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CULTURAS DIGITAIS JUVENIS E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EJA Joana Peixoto – PUC-Goiás Agência Financiadora: CAPES Introdução O presente texto tem com base pesquisa que pretende identificar as formas de utilização das tecnologias de informação e de comunicação (TIC) nas práticas educativas, no âmbito da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A partir de considerações acerca da ausência de políticas públicas no que concerne a integração das TIC à EJA, trata do dilema que se expressa por um lado, no direito de acesso às TIC como democratização do patrimônio técnico-científico e, por outro, no acesso às TIC como forma de preparação restrita para o mercado de trabalho e, por conseguinte, de manutenção da alienação econômica e social. Em seguida, propõe-se uma reflexão sobre o papel das TIC nos sistemas educativos e sobre as formas pelas quais os jovens 1 delas se apropriam, baseada no questionamento do papel que as práticas digitais juvenis podem desempenhar no processo de aprendizagem escolar. As TIC não são aqui consideradas apenas em sua dimensão técnica, mas como campo de conflitos sociais, fundados nas diferentes formas de acesso e de apropriação. Por esta razão, além de considerar o fato que os jovens se relacionam de maneira peculiar com os objetos técnicos contemporâneos, serão levadas em conta as particularidades decorrentes das diferentes formas de inserção social, econômica e cultural destes jovens. Por fim, apresenta-se o resultado da pesquisa empírica realizada em turmas de EJA em uma escola da rede pública do município de Goiânia. A partir de observações foi estruturado um mapeamento das práticas usuais de integração das TIC às práticas educativas. 1 O processo de juvenilização das classes de EJA fortalece a necessidade de nos voltarmos para os jovens no quadro deste tipo de estudo.

Culturas Digitais Juvenis e as Práticas Educativas Na EJA

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  • CULTURAS DIGITAIS JUVENIS E AS PRTICAS EDUCATIVAS NA EJA Joana Peixoto PUC-Gois Agncia Financiadora: CAPES

    Introduo

    O presente texto tem com base pesquisa que pretende identificar as formas de

    utilizao das tecnologias de informao e de comunicao (TIC) nas prticas

    educativas, no mbito da Educao de Jovens e Adultos (EJA).

    A partir de consideraes acerca da ausncia de polticas pblicas no que

    concerne a integrao das TIC EJA, trata do dilema que se expressa por um lado, no

    direito de acesso s TIC como democratizao do patrimnio tcnico-cientfico e, por

    outro, no acesso s TIC como forma de preparao restrita para o mercado de trabalho

    e, por conseguinte, de manuteno da alienao econmica e social.

    Em seguida, prope-se uma reflexo sobre o papel das TIC nos sistemas

    educativos e sobre as formas pelas quais os jovens1 delas se apropriam, baseada no

    questionamento do papel que as prticas digitais juvenis podem desempenhar no

    processo de aprendizagem escolar.

    As TIC no so aqui consideradas apenas em sua dimenso tcnica, mas como

    campo de conflitos sociais, fundados nas diferentes formas de acesso e de apropriao.

    Por esta razo, alm de considerar o fato que os jovens se relacionam de maneira

    peculiar com os objetos tcnicos contemporneos, sero levadas em conta as

    particularidades decorrentes das diferentes formas de insero social, econmica e

    cultural destes jovens.

    Por fim, apresenta-se o resultado da pesquisa emprica realizada em turmas de

    EJA em uma escola da rede pblica do municpio de Goinia. A partir de observaes

    foi estruturado um mapeamento das prticas usuais de integrao das TIC s prticas

    educativas.

    1 O processo de juvenilizao das classes de EJA fortalece a necessidade de nos voltarmos para os jovens no quadro deste tipo de estudo.

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    O dilema da integrao das tecnologias EJA

    O MEC desenvolve basicamente um nico programa no que diz respeito

    utilizao das TIC na educao presencial. Trata-se do Programa Nacional de

    Tecnologia Educacional (ProInfo), cujo objetivo o de promover (..) o uso pedaggico

    da informtica na rede pblica de educao bsica (BRASIL, 2007). Observa-se que

    nem a SEED (Secretaria de Educao a distncia) nem a SECAD (Secretaria de

    Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade) apresentam um projeto especfico

    para a integrao das TIC educao de jovens e adultos.

