinário do Ministério da Agricultura; Tom Prado, Diretor da Itaueira, Agropecuária; José Sobrinho, Presidente do Sindicato dos Produtores de Leite; meu caro Carlos Prado, que muito nos honra com a sua presença; Victor Hugo, Chefe de Comunicação da Embrapa; Edmilson Cajazeiras, Inspetor da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará; Regina Mashim, da Conab; Liana Silveira, Nutricionista do Serviço Social da Indústria do Ceará; Francisco Gadelha de Oliveira, Presidente do Sindicaju. Todos muito nos honram com suas presenças. Queremos convidar o Senador Inácio Arruda, para que faça uso da palavra, como um grande defensor da cajucultura. SR. SENADOR INÁCIO ARRUDA: Bom- dia todos. O nosso Deputado Hermínio Resende, que coordena os trabalhos; o Deputado Neto Nunes; nossa Delegada da Agricultura; o Torres de Melo, que vem conduzindo a Federação da Agricultura, com forma exitosa no nosso Estado; nosso Presidente do Sindicato das Indústrias do Caju do Estado do Ceará, Antônio José, nosso companheiro do setor produtivo, setor ligado a ponta, que é quem planta o caju, colhe o caju, beneficia, dá o primeiro benefício para o caju no Estado do Ceará; nossos amigos que aqui estão, da Embrapa, da antiga Ematerce, são pessoas que trabalham na universidade, os nossos companheiros do Frutal que aqui estão, todo mundo ligado na fruticultura.

A planta mais importante do nosso Estado, é o caju, do nosso Estado e alguns Estados vizinhos. O caju ajuda ao nosso povo pelo menos de 106 municípios e vem crescendo. E desde que eu fui eleito vereador, em 1988, nós já discutíamos na Câmara dos Vereadores, o caju, e o pessoal perguntava: e Fortaleza é produtora de caju? Eu dizia: Não é produtora, mas é consumidora e durante um bom tempo, ela também foi produtora de caju, porque se plantava caju, na área rural da nossa cidade. O caju é de uma riqueza extraordinária, que nós temos que tratar bem.

Eu acredito, Deputado Hermínio Resende, que essa Audiência Pública vai retomar um processo dentro da Assembléia Legislativa, que nós temos que abraçar. Eu tenho dito tantas vezes, nós tratamos o caju no nosso Estado, como algo assim... como se esse assunto já estivesse resolvido. Os produtores lá no campo, juntos com os empresários da área de beneficiamento, da indústria, cuidam do caju, é como se o Estado não tivesse mais responsabilidade com o caju.

Eu digo ao contrário: ora, se essa é a cultura ais importante do nosso Estado, se essa é a fruta que tem mais destaque na Região Nordeste inteira e que nós podemos beneficiando-a, ganhar muito, sinceramente, o Estado tem que entrar ainda mais forte na cultura do caju, tem que ter um planejamento do Estado do Ceará, para expandir a área plantada do caju, tem que ter um planejamento para aproveitar bem o pedúnculo do caju, que ainda se perde muito.

Há pouco encontrei aqui um produtor de aguardente de caju no Estado do Ceará. Do caju você tira álcool. Estamos entrando na época do álcool, como grande comodittie, está entrando no mundo; estamos tirando álcool do caju; tiramos da mandioca, mas do caju também. Quer dizer, você tem uma riqueza fabulosa. É alimento, é o suco, é o alimento da amêndoa, da castanha, é um exportador excepcional e não importa nada. Você não precisa comprar nada no Exterior para produzir caju. Então, você é um exportador líquido, absoluto. Então, isso tudo são vantagens excepcionais do caju e ainda mais, o Presidente Lula virou garoto propaganda do caju. Então, nós temos que aproveitar a oportunidade em que o Presidente da República reconhece o caju como uma fruta nobre para o nosso povo brasileiro.

Há pouco, a pedido dos sindicalistas da área de produção do caju, nós fizemos uma emenda provisória que tem o objetivo de beneficiar o caju. Já beneficia outros produtos, não é só na área da fruticultura e nós consideramos que era importante aproveitar aquela emenda provisória, para ampliar aqueles benefícios daqueles que estão perdendo com a desvalorização cambial e que também pudessem beneficiar a área da produção do caju. E beneficiando o Estado do Ceará, vai beneficiar o Estado do Rio Grande do Norte e o Estado do Piauí – principalmente, esses três Estados.

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Então, quero considerar assim, Deputado Hermínio Resende e meu caro Deputado Neto Nunes, a Assembléia tem que abraçar o caju. Não tenham receio de fazer isso, porque vocês vão estar ajudando muito a o Estado do Ceará. Podem colocar o caju como coisa muito importante para o mandato dos senhores, porque o retorno não é só político, não é só retorno de voto, nem se preocupem com isso, é o retorno de benefício para a população do Estado do Ceará, é riqueza sendo produzida no Estado do Ceará. Acho que esse tem que ser o nosso sentido, nosso objetivo. E no Senado, nós colocamos essa questão também, como questão importante para o Ceará.

No Senado se discute muita coisa, no Senado se discute ética, se discute moral. Aliás, tem muita gente sem moral e sem ética discutindo esse assunto. Mas, lá no Senado se discute caju. Caju é uma riqueza para a nossa região, se discute fruticultura, que é uma riqueza para a nossa região e investimentos para essa área. Acho que esse tem que ser o sentido que temos que dar ao debate em torno desse importante empreendimento econômico para o Estado. Antes eu tinha o caju sempre naquela idéia de atolar o cajueiro no meu quintal, da minha mãe, do meu pai. E nós colhíamos ali as castanhas, era uma beleza; tomávamos o caju, fazíamos um mocororó, tudo que tínhamos condições de fazer, fazíamos com o caju.

Então, essa riqueza meu caro Jaime Aquino, você que é o maior plantador de caju deste País, do mundo não sei mais, agora que os vietnamitas e indianos ultrapassaram o Brasil, não sei se nós temos mais as maiores plantações de caju. Mas, nós temos essa riqueza fabulosa. Hoje, por coincidência, não é desvantagem para a nossa Audiência Pública, é vantagem. Por coincidência, vai ser também a posse do Presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará, que nós temos que compartilhar com a Audiência. Mas, essas coisas se somam. Se é uma agência de desenvolvimento, então ela vai ter o caju como importante instrumento de desenvolvimento do Estado do Ceará. Quero agradecer esta oportunidade. Sei que tem muita coisa na área do caju e nós estamos empenhados. Na Assembléia vocês contem com o Senador, que tem preocupação e sabe da riqueza e da importância que é o caju, para o nosso Estado e para os Estados vizinhos. Muito obrigado. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE: A Presidência agradece. Enriquece esta Audiência, a participação do Senador Inácio Arruda.

Queremos registrar a presença do Sr. Jaime Aquino, que muito nos honra. É muito gratificante contar com o senhor aqui; nós também, que somos autores de uma proposta, para homenageá-lo, é uma homenagem justa ao maior produtor de caju do mundo, esse cearense que gera emprego, renda, divisa, para o Estado do Ceará.

Quero registrar também a presença do Sr. Ricardo Sabadia, Presidente do Instituto Agropólos; Marcos Cavalcante, Consultor de Agronegócio; Nilton Bento, Gerente do Banco do Nordeste; Francisco Ferreira, Coordenador do Instituto de Desenvolvimento Industrial da FIEC; José Trajano, Presidente da ONG Caju; Tereza Barros, Assessora da Imprensa da Embrapa; Rogério Otávio, do Sindicaju; João Batista, Diretor da Associação dos Produtores de Caju, Ascaju; José Pereira da Silva, Engenheiro-Agrônomo, representante da Associação dos Engenheiros Agrônomos. Vamos passar a palavra para o Dr. Torres de Melo, esse grande incentivador também, da atividade primária do Estado do Ceará. SR. TORRES DE MELO: Sr. Presidente, meus senhores. Quero fazer uma saudação ao Deputado Hermínio Resende e ao Deputado Neto Nunes e dizer que a Assembléia não abraçou apenas o caju, Senador, a Assembléia abraçou a agropecuária, isso sem qualquer viés de natureza ideológica, que para nós é fundamental que isso aconteça.

