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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO MARÍLIA SOUSA OLIVEIRA O MERCADO EXPORTADOR DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ALIMENTAR E SUA INFLUÊNCIA PARA A ECONOMIA NACIONAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁCURSO DE ADMINISTRAÇÃO

MARÍLIA SOUSA OLIVEIRA

O MERCADO EXPORTADOR DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ALIMENTAR E SUA INFLUÊNCIA PARA A ECONOMIA NACIONAL

ARAXA – MG2009

MARÍLIA SOUSA OLIVEIRA

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O MERCADO EXPORTADOR DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ALIMENTAR E SUA INFLUÊNCIA PARA A ECONOMIA NACIONAL

TCC apresentado à banca examinadora do curso de Administração do Centro Universitário do Planalto de Araxá. Como requisito para a obtenção do titulo de Bacharel em Administração.Orientador: Prof. Ms. Carlos Manoel de Oliveira

ARAXA – MG2009

MARÍLIA SOUSA OLIVEIRA

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O MERCADO EXPORTADOR DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ALIMENTAR E SUA INFLUÊNCIA PARA A ECONOMIA NACIONAL

TCC julgado e aprovado, para a obtenção do grau de Bacharel em Administração no Instituto de Ciências Exatas e Humanas do Centro Universitário do Planalto de Araxá.

Araxá, de Junho de 2009.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________Prof. Ms. Carlos Manoel de Oliveira

Orientador

_________________________________________________________Prof. Ms. Álvaro Francisco de Britto Junior

Examinador

ARAXÁ – MG2009

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus e, ao meu pai Maurício por estar ao meu lado

sempre e por ser esse pai-herói e que me ajuda todas as vezes que preciso. A minha mãe

Magali por ser esse exemplo de mulher com garra e que com seu esforço e trabalho alcança os

seus ideais, vocês são o meu espelho e espero retribuir o que vocês fazem por mim. Aos meus

irmãos Murilo e Muller que sempre apoiaram as minhas decisões e aos meus amigos que

tiveram a paciência e souberam entender os meus momentos de ausência.

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Agradeço a Deus por ter me feito entender que a vida é feita das coisas simples e que

basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável. Agradeço aos

meus amigos pelo apoio e por ter me feito entender que ainda tenho muito para aprender

nesse mundo, e dentre esses amigos está a Maria Janaína que me deu apoio na hora que mais

precisei e que sei que posso contar com ela em todos os momentos. E ao mestre o professor

Carlos Manoel por ter tido a paciência e a disposição de ter me auxiliado na execução e

conclusão deste trabalho. Um bom mestre tem sempre a preocupação de ensinar ao aluno a

desvencilhar-se sozinho.

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É melhor atirar-se a luta e busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estáticos como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem; que não conhecem a dor da derrota, mas não tem a gloria de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final da jornada na terra não agradecem a DEUS por terem vivido, mas desculpam perante Ele por terem simplesmente passado pela vida.

Bob Marley.

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RESUMO

OLIVEIRA, Marília Sousa. O Mercado Exportador do Sistema Agroindustrial Alimentar e sua influência para a economia nacional. Araxá, 2009.

Este trabalho consiste no desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica apresentando os principais ciclos do Sistema Agroindustrial Alimentar que tem como desafio proporcionar alimentos em quantidade e qualidade adequadas a toda população, a influência do comportamento do consumidor para a aquisição de alimentos para a qualidade de vida dos mesmos e procurando responder a pergunta problema: Qual a influência do mercado exportador para a economia nacional? Neste trabalho são apresentados conceitos de população e demanda de alimentos assim como as principais commodities exportadas pelos Brasil e qual a influência que eles têm na economia, a padronização e classificação do produto tem como efeito à abertura de oportunidades de investimentos para um maior número de empresas fornecedoras. Gráficos são apresentados para demonstrarem a transição demográfica da população e os índices dos principais produtos exportados pelo Brasil e sua variação de preços. Tem-se como objetivo identificar as principais commodities exportadas pelo Brasil, apresentar conceitos sobre a satisfação dos clientes, analisando as particularidades do Sistema Agroindustrial Alimentar e qual é o ciclo que o produto passa para ser exportado. É através da distribuição que os produtos tornam-se disponíveis portanto é de fundamental importância no ciclo da cadeia agroindustrial. Assim como identificar como o Sistema Agroindustrial Alimentar e sua influência para a economia do país.

PALAVRAS CHAVES: Commodities, Sistema Agroindustrial Alimentar, Exportação, Canais de distribuição, Comportamento do Consumidor.

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Listas de Gráficos

Figura 1: Teoria da Transição Demográfica.................................................................... 14

Figura 2: Situação Demográfica de Alguns Paises .......................................................... 15

Figura 3: População em Milhões ...................................................................................... 15

Figura 4: Referencias Estatísticas Internacionais ............................................................. 17

Figura 5: Representação da Cadeia Agroindustrial de Café .............................................43

Figura 6: Previsão da safra brasileira de café 2009/2010 (maio/2009).............................44

Figura 7: Cotações do café – safra 2009/2010...................................................................44

Figura 8: Exportação Mensal de açúcar (Refina e Bruto) pelo Brasil...............................45

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Lista de Abreviaturas

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

AIDA – Atenção, Interesse, Desejo, Ação

AWB – Airways Bill

B/L – Bill of. Lading

CSA – Commodity Sistem Approach

CTNbio – Comissão Técnica Nacional de Biosegurança

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FAO – Food and Agriculture e Organization

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OGM – Organismos Geneticamente Modificados

OMC – Organização Mundial do Comercio

SISBACEN – Sistema do Banco Central.

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SÚMARIO

INTRODUÇÃO_____________________________________________________________19

Objetivos do trabalho_____________________________________________________20Objetivo Geral__________________________________________________________20Objetivos Específicos_____________________________________________________20Metodologia____________________________________________________________20Tipo de Pesquisa________________________________________________________20Justificativa____________________________________________________________21Estrutura do Trabalho____________________________________________________21

1 - O CRESCIMENTO POPULACIONAL E A DEMANDA POR ALIMENTOS________23

1.1 – O crescimento populacional____________________________________________23

1. 2 – Demanda por alimento_______________________________________________27

1. 3 – Alimentação como influência na qualidade de vida________________________281. 3.1 – Agricultura Orgânica______________________________________________30

1. 4 – Uso da biotecnologia na produção de alimentos___________________________32

1. 5 – Comportamento do individuo perante o meio ambiente____________________33

1. 6 – Comportamento do consumidor________________________________________34

2 – SISTEMA AGROINDUSTRIAL____________________________________________37

2 . 1 – Sistema agroindustrial_______________________________________________37

2. 2 – Sistema Agroindustrial Alimentar______________________________________37

2. 3 – Padronização de um Sistema Agroindustrial_____________________________39

2. 4 – Fatores críticos de Competitividade do Sistema Agroindustrial Alimentar____40

2. 5 – Canais de Distribuição________________________________________________42

2. 6 – Commodities________________________________________________________44

3 – MERCADO EXPORTADOR_______________________________________________46

3.1 – Globalização________________________________________________________46

3.2 – Documentos necessários para a exportação_______________________________47

3.3 – Problemas econômicos internacionais atuais______________________________49

3.4 – Dados sobre o Comercio Internacional de Alimentos_______________________50

3.4.1 – Café______________________________________________________________51

3.4.2 – Açúcar____________________________________________________________53

3.7 – Soja________________________________________________________________54

3.8 – Suco de Laranja_____________________________________________________55

CONSIDERAÇÕES FINAIS__________________________________________________57

Referências Bibliográficas____________________________________________________58

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INTRODUÇÃO

Os benefícios trazidos pela exportação são incomensuráveis, na medida em que geram

empregos e trazem riquezas para a nação. O Brasil se destaca diante desse cenário

internacional, uma vez que seus produtos são bem aceitos. Há alguns desafios ao quais os

exportadores têm que enfrentar tais como restrições do fluxo do comercio, globalização dos

mercados de capitais, as taxa voláteis de câmbio, as freqüentes crises financeiras e

econômicas, o elevado desemprego estrutural e o lento crescimento na Europa, as rápidas

mudanças tecnológicas, a competição internacional, a reestruturação das economias de

transição da Europa e a profunda miséria em muitos países em desenvolvimento.

Mesmo com essas e outras dificuldades, é muito viável a exportação de produtos

principalmente em se falando do sistema agroindustrial alimentar no qual o Brasil é um

grande exportador principalmente de commodities tais como: café e açúcar o qual se encontra

em primeiro lugar tanto de produção como de exportação e suco de laranja e soja que perde

somente para os Estados Unidos.

É importante fazer um estudo do crescimento populacional que dará a base para

mostrar-nos a quantidade de alimentos demandada para a população, também é importante

estudar o comportamento do consumidor que irá mostrar a tendência para cada produto

oferecido pelo sistema agroindustrial alimentar.

O desafio de proporcionar alimentos em quantidade e qualidade adequadas a toda a

população brasileira, é em grande parte decorrente da competitividade das chamadas cadeias

agroindustriais. Um grande esforço de adaptação e adequação têm sido exigido das cadeias

produtivas, visando eficiência na produção e distribuição de alimentos e matérias primas, em

condições de competitividade nos principais mercados nacionais e internacionais.

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Objetivos do trabalho

Objetivo Geral

Analisar a influência do Sistema Agroindustrial Alimentar na economia do país.

Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:

Apresentar conceitos sobre a satisfação do cliente, perante os produtos

oferecidos pelo Sistema Agroindustrial Alimentar.

Analisar as particularidades do Sistema Agroindustrial Alimentar e qual é o

modo mais eficiente para o ciclo dos alimentos ao qual será exportado.

Identificar e estudar quais são os principais produtos de commodities

exportados pelo Brasil.

