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Periódico dos Corpos Subordinados a Obediências Filosóficas reconhecidas pelo Grande Oriente da Paraíba Rua Eurico Uchôa, 104 - Brisamar - João Pessoa - PB - CEP: 58031-150 - Fone: (83) 3243-7129 - Registrado na Associação Brasileira de Imprensa Maçônica- ABIM E-mail: [email protected] - Fundadores: Almir de Araújo Oliveira e Hermano Cavalcanti Leite - Ano: V - Edição: Agosto - 2013 - Nº 59 DIVIsA Almir de Araújo Oliveira É uma insígnia ou emblema que se usa nos brasões, bandeiras e documentos de entidades. A nossa sublime Ordem é pródiga no uso de divisas. Cito alguns exemplos: “Orbo AB chao”; ”Saúde, Força e União” e a mais famosa “Liberdade, Igualdade e União”. Todos estes lemas possuem sua importância nos campos literários, filosóficos e esotéricos. Pelo que vivenciamos no nosso dia-a-dia, estes seculares motes não encontram o devido abrigo no cabedal de uma grande parcela de Maçons. Não vou me ater às circunstâncias que me levaram a esta conclusão, entretanto, vou sugerir uma trilogia que tem como fito a prática de uma Maçonaria mais instigante. Responsabilidade é o dever de assumir seus compromissos, comportando-se de maneira ética e moral. Será que os adeptos da Arte Real estão observando este pressuposto? Obrigações como lutar pelo aperfeiçoamento social, intelectual e moral da humanidade; prática desinteressada da filantropia e beneficência; combate a intolerância e o trabalho incessante em prol da Ordem Maçônica, da Pátria e da Humanidade estão sendo assistidos? Venho em um esforço de conscientização da CIDADANIA MAÇÔNICA, visando acabar com o ANALFABETISMO INSTITUCIONAL MAÇÔNICO. Existe uma campanha publicitária que nos alerta: “alguém pode fazer alguma coisa pelo mundo e nos chama a atenção que essa pessoa pode ser qualquer um de nós”. Vamos usar esta propaganda no meio maçônico adotando a seguinte divisa: “Unicidade, Comprometimento e Trabalho”. Unicidade, estado ou qualidade de único. A Maçonaria Simbólica é uma associação singular, alicerçada em três graus. Um de primeiro grau: Lojas, constituídas por Obreiros. Segundo grau: Potências ou Obediências, compostas por Lojas. Terceiro grau: Confederações ou Federações, organizadas por Potências. Os Altos Graus Maçônicos são compostos por Supremos Conselhos, Supremos Conclaves, Grandes Capítulos e Comanderias todos constituídos de Corpos subordinados. Ao utilizar este estado o adepto demonstra a certeza que a Maçonaria não é dividida em categorias estanques: Lojas, Potências, Confederações ou Supremos Conselhos. A nossa Sublime Ordem se caracteriza por ser um segmento sólido e constituído por todos nós. Comprometimento, ato de comprometer-se, ou seja, assumir os compromissos com a Instituição Maçonaria. Nas Instituições Maçônicas existem as respectivas especificidades que devem ser criteriosamente assistidas, sob pena do exercício deficitário da prática maçônica. Trabalho, desempenho competente de seus membros visando contribuir para que a Instituição possa cumprir sua missão, utilizando mecanismos intelectuais, sociais, filantrópicos, litúrgicos, dentre outros. Se você foi iniciado nos nossos suntuosos enigmas e não consegue um tempo em sua agenda para o trabalho maçônico, seja uma vez por semana ou um dia por mês, entretanto, obtém horário para frequentar outras associações, deve repensar sua qualidade de Maçom ativo e regular. Sugestão: reexamine sua conduta e adote a divisa: “Unicidade, Comprometimento e Trabalho”, a Maçonaria, seja simbólica ou filosófica, com certeza agradecerá. O Maçom moderno deve se conscientizar que para a Ordem Maçônica cumprir sua missão institucional necessita que a unicidade seja priorizada, os compromissos observados e a labuta contínua. Tel.: (81) 3436.1514 - Cel. Recife: (81) 9936.6860 Cel. João Pessoa: (83) 9930.8806 - e-mail: [email protected] Márcia Gouveia Vilela Consultoria, Auditoria Interna e Treinamento ISO 9.000 / 140001 / 22000 / OHSAS 18001 Dr. Émerson de Almeida Fernandes OAB/PB 12.529 :. Dr. Rogério Cunha Estevão OAB/PB 16.415 Av. João Machado, 553 - Sala 414 - Centro - João Pessoa - PB Fone: (83) 3512-6958 / www.fernandesestevam.adv.br

Correio Filosofico Informativo 59

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Periódico dos Corpos Subordinados a Obediências Filosóficas reconhecidas pelo Grande Oriente da ParaíbaRua Eurico Uchôa, 104 - Brisamar - João Pessoa - PB - CEP: 58031-150 - Fone: (83) 3243-7129 - Registrado na Associação Brasileira de Imprensa Maçônica- ABIME-mail: [email protected] - Fundadores: Almir de Araújo Oliveira e Hermano Cavalcanti Leite - Ano: V - Edição: Agosto - 2013 - Nº 59

DIVIsAAlmir de Araújo Oliveira

É uma insígnia ou emblema que se usa nos brasões, bandeiras e documentos de entidades.

A nossa sublime Ordem é pródiga no uso de divisas. Cito alguns exemplos: “Orbo AB chao”; ”Saúde, Força e União” e a mais famosa “Liberdade, Igualdade e União”. Todos estes lemas possuem sua importância nos campos literários, filosóficos e esotéricos.

Pelo que vivenciamos no nosso dia-a-dia, estes seculares motes não encontram o devido abrigo no cabedal de uma grande parcela de Maçons. Não vou me ater às circunstâncias que me levaram a esta conclusão, entretanto, vou sugerir uma trilogia que tem como fito a prática de uma Maçonaria mais instigante.

Responsabilidade é o dever de assumir seus compromissos, comportando-se de maneira ética e moral. Será que os adeptos da Arte Real estão observando este pressuposto?

Obrigações como lutar pelo aperfeiçoamento social, intelectual e moral da humanidade; prática desinteressada da filantropia e beneficência; combate a intolerância e o trabalho incessante em prol da Ordem Maçônica, da Pátria e da Humanidade estão sendo assistidos?

Venho em um esforço de conscientização da CIDADANIA MAÇÔNICA, visando acabar com o ANALFABETISMO INSTITUCIONAL MAÇÔNICO.

Existe uma campanha publicitária que nos alerta: “alguém pode fazer alguma coisa pelo mundo e nos chama a atenção que essa pessoa pode ser qualquer um de nós”.

Vamos usar esta propaganda no meio maçônico adotando a seguinte divisa: “Unicidade, Comprometimento e Trabalho”.

Unicidade, estado ou qualidade de único. A Maçonaria Simbólica é uma associação singular, alicerçada em três graus. Um de primeiro grau: Lojas, constituídas por Obreiros. Segundo grau: Potências ou Obediências, compostas por Lojas. Terceiro grau: Confederações ou Federações, organizadas por Potências. Os Altos Graus Maçônicos são compostos por Supremos Conselhos, Supremos Conclaves, Grandes Capítulos e Comanderias todos constituídos de Corpos subordinados.

Ao utilizar este estado o adepto demonstra a certeza que a Maçonaria não é dividida em categorias estanques: Lojas, Potências, Confederações ou Supremos Conselhos. A nossa Sublime Ordem se caracteriza por ser um segmento sólido e constituído por todos nós.

Comprometimento, ato de comprometer-se, ou seja, assumir os compromissos com a Instituição Maçonaria.

