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«Criar a Adega Mãe foi uma decisão 60% emocional e 40% de negócio», afirma Bernardo Alves, administrador do Grupo Riberalves e res- ponsável pelo projecto Adega Mãe. A nova marca representa a aposta do grupo numa nova área de negócio: o vinho. Com um investimento de cinco milhões de euros, a marca foi desenvolvida atra- vés de sinergias regionais, apesar do objectivo ser a internacionalização. Por isso mesmo, da Ade- ga Mãe - nome que homenageia a matriarca da família - nasceu o vinho Dory, cujo objectivo é conquistar mercados em quatro continentes. A primeira pedra do projecto foi lançada, em 2007, em Ventosa, Torres Vedras, com a compra da Quinta da Archeira, com uma dimensão de 40 hectares. «Mas a ideia é muito mais antiga que isso», revela Bernardo Alves sobre o facto de a família pertencer à região Oeste, conhecida pela vinicultura, e o pai e presidente do Grupo Riberalves, João Alves, ter chegado a comercia- lizar vinho, ainda que em pequena escala. «É uma questão cultural até. Os meus pais sempre tiveram vinhas, sempre tivemos este "bichinho" que se concretizou agora com este projecto», partilha Bernardo Alves. Por isso, a Adega Mãe é um projecto que vai para além da produção e comercialização do vinho. Em 2009, começa a ser construído o edifício da Adega Mãe que, com 4500 metros quadrados, oferece a possibilidade de explorar actividades ligadas ao enoturismo. Com assinatura de Pedro Mateus, a Adega Mãe possibilita visitas e provas de vinho, actividades agrícolas ou workshops. No ano seguinte, realizou-se a primeira co- lheita que hoje se materializa no primeiro vinho da marca a ser comercializado: Dory Colheita Tinto 2010. No total, são 170 mil garrafas de 0,75 litros disponíveis a partir deste mês no canal Ho- reca (Hotéis, Restaurantes e Cafés). No primeiro trimestre deste ano, será lançado também o Dory Branco 2011 e, no terceiro trimestre, o Dory Tinto Reserva 2010. A garantir a qualidade do vinho está Diogo Lopes, enólogo residente, e Anselmo Men- des, enólogo consultor. O nome Dory - a marca umbrella dos vinhos da Adega Mãe - tem origem na antiga pesca do bacalhau feita em embarca- ções com o mesmo nome e faz assim a ligação com o core business do Grupo Riberalves: o baca- lhau. João Pedro Abrantes, sócio-gerente da ZDA responsável pela imagem da Adega Mãe, justifica a escolha do nome: «Tínhamos de capitalizar o facto de a marca estar no Grupo Riberalves. Era quase obrigatório haver um fio condutor.» Para Bernardo Alves, as vantagens que a aposta nesta nova área de negócio traz são claras-. «Cria diversidade, oferta e riqueza. Nós funcio- namos como um grupo, um conjunto de empre- sas, e acreditamos que é uma grande mais- valia a aposta na área dos vinhos» , explica. No entanto, não deixa de sublinhar que a Adega Mãe tem um espaço próprio dentro do grupo, que não passa por pôr em causa aque- le que é o produto mais reconhecido da marca Riberalves. «O que a adega irá facturar não terá muita expressão em comparação, por exemplo, com o core business da empresa, que é o baca- lhau», esclarece. Por outro lado, as relações co- merciais estabelecidas, ao longo dos anos, na área alimentar, serão aproveitadas. «Isso abre-nos canais que vamos explorar, embora a Adega Mãe eo vinho Dory tenham de fazer o caminho como marca independente. Esperamos que os consu- midores gostem do Dory não por ser Riberalves, mas por ser um bom vinho» , assevera. E, um dos canais a explorar será o da exportação, ainda que Bernardo Alves não descure o papel do mercado interno: «A exportação terá uma componente muito forte, talvez 50%.» João Pedro Abrantes sublinha o carácter internacional da marca Dory: «É um nome que funciona tanto no mercado in- glês como no angolano. »A aposta da Adega Mãe passa por quatro continentes: na primeira linha por Angola, Brasil e Moçambique, mas também pelos EUA, Inglaterra, Escandinávia e China. O nascimento de uma marca A parceria entre a ZDA e o Grupo Riberal- ves tem quatro anos e estende se às quatro in- sígnias do grupo (Adega Mãe, Novo Dia Café,