    Mas, o governo brasileiro tem firmado compromissos quanto alfabetizao e

    educao de jovens e adultos em diversos

    (...) encontros internacionais desde a Conferncia Educao Para Todos, em Jomtien/Tailndia (1990), seguido da V CONFITEA, em Hamburgo/Alemanha (1997), da Cpula Mundial de Educao, em Dakar/Senegal (2000) e, mais recentemente, da Organizao das Naes Unidas (ONU) - Dcada de Alfabetizao (2003) -, [os quais] incluem a necessidade das tecnologias digitais para o esforo de alcanar as metas da Educao Para Todos. (COELHO; CRUZ, 2008)

    Este ltimo encontro gerou um documento que faz aluso s tecnologias como

    recursos importantes para promoo da alfabetizao. Por exemplo, no que diz respeito

    elaborao de polticas, prope-se a criao de ambientes que promovam a

    alfabetizao atravs (...) do acesso aos meios de expresso e de comunicao tais

    como os jornais, o rdio, a televiso e as tecnologias de informao e de comunicao

    [...] (ONU, 2002, p. 6-7). As TIC tambm so lembradas como recursos motivadores

    dos alunos.

    Mesmo sendo objeto de discusso nas conferncias citadas, no se pode

    perceber a expresso dos compromissos firmados pelo governo brasileiro na

    disponibilizao de recursos financeiros e, por conseqncia, em aes concretas

    (BRASILEIRO, 2002, DI PIERRO, 2008). O que se constata (...) a inexistncia de

    experincias consolidadas, relacionadas ao uso de novas tecnologias, na Educao de

    Jovens e Adultos (BRASILEIRO, 2002).

    Segundo a OCDE (2008) a vida moderna exige que todos os cidados adultos

    possuam competncias em cincias, matemtica e em tecnologia:

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    Para poder compreender os diversos problemas, situaes ou questes da vida cotidiana e enfrent-las, preciso [...] certo domnio da cincia e da tecnologia. Os indivduos devem estar em condies de utilizar seus conhecimentos cientficos e de adotar um procedimento cientfico no apenas em sua vida pessoal, mas igualmente na escala de sua comunidade, de seu pas e do mundo. indispensvel conduzir os jovens a compreender a cincia e a tecnologia para lhes preparar para evoluir na sociedade moderna. (OCDE, 2008, p. 108)

    Considerando estes aspectos, a OCDE (2008) estabelece o indicador da cultura

    cientfica, avaliando o nvel de competncia dos jovens de 15 anos, com base nos

    resultados do ciclo de 2006 do PISA (Programa Internacional de Avaliao de Alunos).

    A mdia estabelecida de 500 pontos. Apenas 2 dos pases acusam um escore inferior a

    473 pontos, dentre estes o Brasil, que se situa em ltimo lugar com 390 pontos.

    Enfim, pode-se concluir que o acesso s TIC e sua integrao EJA so

    reconhecidas como prioridades para o desenvolvimento econmico e social das naes.

    Mas tal reconhecimento no tem se traduzido em polticas pblicas para a rea.

    Alves (2001) aborda o dilema que a presena marcante das TIC na sociedade

    contempornea coloca para a EJA. Segundo o autor, o acesso s TIC promove um certo

    tipo de insero social. No entanto, sabe-se que a excluso digital conjuga as

    desigualdades de acesso e as disparidades na forma de utilizao das tecnologias.

    Ou seja, embora boa parte dos sujeitos possua acesso s TIC e que saiba

    utiliz-las em seu proveito, observa-se que tambm uma parte significativa da

    populao no tem acesso s mesmas, mas, sobretudo, que possui um acesso de menor

    qualidade e que utiliza os recursos tecnolgicos de forma precria.

    Ainda nesta pespectiva, verifica-se um paradoxo quanto integrao das TIC

    educao em geral e EJA em particular. O chamado discurso neoliberal aposta no

    desejo de libertao do indivduo face ao Estado e aos grandes aparelhos ideolgicos,

    dando nfase sociedade civil e autonomia das pessoas. Desta forma, exalta a figura

    do indivduo e o esprito empreendedor, como fundamentais para o desenvolvimento da

    economia neoliberal de mercado. Na verdade, o neoliberalismo, apoiado pelo

    marketing, penetra nesta brecha e favorece uma certa representao do usurio e, por

    conseqncia, do no usurio da informtica: o analfabeto digital um excludo social e

    cultural. Alm, de, evidentemente, ser um excludo do mercado de trabalho. A

    emancipao social estaria, assim, diretamente vinculada s TIC e ao mercado.

    At bem pouco tempo, os usurios da informtica eram representados por dois

    extremos. De um lado, o especialista que dominava informaes altamente complexas e

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    inacessveis aos demais e, de outro, os simples leigos. Tal representao se sustentava

    na informatizao restrita a empresas e organizaes. Mas, a construo de uma nova

    representao de usurio facilitada pela penetrao crescente dos computadores nos

    lares e de seu acesso a usurios individuais. As indstrias e operadoras de

    telecomunicao investem na oferta de produtos de carter ludo educativo e de servios

    em rede. O usurio no mais a vtima passiva da informtica, mas o ator de seus

    desejos e prov suas necessidades.

