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Degradação de Pastagens:
processos e causas
Bruno Carneiro e Pedreira
Pesquisador em Forragicultura e Pastagens
29/11/2011
Cursos de capacitação de multiplicadores do Plano ABC
Estatísticas
Brasil
• maior rebanho (204 milhões de cabeças)
• segunda maior produção de carne (9 milhões de ton/ano)
• 197 milhões de hectares de pastagens
Mato Grosso
• 26 milhões de cabeças de bovinos (SEPLAN-MT, 2008)
• 22 milhões de ha de pastagens (IBGE, 2008)
FAO, 2010
Pastagens degradadas
Brasil
• Metade das áreas de pastagens
• 30 milhões de ha - Amazônia Legal
• 25 milhões de ha - Brasil Central
• Recuperação é prioritária devido às restrições ambientais
Mato Grosso • Pelo menos a metade das áreas de pastagens estão degradadas • ...com algum grau de degradação
Dias-Filho, 2006
De 1970 a 2010
Área total de pastagens cresceu 12%
O rebanho cresceu 215%
A produção de carne aumentou 440%.
Áreas de pastagens, Rebanho e Produção de carne
de Brasil, no período 1970 a 2010.
Total 173 milhões de hectares de pastagens
Lotação de 1,0 animal/ha
Cultivadas 117 milhões de hectares
Degradadas mais de 70% das pastagens das cultivadas
Parte em estágios avançados de degradação
Em condições ótimas ou adequadas não deve ser superior a 20% .
Zimmer (2010)
Compromissos da Agricultura 2010 - 2020
Processo Tecnológico Aumento de
área/uso
Potencial de
Mitigação
(milhões Mg CO2 eq)
Recuperação de Pastagens Degradadas1 15,0 milhões ha 83 a 104
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta2 4,0 milhões ha 18 a 22
Sistema Plantio Direto 8,0 milhões ha 16 a 20
Fixação Biológica de Nitrogênio 5,5 milhões ha 10
Florestas Plantadas3 3,0 milhões ha -
Tratamento de Dejetos Animais 4,4 milhões m3 6,9
Total 133,9 a 162,9
1 Por meio do manejo adequado e adubação. 2 Incluindo Sistemas Agroflorestais (SAFs). 3 Não está computado o compromisso brasileiro relativo ao setor da siderurgia; e, não foi contabilizado o
potencial de mitigação de emissão de GEE.
+ 60% das reduções
CO2 CO2
CO2 CH4 N2O N2O
N2O N2O
N2O
N2O
N2O
N2O
N2O
CH4
CH4
CH4
CH4
CH4
CH4
CO2 CO2 CO2 CO2
CO2
CO2
CO2 CO2 CO2
CO2
CH4
CH4
CH4
CH4
Processos e causas de degradação
Dias-Filho, 2006
1. Estabelecimento inadequado
2. Práticas inadequadas de manejo da pastagem
3. Práticas inadequadas de manejo do pastejo
4. Fatores bióticos
5. Fatores abióticos
• Análise e correção de solo
• Preparo adequado da área (planta perene)
• Época de plantio
Estabelecimento
Efeitos da Taxa de Lotação sobre
Pastagem de Capim Marandu
Período Ano1/3 Ano3/5 Ano 5/7
Taxa de lotação (UA/ha) 1,4 1,8 1,4 1,8 1,4 1,8
Novilhos/ha 2,5 3,5 2,0 3,0 2,5 3,5
Ganho de peso (g/cab./dia) 400 350 375 285 285 185
Produção da pastagem
(kg/ha/período)
710 895 515 588 515 435
Invasoras (%) 0,2 0,1 - - 12 16
Adaptado de Bianchin- 2001
Efeitos da Taxa de Lotação dobre
Pastagem de Capim Marandu
Redução no Ganho
Lotação 1,4 = Redução de 27% para o 2º e 3º ciclo
Lotação 1,8 = Redução de 34% para o 2º e 52% 3º ciclo
Ganho 400 g / dia = abate 31 meses
Ganho 295 g / dia = abate 40 meses
Ganho 185 g / dia = abate 60 meses
Adaptado de Bianchin- 2001
S o lo d e sc o b e r to
P la n tio c o n v en c ion a l
P l an tio d ir e to
P a s ta g e m b e m c o n d u z i d a
0
5
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
S olo e rod ido ( t/ha /a no)
Água pe r dida (% da c huva )
Fonte: Alvarenga et al, 1998
Manejo da pastagem
Adaptado de Dias-Filho, 2006
• Adubação de manutenção (exportação/reposição de nutrientes)
• NÃO utilização de fogo
Perdas de nutrientes por volatilização,
Emite GEE Aumenta mineralização
Disponibiliza nutrientes
Perdas por lixiviação e por erosão
Desempenho animal (kg de PV/ha/ano) em pastagens após
queima
Fogo
Fonte: adaptado de Bono et al. 1998
Forrageira Com Queima Sem Queima Diferença (% )
B. brizantha 220 420 91
B. decumbens 260 370 42
Tanzânia 280 515 84
Tobiatã 360 455 26
Média 280 440 57
Perdas de solo
Bono & Evangelista ( 1994 ). Campos de Vertentes MG.
Fogo e Erosão do Solo
Tipos de solo Sem queima Com queima
Latossolo 4,8 ton / ha 13,1 ton / ha
Cambissolo 14 ton/ ha 25,3 ton / ha
Peculiaridades de Sistemas Pastoris
26
Existe a necessidade de um fluxo contínuo de alimento em quantidade e qualidade suficientes...
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Meses
Distribuição estacional do acúmulo de forragem
TM
A (
kg
de M
S/h
a/d
ia)
“Verão” “Inverno”
27
Estacionalidade de produção
PRODUÇÃO DA
PASTAGEM
TEMPO
FASE PRODUTIVA
PERDA DE VIGOR,
PRODUTIVIDADE
PERDA DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE
INVASORAS
PRAGAS
EROSÃO
- N
- N,- P, etc
FASE DE MANUTENÇÃO
DEGRADAÇÃO DA PASTAGEM
DEGRADAÇÃO DO SOLO
COMPACTAÇÃO
DOENÇAS
Processo de degradação de pastagens
Macedo - 2006
Estádio de degradação
Parâmetro limitante QCS (%)
Nível
1 Vigor e solo descoberto Até 20 Leve
2 ED 1 agravado + daninhas
21 – 50 Moderado
3 ED 2 agravado ou morte de plantas forrageiras (degradação agrícola)
51 – 80 Forte
4 Solo descoberto + erosão (degradação biológica)
>80 Muito forte
Dias-Filho, 2011 QCS = queda na capacidade suporte
Existe solução?
Recuperar – melhorar a pastagem existente;
Renovar – plantar novamente;
Reformar – recuperar ou renovar parte de
uma pastagem.
1. Pastagens degradadas são o resultado da
falta de conhecimento e profissionalismo,
aliados ao caráter extrativista do pecuarista;
2. A recuperação aumenta a produtividade e
reduz a expansão de novas áreas;
3. No entanto, a re-educação dos profissionais
envolvidos na atividade é vital...