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Curso Técnico em Enfermagem Noções de Atendimento de Emergência II Por: Marcia Regina

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Curso Técnico em Enfermagem

Noções de Atendimento de Emergência II

Por:

Marcia Regina

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PROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DO ATENDIMENTO

1. Adotar as precauções universais no contato com a vítima (EPI

apropriado);

2. Utilizar EPI e EPR específicos de acordo com o tipo de atendimento de

bombeiro que exijam ações de salvamento;

3. Avaliar e assegurar a cena de emergência, precavendo-se, isolando ou

eliminando riscos para si e para a vítima;

4. Avaliar a Cinemática do Trauma e prever possíveis lesões nas vítimas de

trauma;

5. Prestar informações imediatas sobre a situação encontrada e solicitar o

apoio necessário para a solução da ocorrência;

CONTATO COM A VÍTIMA

Se a vítima estiver consciente o socorrista deve:

1. Apresentar-se, dizendo seu nome e que esta para ajudar a socorrer;

2. Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento).

3. Questionar sobre o ocorrido;

4. Questionar a sua queixa principal;

5. Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo.

Ao avaliar a vítima observe

1. Seqüência sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e

Secundária);

2. Sinais e sintomas específicos de emergência médica ou de trauma

apresentados pela vítima;

3. Indícios de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um

trauma, ou ainda quando for encontrada inconsciente;

4. Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração

em suas condições em quaisquer das etapas de avaliação.

ANÁLISE PRIMÁRIA

(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e

verificar permeabilidade das vias aéreas.

(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio.

(C) Verificar circulação e hemorragias.

(D) Realizar exame neurológico sucinto.

(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia).

Amputação

É a separação de um membro ou estrutura do restante do corpo. Pode ser

causada por diversos tipos de acidentes. Entre os mais comuns estão os com

objetos cortantes (serra elétrica), os acidentes de trânsito (principalmente de

moto), a violência, o choque e o esmagamento.

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Nesse tipo de emergência, a rapidez na busca pelo atendimento é um fator

determinante para conter qualquer tipo de infecção e também para o sucesso da

reimplantação do membro.

Como agir:

- Se for preciso limpar o local da amputação, faça isso com um pano bem

limpo e não use nenhuma outra substância

- Faça a compressão do local com força, com um pano limpo para conter o

sangue

- Não se esqueça de recolher a parte amputada. Se a distância até o

hospital não for longa, enrole-a com um pano limpo e coloque-a dentro de uma

sacola plástica limpa

- Se o socorro for demorar mais de 6 horas, enrole a parte amputada em um

pano limpo, coloque-a em um pacote plástico bem fechado e, sem seguida, ponha o

pacote dentro de outra sacola com gelo.

- Não coloque a parte amputada diretamente no gelo, é necessário apenas

refrigerá-la

- As amputações podem ocasionar hemorragia e infecção, e levar ao estado de

choque e à morte. Por essa razão é preciso procurar o socorro rápido para

evitar a falta de vascularização no local, o que pode ocasionar gangrena.

- O sucesso do reimplante vai depender principalmente do tipo de corte e

do tempo decorrido do acidente até o recebimento do socorro apropriado

Como prevenir:

- Tome cuidado ao manusear objetos cortantes e jamais use-os sob efeito de

drogas, álcool ou medicamentos que afetam o sistema nervoso central

- Grande parte das amputações acontece no ambiente de trabalho. Por isso,

adote medidas de segurança para prevenir acidentes.

Fraturas

Fratura: É toda solução de continuidade súbita e violenta de um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta

(fratura exposta) quando a pele sofre solução de continuidade no local da lesão

óssea. As fraturas são mais comuns ao nível dos membros, podendo ser únicas ou

múltiplas. Na primeira infância, é freqüente a fratura da clavícula. Como

causas de fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os atropelamentos.

Localizações principais:

(a) fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais graves e de

delicado tratamento quanto mais próximas do tronco;

(b) fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de choque e podendo

acarretar lesões da bexiga e do reto, com hemorragia interna;

(c) fratura do crânio, das mais graves, por afetar o encéfalo, protegido

por aquele; as lesões cerebrais seriam responsáveis pelo choque, paralisia dos

membros, coma e morte do paciente. A fratura do crânio é uma ocorrência mais

comum nas grandes cidades, devido aos acidentes automobilísticos, e apresenta

maior índice de mortalidade em relação às demais. O primeiro socorro precisa

vir através de aparelho respiratório, pois os pacientes podem sucumbir por

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asfixia. Deve-se lateralizar a cabeça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido

por um lenço e vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o choque pode

também ocorrer, merecendo os devidos cuidados;

(d) fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropelamentos e nos

mergulhos em local raso, sendo tanto mais grave o prognóstico quanto mais alta

a fratura; suspeita-se desta fratura, quando o paciente, depois de acidentado,

apresenta-se com os membros inferiores paralisados e dormentes; as fraturas do

pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no

sentido de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula; coloca-

se o paciente estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para cima;

o choque também pode ocorrer numa fratura dessas.

Obs.: Jamais alinhe uma fratura

Fratura

É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou

esmagamento.

Há dois tipos de fraturas: as fechadas, que, apesar do choque, deixam a

pele intacta, e as expostas, quando o osso fere e atravessa a pele. As fraturas

expostas exigem cuidados especiais, portanto, cubra o local com um pano limpo

ou gaze e procure socorro imediato.

Fratura fechada - sinais indicadores

Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação.

Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou

formigamento da região.

Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do

membro machucado.

O que não fazer

Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido.

Não dê qualquer alimento ao ferido, nem mesmo água.

O que fazer

Solicite assistência médica, enquanto isso mantenha a pessoa calma e

aquecida.

Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea.

Imobilize o osso ou articulação atingido com uma tala.

Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e

aplique compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do

hematoma.

Entorse

É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que

sustenta as articulações). Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada.

Luxação

É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na

articulação. Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura

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fechada. Lembre-se de que não se deve fazer massagens na região, nem tentar

recolocar o osso no lugar.

Contusão

É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode

apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver

arroxeado, é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma).

Improvise uma tala

Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma

superfície, como uma tábua, revista dobrada, vassoura ou outro objeto qualquer.

Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não

dificultar a circulação sanguínea.

Improvise uma tipóia

Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do

pescoço. Isto serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho,

antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula.

Só use a tipóia se o braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já

estiver dobrado

Imobilização

Imobilização do braço dobrado Imobilização com braço esticado e na

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com uma tala e quatro bandagens e

uma bandagem de apoio.

posição encontrada, semi dobrado

Seqüência de imobilização da mão e dedos

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2º Seqüência de imobilização da

mão com apoio de uma tipóia

Imobilização do Ombro com bandagem

triangular

Imobilização da mandíbula Imobilização da mandíbula inferior

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Imobilização no nariz Bandagem no tórax

A imobilização na coluna cervical é feita

após ter aplicado técnicas de estabilização

da coluna cervical e a colocação de um colar

cervical conforme o tamanho da pessoa.

Técnica para girar caso não

haja respiração ou esteja com

dificuldade de respirar

Imobilização da bacia ou do fêmur Imobilização do pé ou tornozelo

Imobilização da tíbia Imobilização do tornozelo

TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)

O TCE é causa importante de morte nos traumas.

O Traumatismo Raqui-Medular (TRM) ocorre em 5 a 10% dos casos de TCE.

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70% das vítimas de acidentes automobilísticos apresentam TCE.

Os traumatismos da cabeça podem envolver o couro cabeludo, crânio e

encéfalo, isoladamente ou em qualquer combinação.

Trauma com sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta ou

longa duração pensar em TCE.

LESÕES DE COURO CABELUDO

· Podem causar hemorragia devido a sua intensa quantidade de vasos.

ABORDAGEM DA VÍTIMA

1. Exame Primário - ABC da vida.

2. Observar cuidados com a coluna cervical: Estabilizar manualmente a

cabeça e o pescoço.

3. Controlar hemorragias

4. Exame Secundário: consciência – AVDI

· Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE.

5. Sangramentos via nasal (rinorragia) e pelo ouvido (otorragia)

geralmente é sinônimo de TCE.

6. Nos casos onde ocorra vômitos, a vítima deve ser virada em bloco para o

decúbito lateral de forma a preservar a imobilização da coluna cervical.

TRAUMA RAQUI-MEDULAR (TRM)

Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal.

A coluna cervical é o local mais comum de TRM.

As causas mais comuns de TRM são:

Ø Quedas.

Ø Mergulho em água rasa.

Ø Acidentes de motocicleta e automóvel.

Ø Esportes.

Ø Acidentes por arma de fogo.

Mecanismos possíveis de lesão raqui-medular - hiperextensão, hiperflexão,

compressão, rotação, torção lateral, tração.

A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a

medula espinhal, que liga o cérebro aos órgãos através de nervos.

10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de

trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado.

Lembre-se que 17% dos pacientes com lesões de coluna foram encontrados

andando na cena do trauma ou foram ao hospital por seus próprios meios - sempre

imobilize.

SUSPEITAR DE TRM NOS SEGUINTES CASOS:

Mecanismo de lesão sugestivo (causas de TRM), mesmo sem sintomas.

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Vítimas inconscientes que sofreram algum tipo de trauma.

Dor em qualquer região da coluna vertebral.

Traumatismo facial grave ou traumatismo de crânio fechado.

"Formigamento" (anestesia) ou paralisia de qualquer parte do corpo abaixo

do pescoço.

Priapismo (enrijecimento do pênis de forma involuntária).

Mergulho em água rasa

CUIDADOS NO TRM

Exame primário - ABC da vida

Imobilize a cabeça/pescoço em posição neutra com colar cervical ou com as

mãos.

Remova o capacete em caso de PCR ou insuficiência respiratória.

Não mova o paciente a menos que seja necessário. Caso tenha que movê-lo

utilize a técnica em monobloco.

Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE

A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do tratamento

pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida

iminente.

EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO CERVICAL

Colar Cervical

Técnica de aplicação:

Alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e

mantenha a estabilização manual.

O outro guarda-vidas aplica o colar ao pescoço da vítima.

O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se.

Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.

Improvisação: cobertor ou camisa e cintos

Imobilizador de cabeça - dispositivo para impedir os movimentos laterais

da coluna. São dois anteparos de espuma que são fixados a prancha longa através

de um velcro.

Improvisação: sacos de areia, tijolos ou anteparos que impeçam os

movimentos laterais da cabeça.

TRAUMA OCULAR

Causas: corpos estranhos; queimaduras, luminosidade excessiva, agente

químico, lacerações e contusões. Em traumatismos pode haver exteriorização do

globo ocular.

Sinais e sintomas: Dor, irritação, ardência, visão turva, feridas abertas,

objetos estranhos.

CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR

1. Exame primário - ABC da vida

2. Irrigação ocular com soro fisiológico ou água durante vários minutos em

caso de lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos.

3. Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem

prescrição.

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4. Não remova objetos empalados. Estabilize-os com curativo apropriado não

compressivo.

5. Oclua os dois olhos com gaze umedecida, mesmo em lesões de um olho.

6. Em caso de exteriorização do globo ocular, não tente recolocá-lo.

Efetue a oclusão ocular bilateral.

7. Não remova lentes de contato.

TRAUMA EM CRIANÇA

É um trauma grave e de difícil diagnóstico, pois a comunicação e a

extricação são mais difíceis.

Acione sempre um segundo socorrista para lhe auxiliar.

Observe que crianças sonolentas ou muito quietas na cena do acidente pode

significar gravidade.

Sempre aqueça a criança e ofereça se possível O2 sob máscara a 10

litros/min.

A freqüências cardíaca e respiratória são normalmente ligeiramente maiores

do que o adulto.

IDADE / Freqüência cardíaca / Freqüência respiratória

Recém Nato / 140 - 180 / 45 – 60

1 ano / 120 - 150 / 40

6 a 10 anos / 80 - 110/ 25

> 10 anos / 60 - 90 / 20

· Na imobilização e no transporte as únicas diferenças para o adulto são:

1. A tira do imobilizador de cabeça em vez de passar no queixo passa embaixo do

nariz. 2. O recém-nato deve ser manipulado como um todo (sempre em bloco).