E é nesta Casa que estamos hoje nos abrigando, para fazer a apresentação das conclusões de um ciclo de palestras, que foi realizado no AGROPACTO, no Banco do Brasil e pedimos a esses Deputados, que nos têm prestigiado, que todas essas conclusões fossem feitas aqui nesta Casa, para ter uma repercussão maior, daquilo que se propõe. Esse ciclo de palestras deveu-se em grande parte e poderia dizer que, quase que totalmente, à Embrapa. A nossa participação real, foi a escolha do tema. Daí em seguida, a Embrapa estudou o tema, definiu as prioridades, quais os temas que deveriam ser abordados. E ao final, através do João Crisóstomo, que vai apresentar as conclusões. Isto faz com que nos sintamos de certa forma, muito devedores à Embrapa, assim como o Brasil também o é.

Fazer também, uma referência especial ao Dr. Hugo, representante da USAID, que teve uma participação extraordinária, inclusive na redação final do documento, que infelizmente, não pude participar, na sexta-feira última, por compromissos que são muitos e que fogem a minha capacidade de atender. Foram 6 palestras, o Crisóstomo vai resumir isso, mas o fato é que nós, ao escolhermos o caju, foi dando conseqüência a uma palestra de iniciativa do Senador Inácio, no Banco do Brasil e que infelizmente não teria prosseguimento e achamos que era oportuno sair no vácuo daquela reunião e que deu origem inclusive, a uma audiência o Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, que lamentavelmente, não creio que tenha tido muito resultado, em que pese o empenho do Senador e o Presidente do Sindicato da Indústria. Isso, de qualquer maneira,

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redundou numa emenda à medida Provisória 382, que nós achamos que poderá trazer resultados para a indústria beneficiadora do Estado do Ceará, assim como está trazendo para a indústria têxtil, indústria de calçados. Quero cumprimentar a todos os presentes neste auditório, todos os produtores, na pessoa do meu amigo Jaime Aquino, que é um ícone, dentro da indústria e do setor produtivo. E ao Poder Municipal, na pessoa do Prefeito de Pindoretama, José Gonzaga, que tem dado uma contribuição muito grande, ele e seu Secretário de Agricultura, para o setor e isto é importante que se registre, que sem a participação Municipal, não se vai muito longe. É importante quando um Prefeito entende que a agropecuária é ainda a atividade predominante do seu Município e a ela se entrega, a ela dedica a sua capacidade de trabalho e de mobilizar as pessoas. É isto que tem acontecido em Pindoretama. Eu queria felicitar o Senhor Prefeito por isso, cumprimentá-lo e agradecer.

É muito bom que nesta reunião do lançamento desse relatório que chamamos do Grupo de Impulsão de Projetos e Ações do GIAP, que o Instituto Agropólo lance o informativo, que vai agora ser lançado em série, que tem informações estatísticas sobre o setor, coisas que ficavam muito presas aos sites da FIEC, através do Centro de Incentivo a Negócios. A verdade é que vamos ter agora essas informações, todas elas inclusive, com comentários muito pertinentes. E neste documento aqui, está muito clara a importância do setor, na exportação do Estado do Ceará. Quero ressaltar, Antônio José, que em 2007 nós já estamos mais de 60% do que foi em dólares exportados no ano anterior, num período em que demonstra bem a carga do estoque que a indústria se obriga a fazer, para continuar exportando no primeiro semestre, quando não há produção. Então, é muito auspicioso que isso se retrate. Ao final, para não me prolongar mais, queria dizer que o próximo ciclo de palestras que começará na próxima segunda-feira, será sobre o empreendedorismo rural, que é um programa no qual estamos apostando, teve grande êxito no Paraná, promovido pelo Senar Nacional e pelo Sebrae Nacional. Já fizemos cursos de capacitação para os mobilizadores e dirigentes desses projetos que já iniciaram os três Municípios, um projeto piloto em Cascavel, Beberibe e Aracati, obviamente com 25 produtores em cada Município, e a condição básica é ter o segundo grau.

É uma tentativa de criarmos, ou fazer com que ela ainda tenha influência, a classe média rural, que infelizmente, está saindo do campo e precisa ter o sangue renovado. Temos que acreditar nos jovens e é a esse jovens que estamos dando uma oportunidade de receber do seu pai a terra e transformá-la em riqueza, com a tecnologia de vida e necessária. Eu gostaria de ter a participação de todos nesse ciclo de palestras, dada sua importância. E estamos dispostos a fazer a mobilização, não só no início no AGROPACTO, mas freqüentando todas as turmas de conclusão das escolas agrotécnicas, das faculdades de zootecnia, veterinária e agronomia, para que no ano seguinte já tenhamos um público que já tenha sido alertado para o retorno à área rural, aonde os empregos ainda podem ser gerados, no momento em que as grandes metrópoles começam a rejeitar os imigrantes. Com essas palavras e os agradecimentos, Deputado Hermínio, eu queria encerrar a nossa participação deixando a oportunidade para apresentação do GIAP, obviamente oferecidas as prioridades fixadas por essa Presidência. Muito obrigado. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE: Agradeço ao Dr. Torres de Melo, pela apresentação. Quero registrar a presença desse grande Prefeito e produtor, conhecedor dos problemas da cajucultura, meu amigo José Gonzaga, muito nos honra com a sua presença; Francisco Valdo, produtor rural do Município de Ocara; Manuel Lima, Consultor da Caju Nordeste; Ivonilce Rabelo, Coordenadora dos Treinamento da ONG- Adesão Brasil; Silvana Frota, essa grande Jornalista; Ésio Nascimento, primeiro Secretário do CREA; Francisco Orlando, Diretor da Caju, Sabor Tropical; Maria Garineide de Souza, Agente, representante do Superintendente do Banco do Brasil. Quero ler aqui uma Mensagem do Deputado Sineval Roque, ele que também, é um defensor da cajucultura, mas mandou uma mensagem e pediria permissão dos senhores, para ler. “LÊ” Por força de compromisso anteriormente assumido no Interior do Estado, peço desculpas a todos por não poder participar de tão importante evento para a cadeia produtiva do caju no Ceará e no Nordeste. Entretanto, reafirmo o nosso compromisso, com o fortalecimento da cadeia produtiva do caju e da agricultura do Estado do Ceará, em geral. Como membro do Conselho do Desenvolvimento Econômico do Ceará, CODECE, representante dessa Assembléia Legislativa, estaremos empenhados em propor e ampliar a geração de medidas e ações e políticas públicas, que venham a beneficiar a cajucultura cearense. Por fim, comunicar a todos os presentes que no momento estamos preparando o projeto a ser apresentado ao Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará, propondo a criação do Fundo Estadual da Cajucultura, Funcaju. Assina, Deputado Sineval Roque.

Registramos também a presença do Sr. José Souza Paz, Supervisor da Fruticultura, da Secretaria de Desenvolvimento Agrário; Joaquim, Gonçalves, produtor rural do Município de Meruoca; Paulo Afonso, Diretor da Tecnocasa; Francisco Araripe, Diretor do Idesc, Caju Nordeste; Paulo de Tarso, Secretário de Infra-estrutura do Município de Pindoretama; Tarcisio Ferreira, produtor rural do Município de Pacajus; e Afonso Aquino, Diretor da Prática Eventos.

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Queremos prestar uma homenagem, não só eu, mas todos os Deputados desta Casa, através do Presidente Domingos Filho, que também, por motivo superior não pôde estar aqui nesta Audiência Pública, nesta homenagem justa a esse grande empresário, esse grande homem, um homem que acredita no caju e eu sou testemunha e todos os senhores sabem. Já estive por várias oportunidades na sua indústria, aonde tive o privilégio de saborear várias comidas feitas do pedúnculo do caju. Recentemente, o Sr. Jaime Aquino foi homenageado pelo Presidente da República e essa Casa Legislativa, através do Deputado Domingos Filho, atendendo um requerimento feito pelo Deputado, queremos prestar esta homenagem justa ao senhor, Sr. Jaime Aquino, como um grande defensor do caju, que tem em todas as suas instalações, nas suas indústrias, na sua fazenda, como o caju é alimento. E sem dúvida nenhuma, nós sabemos do valor desses alimentos que são feitos, provenientes do pedúnculo do caju. De antemão, agradecer também à cozinha lá da fábrica do Sr. Jaime Aquino, que ao final desta Audiência, nós vamos também poder saborear alguns alimentos feitos do pedúnculo.

