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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS CÂMARA TÉCNICA GRUPO DE TRABALHO … · trabalho, capacitar os profissionais e avaliar os fatores relacionados à assistência. Isso

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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS

CÂMARA TÉCNICA

GRUPO DE TRABALHO DE TRANSPORTES NO ÂMBITO DE SAÚDE

COMPETÊNCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA E ÉTICO-LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NAS DIVERSAS

MODALIDADES DE TRANSPORTE EM SAÚDE:

Manual de Orientações

V. 2

BELO HORIZONTE-MG 2020

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2020, Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais Competência técnico-científica e ético-legal da equipe de enfermagem nas diversas modalidades de transporte em saúde: manual de orientações, v. 2. Obra produzida em dois volumes Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Disponível em: http://www.corenmg.gov.br Coordenação da Câmara Técnica: Andréia Oliveira de Paula Murta Membros: Cristiano Melo de Azevedo Laura Regina Alves Cafaggi MonikeTathe Vieira Pedrosa Octavia Maria Silva Gomes Lycarião Colaboração: Rayssa Ayres Carvalho Revisão ortográfica: Eduardo Durães Júnior Ficha Catalográfica C755c Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais.

Competência técnico-científica e ético-legal da equipe de enfermagem nas diversas modalidades de transporte em saúde: manual de orientações / Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais. -- Belo Horizonte: Coren-MG, 2020. 35p. v. 2 ISBN 1. Enfermagem – modalidades de transporte em saúde

Elaborada pela Bibliotecária Meissane Andressa da Costa Leão CRB6/2353

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PLENÁRIO DO COREN-MG (2018-2020)

DIRETORIA DO COREN-MG: Presidente: Carla Prado Silva Vice-Presidente: Elisandra Caixeta de Aquino Primeira-Secretária: Érico Pereira Barbosa Segunda-Secretária: Gustavo Adolfo Arantes Primeira-Tesoureira: Vânia da Conceição Castro Gonçalves Ferreira Segunda-Tesoureira: Vanda Lúcia Martins DEMAIS MEMBROS EFETIVOS DO PLENÁRIO: Christiane Mendes Viana Elânia dos Santos Pereira Ernandes Rodrigues Moraes Fernanda Fagundes Azevedo Sideaux Iranice dos Santos Jarbas Vieira de Oliveira Karina Porfírio Coelho Lucielena Maria de Souza Garcia Soares Maria Eudes Vieira SUPLENTES: Alan Almeida Rocha Claudio Luis de Souza Santos Elcio Aparecido da Silva ElônioStefaneli Gomes Enoch Dias Pereira Gilson Donizetti dos Santos Jaime Bernardes Buenos Junior KássiaJuvencio Linda de Souza Leite Miranda Lima Luciana de Oliveira Bianchini Maria Magaly Aguiar Cândido Mateus Oliveira Marcelino Simone Cruz de Melo Valdecir Aparecido Luiz Valéria Aparecida dos Santos Rodrigues COMITÊ PERMANENTE DE CONTROLE INTERNO Elânia dos Santos Pereira - Auxiliar de enfermagem Iranice dos Santos – Auxiliar de enfermagem Jarbas Vieira de Oliveira – Enfermeiro DELEGADAS REGIONAIS Efetiva: Carla Prado Silva Suplente: Lisandra Caixeta Aquino

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SEDE: Rua da Bahia, 916 – 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 9º, 10º, 11º, 12º e 13º andares Centro - Belo Horizonte/MG CEP: 30160-011 Telefone: (31) 3238-7500 www.corenmg.gov.br SUBSEÇÕES: GOVERNADOR VALADARES Av. Sete de Setembro, 2716 1º andar, Edifício Medical Center Centro - Governador Valadares, MG CEP: 35.010-172 Telefone: (33) 3279-5076 Fax: (33) 3279-5078 JUIZ DE FORA R. Batista de Oliveira, 470, Sala 701 Centro - Juiz de Fora, MG CEP: 36.010-120 Telefone/Fax: (32) 3213-3302 MONTES CLAROS R. Correia Machado, 1025 Edifício Premier Center Salas 103, 104 e 105 Centro- Montes Claros, MG CEP: 39.400-090 Telefone: (38) 3215-9992 / 3216-9100 PASSOS R. Dr. Manoel Patti, 170-A Salas 2 e 4 Centro – Passos, MG CEP: 37.900-040 Telefone: (35) 3526-5821 POUSO ALEGRE R. Bernardino de Campos, 39 Sala 2 Centro - Pouso Alegre, MG CEP: 37.550-000 Telefone/Fax: (35) 3422-1961 TEÓFILO OTONI

R. Dr. Manoel Esteves, 323 Salas 105 e 107 Centro - Teófilo Otoni, MG CEP: 39.800-090 Telefone/Fax: (33) 3522-1661 UBERABA Av. Leopoldino de Oliveira, 3490 Sala 601 Centro – Uberaba, MG CEP: 38.010-000 Telefone: (34) 3338-3708 UBERLÂNDIA Av. Getúlio Vargas, 275 Sala 605 Centro - Uberlândia, MG CEP: 38.400-299 Telefone: (34) 3210-0842 VARGINHA Praça Champagnat, 29 - 2º andar Sala 200, Edifício Sílvio Massa Centro - Varginha, MG CEP: 37.002-150 Telefone/Fax: (35) 3222-3108 UAI Divinópolis Rua Goiás, 206 Centro - Divinópolis, MG CEP: 35.500-001 Telefone: (37) 3214-2212 / 3213-6473 UAI Patos de Minas Avenida José de Santana, 1307 Centro - Patos de Minas, MG CEP: 38.700-528 Telefone: (34) 3821-3445 3823-9723/ 7419/ 7519/ 9750

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................... 7

1 - OUTROS TIPOS DE TRANSPORTE ........................................................ 8

1.1 Transporte em saúde de material biológico ............................................... 8

1.1.1 Transporte de sangue e hemocomponentes .......................................... 14

1.1.2 Transporte de órgãos e tecidos humanos para fins de transplante ........ 18

1.1.3 Transporte de imunobiológicos .............................................................. 24

CONCLUSÃO ....................................................................................... 32

APÊNDICE ............................................................................................ 34

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APRESENTAÇÃO

Prezado profissional de Enfermagem,

Dando continuidade ao conteúdo do “Manual de Orientações Quanto à

Competência Técnico-Científica, Ético-Legal dos Profissionais de Enfermagem nas

Diversas Modalidades de Transporte em Saúde”, apresentamos agora o volume 2

da publicação.

Assim como o volume 1, que tratou do transporte de pessoas, o presente

manual foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Transportes da Câmara Técnica

(GT Transportes), formado por profissionais de Enfermagem altamente qualificados

no tema. Agora, o foco é o deslocamento de material biológico, dos resíduos dos

serviços de saúde e das equipes de saúde.