EXTRICAÇÃO

É a retirada da vítima de um local, de onde ela não pode sair por seus próprios

meios.

· No caso de confinamento, retire as ferragens e escombros da vítima e não a

vítima das ferragens.

Seqüência da Extricação

1. Reconheça a cena.

2. Obtenha acesso ao paciente

3. Realize exame primário e ABC da vida

4. Imobilize o paciente dando prioridade a coluna cervical

5. Afaste os obstáculos físicos

6. Remova a vítima

7. Reimobilize o paciente caso necessário

8. Transporte a vítima

EXTRICAÇÃO DE VEÍCULOS

1 - Chave de Rauteck: retira rapidamente e sem equipamento, vítima de

acidente automobilístico do banco dianteiro. Está indicada em situações de

risco de incêndio ou explosão.

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2 - Retirada de Capacete: As vitimas por acidentes de motocicleta, devem

ter o capacete retirado antes da chegada da ambulância somente se houver

inconsciência.

Fixe a cabeça, solte a jugular do capacete, mantenha a fixação enquanto

tira o capacete.

Após retirar o capacete mantenha a fixação da cabeça e coloque o colar

cervical.

SITUAÇÃO PEGUE/REMOVA RÁPIDO (load and go)

São situação onde o exame primário (ABC) mostra que a vítima está em risco

iminente de morte e deve ser removido imediatamente para atendimento de Suporte

Avançado de vida por ambulância ou levado ao hospital.

Ø PCR sem resposta.

Ø Obstrução de vias aéreas que não pode ser removida de forma mecânica

Ø Condições que impeçam de respirar como: Tórax aberto, tórax instável,

pneumotórax hipertensivo e sangramento pulmonar volumoso.

Ø Choque.

RESGATE E TRANSPORTE

Se possível não transporte à vítima e aguarde o socorro médico.

Em situações de risco iminente para o socorrista ou para a vítima

transporte-o rapidamente para lugar seguro.

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Os métodos de transporte são precários e podem agravar lesões existentes,

devendo ser reservados para situações especiais e transportes de curta

distância.

A presença de riscos no local, n° de pessoas disponíveis, diagnóstico do

paciente e o local do acidente influenciam o tipo de transporte.

A vítima deve ser estabilizada e imobilizada antes do transporte,

preferivelmente por equipe especializada para não provocar lesões adicionais ao

paciente.

Os movimentos devem ser sempre em conjunto com o outro socorrista.

Transporte rapidamente quando:

Houver perigo de incêndio, explosão ou desabamento.

Houver presença de ameaça ambiental ou materiais perigosos.

Há impossibilidade de proteger a cena do acidente.

Há impossibilidade de obter acesso ao paciente que necessita cuidados de

emergência.

Situação pegue e remova rápido a vítima - situação "load and go".

TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA

1 - Técnicas com Um Socorrista:

Pacientes capazes de andar

a - Apoio Lateral Simples

Pacientes que não podem andar

a - Arrastamento pela Roupa

b - Arrastamento por Cobertor

c - Transporte tipo Bombeiro

2 - Técnicas com 2 ou mais Socorristas:

Vítima que pode andar

Apoio Lateral Simples

Vítima que não pode andar

Consciente

a - Transporte pelas Extremidades

b - Transporte em cadeirinha

Vítimas Inconscientes

a - Elevação em braço

b - Elevação Manual Direta

EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE

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a – Padiola

b - Prancha Longa: É o equipamento indicado para remover pacientes

politraumatizados.

Rolamento de 90 graus: Utilizado para vítimas em decúbito dorsal.

Rolamento de 180 graus: Empregado para vítimas encontradas em decúbito

ventral.

Elevação a Cavaleiro: Indicada em vítimas encontradas em decúbito dorsal.

IMPROVISAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

a - Improvisação de prancha longa: porta, prancha de surf, ou uma tábua

longa e resistente.

b - Improvisação de maca ou padiola: cabos de vassoura, cobertores,

paletós, camisas, cordas, lonas, sacos de pano.

SELEÇÃO DO MÉTODO APROPRIADO PARA TRANSPORTE

· Transporte por equipe especializada sempre que possível em ambulância.

· Nos casos especiais em que não houver ambulância disponível: utilizar

veículos grandes como caminhonetes, ônibus ou caminhões para que se possa

deitar a vítima.

Dirija com segurança para evitar acidentes.

POSIÇÃO DO PACIENTE DURANTE O TRANSPORTE

a - Pacientes Não Traumáticos

Choque com falta de ar: Semi-sentados.

Choque: Decúbito dorsal com as extremidades inferiores elevadas.

Inconsciente: Decúbito lateral esquerdo para prevenir a aspiração.

Gestantes: Decúbito lateral esquerdo em posição de permitir assistência ao

parto.

b - Pacientes traumatizados

1 - Decúbito dorsal sobre a prancha longa.

TRANSPORTE AÉREO

O guarda-vidas/socorrista deve ter conhecimento da necessidade de

transporte aero-médico sabendo indicar ou não este tipo de transporte.

Indicações

Ø Vítimas graves em locais de difícil acesso por veículos terrestre.

Ø Vítimas graves em locais distantes onde o transporte terrestre atrasar

o socorro da vítima.

Acesso ao pouso da aeronave

Ø Espaços amplos, planos, livres de obstáculos suspensos (fios elétricos

e galhos de árvores), com o solo firme e não arenoso.

Ø A área mínima para o pouso de uma aeronave é de 20 m2 durante o dia e

30 m2 à noite.

Aproximação da aeronave

Ø Pela frente ou laterais da aeronave e sempre após autorização do

piloto.

Ø Evitar o rotor de cauda.

Ø Não se aproxime correndo.

Ø Nunca se aproxime vindo de um plano elevado.

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Ø Observar cuidados com objetos altos, tais como suporte de soro, para

evitar colisões com o rotor principal.

Ø Fixar cobertores e outros objetos para evitar ser desprendido com o

deslocamento de ar gerado pelo rotor.

Ø Aproxime-se da aeronave curvado.

Queimaduras

São traumas ocasionados, geralmente, por exposição térmica e, em sua

maioria, são acidentes graves. Salienta-se que a maior parte de vítimas sofreu

algum tipo de queimadura decorrente de acidentes domésticos. Usualmente, essas

injúrias ao organismo são resultantes de transferência de energia de uma fonte

de calor para o corpo, que pode ser de origem térmica, química ou elétrica6.

Isso a caracteriza como lesões no tecido de revestimento, podendo destruir

parcial ou totalmente a pele e seus anexos, atingindo camadas mais profundas,

como tecidos subcutâneos, músculos, tendões e ossos. Assim, quanto maior a

profundidade e comprometimento dos órgãos, mais grave é o estado do paciente.

Para mensurar o grau de comprometimento que um paciente queimado sofreu é

necessário que os profissionais de saúde lancem mão de alguns instrumentos

estabelecidos em protocolos de tratamento com feridas provocadas por

queimaduras, os quais sofrem pequenas variações de conduta de um hospital para

outro. Somente assim será possível avaliar aspectos que indiquem a gravidade da

lesão, pois esses parâmetros permitem calcular o total da área corpórea

comprometida.

Atualmente são usadas duas tabelas, uma delas é a Regra dos Nove, na qual

se pontuam até nove pontos, associada a cada região do corpo, frequentemente

usada nas salas de emergência para avaliar paciente adulto, destacando que essa

tabela não é indicada para mensurar queimaduras em crianças, pela possibilidade

de induzir a erros grosseiros.

Outra tabela bastante utilizada é a Lund-Browder, de maior precisão,

levando-se em consideração as proporções do corpo em relação à idade a um valor

pré-estabelecido. Nesse caso, considera-se a superfície corporal da criança

semelhante à do adulto, a partir da puberdade. Comumente, os profissionais da

saúde classificam as queimaduras como leve, médio e de grande porte. Assim, se

a lesão atinge menos de 10% é considerada leve, quando o comprometimento é

entre 10% a 20% da superfície corpórea, denomina-se em médio queimado, e grande

queimado, aquele que teve uma lesão que comprometeu mais de 20% da área

corporal.

O paciente queimado pode desenvolver complicações em seu quadro clínico em

decorrência da extensão e da profundidade das lesões por queimadura. Quanto

maior a exposição ao agente agressor, maior o risco de apresentar complicações

secundárias (Quadro 1).

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Psicológico do paciente queimado

Pacientes queimados sofrem danos corporais, muitas vezes irreversíveis, e,

diante de sua autoimagem lesionada, apresentam medo da desfiguração, separação

de familiares, insegurança e receio de retomar seu cotidiano anterior ao trauma

térmico. Apresentam desordem de sentimentos e sensação de impotência, deixando-

os temerosos em relação ao futuro

O profissional de enfermagem deve estar atento ao paciente, a fim de

esclarecer dúvidas e também estimulá-lo a falar sobre o que está sentindo.

Assim, mantém comunicação efetiva não apenas com o doente, mas também com seus

familiares, ressaltando que o apoio e o contato com a família é importante na

assistência emocional ao paciente

Epidemiologia

Queimaduras constituem um problema grave de saúde pública no Brasil.

Estima-se que, no país, ocorram cerca de um milhão de acidentes com queimaduras

por ano, mas apenas 10% irão procurar atendimento hospitalar, sendo que 2.500

irão a óbito direta ou indiretamente em decorrência das lesões. Dois terços de

todos os acidentes relacionados de causa térmica ocorrem no próprio domicílio

da vítima e, frequentemente, envolvem adultos jovens do gênero masculino,

crianças, menores de 15 anos e idosos, que são as principais vítimas

As causas de maior frequência de acidentes são exposição ao fogo, água

fervente e contato com objetos aquecidos. As queimaduras ocorridas por

correntes elétricas e agentes químicos e acidentes com solução cáustica, no

qual esse tipo de dano tecidual nem sempre resulta da produção de calor, são

menos frequentes13. As lesões por queimadura constituem importantes causa

acidental de morbimortalidade em todo o mundo, com grande frequência entre as

crianças. Acidentes de causas térmicas, geralmente, ocorrem em ambiente

doméstico

Grande parte dos pacientes é atendida nos centros de emergência e estima-

se que cerca de 40 mil são hospitalizados em estado grave. O maior número de

vítimas de causas térmicas está relacionado a crianças entre 1 a 5 anos de

idade, nas quais as lesões tendem ser acometidas em sua maioria por

escaldamento com líquidos quentes. Já em adolescentes e adultos, a causa

primária de lesão está relacionada a líquidos inflamáveis, comumente o álcool1.

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O cuidado com paciente queimado

Paciente queimado, quando admitido em uma unidade de emergência,

independentemente da extensão de sua lesão, deve ser assistido pela equipe de

saúde, que realizará os procedimentos e exames necessários, para avaliar o

nível de comprometimento cutâneo e sistêmico3. A conduta de atendimento é

executada de acordo com o protocolo de atendimento estabelecido pela unidade,

levando-se em conta a extensão das feridas e de seu quadro clínico. Há casos em

que o paciente deve ser encaminhado ao centro cirúrgico, para realização de

desbridamento e curativos ou, até mesmo, procedimentos cirúrgicos. Assim,

subsequentemente, serão internados em unidades semi-intensivas, UTIs, ou em

centro de tratamento de queimados (CTQ)

Salienta-se que acidentes de origem térmica têm como consequências traumas

adicionais e comprometimento ao organismo humano, principalmente lesões

pulmonares, ocasionadas pela inalação de gases nocivos, além de fraturas e

lacerações em alguns órgãos. A equipe deve estar preparada e ter em mãos

recursos que irão assegurar a vida ao paciente queimado durante a primeira

conduta de atendimento

Segundo Smeltzer et al.12, o tratamento dos queimados é dividido em três

fases: reanimação, reparação e reabilitação. O cuidado ao queimado, quanto ao

critério de prioridades de condutas de atendimento, é o mesmo tido com vítimas

de algum tipo de trauma, como, por exemplo, verificar as vias aéreas,

ventilação, coluna vertebral e circulação, com objetivo de controlar a

hemorragia. No caso do paciente queimado, faz-se necessário remover as roupas,

a fim de possibilitar melhor avaliação. O exame neurológico é fundamental no

primeiro momento.