Metodologia

Tipo de Pesquisa

A pesquisa teve caráter bibliográfico discursivo feito através de leituras de artigos e

varias bibliografias existentes e sites como o do ministério da agricultura, IBGE, EMBRAPA,

Anvisa entre outros, procurando enfatizar a importância do estudo dos sistemas agroindústrias

para a agricultura e economia do país, procurando transcrever o ciclo do alimento até a

chegada ao consumidor final.

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Justificativa

O Sistema Agroindustrial Alimentar é um fator de fundamental importância no

crescimento, ou declínio, econômico de um país. Os produtores brasileiros estão procurando

meios de demonstrar que seus produtos possuem planejamento desde a hora do plantio até a

chegada ao consumidor final.

O estudo do comportamento do consumidor auxilia os produtores para saber qual a

preferência e hábitos alimentares da população, procurando assim oferecer de forma eficiente

produtos que atendam as exigências e os hábitos dos consumidores.

Na era da industrialização o administrador rural procura meios para economizar e

viabilizar o cultivo nas lavouras.

Nesse contexto a pesquisa torna-se importante, pois, deseja conhecer o processo do

Sistema Agroindustrial Alimentar sendo paralelo ao desenvolvimento econômico do Brasil e

o ciclo para a exportação das commodities brasileiras.

Estrutura do Trabalho

As etapas para se atingir os objetivos citados anteriormente estão descritas em cada

um dos capítulos dessa monografia. Estruturalmente, este trabalho está dividido da seguinte

forma:

Introdução: Onde estão apresentados os objetivos e a justificativa do trabalho.

Capitulo 1: São expostas as taxas do crescimento populacional, a demanda de

alimentos, a importância da alimentação para a qualidade de vida assim como a

agricultura orgânica como influencia, a biotecnologia usada para a elaboração de

alimentos, o comportamento do consumidor perante o meio ambiente e a influencia da

escolha do consumidor para a demanda de alimentos.

Capitulo 2: Os fatores do Sistema Agroindustrial, o Sistema Agroindustrial Alimentar

e suas particularidades, a padronização, os fatores críticos de competitividade, os

canais de distribuição e as commodities.

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Capitulo 3: A globalização, documentos necessários para a exportação de produtos, os

atuais problemas econômicos, dados sobre o comercio internacional de alimentos e as

principais commodities alimentares brasileiras: café, açúcar, soja e suco de laranja.

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1 - O CRESCIMENTO POPULACIONAL E A DEMANDA POR ALIMENTOS

1.1 – O crescimento populacional

Ao longo dos anos a população mundial vem crescendo gradativamente, sendo

atualmente mais de seis bilhões de pessoas de acordo com os dados do IBGE. Esse aumento

pode ser explicado por vários fatores, sendo um deles o processo de transição demográfica

exemplificado no gráfico abaixo, onde as taxas de natalidade e mortalidade são controladas

para não se ter um crescimento exacerbado e o período de transição seria o controle desses

dois fatores, essa teoria:

Figura 1 – Teoria da Transição Demográfica Fonte: orbita.starmedia.com

Durante a história da Idade Média e posteriormente nos países subdesenvolvidos as

taxas de mortalidade superavam o esperado e a expectativa de vida da população era muito

baixa. No entanto, essa realidade sofreu modificações e atualmente há um maior

esclarecimento das medidas preventivas visando o controle da taxa de natalidade. E assim, a

expectativa de vida mundial aumentou muito, gerando uma equivalência nos índices de

crescimento vegetativo. (CARVALHO, 2004)

Os períodos de guerrilha tiveram efeitos diretos nas taxas de mortalidade e de

natalidade, pois países envolvidos sofriam com famílias inteiras sendo destruídas pelas

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guerras. Epidemias também fizeram parte da história mundial. A Peste Branca (tuberculose)

tem registros históricos há aproximadamente seis mil anos, e sua cura só foi descoberta há

cinco décadas. (CARVALHO, 2004)

Com o aumento populacional sendo uma realidade, pode-se destacar que a sociedade

sofre modificações significativas em todos os âmbitos. A necessidade de proporcionar uma

melhor condição de vida dentro de um mundo capitalista vem sendo explorada e almejada por

todas as faixas etárias e sem diferenciação de sexo.

Analisando a expectativa de vida de alguns países é notável que a mesma varia, no

entanto taxa de natalidade e mortalidade também são referenciais:

Figura 2 – Situação Demográfica de Alguns PaísesFonte: Wold development report, 1995

O cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra o

crescimento populacional de acordo com a expectativa de vida nas diferentes faixas etárias e

diferenciando os sexos.

Figura :3 População em milhõesFonte: Word Population Prospects

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Referir-se ao tempo vivido, tem ligação estreita com a qualidade de vida voltando os

olhares para a questão alimentícia, pois “somos o que comemos”. Os hábitos alimentares

também sofreram alterações durante o período de evolução da sociedade e gera vários

questionamentos e discussões nos dias de hoje.

Sobre as modificações da vida social que influencia na questão alimentícia Batalha

(2005, p. 60) afirma:

A constante diminuição do tempo dedicado as tarefas domésticas têm alterado os padrões tradicionais de consumo, sobre tudo alimentar. Essas alterações podem ser justificadas, entre outras razões, pela vida agitada das grandes cidades, pela distancia entre o local de trabalho e a residência dos consumidores e pelo aumento do número de mulheres que trabalham fora dos domicílios. (BATALHA, 2005, p. 60)

Portanto, alimentação ganhou espaço e cada vez mais pessoas estão relacionando o

viver bem com nutrição saudável.

O gráfico abaixo demonstra o crescimento populacional desde 10.000 a.c e faz uma

previsão até o ano de 2050.

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Época Fatos População

10.000 a.C.Fim da última era glacial, com os humanos vivendo em cavernas e dependendo de caça, pesca e frutas 4.000.000 8.000 a.CRevolução agrícola, e começa a criação de animais 5.000.000 1Início da Era Cristã 285.000.000 550Queda de Roma 200.000.000 1567Dois milhões de indígenas sul-americanos morrem de febre tifóide 450.000.000

1825Começa o transporte ferroviário de passageiros 1.000.000.000 1900Início do século XX. Primeiras experiências de vôo em veículos mais-pesados-que-o-ar 1.600.000.000 1954Criada a vacina contra poliomielite. Três anos depois, 20 milhões de chineses morreriam de fome. 3.000.000.000 1984Em Bophal, na Índia, morrem 3.300 pessoas e 20 mil sofrem outras conseqüências do vazamento de gases tóxicos de uma indústria . 5.000.000.000 1999China e Índia são os países mais populosos do planeta. 12/10/1999 foi o Dia do 6º Bilhão . 6.000.000.000 1/1/2006Estimativa do U.S. Census Bureau . 6.488.578.564 1/7/2010Previsão   do U.S. Census Bureau atualizada em 26/4/2005             6.825.750.456

1/7/2020Previsão   do U.S. Census Bureau atualizada em 26/4/2005 7.563.094.182

1/7/2030Previsão   do U.S. Census B ureau atualizada em 26/4/2005 8.206.457.382

1/7/2040Previsão   do U.S. Census Bureau atualizada em 26/4/2005 8.759.140.657

1/7/2050Previsão   do U.S. Census Bureau atualizada em 26/4/2005 9.224.375.956

Figura: 4 Referencias Estatísticas InternacionaisFonte: Novo Milênio

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1. 2 – Demanda por alimento

Quando a demanda é maior que a oferta, o resultado é a elevação de preços. Quando se

fala em aumentar a produção de alimentos, deve-se tomar cuidado com os limites que esse

setor possui. Aumentar a oferta de alimentos significa elevar a produção, produtividade e as

áreas de plantio. Para atingir esses resultados é necessário tempo, condições impostas pela

natureza e tecnologia. São todas variáveis incertas e em alguns casos ocorrem em níveis

insuficientes para alcançar o objetivo. Da mesma maneira, afirmar que os consumidores

reduzirão sua demanda ao ponto que freiem a elevação dos preços é algo precipitado.

Observa-se que alimentos costumam serem bens inelásticos, ou seja, a elevação de preços

impactará de forma acentuada na renda, principalmente dos trabalhadores de classe mais

baixa que são os que mais sofrem em relação ao aumento do custo. (MARTINS, 2008)

O crescimento da renda per capita aumenta o orçamento familiar e permite que as

famílias gastem mais ou economizem. Uma parte do orçamento é destinada a aquisição de

alimentos. As famílias mais ricas têm uma composição de consumo de proteínas animais,

frutas e hortaliças. As famílias mais pobres sofrem com a desnutrição e qualidade dos

alimentos, portanto destinam o consumo a alimentos com prioridade aos energéticos em

primeiro instancia e posterior as proteínas animais, frutas e hortaliças. Assim, o

desenvolvimento econômico altera a composição da demanda e tem grande influência sobre a

demanda de alimentos. Quanto aos alimentos exportados o que mais conta e a demanda

externa. (ALVES E SOUZA, 2004)

Tanto o impacto da renda disponível, como o acréscimo da população, se refletem integralmente no crescimento da demanda, se os preços permanecerem constantes. Ou seja, a oferta precisa crescer na mesma proporção, pela via da expansão da produção interna, ou pelas importações. Se os preços crescerem, porque a oferta não respondeu adequadamente, pode ocorrer que a demanda não cresça, dependendo da magnitude relativa da elasticidade, preços e renda. Ou seja, o acréscimo dos preços pode anular o efeito renda, como nos ensina a teoria do consumidor. (ALVES E SOUSA, 2004)

As fontes principais da expansão da demanda estão nas exportações, em programas de

compra de alimentos do governo federal, estaduais e municipais e, no crescimento da

economia, com melhor distribuição de renda. (ALVES e SOUSA, 2004)

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O aumento das exportações depende de políticas macroeconômicas menos

complicadas, mas esse é outro fator que possibilita o crescimento da demanda. Além do mais,

o reflexo das exportações é generalizado sobre toda a economia. A dificuldade está em vencer

os gargalos que emperram o crescimento das exportações como os custos dos portos, as taxas

de juros, a burocracia, o excesso de impostos, e a exigências de qualidade de produto, por

parte dos importadores, além de enfrentar as barreiras tarifárias e não tarifárias dos países

ricos Por isso o Brasil tem que participar ativamente de todo o esforço para tornar mais livre o

comércio de produtos agrícolas. (ALVES e SOUSA, 2004)