Após dois anos de trabalho intenso, conseguimos reunir informações

essenciais sobre um assunto tão importante para a Enfermagem. Nesta edição, você

encontrará orientações sobre como transportar hemocomponentes, órgãos e tecidos

humanos para fins de transplante e imunobiológicos.

Da mesma forma que na primeira publicação, este volume é uma resposta a

uma das dúvidas recebidas com mais frequência pelos profissionais que fazem parte

da Câmara Técnica do Coren-MG sobre qual seria a competência dos profissionais

de Enfermagem na realização das diversas modalidades de transporte em saúde.

Esperamos que nos dois volumes do manual você possa encontrar respostas

aos seus questionamentos e, com isso, desenvolver seu trabalho de maneira cada

vez melhor.

Tenha uma ótima leitura.

Enf.ª Carla Prado Silva

Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG)

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1 OUTROS TIPOS DE TRANSPORTE

1.1 Transporte em saúde de material biológico

Octávia Maria Silva Gomes Lycarião

Materiais biológicos humanos constituem-se em tecido ou fluido integrante do

organismo humano, infecciosos ou não, tais como excrementos, células, tecidos,

órgãos ou fluidos corporais, de origem humana ou isolados a partir destes. São

consideradas amostras de materiais biológicos de pacientes aquelas coletadas

diretamente de seres humanos, a exemplo de sangue e seus componentes, órgãos

e tecidos, excreções, secreções e amostras de fluidos do corpo (ANVISA, 2015).

O transporte de amostras de materiais biológicos pode ser realizado a partir

de diversos objetivos, dentre os quais, diagnóstico, ensino ou pesquisa, nos níveis

nacional e internacional. Normalmente, estas amostras precisam ser transportadas a

partir do momento de sua coleta até a análise/objetivo final. O processo do

transporte de materiais biológicos pode ocorrer dentro de uma única instituição ou

entre diferentes instituições na mesma cidade ou entre cidades, estados e países.

Desta forma, pode ser necessária a utilização de diferentes tipos de transporte

(terrestre, fluvial ou aéreo) no envio deste material (AIRES et al. 2015).

A Resolução de Diretoria Colegiada n° 20, de 10 de abril de 2014, define e

estabelece padrões sanitários para o transporte de material biológico de origem

humana em suas diferentes modalidades e formas, visando à garantia da

segurança, redução dos riscos sanitários e preservação da integridade do material

transportado. As atividades relacionadas ao transporte de materiais biológicos

devem ser devidamente padronizadas e registradas por todos os profissionais

envolvidos (ANVISA, 2014).

Aspecto técnico-científico

No dia a dia dos serviços de saúde, o transporte dos materiais biológicos faz-

se necessário em algumas situações, como para o encaminhamento de amostras de

materiais para exames, no processo de coleta, transfusão de sangue e

hemocomponentes e no transplante de órgãos e tecidos humanos. Neste contexto,

observa-se, com frequência, a atuação dos profissionais de enfermagem, os quais

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possuem competência técnica – científica para realizar o transporte de materiais

biológicos.

Para a realização deste tipo de transporte, recomenda-se que o profissional

de enfermagem participe das atividades com responsabilidade, autonomia e

liberdade, preservando a comunicação adequada entre os membros da equipe

envolvidos. Além disso, torna-se importante que os profissionais detenham

conhecimento sobre prevenção de acidentes e que contem com auxílio na

supervisão, planejamento das tarefas e aquisição de habilidades para aumentar a

biossegurança (NEGRINHO et al., 2017).

Aspecto ético-legal

Sob o ponto de vista legal, não há impedimento para que a enfermagem

realize atividades de transporte de materiais biológicos. Trata-se de atividade

administrativa relacionada à assistência, mas que pode ser considerada de menor

complexidade técnica, e, por isso, qualquer pessoa, desde que capacitada, tem

condições de realizá-la.

O Decreto Regulamentador n° 94.406/87 elenca, em seu artigo 8°, as

seguintes atividades privativas dos Enfermeiros:

- Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades

técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;

- Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos

serviços da assistência de Enfermagem(...);

- Participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático

de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de

Enfermagem;

- Participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de

saúde, particularmente nos programas de educação continuada e

- Participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de

prevenção de acidentes e doenças profissionais e do trabalho.

Observa-se que o Enfermeiro é o responsável por organizar este processo de

trabalho, capacitar os profissionais e avaliar os fatores relacionados à assistência.

Isso inclui, também, a observação quanto ao dimensionamento adequado de

profissionais de enfermagem para que a eles possa ser designado o trabalho de

assistência.

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Tais atividades não devem caber prioritariamente à assistência de

enfermagem, posto que somente pode ser realizada por profissionais habilitados.

Aos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem cabe assistir o Enfermeiro nas

atividades privativas e contribuir com a prestação de uma assistência de qualidade e

livre de danos. Estes profissionais devem estar sob supervisão do Enfermeiro

(BRASIL, 1987).

Em relação às questões éticas, a Resolução Cofen n° 564/17 dispõe como

direitos dos profissionais de enfermagem exercer a Enfermagem com liberdade,

segurança técnica, científica, ambiental e com autonomia e, ainda, “exercer cargos

de direção, gestão e coordenação, no âmbito da saúde ou de qualquer área direta

ou indiretamente relacionada ao exercício profissional da Enfermagem.”

Desta forma, conclui-se que os profissionais de enfermagem possuem

competência técnico-científica, ético-legal para realizar transporte em saúde de

materiais biológicos, como descrito no quadro a seguir:

QUADRO 1 - COMPETÊNCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA, ÉTICO-LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE EM SAÚDE DE

MATERIAIS BIOLÓGICOS

O profissional de enfermagem possui competência técnico-científica, ética e legal para a realização do transporte de materiais biológicos, desde que haja dimensionamento adequado de profissionais.

Conforme Lei Federal nº 7.498/86 e Decreto Regulamentador nº 94.406/87, ao Enfermeiro compete a organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços.

Compete ao Técnico e ao Auxiliar de Enfermagem realizar o transporte de materiais biológicos, sob orientação e supervisão do Enfermeiro.

Fonte: BRASIL, 1986; BRASIL, 1987.

Os profissionais envolvidos no transporte de materiais biológicos devem

dispor de equipamentos de proteção individual e coletiva, devendo ainda estar

vacinados, de acordo com as normas de saúde do trabalhador. Ademais, todas as

atividades críticas do transporte devem ser registradas pelos profissionais, por meio

físico ou eletrônico. O serviço responsável por esta atividade deve ainda contar com

instruções escritas, padronizadas, atualizadas e disponíveis a todo o pessoal

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envolvido no processo de transporte dos materiais biológicos humanos (ANVISA,

2015).

No quadro abaixo, estão descritas as atribuições dos profissionais de

enfermagem no transporte de materiais biológicos.