Nas Instituições Maçônicas existem as respectivas especificidades que devem ser criteriosamente assistidas, sob pena do exercício deficitário da prática maçônica.

Trabalho, desempenho competente de seus membros visando contribuir para que a Instituição possa cumprir sua missão, utilizando mecanismos intelectuais, sociais, filantrópicos, litúrgicos, dentre outros.

Se você foi iniciado nos nossos suntuosos enigmas e não consegue um tempo em sua agenda para o trabalho maçônico, seja uma vez por semana ou um dia por mês, entretanto, obtém horário para frequentar outras associações, deve repensar sua qualidade de Maçom ativo e regular.

Sugestão: reexamine sua conduta e adote a divisa: “Unicidade, Comprometimento e Trabalho”, a Maçonaria, seja simbólica ou filosófica, com certeza agradecerá.

O Maçom moderno deve se conscientizar que para a Ordem Maçônica cumprir sua missão institucional necessita que a unicidade seja priorizada, os compromissos observados e a labuta contínua.

Tel.: (81) 3436.1514 - Cel. Recife: (81) 9936.6860Cel. João Pessoa: (83) 9930.8806 - e-mail: [email protected]

Márcia Gouveia VilelaConsultoria, Auditoria Interna e TreinamentoISO 9.000 / 140001 / 22000 / OHSAS 18001

Dr. Émerson de Almeida FernandesOAB/PB 12.529 :.

Dr. Rogério Cunha EstevãoOAB/PB 16.415

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O quE sÃO E O pOrquê DOs GrAussupErIOrEs nA MAÇOnArIA

Rogério César Mauri*

rItO EsCOCês AntIGO E ACEItONo último dia 5 de agosto o SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DA

PARAÍBA comemorou nove anos de existência. As comemorações ocorreram nas dependências do Palacete Maçônico do Grande Oriente da Paraíba, sua diretoria tomou

posse para dirigir a entidade no período de 2013/2016. Em seguida seus adeptos foram recepcionados em um restaurante desta capital.

Durante o evento foi divulgada a fundação do jornal “O Escocês”, cujo objetivo é divulgar notícias da Obediência Filosófica

Congratulações a diretoria do SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DA PARAIBA, desejando as suas lideranças muita Luz para prosseguir defendendo os interesses do REAA.

Sua diretoria ficou assim constituída: I GRANDES DIGNIDADES: Sob Gr Comendador Levy Freire Ribeiro. Lugar Tenente Comendador Almir de Araujo Oliveira. II - GRANDES DIGNITARIOS: Gr Ministro de Estado Josafá Alves de Lima. Gr Sec do Santo Império Manoel Paulemir de Carvalho. Gr Chanceler do Santo Império Ricardo Clak Serrano. Gr Tes do Santo Império Émerson de Almeida Fernandes. Gr Del das Relações Exteriores João Laércio Gagliardi Fernandes. III ADJUNTOS: Gr Ministro de Estado Manoel Wellington de Assis. Gr Sec do Santo Império Paulo Cesar Gomes Cabral. Gr Tesoureiro Moacir Romão de Souza. IV - GRANDES OFICIAIS: Gr Hospitaleiro Roberto Fernando Cruz Miranda. Gr Capitão das Guardas Manoel Afonso da Silva. Gr Mestre de Cerimônias Misael Martins Marinho. Gr Porta Estandarte Luiz Guedes Monteiro Filho. Gr Porta Espada Carlos Alberto Ferreira da Silva. Gr Arquiteto Francisco de Assis Oliveira. Gr Cobridor Valmon Toscano Varandas. COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO E JUSTIÇA: José Hermano Cavalcanti, Carlos Alberto Ferreira da Silva e Zenildo de Melo Cesar. COMISSÃO DE ELEVAÇÃO DE GRAUS: Almir de Araújo Oliveira, Misael Martins Marinho e Ulysmar Curvelo Cavalcanti. COMISSÃO DE FINANÇAS E SOLIDARIEDADE MAÇONICA: João Gouveia Neto, Zerobabel Paiva Amorim e Valmon Toscano Varandas.

Comitiva do Supremo Conselho do Grau 33 da Paraíba, capitaneada pelo Poderoso Irmão Levy Freire Ribeiro, Soberano Grande Comendador, compareceu aos Vales de Junco do Seridó e Sousa oportunidade em que forma procedidas iniciações ao Grau 4 (Mestre Secreto). Na ocasião foram fundadas as Respeitáveis e Augustas Lojas de Perfeição “Templários da Borborema” e “Vale das Acácias”. O Irmão Onildo Silva Almeida Filho, Eminente Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente da Paraíba, no exercício do Grão-Mestrado face licença médica do Respeitabilíssimo Irmão Carlos Augusto Braz Cavalcanti, foi o convidado do Soberano Grande Comendador.

Os altos graus da Maçonaria historicamente geraram, ainda geram e continuarão gerando controvérsias. Persiste a questão: Seria a verdadeira Maçonaria composta somente pelos três graus simbólicos (aprendiz, companheiro e mestre) ou há espaço, até mesmo necessidade de irmos além? O que são e o porquê dos Graus Superiores na Maçonaria.

Ao abordarmos o tema encontraremos como referências a própria origem da Maçonaria, a história dos ritos, os Landmarks, o Poema Regius, datado de 1390, as 'Constituições' de Anderson, a formação da Grande Loja de Londres em 1717, inaugurando assim o sistema de obediências, e as inúmeras lendas que deram origem à Maçonaria dita 'escocesa', o Rito de Perfeição ou de Heredom, o discurso de Ramsay, a patente de Morin e por aí se segue. Encontraremos nessa trajetória temporal fatos, contos, paixões e, pasmem, intrigas, rachas e discórdias, que na essência do propósito maçônico, não deveriam existir.

Superada a tangente histórica precisaríamos considerar as diferentes formas de construção do conhecimento maçônico. Encontraremos então aqueles que buscam entender a Maçonaria pelos seus aspectos formais. Por outro lado, aqueles que procuram compreender o sentido esotérico dessa fraternidade, sua utilidade no meio. Compilando, temos duas formas básicas de pensamento, uma agnóstica (as escolas Documental e

“Uma ação será tanto melhor, do ponto de vista moral,quanto melhor pudermos tirar dela”

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Antropológica) e outra gnóstica (as escolas Mística e Ocultista). Uma situa sua compreensão no plano físico, temporal, sendo essa, portanto, uma visão aristotélica; a outra busca respostas na percepção do metafísico, uma visão mais platônica. O pensamento agnóstico encontrará, pela sua natureza cética e formal, dificuldades para definir ou mesmo justificar os Altos Graus. Perder-se-á na busca por documentos e analogias e não chegará a uma conclusão. Ainda assim é um pensamento necessário, fundamental à compreensão objetiva dos aspectos da realidade que formam o tecido histórico da Maçonaria.

Por outro lado, quando buscamos respostas no pensamento gnóstico, por vezes não nos sentimos muito à vontade, pois sabemos dos riscos quando a mente envereda por caminhos ocultos. Até do risco da exposição ao ridículo. Meditando, no entanto, sobre a quarta instrução do Grau de Companheiro é possível encontrar inspiração para definir os graus superiores no contexto da persistência existencial, pois ainda que duramente criticados, acusados de sequelas da vaidade humana, resistiram; então, necessário é encontrar uma utilidade. A definição que se segue, pretenciosa à primeira vista, poderá expor outro sentido na continuação da leitura do texto. Assim, nessa pessoal interpretação, os Altos Graus da Maçonaria seriam como o Maço para o Cinzel. Na lapidação da pedra bruta a destreza do Cinzel se manifesta através da força imposta pelo Maço. Diz uma instrução do Aprendiz, “O Maço é instrumento importante e nenhuma obra poderá ser acabada sem ele. Ensina-nos, também, que a habilidade sem o emprego da razão, é de pouco valor, e que o trabalho é uma obrigação do homem. Inutilmente, o coração conceberá, e o cérebro projetará, se a mão não estiver pronta a executar o trabalho”. A Maçonaria Simbólica seria o Cinzel e os Altos Graus, o Maço. Sim, forte, mas é preciso dar utilidade aos Altos Graus, que persistem até nossos dias. Abdicar das críticas que já percorreram séculos e que mais causaram malefícios do que a própria compreensão da existência. Superada então essa incompletude do entendimento humano, vamos procurar encontrar o porquê dos Graus Superiores.