No ano de 2008, com a redução dos estoques de alimentos no mundo, fez com que

houvesse a elevação dos preços e as exportações de alguns produtos fossem limitadas, pois a

oferta não atendia a demanda. Países em desenvolvimento como a Índia foram os mais

prejudicados, pois sua população não tinha condições de comprar os alimentos para o

consumo diário. Os principais fatores que desencadearam a crise de alimentos foram o

aumento da demanda, a alta do petróleo e as condições climáticas. (MARTINS, 2008)

Em países como o Brasil e China, houve um acréscimo na renda da população fazendo

com que elas passassem a consumir mais, principalmente os alimentos, causando um

descompasso na oferta e demanda. O crescimento da população também é um fator que

desencadeou o acontecimento. Na Ásia e na África, o ritmo de crescimento é acelerado

devido ao desenvolvimento econômico. (MARTINS, 2008)

1. 3 – Alimentação como influência na qualidade de vida

As pessoas estão procurando ter uma vida mais saudável, buscando alternativas para

uma boa alimentação e saúde. A qualidade de vida repercute em todos os setores da

sociedade, com a busca constante de informações sobre atividades físicas, prevenindo doenças

e buscando uma alimentação saudável. Alimentar-se corretamente fornece ao organismo os

nutrientes necessários para uma manutenção da saúde. (CARMO, 2004).

Portanto, a diversidade e a qualidade dos alimentos estão atreladas a questão da

melhoria da qualidade de vida e está sendo colocada em pauta na mesa de cada consumidor.

Cada vez mais estudos comprovam que a alimentação saudável é pré-requisito fundamental

para uma vida longa. Na visão atual do consumidor, o conceito de qualidade do alimento

engloba não só as características de sabor, aroma, aparência e padronização do alimento, mas

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1também a preocupação em adquirir alimentos que não causem danos à saúde. (VIEIRA,

2008).

Têm-se questionado também a procedência e a forma com que estão sendo

produzidos. Preocupa-se pelo fato de que a mesma qualidade e segurança alimentar contida

nos produtos agropecuários exportados nem sempre correspondem ao que se distribui no

mercado interno brasileiro. (VIEIRA, 2008).

Com a industrialização progressiva e a liberação dos mercados, ocorreram diversas

mudanças no setor alimentício, tanto na produção quanto na comercialização. E no final da

década de 1990, além dos desastres ecológicos, uma onda de acidentes sanitários,

principalmente por alimentos contaminados, tais como metanol no vinho, salmonela em ovos,

chumbo no leite em pó, benzeno em água mineral, dioxina em frangos (gripe aviária) e uso

ilegal de hormônios em carne bovina (doença da vaca louca), faz com uma maior atenção com

a sanidade dos alimentos. Essas crises fizeram com que os consumidores alterassem

radicalmente sua percepção sobre segurança alimentar, ao mesmo tempo em que acarretaram

reflexos imediatos e graves para as economias dos países envolvidos. (VIEIRA, 2008)

Atualmente, as novas gerações são ávidas por informações sobre a produção dos

alimentos, pois a introdução de qualquer substância nociva no processo produtivo pode vir a

causar problemas sérios na pessoa ao qual consumiu o produto em questão.

A Codex Alimentarius é uma instituição criada nos Estados Unidos que visa à proteção

da saúde da população, assegurando práticas equitativas no comercio regional e internacional

de alimentos, criando mecanismos internacionais dirigidos à remoção de barreiras tarifarias,

fomentando e coordenando todos os trabalhos que se realizam em normatização. Ela possui

uma estrutura de direção composta por três órgãos que são a Comissão do Codex

Alimentarius, órgão Maximo do programa, com representações de todos os países membros,

sendo instância que aprova as normas Codex. Uma secretaria FAO/OMS, que tem como

finalidade fornecer o apoio operacional à comissão e seus órgãos auxiliares em todo o

procedimento de elaboração das normas; e um Comitê Executivo, ao qual compete programar

as decisões da Comissão e atuar no seu nome nos períodos de reuniões. (Codex, 200?)

No Brasil a ANVISA (agencia nacional de vigilância sanitária) criada em 1999 com o

objetivo de promover a proteção da saúde por intermédio do controle sanitário da produção e

comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, incluindo

ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionadas. A aquisição para o consumo de

alimentos inadequados pode provocar danos à saúde das pessoas. (ANVISA 200?)

1 Codex Alimentarius: Instituição Criada nos EUA para desenvolver normas alimentares.

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Segundo Brandão farmacêutico industrial, a ANVISA tem como finalidade, através do

controle das práticas de produção, determinar normas técnicas e padrões de produção. Os

técnicos que exercem a fiscalização devem ser qualificados em gestão e em garantia da

qualidade. Também preenchem o manual de boas praticas do controle externo que se

caracterizam pela elaboração de normas oficiais, licenciamento do estabelecimento,

orientações educativas, fiscalização e aplicação de medidas de proteção à saúde da população.

(ANVISA 200?)

Em face de tantas incertezas, os consumidores vêm exigindo alimentos com maior

qualidade, além de exigirem algumas garantias, tais como, certificados confiáveis que atestem

e garantam a existência desses atributos nos alimentos por eles adquiridos. E certificações ao

qual comprovem que aquele produto tenha sido vistoriado e produzido com qualidade.

(ANVISA 200?)

1. 3.1 – Agricultura Orgânica

A base de nossa saúde está em uma alimentação saudável, uma dieta rica em frutas,

verduras e legumes é quase uma garantia de boa qualidade de vida. As dúvidas começam a

surgir quando na era do agrotóxico, questiona-se a precedência desses alimentos e o “modo

artificial” ao qual foi produzido. Devido a isso, os alimentos orgânicos estão fazendo parte da

mesa das pessoas.

O conceito de agricultura orgânica surge com o inglês Sir Albert Howard, entre os anos de 1925 e 1930, que trabalhou e pesquisou durante muitos anos na Índia. Howard ressaltava a importância da utilização da matéria orgânica e da manutenção da vida biológica do solo. A agricultura orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. Sempre que possível baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza. (EHLERS, 1999, p. 52).

No Brasil, o sistema orgânico de produção está regulamentado pela Instrução

Normativa do Governo Federal, que contém normas disciplinadoras para a produção,

tipificação, processamento, envase, distribuição identificação, e certificação da qualidade dos

produtos orgânicos sejam de origem animal ou vegetal. Alimentos cultivados sobre essas

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normas podem receber o selo de certificação. A certificação torna a produção orgânica mais

eficiente à medida que exige planejamento e documentos criteriosos por parte do produtor. A

certificação além de permitir ao agricultor orgânico diferenciar o seu produto e obter melhor

remuneração, protege os consumidores de possíveis fraudes, reduzindo a forte assimetria de

informações entre vendedores e consumidores, dificultando a adoção de práticas oportunistas.

(NEVES e CASTRO, 2003)

Os alimentos orgânicos são mais do que um produto sem agrotóxico. É um sistema de

produção agrícola que visa manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais,

conservando-os em longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os

seres humanos. Os produtos orgânicos além de não impactar o meio ambiente devido ao não

uso de agrotóxicos e adubos químicos, evita problemas de saúde causada pela ingestão de

substâncias químicas tóxicas. Além de proteger a qualidade da água, a fertilidade do solo e a

vida silvestre. O sistema de cultivo orgânico observa as leis da natureza, respeita as diferentes

épocas de safra e todo o manejo agrícola está baseado na preservação dos recursos naturais.

(EHLERS, 1999).

Os produtos orgânicos utilizam canais de comercialização compatíveis com as

características diferenciadas do produto, onde seus atributos de qualidade serão reconhecidos

e valorizados pelos consumidores. Um canal de distribuição onde os produtos fiquem

organizados de maneira que o consumidor possa identificar os selos de certificação, a

procedência do produto e de grande valia para a comercialização dos produtos orgânicos.

As formas de venda utilizadas atualmente são em feiras orgânicas, entregas de cestas a

domicilio, lojas especializadas e supermercados. As redes varejistas viram nos produtos

orgânicos uma oportunidade de diferenciação no seu mix de produtos e da valorização da

imagem da empresa frente ao consumidor. (NEVES e CASTRO, 2003).

O estabelecimento de preços não tem um parâmetro definido, mas sabe que as

estratégias de precificação variam de acordo com o estabelecimento.

De acordo com Neves e Castro, 2003 entre os componentes da precificação dos

orgânicos podem citar:

Demanda maior que a oferta.

Maiores riscos de perda na produção, devido a fatores relacionados à

necessidade de experimentação do produtor.

Maior ou menor grau de dificuldade de cultivo do produto no sistema orgânico.

Posicionamento do produto no ponto de venda.

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Portanto, existem vários fatores ao qual o produto orgânico passa até a chegar ao

consumidor final, esses alimentos são mais nutritivos e saborosos, pois é conservada a

propriedade natural como vitaminas, sais minerais carboidratos e proteínas, as plantas

crescem mais saudáveis, preserva as características originais, como aroma, cor e sabor,

apreciando assim o verdadeiro sabor do alimento, e a utilização do marketing de vendas

desses produtos é justamente o bem ao qual eles fazem a população.

1. 4 – Uso da biotecnologia na produção de alimentos

Transgênicos ou organismos geneticamente modificados são produtos que possuem

materiais genéticos de outros organismos. Essa modificação é possível diante da engenharia

genética. Consiste na transferência de um ou mais genes responsável por determinada

característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta

propriedade. A soja, milho, mamão, batata, feijão são alguns dos alimentos que tem

experimentos nessa área de OGM (Organismos Geneticamente Modificados). Em alguns

países já foram permitido o plantio comercial dos alimentos. (PESSANHA, WILKINSON,

2005)

Os efeitos que os transgênicos causam na natureza é uma das preocupações, pois é ai

que se deposita as maiores incertezas, como a perda da biodiversidade, a eliminação das

espécies nativas, o surgimento de “super ervas daninhas”, a resistência de insetos a pesticidas.