«Criar foi uma - ClipQuick como um grupo, um conjunto de empre-sas, e acreditamos que é uma grande mais- valia a aposta na área dos vinhos», explica. No entanto, não deixa de

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«Criar a Adega Mãe foi uma decisão 60%emocional e 40% de negócio», afirma Bernardo

Alves, administrador do Grupo Riberalves e res-

ponsável pelo projecto Adega Mãe. A nova marca

representa a aposta do grupo numa nova área de

negócio: o vinho. Com um investimento de cinco

milhões de euros, a marca foi desenvolvida atra-vés de sinergias regionais, apesar do objectivo ser

a internacionalização. Por isso mesmo, da Ade-

ga Mãe - nome que homenageia a matriarca da

família - nasceu o vinho Dory, cujo objectivo é

conquistar mercados em quatro continentes.

A primeira pedra do projecto foi lançada, em

2007, em Ventosa, Torres Vedras, com a comprada Quinta da Archeira, com uma dimensão de

40 hectares. «Mas a ideia é muito mais antiga

que isso», revela Bernardo Alves sobre o facto

de a família pertencer à região Oeste, conhecida

pela vinicultura, e o pai e presidente do Grupo

Riberalves, João Alves, ter chegado a comercia-

lizar vinho, ainda que em pequena escala. «É

uma questão cultural até. Os meus pais sempretiveram vinhas, sempre tivemos este "bichinho"

que se concretizou agora com este projecto»,partilha Bernardo Alves. Por isso, a Adega Mãe

é um projecto que vai para além da produção e

comercialização do vinho. Em 2009, começa a

ser construído o edifício da Adega Mãe que, com

4500 metros quadrados, oferece a possibilidadede explorar actividades ligadas ao enoturismo.

Com assinatura de Pedro Mateus, a Adega Mãe

possibilita visitas e provas de vinho, actividades

agrícolas ou workshops.No ano seguinte, realizou-se a primeira co-

lheita que hoje se materializa no primeiro vinho

da marca a ser comercializado: Dory Colheita

Tinto 2010. No total, são 170 mil garrafas de 0,75litros disponíveis a partir deste mês no canal Ho-reca (Hotéis, Restaurantes e Cafés). No primeirotrimestre deste ano, será lançado também o DoryBranco 2011 e, no terceiro trimestre, o Dory Tinto

Reserva 2010. A garantir a qualidade do vinho está

Diogo Lopes, enólogo residente, e Anselmo Men-

des, enólogo consultor. O nome Dory - a marca

umbrella dos vinhos da Adega Mãe - tem origem

na antiga pesca do bacalhau feita em embarca-

ções com o mesmo nome e faz assim a ligação

com o core business do Grupo Riberalves: o baca-

lhau. João Pedro Abrantes, sócio-gerente da ZDA

responsável pela imagem da Adega Mãe, justificaa escolha do nome: «Tínhamos de capitalizar o

facto de a marca estar no Grupo Riberalves. Era

quase obrigatório haver um fio condutor.»

Para Bernardo Alves, as vantagens que a

aposta nesta nova área de negócio traz são claras-.

«Cria diversidade, oferta e riqueza. Nós funcio-

namos como um grupo, um conjunto de empre-

sas, e acreditamos que é uma grande mais- valia a

aposta na área dos vinhos» , explica.No entanto, não deixa de sublinhar que a

Adega Mãe tem um espaço próprio dentro do

grupo, que não passa por pôr em causa aque-le que é o produto mais reconhecido da marca

Riberalves. «O que a adega irá facturar não terá

muita expressão em comparação, por exemplo,

com o core business da empresa, que é o baca-

lhau», esclarece. Por outro lado, as relações co-merciais estabelecidas, ao longo dos anos, na área

alimentar, serão aproveitadas. «Isso abre-nos

canais que vamos explorar, embora a Adega Mãe

e o vinho Dory tenham de fazer o caminho como

marca independente. Esperamos que os consu-midores gostem do Dory não por ser Riberalves,

mas por ser um bom vinho» , assevera. E, um dos

canais a explorar será o da exportação, ainda queBernardo Alves não descure o papel do mercado

interno: «A exportação terá uma componentemuito forte, talvez 50%.» João Pedro Abrantes

sublinha o carácter internacional da marca Dory:«É um nome que funciona tanto no mercado in-

glês como no angolano. » A aposta da Adega Mãe

passa por quatro continentes: na primeira linha

por Angola, Brasil e Moçambique, mas também

pelos EUA, Inglaterra, Escandinávia e China.