QUADRO 2 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE DE MATERIAIS BIOLÓGICOS

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

Realizar treinamentos acerca dos requisitos técnicos e legais estabelecidos na legislação vigente sobre transporte de materiais biológicos, considerando as características gerais do material que está sendo transportado (conservação e risco biológico)

Participar da criação dos procedimentos operacionais padronizados para as fases do transporte nas quais sua equipe participa, mantendo-os disponíveis a toda equipe de enfermagem envolvida, por meio físico ou virtual

Promover uma logística adequada a ser utilizada para o trânsito, objetivando o transporte seguro dos materiais

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO, TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM

Participar de treinamentos de forma a compreender toda a regulamentação relativa à embalagem, rotulagem, transporte e documentação de transporte de materiais biológicos

Adotar providências cabíveis em caso de acidente, avaria ou outro fato que exponha o transportador, a população ou ambiente ao risco do material biológico humano durante o trânsito, tais como: informar as autoridades locais competentes sobre o fato, comunicar ao remetente e ao destinatário o ocorrido, dar destino aos resíduos gerados de acordo com as informações fornecidas pelo remetente e demais medidas de proteção à população e ao meio ambiente, quando couber, documentar, registrar e arquivar as medidas adotadas

Transportar o material biológico de forma segura, obedecendo às normas de biossegurança, com o propósito de assegurar a integridade e conservação, além de prevenir a contaminação do material e do pessoal envolvido no transporte. Utilizar devidamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Verificar a integridade do recipiente em que está acondicionado o material biológico, bem como realizar controle eficaz de sua temperatura

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Transportar os materiais biológicos com a devida documentação, conforme legislação vigente, para assegurar a rastreabilidade do processo

Documentar e registrar em documentos próprios sobre as questões de acondicionamento e armazenamento do material biológico, durante o período de recebimento, transporte e entrega do mesmo ao destinatário

Fonte: COFEN, 2016; ANVISA, 2014; ANVISA, 2015.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Manual de transporte de material biológico humano para fins de diagnóstico clínico. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2015.Disponível em: https://www.pncq.org.br/uploads/2015/not%C3%ADcias/Manual%20de%20Transporte%20de%20Material%20Biolo_gico.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 20, de 10 de abril de 2014. Dispõe sobre regulamento sanitário para o transporte de material biológico humano. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2867956/(1)RDC_20_2014_COMP.pdf/fda4b2b9-fd01-483d-b006-b7ffcaa258ba. Acesso em: 17 abr. 2020 AIRES, Caio Augusto Martins. et al. Biossegurança em transporte de material biológico no âmbito nacional: um guia breve. Revista Pan-Amazônica de Saúde. Pará, v. 6, n. 2, p. 73-81, 2015. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v6n2/v6n2a10.pdf. Acesso em: 8 jun. 2020. BRASIL. Decreto nº. 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1987. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D94406.htm. Acesso em: 8 jun. 2020 BRASIL. Lei nº 7.498, de 25de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1986. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7498.htm. Acesso em: 8 jun. 2020 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 509, de 15 março de 2016. Anotação de Responsabilidade Técnica, pelo Serviço de Enfermagem, bem como as atribuições do Enfermeiro Responsável Técnico, que passam a ser regidas por esta Resolução. Brasília, DF: Cofen, 2016. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05092016-2_39205.html. Acesso em: 17 abr. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 564, de 06 novembro de 2020. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 'Brasília, DF:

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Cofen, 2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em: 17 abr. 2020. NEGRINHO, Nádia Bruna da Silva. et al. Fatores associados à exposição ocupacional com material biológico entre profissionais de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, [online], v. 70, n. 1, p. 133-138, jan./fev. 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2670/267049841018.pdf. Acesso em: 8 jun. 2020

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1.1.1Transporte de sangue e hemocomponentes

Octávia Maria Silva Gomes Lycarião

Cristiano Melo de Azevedo

O transporte é considerado um dos pontos importantes de controle no ciclo do

sangue, dada a necessidade de assegurar a obtenção de produtos com qualidade e

a segurança transfusional. Para que este processo ocorra de forma adequada, é

preciso seguir os requisitos estabelecidos pelas normas vigentes, que buscam

garantir a integridade, a estabilidade do material biológico transportado e a redução

dos riscos de exposição a microrganismos infecciosos durante o transporte. Várias

rotas de transporte podem ocorrer, tanto internas quanto externas aos serviços de

hemoterapia, considerando ainda as diversas finalidades do transporte de sangue e

componentes, que podem ser: triagem laboratorial, processamento, estoque,

distribuição, transfusão, pesquisa e realização de testes pré-transfusionais (ANVISA,

2016). A Portaria Conjunta n° 370, de 7 de maio de 2014, dispõe sobre regulamento

técnico-sanitário para o transporte de sangue e componentes, que é aplicável a

todos os profissionais envolvidos no transporte de sangue e hemocomponentes, tais

como remetente, transportador, destinatário, dentre outros. Esta Portaria visa à

garantia da segurança, minimização de riscos sanitários e preservação do material.

Em seu parágrafo único, do art. 3°, considera “sangue e componentes as amostras

de sangue de doadores transportados para triagem laboratorial, bolsas de sangue

transportadas para processamento, hemocomponentes transportados para estoque,

procedimentos especiais, transfusão e produção industrial e amostras de sangue de

receptores para teste laboratorial pré-transfusional”(ANVISA, 2014).

Desta maneira, considera-se como premissa inicial do processo regulatório de

transporte de sangue e componentes a garantia de meios para conservação das

propriedades terapêuticas e qualidade destes materiais durante o trânsito destes.

Por ser considerado um dos pontos críticos de controle no ciclo do sangue, caso

ocorram falhas neste processo, estas podem levar a consequências negativas na

terapêutica do paciente (ANVISA, 2016). Recomenda-se, portanto, que as atividades

desenvolvidas durante o transporte do sangue e de seus derivados estejam

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descritas em procedimentos operacionais padrão e que sejam realizadas por

profissionais devidamente capacitados.

Aspecto técnico-científico e ético-legal

Os profissionais de enfermagem envolvidos no processo de transporte de

hemoderivados deverão receber treinamento específico, o que precisa ocorrer

sempre que houver alterações nos procedimentos (ANVISA, 2014). Os treinamentos

específicos devem levar à compreensão sobre as normativas existentes acerca do

acondicionamento, rotulagem, transporte e documentação de transporte de

substâncias infecciosas.

Os profissionais de enfermagem possuem competência técnica, ética e legal

para realizar o transporte de sangue e hemoderivados. No âmbito da equipe de

enfermagem, compete ao profissional Enfermeiro as funções de “planejar, executar,

coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos hemoterápicos e de

Enfermagem nas Unidades, visando assegurar a qualidade do sangue,

hemocomponentes e hemoderivados, coletados e infundidos”, conforme

estabelecido no Anexo I, Item IV da Resolução Cofen n° 629/2020. Cabe, no

entanto, a todo profissional de enfermagem, a oferta de assistência de enfermagem

livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência (COFEN, 2017).

Neste contexto, as competências dos profissionais de enfermagem estão

descritas no quadro a seguir.