Alguns países estão adotando protocolos antes da liberação de sementes ou outros organismos

para que se possa evitar esses efeitos contra o meio ambiente. (PESSANHA, WILKINSON,

2005)

Para que os transgênicos possam ser produzidos, exigências dos órgãos responsáveis

como a Biosegurança, a vigilância sanitária, o instituto, ministério e conselho do meio

ambiente devem ser atendidos. No Brasil, o órgão responsável pela emissão do parecer

técnico e a liberação de transgênicos no meio ambiente é a CTNbio - Comissão Técnica

Nacional de Biosegurança. (PESSANHA, WILKINSON, 2005)

De acordo com Beheregaray (2008), as exigências quanto ao cultivo de transgênicos é

extensa e incluem descrever o tamanho do experimento, os motivos para a escolha da área, os

genes introduzidos no organismo e quais as suas funções, entre outras cobranças. Dentre as

vantagens de produzir os transgênicos pode-se citar:

O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial.

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O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças,

através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas.

A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada.

Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras

mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio

ambiente.

Segundo Beheregaray (2008), dentre às desvantagens de se produzir transgênicos, o

local em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente. A engenharia genética

não respeita as fronteiras da natureza. Organismos antes cultivados para serem usados na

alimentação estão sendo modificados visando atender indústrias farmacêuticas e químicas.

Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada  com espécies

semelhantes e, deste modo, “contaminar” plantas utilizadas exclusivamente  na alimentação.

Os alimentos transgênicos poderiam aumentar também as alergias. Há evidências de que os

cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento  de alergias em relação a

cultivos convencionais.

1. 5 – Comportamento do individuo perante o meio ambiente

O estudo do comportamento do individuo perante situações de consumo é

relativamente antigo e associá-lo a uma sociedade preocupada com o meio ambiente e a

sustentabilidade é algo novo, principalmente no Brasil. Muitas teorias e modelos conceituais

descrevem as atitudes, percepção e comportamento do individuo onde várias delas foram

desenvolvidas há um século. Entender essas teorias é valido para poder traçar a melhor forma

de estar produzindo os alimentos os quais as pessoas estão necessitando e procurando.

(SERRANO, 2008)

Em presença da avalanche que se tem atualmente de novos alimentos no mercado, a

conscientização diante do meio ambiente e da sustentabilidade, é importante o estudo do

comportamento do consumidor, para que o desenvolvimento do setor agroindustrial alimentar

brasileiro seja mais competitivo, não somente para o mercado interno, mas principalmente,

para atender a demanda crescente do mercado externo. A alimentação, como qualquer outra

atividade humana, não está isenta de riscos e nunca esteve, porém essas contingências são

atualmente melhores conhecidas, e com meios mais eficazes para medir-las, controla-as,

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preveni-las e evitar-las na medida do possível frente aos mecanismos organizacionais e marco

regulatório criados para isso.

A conscientização da preservação do meio ambiente é um tema atual, pois, preocupa-

se com as gerações futuras. Os recursos naturais não renováveis sofrem com os impactos

ambientais provocados pela ação humana podendo citar a questão dos agrotóxicos nas

produções agrícolas, o desgaste do solo e o desmatamento das áreas ambientais nativas.

(TURATTI, 2007).

1. 6 – Comportamento do consumidor

O hábito alimentar é alterado gradativamente, pois os consumidores estão procurando

alimentos com alto valor nutricional, seguido de preços, sabor e aparência. Isso decorre

devido ao seu comportamento, onde KOTLER 1997, ENGEL, 2000; KANUK, 2000 (apud

NEVES e CASTRO, 2003) destaca os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos.

Ainda são envolvidos os valores, o individualismo, o sucesso pessoal, a eficiência, a

subcultura, os fatores sociais ao qual exercem influência sobre o consumidor, a idade que

influência na escolha da alimentação, assim como o ciclo da família, a profissão, estilo de

vida, motivação, crenças e atitudes, a circunstância econômica da população, a renda e o

preço como as principais variáveis capazes de influenciar as decisões de compra do

consumidor.

Para que a empresa possa atuar em algum mercado há a necessidade de se ter o

conhecimento do comportamento do consumidor. Existem duas formas de escolha de compra

dos alimentos: a direta ou indireta. Sendo que a direta é onde o consumidor deve comparar a

outros atributos opções como a qualidade, acesso, garantia, benefícios entre outros. E se por

acaso existir no mercado vários produtos não conhecidos o consumidor irá optar por aquele

que tenha a marca mais conhecida ou o que seja mais caro usando das características

aparentes do alimento como indicadores de comparação, esse segundo é o modo indireto de

compra. (GIGLIO, 2005)

Os consumidores na maioria das vezes optam por alimentos que contém marcas

estrangeiras, pois elas são mais conhecidas no mercado. Para o compra de qualquer produto,

em primeiro lugar o consumidor tem de estar motivado a adquiri-lo. O ser humano pode ser

estimulado por meio de fatores internos e externos, através de caracteres fisiológicos e

psicológicos, gerando necessidade em diferentes níveis. (GIGLIO, 2005)

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O comportamento motivacional para Maslow é o resultado dos estímulos que agem

com força sobre os indivíduos levando-os ação. Para que haja ação ou reação é preciso que

um estimulo seja implementado, decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio

organismo, nos dando assim a idéia de um clico motivacional, ao qual se não for realizado

surge assim à frustração do individuo. Quando essa necessidade não se realiza, não significara

que o individuo terá frustração eterna e de alguma maneira a necessidade será transferida ou

compensada daí observa que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.

(GUIMARÃES, 2001)

Para Maslow (1975) a necessidade do ser humano obedece a uma hierarquia, no momento em que uma pessoa realiza uma necessidade surge outra exigindo que a pessoa satisfaça-a. Poucas pessoas procurarão status e reconhecimento pessoal se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas. (GUIMARÃES, 2001)

Maslow (1975) apresentou uma teoria de motivação, onde as necessidades humanas

estão dispostas em uma pirâmide em cuja na base estão às necessidades mais baixas

(necessidades fisiológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (necessidades de auto-

realização). As necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a

preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades de segurança

constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As

necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por

parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. A necessidade de estima

envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito,

de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança

perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto-realização são as mais

elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se

continuamente. (GUIMARÃES, 2001)

Outro modelo apresentado Serrano, 2008 que tenta explicar como funciona o

comportamento humano em relação à aquisição de um produto ou serviço é a AIDA, que

determinou uma série de passos ao qual descreve o processo que um comprador de um

determinado produto passa antes de fechar a venda.

a) Saber da existência do produto ou serviço. (Atenção).

b) Estar interessado o suficiente para prestar atenção nas características, especificações e

benefícios do produto. (Interesse).

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c) Ter um desejo de obter os benefícios que o produto oferece. (Desejo).

d) Comprar o produto. (Ação).

As empresas acabam se esquecendo de utilizar técnicas que possam reforçar a

convicção ou desejo de uma pessoa de comprar determinado produto por ele contribuir para

um mundo sustentável, ou não, o que mais se houve nas empresas brasileiras são aspectos

relacionados a lucro e margem. (SERRANO, 2008)

O comprador tem que ser convencido de que o produto oferecido é o melhor. Portanto,

as empresas devem saber o que realmente o comprador deseja e só então passar a produzir,

comercializar e anunciar o produto certo. A área de marketing tem um papel fundamental para

o convencimento do consumidor perante o produto, pois ela usa armas de convencimento que

demonstra o quanto é necessário a aquisição do produto demonstrado. Apesar da existência de

tantos estudos e teorias sobre Marketing, amplamente testadas e aprovadas, as empresas

acabam se esquecendo de utilizar técnicas que possam reforçar a convicção ou desejo de uma

pessoa de comprar determinado produto. As empresas relacionam somente os aspectos lucro e

margem. (SERRANO, 2008)

Do ponto de vista ético, nem sempre os conhecimentos sobre o comportamento do

consumidor são utilizados pelos que deles se valem com uma clara consciência do seu

alcance, limitações, problemas de natureza ética e senso de responsabilidade social. Há até

casos extremos em que empresas parecem não levar em conta que o lançamento de um novo

produto pode ser seguido de sentimentos de decepção, frustração e incapacidade nas pessoas.

Parte do problema parece originar-se de uma hipertrofia da necessidade de vender a todo

custo, não importa o quê, numa versão perversa da noção segundo a qual o que importa é

como se podem utilizar determinados comportamentos psicológicos para aumentar as vendas.

(SERRANO, 2008).

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2 – SISTEMA AGROINDUSTRIAL

2 . 1 – Sistema agroindustrial

O Commodity Sytem Approach – CSA é uma metodologia utilizada em estudos

agroindustriais que estabelece um recorte longitudinal no sistema produtivo. Privilegia a

analise de uma matéria prima especifica e segue determinada lógica de encadeamento

analítico das atividade e organizações que se relacionam direta ou indiretamente à mesma.

Segundo Batalha (1997 apud ARBAGE, 2004) o Sistema Agroindustrial é formado

pelo conjunto de atividades e que concorrem à produção de produtos com origem no setor

primário, e se estende desde a produção de insumos na fazenda até a chegada do produto ao

consumidor final.

Segundo Batalha (1997 apud ARBAGE 2004) o sistema agroindustrial é formado por

um conjunto de seis fatores iniciais.

Agricultura, pecuária e pesca;

Indústrias Agroalimentares;

Setor de Distribuição agrícola e alimentar;

Comercio Internacional;

Consumidor;

Indústrias e Serviços de apoio.