Queria convidar o Sr. Jaime Aquino para receber a homenagem. (Pausa) Leitura: Caju é alimento e fonte de saúde. A Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, homenageia o

empresário Jaime Tomás Aquino, Por ser destacado na produção mundial do caju. Muito obrigado, Sr. Jaime Aquino, pela sua presença. SR. JAIME AQUINO: Eu sou muito emotivo, vou me reservar para outra oportunidade. O que está acontecendo não é mais nem menos, o que já devia ter acontecido há 15, 20 anos, ou desde quando eu era criança, lá no Pé da Serra do Pereiro, no Município de Jaguaribe. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO HERMÍNIO RESENDE: Registrar a presença do Sr. Fernando Farias, representante da Rádio Dragão do Mar; Deputado Lula Moraes também, nos honra com a usa presença, nesta Audiência Pública; Professor José Ferreira Nunes, Pró-Reitor de Pesquisa e pós-graduação da UECE; Teresinha Santos, Coordenadora de Promoção de Marketing da Secretaria de Turismo do Município de Fortaleza; João Lucídio Pinto, Antônio Bezerra Peixoto, meu caro Dr. Peixoto, muito nos honra com a sua presença; Cristiane Clemente, Pesquisadora da UECE; Otávio Costa, consultor de Biotecnologia; Francisco Sombra, meu caro amigo, muito nos honra com a sua presença; José Eduardo Andrade, produtor rural. Dando continuidade a esta Audiência Pública, queríamos convidar o Engenheiro Agrônomo, João Ribeiro Crisóstomo, pesquisador da Embrapa, Agroindústria Tropical, para fazer a apresentação do documento elaborado pelo Grupo de Inclusão de Ações e Propostas-GIAP, gerada no ciclo de palestras, proferido no AGROPACTO, sobre a situação, perspectivas e proposições, para o agronegócio do caju brasileiro. Queremos registrar a presença do Presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel; Tereza Mota, Consultora do AGROPACTO; Flávio Barbosa, representante do Movimento Sem Terra; Antônio Vieira de Moura, Gestor dos Projetos Setoriais do Sebrae; meu caro Eduardo Aragão, Diretor da Ematerce; Raimundo Pereira, Presidente da Associação dos Produtores de Caju do Estado do Ceará; Wagner Jucá e a Tereza Dávola, Consultora da Fundação Banco do Brasil. Finalmente, vamos passar a palavra ao nosso palestrante, coordenador do GIAP da cajucultura, Dr. João Crisóstomo. SR. JOÃO RIBEIRO CRISÓSTOMO: Excelentíssimo Senhor Deputado Neto Nunes, Presidente da Comissão de Agricultura desta Casa; Excelentíssimo Senhor Deputado Hermínio Resende, autor do requerimento desta Audiência Pública e que participou durante todo tempo, dos 6 painéis, coordenando alguns deles, ocorridos no AGROPACTO, em nome de quem cumprimento os representantes da Mesa e todos os senhores presentes, Prefeitos e demais Deputados, profissionais liberais e, sobretudo, produtores presentes aqui nesse auditório. Este espaço, Deputado Neto Nunes, conseguido por V.Exa. nesta Casa, ele é muito importante hoje para a cajucultura, que é uma atividade cheia de paradoxos. É o segundo produto na pauta de exportação do Estado, mas é cheia de paradoxos.

Nós iniciamos esta apresentação, destacando dois paradoxos principais, para caracterizar bem o que queremos dizer nesta abertura. Primeiro: sempre se divulga na mídia que a safra, geralmente no meio do ano, que a safra de caju vai ser uma recorde e isso fica uma característica que lá no Interior, a coisa está muito boas, as pessoas estão muito bem, porque nós estamos iniciando a safra de caju. A propósito, no dia em que o Dr. Carlos Prado, no dia 17 de julho, quando o Dr. Carlos Prado estava fazendo a sua apresentação no painel relativo a cajucultura, nós tínhamos aqui numa coluna no jornal, já comentando: Safra de castanha. São boas perspectivas da safra de caju de 2007, 2008. Informações colhidas dão conta de que a safra também será recorde.

Eu retornei para o Ceará há 16 anos e sempre escuto isso todo ano. Então, esse é o primeiro paradoxo, porque dá assim uma idéia de que no campo as coisas estão muito boas. O segundo paradoxo: (são vários, mas destaco um) É que, como sou pesquisador, são reuniões no meio da pesquisa. E eu cito alguns anos atrás, na Funcap, por exemplo, colegas nossos da Embrapa, representando a Embrapa

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em discussões na Funcap, quando se fala em solicitação de recurso para financiar pesquisa com caju, fica no ar como que, a seguinte situação, Deputado: Caju, como já foi dito aqui neste auditório, caju é assunto praticamente resolvido, é assunto dos industriais, da amêndoa e dos produtores. Esse é o segundo paradoxo e nós precisamos mudar isso. Se eu como pesquisador, deixo essa primeira colocação para a nossa reflexão hoje aqui nesta Casa.

Nós vamos seguir essa apresentação, nessa seqüência. A importância e situação da cajucultura. Já foi ventilado aqui, nós vamos passar rápido. Os painéis do AGROPACTO. O documento síntese que foi feito após esses painéis e os problemas e propostas originados, a partir das discussões desses painéis.

Primeiro nós vamos sobre a importância da cajucultura.

Nós temos aqui que o caju é uma cultura estratégica, produz na entressafra das demais culturas, oferta postos

de trabalho, na fase mais crítica da agricultura, gera empregos industriais, sucos, doce castanha; safra flutua menos que as demais culturas e é recordista na pauta de exportações, gera muito mais emprego no campo. E aqui, como nós estamos na Assembléia Legislativa, nós destacamos também, ela tem também, importância política, já que praticamente, todos os Municípios do Ceará produzem caju e se considerarmos que existem atualmente, cerca de 60 mil produtores de castanha de caju, já dá uma idéia, Deputado Hermínio Resende, da importância política dessa cultura, não só pelo emprego, mas pela quantidade de cearenses que gravitam em torno dessa cultura.

Exportação Mundial de ACCExportação Mundial de ACCParticipação (%) e taxa de crescimento anual dos principais Participação (%) e taxa de crescimento anual dos principais

exportadores exportadores –– 1986 a 20041986 a 2004

PaísPaís

Índia Índia VietnamVietnamBrasilBrasil

Participação na Participação na produção mundial (%)produção mundial (%)

44,2444,2423,8023,8019,1719,17

Taxa de crescimento Taxa de crescimento anual (%)anual (%)

6,476,4712,3512,353,323,32

Fonte: Dados originais obtidos na Fonte: Dados originais obtidos na FaostatFaostat, 2006, 2006.

E aqui ainda, sobre a importância, a produção mundial de castanha de caju, no período 1987 a 2005, dados

trabalhados a partir de dados da FAO e do Ministério e aqui verificamos o seguinte: estão entrando outros Países, os principais produtores sempre, a Índia e o Brasil. Atualmente, nós temos aqui, essa taxa de crescimento, de 1987 a 2005.

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Portanto, num período grande, os senhores estão vendo a participação média da produção mundial, nós temos a Índia em primeiro lugar, com 28.89, seguida do Vietnam e o terceiro lugar o Brasil, que foi desbancado.

Aqui o que queremos destacar, são dois aspectos principais. Primeiro é o crescimento, a taxa média do crescimento do Vietnam, é hoje a maior do mundo. Há 10 anos, isso não existia. E aqui, a taxa média do Brasil, ao redor de 3%, significando, segundo a tradução dos analistas econômicos, uma certa estagnação. Nós fomos deslocados. Isso aqui nós estamos vendo a taxa média dos demais Países, com exceção de Moçambique. Mas, todos eles crescendo nesse período estudado, a uma taxa maior do que o Brasil. E aí, eu volto a dizer, os analistas dizem: “O agronegócio negócio caju, em termos de produção de castanha, ele está relativamente estabilizado”.

