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Cecília Queiroz Filomena Moita Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação DISCIPLINA Na rota da Filosofia... ...em busca de respostas Autoras aula 02

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Cecília Queiroz

Filomena Moita

Fundamentos Sócio-filosóficos da EducaçãoD I S C I P L I N A

Na rota da Filosofia......em busca de respostas

Autoras

aula

02

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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)

Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)

Revisoras de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Q3f Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.

15 fasc.“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”. Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos... manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa

ISBN: 978-85-87108-57-9

1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.22 ed. CDD 370

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação

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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)

Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)

Revisoras de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Q3f Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.

15 fasc.“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”. Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos... manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa

ISBN: 978-85-87108-57-9

1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.22 ed. CDD 370

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 1

Apresentação

Neste trecho da viagem, navegaremos pela rota da filosofia. Na primeira aula, refletimos sobre o que é educação e os diferentes tipos de educação que existem. Faremos, agora, um mergulho na história da filosofia para entender o que é filosofia,

quais as contribuições que ela traz para o campo da educação e, mais especificamente, para o professor de Geografia.

Nesse trajeto, serão importantes o estudo dos conceitos apresentados, a reflexão, a realização de atividades e a busca de aperfeiçoamento em outras atividades complementares que serão aprendizagem e divertimento, tais como: filmes, vídeos, além de outros livros e textos indicados.

ObjetivosAo final desta aula, do segundo trecho de viagem, esperamos que você chegue ao porto seguro:

Compreendendo o que são fundamentos sócio-filosóficos;

Entendendo o que é filósofo, filosofar e filosofia e quais as contribuições que essa ciência traz para o campo da educação;

Mapeando, em termos de tempo e espaço, de onde vieram essas correntes filosóficas.

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Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação2 Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação

Zarpando...Certamente você deve estar-se perguntando por que estudar fundamentos

sócio-filosóficos da educação? Qual o significado?

Para saber mais sobre essa questão, ainda ancorados, vamos fazer um estudo breve que nos ajudará a entender o significado dessas palavras e a importância de estudá-las para sua formação, enquanto um futuro professor de Geografia.

n Fundamentos - Vamos juntos tentar entender o que são fundamentos? De forma geral, e aqui em especial, fundamentos são os princípios básicos, nosso porto seguro, aquilo que nos dará base para entender o que vem a seguir, ou seja, alicerce para o entendimento de outras disciplinas.

n Sócio - nesse caso, remete-nos à sociologia, ciência que se dedica a estudar a sociedade e suas transformações ao longo da história, e as transformações pelas quais temos passado. Afinal, estamos vivendo uma verdadeira revolução educacional, com o apoio significativo da tecnologia.

n Filosófico - é a junção de duas palavras gregas: filos/amante + sofia/sabedoria = amor pela sabedoria. Na prática pedagógica, representa aquele olhar indagador e crítico sobre a realidade, na busca de respostas sobre os porquês dos fenômenos, nesse caso, relacionados à educação.

Em síntese, Fundamentos Sócio-filosófico é a base para o entendimento da educação na sociedade, de forma crítica, construída através da reflexão, da pesquisa, da observação.

E por que estudar os fundamentos de áreas pedagógicas que não estão, diretamente, relacionadas com Geografia?

Porque as demais ciências da educação e a pedagogia são como bússolas que auxiliam o professor a agir diante da grande diversidade que caracteriza o povo brasileiro.

Nossa cultura é muito rica e diversa, nosso povo – crianças, jovens, adultos – faz a diferença em cada comunidade, município, estado ou região. É muita diversidade para uma única ação pedagógica.

Como trabalhar com essa diversidade? Como devemos ser educadores reflexivos e críticos?

Vamos parar para refletir sobre essas questões, observando a imagem e realizando a atividade sugerida.

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Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 3

Disponível em http://www.tropis.org/biblioteca/cuidado_escola.html Acesso em 22 maio 2007.

Na sua opinião, o que significa um professor indagador e crítico?

Depois da leitura do texto e da imagem comente as falas expressas pelo professor relacionando-as com o que foi estudado na aula.

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Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação� Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação

Içamos a âncora e continuamos na rota da filosofia, agora para entender o que é filósofo e filosofar.

O Filósofo e o FilosofarO verdadeiro filósofo é, antes de tudo, um observador

atento da realidade, um pensador dedicado e que tenta, pelo seu próprio esforço, desvendar o Universo que o cerca. E o que é filosofar?