Autores como Malassis (1979 apud ARBAGE 2004) subdivide o Sistema

agroindustrial em Sistema Agroindustrial alimentar e Sistema Agroindustrial não alimentar. O

Sistema Agroindustrial não alimentar é formado pela exploração de florestal, indústria de

fumo, couro e peles, têxtil, móveis, papel e celulose.

2. 2 – Sistema Agroindustrial Alimentar

O desafio de proporcionar alimentos em quantidade e qualidade adequadas a toda a

população brasileira, é em grande parte decorrente da competitividade das chamadas cadeias

agroindustriais. O termo sistema agroindustrial aplica-se a qualquer recorte das atividades do

agronegócio, desde que seja devidamente qualificado. De acordo com Batalha (2005), uma

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das formas de visualizar o sistema agroindustrial é considerá-lo por três subsistemas distintos,

que são o subsistema rural o qual compreendem todos os empreendimentos que desenvolvem

atividades agropecuárias, os empreendimentos industriais de transformação da matéria-prima

agropecuárias e o de empreendimentos voltados à comercialização dos produtos

agroindustriais, compreendendo as atividades atacadistas e varejistas.

No subsistema industrial as empresas de primeira transformação são caracterizadas como responsáveis pelos primeiros processos de transformação da matéria-prima agropecuária, os produtos podem ser fornecidos diretamente à comercialização ou servirem como matéria-prima para as indústrias que são denominadas segunda transformação, pois, geram produtos mais elaborados como tortas, pizzas, refrigerantes, doces, etc. E as agroindústrias que produzem pratos prontos para o consumo são denominadas empresas de terceira transformação. (BATALHA, 2005 p.15).

As particularidades dos sistemas agroindústrias são destacadas pelo Batalha e Scarpelli

como sendo a:

Sazonalidade da produção agropecuária onde grande parte da matéria-prima é

obtida diretamente da atividade agropecuária fazendo com que o seu

aprovisionamento seja sujeito a regimes de safra e entre safra;

Variações de qualidade do produto agropecuário onde a qualidade da matéria-

prima e do produto final agropecuário esteja sujeito ás variações climáticas e as

técnicas de cultivo e manejo empregadas;

Perecibilidade da matéria-prima afeta a gestão das unidades agroindustriais e

da produção agropecuária em geral. As agroindústrias trabalham com produtos

perecíveis que não podem ser estocados e devem ser transformados

rapidamente;

Sazonalidade de consumo onde algumas agroindústrias estão sujeitas a

significativas variações de demanda segundo datas especificas ou as variações

climáticas ligadas à estação do ano;

Perecibilidade do produto final onde a maioria dos produtos agropecuários,

processados ou não, apresentam alto grau de Perecibilidade;

Qualidade na vigilância sanitária, onde há importância de assegurar a

população alimentos com quantidade e qualidade aceitável faz com que o setor

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seja o objeto de acentuada vigilância do governo. Critérios de segurança dos

alimentos devem ser respeitados;

Outra questão importante que afeta o consumo de alimentos e a gestão das

unidades de produção e distribuição de produtos alimentares que esta

relacionados a aspectos culturais, “somos o que comemos”.

Um sistema agroindustrial deve ser gerido de forma eficiente e eficaz. E para a maior

eficácia é necessário que todos os agentes que compõe o sistema conheçam profundamente os

atributos de qualidade que os consumidores buscam. A eficiência pode ser vista como o

resultado de dois conjuntos distintos de fatores, e que cada um seja capaz de disponibilizar

seus produtos e serviços com nível adequado de qualidade, preço, velocidade, pontualidade, e

confiabilidade, de acordo com o paradigma atual dos empreendimentos de alto desempenho.

(BATALHA apud SIPPER e BULTIN, 1997 p.18). Para que os objetivos sejam alcançados

funções administrativas como controle de custos, qualidade e logística devem ser utilizadas e

adaptadas a sua realidade sendo desenvolvidas e geridas eficientemente.

Para atingir patamares aceitáveis de eficiência e eficácia todas as condições devem

evoluir em um contexto mais amplo, o qual envolve aspectos legais, sociais, culturais,

tecnológicos e econômicos.

2. 3 – Padronização de um Sistema Agroindustrial

A padronização e a classificação poupam tempo de descrição do produto, e os padrões

de referência podem desempenhar papel dinâmico na desintegração vertical e especialização

da oferta, à medida que viabilizam a coordenação entre os agentes. A padronização pode ter

como efeito à abertura de oportunidades de investimentos para maior numero de empresas

fornecedoras. (ZYLBERSTAJN, SCARE, 2003)

A padronização pode ser imposta pelo governo, associações profissionais ou por

firmas determinantes. O governo pode adotar padrões de produtos e processos como forma de

proteger os consumidores. A maior parte da padronização foi desenvolvida e implementada

por comerciantes privados. A padronização pode ser vista como um bem publico a ser

oferecido pelo governo, um bem coletivo a ser oferecido por uma associação profissional ou

um bem privado quando é base de sustentação de estratégias de firmas industriais.

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A padronização gera economias de custo de transação logística e intensifica a

concorrência de preços. Padrões e Classificações melhoram a transparência do mercado e

reduzem barreiras à entrada, intensificando concorrência de preço. Ao reduzir barreiras,

viabilizam a participação de maior números de produtores que passam a dispor de melhor

informação e podem obter ganhos de escala na comercialização.

Padrões associados a estratégias competitivas de empresas individuais tendem a ser mais complexos e estritos gerando a necessidade de auditorias de processo e produtos amparados por contratos formais ou informais. Nesse caso, a adoção de padrões diferenciados tem como objetivo a segmentação do mercado, a obtenção de vantagens competitivas e lucros diferenciais. (FARINA, 2003. p. 23)

Com o avanço da tecnologia da informação, produtos passíveis de padronização

podem ser comercializados em mercados virtuais. Isso só será possível se os produtos forem

padronizados de forma a não ser necessário à inspeção física do lote adquirido.

2. 4 – Fatores críticos de Competitividade do Sistema Agroindustrial Alimentar

A competitividade para Silva e Batalha, 1999 é a capacidade de um dado sistema

produtivo obter rentabilidade e manter participação de mercado no âmbito interno e externo,

de maneira sustentada.

Algumas características do padrão de concorrência na agricultura para Siffert Filho,

Faveret Filho, 1998 são:

1. Intervenção governamental:

A agricultura é um dos setores que ainda sofre influência do governo, muitos dos

instrumentos utilizados na agricultura têm impacto direto na competitividade das indústrias

processadoras. Em especial países exportadores como o Brasil, são prejudicados com medidas

como fixação de preços de referência e imposição de quotas de importação, subsídios à

exportação de produtos gravosos, normas sanitárias protecionistas, entre outras. (SIFFERT

FILHO, FAVERET FILHO, 1998).

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A rodada Uruguai da Organização Mundial de Comércio (OMC) trouxe avanços

importantes, mas parciais. A principal iniciativa foi a tarifação de todas as barreiras

anteriormente vigentes, o que conferiu mais transparências em nível de proteção. E a

imposição de limites aos subsídios contribuiu para fixar parâmetros para a concorrência.

(SIFFERT FILHO, FAVERET FILHO, 1998).

Entretanto, a agricultura e, em decorrência, a indústria processadora permanece muito

mais sujeitas à intervenção estatal do que a indústria em geral, com a agravante de que o nível

de consolidação com as tarifas e os prazos para adaptação as normas da OMC são muito mais

elásticos em países desenvolvidos do que no Brasil. (SIFFERT FILHO, FAVERET FILHO,

1998).

2. Mudanças nos padrões de consumo: novos hábitos e demandas dos

consumidores

Tem havido grandes mudanças nos padrões de consumo de alimentos, com fortes

repercussões sobre a indústria alimentar. Fazendo com que as firmas precisem dispor de

capacidade adaptativa, montando estruturas de governança que exerçam uma função

coordenadora em relação aos seus fornecedores e distribuidores.

De acordo com Siffert Filho, Faveret Filho, 1998, pode se destacar os seguintes

fatores.

Envelhecimento da população;

Redução do numero de habitantes por domicilio;

Crescente intercâmbio cultural através de viagens;

Crescente participação das mulheres no mercado de trabalho e

Intensificação da jornada de trabalho.

O resultado dessas mudanças demográficas e comportamentais de acordo com Siffert

Filho, Faveret Filho, 1998, tem levado importantes alterações no perfil da demanda da

indústria de alimentos.

Cresce a procura por produtos com baixo teor de gordura, dietéticos, de

qualidade e convenientes;

A diminuição do tamanho médio das famílias gera demanda por porções

individuais e por alimentos semipreparados;

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Sociedades crescentemente multirraciais requerem maior diversificação da

oferta de alimentos; e

Busca de refeições prontas para o consumo.

3. Crescente concentração dos canais de comercialização

Os canais de comercialização dos produtos agroindustriais estão em acessível processo

de concentração. A participação dos supermercados é crescente e há forte tendência de

aumento da escala. Tal estreitamento coloca grandes desafios para as indústrias alimentares

face ao grande poder de barganha, o desenvolvimento de marcas fortes junto ao consumidor, a

manutenção de custos ajustados e os sistemas de entrega bem estruturados são condições

fundamentais para a competitividade da indústria fornecedora. (SIFFERT FILHO, FAVERET

FILHO, 1998).

Portanto, a existência de poucos grandes consumidores, cada vez mais próximo da

situação de oligopsônio, constitui fator de estimulo a concentração das empresas

agroindustriais.

2. 5 – Canais de Distribuição

Os canais de distribuição podem ser vistos como um conjunto de organizações

interdependentes envolvidos no processo de tornar o produto ou serviço disponível para o

consumo ou uso. (NEVES E CASTRO apud STERN, 1996).

Os canais satisfazem a demanda em níveis de produtos e serviços no local assim como

a quantidade, qualidade e preços corretos, e têm o papel fundamental no estímulo a demanda,

com atividades promocionais dos componentes ou equipamentos atacadistas varejistas e

representantes. (NEVES E CASTRO, 2003).