    Assim, pode-se considerar que a convergncia das ideologias neoliberais no

    plano econmico e das neolibertrias no plano poltico favorecem a construo e a

    difuso de discursos que exaltam o ideal do indivduo figura do consumidor ou cliente

    para promover a colocao no mercado de novos produtos e servios e a construo

    deste novo tipo de usurio.

    Alm disto, as tendncias atomizao dos indivduos das quais o

    neoliberalismo portador e o grau extremo de miserabilizao das massas, estimulam

    a configurao de movimentos de resistncia, que se utilizam das TIC para a

    reconstruo do coletivo e do comunitrio. O comunitrio seria a negao do

    neoliberalismo e de uma cultura hegemnica que abafaria as manifestaes culturais

    especficas de cada povo, assim como as identidades nacionais.

    As mdias praticam a desinformao e deformam a realidade social,

    privilegiando os interesses de mercado. No entanto, as TIC permitem que os atores

    sociais se organizem sobre uma base ampliada e que estruturem um tipo de informao

    alternativa, promovendo o exerccio direto da democracia. Ou seja, contra a atomizao

    que o sistema capitalista nos impe, abrem-se espaos de resistncia por meio da

    construo de redes de insubordinao2.

    Observa-se, ento, um quadro paradoxal que oscila entre (1) as demandas do

    mercado neoliberal de preparao para o trabalho, (2) os legtimos anseios dos jovens s

    inovaes tecnolgicas e (3) os movimentos de resistncia democrtica. Neste contexto,

    o discurso de integrao das TIC educao preconiza as vantagens de sua utilizao,

    recorrendo a justificativas como a democratizao do acesso que aconteceria no quadro

    de uma revoluo cientfico-tecnolgica. O que se pretendeu aqui demonstrar que,

    desta forma, as TIC so vistas como (...) determinantes de processos em que tambm

    esto enredadas. (Barreto, 2003, p. 273)

    2 Sobre este tema, conferir em obra de Castells (2007).

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    A cultura, oss saberes escolares e as TIC

    A escola seleciona, transpe e transforma certos elementos da cultura social

    como um todo na cultura escolar (FOURQUIN, 1993). Este processo se fundamenta,

    especialmente, no estabelecimento de hierarquias culturais que geram os critrios de

    seleo. Tal seleo elege um modelo que ser a referncia de futuro. assim que uma

    cultura parcial selecionada no contexto das culturas globais.

    Esta cultura modelo funda a ordem dos saberes escolares, ou seja, a ordem

    dos conhecimentos, das competncias e dos valores ensinados aos alunos. Na escola

    atual, a ordem de saberes escolares , por um lado, uma reproduo e uma transposio

    dos saberes eruditos.

    Mas os saberes escolares no se reduzem a esta transposio; eles tambm

    possuem uma autonomia e uma histria interna instituio escolar. De alguma forma,

    a escola produz seus prprios modelos de cultura e engendra suas prprias hierarquias.

    Disto decorre que as instituies escolares e os professores no trasmitem simples

    informaes ou conhecimentos em geral, mas saberes formados, estruturados e

    hierarquizados. Concretamente, isto significa que no trabalho pedaggico com os

    alunos, o discurso e os ensinamentos dos professores impem modos e contedos

    arbitrrios da cultura e dos saberes escolares.

    As consideraes anteriores visam lembrar que os saberes escolares se

    originam fora da escola. Eles resultam de uma construo sociohistrica; so

    produzidos por um corpo de agentes sociais e transformados pelos programas escolares,

    que constrem, por sua vez, um certo modelo de cultura considerada adequada s

    necessidades da escolarizao.

    Normalmente, trata-se as TIC apenas como elementos multiplcadores de

    informaes, como novos modos de gesto, de circulao e de distribuio de dados. E

    no se considera o fato que, no contexto escolar, elas no se constituem em

    conhecimentos gerais de informaes neutras, mas esto no bojo deste processo de

    seleo, de transformao e de hierarquizao de saberes sociais transpostos em saberes

    a serem aprendidos. Mas as TIC, assim como a educao escolar, se consituem em

    prticas sociais, no podendo se limitar a questes de ordem tcnica.

    Tanto fora quanto no interior do espao escolar as TIC no podem ser vistas

    como objetos neutros, mas como resultado de prticas sociais e simblicas. Desta

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    forma, pode-se consider-las como objetos sociotcnicos. Nesta perspectiva, seria

    adequado colocar em questo os modelos de cultura, as hierarquias cognitivas, os

    modos de transposio e de reproduo de saberes que elas impem aos professores e s

    novas geraes: quais so as culturas, as hierarquias, os valores culturais, as crenas e

    os saberes culturais veiculados pelas TIC? Que tipos de relaes podem ser

    estabelecidas entre as apropriaes das TIC pelos jovens, as reconfiguraes sociais e as

    perspectivas educacionais?