É pensar livremente, é não se deixar guiar por ideologias, religiões, crenças, pelas opiniões dos outros, sem reflexão. É colocar tudo como objeto a ser refletido, perguntar sobre tudo, por exemplo: Quais os motivos que guiaram as diferentes escolhas humanas ao longo da história? Por que agimos assim, e não, de outro jeito?

Para o professor/educador, é fundamental filosofar sobre sua prática, pensar sobre o seu fazer pedagógico diário, buscar respostas para as dificuldades e para as conquistas do dia-a-dia. Assim, o educador ao superar as dificuldades, socializa as conquistas e contribui com a comunidade onde está atuando.

Embora a Filosofia, em geral, não seja produzida para resultados concretos e imediatos, crer que ela não tenha aplicação prática não é correto. A forma de compreender o mundo é que determina o modo como se produzem as coisas, investiga-se a natureza, propõem-se as leis. Ética, Política, Moral, Esporte, Arte, Ciência, Religião, tudo tem a ver com Filosofia.

O pensamento humano não apenas influenciou e influencia o mundo, na verdade, é ele que o determina. Todos os movimentos sociais, econômicos, políticos, religiosos da história têm origem no pensamento humano, na Filosofia.

Aquele que se dedica à Filosofia não se abstém da realidade, não é um alienado. É aquele que procura compreender a realidade e busca dar o primeiro passo para interagir com ela, ou mesmo alterá-la, da melhor forma possível.

Uma ancoradinha

para filosofar.

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Atividade 2

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Vamos lançar nossa âncora ao mar. Uma parada para relaxar um pouco da nossa viagem. Durante a parada, como um fiel observador/a atento/a da realidade, faça um esforço, desvende e escreva sobre a realidade social que o cerca.

Seguindo a rotaVamos continuar nossa viagem por mares distantes, embalados pelas ondas, com

uma brisa leve batendo no rosto e fazendo reflexões com nosso pensamento na viagem de descobertas que nos aguarda.

Saberemos mais sobre Filosofia e as principais correntes filosóficas. Elas nos ajudarão a entender melhor onde estão ancoradas algumas práticas pedagógicas, que estudaremos mais adiante.

Bem, recapitulando, Filosofia é uma palavra grega “philosophia” – sophia, que significa sabedoria; philo significa amor, ou amizade. Então, literalmente, um filósofo é um amigo ou amante de sophia, alguém que admira e busca a sabedoria.

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Razão

Razão é a faculdade de raciocinar, de apreender,

de compreender, de ponderar, de julgar...

Disponível em: http://pt.wikipedia.

org/wiki/Raz%C3%A3o Acesso em: 14 jun. 2007.

Lógica

Lógica é o ramo da Filosofia que cuida das

regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento

do pensar. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/

L%C3%B3gica Acesso em: 23 jun. 2007.

Mitoito é uma narrativa tradicional com caráter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião. O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis (todas elas são criaturas sobrenaturais). Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade.

Logo, todos somos filósofos e podemos e devemos filosofar. Mas, o que são filosofia e filosofar?

O termo philosofia foi empregado, pela primeira vez, pelo famoso filósofo grego PITÁGORAS, por volta do século V a.C, ao responder a um de seus discípulos que ele não era um “Sábio”, mas apenas alguém que amava a Sabedoria. Filosofia é, então, a busca pelo conhecimento último e primordial, a Sabedoria Total.

Embora, de um modo ou de outro, o Ser Humano sempre tenha exercido seus dons filosóficos, a Filosofia Ocidental, como um campo de conhecimento coeso e estabelecido, surge, na Grécia Antiga, com a figura de TALES de MILETO, que foi o primeiro a buscar uma explicação para os fenômenos da natureza usando a Razão e a Lógica, e não, os Mitos, como era de costume.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito Acesso em: 28 jun. 2007.

Mas você sabe que, como o resto das coisas da vida, nem tudo foi flores na constituição da história da Filosofia, assim como na Religião.

Ela também já teve sua morte decretada. No entanto, a Filosofia Ocidental perdura há mais de 2.500 anos, tendo sido a “Mãe” de quase todas as Ciências: Psicologia, Antropologia, História, Física, Astronomia e, praticamente, todas as outras que derivam direta ou indiretamente da Filosofia. Entretanto, as “filhas” ciências se ocupam de objetos de estudo específicos, e a “Mãe” se ocupa do “Todo”, da totalidade do real.