QUADRO 3 - COMPETÊNCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA, ÉTICO-LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE EM SAÚDE DE

SANGUE E HEMODERIVADOS

Os profissionais de enfermagem possuem competência técnico-científica, ética e legal para a realização do transporte de sangue e hemoderivados.

Conforme Lei Federal n° 7.498/86 e Decreto Regulamentador n° 94.406/87, ao Enfermeiro compete a organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços.

Compete ao Técnico e ao Auxiliar de Enfermagem realizar o transporte de hemoderivados, sob orientação e supervisão do Enfermeiro. Fonte: BRASIL, 1986; BRASIL, 1987.

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Quanto às atribuições dos profissionais de enfermagem no transporte de

sangue e de derivados, ressalta-se que aquelas descritas no Quadro 4 aplicam-se

também ao transporte de hemoderivados, considerando as devidas especificidades,

disponíveis nas regulamentações vigentes.

A seguir estão discriminadas algumas destas especificidades:

QUADRO 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE EM SAÚDE DE SANGUE E HEMODERIVADOS

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

Realizar ou participar da elaboração dos protocolos e Procedimentos Operacionais Padrão: limpeza e higienização das caixas e veículos, manutenção da temperatura ideal das cargas, carregamento da carga no veículo, procedimento em caso de atrasos, acidentes ou outras não conformidades, descarregamento e entrega da carga, documentos da carga, manuseio, conferência, dentre outros Manter as operações de transporte registradas e padronizadas por meio de instruções escritas atualizadas, aprovadas e disponíveis à consulta de toda a equipe

Participar do planejamento do transporte, considerando as rotas, logística, tempo e temperatura que deve ser mantida

Realizar treinamentos sistemáticos com a equipe, a fim de proporcionar acesso a todas as informações específicas acerca deste transporte

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO, TÉCNICOS E AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

Garantir meios de conservação de suas propriedades terapêuticas e manutenção da qualidade do produto durante o trânsito deste material

Utilizar barreiras individuais e coletivas (equipamento de proteção individual - EPI e equipamento de proteção coletiva - EPC) para a sua proteção e para proteger os pacientes, os materiais e o ambiente

Garantir a temperatura adequada em todo o trajeto, bem como a integridade física deste material

Compreender toda a regulamentação relativa à embalagem, rotulagem, transporte e documentação de transporte de substâncias infecciosas

Tomar providências cabíveis, caso ocorram acidentes, vazamentos ou outras avarias que exponham o material infeccioso durante o transporte ao responsável

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por ele

Evitar o manuseio da embalagem ou reduzi-lo ao mínimo necessário

Conferir adequadamente as informações dos rótulos, etiquetas, marcações e as características gerais do material que está sendo transportado

Portar documentação específica exigida para o transporte de sangue e derivados, segundo legislações vigentes, que permita a rastreabilidade da expedição/carga transportada

Fonte: ANVISA, 2016

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Manual de vigilância sanitária para o transporte de sangue e componentes no âmbito da hemoterapia. 2. ed. Brasília, DF: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2016. Disponível em: https://www.pncq.org.br/uploads/2015/not%C3%ADcias/Manual%20de%20Transporte%20de%20Material%20Biolo_gico.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria conjunta nº 370, de 7 de maio de 2014. Dispõe sobre regulamento técnico-sanitário para o transporte de sangue e componentes. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/poc0370_07_05_2014.html. Acesso em: 17 abr. 2020. BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1986. Disponível em: Acesso em: http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html. 8 jun. 2020. BRASIL. Decreto nº. 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1986. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D94406.htm. Acesso em: 8 jun. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 629, de 09 março de 2020. Aprova e Atualiza a Norma Técnica que dispõe sobre a Atuação de Enfermeiro e de Técnico de Enfermagem em Hemoterapia. Brasília, DF: Cofen, 2020. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-629-2020_77883.html. Acesso em: 17 abr. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 564, de 06 novembro de 2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de EnfermagemBrasília, DF: Cofen, 2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em: 17 abr. 2020.

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1.1.2 Transporte de órgãos e tecidos humanos para fins de transplante

Octávia Maria Silva Gomes Lycarião

Cristiano Melo de Azevedo

Laura Regina Alves Cafaggi

A Resolução de Diretoria Colegiada nº 66, de 21 de dezembro de 2009, que

dispõe sobre o transporte no território nacional de órgãos humanos em hipotermia

para fins de transplantes, estabelece que tal tarefa deve ser realizada de forma

organizada e coordenada com todos os envolvidos (remetente, transportador,

destinatário) em tempo adequado, garantindo a qualidade, segurança e integridade

do material transportado.

Para efeito deste Regulamento considera-se o transporte como o conjunto

de atividades relacionadas ao acondicionamento, embalagem, rotulagem,

sinalização, transferência, armazenamento temporário, transbordo, entrega

e recebimento do órgão humano transportado. (ANVISA, 2009).

Em relação ao transporte de órgãos e tecidos humanos, o anexo da

Resolução Cofen n° 611/2019 dispõe de normas para atuação da equipe de

enfermagem no processo de doação e transplante destes materiais, considerando

privativo do Enfermeiro “executar e/ou supervisionar o acondicionamento do órgão

até a cirurgia de implante do mesmo, ou transporte para outra instituição,

observando as disposições da Portaria MS n° 2.600/2001” (COFEN, 2019).

Destarte, a participação do Enfermeiro durante o processo de transporte de

órgãos e tecidos humanos irá colaborar para o sucesso do transplante realizado. Isto

porque suas atribuições englobam estratégias que garantem o transporte adequado,

a integridade do órgão ou tecido transportado e, assim, minimizam impactos para o

transplante que será realizado no receptor.

Aspecto técnico-científico e ético-legal

Sob o aspecto técnico-científico, torna-se imperativo reiterar a participação do

Enfermeiro durante o processo de transporte de órgãos e tecidos humanos para fins

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de transplante, para execução de suas atividades privativas, considerando as

especificidades e a complexidade técnica desta atividade.

A Resolução Cofen n°611/2019 cita ainda que compete aos profissionais de

enfermagem “participar de todo processo de doação de órgãos e tecidos para

transplante, de acordo com sua competência técnica e legal”, incluindo-se aqui,

também, o transporte. Considerando a Lei do Exercício Profissional, acrescenta-se

que Técnicos e Auxiliares de Enfermagem devem estar supervisionados pelo

Enfermeiro.

O profissional de enfermagem deve “exigir documento de identificação da

pessoa responsável pelo transporte do órgão/tecido, autorizado pela CNCDO”

(COFEN, 2019).

Quanto ao aspecto ético, o art. 82 da Resolução Cofen nº 564/2017 proíbe

aos profissionais de enfermagem “a colaboração direta ou indiretamente, com outros

profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da legislação

referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, reprodução

assistida ou manipulação genética”.

No quadro abaixo, estão descritas as competências técnico-científicas, ético-

legais da equipe de Enfermagem no transporte de órgãos e tecidos humanos para

fins de transplante.