    Enfim, a integrao das TIC educao no se produz em um meio neutro,

    nem num espao tecnologicamente vazio, mas num contexto j saturado de tecnologias

    educativas e digitais. A questo das prticas digitais dos jovens se coloca em termos de

    incidncia social, englobando os efeitos recprocos entre tais prticas e a transmisso

    cultural.

    Por esta razo, as prticas digitais dos jovens esto no contexto de influncias

    mtuas que podem se estabelecer entre os objetos tcnicos, as prticas culturais e as

    prticas educativas. por isto que a articulao das TIC ao processo educativo levanta,

    entre outras questes, as que sero tratadas a seguir.

    Os jovens, as culturas digitais e os saberes escolares

    Como j foi assinalado, as tecnologias digitais so carregadas de significaes

    que expressam o contexto social e cultural. Provavelmente, a presena marcante e

    crescente dos objetos tcnicos contemporneos e a maneira natural com a qual os

    jovens com eles se relacionam, concorra para a tendncia a se naturalizar tambm as

    formas de apropriao das tecnologias. Na verdade, as prticas digitais so prticas

    culturais e, como tais, esto inseridas no momento histrico e articuladas s demais

    prticas sociais.

    Alm disto, preciso levar em conta as formas de acesso s TIC. Embora se

    observe o acesso crescente s tecnologias por parte da populao mundial, as formas de

    acesso esto relacionadas, de maneiras geogrfica, cultural e econmica distintas, a

    aspectos como a faixa etria, o gnero e a classe social.

    Se as prticas culturais digitais so prticas social e historicamente

    contextualizadas, as formas de uso da internet pelos jovens no podem, por sua vez,

    serem consideradas apenas sob o ponto de vista da facilidade de domnio tcnico que os

    mesmos manifestam. De fato, a facilidade de manuseio dos objetos tecnolgicos tanto

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    sintoma quanto causa das culturas digitais juvenis e de suas incidncias sociais e

    educativas, que sero tambm objeto de discusso.

    Prticas digitais juvenis

    O termo digital diz respeito a um conjunto cada vez mais amplo e complexo

    de mquinas, equipamentos, tcnicas e procedimentos, enfim, de dispositivos que tm

    sido representados pela parafernlia de objetos eletrnicos atualmente disponveis.

    Atualmente, digital refere-se aos dispositivos tcnicos que permitem ter acesso aos

    recursos digitais - tais como os computadores, celulares, aparelhos de MP3, Ipod e

    outros - que permitem aos seus usurios o compartilhamento de espaos de

    interatividade com a mquina (escolher o toque do seu aparelho celular ou gravar a

    msica desejada no MP3) e de interao com outros usurios (enviar e receber

    mensagens de texto pelo celular ou por e-mail).

    Tratam-se, ento, de dispositivos sociotcnicos que permitem a comunicao

    entre os sujeitos. Longe de se reduzirem a meros objetos tcnicos, envolvem uma

    pluralidade de ambientes, de prticas e de equipamentos que permitem formas de

    comunicao mediada por dispositivos digitais.

    Ento, no que diz respeito s prticas digitais juvenis, pode-se realmente

    afirmar que os jovens possuem muito mais facilidade que os adultos na operao de

    objetos eletrnicos e digitais? E que, por isto mesmo, dominam os computadores e a

    internet na medida necessria para utiliz-los como meios de aprendizagem escolar?

    No que diz respeito primeira questo, os estudos indicam que os nativos

    digitais (PRENSKY, 2001), ou a gerao eletrnica (BUCKINGHAN, 2007) ou

    ainda, a gerao internet (TAPSCOTT, 1999) se distingue das demais por que cresceu

    envolvida pela internet e pelas TIC. Estas cabeas digitais (NICOLACI-DA-COSTA,

    2006) se construram socialmente ao mesmo tempo em que um novo meio de

    comunicao, com amplas possibilidades interativas, ocupava um grande espao na

    sociedade em sua dimenso social, econmica, cultural e poltica.

    Assim, pode-se mesmo atribuir aos jovens um domnio de competncias das

    tecnologias digitais que os adultos no tm. Mas estas competncias no se referem a

    todo e qualquer tipo de uso das TIC. Ao mesmo tempo, os sujeitos desta gerao no

    tm igual acesso rede, nem informao e no possuem as mesmas capacidades e os

    mesmos conhecimentos para tratar esta informao.