Exportação Mundial de ACCExportação Mundial de ACCParticipação (%) e taxa de crescimento anual dos principais Participação (%) e taxa de crescimento anual dos principais

exportadores exportadores –– 1986 a 20041986 a 2004

PaísPaís

Índia Índia VietnamVietnamBrasilBrasil

Participação na Participação na produção mundial (%)produção mundial (%)

44,2444,2423,8023,8019,1719,17

Taxa de crescimento Taxa de crescimento anual (%)anual (%)

6,476,4712,3512,353,323,32

Fonte: Dados originais obtidos na Fonte: Dados originais obtidos na FaostatFaostat, 2006, 2006.

Em termos de exportação mundial de amêndoa de castanha de caju. Nós focamos aqui apenas os três

principais exportadores. A Índia, o Vietnam e o Brasil. Aqui novamente nesse período de 1986 a 2004, uma taxa média de 6,5% para a Índia, 12,4% para o Vietnam

e o Brasil, com uma taxa de 3,2%. Aqui são dados que além da FAO, são também, do Ministério da Indústria e comércio.

Então, aqui novamente, os analistas econômicos, demonstram, comentam, que apesar desse crescimento médio, isso ocorre uma tendência de uma certa paralisação, em termos de crescimento do Brasil, quando consideramos que o Vietnam está crescendo vertiginosamente, além dele, vários Países da África estão se organizando, produzindo castanha, que hoje são basicamente fornecedores de matéria-prima para a Índia, mas a expectativa em função de forte apoio estatal naquele continente e também, de bancos oficiais, Banco Mundial e alguns Bancos Europeus, a expectativa é que alguns desses Países passem também, a serem concorrentes no mercado internacional de amêndoa de castanha de caju. Então, em função disso, isso torna-se também, uma ameaça, aqui e agora, aos exportadores brasileiros e conseqüentemente, Senador, a quem está lá no campo, aos 60 mil produtores que estão lá atrás no campo, já que a principal atividade ainda é amêndoa de castanha de caju.

E aqui quem são, como estão sendo distribuídos esses produtores, segundo o censo agropecuário? E nós conversamos com colegas do IBGE, está saindo agora o novo senso e a informação é que esse número não variou muito. Nós temos hoje no Nordeste, no Brasil, 195 mil produtores, dos quais aproximadamente, 60 mil no Ceará. Mas, o importante é esse outro lado.

Quem produz castanha de caju no Brasil? Então, vejam. Aqui nós temos os produtores abaixo de 10 hectares, são responsáveis por 25% da safra, produtores de 10 a 100 hectares, produtores por 39% e produtores entre 100 e 1000, produzem 20% da safra. Então, isso aqui já aponta Senhores Deputados e demais autoridades aqui presentes, que esses, os médios e pequenos produtores, que aqui consideramos também na categoria acima de 100, médios produtores. Então, são exatamente os médios, os principais produtores de castanha do Brasil e do Ceará, isso não é diferente, essa proporção. Então, aqui vem o primeiro indicativo de ações políticas, que foi destacado aqui, pelo Senador Inácio Arruda e também por alguns Deputados e pelo nosso Presidente do Sindicato, Sindicaju, Dr. Antônio José. Esse é o público preferencial. Pequenos e médios produtores, no momento, para apoio, em termos de melhorar a sustentabilidade e competitividade desse setor.

Aqui ainda sobre a importância, nós temos o custo da mão-de-obra, versus preço, salário mínimo, versus preço de amêndoa de castanha de caju, que é quem puxa o preço da castanha. Isso aqui foi oriundo do debate do painel do sistema de produção, do Pacto de Cooperação agora em julho.

Então, os senhores estão vendo aqui. Comparando com o salário mínimo de 1999, 136 reais, o valor do quilo de amêndoa de castanha de caju, 12 reais e 70 e aí seriam necessários 10,7 quilos de amêndoa de castanha de caju, que

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correspondiam a 1 salário mínimo. Atualmente são necessários praticamente, 44 quilos, para cobrir 1 salário mínimo de 380 reais.

E aqui tem uma citação do Dr. Carlos Prado, produtor de castanha de caju, de quem nós adaptamos aqui. Ele diz, concluiu apontando esses dados. “Se a indústria não tem margem para pagar melhor preço, o produtor é quem tem seu negócio inviabilizado”, porque isso, salário mais encargos, reduziu, segundo nós vimos no AGROPACTO, a competitividade da indústria, no cenário Internacional. Então, “se a indústria não tem margem para pagar melhor preço, o produtor é quem tem o seu negócio inviabilizado”. A frase do Dr. Carlos Prado, na colocação lá no AGROPACTO aí reflete. Aí eu volto a nossa colocação inicial. Isso aqui, derruba essa situação, aquela primeira colocação inicial. Cria-se uma expectativa de que vamos ter uma safra recorde a cada ano e esse jogo de informações, Senhores Deputados, comprime o preço, sobretudo, do produtor, sobretudo dos pequenos produtores e dos médios que estão a essa altura, apanhando castanha lá no Norte do Estado, ou aqui na Região Sul e Leste, principalmente do Estado. Essa situação de achatamento do preço da amêndoa, que repercute no preço da castanha, tem levado a isso, que o Dr. Lucas, chefe da Embrapa Agroindústria Tropical, mostra nesse slide ao que ele chama de circulo vicioso do agronegócio da castanha. O pequeno produtor isolado, não tecnificado, com baixo nível tecnológico, com preços baixos. Aí ele tem também baixa qualidade da matéria-prima, limitação do rendimento industrial em função da baixa qualidade que ele recebe. E aqui algumas limitações na própria indústria, que interfere na qualidade. A indústria, por sua vez, recebe preços deprimidos, que limita o repasse dos produtores.

Esse é o chamado círculo vicioso do segmento de castanha e amêndoa de castanha de caju. Conseqüentemente, como disse o Dr. Carlos Prado, o problema que ocorre aqui, repercute principalmente, nos

produtores, em função de inviabilização dos seus negócios. Em função dessa problemática que ficou claro, o AGROPACTO, numa hora também, feliz, convocou e realizou painéis, durante os meses de julho e agosto, num total de seis painéis, sendo os seguintes:

O Primeiro apresentado pelo Dr. Lucas Leite, chefe do Centro, está aqui ele. Esse painel tinha como debatedor o Dr. Evangelista, do Banco do Nordeste, esse painel, para dar um pano de fundo sobre a cajucultura.

O segundo painel, o Dr. Carlos Prado, da Itaueira, sendo debatido pelo colega, Targino Bonfim, da Emater e que tratou das limitações do segmento agrícola do caju.

O terceiro, do Dr. Antônio José de Carvalho, Presidente do Sindicaju, do como debatedor, Dr. Hugo Santana, que tratou do segmento industrial.

O quarto painel, pelo Dr. Eduardo Figueiredo, da Sucos do Brasil e o Professor Magno Duarte, que tratou sobre a situação de sucos e o Professor Magno, com relação a alimentação animal do pedúnculo. Aqui seria mais a área de pedúnculo, teve como debatedor o colega Mendes Sá, que é especialista em tecnologia de alimentos.

O Quinto painel, o Professor Carioca, da Universidade do Ceará, que há muito tempo está envolvido com esse segmento e nos falou sobre a situação do LCC, tendo como debatedor o professor Raimundo Correia, também, da universidade.

E o último painel, o Dr. Francisco Mavignier França, tendo como debatedor o Dr. Antônio Lacerda, da Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Esse painel que para nós, é fundamental. É o que está faltando, Senador. Tratou do arranjo organizacional e ambiente institucional da cadeia produtiva do caju. O interessante, Senador, é que esse painel foi incluído. Como disse o Dr. Torres de Melo, a Embrapa esteve

envolvida desde o início desse processo, isso foi discutido não só na Embrapa, mas também no AGROPACTO, e aí vem o que foi dito aqui: esse painel, que antes só se tratava de assunto técnico daqui para cima, então se verificou que falta realmente discutir um pouco a situação de como é tratado o caju fora da indústria e fora também da propriedade. Então, em função desses painéis em número de 6, um grupo de vários companheiros que participaram do AGROPACTO em número de aproximadamente 15, nós passamos os últimos 15 dias, sintetizando um documento e aqui estamos trazendo os principais problemas e propostas, da cadeia produtiva do caju, relativos ao mercado, setor produtivo, ao setor industrial e ao ambiente institucional e organizacional.