E através da distribuição que produtos e serviços tornam-se disponíveis aos

consumidores, essa é uma rede que cria valores ao usuário através das utilidades de forma,

posse, tempo e lugar. Pois assim os consumidores terão acesso aos produtos e serviços. O

canal de distribuição realiza diversas funções mercadológicas para satisfazer a demanda por

produtos e serviços. (NEVES E CASTRO, 2003).

Os sistemas Agroindustriais Alimentares passam por vários e diversos canais de

distribuição após a sua saída da indústria até a chegada ao consumidor final. Esse processo

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deve de ser planejado, organizado e controlado, pois qualquer erro causa-se prejuízos

irreversíveis.

Durante muitos anos os canais de distribuição receberam pouca atenção em

comparação há outras três áreas estratégicas do composto mercadológico. Nos últimos anos,

porém essa negligência vem sido mudada, os canais vêm desempenhando um papel

importante para a empresa podendo ser o fator mais relevante para o desenvolvimento efetivo

de sua participação no mercado.

As empresas têm encontrado maior dificuldade para conquistarem vantagem

competitiva sustentável, os distribuidores terem um poder crescente, principalmente os

varejistas nos canais de distribuição. A necessidade de reduzir custos de distribuição, que

muitas vezes respondem por uma parcela significativa do preço final do produto. A

revalorização do crescimento e o crescente papel da tecnologia, que está presente

praticamente em todas as áreas de negócios. Todos esses fatores combinados tornam os canais

de distribuição uma atividade extremamente relevante dentro da administração estratégia de

marketing. (BATALHA, 2005).

Os canais de distribuição têm evoluído, procurando se ajustar às mudanças

macroambientais. De acordo com Neves e Castro, (2003) as principais funções dos canais de

distribuição são as de execução e monitoramento dos seguintes fluxos:

Posse física: refere-se ao fluxo físico do produto do fabricante até o consumidor. É à parte em

que predomina a logística.

Propriedade: é ter o direito de propriedades sobre o produto (quase todos assumem

exceto agentes e representantes).

Promoção: é a atividade realizada com o objetivo de criar demanda, pois os

participantes são os responsáveis pelos contatos.

Negociação: existe em todas as etapas do canal.

Financiamentos: São formas de pagamentos e de fluxos financeiros ligados ao custo

de capital, principalmente o de carregar estoques no sistema.

Riscos: são envolvidos nos fluxos, abrangendo aqueles advindos de obsolescência,

enchentes incêndios, sazonalidades, crescimento da competição, problemas

econômicos, entre outros.

Pedidos: é o fluxo de pedidos de produtos.

Informações: é a comunicação adequada entre os agentes, passando as percepções de

cada um sobre os produtos e serviços, e principalmente, a informação que parte dos

consumidores finais, de fundamental importância para todos os agentes.

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Pagamentos: é o fluxo dos pagamentos existentes no sistema.

Os fluxos de posse física, propriedades e promoção são no sentido do final do sistema.

Os fluxos de pedidos e pagamentos por sua vez, fluem do final para o início do canal,

enquanto riscos, financiamentos, negociações e fluxo de informações dão-se nos dois

sentidos. (NEVES e CASTRO, 2003).

Os agentes de canais de distribuição são os que realizam as funções de negociação que

envolve compra, venda e transferências de títulos, os canais podem ter diversos níveis,

dependendo do numero de membros. As decisões referentes às empresas facilitadoras são

relativamente mais simples que as das empresas da estrutura do canal, uma vez que não são

tomadas com relação ao controle da distribuição de produtos ou serviços, mas posicionadas

em transporte físico, seguro, agencias de propaganda. (NEVES e CASTRO, 2003).

A maioria dessas empresas é descrita por Rosembloon 1999 (apud NEVES e

CASTRO 2003) como empresas transportadoras, empresas de estocagem, empresas de

processamento, empresas de propaganda, agências financeiras, empresas de seguros, empresas

de pesquisas de mercado, empresas de certificação. Essas empresas facilitam o fluxo no canal,

mas não são consideradas integrantes pelo fato de não exercerem atividades de negociações e

não tomarem posse (direito de propriedades) do produto.

Sem dúvida, um dos aspectos mais motivadores da temática sobre canais de

distribuição é a possibilidade de estudar o comportamento de seus integrantes e as funções

que desempenham, possibilidades de melhora pela presença de empresas facilitadoras e,

principalmente pela forma como se relacionam. Assim são de fundamental importância a

motivação, as relações de conflito e a cooperação, e como são dão os contratos entre seus

participantes e as formas de melhora destes.

A estratégia de distribuição pode apresentar da seguinte forma: vender diretamente

para o consumidor ou distribuir (transação no mercado).

2. 6 – Commodities

As commodities – mercadorias que são produzidas em larga escala – são

comercializadas em larga escala em bolsas de mercadorias. Portanto seus preços são

negociados em nível global, pelo mercado internacional. São produzidas por diferentes

produtores e possuem características uniformes. Geralmente são produtos que podem ser

estocados por algum período de tempo sem que haja perda de qualidade. As commodities

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também se caracterizam por não ter passado por processo industrial, são geralmente matérias-

primas. (ZYLBERSZTAJN, SCARE, 2005).

O Brasil é um grande exportador de Commodities, onde as principais são: petróleo,

café, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio. Para a exportação o preço é

estabelecido internacionalmente, e quando há alta demanda internacional, os preços sobem. A

recessão mundial desvaloriza as commodities, prejudicando os lucros das empresas e o valor

de suas negociações nas bolsas de valores. (ZYLBERSZTAJN, SCARE, 2005).

No mercado interno criou-se uma imagem que mercadorias são todas iguais,

principalmente se tratando de café em grãos. Portanto, os produtores estão diferenciando os

seus produtos, e estão preocupando principalmente com a excelência e produzindo com

qualidade, buscando o ser especial e diferenciado. O funcionamento do mercado da

commodities agrícolas, como café e soja baseiam-se em padrões de classificação de produtos

reconhecidos e adotados internacionalmente. (ZYLBERSZTAJN, SCARE, 2005 p.21).

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3 – MERCADO EXPORTADOR

3.1 – Globalização

A globalização é inevitável, uma vez que com a convergência de preferências os

consumidores em todo o mundo passam, cada vez mais, a demandar produtos similares. As

empresas devem buscar fontes externas para peças e componentes, em qualquer parte do

mundo em que elas sejam fabricadas de maneira mais eficiente ou mais barata, e essas

empresas devem investir seu capital e sua tecnologia em qualquer lugar em que sejam

produtivos, no sentido de que elas possam permanecer internacionalmente competitivas.

(SALVATORE, 2007).

A globalização é importante, uma vez que aumenta a eficiência, ela é inevitável, uma

vez que a concorrência internacional assim o exige. Mas também vem sendo acusada de uma

série de problemas graves de âmbito mundial, abrangendo desde o crescimento mundial das

desigualdades em relação à renda até o trabalho infantil, poluição ambiental e outros.

(SALVATORE, 2007).

A globalização é um fator que implica em vários pontos como oportunidades e

ameaças para toda e qualquer organização, independente de seu porte, desde a micro até a

maior empresa corre o risco de perder o mercado para um concorrente novo naquele mercado

especifico. Muitas empresas elaboram estratégias para entrar em mercados internacionais, eles

buscam informações sobre o público consumidor local, e pesquisam os produtos similares

naquele mercado, o desejo de parte das organizações é sair do mercado em que há uma

estabilidade e ganhar o mundo, lucrar com margens um pouco maiores, colocar seus produtos

em outras vitrines e dar aos consumidores a oportunidade de conhecer uma nova cultura onde

pode trazer benefícios para as empresas, como também podem acabar trazendo riscos, quando

não há um planejamento. (MENSHHEIN, 2006).

Antes de ingressar em qualquer mercado é necessário fazer algumas pesquisas tais

como: coletar dados, descobrir quais são os pontos que o seu produto é melhor, que forma de

atuar no novo mercado, outro ponto crucial é o saber o potencial da organização em produzir

e atender a demanda se o produto for bem aceito no mercado. (MENSHHEIN, 2006).

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O estudo voltado para o novo mercado deve de ser constante e trazer informações

relevantes, quando se entra em um novo mercado principalmente no ramo de exportação é

necessário seguir alguns cuidados.

3.2 – Documentos necessários para a exportação

Qualquer empresa pode exportar, pois a exportação não se encontra vinculada às

dimensões e/ou capital das empresas. A realização de um negócio de exportação poderá

ocorrer de várias formas, e sua formalização não precisa ser preestabelecida.(MEDEIROS,

200?).

A documentação de exportação requer cuidados. Não basta cumprir as exigências do

país exportador. É necessária a preparação dos documentos em face das exigências do país

importador, a fim de não causar atropelos no desembaraço aduaneiro e na tramitação cambial

de exportação. A falta de um documento aparentemente sem importância ou com algum erro

no preenchimento poderá causar prejuízos consideráveis. Em linhas gerais, os documentos são

de natureza administrativa, comercial e financeira e são emitidos para fins de desembaraço

aduaneiro, embarque da mercadoria e operações cambiais. Para concretizar a exportação, é

indispensável estabelecer as condições de venda, a fim de que a formalização, mediante a

emissão de documentos, seja efetuada adequadamente. (MEDEIROS, 200?).

O exportador utiliza os seguintes documentos de acordo Medeiros em seu site de

contabilidade especializado para a documentação necessária para a exportação;

Apólice de Seguro: Documento emitido pela companhia seguradora com base na

proposta feita pelo interessado, exportador ou importador. Cobre riscos de transporte

da mercadoria, que confere ao segurado o direito de ressarcir-se de perdas e danos da

mercadoria, quando houver ocorrência de sinistro.

Certificado de Origem: Documento que atesta a origem da mercadoria. É emitido por

exigência do importador e de acordo com o país de destino da mercadoria. Representa,

em geral, benefícios fiscais a serem auferidos pelo importador no ato de liberação das

mercadorias na alfândega. Neste caso, a origem é certificada, no Brasil, por

organização oficial independente ou por órgão da administração pública.