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    Ento, considerando a existncia de certa diversidade nas formas de uso das

    TIC pelos jovens, podem ser indicados alguns aspectos caractersticos das culturas

    digitais juvenis: (a) o uso baseado na comunicao e na troca; (b) a pluralidade de usos

    e (c) a interatividade (BRVORT; BREDA, 2006; MICROSOFT/MTV, 2006/2007;

    NIELSEN COMPANY, 2009; SYMANTEC CORPORATION, 2009).

    (a) o uso baseado na comunicao e na troca

    As ferramentas de comunicao, tais como o celular, MSN, e-mail e,

    especialmente, as redes de relacionamento3 (como o Orkut) so utilizados como meios

    de contato com os prximos (familiares, amigos, colegas de escola) e com

    desconhecidos.

    A diversificao de oferta destas tecnologias de contato tem indicado uma

    forma de apropriao que desmente a dia de uma oposio entre o encontro fsico e o

    encontro virtual. Ao invs do isolamento fsico dos sujeitos que utilizam os meios

    eletrnicos de comunicao, observa-se a abertura de espaos para trajetrias muito

    mais complexas, nas quais se entrelaam mltiplas mdias de comunicao, colocadas a

    servio do estabelecimento e da manuteno de relaes sociais.

    Por exemplo, uma conversa iniciada nos corredores da escola, continua ao

    celular no caminho para casa e mais tarde por MSN no computador domstico. As

    ferramentas de comunicao so, assim, apropriadas para a construo e a manuteno

    de vnculos por meio de conexes contnuas: o contato fsico se prolonga por meio de

    uma presena constantemente conectada. Desta maneira, relaes se estabelecem

    numa sobreposio de espaos eletrnicos de comunicao.

    Como, habitualmente, as relaes sociais eram tecidas por meio da presena

    fsica, estas novas formas de relao social no so consideradas legtimas porque no

    se constroem da forma habitual, ou seja, a partir de um contato corporal. Aqueles que

    no fazem parte da gerao internet (TAPSCOTT, 1999) possuem dificuldade em

    aceitar as novas modalidades de socializao. Eles tm a tendncia a considerar como

    3 A participao em comunidades online (redes sociais ou de relacionamento) atividade que mais cresce

    dentre os cinco maiores setores da internet. Mais de dois teros da populao online do planeta visita os Member Comunitites (que englobam as redes de relacionamento e os blogs). Esta categoria mais popular do que o e-mail. O Brasil acompanha tal tendncia, liderando, desde 2007, a participao em redes de relacionamento, tanto em termos de visita (80% da audincia online) quanto em termos de tempo gasto (23% dos minutos gastos na internet so usados neste tipo de sites). (NIELSEN COMPANY, 2009).

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    verdadeira apenas a relao presencial, em oposio chamada relao virtual4 que

    tida como efmera, ftil, e mesmo perigosa. A relao virtual vista como sinal de

    isolamento ou de quebra de vnculos sociais. Mas, como afirma Lvy (1996): O virtual

    no substitui o real, ele multiplica as oportunidades para atualiz-lo. (LVY,

    1999, p. 88)

    Ento, o que se procurou demonstrar que as TIC so utilizadas pelos jovens

    para o estabelecimento e a manuteno dos vnculos sociais. Eles compreendem que as

    comunicaes mediadas pelas TIC so novas formas de se estar junto. E que estas novas

    maneiras de criar vnculos no substituem as formas habituais, mas a ela se somam.

    (b) a pluralidade de usos

    Uma decorrncia do aspecto anterior, mas que merece ser destacada o fato

    que os jovens no privilegiam de forma intencional uma determinada ferramenta: eles

    podem, ao mesmo tempo, utilizar o chat, assistir televiso e enviar um MSN, sem um

    critrio de hierarquizao. No entanto, as diversas ferramentas para comunicar so

    utilizadas de formas distintas. Para acrescentar um comentrio sobre um blog ou

    dialogar por escrito com diversos correspondentes preciso ainda aprender como

    intervir nestes universos e como neles se comportar. Certos formatos relacionais no so

    admitidos em certas ferramentas. Os jovens devem aprender a se encontrar em cada um

    dos meios disponveis e a jogar com cada um dos dispositivos de comunicao. No se

    fala da mesma maneira por telefone, por email ou atravs de carta, h cdigos diferentes

    que estruturam as formas de comunicao e de troca por meio das diversas ferramentas.