Estar hospitalizado representa, ao paciente queimado, uma sensação de

medo, impotência, além de ser um processo doloroso, devido aos diversos

procedimentos de cuidados que lhe causam dor e incômodo, mas que se faz

necessário em seu tratamento7. Em sua maioria, ficam totalmente dependentes

para realização de qualquer atividade, em especial as de autocuidado

O cuidado inicial ao paciente que sofreu queimadura não envolve apenas as

lesões ocasionadas com o agente causador. Assim, o primeiro cuidado é a

manutenção da permeabilidade das vias aéreas, reposição de fluidos e controle

da dor. São medidas que têm por finalidade diminuir complicações devido ao

trauma térmico. A forma de cuidado e o tratamento ao queimado serão

estabelecidos de acordo com a gravidade das lesões decorrentes da exposição,

tipo e grau de comprometimento, levando em conta a real necessidade do

paciente, com a finalidade da estabilização, melhora e, por fim, diminuir seu

tempo de internação

O processo de cicatrização, formação de um tecido no decorrer do

tratamento, irá dimensionar a possibilidade e limitações do paciente17,19.

Salienta-se que estar queimado é uma das formas mais traumáticas que o

indivíduo pode ter como experiência física e emocional, pois se trata de um

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acontecimento que interrompe a sua forma de viver, passando da integridade

física para o desequilíbrio

Assistência de enfermagem ao paciente queimado

A essência da enfermagem é o ato de cuidar do ser humano, e proporcionar

uma recuperação segura, além de ser responsável na execução de medidas

preventivas sob a forma de educação em saúde. É nesse contexto que a equipe de

enfermagem deve estar preparada para atuar em distintas áreas, com competências

e habilidades20. Por sua vez, prestar assistência de enfermagem ao paciente

queimado exige que o enfermeiro tenha alto nível de conhecimento científico

sobre as alterações fisiológicas que ocorrem no sistema orgânico após uma

queimadura. Isso possibilitará identificar e prevenir alterações sutis que

possam desencadear maiores complicações em decorrência das lesões teciduais e

sistêmicas

Compete ao enfermeiro levantar informações necessárias, por meio da

anamnese, para que possa estabelecer assistência de enfermagem que atenda às

necessidades do paciente queimado e, assim, dar continuidade ao tratamento

terapêutico iniciado no primeiro momento. A equipe de enfermagem deve prestar

assistência na fase de emergência, monitorando a estabilização física e

psicológica do paciente, além de intervir nas necessidades psicológicas também

da família, pois as queimaduras geram respostas emocionais variáveis

O profissional de enfermagem deve elencar as prioridades de ações ao

paciente, planejando uma assistência adequada de acordo com as necessidades

afetadas do queimado, deve analisar e acompanhar os exames com periodicidade.

Também manter uma comunicação efetiva com o doente e seus familiares e com a

equipe de saúde

O exame físico é primordial na avaliação do paciente queimado, levando em

conta suas limitações, pelas lesões que sofreu, deve ser realizado de forma

criteriosa, atentando-se com frequência aos sinais vitais, dando ênfase aos

pulsos periféricos em que, por sua vez, pode ser inviável a verificação, devido

à presença de edema. A avaliação desses parâmetros permite ao enfermeiro amplo

conhecimento da evolução no quadro clínico do paciente, pois, somente assim,

será possível afirmar se o tratamento está tendo uma resposta efetiva

Ao prestar assistência ao paciente queimado, o enfermeiro se depara com

uma rotina de muito trabalho, dor e sofrimento, não apenas do doente, mas

também de seus familiares, exigindo intervenção delicada por parte de toda a

equipe. O enfermeiro terá de lidar com dor, depressão, padrão de sono

perturbado, mobilidade física prejudicada e risco para infecção, e deve saber

intervir em cada situação, de forma eficaz e ética

O planejamento da assistência de enfermagem faz parte de um processo para

identificar inferências e determinar intervenções necessárias para cada tipo de

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paciente, seja ele pequeno, leve e grande queimado, buscando sempre atingir

resultados almejados e estabelecidos pela enfermagem, de acordo com o

tratamento terapêutico. Para que seja implantado o plano de cuidados de

enfermagem, devem-se estabelecer prioridades diárias, realizando mudanças

necessárias conforme as alterações no quadro do paciente, sempre realizando o

registro diário de todas as ações e intercorrências com o paciente assistido,

além de buscar manter comunicação eficaz com a equipe

O plano de cuidado deve atender às várias ameaças físicas que podem advir,

além de oferecer amparo psicológico ao doente e a sua família. A ação dos

cuidados de enfermagem, descritos no Quadro 2, vai muito além da tecnicista,

como, por exemplo, banho no leito/aspersão, desbridamento, curativos, momentos

pré e póscirúrgicos, entre outros.

Medidas executadas pela equipe de enfermagem são fatores que tendem a

contribuir na recuperação do paciente internado, evitando sempre que ele

apresente complicações procedentes da queimadura. Os cuidados gerais são

basicamente procedimentos de rotinas; casos mais complexos necessitam de

cuidados mais complexos, como higiene, alimentação, hidratação, posicionamento

no leito e curativos, entre outros

Estabelecer intervenções tanto gerais como especificas é direcionar o

cuidado de enfermagem, visando sempre o bem-estar e melhora do paciente que

sofreu algum tipo de queimadura, seja ele pequeno, médio ou grande queimado. As

intervenções levantadas neste estudo estão de acordo problemas comumente

identificados em pacientes queimados, ressaltando que, por isso, faz-se

necessária a avaliação de cada caso clínico, uma que vez que cada um tem suas

peculiaridades e necessita de cuidados específicos e até mesmo complexos

A equipe de enfermagem deve compreender a percepção que o paciente

queimado tem das alterações que ocorreram no seu corpo. Cabe ao enfermeiro

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encorajar o doente e a família a expressar seus sentimentos, estabelecendo uma

relação de confiança, o que permitirá um diálogo mais aberto, demonstrando

sempre estar disposto a ouvir. É importante preparar o paciente para o que ele

poderá ver, quando for se realizado algum cuidado ou procedimento nele, se

possível descrever de uma forma tranquila, sem usar terminologias técnicas, a

fim de amortizar o choque

No processo de reabilitação, o enfermeiro tem que ajudar o paciente e seus

familiares a enfrentar as mudanças corporais e as possíveis dificuldades e

limitações em atividades diárias que fazia antes do acidente; orientar que isso

acontece devido a retrações teciduais e dores, uma vez que são dificuldades que

ele irá se deparar após a alta hospitalar. Portanto, o profissional de

enfermagem deve começar durante o período de internação a ajudar o paciente a

lidar com algumas situações que ele poderá vivenciar fora do ambiente

hospitalar

Prestar assistência de qualidade ao paciente queimado é uma tarefa árdua,

sendo muito importantes a dedicação e a perseverança da equipe de enfermagem.

Sendo assim, é preciso entendê-lo, levando-se em conta as características muito

especiais consequentes da situação traumática vivenciada, partindo do

pressuposto de que as queimaduras que sofreu podem deixar sequelas para a vida

toda, seja incapacitando o indivíduo ou desfigurando-o irreversivelmente

Assistência de enfermagem diante das necessidades afetadas

Tratamento com pacientes queimados causa lesões corporais, tanto locais

quanto sistêmicas. Nesse contexto, o enfermeiro e a equipe de saúde se deparam

com diversas situações que necessitem de intervenções de caráter imediato e com

técnicas adequadas. Todo paciente que sofre esse tipo de trauma tende a ter

suas necessidades básicas prejudicadas, como, por exemplo, oxigenação,

hidratação e nutrição, entre outros

Alguns pacientes inalam fumaça ou substâncias tóxicas, o que pode levar a

lesões ou até mesmo ao óbito, dependendo do tempo de exposição e do agente

agressor. É muito comum pacientes vítimas de queimaduras apresentarem

comprometimento respiratório, que vai desde pneumonia a embolia pulmonar. Mesmo

após o atendimento inicial, no qual o paciente começa a receber o tratamento

adequado, a equipe de enfermagem deve estar em alerta para sinais de hipoxemia,

taquicardia, sudorese e cianose

Ao controlar as respostas respiratórias e a dor, o enfermeiro deve estar

atento aos sinais de choque hipovolêmico, e intervir de forma imediata com

reposição de líquidos e eletrólitos, conforme indicação terapêutica adotada

pelo médico. Umas das medidas que deve ser realizada pela enfermagem logo após

admissão do paciente queimado é puncionar e manter um acesso venoso calibroso

A comunicação efetiva com a equipe é um alicerce fundamental no tratamento

e na melhora do paciente queimado. O enfermeiro deve orientar os familiares a

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ofertar alimentos nutritivos para o doente, de acordo com o aconselhamento do

nutricionista. Quando as necessidades nutritivas não forem satisfatórias pela

alimentação oral, o que acaba por comprometer o quadro clínico do paciente, o

enfermeiro deverá introduzir uma sonda nasogástrica, conforme a prescrição do

médico, estando atento se a nutrição prescrita está sendo adequada e eficaz,

não causando nenhum mal-estar ao doente. Esses cuidados são de fundamental

importância para ajudar no tratamento e cura do paciente

Compete ao médico e ao enfermeiro executar medidas que controlem a dor do

paciente queimado, atentando-se à causa e à intensidade, para que possam

intervir, a fim de eliminar ou reduzir esse quadro com uso de medicação

adequada. Em alguns casos, o paciente necessita de sedação, devido ao

comprometimento corporal que sofreu. E, por sua vez, ao administrar o

medicamento prescrito, o enfermeiro deve estar atento aos efeitos adversos e

intercorrências ocasionadas pelo fármaco, comunicando ao médico e anotando os

fatos presenciados

Todo paciente que sofreu alguma lesão por causa térmica está sujeito à

infecção. À medida que os resíduos se acumulam na superfície da ferida, podem

retardar a migração dos queratinócitos, consequentemente afetando o processo de

epitelização. Em alguns casos, faz-se necessário o desbridamento das lesões por

queimadura, a fim de remover o tecido contaminado por bactérias e corpos

estranhos, protegendo o paciente contra a invasão de bactérias

Quando se fala em assistência de enfermagem com o paciente queimado, deve-

se ter em mente que todos os cuidados deverão ser realizados com técnicas

assépticas, evitando criar um ambiente favorável para crescimento e

proliferação bacteriana, o que ocasionaria mais sofrimento e dor ao doente. As

causas mais comuns de infecção em pacientes queimados são por bactérias, como

Staphylococcus e Pseudomonas. A equipe de enfermagem deve ficar atenta a sinais de infecção no local da queimadura, observando os aspectos de coloração,

secreções e sintomas sistêmicos, como hipertermia e contagem de leucócitos

CONSIDERAÇÕES

O objetivo deste consistiu em identificar e analisar a assistência de

enfermagem com pacientes queimados. Descrevendo algumas das condutas e

cuidados, frequentemente realizados pelo enfermeiro, segundo a bibliografia

consultada. Todos os cuidados estabelecidos têm por finalidade diminuir os

riscos de complicações e sequelas, ajudando na melhora do doente. Além disso,

foi possível compreender a necessidade de assistência adequada e contínua, e

como isso pode contribuir efetivamente no processo de cura e reabilitação do

paciente.

Destacando nessa pesquisa que toda e qualquer assistência de enfermagem

não deve se prender apenas em executar a técnica adequada, realizar as ações

que foram prescritas, entre outros, pois é de fundamental importância oferecer

apoio psicológico ao paciente e seus familiares, ajudando-os a compreender sua

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situação atual, e aceitar algumas alterações que poderá vivenciar devido ao

trauma que sofreu e sequelas acometidas pelo acidente.