Conhecimento de Embarque (Bill of. Lading): Documento emitido pela companhia de

transporte que atesta o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação

de entregá-la ao destinatário legal, por meio rodoviário, ferroviário, fluvial, marítimo e

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aéreo e em local previamente determinado. É, ao mesmo tempo, um recibo de

mercadorias, um contrato de entrega e um documento de propriedade. Por essas

características, torna-se um título de crédito. O conhecimento de embarque, nos

transportes marítimos e aéreos, é conhecido no comércio internacional,

respectivamente, por Bill of. Lading (B/L) e Airways Bill (AWB). 

Contrato de Câmbio: Documento firmado entre o exportador e o banco operador, com

ou sem a intermediação de corretora, no qual o exportador (vendedor de divisas) se

compromete a transferir ao banco operador (comprador das divisas) o valor em moeda

estrangeira proveniente de uma operação de exportação. Os dados são teleprocessados

pelo SISBACEN.

Fatura Comercial (Commercial Invoice): Documento emitido pelo vendedor ao

comprador, que substitui, no âmbito externo do país, a Nota Fiscal. Contém as

características da transação efetuada: tipo de mercadoria, quantidade, preço, data de

pagamento e outras.

Fatura Pro Forma (Pro Forma Invoice): Documento emitido pelo exportador, em

caráter preliminar, a pedido do importador, para providenciar o início da efetivação da

importação. Contém os elementos da fatura definitiva, mas não gera a obrigação de

pagamento por parte do comprador.

Fatura e Visto Consulares: Alguns países, notadamente os dos continentes americano e

africano, exigem a apresentação de fatura ou visto consulares para fins de

desembaraço aduaneiro no país importador. As representações diplomáticas dos países

que fazem a exigência emitem a fatura consular ou apõem o visto consular nos

documentos que se destinam ao importador.

Letra de Câmbio (Bill of. Exchange): Título de crédito, de saque internacional, que

obedece a modelo oficial e é impresso normalmente em inglês. É emitida pelo credor

(exportador) contra um devedor (importador), à ordem do beneficiário indicado, que

poderá endossá-la, a quem será pago o valor no prazo, na data e no local

determinados. 

Nota Fiscal de Exportação: Documento que acompanha a mercadoria do

estabelecimento do exportador até o embarque para o exterior. É um documento de

âmbito interno. 

Romaneio de Embarque (Packing List): Lista com as características dos diferentes

volumes que compõem um embarque: número, peso, marca, dentre outras. É um

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documento que facilita a localização do produto dentro de um lote, para fins de

completa verificação no decorrer do desembaraço aduaneiro na exportação. 

Saque ou Cambial: Documento emitido pelo exportador contra o importador;

representa o direito do exportador às divisas decorrentes da venda de mercadorias a

um país estrangeiro. O saque ocorre, normalmente, nas operações sob a modalidade de

cobrança e, em geral, é também exigido nas operações amparadas por carta de crédito.

3.3 – Problemas econômicos internacionais atuais

Quando se fala em exportação tem sempre que ficar de olho nos acontecimentos dos

países ao qual será exportado e nos demais países, pois a exportação para nações em

desenvolvimento fornece oportunidades de emprego e recursos financeiros para fazer face ao

pagamento correspondente aos inúmeros produtos que eles não podem produzir em âmbito

interno e pela tecnologia avançada ao qual necessitam e qualquer erro que possa a vir

acontecer significara uma perda muito grande para a empresa que está querendo exportar,

principalmente se falando de produção alimentar que tem um ciclo de vida ao qual deve de ser

seguido para que não aconteçam prejuízos irreversíveis.

Alguns problemas econômicos internacionais atuais de acordo com Salvatore (2007).

O protecionismo Comercial em Países Industrializados: onde restringe o fluxo do

comércio internacional, a divisão de três importantes blocos comerciais: um bloco

norte americano (incluindo Estados Unidos, Canadá e México); um bloco de comércio

Europeu; e um bloco de comércio asiático, menos definido e menos rígido.

Excessivas flutuações e grandes desequilíbrios nas taxas de Câmbio: onde a

globalização dos mercados de capitais tem levado as taxas voláteis de câmbio, a

condições financeiras instáveis e a erosão do controle governamental sobre questões

monetárias internas.

Crises financeiras em economias emergentes de mercado: onde ameaça a estabilidade

de todo o sistema monetário internacional.

Elevado desemprego estrutural, lento crescimento na Europa e estagnação no Japão

com duração de uma década que debilitam o crescimento do comércio internacional e

da economia mundial, levando a muita disputas comerciais.

Insegurança no emprego gerada pela reestruturação e pelo enxugamento nos Estados

Unidos: as rápidas mudanças tecnológicas, a globalização e o aumento da competição

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internacional, que estão causando amplo enxugamento e insegurança generalizada no

que diz respeito ao emprego nos Estados Unidos, ainda que sob baixas taxas de

desemprego.

Problemas de reestruturação das economias em transição: que são da Europa Central e

Oriental e das antigas Republicas Soviética, que não está se desenvolvendo de maneira

tão uniforme quanto seria de se esperar. Isso representa um desafio para o todo o

mundo.

A profunda pobreza em muitos países em desenvolvimento e a ampliação das

desigualdades internacionais, que representam sérios problemas morais, políticos e

ligados ao desenvolvimento no mundo atual.

3.4 – Dados sobre o Comercio Internacional de Alimentos

Os produtos agrícolas que o Brasil produz possuem característica bem comum, que

seria a forte concorrência, por possuir um grande número de produtores e a liberdade de

escolha para produzir gerada pela baixa barreira a entrada e saída, daí pode-se dizer que a

grande maioria os produtos pertencem a um mercado de concorrência perfeita, cada produtor

decide-se como, quanto e quando vai produzir da sua melhor maneira. (NASCIMENTO,

2004).

A Organização Mundial de Alimentos – OMC é um organismo intergovernamental de

alcance mundial e foi criada para orientar e fortalecer o processo de liberação comercial, para

que os países adotem um sistema multilateral de comércio. Mais de três quartos dos 150

países membros da OMC são países em desenvolvimento ou menos adiantados. E os objetivos

da OMC é reduzir as barreiras tarifarias e não tarifarias para promover o comercio

internacional; apoiar reformas das políticas comerciais e locais para que os setores produtivos

consigam uma maior orientação ou acesso ao mercado; e reduzir o uso dos subsídios e das

salvaguardas que os países utilizam para deter importações que põe em perigo as suas

indústrias locais. (ESPINO, 2007).

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3.4.1 – Café

O café é um dos mais tradicionais da agricultura brasileira, possui uma relação direta

com a evolução da nossa história através dele viveram-se momentos áureos, como também

estado de penúria. Desde o século XVIII até os dias de hoje muitas mudanças ocorreram e

vem ocorrendo advinda dessa cultura que chegou a ser o único financiador da economia do

país e ainda tem grande participação para a economia. (NASCIMENTO, 2004).

No dia 24 de maio de 1727 é que o grão de café foi trazido para o Brasil e, portanto

essa data é lembrada como o dia Nacional do Café, um produto onde o Brasil é o maior

produtor e exportador e o segundo maior consumidor da bebida.

O café continua sendo um grande participante para a balança comercial do Brasil.

Muitas localidades são extremamente dependentes desse produto para o desenvolvimento da

região, o bom resultado do valor do café no mercado internacional possui uma relação direta

com o nível da renda da população dependente dessa cultura. (NASCIMENTO, 2004).

A cadeia de produção do café movimenta mundialmente cerca de 35 milhões de

dólares por ano. O Brasil já é o maior produtor de café em grãos (33,4 milhões de sacas, em

2007) e maior exportador de café in natura (28,1 milhões de sacas exportadas). O valor

agregado da produção brasileira de café é de cerca de US$ 4 bilhões. (MARRA, MOTA,

FILHO e TEIXEIRA, 2001).

O café já representou, no inicio do século, 80% das exportações brasileira,

contribuindo em 1980 com 13,8% da receita total de exportação, em 1985 com 10,22%

declinando a níveis de 3% no inicio dos anos 90. Em 1998, apresentou o valor total de

exportação de US$ 2,6 bilhões, correspondendo a 5,11% das receitas das exportações globais.

Em 2001 a demanda de café commodity cresce em ritmo lento, enquanto o consumo de

cafés especiais cresce vigorosamente, caracterizando importante mudança no ambiente

competitivo. (MARRA, MOTA, FILHO e TEIXEIRA, 2001) Em 2008 foram produzidas 45,9

milhões de sacas de café o que representa 40% da produção mundial. Os principais produtores

são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia. Já as exportações atingiram no ano

passado o volume de 28 milhões de sacas e a receita de US$ 4,7 bilhões.

A estimativa para a colheita da safra de 2009 de produção de café (arábica e conilon)

de acordo com a Conab – Companhia Nacional de abastecimento indica que o país deverá

colher 39,07 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Mas em relação à primeira

previsão houve uma redução de 15,0% quando comparada com a produção de 46,0% milhões

de sacas obtidas na temporada anterior.

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A cadeia agroindustrial do café abrange desde os insumos de produção e a produção

na fazenda, até o beneficiamento e a comercialização do grão. O segmento industrial é

constituído por sua vez, pelas indústrias torrefadoras de café para o mercado interno e pelas

indústrias solubilizadoras, que têm como alvo maior, o mercado externo. Um componente

importante da cadeia é o setor de exportação. Na extremidade da cadeia, encontra-se o

segmento varejista, com importante participação de corretores, exportadores e de

agroindustriais dos países importadores, que têm também a função de atacadista. De acordo

com a representação da figura abaixo de acordo com Vieira (2001).