Esses problemas, nós sacamos os principais, porque alguns deles trouxemos aqui exatamente, para uma abertura em termos de debate e para enriquecer o documento final, que será básico para discussão com autoridades do poder público, do poder privado. E no poder público, em nível Federal, Estadual e Municipal, já que nós temos aqui alguns Prefeitos, a idéia que o caju é produzido nos municípios. Portanto, esses problemas como aqui já foi dito também, por alguns Deputados, dizem respeito também aqui aos gestores Municipais, lá no Interior, em cada Município. Aqui o primeiro problema, com relação a mercado de amêndoa de caju, que é o que puxa todo o resto da cadeia, já que o principal segmento do caju é a castanha e principalmente aqui, a amêndoa de castanha de caju. Então, em nível internacional: decréscimo do preço internacional, o primeiro problema. E aqui temos que a produção mundial dobrou, com a entrada de novos Países concorrentes, na Ásia e na África, mas não houve novos compradores na mesma proporção. Conseqüência, redução no preço da castanha. Redução preço ACC: US$ 2.96/libra (1999) – US$ 2.10 (2007), atualmente, Qual a proposta que o grupo que discutiu no AGROPACTO e depois sentou-se lá, na Federação da Agricultura, a proposta para esse primeiro problema? A formação de alianças estratégicas com Países exportadores, visando

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diversificar o mercado. Aliás, o Dr. Antônio José, na apresentação dele, comentou que isso já está sendo feito, mas não é nada demais se colocar novamente e no documento, isto aqui, está mais detalhado. Analisar o impacto de novos mercados. Uma proposta do documento, por exemplo, a entrada da China, na expectativa de entrar como produtor e como consumidor; Países do leste Europeu e também, Países Árabes. O Brasil tem muitos economistas nos Ministérios da Indústria e Comércio, na Embrapa e nas Universidades, que podem ser encarregados juntamente com a indústria e fazer trabalhos desse tipo. O segundo problema relativo ainda a mercado de amêndoa de caju. Mercado interno incipiente, apenas 10% da amêndoa produzida e aqui no detalhe, a Índia consome aproximadamente, 50% da amêndoa produzida naquele País. A ACC, Amêndoa de Castanha de Caju de qualidade inferior, em áreas muito freqüentadas e aqui nós destacamos de Fortaleza, sobretudo por turistas. Nesse aspecto, isso aqui atrapalhando a imagem da ACC, na sua própria pátria.

Eu tenho um amigo que é geriatra e ele sempre me pergunta, ele atende a essas empresas que fazem pacotes turísticos aqui em Fortaleza e na alta estação ele sempre me pergunta: “Crisóstomo, o que acontece com a amêndoa do Ceará, que eu estou atendendo sempre turistas com problemas? Não é possível rapaz, no Brasil, o Ceará, você diz que é o maior produtor de castanha, em termos de Estado. E por que é que atendo tanta gente com problemas? Quando eu pergunto ao turista ele diz, que o que comeu antes, foi castanha, que comprou na Beira Mar”. Então, aqui vem uma questão de imagem, Senador. Na pátria do caju, não só turistas, mas pessoas, às vezes desavisadamente, compram a amêndoa, porque no Exterior é mais caro e o camarada termina atrapalhando 1 ou 2 dias do turismo dele, por conta disso. Então, isso atrapalha a nossa imagem e está aí um segundo problema. E o mercado incipiente.

E a proposta, em relação a isso. O marketing e zelar pela qualidade. E aqui o marketing, é não só o marketing do ponto de vista de ampliar mercado, mas baseado nas características nutracêuticas. Eu, particularmente, estou convencido e vários colegas da Embrapa, que o principal marketing da amêndoa, a literatura diz. As pessoas consomem amêndoas como tira-gosto e eu não concordo muito com isso. Elas sabem que ela é nutritiva e é saudável. Isso tem que ser explorado.

Nós fomos à literatura, para trazer para os senhores.

RECOMENDAÇÃO DE ÁCIDOS POLIINSATURADOSRECOMENDAÇÃO DE ÁCIDOS POLIINSATURADOS

Bebês (meses)Bebês (meses)

CriançasCrianças

HomensHomens

MulheresMulheres

GrávidasGrávidas

LactantesLactantes

0 0 -- 6 meses6 meses7 a 12 meses7 a 12 meses1 a 31 a 34 a 84 a 89 a 139 a 1314 a 1814 a 1819 a 3019 a 3031 a 5031 a 50> 70> 709 a 139 a 1314 a 1814 a 1819 a 3019 a 3031 a 5031 a 5050 a 7050 a 70> 70> 70< = 18< = 1819 a 3019 a 3031 a 5031 a 50< = 18< = 1819 a 3019 a 3031 a 5031 a 50

Idade (anos) Ômega 6 ÔmeIdade (anos) Ômega 6 Ômega 3ga 3DDR (g/dia) DDR (g/dia) DDR (g/dia)DDR (g/dia)

4,44,44,64,677101012121616171717171414141410101111121212121111111113131313131313131313

0,50,50,50,50,70,70,90,91,21,21,61,61,6 1,6 1,61,61,61,61,61,61,01,01,11,11,11,11,11,11,11,11,11,11,41,41,41,41,41,41,31,31,31,3

DDR (g/dia)n = Dose Diária RecomendadaDDR (g/dia)n = Dose Diária RecomendadaFonte: Marques, 2006. Fonte: Marques, 2006.

Por exemplo, recomendações de ácidos poliinsaturados Esses dois ômega 6 e ômega 3, fundamentais na

alimentação e aqui nós temos. Crianças, homens, crianças e mulheres grávidas e lactantes. Esse ômega 6, estão aqui as faixas de recomendação para todas as idades. E no trabalho, eu não sou médico, mas no trabalho que nós vemos, mostrava o seguinte, comenta o seguinte: que o organismo não produz esse ácido denominado ômega 6. Portanto, ele tem que ser, o organismo aproveita isso através da alimentação. Então, vamos ver a situação da amêndoa da castanha de caju.

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8,77 0,42 7,92 60,30 21,53 0,49 0,57

ÁCIDOS GRAXOS Ácido palmítico (C16:0) Ácido palmitoléico (C16:1) Ácido esteárico (C18:0) Ácido oléico (C18:1) (ômega 9) Ácido linoléico (C18:2) (ômega 6) Ácido linolênico (C18:3) Ácido araquídio (C20:0) Olha a composição em termos daquele ômega 6, que falou lá como importante, na dieta da lactante, até pessoas da terceira idade. Olha a proporção. 22%. Então, as amêndoas são ricas em ácidos graxos. Então, em um programa de marketing, tem que entrar principalmente, essa questão de nutracêuticos.