Este estudo proporcionou conhecimento sobre assistência ao paciente

queimado, percebendo-se a importância do enfermeiro se atualizar, aumentando

sua bagagem de conhecimento científico, a fim de proporcionar assistência

adequada, sabendo o momento que necessita de ações simples e complexas, para

que, assim, alcance resultado eficaz em tempo reduzido, não deixando de ter uma

visão holística e humanizada.

Envenenamento requer socorro imediato

Anualmente, 26 mil crianças sofrem envenenamento acidental.

Todo ano, 26 mil crianças são vítimas de envenenamento acidental no

Brasil. É importante estar preparado para atender a uma situação desse tipo,

pois nunca se sabe quando uma temeridade desse tipo pode acontecer perto de

você.

Causas e sintomas de envenenamento

Os casos mais comuns de envenenamento são acidentes domésticos ou de

trabalho, tentativas de suicídio e ingestão excessiva de bebidas alcoólicas ou

de alimentos fora das condições de consumo.

Existem diversos tipos de substâncias que podem causar envenenamento, como

produtos químicos utilizados em laboratórios e na limpeza doméstica,

entorpecentes e medicamentos em geral (caso consumidos em excesso), alimentos

vencidos ou deteriorados, gases tóxicos e venenos contra pestes (raticidas, por

exemplo). Dependendo do veneno, é possível que a intoxicação ocorra pela

ingestão oral da substância, contato com a pele ou inalação através de vias

respiratórias.

Alguns dos sintomas que podem sinalizar um caso de envenenamento por

ingestão são queimaduras, lesões ou manchas ao redor da boca; mau hálito forte;

odores incomuns na respiração, no corpo ou na roupa da vítima; dor ao engolir;

dor abdominal; transpiração abundante; náuseas e vômito; diarreia; convulsões;

dilatação ou diminuição no tamanho da pupila; estado de choque; frio excessivo

sem motivo aparente; e alterações no pulso e na temperatura corporal.

Já no caso de envenenamento por contato, os sinais mais comuns são manchas

na pele, coceira, irritação nos olhos, dor de cabeça e aumento na temperatura

da pele. Se a substância foi inalada pelas vias respiratórias, o mais comum é

respiração ofegante, tosse incontrolável e irritação nos olhos e garganta.

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Primeiros socorros para o caso de envenenamento

É fundamental que a vítima receba os primeiros socorros o mais breve

possível. Veja dicas para lidar com a situação:

- Em qualquer caso, chame um socorro especializado imediatamente.

- Se a intoxicação ocorreu por ingestão oral de uma substância tóxica,

seja ela qual for, verifique os seus sinais vitais e mantenha a vítima aquecida

e em posição confortável, de preferência ao ar livre, para facilitar a

respiração.

- Procure saber a maior quantidade possível de informações sobre a origem

do envenenamento, para que o socorro seja mais eficaz.

– Se o veneno for um medicamento, por exemplo, separe a embalagem do

produto para mostrar ao médico.

- Jamais provoque vômito, pois isso pode fazer a substância tóxica se

espalhar ainda mais pelas paredes do sistema digestivo, agravando o quadro.

- Não ofereça água, leite ou qualquer outro líquido à vítima.

- Se a intoxicação ocorreu devido ao contato do veneno com a pele, lave

abundantemente o local afetado com água corrente.

- Caso a região afetada tenha sido a dos olhos, lave-os por 15 minutos e

depois cubra-os com um pano limpo ou gaze, sem pressão.

- No caso de envenenamento por inalação, o mais importante é levar a

vítima para um local arejado.

Intoxicação infantil

Se você tem filho pequeno, previna o envenenamento acidental. Anualmente,

cerca de 26 mil crianças são vítimas de intoxicação em todo o Brasil.

O principal cuidado é quanto ao local de armazenamento de alguns

produtos. Tudo que for potencialmente tóxico ou inadequado para o consumo das

crianças deve ser mantido longe do seu alcance. Exemplos: bebidas alcoolicas,

produtos de limpeza e medicamentos.

Epilepsia

A epilepsia é causada por uma alteração nas atividades elétricas do

cérebro, é temporária e sempre reversível.

Foi se o tempo em que o Epilético era tido como doido, hoje as pessoas que

levam o tratamento a sério levam uma vida perfeitamente normal, inclusive se

destacando no mercado de trabalho.

Ataque Epilético

Durante um ataque epilético, normalmente a pessoa fica com a musculatura

retraída e começa a se debater com violência, em alguns casos a pessoa fica com

os olhos virados para cima.

Como Socorrer

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– Deite a vítima no chão afaste tudo que estiver ao seu redor para que não

se machuque (obs: não deixe a cabeça da vítima em nível mais baixo do que o

corpo nunca. Essa medida é importante para evitar asfixia com a própria

saliva);

– Coloque algo confortável em baixo da cabeça da vítima, e a segure

firmemente, para evitar que bata com a cabeça e sofra alguma lesão;

– Tente virar a vítima de lado, para que escorra a saliva e secreções

bucais;

– Retire objetos que a possam ferir, relógio, óculos, pulseiras,

dentaduras, etc;

– Jamais dê líquidos a uma pessoa inconsciente. A pessoa inconsciente pode

asfixiar com o líquido, e até ir a óbito;

– Espere a convulsão passar e deixe a pessoa descansar, pode ser que ela

durma, e se isso acontecer deixe-a pelo tempo em que sentir necessário;

– Nesse tipo de situação não se desespere, e preste o socorro com carinho,

como se fosse para a pessoa que mais ama.

Socorrer alguém não é coisa de outro mundo, só requer uma dose de amor e

coragem!

Epilepsia na emergência - perguntas e respostas

O que é crise epiléptica, segundo a mais recente definição da

International League Against Epilepsy e do International Bureau for Epilepsy?

É a ocorrência transitória de sinais e sintomas devido a uma atividade

neuronal anormal excessiva ou sincrônica no cérebro.

O que é epilepsia, segundo a mesmas organizações?

É uma desordem cerebral caracterizada pela predisposição duradoura de

gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas,

psicológicas e sociais desta condição. A sua definição requer a ocorrência de,

pelo menos, uma crise epiléptica.

O paciente chega ao pronto-socorro em crise tônico-clônica generalizada.

Quais as primeiras medidas a serem tomadas?

- Suporte de vida: vias aéreas, respiração e circulação;

- Acesso venoso: tiamina associada à glicose 50%

- Exame clínico: sinais vitais e glicemia capilar;

- Exame neurológico: nível de consciência (escala de coma de Glasgow),

rigidez de nuca, fundo de olho, pesquisa de sinais focais;

- História de uso de medicamentos, drogas ilícitas, sedativos ou álcool;

- Doenças pregressas;

- Exames laboratoriais: hemograma, eletrólitos (Na, Ca, Mg, P), glicemia,

função renal, gasometria, creatina quinase, eletrocardiograma;

Qual a droga anti-epiléptica de ação rápida de escolha? Qual a dose?

Midazolam ou Diazepam, por via intravenosa, em infusão rápida. A absorção

intramuscular dessas drogas é muito lenta, portanto essa via deve ser evitada.

O diazepam 10 mg EV tem efeito em 6 minutos. Pode ser repetido, após esse

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tempo, se não tiver tido eficácia. O benzodiazepínico mais usado mundialmente,

porém não disponível no Brasil, é o lorazepam EV. Sua escolha é justificada

pelo seu rápido início de ação, em 2 minutos.

O que prediz melhor o risco de recorrência após a primeira crise

epiléptica não provocada?

Segundo Hauser et al, em estudo publicado no New England Journal of

Medicine, com 244 pacientes com primeira crise epiléptica não provocada, com

seguimento por 22 meses, demonstrou que os principais fatores preditores da

recorrência de crises são a história de injúria neurológica prévia (34% de

recorrência em 20 meses vs 17% no grupo sem tal história) e, entre os casos

classificados como primários ou idiopáticos, a presença de espículas-onda

generalizadas ao EEG (50% de recorrência em 18 meses) ou aqueles com irmãos com

diagnóstico de epilepsia. Idade na primeira crise, sexo, tipo de crise, início

em status epilepticus ou anormalidades ao exame neurológico não foram bons

preditores de recorrência, nesse estudo.

Como se faz a "hidantalização", ou seja, a dose de ataque da fenitoína

venosa no ambiente do pronto-socorro?

Por via endovenosa, na dose de 20 mg/kg, em bomba de infusão, lentamente,

a um ritmo de 50 mg/min, com monitorização eletrocardiográfica e da pressão

arterial, principalmente em pacientes idosos. Sempre pura ou diluída em solução

salina 0,9%. Nunca deve ser diluído em soro glicosado, pois sofre precipitação.

Sempre usar em veias calibrosas, pois pode causar flebite e necrose tecidual,

se extravasar em um acesso venoso em veia de fino calibre. Nunca deve ser usada

a via intramuscular! A infusão da fenitoína em velocidade inadequada pode

resultar em hipotensão e arritmia, especialmente em idosos. Tontura, ataxia e

diplopia também são efeitos colaterais comuns da dose de ataque.

Qual a definição de Estado de mal epiléptico ou Status epilepticus? É definido como a existência de uma crise epiléptica prolongada ou uma

série de crises epilépticas em um período em que o paciente não recupera ou

recupera incompletamente sua consciência. O critério de duração usado para

diferenciar status epilepticus e crise epiléptica ainda é motivo de

controvérsia.

Há um consenso na literatura entre duas definições, baseadas em diferentes

durações, conforme o tipo de status e sua potencial gravidade: (i) status epilepticus é definido como crise epiléptica que dura mais que 30 minutos ou convulsões recorrentes sem recuperação completa da consciência durante um

período de 30 minutos; (ii) ao levar-se em conta a sua gravidade, o status epilepticus tônico-clônico tem uma definição específica, com o objetivo de

levar a intervenções terapêuticas mais precoces. A definição operacional é:

crise convulsiva generalizada, contínua, com duração maior que 5 minutos; ou

duas ou mais crises convulsivas durando mais que 5 minutos; ou duas ou mais

crises epilépticas com período intercrítico caracterizado por ausência de

recuperação do estado de consciência anterior.

Qual o principal fator prognóstico que determina maior ou menor chance de

interrupção do status?

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A demora em se estabelecer o tratamento. Esta é, portanto, uma emergência

médica. Um estado de mal epiléptico refratário pode causar lesões hipóxico-

isquêmicas, infartos cerebrais, trombose venosa cerebral, edema cerebral e

hipertensão intracraniana - e essas seriam somente as consequências sobre o

SNC!

Algoritmo de tratamento rápido do estado de mal epiléptico:

Qual droga usar no estado de mal epiléptico refratário, na unidade de terapia

intensiva?

De preferência, com monitorização eletroencelefalográfica, opta-se pelo

uso de midazolam, propofol ou pentobarbital. Seriam as drogas mais eficazes

para o supressão da atividade de base do EEG. Entretanto, estudos não têm

demonstrado evidências de diferenças de mortalidade com essas drogas. O efeito

colateral mais comum é hipotensão.

O que é estado de mal epiléptico não-convulsivo?

É uma condição em que há atividade ictal prolongada, resultando em

sintomas clínicos não convulsivos.

Pode ser classificado em status parcial simples, parcial complexo ou de

ausência (ou ausência de novo). Outra definição: é um estado de mal epiléptico sem atividade tônico-

clônicos e com alteração do estado mental.

Dentro os pacientes com provável estado de mal epiléptico não convulsivo,

quais mereceriam um EEG urgente? Como selecioná-los?

Segundo Husain et al, em artigo publicado em 2003 no J Neurol Neurosurg Psychiatry, em que estudou 48 pacientes, as características mais prováveis de diferenciar um estado de mal epiléptico de outros tipos de encefalopatia são:

presença de fatores de risco remotos para crise convulsiva, grave

comprometimento do estado mental e anormalidades dos movimentos oculares.