O nascimento de uma marca

A parceria entre a ZDA e o Grupo Riberal-

ves tem quatro anos e estende se às quatro in-

sígnias do grupo (Adega Mãe, Novo Dia Café,

ZDA, uma agênciaem Torres Vedras

«Entrámos no mercado como uma agên-

cia do Oeste, porque, há 15 anos, havia esta

lacuna: não havia agência de publicidade,

um atelier de design», explica João Pedro

Abrantes, sócio-gerente da ZDA e responsá-

vel pela imagem do projecto Adega Mãe. No

início começaram por trabalhar as marcas

da zona oeste e cresceram para angariar

contas com impacto nacional. Hoje têm uma

carteira de clientes que conta com marcas

como Deutsche Bank Portugal, Sidul, Top

Atlântico ou Gel Peixe. «Fomos capitalizando

a nossa criatividade com o alargamento do

nosso espaço e da nossa equipa criativa para

podermos abraçar novos desafios», remata

João Pedro Abrantes.

Bacalhau Riberalves e Riberalves Imobiliária).Em comum têm o facto de pertenceram a Tor-

res Vedras. «Sempre que podemos o consumo

é nacional, e, se possível, regional», explicaBernardo Alves.

«Conhecemos este projecto ainda em

embrião», afirma |oão Pedro Abrantes sobre

o facto de ter começado a trabalhar no pro-jecto no início de 2010 e ter acompanhado o

crescimento nas várias fases de implementa-

ção. «O que também facilita as coisas. Houve

muita comunicação. Passámos muito tempocom o Bernardo que quer sempre perceber o

porquê de tudo», partilha o sócio-gerente da

ZDA. Bernardo Alves explica a necessidade de

participar de forma activa em todas as áreas

do negócio: «Está no sangue da família. Não

fazemos nenhum projecto por acaso, quandonos envolvemos tem de ser bem feito e isso

não é possível sem nos interessarmos, sem es-

tarmos atentos.»A escolha do nome foi o primeiro passo no

desenho da marca. «Tinha que ser um nome

que permanecesse no tempo», esclarece João

Pedro Abrantes. O nome escolhido, Adega

Mãe, não pretende apenas responder a essa

condição, como é também uma forma de ho-

menagem. «A nossa mãe sempre foi um pilarmuito importante e nada como uma home-

nagem para reconhecer e dar a conhecer essa

gratidão que sentimos», partilha Bernardo

Alves. E, enquanto percorremos o espaço da

adega, somos recordados do motto da mar-

ca, já que nos cruzamos com a frase de Ralph

Emerson, escritor norte-americano: "Os ho-

mens são o que as mães fazem deles."

Ao objectivo de encontrar um nome in-

temporal, junta-se o paralelismo com a figu-ra da mãe e do vinho. «O vinho, tal como a

mãe, também é sobre a arte de dar vida. Uma

vida que começa no momento da fecundação

e que se desenvolve até à maturação. Há uma

emoção, um carinho e um cuidado paralelos

na criação de um filho pela mãe, como de um

vinho», explica João Pedro Abrantes. O dese-

nho do logotipo reflecte isto mesmo, além de

que responde ao objectivo de ser uma marca

diferenciadora, na opinião do responsável da

ZDA: «Quando pensamos em adega, pensa-mos sempre em coisas mais clássicas. Neste

caso, temos um compromisso com a intem-

poralidade e uma visão moderna, ao mesmo

tempo. Quebramos com o que estamos habi-tuados a ver, fomos arrojados dentro das pre-missas mãe -vinho.»

Uma imagem que pretende romper com

o habitual, assim como o desejo de João Al-

ves, presidente do grupo, que espera que este

investimento rompa com a conjuntura. «O

grupo sabe que os tempos que o país atravessa

não são fáceis, mas acredita na sua capacidadede criar projectos inovadores e diferenciado-

res com sucesso. Cremos que a Adega Mãe será

com certeza uma mais-valia para a região em

que se enquadra o projecto e também para o

Pais», assevera João Alves. Convicção parti-lhada por Assunção Cristas, ministra da Agri-cultura, do Mar, do Ambiente e do Ordena-

mento do Território, presente na inauguraçãoda Adega Mãe: «Este é um vinho muito dife-

renciado, original e catalogado, como o vinho

da nova Europa, pela sua frescura, variedade e

que se impõe pela qualidade. » M