Há essencialmente duas formas de responder a essa pergunta. Uma mais pragmática, objetivando o princípio de utilidade de que nos falam os filósofos utilitaristas: “- Uma ação será tanto melhor, do ponto de vista moral, quanto melhor pudermos tirar dela-“.

Observem nossas reuniões na Maçonaria Simbólica. Invariavelmente nos deparamos tratando de assuntos profanos (promoções, questões de ordem administrativa e financeiras, beneficência). Consequentemente, absorvemos também os conflitos profanos (desentendimentos, vaidades, lutas pelo poder, questões de ordem pessoal, rachas dentro das lojas, vicissitudes da vida mundana). Não dedicamos ou dedicamos pouco espaço para o estudo e para a construção do ser social que deveria duplicar no mundo profano os ensinamentos adquiridos entre colunas. Traçando o sentido inverso, profanamos o templo com nossas mazelas humanas.

Seguindo o princípio de utilidade proposto, podemos então, até que purifiquemos nossas reuniões simbólicas, reservar o estudo para os Altos Graus, onde não há espaço ou justificativa para questões profanas. Reconstruindo o mestre maçom nos graus superiores pela razão, pelo estudo, pela meditação, acionaremos o princípio ativo que já está contido na sequência dos três primeiros graus (a verdadeira Filosofia Maçônica iniciada na Câmara de Reflexões). É o maço agindo sobre o cinzel, sem que o cinzel perca o seu resplendor. Só por isso já justificaria reforçarmos as colunas das lojas de perfeição, dos capítulos, conselhos de Kadosch e consistórios.

O outro lado da resposta reside naquele aspecto místico da construção interna do homem. A busca pelo Eu Superior, na construção do ser social, que ascendendo pela escada de Jacó transmuta o desejo de receber pelo desejo de doar. Mas essa é uma questão tão profunda que me reservo no dever de, por hora, deixar à meditação dos queridos irmãos.

Dedicatória: Dedico este texto de reflexão ao ilustre e saudoso Ir.´. OSMAR ANTONIO MATIA (T.´.V.´.P.´.M.´. da Loja de Perfeição “Theodomiro Salgado”, Vale de Catanduva/SP), pelo seu amor e dedicação à Maçonaria, pela sua eterna amizade e carinho, pelo pai dedicado, amado esposo, sogro, avô carinhoso, irmão e um espírito iluminado que habitou entre nós. Que o G.´.A.´.D.´.U.´. ilumine a sua memória e o acolha em sua eterna Luz.

* Loja “Deus, Pátria e Amor” 08 Or.´. Pindorama/SP GLESP. Loja de Perfeição “Theodomiro Salgado” Vale de Catanduva/SP SC33 Referências:URBANO JÚNIOR, Helvécio de Resende. Maçonaria: simbologia & kabbala. São Paulo/SP: Madras Editora, 2010.RAGON, J.M.. Ortodoxia Maçônica seguido de, A maçonaria oculta, e de, a iniciação hermética. São Paulo: Madras Editora, 2006.CASTELLANI, José. Curso Básico de Liturgia e Ritualística. Londrina/PR: A Trolha, 2007.CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto. A Maçonaria Escocesa Fatos, Verdades e Realidade. Londrina/PR: A Trolha, 2009FORTUNE, Dion. Preparação e Trabalho do Iniciado. São Paulo/SP: Editora Pensamento, 1984.Fonte: < > Acesso em 30/8/2013. http://www.rogmauri.blog.br/blog/?p=307

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Na noite do dia 17 de agosto o Presidente da Academia Paraibana de Letras

Maçônicas (APLM), Acad:. Edgard Bartolini Filho, presidiu sessão literária oportunidade em que o Confrade Guilherme Travassos Sarinho ministrou palestra intitulada “Marechal José

Pessoa O herói que a Paraíba esqueceu”.Durante a conferência foi abordada a vida e a obra do paraibano José Pessoa

Cavalcanti de Albuquerque, natural de Cabaceiras. Este vanguardista foi herói na Primeira Guerra Munidial. Idealizador da Academia Militar de Agulhas Negras. Um dos precursores do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN), atual Petrobras. Presidiu a Comissão de Localização da Nova Capital do Brasil tendo, em menos de um ano, apresentado o projeto que originou o atual Plano Piloto.

O palestrante comprovou que o homenageado é mais um insigne brasileiro esquecido pela história oficial, atualmente interessada em criar “heróis de barro”.

A população de Cabaceiras se orgulha de ser a "Roliúde Nordestina" e de promover a “Festa do Bode Rei”, entretanto, não fomenta figuras notáveis que nasceram no município e se constituem em referencias nos cenários nacional e internacional.

Seria de bom alvitre que, antes do “pão e circo”, as autoridade cabaceirenses homenageassem este herói e outros filhos ilustres como Camille Cabral, Evilásio Cavalcante Farias e Félix Araújo.

Um povo que não divulga sua história terá um futuro questionável. A Maçonaria, como uma Instituição progressista e de estudos e pesquisas, busca incrementar o reconhecimento histórico em qualquer seguimento da atividade humana.

Parabéns a direção da APLM e ao Acadêmico Guilherme Travassos Sarinho. No final dos trabalhos o Acadêmico Cícero Caldas Neto, Secretário do Sodalício, comunicou que os trabalhos para criação do Instituto Histórico da Maçonaria Paraibana estão adiantados. A finalidade desta associação, dentre outras, é desenvolver, através de pesquisas, o conhecimento da História da Maçonaria paraibana.

PALESTRA NA APLM

Acad:. Guilherme Sarinho

Acadêmicos que prestigiaram a conferência

WALTER COLOMBAROLLI ASSUME INSTITUTOHISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS

O Secretário de Relações Exteriores da Excelsa Congregação dos Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito do Brasil, integrante da Alianza Internacional Masónica Escocesa (AIME), instituição que reúne as Potências Escocesas que seguem a orientação do Supremo Conselho da França, o segundo mais antigo do mundo, Irmão Wagner Colombarolli, assumiu a Presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, sediado em Belo Horizonte, fundada há mais de 106 anos e considerada a mais antiga Casa de Cultura do Estado. O novo Presidente substitui o também Irmão Jorge Lasmar, ilustre Jurista e Alto Dignitário da referida Potências Filosófica.Ir:. Wagner Colombarolli

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A CONVENÇÃO DE LAUSANNE ( 1875 ) NA HISTÓRIA DO RITO ESCOCÊSANTIGO E ACEITOPOR JEAN-PAUL MINSIER

TRADUÇÃO MOIZ HALFON, 33CORTEZIA: MANOEL OLEGÁRIO DA COSTA, 33

A Convenção de Lausanne constitui, mais que um título, uma etapa maior na História duas vezes centenária do Rito Escocês Antigo e Aceito; sua ressonância sobre a Ordem maçônica não foi negligenciada jamais. Para bem compreender todas as sessões é conveniente situá-la em seus contextos: histórico, maçônico, filosófico, religioso e político de 1875, mas também naqueles que a precederam. Nós limitaremos a evocar somente as razões que a motivaram no plano maçônico, suas conseqüências imediatas e suas repercussões ulteriores que influem ainda em nossos dias sobre as relações internacionais entre os Supremos Conselhos.