Como Tratar uma Vítima em Estado de Choque

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O choque é uma emergência médica que traz risco de morte. Ele é causado

pela interrupção do fluxo sanguíneo normal, o que impede o fornecimento de

oxigênio e nutrientes para as células e órgãos. O atendimento médico

emergencial imediato se faz necessário. Há uma estimativa de que 20% das

pessoas que entram em estado de choque acabam morrendo. Quanto mais tempo o

atendimento demorar, maior é o risco de danos permanentes aos órgãos e de

óbito. A anafilaxia, ou reação alérgica, também pode levar ao choque

circulatório e à morte se não for tratada de imediato.

Parte 1 de 3: Dando início ao tratamento

Reconheça os sintomas. Antes de administrar qualquer tipo de tratamento, é

importante saber com o que se está lidando. Os sinais e sintomas do choque

incluem os seguintes:

Pele gelada e úmida que pode estar pálida ou acinzentada.

Suor excessivo ou pele úmida.

Lábios e unhas azulados.

Pulsação rápida e fraca.

Respiração superficial e acelerada.

Pupilas dilatadas.

Pressão baixa.

Pouca ou nenhuma urina.

Se a pessoa estiver consciente, ela pode apresentar um estado mental

alterado, como desorientação, confusão, agitação, tontura, delírio, ou sentir

vontade de desmaiar, fraqueza ou fadiga.

A pessoa pode reclamar de dor no peito, náusea e vomitar.

O último sinal é a perda de consciência.

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Chame o serviço de emergência. O choque é uma emergência médica que exige

atendimento médico e internação.

Você pode salvar a vida da vítima ao garantir que haja paramédicos a

caminho enquanto inicia os primeiros socorros.

Se for possível, fique no telefone com o atendente do serviço de

emergência para fornecer atualizações sobre o estado da pessoa.

Siga as instruções dadas pela pessoa até o serviço médico chegar.

Verifique a pulsação e a respiração. As vias aéreas devem estar

desobstruídas, a vítima deve estar respirando e deve haver pulsação.

Observe o peito da pessoa para detectar movimentos de subida e descida e

coloque a bochecha perto da boca dela para verificar a respiração.

Continue a monitorar a respiração a cada cinco minutos, pelo menos, mesmo

que a pessoa esteja respirando por conta própria.

Meça a pressão sanguínea se for possível. Caso você tenha um aparelho de

medir pressão à mão e possa utilizá-lo sem causar mais lesões, tire a pressão

da pessoa e fale a medida para o atendente no telefone.

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Faça uma RCP (reanimação cardiorrespiratória) se for preciso. Faça uma RCP

apenas se você tiver treinamento. Quem não tiver preparação pode prejudicar

muito a pessoa ao tomar tal atitude.

Apenas pessoas treinadas podem realizar o procedimento em adultos,

crianças e bebês devido ao risco de provocar lesões sérias que põem a vida em

risco.

A Cruz Vermelha dos Estados Unidos implementou recentemente novos

protocolos para a RCP. É importante que somente pessoas com treinamento nos

novos métodos e com um desfibrilador automático externo (DEA) disponível se

responsabilizem pela realização do procedimento.

Coloque a pessoa na posição de choque. Caso ela esteja consciente e não

tenha ferimentos na cabeça, pernas, pescoço ou coluna, coloque-a na posição de

choque.

Deite-a de costas e eleve as pernas dela cerca de 30 cm.[

Não eleve a cabeça.

Se a elevação das pernas causar dor ou puder causar algum ferimento, não

faça nada – apenas deixe a pessoa deitada de costas.

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Não movimente o indivíduo. Socorra a pessoa no mesmo local, a menos que o

ambiente seja perigoso.

Por questões de segurança, você pode precisar remover a vítima com cuidado

do local. Alguns exemplos são: uma estrada onde houve o acidente de carro ou

perto de uma estrutura instável que possa desabar ou explodir.

Não deixe a vítima comer ou beber nada.

Faça os primeiros socorros no caso de ferimentos visíveis. Caso o

indivíduo tenha sofrido um trauma, pode ser necessário estancar uma hemorragia

ou realizar os primeiros socorros no caso de um osso fraturado.

Aplique pressão no local do sangramento e faça curativos com materiais

limpos caso estejam disponíveis.

Mantenha a pessoa aquecida. Cubra-a com qualquer material que estiver à

mão, como toalhas, jaquetas, cobertores ou mantas térmicas usadas em resgates.

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Deixe a pessoa bastante confortável. Solte qualquer peça apertada de

roupa, como cintos, calças com botões na cintura ou roupas apertadas na região

do peito.

Afrouxe o colarinho, tire gravatas e desabotoe ou corte peças apertadas.

Desamarre os sapatos e retire joias que apertem os pulsos ou pescoço da

vítima.

Parte 2 de 3: Monitorando a pessoa até a chegada do socorro

Fique com a pessoa até o atendimento chegar. Não espere os sintomas se

intensificarem para avaliar o estado da vítima, dar início ao socorro e

verificar o progresso ou declínio dela.

Fale com a pessoa com calma. Se ela estiver consciente, a conversa pode

ajudar a avaliar o estado dela.

Continue a fornecer informes sobre a evolução da consciência, respiração e

pulso do indivíduo.

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Dê prosseguimento ao socorro. Veja se a passagem de ar está desobstruída e

a mantenha assim, verifique a respiração e monitore a circulação por meio do

pulso.

Verifique o estado de consciência em pausas de alguns minutos até os

paramédicos chegarem.

Evite a asfixia. Se a pessoa estiver vomitando ou sangrando pela boca e

não houver suspeita de lesões na coluna, vire-a de lado para evitar a asfixia.

Se houver suspeita de lesão na coluna e os sintomas acima estiverem

presentes, desobstrua as vias aéreas se possível ser mexer a cabeça, costas ou

pescoço da vítima.

Coloque uma mão em cada lado do rosto da pessoa e levante com cuidado o

maxilar, abrindo a boca dela com os dedos. Tome cuidado para não mexer a cabeça

e o pescoço.

Caso você não consiga fazer isso, obtenha a ajuda de outras pessoas para

que todos juntos virem a vítima de lado.

Uma pessoa deve tentar manter a cabeça e o pescoço imobilizados e com

apoio, alinhados às costas em uma unidade reta enquanto a outra, vira a vítima

de lado com delicadeza.

Parte 3 de 3: Tratando a anafilaxia

Reconheça os sintomas de uma reação alérgica. A reação começa segundos ou

minutos depois da exposição ao alérgeno. Os sintomas de um choque anafilático

incluem os seguintes:

Palidez, com áreas da pele possivelmente coradas ou avermelhadas,

urticária, coceira e inchaço no local da exposição.

Sensação de calor.

Dificuldade para engolir, sensação de ter um caroço na garganta.

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Dificuldade de respirar, tosse, chiado e aperto ou desconforto no peito.

Inchaço na língua e boca, congestão nasal e inchaço facial.

Tontura, vertigem, ansiedade e fala arrastada.

Dor abdominal, náusea, vômito e diarreia.

Palpitações e pulso fraco e rápido.

Chame o serviço de emergência. A anafilaxia é uma emergência médica que

exige atendimento e até mesmo hospitalização em alguns casos.

Ela pode levar à morte se não for tratada de imediato. Fique na linha com

o atendente para obter instruções detalhadas de socorro.

Não demore para ligar para a emergência, mesmo que os sintomas pareçam

leves. Em alguns casos, a reação pode ser leve no começo e depois chegar a um

nível que põe a vida da vítima em risco algumas horas após a exposição.

A reação inicial envolve inchaço e coceira no local da exposição. No caso

de uma picada de inseto, isso ocorre na pele. Se for uma alergia alimentar ou a

um remédio, provavelmente vai começar na boca e na região da garganta, o que

pode interromper a capacidade de respirar rapidamente.

Injete epinefrina. Pergunte se a pessoa tem epinefrina com ela. A injeção

costuma ser aplicada na coxa.

Esta injeção contém uma dose de epinefrina que desacelera a reação,

salvando a vida do alérgico, e geralmente quem tem alergia a picadas de abelha

e alimentos tem uma dessas.

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Não pense que esta injeção é suficiente para conter completamente a

reação. Dê continuidade ao socorro conforme a situação.

Fale com a pessoa de modo calmo e reconfortante. Tente descobrir a causa

da reação.

Algumas alergias comuns que podem gerar reações anafiláticas que põem a

vida em risco incluem alergia a picadas de abelha, vespa ou formiga-lava-pés,

alimentos como o amendoim, nozes, mariscos e produtos à base de soja ou trigo.

Se a vítima não conseguir falar ou responder, procure um colar, pulseira

ou etiqueta que indique as alergias.

Se a causa for uma picada de abelha ou outro inseto, tire o ferrão da pele

usando algo firme para raspar, como as unhas, uma chave ou cartão de crédito.

Não use pinças. As pinças fazem com que mais veneno seja liberado na pele.

Continue com os passos para evitar o choque. Coloque a pessoa deitada de

costas no chão. Não coloque um travesseiro sob a cabeça dela, pois ele pode

interferir na respiração.

Não dê nada de comer ou beber a ela.

Eleve os pés da vítima a 30 cm do chão e a cubra com algo quente, como um

casaco ou cobertor.

Afrouxe as roupas e itens apertados, como cintos, gravatas, calças com

botões, colarinhos, camisas, sapatos e joias no pescoço ou pulso.

Caso haja suspeita de ferimento na cabeça, pescoço, costas ou coluna, não

eleve os pés – deixe a pessoa deitada no chão.

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Vire a pessoa de lado se ela começar a vomitar. Para evitar a asfixia e

manter as vias aéreas livres, vire-a de lado se ela começar a vomitar ou se

houver sangue na boca.

Tome precauções para evitar mais lesões se houver suspeita de ferimento na

coluna. Chame ajuda para virar a pessoa de lado, mantendo a cabeça, pescoço e

costas dela alinhados.

Continue a manter as vias respiratórias abertas e monitore a respiração e

pulsação. Mesmo que a pessoa esteja respirando por conta própria, continue a

verificar o ritmo da respiração e pulso a cada cinco minutos.

Também verifique o estado de consciência da vítima de pouco em pouco tempo

até a chegada dos paramédicos.

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Faça uma RCP (reanimação cardiorrespiratória) se for preciso. Faça uma RCP

apenas se você tiver treinamento. Quem não tiver preparação pode prejudicar

muito a pessoa ao tomar esta atitude.

Apenas pessoas treinadas podem realizar tal procedimento em adultos,

crianças e bebês devido ao risco de provocar lesões sérias que ameaçam a vida.

A Cruz Vermelha dos Estados Unidos implementou recentemente novos

protocolos para a RCP. É importante que somente pessoas com treinamento nos

novos métodos e com um desfibrilador automático externo (DEA) disponível se

responsabilizem pela realização do procedimento.

Fique com a pessoa até os paramédicos chegarem. Continue a conversar com

ela de modo tranquilo e reconfortante, monitorando o estado dela e observando

atentamente qualquer mudança.

Os médicos vão querer saber as atualizações, observações e passos que você

tomou para o socorro da emergência.

Como agir num parto de emergência

Se você tiver de ajudar no nascimento de uma criança numa emergência, por

falta de assistência médica, lembre-se de que a tarefa mais importante é manter

a calma e inspirar confiança à paciente.

No trabalho de parto existem três fases distintas: a primeira fase dura

várias horas até 14 na primeira gravidez, menos nas seguintes.

Durante esta fase, os músculos do útero começam a contrair-se para abrir o

colo e deixar passar a cabeça da criança. As contrações, que provocam dores nas

costas e na parte inferior do abdômen, ocorrem a princípio de 30 em 30

minutos. Pode haver corrimento de sangue da vagina no começo (rolhão mucoso).

Gradualmente, as contrações tornam-se mais freqüentes.