    Desta forma, a aquisio de uma cultura digital jovem implica em saber

    quando utilizar MSN, o que dizer em seu blog, como entrar ou sair de uma sala de bate-

    papo, por exemplo. A utilizao destas ferramentas implica em competncias tcnicas,

    para coloc-las funcionando, mas tambm em competncias relacionais:

    Ento, a multiplicao de ferramentas de comunicao conduz a uma

    complexificao crescente dos formatos de comunicao digital, que demanda

    competncias especficas. So estas competncias relacionais que so, antes de tudo,

    incorporadas pelos jovens. Estas competncias interacionais especficas, este saber ser

    social, participam plenamente da cultura digital juvenil. (FLUCKIGER, 2008)

    4 (...) a virtualizao no nem boa nem m, nem neutra. [...] Antes de tem-la, conden-la ou lanar-se s cegas a ela, proponho que se faa o esforo de apreender, de pensar, de compreender em toda a sua amplitude a virtualizao (LVY, 1996, p.12).

  • 10

    (c) a interatividade

    Outro aspecto que merece ser sublinhado a opo que os jovens fazem pelas

    ferramentas que permitem e favorecem a interatividade com a prpria ferramenta e a

    interao com outros usurios.

    Os aspectos anteriormente descritos indicam que se configura uma cultura

    digital que se revela em valores, conhecimentos e prticas compartilhadas pelos jovens.

    Entretanto, embora sejam extremamente hbeis na operao das ferramentas que

    utilizam cotidianamente, podem ignorar o funcionamento da internet, por exemplo.

    Freqentemente os alunos no sabem nomear nem suas aes, nem os objetos que eles

    manipulam, no entanto, com bastante facilidade. (BRVORT; BREDA, 2006;

    FLUCKIGER , 2008; MICROSOFT/MTV, 2006/2007).

    Assim, em relao s formas de utilizao das TIC, observa-se que os jovens

    dominam bem apenas algumas operaes e ferramentas disponveis na internet. E,

    provavelmente em funo do fato de estarem mergulhados nestas tecnologias desde

    muito cedo, se apropriam das mesmas com tal naturalidade, que no possuem o hbito

    de refletirem sobre as mesmas e muito menos se preocupam em compreender as formas

    como as utilizam. Realizam, por vezes, sofisticadas operaes de forma automtica e

    irrefletida5.

    As consideraes anteriores podem contribuir para a compreenso que as

    prticas digitais juvenis esto em certo nvel de contradio com as prticas e os valores

    da escola. A cultura dos jovens exterior escola. Ela , ao mesmo tempo, reveladora e

    revelada pelos programas de televiso que assistem, pela msica que escutam ou pelas

    pginas da internet que freqentam. Suas prticas culturais revelam o seu universo,

    segundo o seu ponto de vista. Para um jovem, suas prticas culturais e seus gostos lhes

    so prprios e esta distino entre seu universo daquele dos adultos, que marca a

    superao do mundo infantil e o acesso autonomia necessria para a constituio de

    sua identidade. A criao de perfis e as trocas nos sites de relacionamento, as

    mensagens instantneas (por meio da internet e do celular), a navegao em sites para

    5 Estas afirmaes no pretendem, em absoluto, se constituir em forma de condenao da atitude dos jovens. No se trata de negar-lhes o direito a se apropriarem dos meios de comunicao para se divertirem, sem preocupao com o domnio cognitivo das operaes que realizam. O que se pretende, como j foi anunciado identificar se os professores podem contar com o domnio que os jovens j possuem das TIC, para utiliz-las como recursos de aprendizagem.

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    lazer se inscrevem nesta lgica e normal que a escola esteja delas excluda. Portanto,

    no esta cultura digital dos jovens que cabe escola absorver.

    Ao mesmo tempo, as competncias tcnicas desenvolvidas fora da escola no

    podem ser integradas de forma automtica ao universo escolar. Por exemplo, quando se

    observa criteriosamente a maneira de navegar na internet, percebe-se que a operao em

    si bastante dependente do contexto de uso: a navegao com a finalidade de estudo ou

    de trabalho implica em procedimentos e estratgias que deveriam ser distintas da

    navegao na internet com finalidade ldica. Ou seja, no suficiente saber executar

    alguma operao fora da escola para estar apto faz-lo enquanto aluno j que so aes

    regidas por lgicas diferentes.

    Outro aspecto a ser considerado diz respeito s formas de acesso s TIC. O

    perfil de uso do computador e da Internet no pas caracterizado em funo das variveis

    sociodemogrficas. Conforme aumentam a renda, a classe social e o grau de escolaridade, maior

    a proporo de usurios das tecnologias (CETICCBr, 2009).

    A mobilizao das TIC a servio de atividades de aprendizagem implica num

    determinado nvel de acesso e num tipo de domnio destas ferramentas, que parece

    ainda no ser uma realidade em nosso pas. Aparentemente, as culturas digitais juvenis -

    baseadas na intuio e na finalidade prtica - no desenvolvem as modalidades de uso

    que permitiriam a sua utilizao consciente e intencional, pois, embora os jovens

    utilizem cada vez mais os meios de comunicao integrados em rede, eles desenvolvem,

    dentre os vrios tipos de competncia, aqueles que esto num nvel que se poderia

    chamar de operatrio.