A Convenção de Lausanne não é uma inovação devida ao acaso das circunstâncias: a possibilidade de convocar uma Convenção Universal foi prevista pelo “Tratado de Aliança e de Confederação maçônica” assinado em Paris em 24 de fevereiro de 1834 entre os Supremos Conselhos da França, da Bélgica, do Brasil e do contestado “ Supremo Conselho do Hemisfério Ocidental “ (do Irmão conde Roume de Saint-Laurent) ao qual aderiram a seguir aqueles da Itália, das Duas Sicílias e da Espanha. Este Tratado foi uma primeira tentativa de união entre Supremos Conselhos. Seu Artigo I proclamava: “... desde este momento e a perpétuo, a união intensa e indissolúvel entre Supremos Conselhos... “ “se prestar apoio constante e . Idealistas, os contratantes declaram uma outra pretensão firme em todas as ocasiões e “se defender mutuamente contra as associações maçônicas irregulares”. O Tratado recordava sobretudo que em virtude das Grandes Constituições, não poderia existir senão um único Supremo Conselho por país e que nenhuma Potência do Rito Escocês Antigo e Aceito poderia se fundir com uma Potência de outro Rito. Os signatários se engajaram em manter os princípios do Escocismo, a independência e a integridade de cada Supremo Conselho e adotaram como lei fundamental do Rito Escocês Antigo e Aceito a versão latina das Grandes Constituições do Irmão Roume de Saint-Laurent. Finalmente, este Tratado previa a troca de Grandes Representantes entre Supremos Conselhos e a dos delegados dos Supremos Conselhos reunião a cada cinco anosaliados. Infelizmente, todas estas prometidas disposições se revelaram mais fáceis de serem formuladas que concretizadas: foi necessário esperar por quatro décadas para que a Convenção de Lausanne realizasse a primeira tentativa.

A CONVENÇÃO DE LAUSANNE (6 a 22 DE SETEMBRO 1875)

Face aos distúrbios políticos, sociais e religiosos que perturbavam fortemente a vida das Jurisdições, muitos Supremos Conselhos entenderam que havia chegado o tempo de reatualizar o “Tratado de União, de Aliança e de Confederação” de 1834 para permutar sobre a situação do mundo profano e da Maçonaria, proclamar os princípios do Rito Escocês Antigo e Aceito, harmonizar a prática, instaurar um , modus vivendi entre Jurisdiçõesprever as trocas e os reencontros internacionais regulares.

Em primeiro lugar foi questionado o local da reunião. A Jurisdição Sul dos Estados Unidos propôs Washington para 1874; a distância dissuadiu os Supremos Conselhos europeus que sugeriram Bruxelas, mas o Supremo Conselho para a Bélgica declina a oferta em razão da complexidade da situação maçônica belga do momento. Finalmente, todo o mundo se une em torno da idéia de confiar a organização desta Convenção Universal ao último dos Supremos Conselhos em data de antigüidade, o da Suiça (constituído em 30 de novembro de 1873 pelo Supremo Conselho da França).

As reuniões da Convenção ocorreram em Lausanne de 6 a 22 de setembro de 1875 e se dividiram em onze sessões plenárias intercaladas por jornadas de trabalhos em Comissões. Cinco pontos importantes foram tratados :• a redação de uma versão modificada das Grandes Constituições de 1786.• a elaboração de uma Declaração dos Princípios e de um Manifesto.

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• a instauração de um novo “Tratado de União, de Aliança e de Confederação” entre os Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito.• o estabelecimento de um Telhador dos trinta e três graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.• o reconhecimento da regularidade de onze Supremos Conselhos dos vinte e dois existentes até então.

Os participantes

Por ordem de antigüidade de criação :• o Supremo Conselho da França (1804), representado pelos Mui Ilustres Irmãos Georges Guiffrey (Grande Chanceler), Jules Le Batteaux, François Delongray, Eugène Barre, Louis Jousserandot. O Grande Comendador Adolphe Crémieux, impedido, apenas participou das duas últimas sessões. • o Supremo Conselho da Itália (1805), representado pelo Mui Ilustre Irmão Timothée Riboli.• o Supremo Conselho da Bélgica (1817), representado pelos Mui Ilustres Irmãos Henri-Joseph Pappaert, Édouart

Cluydts, P.C. de Bie• o Supremo Conselho da Irlanda (1826)• o Supremo Conselho do Peru ( 830)• o Supremo Conselho da Inglaterra (1845), representado pelos Mui Ilustres Irmãos John Pulteney Montagu, Robert Hamilton, Hugh David Sandeman.• o Supremo Conselho da Escócia (1846), representado pelo Mui Ilustre Irmão L. Mackersy• o Supremo Conselho de Colon (Cuba) (1859), representado pelo Mui Ilustre Irmão David Elias Pierre• o Supremo Conselho de Portugal (1869)• o Supremo Conselho da Hungria (1871)• o Supremo Conselho da Grécia (1872)• o Supremo Conselho da Suiça (1873) representado pelos Mui Ilustres Irmãos Jules Besançon (Mui Poderoso Soberano Grande Comendador), Antoine Amberny (Lugar Tenente Grande Comendador), Jules Duchesne (Grande Chanceler), Louis Ruchonnet (Grande Orador), Eugène Dulon (Grande Tesoureiro), Henri Pachoud (Grande Capitão das Guardas).

As Sessões Plenárias

A Sessão inaugural de 6 de setembro

Ela foi consagrada ao discurso de boas vindas do Grande Comendador do Supremo Conselho da Suiça, Jules Besançon, o qual precisou o quadro e o objetivo dos Trabalhos da Convenção, seguido daquele do Grande Orador Louis Ruchonnet que evocou as metas da Franco Maçonaria. Em resposta, e em nome dos Supremos Conselhos presentes, o Grande Chanceler do Supremo Conselho da França, Georges Guiffrey, agradece aos Irmãos suíços pela sua hospitalidade depois evoca a grandeza da empreitada que aguarda os delegados:

“Nos erguemos, diz ele, em nome da consciência, em nome do livre pensamento. Pregamos o empenho de difundir a instrução e a ciência ao nosso redor, único meio de ensinar aos homens a conhecer seus direitos e seus deveres”.Estes três discursos, revelam já as empreitadas dos delegados :• proclamar os princípios do Rito Escocês Antigo e Aceito• promover a união mais íntima dos Supremos Conselhos• dissipar as prevenções e as desconfianças que poderá suscitar a Convenção• participar de regeneração e do progresso da humanidade pelo desenvolvimento das faculdades individuais• superar as divisões e realizar a universalidade maçônica para além das fronteiras e as distâncias• se comprometer em difundir a instrução e a ciência em nome da consciência e do livre pensamento.

Uma comissão de verificação dos poderes dos delegados é formada a seguir: são admitidos como regulares as delegações dos Supremos Conselhos da França, da Inglaterra, da Bélgica, da Escócia, da Hungria, da Itália e da Suíça; a de Colon (Cuba) é colocada em discussão. Depois o Grande Comendador Besançon anuncia a abertura da Convenção.

Muitas decisões são então tomadas: a Secretaria da Convenção será composta dos Oficiais titulares do Supremo Conselho organizador, cada Potência maçônica só poderá emitir um voto (qualquer que seja o número de seus representantes), três Comissões serão criadas : • a Primeira (composta de três membros), encarregada de verificar os poderes dos delegados podendo ser colocados em discussão,• a Segunda (composta de cinco membros) encarregada de estudar as modificações a serem apresentadas às Constituições, Estatutos e ao Tratado de Aliança de 1834,• a Terceira (composta de cinco membros) para examinar todas as outras questões.