Quando um fluido aquoso corre da vagina, diz-se que se “rompeu a bolsa de

água’ Trata-se da saída do líquido que rodeava e protegia a criança dentro do

útero. Este rompimento pode ocorrer antes ou depois do início das contrações.

A segunda fase, durante a qual ocorre o nascimento, leva entre 15 minutos

e 1 hora. As contrações aumentam de intensidade e a mãe sente vontade de fazer

força.

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A terceira fase dá-se depois de a criança ter nascido e é vital para a

saúde da mãe. A placenta e as demais membranas são expelidas por meio de novas

contrações.

Preparativos para o parto

Forre o fundo de um berço com um cobertor dobrado, uma manta ou uma

toalha.

Prepare outro cobertor para cobrir o recém-nascido. Se não houver berço,

utilize uma gaveta ou uma caixa de papelão. Prepare uma cama ou uma superfície

limpa (por exemplo, uma mesa) para a parturiente se deitar.

Estenda uma toalha de plástico ou jornal sobre a superfície e cubra-a com

um lençol limpo ou uma toalha.

Obtenha uma tesoura limpa e linha de algodão ou semelhante. Corte três

pedaços com cerca de 25 cm de comprimento cada um.

Se for possível, esterilize as fitas e a tesoura, fervendo-as em água

durante cerca de l minuto. Envolva-as num pano limpo. Não toque nas lâminas da

tesoura esterilizada.

Dobre em três um cobertor no sentido transversal para cobrir o tronco da

parturiente durante o parto. Embrulhe o cobertor num lençol limpo, se for

possível.

A higiene é essencial

Lave as mãos e esfregue as unhas em água corrente antes do início do parto

e tantas vezes quantas forem necessárias no seu decurso. Para enxugá-las,

sacuda-as ou passe-as por álcool.

O parto

Quando as contrações aumentarem de freqüência ou a bolsa de água se

romper, diga à parturiente para se deitar asa cama (ou na superfície preparada

para esse fim) na posição que lhe for mais cômoda.

Quando a segunda fase do trabalho ir parto começar, a parturiente sentirá

urna inequívoca vontade de fazer força. Nessa altura, as contrações serão de 3

em 3 ou de 2 em 2 minutos, e o nascimento estará prestes a acontecer, embora

possa demcrar ainda uma hora.

Diga à parturiente para deitar-se de costas ou de lado a cada contração e

para reter a respiração e fazer força, segurando as coxas por trás dos joelhos

e puxando as pernas ao mesmo tempo.

A primeira parte da criança a aparecer ê em geral o alto da cabeça, o que

acontece, normalmente, no auge das contrações.

A princípio, a cabeça pode voltar a desaparecer entre as contrações, o que

e perfeitamente normal.

Não toque na cabeça do recém-nascido quando ela aparecer. Diga à mãe que

deixe de fazer força para que a criança não seja expelida com muita força.

Logo que os ombros estejam de fora o resto do corpo da criança sairá sem

dificuldade.

Cuidados depois do nascimento

Quando o bebê estiver respirando normalmente, deite-o suavemente de costas

Amarre com firmeza o cordão umbilical com dois pedaços de fita a cerca de 15 a

20 cm do umbigo. Corte o cordão umbilical os dois nós com uma tesoura

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esterilizada. Faça um terceiro nó a 10cm do umbigo da criança. Cubra o umbigo

com uma compressa. Dê o recém-nascido a mãe, bem agasalhado, ou deite-o junto

dela na cama para receber calor e sena a presença dela, de lado e com a cabeça

baixa para escoar qualquer muco remanescente.

Envolva a mãe em cobertores enquanto espera a expulsão da placenta,

geralmente 5 a 15 minutos após o nascimento. Coloque uma bacia entre as pernas.

Como Fazer um Parto de Emergência

5 Partes:Preparativos para o partoRealizando o partoRealizando o parto de

um bebê sentadoExpelindo a placentaCuidados com a mãe e o bebê

Independentemente de você ser um futuro pai ou um taxista desprevenido,

pode ser que um dia alguém lhe chame para ajudar a fazer um parto sem ajuda

profissional por perto. Não se preocupe – essa situação é mais comum do que

você imagina. Basicamente, mantenha-se focado em ajudar a gestante a relaxar e

deixar que o corpo dela faça o principal. Este artigo traz dicas sobre como

garantir que tudo corra bem até que o atendimento médico esteja disponível.

Parte 1 de 5: Preparativos para o parto

Ligue para o 196 (SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou o

193 (corpo de bombeiros). Assim a assistência já fica a caminho mesmo que você

tenha que fazer o parto sozinho. Desta forma você terá auxílio caso ocorram

complicações. Outra vantagem é que o atendente (normalmente acostumado com esse

tipo de ocorrência) pode orientá-lo até que a equipe de resgate chegue ao

local.

Pergunte à mulher se ela tem um médico ou parteira à disposição para fazer

um atendimento de emergência. Ele ou ela pode orientá-lo pelo telefone ou

celular durante todo o procedimento.

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Descubra em que ponto está a dilatação. No primeiro estágio do parto, o

corpo se prepara para dilatar o cérvix. Esse processo pode ser bem demorado,

principalmente se esse é o primeiro bebê da mãe.[2] Se ela apresentar uma

dilatação completa, é porque a mulher já está na segunda fase do parto.[3]

Para algumas mulheres, esse estágio não é tão dolorido e sofrido como as

etapas seguintes.

Se a mulher tiver dilatado completamente e você puder ver a cabeça do bebê

aparecendo, ela está na segunda fase. Lave as mãos, pule o passo seguinte e

prepare-se para pegar a criança.

Cronometre as contrações. Fique atento ao começo e o fim de cada uma para

poder determinar o intervalo entre elas. Observe a duração também. Quanto mais

o momento de dar à luz se aproxima, mais regulares e fortes se tornam os

espasmos. Outro sinal é quando o intervalo entre um e outro diminui. [4]

Listamos aqui o que você precisa saber sobre as contrações:

Se a diferença entre elas é de 10 minutos ou menos, isso significa que a

gestante já entrou em trabalho de parto.[5] A recomendação médica é que você

contate o hospital mais próximo quando os espasmos estão separados por uma

questão de 5 minutos um do outro e duram 60 segundos cada um. Outro ponto a ser

considerado é se essa atividade já dura há uma hora.[6] Se este for o caso e

vocês estão próximos a um posto de atendimento médico, é bem provável que ainda

dê tempo de obter ajuda profissional.

As mães de primeira viagem tendem a dar à luz quando o intervalo entre as

contrações está na faixa de três a cinco minutos e a duração de cada uma varia

entre 40 a 90 segundos, aumentando em intensidade e frequência durante pelo

menos uma hora.

Se a diferença entre um espasmo e outro já estiver na marca de dois

minutos ou menos, arregace as mangas e prepare-se para o parto porque o bebê

está chegando. Isso é ainda mais válido caso a mãe já tenha outros filhos e um

histórico de partos rápidos. Outro sinal de alerta é se ela sentir que vai

evacuar, pois isso indica que o neném está abrindo caminho rumo aos seus braços

pelo canal vaginal, o que resulta em pressão no reto.

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Lave muito bem suas mãos e braços. Tire qualquer joia ou acessório tal

como anéis, pulseiras ou relógio. Procure usar um sabonete antibacteriano e

água morna. Vá esfregando as mãos e continue pelos antebraços, chegando até os

cotovelos. O ideal é que essa higienização dure cinco minutos, mas se não

houver tempo para tanto, lave-as vigorosamente por pelo menos um minuto.

Não se esqueça de esfregar entre os dedos e sob as unhas. Use uma

escovinha. Vale até usar uma escova dental para realizar a limpeza debaixo das

unhas.

Se possível, ponha luvas esterilizadas (do tipo usado em procedimentos

cirúrgicos e que podem ser encontradas em qualquer farmácia). Não use os

modelos feitos para fazer faxina ou lavar louça, pois eles podem estar

carregados de bactérias.

Para completar o processo de esterilização das mãos ou no caso você não

ter acesso à água e sabão, use álcool gel ou comum para matar todas as

bactérias e os vírus que podem estar na sua pele e entrar em contato com o bebê

ou a mãe. Esse cuidado evita infecções e protege a criança e a parturiente.

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Prepare o local. Deixe todo o material necessário ao seu alcance e procure

criar um ambiente confortável para a gestante, dentro do possível. Saiba que o

parto deixará vários resíduos fisiológicos. Por isso, se puder, escolha um

lugar de fácil limpeza ou que possa comportar o procedimento sem problemas.

Junte toalhas e lençóis limpos. Melhor ainda se você dispuser de toalhas

de mesa impermeáveis ou uma cortina de chuveiro feita de vinil. Seja qual for a

opção utilizada, tudo deve estar limpo. Esses materiais podem ser a salvação

para evitar que fluidos como o sangue manchem o banco do carro, os móveis ou o

carpete, por exemplo. Em último caso você pode lançar mão de folhas de jornal,

mas saiba que elas não são muito higiênicas.

Providencie um cobertor, toalha ou agasalho. O importante é ter algo macio

para manter o bebê bem agasalhado e aquecido assim que nascer.

Procure obter alguns travesseiros. Eles podem ajudar e muito a dar

sustentação à mãe na hora de empurrar o bebê. Cubra-os com lençóis e toalhas

limpos.

Prepare uma bacia limpa com água morna, uma tesoura, pedaços de barbante,

álcool, bolas de algodão e um aspirador nasal de borracha (vendido em farmácias

no setor de produtos para bebês). Pode ser necessário também ter à mão

absorventes e toalhas de papel para lidar com o sangramento mais tarde.

Outra dica é arrumar um balde para o caso da mulher sentir vontade de

vomitar. Outro item da lista é um copo de água para a mãe. O trabalho de parto

não é nada fácil.

Ajude a parturiente a ficar calma e sentir-se à vontade. Ela pode entrar

em pânico, ficar com pressa de que tudo termine logo ou envergonhar-se da

situação. Por isso, seu apoio moral nessa hora é fundamental para que ela

consiga relaxar.

Peça a ela que tire a roupa da cintura para baixo. Se puder, dê-lhe uma

toalha ou um lençol limpo para que ela possa se cobrir.

Ajude-a com a respiração. É preciso evitar a hiperventilação, condição na

qual a pessoa passa a respirar rápido demais. Procure acalmá-la falando baixo e

passando orientações para que ela aspire pelo nariz e expire pela boca seguindo

um ritmo uniforme. Se mesmo assim ela não estiver conseguindo respirar

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corretamente, experimente segurar a mão dela e respirar fundo e devagar junto

com ela.

Transmita confiança. A mulher que se vê em um parto de emergência quase

sempre imaginava uma situação completamente diferente (no hospital horas antes,

rodeada pela família e pela equipe médica, paparicada pelo obstetra de

confiança, etc.). É normal que ela esteja preocupada com possíveis

complicações. Diga-lhe que a ajuda está a caminho e que você vai fazer tudo o

que estiver ao seu alcance para que tudo corra bem nesse meio tempo. Lembre-a

de que o parto em casa costumava ser a regra durante milhares de anos na

história da humanidade. Logo, é mais do que possível passar por essa

experiência sem sequelas e com um bebê perfeitamente saudável.

Mostre que você está do lado dela. Nessa hora tão delicada, a mãe pode

ficar assustada, nervosa, sentir raiva, tontura ou um misto de tudo isso e

muito mais. O melhor a fazer é concordar com o que ela estiver sentindo sem

julgá-la ou discutir.

Ajude a parturiente a achar uma posição confortável. Pode ser que ela

sinta vontade de andar um pouco ou de agachar-se durante este estágio do

trabalho de parto, principalmente se ela estiver passando por uma contração.