Eu volto novamente, a esse amigo geriatra e ele comenta comigo o seguinte: Que as populações dos desertos da África, têm como um dos alimentos básicos e que suporta e permite a suportar grandes travessias no deserto, não só do ser humano, como também dos meios de transportes, nos casos os animais, os camelos no caso, ele comenta como médico, como geriatra, que é principalmente, uma alimentação básica, principalmente, amêndoas, elas que dão o suporte energético, para aquelas grandes travessias do deserto. Isso também nos parece que não é muito explorado. Então, não é a toa que os americanos e os europeus consomem muito amêndoa e o pessoal diz que é para tira-gosto. Mas, não é, é porque eles têm conhecimento disso e nos parece que é pouco explorado. No mercado interno eu sei que é pouco explorado. Terceiro problema, menor competitividade, em função da qualidade. Ora, o preço da amêndoa, ele é determinado pelo tamanho, que é uma característica genética, que é determinado pelo tamanho, pela coloração, pelo sabor e integridade, principalmente, a coloração e o sabor, são dependentes do processamento dessa amêndoa. E segundo os dados da FAO, a amêndoa brasileira sofre um deságio que em 2004, segundo a FAO, foi de 15%, em relação a ACC indiana. E é decorrente do processo de beneficiamento da castanha. O outro, o baixo percentual de amêndoas inteiras, decorrente também do tipo de processo, ocorrido na indústria que é de 52% a 55%, de amêndoas inteiras obtidas, dentro da indústria, isso tudo decorrente do tipo de processamento empregado. Então, esse problema e esse outro aqui, reduz a competitividade, quer dizer, são indicadores de redução de competitividade da amêndoa brasileira, sobretudo, no Mercado Internacional. Qual é a proposta? Inovação tecnológica, para melhorar o rendimento de inteiras e também, de melhorar a qualidade, no caso da coloração e sabor. A esse propósito, o Presidente do Sindicato, durante a apresentação dele, falou das providências, que vamos comentar um pouco adiante. Ainda sobre o mercado de amêndoa. Menor competitividade pelo custo de produção. Aqui, em 1999, aumento de salários e encargos. Ora, 1 salário mínimo em 1999, correspondia a 10, 7 quilos de amêndoas, atualmente, 44 quilos de amêndoas correspondem a 1 salário. Então, junto com encargos, lógico que reduziu a competitividade, porque quando se compara, o Dr. Antônio José mostrou, a amêndoa na Índia, ela é obtida por um processo que não tem esses encargos, tanto na Índia como no Vietnam. Conseqüentemente, cai a competitividade da amêndoa brasileira. E a proposta, meus senhores. Essa proposta nós deixamos em branco, para ser discutido aqui neste Plenário, para ouvir sugestões nesta Plenária, porque o grupo que fechou, que construiu a primeira versão do documento, chegou à versão seguinte: Olha, o salário é uma conquista dos trabalhadores.

Outra opção em termos de propostas, é aumentar a eficiência, no campo que é muito baixa, e aumentar a eficiência na indústria também. Mas, isso não ocorre a curto prazo, meus senhores, isso tem um tempo de amadurecimento, em função de ser no campo uma cultura perene. Então, isso aqui está em aberto. Aí vem ainda mercado. Aqui é o segmento do pedúnculo. Deixamos a amêndoa e vamos para o pedúnculo.

Um baixo aproveitamento. De uma estimativa de 1,7 milhões de toneladas, se aproveita apenas 12%, sendo 6% para suco, 2,5% para alimento animal, 2% de alimentação in natura e 1,5% para cajuína, doces e outros. Aqui é um grande gargalo da indústria e principalmente da pesquisa e um grande problema de sustentabilidade dessa cadeia. As propostas para isso aqui. Estratégias para uso do pedúnculo na área de sucos, para aumentar o uso de pedúnculo na área de sucos, ampliar o emprego na alimentação animal e novos produtos alimentares, como no caso da cozinha Sede Brasil, aonde o Sr. Jaime Aquino foi homenageado há poucos dias lá em Brasília. Aqui nós temos com relação a novos produtos.

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Novos produtosNovos produtosFonte: Lucas Leite, 2007Fonte: Lucas Leite, 2007

Os trabalhos lá feitos pela Cione, aqui na área de corantes, é uma pesquisa em desenvolvimento, na Embrapa, que a perspectiva aqui é usar pigmentos do caju como corantes, a exemplo de corantes de outras frutas. Aqui que nós chamamos de produtos, vamos chamar assim de terceira geração, são produtos oriundos do pedúnculo. Aqui é a barra de caju, que foi mostrada há pouco tempo no Globo Repórter; e aqui, hambúrguer de caju, que há uma discussão, colocação também, na merenda escolar. E aqui, nós devemos destacar também, a questão do xarope, que já é objeto de uma proposta do Deputado Hermínio Resende, para inclusão na merenda escolar. Foi discutido bastante também, e no detalhe do documento tem mais comentário sobre isso.

Aqui o uso do pedúnculo, na alimentação animal. Nós estamos só querendo mostrar, com base na apresentação do Professor Magno, da UFC, aqui ficou demonstrado o seguinte: Você pode juntar de 15% a 29%, do pedúnculo seco, não transformado na alimentação animal. Então, a proposta é transformar já esses resultados num forte programa de difusão de tecnologia. Da mesma forma isso aqui, é pedúnculo secando no Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Norte nesse ponto, esta na nossa frente, porque lá existem algumas pequenas unidades industriais, que estão transformando o pedúnculo, deixando-os, através de leveduras, num pequeno processo de transformação, através de leveduras e que deixa o resultado final, produz uma ração, digamos assim, com praticamente o mesmo teor protéico da torta de algodão. O único gargalo aqui, meus senhores, para o uso em larga escala, é que o preço não pode, pelo levantamento que fizemos, ultrapassar de 80% o valor da torta de algodão. E aqui há ainda alguns problemas na área de pesquisa, para baixar mais o preço, já que o pedúnculo, existe, nós vimos aí, o desperdício ainda é muito alto. Então aqui fica uma proposta, já também, para transferir. O Rio Grande do Norte tem 3 unidades já produzindo, o Ceará não tem nenhuma unidade. Então, aqui uma proposta direta, já de transferência de tecnologia nos dois casos. Esse aqui, essa proposta, o pedúnculo não transformado, é para montar estratégias, pode ser montada estratégias para ser montado na propriedade. E aqui é uma proposta de montar apoio à pequenas unidades industriais em diferentes regiões do Interior, para que isso seja comercializado, em substituição às demais tortas. Aqui o segmento do pedúnculo, ainda continuando. A proposta, o problema 2, baixo crescimento do mercado de sucos concentrado e ainda, um mercado incipiente de suco pronto, para beber. Vamos ver a proposta com relação a isso. Aqui só um detalhe. Conforme mostrado pelo Dr. Figueiredo, da Sucos Brasil. Nós temos aqui suco pronto para beber. O consumo per capta brasileiro, segundo 2 litros per capta ano, conforme ele comentou, é o menor consumo da América Latina. E aqui nós temos suco concentrado para beber, é o que ele chamou de a vaca leiteira, em termos de planejamento estratégico, vaca leiteira da indústria brasileira, é o suco concentrado. Então, a proposta. Viabilizar a obtenção de suco qualificado desodorizado, para a formação de blendes, para o Mercado Internacional. A embrapa e algumas Universidades, dominam em parte essa tecnologia. Isso aliás, já está em discussão, depois dessa reunião do AGROPACTO, Dr. Torres de melo, com algumas indústrias, já está em andamento essa