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Segunda Sessão (7 de setembro)

Foi decidido enviar um telegrama ao Mui Ilustre Irmão Adolphe Crémieux e discutir o relatório da Comissão de verificação dos poderes :• o Supremo Conselho da Grécia transferiu os poderes ao Mui Ilustre Irmão Mackersy (do supremo Conselho da Escócia) para o representar, este pedido é aceito ( mas foi decidido que, qualquer que seja o número de Supremos Conselhos que represente, todo delegado só terá direito a um voto),• a solicitação do Supremo Conselho de Palermo foi recusado bem como a do Grande Oriente Nacional do México do Rito Escocês Antigo e Reformado; a do Supremo Conselho de Colon (Cuba) foi aceita malgrado um litígio jurisdicional com o Supremo Conselho da França concernente à ilha de Saint-Thomas.

Terceira Sessão (9 de setembro )

O delegado da Escócia ( também representando a Grécia ) deixa a Convenção e se explica com uma carta que será lida dia 13.• O Mui Ilustre Irmão Benjamin Odio 33º , foi reconhecido na qualidade de delegado do Supremo Conselho de Colon ( Cuba ).• O Mui Ilustre Irmão David Elias Pierre do Supremo Conselho de Colon (Cuba) evoca as perseguições que sofrem os Irmãos de Porto Rico. Considerando que os deveres políticos ou religiosos estão fora de suas atribuições, a Convenção passa à ordem do dia.

Quarta Sessão (11 de setembro)

A solicitação de admissão à Convenção do Supremo Conselho da Espanha, não reconhecido, é recusada.

O trabalho da Segunda Comissão (encarregada do exame e da revisão das Grandes Constituições de 1786) é instruído. O projeto é discutido e adotado artigo por artigo depois em seu conjunto, por unanimidade dos Supremos Conselhos representados na Convenção. A redação definitiva (formulada em francês e assinada pelos delegados) será disponibilizada nos arquivos do Supremo Conselho da Suíça e terá força de lei para os Supremos Conselhos Confederados; um exemplar traduzido para o latim será endereçada a cada Supremo Conselho.

Quinta Sessão (13 de setembro)

A mensagem do Mui Ilustre Irmão Mackersy (que deixou a Convenção em 9 de setembro) é lida: o delegado da Escócia e da Grécia justifica sua saída pelo fato que não poderia subscrever, em nome dos Supremos Conselhos que representava, a ausência da afirmação de um Deus pessoal nas definições do Grande Arquiteto do Universo adotadas pela Comissão.

A solicitação de representação do Supremo Conselho da Itália no Vale de Sebeto (Oriente de Nápoles) é rejeitada. As dos Supremos Conselhos do Peru e de Portugal são aprovados (o Mui Ilustre Irmão Amberny, do Supremo Conselho da Suíça os representará).

O Mui Ilustre Irmão Henri-Joseph Pappaert, do Supremo Conselho da Bélgica, relator da terceira Comissão, expõe a “Declaração dos Princípios do Maçom escocês” ; esta é discutida artigo por artigo e aprovada por unanimidade depois de emendas e modificações.

Sobre a proposta do Supremo Conselho da França de adotar o lema “Liberdade Igualdade Fraternidade “ para o Rito, a Convenção decide que o lema geral de todos os Supremos Conselhos permanecerá “Deus Meumque Jus “ mas que cada Supremo Conselho será livre para escolher como sub-lema aquele que lhe parecer melhor.

Foi decido que a bandeira da Ordem permanecerá a mesma mas que a Águia será de ouro (em lugar de preto) e que uma bandeirola saindo dos dois bicos da Águia será semeada de tantas estrelas quantos forem os Supremos Conselhos Confederados.Os diferentes graus do Escocismo atualmente em vigor são examinados um após o outro e adotados. São determinados de maneira formal os sinais, palavras toques e aclamações afim de tornar uniformes os meios pelos quais os Maçons possam se reconhecer no mundo inteiro. Cada Supremo Conselho regulará por decretos especiais as questões e os pontos deixados em suspenso. O Supremo Conselho da Suíça é encarregado de estabelecer um Telhador geral do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Sexta Sessão (15 de setembro)

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A ordem do dia trata da discussão sobre as relações que poderiam existir entre os Supremos Conselhos Confederados e os Grandes Orientes de outros Ritos. Sobre a proposta do Mui Ilustre Irmão Guiffrey, modificada no decorrer da análise, a seguinte redação é mantida artigo por artigo depois aprovada em seu conjunto por unanimidade dos delegados :• § 1) Os Supremos Conselhos Confederados poderão, após declaração prévia, continuar as relações amistosas com certos corpos maçônicos, emboras estes corpos não sejam regulamente reconhecidos, mas desde que tenham sido estabelecidas anteriormente à presente Convenção.• § 2) Este acerto entre um Supremo Conselho Confederado e outros corpos maçônicos da Jurisdição não compromete em nada os outros membros da Confederação. • § 3) Todo corpo maçônico estranho ao Escocismo que não reconhece o Supremo Conselho de seu país, não poderá ser admitido a nenhum gênero de relações por nenhum dos Supremos Conselhos Confederados.• § 4) Os Graus similares àqueles do Escocismo, acima do grau de Mestre, conferidos por um corpo maçônico local não são reconhecidos pelos Supremos Conselhos Confederados ; em conseqüência, não serão admitidos nas Oficinas Escocesas os Irmãos, até e inclusive o grau de Mestre, dependentes de uma outra Potência maçônica e na extensão da Jurisdição de cada um dos Supremos Conselhos Confederados.• § 5) Os Maçons pertencentes a corpos não regularmente reconhecidos não poderão gozar dos privilégios reservados aos Membros que fazem parte da Confederação, sem se colocarem sob a obediência do Supremo Conselho Escocês constituído no território onde estão estabelecidos, e obtendo a regularização de seus títulos maçônicos a partir do terceiro grau.

(As cinco decisões acima serão intercaladas no Tratado de Aliança dos Supremos Conselhos Confederados do qual formarão o Artigo XVIII ).

O Presidente da Convenção propõe que, como símbolo do trabalho ao qual são sujeitos os Maçons de todos os graus, os Irmãos possuidores um dos graus acima daquele de Mestre, continuem a usar seu Avental em Loja simbólica: proposta adotada por unanimidade.

Sétima Sessão (16 de setembro)

A discussão é aberta sobre o projeto de “Tratado de União, de Aliança e de Confederação “. O Mui Ilustre Irmão Jules Le Battteaux, relator da segunda Comissão, dá conhecimento de cada um dos artigos que são discutidos, corrigidos por emendas e adotados um após outro, depois o Tratado é aprovado definitivamente em seu conjunto por unanimidade.

A Convenção convenciona como base de suas deliberações e de suas resoluções os sete pontos principais das doutrinas antigas e imprescritíveis da Ordem e uma declaração de princípios, a saber :Para os pontos da doutrina :

1º ) A Franco Maçonaria é uma instituição de fraternidade universal cuja origem remonta ao berço da humanidade; ela tem como doutrina o reconhecimento de uma força superior da qual ela proclama a existência sob o nome de “Grande Arquiteto do Universo “;

2º ) Todos os verdadeiros Maçons, qualquer que seja sua pátria, formam uma só família de Irmãos espalhados sobre a superfície da Terra; eles compõem a Ordem maçônica;

3º ) Cada Supremo Conselho governa, através dos estatutos gerais, as Oficinas de sua Obediência; seu poder é soberano e independente em toda extensão de sua jurisdição territorial, mas sem poder atingir as leis gerais do Escocismo e os estatutos fundamentais do Rito;

4º ) Atentar à independência de um Supremo Conselho regular e reconhecido, é atentar à independência de todos os outros; é perturbar a Ordem em seu todo;

5º ) A Ação de um Supremo Conselho não pode legalmente se estender além dos Maçons de sua Obediência;

6º ) O primeiro dever de um verdadeiro Maçom é a fidelidade à sua pátria ; ele tem entre numerosas obrigações as mais sagradas o respeito aos juramentos que o unem ao seu Rito, à sua Loja onde recebeu a Luz, á Potência maçônica da qual recebeu seus poderes ;

7º ) A missão de todas as Oficinas do Rito Escocês Antigo e Aceito é trabalhar para a Ordem ; a dos Supremos Conselho é lhes ensinar a doutrina maçônica e direcionar suas ações para a pureza dos princípios e para a observação dos estatutos fundamentais da Ordem.