Conforme a fase do parto progride, pode ser útil ficar mudando de posição até

encontrar uma na qual ela sinta-se mais confortável. Deixe que ela decida se

quer experimentar diferentes posições ou se prefere se acomodar de um jeito só

e ficar assim durante todo o processo. O importante é que ela descubra o que

funciona melhor para o seu próprio corpo. Seguem abaixo quatro das posições

mais comuns, junto com os prós e contras de cada uma:

Cócoras. Aqui a gravidade trabalha a favor da mãe e pode abrir o canal

vaginal de 20 a 30% mais do que as outras posições. Se você suspeitar que o

bebê vai nascer sentado (os pés vão sair primeiro), talvez essa possa ser a

melhor posição por dar ao neném mais espaço para virar. Para ajudar a mulher a

dar à luz de cócoras, ajoelhe-se atrás dela e dê apoio às costas dela.

De quatro. Essa opção não favorece e nem atrapalha no quesito gravidade,

mas pode aliviar dores nas costas e a mãe pode decidir-se por essa alternativa

por instinto mesmo. Pode haver um alívio da dor caso a mãe sofra de

hemorroidas. Para ajudá-la, fique atrás dela.

Deitada de lado: Assim o bebê vai descer mais devagar pelo canal vaginal.

Em compensação, essa opção permite a expansão gradual do períneo, diminuindo o

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risco de ocorrer uma ruptura vaginal. Peça à mulher que deite de lado com os

joelhos dobrados e que levante a perna de cima. Ela pode também apoiar-se em um

dos cotovelos.

Deitada de costas (posição de litotomia). Esta é a mais comum nos

hospitais, com a mulher deitada de barriga para cima e com os joelhos dobrados.

Desta forma, o profissional de saúde tem acesso máximo ao canal de parto. A

desvantagem é a grande pressão que fica sobre as costas da mãe. Por isso, essa

não é considerada a alternativa ideal.Outro ponto negativo é que as contrações

podem se tornar mais lentas e dolorosas.[21] Mas se a mulher escolheu ficar

assim, tente pelo menos colocar alguns travesseiros embaixo das costas dela

para aliviar a dor.

Realizando o parto

Oriente a mãe a empurrar na fase certa do trabalho de parto. Se ela ficar

fazendo esforço antes da hora, ela vai ficar exausta em vão. Quando as mulheres

estão prontas para empurrar o bebê, elas podem sentir uma pressão crescente na

região lombar, no períneo ou no reto. Ela pode até mesmo sentir vontade de

evacuar.[22] Quando o momento chegar, esteja pronto para orientá-la a fazer

força para empurrar a criança.

Peça à mãe para curvar-se para a frente e dobrar o queixo para dentro como

se fosse olhar para os próprios seios. Essa posição vai ajudar o bebê a

atravessar a pélvis.[23] Ao fazer força, a mãe pode segurar os joelhos ou as

pernas ou puxá-las para trás para facilitar o esforço.

A área ao redor da vagina será empurrada para fora, tornando-se possível

ver o topo da cabeça do bebê. Assim que isso acontecer, a mulher deve começar a

esforçar-se mais ao fazer pressão para que a criança saia.

Incentive-a para empurrar levemente entre uma contração e outra. A

parturiente pode sentir-se tentada a empurrar com força no auge de um espasmo,

mas isso não é o ideal. Em vez disso, peça a ela que solte o ar pela boca

quando a dor for mais intensa e que comece a empurrar assim que a contração

ficar mais amena.

Oriente-a para que se concentre nos músculos abdominais na hora de

empurrar para baixo , como se ela estivesse tentando urinar mais rápido. Isso pode ajudar a evitar a exaustão e a direcionar o esforço para baixo em vez de

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para cima (ou seja, ao conduzir a força para cima, ela só vai ficar tensa no

pescoço e no rosto, piorando o desgaste dessa tarefa já tão árdua).

Recomenda-se que a parturiente empurre de três a quatro vezes durante 6 a

8 segundos por contração. Mas isso não é uma regra, e o importante é que ela

faça o que achar certo por intuição, por natureza.

Incentive a respiração lenta e profunda durante todo o processo. Desse

modo, pode-se controlar mais ou menos a dor, dependendo do estado de

relaxamento mental e do comando sobre o ritmo da respiração. Essa atitude é

muito mais produtiva do que entrar em pânico ou tentar se distrair com tudo o

que está acontecendo ao redor. Apesar de cada mulher sentir dor e administrá-la

de forma diferente, esse exercício de respiração sempre ajuda durante o parto.

Esteja pronto para o caso da mãe urinar ou evacuar durante o processo.

Isso é normal e não é motivo de preocupação. Aliás, faça de conta que nem

percebeu a fim de não deixar a parturiente sem graça.

Dê sustentação à cabeça do bebê à medida que ela emerge. Este passo não é

complicado, mas é importante. Preste atenção extra para as seguintes dicas:

Não puxe a cabeça do bebê e nem o cordão umbilical. Isso pode causar danos no sistema nervoso da criança.

Se o cordão estiver enrolado em torno do pescoço do neném, levante o

cordão com muito cuidado para passá-lo por cima da cabeça para que a criança

possa passar pelo vão. Jamais puxe o cordão. A posição mais natural e desejada para o bebê é que ele esteja com o rosto

virado para as costas da mãe. O parto fica mais fácil assim.

Mas se o neném estiver saindo pelos pés ou pelo bumbum em vez da cabeça,

prepare-se, pois ele vai nascer sentado. Confira os seguintes cuidados a serem

tomados:

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Fique pronto para receber o corpo do bebê. Quando a cabeça dele gira para

um dos lados (o que ele provavelmente irá fazer por conta própria), prepare-se,

pois ele vai sair por inteiro na próxima contração.

Caso ele não consiga girar a cabeça sozinho, ajude-o com muito cuidado a

virá-la em direção às costas da mãe. Isso deve ajudar um ombro a sair com o

próximo empurrãozinho.

Ajude o outro ombro a sair. Levante cuidadosamente o corpo em direção à

barriga da mãe para que o outro ombro possa passar. O resto do corpo deve vir

rapidamente em seguida.

Continue apoiando a cabeça da criança. O corpo estará escorregadio, por

isso é preciso um pouco de jeitinho para segurar a cabecinha do bebê, pois o

pescocinho dele não tem força o suficiente para sustentar o próprio peso da

cabeça.

Saiba como lidar com complicações do parto. Talvez tudo correu bem até

agora e você tem nos braços um bebê perfeitamente saudável e uma mãe feliz da

vida na sua frente. Mas, caso o bebê pareça ter ficado “entalado” no canal

vaginal, eis o que você fazer:

Se a cabeça saiu mas o corpo continua preso mesmo depois de três empurrões

por parte da mãe, peça que ela deite de costas e coloque dois travesseiros

embaixo do bumbum dela. Oriente-a para que ela abrace os joelhos na altura do

peito e que empurre com força a cada contração.

Se os pés saírem primeiro, veja a seção sobre bebês que nascem sentados

ainda neste artigo.

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Segure o bebê de modo que os fluidos em sua boca e nariz possam escorrer.

Use as duas mãos, sendo que uma deve apoiar a cabecinha e o pescocinho. Incline

um pouco a cabeça para baixo em um ângulo de 45 graus para permitir que o

líquido escorra. Os pés devem estar a uma altura um pouco maior do que a da

cabeça (mas não segure o neném pelos pés).

Você também pode limpar o muco ou o líquido amniótico da área do nariz e

da boca com uma gaze ou pano devidamente limpos e esterilizados.

Coloque o bebê sobre o peito da mãe. Procure fazer com que eles fiquem em

contato de pele com pele, pois isso estimula um hormônio chamado oxitocina, o

qual vai ajudar a mãe a expelir a placenta. Cubra os dois com toalhas ou

cobertores.

O bebê deve ficar em uma posição na qual a cabeça está em uma altura um

pouco abaixo do restante do corpo. Isso permite que os fluidos continuem

escorrendo. Se a cabecinha dele estiver no ombro da mãe e o corpo estiver em

cima do peito dela, melhor ainda, pois essa posição permitirá que os líquidos

sejam expelidos naturalmente das vias respiratórias do neném.

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Confira se a criança está respirando. O normal é um choro discreto. Caso

contrário, é preciso tomar medidas para desobstruir as vias respiratórias.

Esfregue o corpo do bebê. A massagem vai ajudar o bebê a respirar.

Estimule as costas dele com movimentos firmes e um cobertor enquanto ele ainda

está sobre o peito da mãe. Se isso não funcionar, experimente deixar o rostinho

dele virado para cima. Incline um pouco a cabecinha dele para trás a fim de

deixar as vias respiratórias em uma posição que facilite o descongestionamento.

Continue massageando as costas do neném durante todo esse procedimento. Talvez

ele não chegue a chorar, mas essa técnica garante que ele obtenha o ar de que

precisa.

Drene os fluidos manualmente. Se o bebê engasgar ou ficar azul, desobstrua

a boca e o nariz usando um pano ou cobertor limpo. Caso isso não funcione,

utilize um aspirador nasal de borracha. Esprema a parte gorda para que o ar

saia e coloque a ponta na boca ou em uma das narinas. Em seguida, solte a parte

mais volumosa para que o líquido possa ser aspirado. Repita a operação até que

todo o fluido tenha saído. Não se esqueça de esvaziar o aspirador entre uma

sucção e outra. Se você não tiver um aspirador nasal de borracha à disposição,

você pode improvisar e usar um canudo de plástico, do tipo usado para tomar

bebidas. Sugue o fluido com a boca e pare antes que o líquido entre em contato

direto com você. Descarte o conteúdo do canudo e repita conforme o necessário.

Em último caso, recorra a uma palmadinha. Caso todas as outras opções

tenham falhado na tentativa de fazer o bebê respirar, experimente dar uns

tapinhas nas solas dos pezinhos dele usando seus dedos. Você pode também dar

palmadinhas leves no bumbum dele.

Se nem mesmo essa técnica funcionar, será preciso fazer uma ressuscitação

cardiopulmonar (conhecida como a respiração boca a boca)..

Realizando o parto de um bebê sentado

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Raros são os casos em que o bebê nasce sentado. Quando isso acontece, a

primeira parte do corpo a sair são os pés ou as nádegas, e não a cabeça como é

de costume.

Ajude a mãe a ficar na posição certa. Peça a ela que sente na beira da

cama ou de outra superfície plana e firme. Oriente-a para que segure as

próprias pernas contra o peito. Para evitar acidentes, coloque travesseiros ou

cobertores no chão para evitar que o bebê se machuque caso acabe caindo.

NÃO toque no bebê até que a cabeça saia do canal vaginal. Você se sentirá tentado a ajudar o neném ao ver que as nádegas e as costas estão penduradas,

mas resista com todas as forças. Isso porque, se você pegar nele, a criança

será estimulada a respirar, o que seria perigoso se a cabeça ainda estiver

submersa no líquido amniótico.

Procure deixar o ambiente aquecido, pois uma queda na temperatura também

pode fazer com que o neném engasgue com o fluido.

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A hora certa de pegar o bebê. Depois que a cabeça sair, receba a criança

nos seus braços e leve-a à mãe. Mas, caso a cabeça continue no canal vaginal

mesmo depois que os braços já saíram, peça à parturiente que se agache e

empurre de novo.

Expelindo a placenta

Prepare-se para a saída do anexo embrionário. Esse processo é o terceiro

estágio do trabalho de parto e pode acontecer alguns minutos ou até uma hora

após o nascimento do bebê.

Coloque uma bacia perto da vagina. Logo antes da placenta emergir, haverá

um sangramento e o cordão umbilical ficará mais comprido.

Peça à mãe para que sente e empurre o órgão gestacional para fora.

Esfregue firmemente a barriga da mãe abaixo do umbigo para ajudar a

diminuir a hemorragia. Esse procedimento pode ser doloroso para a mulher, mas é

necessário. Continue massageando até sentir pelo tato que o útero ficou do

tamanho de uma laranja grande na altura do ventre.

Deixe o bebê mamar. Se para isso não for preciso esticar muito o cordão

umbilical, incentive a mãe a amamentar o mais rápido possível. Assim ela vai

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ajudar a estimular uma contração que possa expelir a placenta, além de

contribuir para a desaceleração do sangramento.