    As prticas educativas com o uso das TIC na EJA

    Conforme j foi mencionado, para identificar se e como as prticas digitais

    juvenis podem contribuir para aprendizagem escolar, preciso observar como as TIC

    tm sido utilizadas no meio escolar. Esta demanda a base do estudo que d origem ao

    presente artigo e que pretende investigar o que os programas e as prticas educativas

    propem no que diz respeito ao uso das TIC na EJA.

    Para a investigao destas prticas educativas, optou-se pelo estudo de caso no

    turno noturno de uma escola pblica localizada na regio leste de Goinia (EJA). Foram

    realizadas observaes das aulas ministradas laboratrio de informtica da referida

  • 12

    escola. As aulas observadas foram propostas pelos professores de cincias, matemtica

    e histria6 e visavam, basicamente, a ilustrao de contedos j trabalhados em sala.

    O dinamizador do laboratrio7, em processo de formao junto ao Ncleo de

    Tecnologia Educacional (NTE) da Secretaria Municipal de Educao, manifestou

    grande preocupao quanto a sua responsabilidade em relao manuteno dos

    equipamentos e tambm com a recomendao do NTE de que no devem ser

    ministradas aulas de informtica, j que o laboratrio destinado informtica

    educativa.

    Merece destaque o fato que, embora o laboratrio conte com internet em boas

    condies de acesso, a mesma no de fato utilizada. Tanto os professores quanto o

    dinamizador alegam que no permitem o acesso internet pelos alunos, em virtude de

    no conseguirem controlar o acesso dos mesmos a sites indesejados. O argumento

    utilizado que, basta que o professor ou o dinamizador estejam numa posio que no

    permita a visualizao da tela do computador, para que os alunos acessem pginas com

    informaes sobre esportes, entretenimentos diversos, jogos online e, principalmente o

    Orkut.

    Para fazer face a este problema, so adotados os seguintes procedimentos:

    Os alunos devem digitar no motor de busca (Google) a expresso exata que

    conduzir, como primeiro resultado, pgina a ser acessada durante a aula. Por

    exemplo, em uma aula de matemtica, os alunos chegaram ao laboratrio e j

    encontraram os computadores ligados (como o hbito). Foram orientados a abrir o

    Google e a digitar somatematica. A primeira resposta retornada pelo motor de busca

    o portal matemtico denominado S matemtica. Como eles j devem estar

    habituados a utilizar tal site, nem precisaram de orientao e acessaram imediatamente o

    mesmo.

    O dinamizador faz a pesquisa sobre o tema solicitado pelo professor

    (geralmente em sua casa) com antecedncia. Seleciona uma pgina da internet e salva as

    6 O trabalho de observao foi feito em consonncia com a organizao da escola e a partir da autorizao e da disponibilidade de cada professor. 7 Segundo o Proinfo, o dinamizador de laboratrio recebe orientaes no NTE (Ncleo de Tecnologia Educacional), para gerenciar o laboratrio de informtica. Dentre suas funes, podem ser citadas: organizar a utilizao do Kit TVEscola, do laboratrio de informtica e outros kits tecnolgicos; estimular a apoiar a equipe da escola para o uso das tecnologias educativas aplicadas a educao; zelar pela manuteno dos equipamentos. Fonte: SEED/MEC. Secretaria de Educao a Distncia/Ministrio da Educao. Disponvel em: . Acesso em: 25 jul. 2009.

  • 13

    informaes como arquivo texto. Este arquivo instalado na rea de trabalho de cada

    computador. Os alunos chegam para a aula e apenas clicam no arquivo para acess-lo.

    Nas aulas realizadas segundo este procedimento, os alunos liam os textos e copiavam as

    informaes em seus respectivos cadernos. Por exemplo, em uma aula de cincias sobre

    a AIDS, os alunos acessaram o arquivo de texto que o dinamizador havia instalado na

    rea de trabalho. O professor, que havia feito a solicitao com antecedncia ao

    dinamizador do laboratrio, no conhecia a pgina que havia sido selecionada. Os

    alunos leram o texto e fizeram cpias.