O “Tratado de União, de Aliança e de Confederação “ é assinado pelos delegados de nove Supremos Conselhos (dos quais três por representação) além dos vinte e dois que serão reconhecidos no dia seguinte. Após o lema do Rito Escocês Antigo e Aceito “Deus Meumque Jus “, assinarão em nome :• do Supremo Conselho da França : Adolphe Crémieux, Geoges Guiffrey, Julles Le Batteaux.• do Supremo Conselho da Itália : Timthée Riboli e David Levy.• do Supremo Conselho da Bélgica e dos Países Baixos : Henri-Joseph Pappaert, Édouard Cluydts.

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• do Supremo Conselho da Inglaterra e do País de Gales : Robert Hamilton, John Pulteney Montagu, Hugh David Sanderman.• do Supremo Conselho de Colon (Cuba) : David Elias Pierre, Benjamin Odio.• do Supremo Conselho da Suíça : Jules Besançon, Jules Duschesne, Henri Pachoud, Louis Ruchonnet.

Assinarão à margem igualmente os Mui Ilustres Irmãos Suíços Eugène Baud (representante do Supremo Conselho da Hungria ) e Atoine Amberny (representante dos Supremos Conselhos de do Peru e de Portugal).

Oitava Sessão (17 de setembro)

Por proposta do Supremo Conselho da França, a Convenção apresenta uma lista de vinte e dois Supremos Conselhos Reconhecidos e Regulares com delimitação de sua Jurisdição territorial. Fica decidido que esta lista irá figurar no apêndice do Tratado.

Nona Sessão ( 20 de setembro )

Anunciada a chegada de Adolphe Crémieux que assistirá a próxima Sessão da Convenção.O Mui Ilustre Irmão Le Batteaux desenvolve esta proposta :

“Autorizar os Supremos Conselhos a fazer no texto dos Juramentos e Compromissos maçônicos de cada grau, as modificações que julgarem necessárias, para os deixar em harmonia com os hábitos de seu respectivo país “.

Esta é adotada. O Mui Ilustre Irmão Pappaert propõe um aditivo que também será consagrado por unanimidade :

“Nas fórmulas do Juramento, os Supremos Conselhos, sempre levando em conta os usos, costumes e crenças dos Maçons de sua Obediência, terão a preocupação, como sanção, de invocar ainda e sem a omitir, a honra e a lealdade de homem e de Maçom. Quando um Supremo Conselho tiver reformado ou revisado as fórmulas dos Juramentos, todas as Lojas, bem como todos os Capítulos, Conselhos, Areópagos, ou todas as outras Oficinas de sua Obediência não poderão mais empregar as outras “.

Décima Sessão ( 21 de setembro )

A ordem do dia designa a leitura do relatório sobre o estado da Maçonaria na Espanha pelo Mui Ilustre Irmão Benjamin Odio. A Convenção decide de não levar em consideração o pedido de reconhecimento de um poder neste país pelo fato de que os Irmãos do 33º grau que constituíram um Supremo Conselho não conseguiram comprovar a sua regularidade. O Supremo Conselho da Suíça fica encarregado de obter as provas.

Discussão sobre um conflito de competência entre o Supremo Conselho dos Estados Unidas (Jurisdição Sul ) e o Supremo Conselho da França com respeito ao direito de jurisdição territorial sobre as Ilhas Sandwich (Hawai) ; foi decidido que o Supremo Conselho da França conservará este direito até o estabelecimento de um Supremo Conselho Nacional neste território (que será anexado aos Estados Unidos em 1898).

Acolhida do Mui Ilustre Irmão Adolphe Crémieux.A Convenção constata a existência de um Supremo Conselho no Brasil mas que duas autoridades

pretendem este título: um acordo mútuo entre eles é esperado e, em caso de insucesso, eles serão convidados a apelar dentro das normas previstas ao Artigo VII do Tratado de Aliança.

A obrigatoriedade da frase “À Glória do Grande Arquiteto do Universo“ é colocado em discussão. Foi decidido a tornar obrigatória para as Oficinas que estão sob a direção imediata dos Supremos Conselhos Confederados.

No futuro os Supremos Conselhos seguirão o calendário gregoriano.

Decima Primeira Sessão (22 de setembro de 1875)

A direção dos Trabalhos é confiada ao Mui Ilustre Irmão Adoplhe Crémieux.A questão de saber se convém liberar para publicidade um sumário dos Trabalhos da Convenção é

levantada. O Mui Ilustre Irmão Adolphe Crémieux, reconhecendo que o sumário não ofereceria um grande atrativo para o público, prefere que seja redigido um “Manifesto” contendo a “Declaração de Princípios”. É encarregado, com os Mui Ilustres Irmãos Besançon e Montagu, de redigir este “Manifesto”.

O Mui Ilustre Irmão Besançon, retomando a direção dos Trabalhos, anuncia que o jornal maçônico A Verdade se tornará o Boletim Oficial da Confederação dos Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito.

O Mui Ilustre Irmão Guiffrey, em nome dos Supremos Conselhos, agradece ao Supremo Conselho da Suíça pela acolhida aos delegados bem como pela preocupação tida para a organização e o sucesso da Convenção.

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Inicia-se então o encerramento da Convenção: O Mui Ilustre Irmão Besançon pronuncia a alocução final evidenciando os resultados obtidos :

• conclusão da obra de 1786 adequando as Grandes Constituições às aspiações da época ; • fortalecimento das bases do Tratado de Aliança entre os Supremos Conselhos e maior estreitamento dos laços que os unem ;• redação de um “Manifesto” caloroso endereçado a todos os amigos da “Luz e do Progresso “ afim de lutar juntos contra a intolerância e os preconceitos.

Anuncia o encerramento da Convenção de Lausanne pela fórmula : “Em nome de Deus, de São João e dos Supremos Conselhos Confederados “ depois fecha os

Trabalhos conforme o Ritual do 33º e último grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.