QUADRO 5 - COMPETÊNCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA, ÉTICO-LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE DE ÓRGÃOS E

TECIDOS HUMANOS PARA FINS DE TRANSPLANTE

O profissional de enfermagem possui competência técnico-científica, ética e legal para a realização do transporte de órgãos e tecidos humanos. Compete ao Enfermeiro executar e/ou supervisionar o acondicionamento do órgão até a cirurgia de implante do mesmo, ou transporte para outra instituição, em situações de transplante.

Compete ao Técnico de Enfermagem participar de todo processo de doação de órgãos e tecidos para transplante, de acordo com sua competência técnica e legal, estabelecida pela Lei do Exercício Profissional, supervisionado pelo Enfermeiro. Desta forma, cabe a este profissional assistir o Enfermeiro no que se refere ao acondicionamento e transporte de órgãos, para fins de transplante.

O Auxiliar de Enfermagem poderá participar de tarefas de transporte relacionadas

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ao transplante, desde que delegadas e supervisionadas pelo Enfermeiro, ao nível de sua qualificação.

Fonte: BRASIL, 1987; COFEN, 2019

As atribuições da equipe de enfermagem no transporte de órgãos e tecidos

para fins de transplante estão abaixo descritas, considerando as normativas citadas

na RDC n° 66 de 2009 e recomendações da Central de Notificação, Captação e

Distribuição de Órgãos - CNCDO.

Nestas centrais, existem equipes especializadas e estabelecimentos de saúde

autorizados para realizar diagnóstico de morte encefálica, retirada de órgãos e

tecidos e transplantes e enxertos (BRASIL, 2017).

QUADRO 6 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA FINS DE TRANSPLANTE

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

Portar adequadamente o documento de identificação da pessoa responsável pelo transporte do órgão/tecido, autorizado pela CNNCDO

Executar e/ou supervisionar o acondicionamento do órgão destinado ao transplante até a cirurgia de implante do mesmo, ou transporte para outra instituição

Controlar e supervisionar a temperatura das caixas térmicas nas quais os órgãos e tecidos serão acondicionados nos momentos que antecedem o transporte, durante o transporte e até o início do processo de transplante

Controlar a temperatura das caixas térmicas nas quais os órgãos e tecidos estão acondicionados na fase perioperatória

Documentar e registrar em documentos próprios (plano de transporte) as questões sobre acondicionamento e armazenamento do órgão ou tecido, durante o período de recebimento, transporte e entrega do mesmo ao destinatário

Proporcionar condições para o aprimoramento e capacitação dos Profissionais de Enfermagem envolvidos com o processo de doação, através de cursos e estágios em instituições afins, considerando as funções desempenhadas pela categoria profissional específica

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Manter escritas, atualizadas e disponíveis para a equipe de enfermagem as instruções sobre acondicionamento e armazenamento de órgãos humanos no transporte

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO, TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM

Participar dos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, relacionado ao transporte de tecidos e órgãos humanos para fins de transplante

Transportar os órgãos humanos de forma segura, obedecendo às normas de biossegurança, com o propósito de assegurar a integridade e conservação, além de prevenir a contaminação do material e do pessoal envolvido no transporte. Utilizar devidamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Transportar os órgãos para transplantes acompanhados da devida documentação, conforme legislação vigente, para assegurar a rastreabilidade do processo

Não transportar órgãos humanos para fins de transplantes com outro tipo de carga que ofereça risco em relação à contaminação cruzada

Adotar providências cabíveis em caso de acidente, avaria ou outro fato que exponha o transportador, a população ou ambiente ao risco do material biológico humano durante o trânsito, tais como: informar as autoridades locais competentes sobre o fato, comunicar ao remetente e ao destinatário o ocorrido, dar destino aos resíduos gerados de acordo com as informações fornecidas pelo remetente e demais medidas de proteção à população e ao meio ambiente, e, quando couber, documentar, registrar e arquivar as medidas adotadas

Exigir documento de identificação da pessoa responsável pelo transporte do órgão/tecido, autorizado pela CNCDO

Fonte: ANVISA, 2009; ANVISA, 2014; COFEN, 2019; BRASIL, 2009.

O transporte de materiais biológicos é considerado uma atividade complexa,

que pode ser executada pelos profissionais de enfermagem, levando em conta as

competências de cada categoria profissional. Para realização destes transportes,

devem ser observados os requisitos específicos de segurança e manutenção da

qualidade dos produtos transportados, descritos nas regulamentações vigentes

(ANVISA, 2015).

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O profissional de enfermagem envolvido nesta tarefa deve estar efetivamente

capacitado e ainda obedecer às normas de biossegurança, de forma a prevenir

riscos de exposição direta ao material biológico humano.

É importante ressaltar que tais atividades podem ser delegadas aos

profissionais de enfermagem em instituições que possuam dimensionamento

adequado, garantindo assim segurança técnica tanto ao transporte quanto à

assistência aos pacientes.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 66, de 21 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o transporte no território nacional de órgãos humanos em hipotermia para fins de transplantes. Brasília: AgênciaNacional de Vigilância Sanitária, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0066_21_12_2009.html. Acesso em: 17 abr. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 20, de 10 de abril de 2014. Dispõe sobre regulamento sanitário para otransporte de material biológico humano. Brasília: Agência Nacional de VigilânciaSanitária, 2014. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2867956/(1)RDC_20_2014_COMP.pdf/fda4b2b9-fd01-483d-b006-b7ffcaa258ba. Acesso em: 17 abr. 2020 BRASIL. Ministério da Saúde. Central Estadual de Transplantes (CET), [2017?]. Disponível em:https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos/centralestadual-de-transplantes-cet. Acesso em: 5 jun. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009. Aprova o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt2600_21_10_2009.html. Acesso em: 17 abr. 2020. BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1986. Disponível em: Acesso em: http://www.cofen.gov.br/lein-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html. 8 jun. 2020. BRASIL. Decreto nº. 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1987. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/19801989/D94406.htm. Acesso em: 8jun. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 611, de 30 de julho de 2019. Atualiza a normatização referente à atuação da Equipe de

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Enfermagem no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante, e dá outras providências. Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-611-2019_72858.html. Acesso em: 17 abr. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 564, de 06 novembro de2020. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília, DF, 2016. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no5642017_59145.html. Acesso em: 17 abr. 2020.

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1.1.3 Transporte de imunobiológicos

Octávia Maria Silva Gomes Lycarião

MonikeTathe Vieira Pedrosa

Imunobiológicos são substâncias terapêuticas, capazes de propiciar ou induzir

imunidade específica ao organismo, quando inoculadas. A imunidade ativa é

adquirida através da administração das vacinas e a imunidade passiva por meio da

administração de anticorpos contra uma infecção específica. Quando colhidos dos

seres humanos, os anticorpos recebem o nome de imunoglobulinas, quando

colhidos dos animais são chamados de soros (BRASIL, 2014). Portanto, os

imunobiológicos constituem-se de vacinas, soros e imunoglobulinas, substâncias

capazes de atuar no sistema imunológico do organismo, protegê-lo contra doenças

ou reduzir possíveis agravos (BRASIL, 2017a).