    Os usos das TIC na EJA se aproximam das tendncias expressas na integrao

    destas tecnologias s demais modalidades e nveis de ensino: estudos e pesquisas

    indicam uma convergncia no sentido de que tais usos se traduzem em aplicaes

    tpicas (BARRETO et al., 2006) ou ainda, que [...] apesar das disposies inovao,

    as indiferenciaes nas condies fundamentais mudana tm favorecido as

    pseudoinovaes, reduzindo as novas possibilidades abertas pelo uso das tecnologias a

    simples otimizaes das prticas tradicionais. (ARAGN DE NEVADO et al., 2001)

    Pelo exposto, no difcil supor que os alunos no manifestem muito

    entusiasmo pelas aulas no laboratrio. Aqueles que tm pouco contato com o

    computador e a internet no tm a oportunidade de superarem suas dificuldades. Como

    os alunos no podem ter aulas de informtica, no recebem muitas orientaes e, via

    de regra, preferem delegar o manuseio do computador ao colega com o qual trabalha em

    dupla. Os que insistem em operar o computador possuem grande dificuldade para

    acompanhar o proposto pelo professor, enfrentando dificuldades bsicas, tais como o

    manuseio do mouse ou a localizao do cone indicado pelo professor na rea de

    trabalho. Por outro lado, os alunos que j possuem o hbito de utilizar a internet,

    exprimem reaes de desinteresse e at de menosprezo pelas aulas. De uma maneira

    geral, estes alunos que possuem alguma familiaridade com o computador, permanecem

    todo o tempo da aula observando o momento propcio para driblar a vigilncia dos

    professores e acessar as pginas desejadas na internet (quase sempre o e-mail, o

    Messenger e o Orkut).

    Pode-se, ento, observar que as operaes j dominadas pelos alunos fora do

    contexto escolar no so utilizadas no uso do computador na escola. Na verdade, as suas

    formas de uso so condenadas e proibidas no contexto escolar. Mas, a questo que da

    decorre se refere exatamente s culturas digitais juvenis e suas relaes com as prticas

  • 14

    pedaggicas escolares: que prticas digitais dos jovens poderiam ser objeto de

    apropriao pela escola? Ou melhor, como poderiam ocorrer tais apropriaes?

    As discusses feitas at aqui apontam para usos distintos das TIC dentro e fora

    da escola. Seria indispensvel que haja distino entre as modalidades de apropriao

    das TIC em casa (ou na lanhouse) e na escola. Os espaos intra e extra-escolar se

    configuram com finalidades distintas, sendo regidos por lgicas e cdigos de linguagens

    e de comportamentos, tambm distintos.

    Os estudos mostram que as prticas extra-escolares no permitem um domnio

    lgico ou racional das TIC. Esta lacuna de conhecimento tcnico, de compreenso, de

    conceituao real e o uso pessoal mesmo freqente, no pode sozinho oferecer aos

    jovens a ocasio de superar prticas intuitivas. J na escola, os alunos so confrontados

    a uma inteno pedaggica: neste espao os alunos podem ser confrontados a outras

    prticas que no suas prticas extra-escolares e adquirir os meios para compreender e

    dominar este ambiente tcnico na perspectiva de uma educao escolar convencional,

    organizada, sistemtica e intencional.

    Como foi visto, o que marca a cultura digital dos jovens no tanto o domnio

    tcnico das ferramentas, mas o domnio dos formatos de comunicao socialmente

    admitidos no seio do universo juvenil. As novas ferramentas de comunicao vm ao

    mesmo tempo instrumentar esta sociabilidade e tornar visveis os crculos de relaes e

    as preferncias dos jovens.

    Culturas digitais juvenis e prticas educativas

    A questo das competncias adquiridas nas prticas digitais extra-escolares

    teria pouco interesse para a instituio escolar se no colocasse a questo da

    disponibilidade, em contexto escolar, das competncias tcnicas adquiridas nas prticas

    prprias ao mundo juvenil. Esta disponibilidade , s vezes, precipitadamente tida como

    adquirida e a instituio escolar se encontra confrontada necessidade de se colocar a

    questo de competncias tcnicas construdas fora da escola.

    Se um dos papeis da instituio escolar assegurar a todos os meios de

    compreender e dominar o universo altamente informatizado atual, a comunidade

    educativa teria todo interesse em tomar conscincia do limite das aprendizagens extra-

    escolares e das competncias digitais desenvolvidas pelos alunos fora do contexto

    escolar, assim como de seus tipos de uso: ldico e comunicacional.

  • 15

    No cabe escola realizar uma assimilao direta e automtica da cultura

    digital dos jovens, dentre outras razes, porque as prticas digitais so, para os jovens,

    um emblema de sua condio, simbolizando sua autonomizao e sua individualizao.

    Mas h espao para uma forma escolar de uso das ferramentas digitais em rede em

    ruptura com o senso comum e as prticas ordinrias, que visaria um domnio mais

    efetivo e uma compreenso adequada para um trabalho pedaggico intencional e

    sistematizado.

  • 16

    Referncias

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