O BALANÇO DA CONVENÇÃO DE LAUSANNE

Pode-se estimá-lo muito positivo, realista e futurista. Infelizmente, sua sabotagem e, por conseqüência, sua não aplicação, provaram, embora não o digam seus difamadores, que era visionário e previdente, como o confirmará a seguir a História do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Se bem que somente nove Supremos Conselhos dos vinte e dois reconhecidos participaram (deve-se a um dado momento, constituir um núcleo inicial para que venham a seguir se agregar outros Supremos Conselhos), esta Convenção Universal conseguiu um trabalho considerável:

adaptar à sua época o primeiro “Tratado de União, de Aliança e de Confederação” de 1834 (que ainda não tinha sido aplicado quarenta anos após sua assinatura) ;

definir os princípios do Rito ; formular os fundamentos de sua co-gestão através do conjunto dos Supremos Conselhos ;

ratificar as relações passadas estabelecidas entre Jurisdições ou Potências maçônicas de outros Ritos e fixar as condições destas a porvir ;

encontrar as disposições jurídicas para desfazer as diferenças entre Jurisdições. Desta forma, tomam-se as medidas capitais que irão garantir (se elas fossem aplicadas) uma harmonização da prática do Rito no mundo, o respeito mútuo da soberania e da independência dos Supremos Conselhos, as condições e meios para instaurar laços estreitos e iguais entre eles, as bases jurídicas da perpetuação do Rito, a saber :• definição coletiva dos Princípios do Rito Escocês Antigo e Aceito e dos critérios de sua regularidade ;• delimitação dos territórios devolutos às Jurisdições ;• garantia da soberania inalienável dos Supremos Conselhos ;• instituição de um tribunal para solucionar as diferença e examinar os recursos ;• determinação das condições de criação de novos Supremos Conselhos : nenhum Soberano Grande Inspetor do 33º grau poderá tomar pessoalmente a iniciativa de uma criação sem o aval de todos os membros da Confederação e sem ter obtido a aprovação da maioria ;• determinação das condições de nomeação: nenhum cidadão de um país compreendido na Jurisdição de um Supremo Conselho Confederado poderá ser promovido a nenhum dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito pela autoridade de um outro Poder maçônico, sem o consentimento daquele da Jurisdição do qual desfruta os direitos de cidadão, mesmo que resida temporariamente na Jurisdição deste outro Poder;• decisão de tornar obrigatório a dedicação dos Trabalhos “À Glória do Grande Arquiteto do Universo “ para todas as Oficinas que estão sob a direção imediata de um Supremo Conselho (o que torna a dizer que sua própria regularidade, relativamente ao Grande Arquiteto do Universo, não é necessariamente ligada àquela de uma Obediência gerando os três primeiros graus do Rito) ;• escolha das definições do “Grande Arquiteto do Universo” não exclusivamente teístas mas abertas a outra aproximações da espiritualidade dentro do respeito da liberdade de consciências individuais.

A ausência desta regulamentação internacional vai arruinar toda possibilidade de assentar a universalidade do Rito sobre bases jurídicas sólidas, elaboradas coletivamente para uma aplicação livremente consentida pelos contratantes. Todas as divisões (notadamente aquela, catastrófica para o rito, consecutiva aos acontecimentos de 1965 na França), todos os desvios que resultaram da não observância de um Telhador comum, todos os abusos de poder que se apropriaram de certas Jurisdições, resultaram da contra ofensiva anglo-americana de Edimburgo, que em 1877, desmoronará a obra de Lausanne.

EDIMBURGO (1877) OU A NEGAÇÃO DE LAUSANNE

De volta para seus respectivos Supremos Conselhos, os participantes da Convenção de Lausanne prestaram conta a seus pares dos frutos seus trabalhos elaborados, discutidos e corrigidos em comum depois todos adotados por unanimidade.

Infelizmente, este belo acordo não resiste por muito tempo : reviravoltas se produzem rapidamente a

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propósito das definições do “Grande Arquiteto do Universo” (como foi previsto pela partida antecipada do representante do Supremo Conselho da Escócia ).

Os delegados franceses, retornando confiantes a Paris, pensavam que a calma poderia voltar em suas Oficinas com o retorno;

o Grande Chanceler Guiffrey, na Festa Solsticial de 22 de dezembro de 1875, declara com satisfação : “... Esta fórmula é tão geral e tão vaga que às vezes deixa a porta aberta a todas as explicações, a

todas as declarações. Quem pode sondar o insondável que está encerrado nestas palavras, o Grande Arquiteto do Universo ? É conveniente respeitar a consciência individual em qualquer acantonamento que ela possa ser colocada... “

o Grande Comendador Crémieux, em 1º de maio de 1876:“... Nossos braços estão abertos para todas as convicções. Nós não damos nenhuma forma ao

Grande Arquiteto do Universo, nos deixamos a cada um a inquietação de pensar o que quiser. Quanto a nós, nos inclinamos diante do Infinito, do Incompreensível e não impomos mais a religião de Júpiter que aquela de Adonai : todas são iguais perante nossos olhos.. “ .

Foi esquecida o ponto de vista teísta dos partidários decididos das Religiões do Livro. O Supremo Conselho dos Estados Unidos (Jurisdição Sul), que não havia participado da Convenção de Lausanne e não se fez representar, foi o primeiro a contestar as decisões, seguido dos Supremos Conselhos da Escócia e da Grécia (todos os dois representados em Lausanne pelo Mui Ilustre Irmão Mackersy que abandonou o local sem ter participado da discussão plenária onde poderia dar sua opinião e curvar as opiniões da Convenção), da Irlanda, da América Central (Costa Rica) ou seja cinco Supremos Conselhos dos vinte e dois reconhecidos em Lausanne (menos de ¼ portanto).

Estes decidiram reformular a Declaração de Princípios num sentido mais restritivo e resolutamente teísta, impondo as crenças em um Deus pessoal e no dogma cristão de imortalidade da alma, em desprezo da liberdade de consciência dos Irmãos:

“A Franco Maçonaria proclama, como tem proclamado desde as origens, a existência de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e a imortalidade da alma”; acrescentando depois uma cláusula de fé, declarando “necessário e fundamental a crença em Deus, verdadeiro e vivente” sempre deixando a cada um a preocupação “de adorar Deus na forma que julgar em sua consciência devendo Ele ser o mais agradável”.

Uma cisão desta forma se instaura entre os Supremos Conselhos partidários de impor as crenças religiosas a seus membros, e aqueles, mais tolerantes e não dependentes das Igrejas que, sem serem ateus, entendiam entretanto preservar as liberdades de pensamento e de consciência individuais.

Expliquemos as posições de uns e de outros. O Grande Comendador Albert Pike da Jurisdição Sul dos Estados Unidos (adepto episcopal que, por outro lado, não apreciou que a jurisdição das Ilhas Sandwich fora confiada ao Supremo Conselho da França) se emociona:

“Nenhum Maçom de língua inglesa desejoso em proclamar sua não crença ao deus de seus pais, nem sua fé em um princípio criador, frase sem significado que anula o Deus da Justiça e da bondade, a Providência protetora de nossa existência cotidiana, destrui com mesmo golpe a Religião e derruba os altares de toda Fé e de toda a Maçonaria“.

Constatamos, por sua viva reação, que Pike não adota uma posição filosófica neutra mas que se apresenta como partidário de um Deus pessoal e se coloca como defensor da religião que então, prudentemente, Lausanne quis descartar a Maçonaria deste terreno. Como o “Tratado de União, de Aliança e de Confederação “ define o “Grande Arquiteto do Universo” ? Ao utilizar expressões diferentes que à primeira vista poderiam fazer crer a ambigüidade, mas que, de fato, permitem admitir e manipular os pontos de vista teísta, deísta ou agnóstico.

Eis as formulações:1º no preâmbulo: “A Franco Maçonaria é uma instituição de Fraternidade universal cuja origem

remonta ao berço da sociedade humana; ela tem por doutrina o reconhecimento de uma Força Superior a qual proclama a existência sob o nome de Grande Arquiteto do Universo “.

2º na Declaração de Princípios: “A Franco Maçonaria proclama, como tem proclamado desde sua origem, a existência de um Princípio Criador sob o nome de Grande Arquiteto do Universo“.

3º no Manifesto: “Para elevar o homem diante de seus próprios olhos, para o torna digno de sua missão sobre a Terra, a Maçonaria afirma em princípio que o Criador Supremo deu ao homem como bem mais precioso, a liberdade, patrimônio da humanidade toda, reinando do alto, o qual nenhum poder tem o direito de extinguir nem de reduzir e que é a busca dos sentimentos de honra e de dignidade “. (estas três definições são grifadas por mim ).