Os imunobiológicos são produtos sensíveis às alterações de temperatura e à

presença de luz e, desta forma, necessitam ser adequadamente armazenados e

transportados, a fim de preservar sua qualidade e capacidade de resposta no

organismo. Estes são alguns dos objetivos do PNI (Programa Nacional de

Imunizações), que preza pela garantia da qualidade dos imunobiológicos destinados

à população. A PNI conta com a Rede de Frios, que normatiza e avalia todo o

processo de conservação dos imunobiológicos, desde a etapa de recebimento (do

laboratório produtor) até o momento em que estas substâncias são recebidas pelos

usuários, o que inclui o transporte. Toda a estrutura da Rede de Frios é organizada

de forma a garantir que os imunobiológicos permaneçam conservados a uma

temperatura entre +2°C e +8°C na instância local ou -20°C em instância central.

Ademais, os laboratórios produtores destas substâncias padronizam suas

apresentações e condições ideais de armazenamento, o que deve ser observado

pelo profissional responsável pelo transporte (BRASIL, 2017a).

O transporte de imunobiológicos da Rede de Frios do PNI pode ser realizado

pelas vias terrestre, aérea ou aquática, a depender das condições logísticas dos

locais de origem e destino e do volume de imunobiológicos que serão transportados.

Reitera-se a importância do controle da temperatura e de outros aspectos que

possam comprometer as características de origem do produto durante o transporte,

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conforme previsto no art. 61 da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe

sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os

insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá

outras providências:

[...] os produtos que exijam condições especiais de armazenamento e

guarda, os veículos utilizados no seu transporte deverão ser dotados de

equipamento que possibilite acondicionamento e conservação capazes de

assegurar as condições de pureza, segurança e eficácia do produto.

(BRASIL, 1976).

Outras recomendações durante o transporte de imunobiológicos precisam ser

observadas, a exemplo da necessidade de preservação das cargas à exposição a

choques mecânicos, a utilização dos equipamentos apropriados e de termômetros

tipo “data loggers” (que monitoram a temperatura no percurso e registram o

momento e o intervalo de tempo durante o qual o imunobiológico possa ter sido

exposto a eventuais alterações de temperatura), devidamente calibrados. As caixas

de poliuretano são bastante indicadas para o transporte entre instâncias da Rede de

Frios pelas características apresentadas, tais como durabilidade, facilidade de

higienização e maior resistência do material construtivo. Informa-se ainda que, em

transportes por via aquática e dependendo do percurso, é recomendável que o

barco seja equipado com gerador (fonte de energia), a fim de que se mantenha a

temperatura adequada. O monitoramento desta deve ocorrer durante todo o trajeto

(BRASIL, 2017a).

Independente da via de trajeto utilizada, em havendo quaisquer ocorrências

ao longo do percurso (relacionadas às condições ideais de preservação ou à

integridade do produto transportado) estas deverão ser devidamente registradas e

comunicadas à instância responsável. Observa-se, pela natureza destas e das

outras informações descritas, que a capacitação das pessoas envolvidas, o

desenvolvimento de competências e o treinamento permanente dos profissionais

envolvidos no transporte de imunobiológicos tornam-se essenciais (BRASIL, 2017).

Atuação da Equipe de Enfermagem no transporte de imunobiológicos

Aspectos técnico-científicos e ético-legais

O transporte dos imunobiológicos constitui-se em atividade de menor

complexidade técnica, que não está prevista como privativa para nenhuma profissão

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da área da saúde e que, portanto, pode ser realizada por qualquer pessoa

devidamente capacitada.

Dentre as categorias profissionais que desenvolvem atividades relacionadas à

Rede de Frios, considera-se que os profissionais de enfermagem detêm

conhecimento técnico-científico para realizá-las. Apesar do Manual de Rede de Frios

(2017), citar somente o Enfermeiro e o Auxiliar de Enfermagem, no âmbito da equipe

de enfermagem, para execução dessas atividades, entende-se que o Técnico de

Enfermagem também possui competência para participar desta equipe,

considerando o disposto na Lei Federal n° 7.498/1986.

De acordo com o Manual de Rede de Frios do Programa Nacional de

Imunizações (2017), o transporte de imunobiológicos pode ser realizado:

- Entre grandes distâncias e entre diferentes instâncias (federal,

estadual, municipal e local)

Os serviços que optarem por realizar o transporte de imunobiológicos

contando com profissionais de enfermagem devem dispor de quantitativo suficiente

de pessoal, especificamente para realizar esta função;

- Entre distâncias menores, como é o caso do transporte de

imunobiológicos para atividades de saúde extramuros (ex: vacinação da

população residente na zona rural, vacinação em domicílio, dentre outras).

Nestas situações, o acondicionamento e transporte dos imunobiológicos são

inerentes às atividades desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem que

compõem as equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), Equipes de Saúde da

Família (ESF) ou até mesmo dos laboratórios que prestam estes serviços.

No âmbito da equipe de enfermagem, é função do Enfermeiro responsável

pelo serviço realizar cálculo de dimensionamento de pessoal de enfermagem,

prevendo esta atividade. O Enfermeiro é também o profissional responsável por

organizar o serviço, utilizando-se de instrumentos administrativos, tais como manual

de normas e rotinas, protocolos e procedimentos operacionaispadrão. Cabe ainda a

este profissional promover a qualidade e desenvolvimento de uma assistência de

enfermagem segura, através da promoção de treinamentos e educação continuada

da equipe (COFEN, 2016).

Sob o viés ético, a Resolução Cofen n° 564/2017 dispõe sobre os direitos dos

profissionais de enfermagem na participação da prática multiprofissional,

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interdisciplinar e transdisciplinar e na ocupação de cargos de direção, gestão e

coordenação, no âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente

relacionada ao exercício profissional da Enfermagem. E ainda, no âmbito dos

deveres dos profissionais, dispõe sobre o dever de aprimorar os conhecimentos

técnico-científicos, ético-políticos, socioeducativos e culturais, em benefício da

pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Portanto, os profissionais de enfermagem possuem competência técnico-

científica, ética e legal para realizar o transporte de imunobiológicos.

QUADRO 7 - COMPETÊNCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA, ÉTICO-LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE DE

IMUNOBIOLÓGICOS

O profissional de enfermagem possui competência técnico-científica, ética e legal para a realização do transporte de imunobiológicos.

O Enfermeiro possui competência técnico-científica e ético-legal, conforme Lei Federal n° 7.498/86 e Decreto n° 94.406/87, para a organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços.

O Técnico e o Auxiliar de Enfermagem possuem competência técnico-científica e ético-legal para executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas sob supervisão do Enfermeiro, conforme Decreto Regulamentador n° 94.406/87.

Fonte: Brasil, 1986; Brasil, 1987.