Insumo de Produção

Produção de Café Autoconsumo

Estoques Cooperativas e Corretores

Indústria de Torrefação e Moagem

Indústria do Café Solúvel

Exportadores(Estruturas)

Consumo Interno Posto de Embarque Exportações

Atacado Mercado

Varejo Importações

Varejo

Figura: 5 Representação da Cadeia Agroindustrial do Café BrasileiroFonte: Paciano (1995) apud Vieira (2001)

Na tabela apresentada abaixo estão os cinco maiores produtores de café e a quantidade

produzida em mil toneladas desde o ano de 1990 até o ano de 2005, e pode-se perceber que o

Brasil sempre liderou o ranking de maior produtor de café do mundo.

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UF / REGIÃOPRODUÇÃO(em milhares de sacas)

PRODU-TIVIDADE(sacas/ha)arábica conilon total

Minas Gerais 18.965 271 19.236 19,34MG-Sul/Oeste  MG-Cerrado  MG-Zona da Mata

9.3883.7085.869

----271

9.3883.7086.140

18,5323,3118,65

Espírito Santo 2.502 7.553 10.055 20,68São Paulo 3.415 -- 3.415 18,76Paraná 1.590 -- 1.590 18,60Bahia 1.381 552 1.933 15,32Rondônia -- 1.706 1.706 10,89Mato Grosso 12 130 142 9,34Pará -- 229 229 17,73Rio de Janeiro 252 13 265 19,03Outros 206 296 502 21,22Total BRASIL 28.323 10.750 39.073 18,63Figura 6: 2° Previsão da safra brasileira de café 2009/2010 (maio/2009)Fonte: Mapa - SPAE / CONAB

Cotações do café - safra 2009/2010Cafés Físico Fech. Mín. Máx.

Fino/Extra 29/05/09 280,00 290,00Boa Qualidade 29/05/09 270,00 280,00Duro Fraco 29/05/09 260,00 265,00Riados 29/05/09 250,00 255,00Rio 29/05/09 240,00 245,00Consumo Dura 29/05/09 240,00 250,00Consumo Riada 29/05/09 235,00 240,00CD Finos 29/05/09 290,00 300,00por saca 60,5 kg - tipo 6 para melhor (em R$) Fonte: CarvalhaesFigura7: Cotações do café – safra 2009/2010Fonte: Mapa - SPAE / CONAB

Café, negro como o diabo, quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o

amor.Estes versos foram escritos por Talleyrand no século XVIII e retrata a diversidade de

sensações às quais remetem esta bebida quente, estimulante, de sabor e aroma característicos.

O café é considerado exótico e tem os seus benefícios, e pode ser considerado um dos

produtos mais consumidos no mundo atualmente.

3.4.2 – Açúcar

A cana de açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, sendo cultivado

desde a época da colonização. Do seu processo de industrialização obtém como produtos o

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açúcar nas suas mais variadas formas e tipos, o álcool (anidro e hidratado), o vinhoto e o

bagaço.

O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar no mundo. Onde os principais

estados que produzem a cana de açúcar são Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Alagoas.

O gráfico abaixo representa a quantidade – milhares de toneladas US$ FOB milhões de dólares; preço médio – US$ /tonelada da exportação de açúcar mensal no Brasil.

PREÇO MÉDIO (US$/t)

Brasil Centro-Sul

Norte-Nordeste

259,42 254,86 266,67

265,84 264,66 268,37

273,66 268,99 288,52

287,76 283,36 306,28

279,86 283,88 272,34

278,43 276,64 287,43

275,11 274,13 291,27

278,31 278,50 274,80

282,91 282,66 297,87

291,86 289,92 308,16

296,87 290,37 327,92

291,80 286,37 313,54

293,05 283,77 328,21

Figura 8: Exportação Mensal de Açúcar (Refinado e Bruto) pelo BrasilFonte: Secretária de Comercio Exterior (Secex)

QUANTIDADE (milhares de toneladas) US$ FOB (milhões de dólares)

Brasil Centro-Sul

Norte - nordeste Brasil Centro-

SulNorte-

Nordeste

Jan/2008 1.207,2 741,0 259,42 188,9 124,3

Fev/2008 1.228,4 837,3 265,84 221,6 105,0

Mar/2008 910,0 692,4 273,66 186,2 62,8

Abr/2008 951,2 768,6 287,76 217,8 55,9

Mai/2008 1.465,8 955,5 279,86 271,3 139,0

Jun/2008 1.814,1 1.513,2 278,43 418,6 86,5

Jul/2008 2.048,2 1.931,3 117,0 563,5 529,4 34,1

Ago/2008 1.871,8 1.775,4 96,3 520,9 494,5 26,5

Set/2008 1.871,5 1.841,0 30,6 529,5 520,4 9,1

Out/2008 2.205,7 1.970,7 235,0 643,8 571,3 72,4

Nov/2008 1.954,5 1.616,3 338,2 580,2 469,3 110,9

Dez/2008 1.944,1 1.555,2 388,9 567,3 445,4 121,9

Jan/2009 1.939,6 1.534,7 404,8 568,4 435,5 132,9

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3.7 – Soja

O Brasil é o segundo maior produtor de soja. Na safra de 2006/07, a cultura ocupou

uma área de 20, 687 milhões de hectares o que totalizou uma produção de 58,4 milhões de

toneladas. Os Estados Unidos o maior produtor mundial do grão, responderam pela produção

de 86,77 milhões de toneladas de soja. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comercio Exterior mostram que a soja tem uma importante participação nas exportações

brasileiras. Em 2006 foram US$ 9,3 bilhões, o que representou 6,77% do total exportado.

(EMBRAPA)

A soja que é cultivada é muito diferente das que eram plantadas rasteiras que se

desenvolviam na costa leste da Ásia. Sua evolução começou com o aparecimento de plantas

oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja selvagem e melhoradas por

cientistas da antiga China. (EMBRAPA)

A soja orgânica vem ganhando o seu espaço e conquistando consumidores europeus e

brasileiros. Cultivada livre de produtos químicos, a soja orgânica também é um bom

investimento para pequenos produtores e o custo de produção é menor do que no sistema

convencional. (EMBRAPA)

A soja transgênica tem ganhado o seu espaço e a EMBRAPA soja tem atuado em

pesquisas e através de parcerias oferecerem aos produtores a oportunidade de usar

tecnologias cultivares da própria Embrapa. Existem vários tipos de sojas transgênicas sendo

desenvolvidas atualmente. A mais conhecida e plantada comercialmente é uma planta, que

recebeu por meio de técnicas da biotecnologia, um gene de outro organismo capaz de torná-

la tolerante ao uso de um tipo de herbicida, o glifosato.(EMBRAPA)

O glifosato é um produto comumente utilizado pelos agricultores no controle de

plantas daninhas e limpeza de áreas antes do plantio de uma cultura. Suas moléculas se ligam

a uma proteína vital da planta, impedindo seu funcionamento e ocasionando sua morte.

(EMBRAPA)

3.8 – Suco de Laranja

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O Brasil por seu clima, condições hidrográficas e solo privilegiados é um dos maiores

produtores de laranja, o suco brasileiro é considerado de ótima qualidade. (PALMIRA, 2007).

O Brasil transformou-se no maior exportador mundial de suco de laranja, atendendo

hoje cerca de 50% da demanda e 75% das transações internacionais, não há nenhum outro

produto industrializado onde a presença do Brasil seja tão marcante. Esse crescimento teve

uma base tecnológica permanente, nas técnicas de plantio e de defesa sanitária, no

processamento e na logística de transporte. (PALMIRA, 2007).

O Brasil é o único a dispor de uma frota de navios graneleiros operando

exclusivamente com suco de laranja, comparativamente, cada um desses navios transporta a

carga de 600 caminhões que são vistos descendo a serra em direção a Santos e Guarujá, é uma

operação de vulto que exige tecnologia de ponta, investimentos e principalmente, volumes de

produto a ser exportado. (PALMIRA, 2007).

Nos últimos cinco anos o custo de industrialização do suco brasileiro vem

apresentando crescimento devido aos maiores custos de colheita e transporte, implicando num

aumento da ordem de 12,5% por tonelada de suco. Dentre as laranjas produzidas no Brasil, as

da espécie Pêra e Valencia são as mais indicadas para a produção de suco, por apresentarem

maiores rendimentos e qualidade superior. (PALMIRA, 2007).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A influência econômica feita pela exportação de alimentos é de grande relevância para

um país como o Brasil que é grande agricultor. De acordo com os dados colhidos e as

referências estudadas pode-se ver que o estudo do comportamento do consumidor é de plena

proeminência para atuar dentro do comercio ao qual foi abordado nesse estudo. Pois é através

dele que se pode saber qual a quantidade consumida de alimentos pela população, mas não só

o estudo do comportamento como também o crescimento populacional e a demanda de

alimentos indicará a quantidade e importância de cada alimento para a qualidade de vida da

população. Estudos como estes tem sido habitualmente abordado devido à preocupação com a

alimentação e a qualidade dos alimentos oferecidos.

O Sistema Agroindustrial alimentar com suas commodities fazem parte desse assunto,

pois freqüentemente é perguntado qual a procedência de todos os alimentos, principalmente

quando estes são exportados.

A exportação no Brasil assim como em outros países passam por fiscalizações e as

normas vêm sendo cada vez mais exigidas.

O café assim como o açúcar são dois produtos onde o Brasil é lideres na exportação, e

são um dos principais produtos agrícolas produzidos no país. O suco de laranja é um produto

que vêm ganhando mercado, devido ao clima tropical essa fruta é bastante produzida, e na

exportação o Brasil tem sido o segundo maior exportador mundial. A soja vem sendo

atualmente consumida na alimentação da população e têm surgido outros tipos de cultivo para

esse grão, como o orgânico e as modificações feitas pela biotecnologia.

Portanto esse estudo foi de fundamental importância não só para o conhecimento

teórico, mas pode se colocar na prática pelas organizações exportadoras assim como pelos

administradores rurais procurando a melhor época para se fazer o cultivo e a venda de seus

produtos.

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