Da Ordem Econômica e Financeira

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Da Ordem Econômica e Financeira

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Da Ordem Econmica e Financeira CAPTULO IDOS PRINCPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONMICA

A Ordem Econmica Constitucional de 1988 caracteriza-se como um sistema de normas jurdicas, positivadas noTexto Constitucional, responsvel pela determinao dos parmetros disciplinadores dos aspectos econmicos da sociedade.Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: soberania nacional; propriedade privada; funo social da propriedade; livre concorrncia; defesa do consumidor; defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao; reduo das desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas. assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei.

EXPLORAO DIRETA DE ATIVIDADE ECONOMICA PELO ESTADOREGRA: NO EXPLORAOHIPOTESES EXCEPCIONAIS QUE JUSTIFICAMEXPLORAO DIRETA DE ATIVIDADE ECONOMICA PELO ESTADO: necessria aos imperativos da segurana nacional; relevante interesse coletivo

ENTES DA ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA EXPLORADORAS DE ATIVIDADE ECONOMICA Empresa pblica Sociedade de Economia Mista Subsidirias Exploram atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios. Disciplinadas por Estatutos prprios que devem conter: A funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade; sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios; licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica; constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritrios; os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores. Que no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado.

LIVRE CONCORRENCIAJOS AFONSO DA SILVA argumenta que "A livre concorrncia estconfigurada no art. 170, IV, como um dos princpios da ordem econmica. Ele umamanifestao da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a Constituio estatui que a leireprimir o abuso de poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Os dois dispositivos se complementam no mesmo objetivo. Visam tutelar o sistema de mercado e, especialmente, proteger a livre concorrncia contra a tendncia aambarcadora da concentrao capitalista. A Constituioreconhece a existncia do poder econmico. Este no , pois, condenado pelo regimeconstitucional. No raro esse poder econmico exercido de maneira antisocial. Cabe, ento, ao Estado coibir este abuso."

CELSO BASTOS, por sua vez, assevera que "A livre concorrncia umdos alicerces da estrutura liberal da economia e tem muito que ver com a livre iniciativa. dizer, s pode existir a livre concorrncia onde h livre iniciativa. (...) Assim, a livreconcorrncia algo que se agrega livre iniciativa, e que consiste na situao em que se encontram os diversos agentes produtores de estarem dispostos concorrencia de seus rivais

Segundo texto constitucional, afronta a livre concorrncia abuso do poder econmico dominao dos mercados, eliminao da concorrncia aumento arbitrrio dos lucros. Papel do Estado responsabilizar individualmente os dirigentes da pessoa jurdica pelos atos praticados contra a ordem econmica e financeira e contra a economia popular, nos termos da leiCom o fito de complementar os comandos constitucionais em comento e at por expressa solicitao da prpria Constituio, exsurge pertinente legislao infraconstitucional, especialmente a Lei n 8.884, de 11 de junho de 1994 (H outras ligadas ao assunto em tela, tais como a Lei n 8.137/90, que tipifica os "Crimes contra a ordem tributria, econmica e contra as relaes de consumo"; a Lei n 8.176/91, que determina quais so os "Crimes contra a ordem econmica e cria o sistema de estoques de combustveis", bem como a prpria Lei n 9.069/95, a qual cria o "Plano Real". E h, ainda,a Lei Delegada n 4, de 26 de setembro de 1962, devidamente recepcionada pelaCarta de 1988, a qual "Dispe sobre a interveno no domnio econmico para assegurar alivredistribuio de produtos necessrios ao consumo do povo."). Deste Diploma (Lein8884/94), emergem diversas diretrizes, tais como Transforma o Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) em Autarquia, dispe sobre a preveno e a represso s infraes contra a ordem econmica e d outras providncias.

ESTADO AGENTE NORMATICO E REGULADOR DA ATIVIDADE ECONOMICAArt. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma da lei, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado.Neste mbito de interveno, o Estado cria infra-estruturas, institui o quadro em que se realiza a atividade das empresas, estabelece restries instalao e funcionamento de atividades econmicas, estabelece restries circulao e troca deprodutos, ou, ainda, fomenta determinados empreendimentos, dado seu interesse paraa economia nacional

A regra do sistema econmico a livre iniciativa. Contudo, como outros direitos, esta liberdade no absoluta. Deve ser regrada na medida dos demais princpios constitucionais, nostermos que disciplina a Constituio. Assim, ao empresrio cabe decidir sobre o que produzir, como produzir, o quanto produzir e a que preo vender. Ocorre que dentro desta liberdade h necessidade de alguns temperamentos, tais como a observncia dos princpios da livre concorrncia.

Ademais, o prprio Texto Constitucional prev algumas atividades que devem ser objeto deincentivo, so: o cooperativismo e o associativismo (art.174, 2 da Constituio), as microempresas e as empresas de pequeno porte (art.170, IX e art.179 da Constituio) eo turismo (art.180 da Constituio)

Art. 174. CF 2 A lei apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo. 3 O Estado favorecer a organizao da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteo do meio ambiente e a promoo econmico-social dos garimpeiros. 4 As cooperativas a que se refere o pargrafo anterior tero prioridade na autorizao ou concesso para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpveis, nas reas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.

CONCESSO E PREMISSO DE SERVIO PBLICOCF/1988. Art. 21. Compete Unio: XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso:a) os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens; b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos;c) a navegao area, aeroespacial e a infra-estruturaaeroporturia;d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Territrio;e) os servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros;f) os portos martimos, fluviais e lacustres; Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.Pargrafo nico. A lei dispor sobre:I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso;II - os direitos dos usurios;III - poltica tarifria;LEI N 8.987/95. Dispe sobre o regime de concesso e permisso da prestao de servios pblicos previsto no art. 175 da Constituio FederalLEI N 9.074/95. Estabelece normas para outorga e prorrogaes das concesses e permisses de servios pblicos

DEFINIESPODER CONCEDENTE: a Unio, o Estado, o Distrito Federal ou o Municpio, em cuja competncia se encontre o servio pblico, precedido ou no da execuo de obra pblica, objeto de concesso ou permisso;CONCESSO DE SERVIO PBLICO: a delegao de sua prestao, feita pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade de concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;PERMISSO DE SERVIO PBLICO: a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.CONCESSO DE SERVIO PBLICO PRECEDIDA DA EXECUO DE OBRA PBLICA: a construo, total ou parcial, conservao, reforma, ampliao ou melhoramento de quaisquer obras de interesse pblico, delegada pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade de concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realizao, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionria seja remunerado e amortizado mediante a explorao do servio ou da obra por prazo determinado;