Nada escapa à investigação filosófica. A amplitude de seu objeto de estudo é tão vasta que foge à compreensão de muitas pessoas, que chegam a pensar ser a Filosofia uma atividade inútil. Além disso, seu significado também é muito distorcido no conhecimento popular que, muitas vezes, a reduz a qualquer conjunto simplório de idéias específicas, as “filosofias de vida” ou, basicamente, a um exercício poético.

Entretanto, como sendo praticamente o ponto de partida de todo o conhecimento humano organizado, a Filosofia estuda tudo o que pode, estimulando e produzindo os mais vastos campos do saber. Mas, diferente da Ciência, a Filosofia não é empírica, ou seja, não faz experiências, mesmo porque geralmente, seus objetos de estudo não são acessíveis ao Empirismo.

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Atividade 3

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A RAZÃO e a INTUIÇÃO são as principais ferramentas da Filosofia, que tem como fundamento a contemplação, o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer e, como método primordial, a rigorosidade do raciocínio, para atingir a estruturação do pensamento e a organização do saber.

Vamos dar uma paradinha para você conhecer um dos principais textos da Filosofia, escrito por Platão, no século IV a.C.: O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna.

Leia atentamento o texto abaixo

O Mito da CavernaO Mito da Caverna de autoria de Platão e escrito no livro VII do República é, talvez, uma

das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia. O autor descreve a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Uma critica poderosa à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões por todos que o lêem.

Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=796 Acesso em: 12 maio 2007.

Extraído de “A República” de Platão(1987)Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas à frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.

A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ele e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede, no fundo da caverna, as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.

Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora

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da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna. Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira senão sombra de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.

Após a leitura, escreva um depoimento articulando-o com o que você estudou sobre educação / escola / aprendizagem.

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Atividade 4

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As correntes filosóficasVamos seguindo nossa viagem, estudando as principais correntes filosóficas. Nos

grandes períodos da história: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Contemporânea, viveu-se à influência de vários pensadores. Na Antiguidade, destacam-se os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles. O primeiro, no estudo da ética; o segundo preconiza o idealismo; e o último, o realismo.

Na Idade Média, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são pensadores cristãos que ocupam papel de realce. Santo Agostinho é tido como filósofo da fé e São Tomás de Aquino, como embasador do catolicismo, afirma que o conhecimento tem primazia sobre a ação.

Na Idade Moderna, começa-se a negar a fé e a ampliar os caminhos da ciência. Projetam- se vários filósofos, como Descartes, no racionalismo, Bacon, no empirismo, Hegel, na dialética, Kant, na epistemologia, na metafísica e na antropologia e Comte, no positivismo.

Na época contemporânea, acentua-se uma reação à Filosofia do século XIX, idealista e positivista, bem como a Filosofia moderna geral. Destacam-se: Kierkegaard, considerado o fundador do Existencialismo, Hidegeer, que analisou a existência humana e Husserl, que dá ênfase ao estudo dos fenômenos – a fenomenologia.

Acabamos de estudar, de forma resumida, as principais correntes filosóficas. Ainda considerando o texto “O Mito da Caverna, de Platão”, que você leu naO Mito da Caverna, de Platão”, que você leu na atividade anterior, explique em que época ele foi escrito; a que corrente filosófica pertence, onde surguiu e qual a sua importância para as demais.

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Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação10 Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação

Seguindo na rota da Filosofia...

E a Filosofia Oriental?Ainda nessa rota, vamos entrar em um canal que nos leva até a filosofia oriental.

Estamos prontos? Lá vamos nós!

Embora não seja aceito como Filosofia pela maior parte dos acadêmicos, o pensamento produzido no Oriente, especificamente na China e na Índia por budistas e hinduístas, possui qualidades equivalentes à da Filosofia Ocidental.

A questão é basicamente a definição do que vem a ser a Filosofia e suas características principais que, da maneira como é colocada pelos acadêmicos ocidentais, de fato exclui a Filosofia Oriental. Mas nada impede que se considere Filosofia num conceito mais amplo, como faremos aqui.