Considerando as competências de cada membro da equipe de enfermagem,

estão descritas abaixo as atribuições dos profissionais de enfermagem no transporte

de imunobiológicos, considerando que, conforme Lei Federal n° 7.498/86 e Decreto

n° 94.406/87, cabe ao Enfermeiro supervisionar e avaliar as ações da equipe de

enfermagem.

Importante reiterar a necessidade de registros formais das ações de

enfermagem realizadas no transporte de imunobiológicos, atividades também

previstas no art. 36 da Resolução Cofen nº 564/2017: “Registrar no prontuário e em

outros documentos as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar

de forma clara, objetiva, cronológica, legível, completa e sem rasuras.” A Resolução

Cofen n° 429/2012 dispõe sobre a necessidade do registro, em documentos próprios

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da área, de informações inerentes ao gerenciamento dos processos de trabalho,

sendo obrigatório, conforme disposto na Resolução Cofen n° 545/2017, o uso do

carimbo “em todo documento firmado, quando do exercício profissional, em

cumprimento ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem”.

QUADRO 8 -ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE EM SAÚDE DE IMUNOBIOLÓGICOS

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

Realizar ou participar da elaboração dos protocolos e Procedimentos Operacionais Padrão descrevendo os tipos de transporte (aéreo, marítimo, terrestre, etc) necessários durante toda a rota e especificando em que condições ocorrem (caminhão refrigerado, por exemplo) e por quanto tempo

Garantir que os monitores de temperatura sejam calibrados periodicamente, a fim de que operem dentro das especificações do fabricante e capazes de registrar a temperatura a cada intervalo de tempo

Participar do planejamento e caracterização das rotas, que é o mapeamento detalhado da origem até o destino, considerando todos os nós logísticos e o(s) tipo(s) de transporte, bem como o tempo de cada etapa

Manter as operações de transporte registradas e padronizadas por meio de instruções escritas atualizadas, aprovadas e disponíveis à consulta de toda a equipe

Realizar treinamentos sistemáticos com a equipe, a fim de proporcionar acesso a todas as informações específicas acerca deste transporte

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO, TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM

Conhecer, monitorar, controlar e documentar as atividades de armazenagem, distribuição e transporte de produtos sensíveis à temperatura, buscando sempre a otimização da cadeia de frio

Participar periodicamente das capacitações oferecidas pelo serviço nos temas relacionados à conservação, armazenamento e transporte de imunobiológicos

Monitorar a temperatura dos imunobiológicos ao longo de todo o transporte e registrar as temperaturas mínima e máxima

Garantir meios de conservação de suas propriedades terapêuticas e manutenção da qualidade do produto durante o trânsito deste material

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Utilizar barreiras individuais e coletivas (equipamento de proteção individual - EPI e equipamento de proteção coletiva - EPC) para a sua proteção e para proteger os materiais e o ambiente

Tomar providências cabíveis, caso ocorram acidentes, vazamentos ou outras avarias que exponham o material durante o transporte, e comunicar o fato ao responsável pelo transporte

Portar documentação específica exigida para o transporte de imunobiológicos, segundo legislações vigentes, que permita a rastreabilidade da expedição/carga transportada

Fonte: ANVISA, 2017; BRASIL, 2017a; BRASIL, 2017b.

O transporte de imunobiológicos deve ser executado no contexto da

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), ou seja, do planejamento e

organização da assistência de enfermagem nos serviços de saúde. Estas são

atribuições do profissional Enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem. Porém,

cabe também aos outros profissionais, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, a

participação e a responsabilidade em aplicar os protocolos, treinamentos e

planejamentos realizados. O transporte de imunobiológicos é parte da gestão de um

grande processo, englobado no Programa Nacional de Imunização (PNI), que se

caracteriza por especial impacto social e na saúde pública.

QUADRO 9 – INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Em nosso país, orientações legais são expressas em relação ao armazenamento do sangue e derivados e são, por analogia, aplicáveis aos imunobiológicos da Rede de Frios. Isto ocorre porque ambos dependem do controle adequado de temperaturas e da uniformidade da distribuição desta no interior dos equipamentos de refrigeração apropriados para armazenamento. Neste sentido, faz-se importante observar, conforme descrito no Manual de Rede de Frios do Programa Nacional de Imunizações:

• RDC nº 34, de 11 de junho de 2014, que dispõe sobre as boas práticas no ciclo do sangue;

• Portaria Ministerial n° 158, de 4 de fevereiro de 2016, que revisou os requisitos de temperatura para conservação do sangue e hemocomponentes.

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O transporte e o armazenamento das vacinas devem ainda obedecer a orientações e normas vigentes, dada sua composição (vírus ou bactérias vivos atenuados), tais como:

• ABNT NBR7500:2013 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos;

• ABNT NBR15481:2013 – Transporte rodoviário de produtos perigosos – requisitos mínimos de segurança;

• ABNT NBR 7501:2011 – Transporte terrestre de produtos perigosos – terminologia;

• ABNT NBR 9735:2014 – Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos.

FONTE: BRASIL, 2017.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 197, de 26 de dezembro de 2017. Dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação humana. Brasília, DF: ANVISA, 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3388061/RDC_197_2017_.pdf/316268f4-2645-42b6-b948-21412fc60f75. Acesso em: 8 jun. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia para a qualificação de transporte dos produtos biológicos. Brasília, DF: ANVISA, n. 2, abr. 2017b. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3364738/%281%29GUIA+PARA+A+QUALIFICA%C3%87%C3%83O+DE+TRANSPORTE+DOS+PRODUTOS+BIOL%C3%93GICOS+final.pdf/f4ac9ff6-6877-4880-99d8-19dd404bdaab. Acesso em: 8 jun. 2020. BRASIL. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6360.htm. Acesso em: 8 jun. 2020. BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional da enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html. 8 jun. 2020. BRASIL. Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, DF, 1987. Disponível em:

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D94406.htm. Acesso em: 8 jun. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 4. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/137/2016/07/manual_CRIE_7out14.pdf. Acesso em: 8 jun. 2020 BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de rede de frio do Programa Nacional de imunização. 5. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017a. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/rede_frio_2017_web_VF.pdf. Acesso em: 19 nov. 2018. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 429, de 30 de maio de 2012. Dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte – tradicional ou eletrônico. Brasília, DF: Cofen, 2012. Disponível em:http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4292012_9263.html. Acesso em: 8 jun. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 509, de 15 de março de 2016. Atualiza a norma técnica para Anotação de Responsabilidade Técnica pelo Serviço de Enfermagem e define as atribuições do Enfermeiro responsável técnico. Brasília, DF: Cofen, 2016. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05092016-2_39205.html. Acesso em: 8 jun. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 545, de 9 de maio de 2017. Atualiza a norma que dispõe sobre a forma de anotação e o uso do número de inscrição pelos profissionais de enfermagem. Brasília, DF: Cofen, 2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05452017_52030.html. Acesso em: 8 jun. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 564, de 6 de novembro de 2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília, DF: Cofen, 2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em: 8 jun. 2020.