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discussão aqui, mas isso precisa ser fortalecido. O que os empresários comentam é o seguinte: que é difícil você entrar com um suco de caju, por exemplo, na Europa. Mas, na forma de blendes, com o suco de uva, o de pêssego ou de maçã, se conseguir esse mercado, aumenta bastante o consumo de pedúnculo. Ainda no segmento do pedúnculo, terceiro problema. Sazonalidade da matéria-prima. Isso faz com que as indústrias processem de 50 a 80 dias apenas, no ano, em torno de 2 meses por ano, que as indústrias processam. Isso eleva o custo de estocagem, que duplica, segundo o Dr. Eduardo, acaba em 3 meses. É violento esse aumento de custo, reduz a competitividade da indústria. E a proposta, seria utilizar clones e com manejo que produza em diferentes épocas. Aqui o segmento do LCC, que teve a colaboração do Professor Carioca. Tem aqui um problema número 1, o LCC, é obtido atualmente, tem baixo valor agregado. O processo atual de beneficiamento de obtenção da amêndoa de castanha de caju utiliza o próprio LCC a 205 graus. Isso interfere na qualidade do LCC, dando produtos, digamos assim, secundários em termos de valor econômico. Qual é a proposta que foi discutida com o Professor carioca. Proposta. Obtenção da amêndoa e do LCC a frio, que já está sendo discutido e aqui, nós com a colaboração do Professor Carioca, colocamos aqui o cardanol hidrogenado. Olha o preço dele, 1 dólar e meio por quilo. E o quilo, aditivos químicos como os anti-oxidantes, a 2, 5 dólares o quilo e sulfactantes. Isso está em conformidade com o que a Petrobrás está colaborando nesse momento, inclusive, a Petrobrás importa a maioria desses produtos. E há uma possibilidade, de a partir do líquido da casca da castanha do caju, isso entrar no mercado. Os problemas do setor produtivo. Queda no preço da castanha. Conjuntura Internacional, baixa qualidade, baixo poder de barganha dos produtores. Isso aqui está inviabilizando várias propriedades. Proposta. Organizar os produtores para mexer. Existe tecnologia para aumentar a produtividade, a qualidade e o processo de comercialização e propõe também, melhorar o processo de comercialização, que atualmente é extremamente meloso aos produtores. E por último, políticas públicas, de transferência de tecnologia, que deve ser fortalecida. O setor produtivo. Baixa produtividade dos pomares, devido ao envelhecimento, ao PH dos solos e pragas de doenças, que reduz em torno de 30%. O PH do solo, foi comentado isso, mas é muito baixo, é barato e isso pode ser incentivado um problema apenas de 1 do PH. Substituição de copa e plantio com novos clones de cajueiro. Aqui nós vimos uma fotografia da substituição de copa, que ela uniformiza o plantio no campo. Isso é uma forma de renovar, custa 30% do custo de implantar um pomar. Os senhores estão vendo aqui na fotografia. Outro problema do setor produtivo. A baixa viabilidade econômica dos estabelecimentos produtivos. Ora, a redução contínua do preço da castanha, aumento do custo de mão-de-obra e encargos, devido ao menor cultivo e o envelhecimento dos pomares, e o baixo valor agregado do pedúnculo, isso está levando a desativação de várias unidades produtivas no Interior. Aqui estão as propostas:

Valor agregado pela classificação na propriedade Diversificação com outras culturas (biodíesel) Ampliar associação com animais Maior eficiência gerencial

Setor de processamento. Melhorar a qualidade da matéria-prima. Primeiro problema é a qualidade da matéria-prima que entra na indústria, um elevado índice de castanha imprópria, ao processamento. Propostas. O controle fitossanitário, que deve acontecer no campo; existe tecnologia para isso, e um manejo melhor da colheita e tratos culturais para escolher. Existe tecnologia para isso, acontece que no momento, o produtor não tem na verdade, condições de adotar essas propostas. É fácil propormos, mas é difícil conseguirmos o produtor adotar. A ausência de classificação e secagem na propriedade. Esse é um problema grave. Isso aqui aumenta o custo na indústria, prejudica o bom produtor, que tem castanha boa, não se pratica com isso preço diferenciado e ocorre o nivelamento por baixo. Esse para nós que discutimos esse documento, é um dos principais problemas em que se diz que o produtor não deve ser colocado a ele o ônus de classificar castanha. Nós entendemos que esse aqui, a secagem e classificação devem ser na propriedade. E isso aqui temos a proposta de que haja, sob a coordenação da Secretaria de Agricultura, com a colaboração da Conab e a Embrapa e Ematerce. A Embrapa detém toda tecnologia e nós não achamos problemas, não identificamos muitos problemas para fazer essa classificação no campo, temos propostas que deverão ser discutidas e detalhadas, que possibilitem levar, resolver esse problema e com isso, retira a necessidade da indústria de ter grandes áreas para secagem na indústria, para reduzir a amêndoa e o produtor com isso, pode inclusive, participar do preço mínimo que está aqui no Governo, para este ano, que é de 1,2 reais, preço mínimo, divulgado pelo Governo. E a expectativa de preço de amêndoa no campo, está abaixo de 8 centavos o quilo. Essa é a expectativa que se discute no interior, em termos de safra. Baixo percentual de amêndoas inteiras. Processo de corte mecânico empregado. E aqui o comentário. A cada 1% de amêndoas inteiras, nós temos um acréscimo de 4 milhões por ano, no setor.

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Esse aqui é um problema do setor industrial, mas que afeta enormemente, a cadeia. E aqui é a estimativa. O percentual de amêndoas inteiras obtidas na indústria hoje, está nesse intervalo e foi feita uma estimativa, que a cada 1% de aumento no número de amêndoas inteiras, você pode incrementar na cadeia, em torno de 3,5 milhões de dólares por 4,5 milhões de reais por ano, no setor. Então, isso sem dúvida, melhoraria a discussão para indústria e produtor. Há uma preocupação a esse respeito. E aqui, o Dr. Antônio José, Presidente do Sindicaju, comentou de uma atuação do Sindicaju, versos, fabricantes de equipamentos. Ele argumentou o seguinte: A indústria tem procurado atacar esse problema, mas os grandes fabricantes Internacionais de equipamento de amêndoa, informam o seguinte: que como têm poucos compradores para esses equipamentos, que é um problema específico do Brasil, não há interesse dos fabricantes dos equipamentos para isso. Então, esse é um gargalo e para isso, tem uma proposta. A proposta é o seguinte: É intensificar e avaliar as alternativas de pesquisa e desenvolvimento em andamento. Avaliar e intensificar. Existe em andamento uma atividade, com apoio da Finep, do Fundef, do Sindicaju, da Embrapa, da UFC e da Unicamp, em termos de obtenção de um protótipo, visando àquela questão, aumentar o número de inteiras. Esse problema deve ser resolvido pelo Brasil, com apoio aí oficial brasileiro. Finalizando, já estamos aqui no final. Ambiente Institucional e organizacional. Esse é um problema que nunca era tocado. Então, aqui no âmbito do estabelecimento rural, nós verificamos uma baixa atitude empreendedora, onde a principal atividade é o caju.

Na discussão lá no AGROPACTO, e também no grupo, o que ele coloca é o seguinte: Olha, o produtor não faz conta, por isso é que ele sempre sai perdendo, porque se ele fizesse conta, ele sabia negociar melhor. Então, a proposta é qualificar produtores em gestão e empreendedorismo, que aliás, nós vimos o Dr. Torres de Melo já comentando, que já está em discussão isso aí. Ainda no âmbito do estabelecimento rural, custos de transação e excesso de burocracia, limitando e inviabilizando o acesso ao crédito. Realmente, nós discutimos o crédito, as taxas de juros atualmente, praticadas no Brasil, através do FNE, são as menores taxas de juro no mundo. Segundo colega das área de banco. Entretanto, o que eles chamam de transação, que é a negociação e os custos paralelos, taxas de cartório, empresas que você paga para fazer, enfim, também, o excesso de burocracia, às vezes, até parece que lá, na ponta, numa agência, parece que aquele financiamento não é para sair. Então, isso tem. Eu levantei há poucos dias em Mossoró, no Rio Grande do Norte, com um colega da Emater e ele me disse o seguinte: É cerca de 90% o nível de desistência dos produtores de castanha de caju da Serra do Mel, que tentam tirar financiamento no Banco do Nordeste, lá em Mossoró, porque quando vão no cartório, se o cara vai tirar 10 mil reais, para hipotecar um imóvel, ele paga 1000. Então, ele já desiste ali: não eu não quero mais esses 10 mil reais, porque não tenho 1 mil para pagar. Isso tem que ser discutido com os bancos. Termos de propostas. Discutir com o agente financeiro a desburocratização e redução dos custos de transação, adequar prazos de carência da realidade da cajucultura, realização sistêmica da cadeia produtiva do caju. Aqui os atores públicos e privados têm o sentimento de cooperação. Não há relação ganha, ganha. Como o preço da castanha é pequeno, alguns colocam água na castanha, a castanha furada eles não catam e aí vai. Então, há uma relação de desconfiança e sem cooperação, não há uma relação ganha, ganha. A outra, perda de eficiência e confiabilidade. Isso causa aumento dos custos em toda a cadeia entre os pares e os elos da cadeia. Aqui, muito importante. Inexistência de uma política atual e compatível com os benefícios econômicos e sociais eu a cadeia gera, não há assim, uma política realmente, para a cajucultura, pelo menos, o que ficou diagnosticado nessa discussão do Pacto. Aqui é instituir um grupo temporário, que sistematize e consolide as sugestões desse grupo que elaborou esse documento das discussões do AGROPACTO. Coordenação ainda sistêmica da cadeia. O caju ainda é um produto sem a imagem merecida. O caju, quando um turista pega uma infecção por consumir a amêndoa, está estragando a nossa imagem. Reforçar a imagem do caju é exemplo de outros ícones no mundo. Aqui esse negócio de dizer, que os Estados Unidos é o maior produtor de milho, é o cartão postal e eles têm a espiga de milho maior do que o trator, caracterizando a força que tem o milho, naquele Estado. Aqui a questão de governança. Inexistência de uma “entidade”, que congregue os interesses do setor. Isso tem levado danos principalmente, aos pequenos e médios produtores. E aqui, a inexistência de uma central de serviços, nos principais pólos de produção. Nós entendemos e se você for ao Estado do Paraná, Dr. Torres de Melo, isso existe em todas as Regiões do Paraná, para as diferentes atividades do setor produtivos daquele Estado onde se discutem a situação da agricultura do Paraná. Aqui nós terminamos. A proposta para isso. Fórum de apoio para esses atores da cadeia, quer dizer, você ter na Região do Camocim, o cara quer fazer um projeto de caju, ele fica tonto, ele quer vender a castanha de caju, ele fica tonto. Então, ele vem cair na mão dos atravessadores. E aqui nós temos a Índia que tem um Conselho há muito tempo, voltado para o caju, a África criou recentemente, a Aliança dos Países produtores de castanha, o Vietnam criou também recentemente, a Associação de Apoio à cajucultura. No Ceará nós não temos coisa desse tipo.