A Filosofia Oriental é mais intuitiva que a Ocidental e menos racional, o que contribui para sua inclinação mística e hermética. No entanto, vemos os paralelos que ela possui, principalmente, com a Filosofia Antiga.

Ambas surgiram por volta do século VI a.C, tratando de temas muito semelhantes, e há de se considerar que Grécia e Índia não são tão distantes uma da outra a ponto de inviabilizar um contato.

Veja o mapa mundial. A maioria dos estudiosos considera que não há qualquer relação entre os pré-socráticos e os filósofos orientais. O que, na realidade, pouco importa nesse momento.

O fato é que, assim como a Ciência, a Arte e a Mística, a Filosofia sempre existiu em forma latente no ser humano. Nós sempre pensamos. Logo, existimos.

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Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação Aula 02  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 11

Nesse trecho de nossa viagem, estudamos as correntes filosóficas que foram desenvolvidas por autores em diferentes tempos e espaços geográficos.

Identifique e marque no mapa, as diferentes localidades, das quais recebemos as contribuições, como por exemplo: a localização da Grécia, da Índia e sua distância em relação ao Brasil.

Disponível em: http://www.webpanama.net/geografia/images/mapworld.gif Acesso em: 21 jul. 2007.

Atividade 5

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Resumo

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Auto-avaliaçãoEssa é a hora da reflexão, da construção do seu DIÁRIO DE BORDO. Você fez a viagem,

leu os textos, respondeu às atividades, visitou os sites, assistiu aos filmes, mas, com certeza, foi mais além. Para saber se você atingiu os objetivos propostos responda às questões que se seguem. Se tiver dúvidas, procure tirá-las voltando ao texto e buscando ajuda do tutor e/ou de colegas cursistas.

O que você entende por fundamentos sócio-filosóficos? Acredita que esses fundamentos estão presentes no seu fazer enquanto educador? Explique.

Você acha que é importante para nós, enquanto educadores ou cidadãos comuns, o ato de filosofar? Por quê?

O Que Trouxemos desse Trecho de Nossa Viagem?

Chegamos ao porto seguro, sabendo que fundamento sócio-filosófico é a base para o entendimento da educação na sociedade, de forma crítica, construída através da reflexão, da pesquisa, da observação. Aprendemos ainda como é importante examinar a realidade. De um modo ou de outro, todos o fazemos constantemente, quando buscamos resolver os problemas globais, sociais ou pessoais. Mas, diferente da Ciência, a Filosofia não é empírica, ou seja, não faz experiências, mesmo porque geralmente, seus objetos de estudo não são acessíveis ao Empirismo. Aprendemos que a razão e a intuição são as principais ferramentas da Filosofia, que têm como fundamento a contemplação, o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer e, como método primordial, a rigorosidade do raciocínio, para atingir a estruturação do pensamento e a organização do saber. Finalmente, vimos que a Filosofia Oriental é mais intuitiva que a Ocidental e menos racional, o que contribui para sua inclinação mística e hermética.

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Leituras complementares

Sites interessantes, visite!

Mundo dos Filofósos – http://www.mundodosfilosofos.com.br/classico.htm

No site indicado você encontra de forma resumida as idéias de filósofos como: Platão, Sócrates, Atristóteles etc. que podem enriquecer seus conhecimentos sobre o que foi estudado durante a aula.

Sociedade dos Poetas Mortos

Sinopse Um carismático professor de literatura chega a um conservador colégio, onde revoluciona os métodos de ensino ao propor que seus alunos aprendam a pensar por si mesmos. Dirigido por Peter Weir (O Show de Truman) e com Robin Williams e Ethan Hawke no elenco. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original.

http: //adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/sociedade-dos-poetasmortos/sociedade-dos-poetas-mortos.asp

Textos Complementares1) Texto interativo sobre as Áreas da Filosofia do Professor Marco Antonio

Franciotti da UFSC.

O autor apresenta, de forma breve, em seu texto, aspectos como: o conceito de filosofia, as idéias de Sócrates, passando pela teoria do conhecimento, sua importância e objeto de estudo e vai até a filosofia da ciência passando pela ética, pela filosofia do direito, a bioética e filosofia da educação e da arte e da estética.

Acesso em: 21jul/2007.

Franciotti

Texto disponível em: http://www.ufsc.br/~portalfil/interativo.html, Acesso em: 21jul/2007.

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