Caso a mulher não possa ou decida por não amamentar, diga-lhe que a

estimulação dos mamilos também pode ajudar a estimular a expulsão da placenta.

Não puxe o cordão umbilical. À medida que o anexo embrionário for sendo

expelido, resista à tentação de puxar o cordão umbilical para que o órgão saia

logo. Isso pode causar sérias consequências à parturiente. Deixe que a placenta

se desloque sozinha à medida que a mãe empurra.

Guarde a placenta. Depois que ela estiver completamente fora do corpo da

mulher, coloque-a em um saco de lixo ou um recipiente com tampa. O médico pode

querer examinar o órgão para verificar se há alguma anormalidade.

Avalie se você deve cortar o cordão umbilical. Só faça isso se o

atendimento médico já estiver a caminho. Caso contrário, deixe-o como está. Só

é preciso dar uma mãozinha à mãe se o cordão estiver esticado demais.

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Se por algum motivo for necessário cortar o cordão, é preciso sentir a

pulsação dele primeiro. Segure com cuidado para verificar o pulso dele. Em

seguida, aguarde cerca de dez minutos, pois esse é o tempo necessário para que

a placenta termine de se separar do bebê. Só depois que a pulsação parar é que

você pode cortar o cordão.

Caso esteja preocupado em causar dor à mãe e ao bebê na hora de cortar o

cordão, relaxe. O cordão não possui terminações nervosas. Por isso, nem ela nem

a criança sentirá o corte. Só é preciso tomar cuidado ao manuseá-lo, pois ele

estará um tanto escorregadio e difícil de lidar.

Amarre uma corda ou um barbante em volta do cordão a uma distância de mais

ou menos 8 cm do umbigo do bebê. Amarre bem firme e arremate com um nó duplo.

Repita a operação. Mas, desta vez, faça o nó duplo a cerca de 6 cm de

distância do primeiro. O corte será feito entre as duas amarras de

corda/barbante.

Use uma faca ou tesoura devidamente esterilizada (fervida por 20 minutos

ou higienizada com álcool) para cortar entre as duas amarras. Não tenha pressa,

pois o cordão é elástico e difícil de cortar.

Cubra o bebê novamente depois que você terminar de cortar o cordão.

Cuidados com a mãe e o bebê

Mantenha a mãe e o bebê aquecidos e à vontade. Cubra-os com cobertores ou

agasalhos e incentive a mãe a manter o bebê em seu peito. Troque todos os panos

molhados ou sujos e leve os dois para um lugar limpo e seco.

Ajude a aliviar a dor da mulher. Coloque uma bolsa térmica gelada na

vagina da mãe durante as primeiras 24 horas para aliviar a dor. Ofereça-lhe um

analgésico com paracetamol (também conhecido como acetaminofeno) ou ibuprofeno,

mas pergunte antes se ela não é alérgica a nenhum desses medicamentos.

Dê a mãe um lanche leve e uma bebida. Evite refrigerantes e alimentos

gordurosos ou que contêm muito açúcar, pois eles podem deixá-la enjoada.

Prefira torradinhas, bolachas água e sal ou ainda um sanduíche natural. Para

beber, pode ser água de coco, água mineral ou uma bebida esportiva tipo

Gatorade para garantir a reidratação.

Ponha uma fralda no bebê. Coloque-a abaixo da altura do cordão umbilical.

Se o local do corte começar a cheirar mal (indicando uma infecção), limpe-o com

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álcool até que o odor desapareça. E, se houver um chapéu ou boné por perto,

coloque-o no neném para que ele não pegue um resfriado.

Previna infecções na mãe na hora de ir ao banheiro. Oriente-a lavar a

vagina com água morna depois de urinar a fim de manter a área limpa. Se ela

estiver com muita fraqueza, você mesmo pode fazer a limpeza. Use uma garrafa

tipo squeeze (daquelas que você pode apertar) para espirrar a água.

Caso ela precise evacuar, peça a ela que coloque um pano limpo ou toalha

contra sua vagina enquanto ela defeca.

Ajude a mãe a urinar. É bom que ela esvazie a bexiga, mas ela pode estar

sentindo muita fraqueza devido à perda de sangue. Nesse caso, pode ser melhor

deixar um pano embaixo dela que possa ser usado como um tipo de fralda e

retirado depois de sujo. Assim, ela não vai precisar levantar.

Procure atendimento médico o mais rápido possível. Uma vez que o parto

está concluído e você cuidou da segurança e o conforto da mãe e da criança, vá

com eles para o hospital mais próximo ou espere com os dois a ambulância que

você chamou.

Dicas

Não se assuste se o bebê estiver um pouco azul ao nascer ou se ele não

chorar imediatamente. A cor dele será parecida com a da mãe quando começar a

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chorar, mas as mãos e os pés podem continuar azulados. Basta trocar a toalha

molhada por uma seca um e colocar um chapéu ou gorro na cabeça do bebê.

Caso não disponha de cobertores, use roupas, toalhas ou agasalhos para

manter a mãe e o bebê aquecidos.

Toda futura mãe ou pai deve considerar a possibilidade do trabalho de

parto começar perto da data prevista pelo médico, mesmo que vocês já tenham

feito planos (como uma viagem, por exemplo). Seja como for, carregue sempre

consigo um kit de emergência contendo sabonete, gaze e tesoura esterilizada,

lençóis limpos, etc. Deixe esses materiais em uma bolsa que possa ser levada a

qualquer lugar ou em uma caixa dentro do carro. Confira a lista completa dos

materiais na seção abaixo.

Para esterilizar um instrumento que será usado para cortar o cordão

umbilical, limpe-o com álcool ou aqueça-o muito bem para matar os micróbios.

Se a mãe já tiver entrado em trabalho de parto, nunca deixe que ela vá ao

banheiro para evacuar. Às vezes, quando o bebê está mudando de posição para

preparar-se para sair, a mulher pode sentir vontade de fazer cocô devido à

pressão feita pelo neném sobre o reto. Isso é normal. O que deve ser evitado é

ela ir ao banheiro, sentar na privada e acabar dando à luz ali e a criança cair

dentro do vaso sanitário.

Avisos

Não limpe a mãe nem o bebê com produtos antissépticos ou antibacterianos,

com exceção de não haver água e sabão disponíveis ou no caso de haver um corte

externo.

Mantenha-se limpo o máximo possível. Isso vale também para a mãe e o local

do parto. Esse cuidado com a higiene é essencial, pois o risco de infecção é

alto tanto para a mãe quanto para a criança. Não espirre e nem tussa no local.

Materiais Necessários

Seringa para ouvido. Ela é de plástico, mas sua ponta é de borracha e bem

fininha e cabe na narina do recém-nascido. Na falta desse instrumento, você

pode usar o aspirador nasal de borracha.

Pequeno frasco de álcool isopropílico

Caixa de luvas de látex ou de plástico descartáveis

Barbante ou cadarço de sapato limpos para amarrar o cordão umbilical

Tesoura afiada (para cortar cordão umbilical)

Bolsa térmica química (do tipo que fica gelada só de você espremê-la)

Garrafa térmica com água quente (para ajudar a manter o bebê aquecido)

Seis fraldas descartáveis

Analgésicos como Tylenol ou Advil

Sabonete ou gel antibacteriano

Quatro cobertores de algodão para bebês

Gorro para recém-nascidos

Quatro toalhas

Toalhinhas para a limpeza do corpo

Bacia (para a placenta)

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Cobertores para manter a mãe aquecida

Almofadas e/ou travesseiros

Cinco sacos de lixo grandes para roupas e panos sujos

Dois sacos de lixo de tamanho médio para a placenta

Guia de ressuscitação cardiorrespiratória para adultos e bebês

Informações de contato em caso de emergência

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO SOCORRO

AIDS, e Hepatite B.

· Algumas doenças infecciosas podem ser passadas de uma para outra

pessoa.

· Os germes mais comuns são os vírus e as bactérias.

· Um simples resfriado pode passar rapidamente de uma pessoa para

outra, porém não determina nenhuma consequência mais séria.

· As doenças que mais preocupam os guarda vidas durante os primeiros

socorros são a AIDS e a Hepatite B.

· A maioria das emergências ocorre dentro ou perto de seu domicílio,

portanto é maior a possibilidade de você prestar atendimento a um familiar ou a

um amigo.

· Se você não possuir nenhum corte na pele ou feridas, a

possibilidade de adquirir doenças é muito pequena.

· Sempre tenha precaução para não entrar em contato com os líquidos

corpóreos da vítima.

· Use sempre que possíveis barreiras como luvas, tecidos, máscara

para ventilação da vítima, que ofereçam proteção contra estes fluidos.

· Lave suas mãos com água e sabão imediatamente após o socorro.

· Não coma, beba ou toque em sua boca, nariz ou olhos durante os

primeiros socorros.

· Não toque em objetos contaminados com sangue.

HEPATITE

· O vírus A é transmitido através da água ou alimentos contaminados

por fezes de doentes.

· O vírus B é transmitido através do sangue ou via sexual.

· O vírus C é transmitido através do sangue e sexual, como o vírus B.

· O vírus D é de transmissão parenteral e só ocorre associado ao

vírus B.

Prevenção

· Use preservativos de látex ("camisinha") na relação sexual.

· Evite promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).

· Não compartilhe agulhas ou seringas.

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· Use luvas protetoras quando em contato com sangue ou outras

secreções corporais.

· Vacinação: é recomendada a vacina anti-hepatite B em três doses

(dias 1 30 e 180).

· Em caso de exposição - procure o médico imediatamente.

SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA HUMANA: (SIDA / AIDS)

· Causada pelo "vírus da imunodeficiência humana" (HIV).

· O vírus entra no organismo provocando defeitos no sistema de defesa

contra infecções.

Como ocorre a transmissão

1. Contato direto do vírus com o sangue (transfusões, uso

compartilhados de drogas venosas).

2. Contato íntimo (sexual) com a membrana mucosa dos olhos,

boca, garganta, reto, ou vagina.

3. Através da amamentação ou do parto

4. O vírus não pode penetrar na pele íntegra.

5. A saliva não demonstrou transmitir HIV.

6. Raramente transmite à equipe de saúde, através de acidentes

com material perfuro cortante como agulhas ou lâminas de

bisturis contaminados.

Não existe mais grupo de risco. Todas as pessoas com vida sexualmente

ativa, podem ter a infecção e transmiti-la a seu parceiro. Há, entretanto os

chamados comportamentos de risco, como pessoas com muitos parceiros sexuais e

viciados em drogas endovenosas.

Prevenção

· Use preservativo de látex ("camisinha") em todas as relações

sexuais.

· Não compartilhe agulhas ou seringas, procure ajuda médica para

tratamento.

· Evite a promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).

· Não fazer aleitamento materno cruzado (o recém-nato só pode ser

amamentado pela própria mãe, não podendo ter "ama de leite").

Vale a pena lembrar:

· O contato social: beijo no rosto, aperto de mão, e abraço, não

transmite SIDA.

· Não se pega SIDA compartilhando o uso de vaso sanitário, copos,

pratos ou talheres.

· Não se pega SIDA pelo ar ou por picada de mosquitos.

· SIDA não é doença de homossexual ou prostitutas. Estão expostas à

doença, também pessoas que têm vida sexual heterossexual.

· Evite o contato com sangue, sêmen e secreção vaginal dos portadores

do vírus.

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· Pessoas com SIDA não precisam e não devem ser afastadas de suas

casas, escolas, trabalho ou comunidades, já que não oferecem risco de contágio

desta forma.

Lembre-se que o indivíduo com SIDA é como um de nós, que simplesmente por

não acreditar que todos estamos expostos ao risco de infecção, deixou de se

proteger. Seja solidário. Amor, amizade e fraternidade não transmitem a doença.

A irresponsabilidade, o preconceito e as idéias equivocadas sim. Não esqueça! .

Aquele doente na sua frente, poderia ser você!