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Aqui, só um exemplo do Canadá, o patama, que está tão na cultura que está incluído na bandeira do Canadá. Então, reforça a imagem e foi o Senador Inácio Arruda que levantou isso, lá no AGROPACTO. Nós precisamos trabalhar a imagem do caju, sobretudo, os cearenses. Na pátria do caju a nossa imagem não é tão boa.

Ambiente institucional e Ambiente institucional e organizacionalorganizacional

Proposta Proposta

Reforçar a imagem do caju a exemplo de outros ícones Reforçar a imagem do caju a exemplo de outros ícones no mundono mundo

Aqui nós concluímos o resultado dos trabalhos do AGROPACTO e muito obrigado. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO NETO NUNES: Convido as autoridades para compor a Mesa. Gostaria de informar aos presente, às autoridades, que nós tínhamos a televisão aqui programada, até às 10h30min, porque tem outro evento no Plenário. Mas, nós vamos continuar daqui para frente, vamos gravar, filmar, quando tem duas, três audiências na Casa ao mesmo tempo, se grava as audiências e depois se coloca na televisão. Então, nós a partir daqui, vamos para os debates e vai ser gravado e posteriormente, vai ser transmitido, juntamente com a parte que já foi transmitida toda a Audiência, em outro horário. Vamos abrir as inscrições para os debates. Vamos convidar para fazer uso da palavra, o Sr. João Batista Pontes. SR. JOÃO BATISTA PONTES : Bom-dia a todos. Sou João Batista Pontes, produtor de caju. Saúdo a Mesa e inicialmente, ao Dr. Crisóstomo, que ainda não tinha ouvido a palestra e fiz pequenas anotações aqui, para não me estender muito.

Eu queria comentar que a data de hoje coincide com 7 anos da Fundação da Plataforma do Agronegócio do Caju, reunindo representantes do Estado, dos produtores, que há cerca de 2 anos, com muitas reuniões e duas idas a Brasília, convite do então Senador Inácio Arruda, e grandes comitivas, fomos promover a cajucultura, na Câmara Federal.

Na época, unidos em torno das recém criada, cadeia produtiva do caju, muitos trabalhos e alguns o Carlos Prado entusiasta, agora ampliando suas atividades com o cultivo do melão e abacaxi, pois oferecem melhores resultados, que na sua palestra do dia 24/7, ter concluído que para o produtor de hoje, a castanha deixou de ser viável, destacando-se os fatores de preço, baixa produtividade, endividamento rural, encargos tributários e trabalhistas, com os principais responsáveis.

Nas sugestões pelo aproveitamento do pedúnculo, são as mais variadas e imaginativas, são todas muito bem- vindas, a maioria sem resultados imediatos. Se for para fazer ração animal, temos que ser criadores de gado, porém, não podemos. Pois o cultivo do cajueiro precoce, por mudas ou enxerto, não permitem esse consórcio. Vender para esmagamento, só para poucos privilegiados, num raio de 50 quilômetros da indústria de sucos e que ainda exige que seja colhida e entregue na manhã e entregue no período da tarde. Isso aqui é que nós dizemos que nada mudou nas

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três empresas, localizadas mais ou menos numa concentração do Estado e para os produtores da Zona Norte do Estado, não traz benéfico nenhum. Eu ainda digo o seguinte: que a Embrapa poderia dar um jeitinho, se pudesse ajudar com novos clones, que fossem menos perecível, isso seria bom. Porque ao produtor compete descobrir como é que se faria isso. Se for para vender como fruto de mesa, só se vende por 30, ou 45 dias, recebendo 1 real a caixa com 15 cajus, também processada, também ao meio dia. Só aceitando os pedúnculos vermelhos, ou seja, os CP 076. Aqui eu faço um comentário, não é crítica, é só observação, porque como sou economista sou curioso, gosto às vezes, de fazer cálculo, quando a coisa mexe no meu bolso, vou atrás.

O Presidente do Sindicato procurou justificar as sucessivas reduções de preço da compra de castanha de 1,6 0, á 1 real, uma redução de 38% nos últimos 3 anos, enquanto o dólar subiu somente nos 80% exportados.

No quadro comparativo de caixa de exportação de amêndoas, no período de janeiro a maio de 2006, a igual período de 2007, na sua palestra de 31 de julho, diz que estava em valor equivalentes.

Eu quero observar que o Dr. Antônio José, ele pegando os dados fornecidos pela Fiec, mensalmente, a avaliação e que se observa que houve um incremento, um crescimento de 43.3% nesse exato período, que eu tenho aqui na minha pasta. E ainda com uma observação seguinte: que um aumento de preço da amêndoa de 4.42 por quilo exportado, um pouco mais diferente o cálculo obtido na minha memória de cálculo da sua palestra. Aliás, essa história das 85 mil toneladas no quadro do Dr. Lucas, enxertadas no quadro do Dr. Lucas, mostra uma idéia duvidosa, que poderia ter sido evitada, principalmente, em nome do bom relacionamento que existe entre o setor produtivo e industrial. Desculpe a franqueza, mas às vezes, nós dizemos aquilo que temos vontade de dizer, por necessidade ou para conhecimento dos outros, que não tiveram a curiosidade de observar detalhadamente. Encerrando, parabenizo o Dr. Lucas, pela explanação efetuada na abertura do simpósio e todos os demais palestrantes. Muito obrigado. (Aplausos) SR. PRESIDENTE DEPUTADO NETO NUNES: A Presidência agradece ao Sr. João Batista. Com palavra o Dr. Torres de Melo. SR. TORRES DE MELO: Eu gostaria de sugerir ao Presidente e pedir a compreensão ao auditório. O nosso companheiro Deputado Hermínio Resende teve que se retirar, por problemas de saúde e nós não estamos confortáveis em continuar debatendo o tema, principalmente o Deputado que o substituiu.

Eu queria pedir que essa proposta do João Batista fosse incorporada a nós e a minha proposta, com a compreensão de todos, é que nós encerrássemos a reunião, para que o Deputado pudesse dar continuidade. Ele já foi conduzido para o hospital, esperamos que não seja nada muito grave. Mas, eu realmente, não estou à vontade, com a inquietação natural com um fato como este. SR. PRESIDENTE DEPUTADO NETO NUNES: É, infelizmente, vamos torcer para que não seja nada sério, mas o Deputado está co sintomas de infarto, teve que ir e como autor do requerimento, estava conduzindo aqui a Audiência, eu concordo e queria saber se vocês concordam em suspender. (Todos concordam). Então fica encerrada esta Audiência. (Aplausos)

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