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CONCLUSÃO

O “Manual de Orientações quanto à competência técnico-científica, ético-legal

da equipe de enfermagem nas diversas modalidades de transporte em saúde” foi

construído com base na Lei Federal n°. 7.498, de 25 de junho de 1986, no Decreto

n°. 94.406, de 08 de junho de 1987, nas resoluções do Sistema Cofen/Conselhos

Regionais de Enfermagem e no referencial bibliográfico mais atualizado sobre as

questões inerentes ao transporte no âmbito dos serviços de saúde.

A assistência de enfermagem prestada com qualidade deve ser o objetivo

buscado por todos os profissionais nas atividades em que executa. Neste sentido, as

considerações técnico-científicas e ético-legais devem ser norteadoras das decisões

tomadas diariamente por estes profissionais. A busca por atualização dos

conhecimentos, pautados em bibliografias publicadas e reconhecidas deve compor o

fazer profissional. Aliado a isto devem estar as condutas éticas bem estabelecidas e

o seguimento das legislações que sedimentam o exercício da enfermagem.

A conduta ética durante a realização do transporte deve ser observada pelos

profissionais de enfermagem à luz da Resolução Cofen n° 564/2017, que traz como

direitos o aprimoramento de seus conhecimentos técnico-científicos, ético-políticos,

socioeducativos, históricos e culturais que dão sustentação à prática profissional e a

aplicação do processo de Enfermagem como instrumento metodológico para

planejar, implementar, avaliar e documentar o cuidado à pessoa, família e

coletividade. A recusa sobre a execução de atividades que não sejam de sua

competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao

profissional, à pessoa, à família e à coletividade também é direito dos profissionais

de enfermagem.

Desta forma, estes profissionais devem manter-se atualizados para a

realização de transportes, o que pode ocorrer através da participação de

capacitações realizadas na instituição em que trabalha, como também pela própria

busca individual do conhecimento necessário para realizar suas atribuições. O

direito de recusar-se a realizar de atividades que não sejam de sua competência

técnico-científica, ética e legal caminha junto com o dever de somente aceitar

encargos ou atribuições quando apto para o desempenho seguro. Portanto, é

resguardado o direito de recusa a realizar atividades que não sejam de sua

competência, da mesma forma em que há o dever de prestar assistência livre de

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danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. Observa-se que para

todo direito há um dever correspondente. O profissional de enfermagem deve ter

discernimento e responsabilidade ao se recusar a realizar qualquer procedimento e

analisar a situação frente ao custo-benefício e riscos para o paciente, com bom

senso e responsabilidade, lembrando que possui autonomia e responde por seus

atos.

Dentre os deveres ainda dispostos na Resolução Cofen n° 564/2017 está o de

“registrar no prontuário e em outros documentos as informações inerentes e

indispensáveis ao processo de cuidar de forma clara, objetiva, cronológica, legível,

completa e sem rasuras.” Ademais, o registro da assistência de enfermagem no

prontuário do paciente é um direito do paciente, segundo a Cartilha dos Direitos dos

usuários do SUS e é a única forma de respaldo que os profissionais efetivamente

possuem no caso de judicializações.

O Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais espera que através

deste manual, estes e outros pilares da assistência de enfermagem no transporte

sejam fortalecidos, divulgados e sobretudo empregados no cotidiano de seus

profissionais.

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APÊNDICE

APÊNDICE A - QUADRO RESUMO DAS COMPETÊNCIAS

TIPO DE TRANSPORTE

COMPETÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

TRANSPORTE DE PESSOAS

TRANSPORTE PRIMÁRIO

Compete ao Enfermeiro participar de todos os transportes primários. Ao Técnico de Enfermagem compete auxiliar o Enfermeiro. Não compete ao Auxiliar de Enfermagem participar da assistência a paciente graves, com risco de vida.

EVENTOS ESPORTIVOS E FESTIVIDADES

Compete ao Enfermeiro participar de todos os transportes primários. Ao Técnico de Enfermagem compete auxiliar o Enfermeiro. Não compete ao Auxiliar de Enfermagem participar da assistência a paciente graves, com risco de vida.

TRANSPORTE SECUNDÁRIO OU ENTRE PONTOS DE ATENÇÃO

Compete ao Enfermeiro definir qual categoria da enfermagem irá realizar o transporte. Compete ao Enfermeiro, ao Técnico e ao Auxiliar de Enfermagem realizá-lo. Não compete ao Auxiliar de Enfermagem participar desse tipo de transporte, em caso de paciente graves, com risco de vida.

AÉREO

PODE SER PRIMÁRIO OU SECUNDÁRIO Seguir as orientações acima descritas.

INTERNO OU INTRAMUROS

Compete ao Enfermeiro, ao Técnico e ao Auxiliar de Enfermagem. Compete ao Enfermeiro definir qual categoria da enfermagem irá realizar o transporte, exceto nos casos de transporte de pacientes graves e com risco de vida, em que o Enfermeiro deverá estar presente em todos os transportes. Não compete ao Auxiliar de enfermagem participar desse tipo de transporte, em caso de paciente graves, com risco de vida.

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ELETIVO

Não é obrigatória que a equipe de enfermagem realize esse transporte, mas pode ser realizado por qualquer profissional da equipe de enfermagem (Enfermeiro, Técnico ou Auxiliar de Enfermagem).

TRANSPORTE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO ESPECIAL

PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE

PODE SER PRIMÁRIO OU SECUNDÁRIO Seguir as orientações acima descritas.

MULHERES GESTANTES EM TRABALHO DE PARTO

Compete ao Enfermeiro definir qual categoria da enfermagem irá realizar o transporte. Compete ao Enfermeiro e ao Técnico de Enfermagem realizá-lo. Ao Técnico de Enfermagem compete auxiliar o Enfermeiro. Não compete ao Auxiliar de Enfermagem participar da assistência a paciente graves, com risco de vida.

RECÉM-NASCIDOS

Compete ao Enfermeiro definir qual categoria da enfermagem irá realizar o transporte. Compete ao Enfermeiro participar de todos os transportes de pacientes graves e com risco de vida. Ao Técnico de Enfermagem compete auxiliar o Enfermeiro. Não compete ao Auxiliar de Enfermagem participar da assistência a paciente graves, com risco de vida.

TRANSPORTE DO CORPO

Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

REGULAÇÃO DO TRANSPORTE EM SAÚDE

REGULAÇÃO DO TRANSPORTE ELETIVO

Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

REGULAÇÃO DO TRANSPORTE PRIMÁRIO

Não compete a equipe de enfermagem. O Enfermeiro poderá participar da equipe, junto ao médico regulador.

OUTROS TIPOS DE TRANSPORTE

CARGAS Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

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IMUNOBIOLÓGICOS Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

SANGUE E HEMOCOMPONENTES

Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

ÓRGÃOS E TECIDOS HUMANOS

Compete ao Enfermeiro. Não compete aos profissionais de nível médio da enfermagem.

RESÍDUOS Não é obrigatório ser realizado pela enfermagem, mas pode ser realizado por qualquer categoria da enfermagem.

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