Para entender o não emprego da palavra “Deus” sujeito a polêmica por alguns Supremos Conselhos, nos coloquemos no contexto da época ; analisaremos a seguir o sentido exato das três definições de substituição.

O contexto de 1875 :• campanhas antimaçônicas redobradas, nos países católicos, depois que o papa perdeu em 1870 seu poder temporal ;

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- atitude ultra conservadora da Igreja católica que não se pronuncia globalmente contra a modernidade, as liberdades individuais e coletivas, os direitos do Homem, a democracia, o sufrágio universal, a ciência, a filosofia ; em conseqüência, a luta contra a empresa da Igreja surge, a esta época, como a condição obrigada da emancipação das pessoas e dos povos;• a radicalização da doutrina católica (infalibilidade pontifical, proclamação da afirmação: “ fora da Igreja sem salvação“) que vai de encontro à liberdade religiosa.

Será pouca surpresa que estas tomadas de posição que afetaram sobretudo os países maioritariamente católicos e originaram (nas populações como na Lojas maçônicas) uma rejeição à palavra “Deus” em nome de que eles eram proferidos, que eles tinham formado o leito do positivismo, do cientismo e do materialismo e que haviam motivado o envio do laicismo nos Estados. Estes fenômenos não afetaram (nas décadas que precederam Lausanne) as nações protestantes, em particular anglo-americanas, permaneceram ligadas às suas raízes religiosas e não cumpriram na justa medida a causa da exacerbação dos espíritos nos países católicos.

Teve a Convenção de Lausanne vontade de erradicar toda espiritualidade, de fazer professar o ateísmo ou abrir o caminho? Absolutamente não ; nós daremos conta que sua neutralidade religiosa não excluía nem o teísmo, nem o deísmo mas que ao evitar toda proclamação explícita, não queria mais impor uma crença precisa mas respeitar a liberdade de consciências individuais em matérias religiosas e filosóficas. Como primeiras provas:• a Convenção manteve o lema geral do Rito : “Deus e meu direito”;“Deus Meumque Jus”• o Presidente Besançon encerra a Convenção “Em nome Deus, São João e dos Supremos Conselhos Confederados”.

Quanto às três formulações utilizadas, elas deixam o campo livre às interpretações nas quais cada Maçom poderá encontrar seu entendimento:• “Criador Supremo “ para o teísta• “O Princípio Criador “ para o deísta• “ A Força Superior “ para o agnóstico.

Mesmo o Supremo Conselho da Inglaterra admite o erro do delegado da Escócia Mackersy em uma circular enviada em 26 de janeiro de 1876 as Oficinas de sua Jurisdição: “Se o delegado escocês permaneceu até o fim da Conferência, não deveria ter ousado emitir a declaração insustentável que o congresso não havia expresso sua crença em um Deus pessoal... pois o único ponto sobre o qual o Congresso insistiu fortemente, era de se colocar, como princípio fundamental do Rito Escocês Antigo e Aceito, a crença na pessoa de Deus, o Criador Supremo, o Grande Arquiteto do Universo “,

e a circular de reconhecer : “Um dos grandes intentos do Congresso foi de provar ao mundo através de seu Manifesto, que o Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria não admitiria jamais em suas fileiras qualquer pessoa que não acredite em Deus como um Deus pessoal, o Criador, o Autor e o Governador de toda coisa, o Jeová “.

Para apoiar sua afirmação, a circular recorda as três definições contidas no Tratado : Força Superior, Princípio Criador e Criador Supremo, antes de concluir: “Se estas palavras não designam o único Deus, que está acima de tudo, e que é um Deus pessoal, nenhuma língua será capaz de fazer “.

E durante este tempo Mackersy conseguiu fazer passar a desconfiança do ateísmo (ainda mais imperdoável porque ele não tinha participado da Convenção até o término) aos Supremos Conselhos um pouco excessivamente empenhados em acreditar em sua palavra. Bem rápido, duas atitudes muito conciliatórias deram ganho de causa aos partidários de Edimburgo. Para evitar uma divisão que predizia fatalmente a existência de duas Declarações de Princípios diferentes para o mesmo Rito, o novo Grande Comendador do Supremo Conselho da Suíça, Antoine Amberny, suplica ao Supremo Conselho da França de se opor à Declaração de Edimburgo, por ser um erro aceitar este último, mesmo provisoriamente, na esperança que a Convenção prevista para 1878 em Roma ou em Londres possa encontrar uma solução consensual. Duas atitudes conciliatórias mas falíveis em vez de deixar isolados alguns Supremos Conselhos muito minoritários e ausentes em Lausanne, irão suspender a aplicação do Tratado, farão hesitar os novos aderentes e permitir a qualquer signatário trocar de opinião. A Convenção de 1878 não pode se reunir: tendo terminado a Convenção de Lausanne. Desde então nenhuma Convenção universal do Rito Escocês Antigo e Aceito consegue se reunir. Assistiremos doravante ao aumento progressivo da força dos Supremos Conselhos teístas apoiados pelas Jurisdições americanas; estes últimos acabarão por se tornar lideres nas Conferências Internacionais, após o golpe de força de 1965 que isolou o último partidário da Convenção de Lausanne : o Supremo Conselho da França.

Continua no próximo número.

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O ILUSTRE MESTRE DO CONSELHO DE MAÇONS CRÍPTICO FILIPÉIA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES Nº 11, JURISDICIONADO AO GRANDE CONSELHO DE MAÇONS CRÍPTICOS DO BRASIL MISAEL MARTINS MARINHO, NO USO DAS SUAS ATRIBUIÇÕES ESTATUTÁRIAS E REGIMENTAIS, CONVOCA TODOS OS COMPANHEIROS FILIADOS AO CONSELHO CRÍPTICO E EM PLENO GOZO DOS SEUS DIREITOS ESTATUTÁRIO, A SE FAZEREM PRESENTES AO PROCESSO ELEITORAL DESTE ALTO CORPO MAÇÔNICO, QUANDO, ATRAVÉS DO VOTO PELO SUFRÁGIO UNIVERSAL SERÃO ESCOLHIDOS OS NOVOS DIRIGENTES (ILUSTRE MESTRE, MESTRE ADJUNTO E O PRINCIPAL CONDUTOR DOS TRABALHOS), DO MESMO, PARA O PERÍODO DE OUTUBRO DE 2013 A SETEMBRO DE 2014. A SESSÃO ELEITORAL SERÁ REALIZADA NO TEMPLO PRÓPRIO, LOCALIZADO NA RUA JOSÉ DO PATROCÍNIO Nº 33, EM CABEDELO, GRANDE JOÃO PESSOA/PB, ENTRADA PARA A PRAIA DO JACARÉ, ÀS 20.00 HORAS DO DIA 20 DE SETEMBRO DO ANO EM CURSO.

OUTROSSIM, COMUNICA, QUE SOMENTE PODERÃO POSTULAR OS RESPECTIVOS CARGOS DIRETIVOS OS COMPANHEIROS COLADOS, NO MÍNIMO, NO GRAU DE MESTRE ESCOLHIDO (ME), PORÉM, O PLENO EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO DO VOTO É EXTENSIVO A TODOS OS COMPANHEIROS A PARTIR DO GRAU DE MESTRE REAL (MR).

CABEDELO, GRANDE JOÃO PESSOA/PB, EM 30 DE AGOSTO DE 2013.

MISAEL MARTINS MARINHO Ilustre Mestre

CONSELHO DE MAÇONS CRÍPTICOS “FILIPÉIA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES” Nº 11Jurisdicionado ao Grande Conselho de Maçons Crípticos do Brasil

Rua José do Patrocínio nº 33 Cabedelo Grande João Pessoa/PB

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