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Demografia Medica

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Estudo detalhado sobre a distribuição dos médicos no Brasil.

Text of Demografia Medica

  • Relatrio de Pesquisa Fevereiro de 2013

    DEMOGRAFIA MDICANO BRASIL

    VOLUME 2Cenrios e indicadores de distribuio

  • Equipe da pesquisa Demografia Mdica no Brasil: Mrio Scheffer (coordenador), Alex Jones F. Cassenote eAureliano Biancarelli. Cooperao acadmica: Departamento de Medicina Social (DMS) - Faculdade de CinciasMdicas da Santa Casa de So Paulo (Profa. Dra. Rita de Cssia Barradas Barata). Departamento de MedicinaPreventiva (DMP) - Faculdade de Medicina da USP (Prof. Dr. Euclides Ayres de Castilho). Laboratrio deEpidemiologia e Estatstica (LEE) - Faculdade de Sade Pblica da USP (Prof. Dr. Jlio Csar Rodrigues Pereira).

    Diagramao: Jos Humberto de S. Santos. Fotos (capa): Osmar Bustos. Agradecimentos: Aldemir Humberto Soares, AlineGil Alves Guilloux, Aloisio Tibiri Miranda, Andr Garcia, Brulio Luna Filho, Carlos Vital, Cssia Quadros, Daiane Pereirade Souza, Desir Carlos Callegari, Joo talo Dias Frana, Goethe Ramos, Lgia Bahia, Luiz Alberto Bacheschi, Lusa Abreu,Maria Deolinda Borges Cabral, Maria do Patrocnio Tenrio Nunes, Milton Jnior, Paulo Henrique de Souza, Reinaldo Ayer deOliveira, Renato Azevedo Junior e Roberto Luiz dAvila.

    DIRETORIA

    Presidente: Renato Azevedo Jnior. Vice-presidente:Mauro Gomes Aranha de Lima. 1 Secretrio: Brulio LunaFilho. 2 Secretrio: Nacime Salomo Mansur. Tesoureira:Silvia Helena R. Mateus. 2 Tesoureiro: Marco Tadeu Moreirade Moraes. Departamento de Comunicao: Joo LadislauRosa. Departamento Jurdico: Henrique Carlos Gonalves.Corregedor: Krikor Boyaciyan. Vice-Corregedor: RodrigoDurante Soares. Departamento de Fiscalizao: RuyYukimatsu Tanigawa. Delegacias Metropolitanas: RuiTelles Pereira. Delegacias do Interior: Denise Barbosa.

    CONSELHEIROS

    Adamo Lui Netto, Akira Ishida, Alfredo Rafael DellAringa,Andr Scatigno Neto, Antonio Pereira Filho, Brulio LunaFilho, Caio Rosenthal, Carlos Alberto Herrerias de Campos,Carlos Alberto Monte Gobbo, Clvis Francisco Constantino,Denise Barbosa, Desir Carlos Callegari, EurpedesBalsanufo Carvalho, Gaspar de Jesus Lopes Filho, HenriqueCarlos Gonalves, Henrique Liberato Salvador, Ieda The-rezinha Verreschi, Isac Jorge Filho, Joo Ladislau Rosa, JooMrcio Garcia, Jos Henrique Andrade Vila, Jos MarquesFilho, Jos Yoshikazu Tariki, Kazuo Uemura, KrikorBoyaciyan, Lavnio Nilton Camarim, Luiz Alberto Bacheschi,Luiz Flvio Florenzano, Marco Tadeu Moreira de Moraes,Maria do Patrocnio Tenrio Nunes, Marli Soares, MauroGomes Aranha de Lima, Nacime Salomo Mansur, PedroTeixeira Neto, Reinaldo Ayer de Oliveira, Renato AzevedoJunior, Renato Franoso Filho, Rodrigo Durante Soares, RuiTelles Pereira, Ruy Yukimatsu Tanigawa, Silvana MariaFigueiredo Morandini e Silvia Helena Rondina Mateus.

    DIRETORIAPresidente: Roberto Luiz d Avila. 1 vice-presidente: Carlos Vital TavaresCorra Lima. 2 vice-presidente: Alosio Tibiri Miranda. 3 vice-presidente: Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti. Secretrio-geral:Henrique Batista e Silva. 1 secretrio: Desir Carlos Callegari. 2secretrio: Gerson Zafalon Martins. Tesoureiro: Jos Hiran da Silva Gallo.2 tesoureiro: Dalvlio de Paiva Madruga. Corregedor: Jos FernandoMaia Vinagre. Vice-corregedor: Jos Albertino Souza.

    CONSELHEIROS TITULARESAbdon Jos Murad Neto (Maranho), Alceu Jos Peixoto Pimentel(Alagoas), Aldemir Humberto Soares (AMB), Alosio Tibiri Miranda(Rio de Janeiro), Cacilda Pedrosa de Oliveira (Gois), Carlos VitalTavares Corra Lima (Pernambuco), Celso Murad (Esprito Santo),Cludio Balduno Souto Franzen (Rio Grande do Sul), Dalvlio de PaivaMadruga (Paraba), Desir Carlos Callegari (So Paulo), Gerson ZafalonMartins (Paran), Henrique Batista e Silva (Sergipe), Hermann AlexandreVivacqua Von Tiesenhausen (Minas Gerais), Jec Freitas Brando (Bahia),Jos Albertino Souza (Cear), Jos Antonio Ribeiro Filho (DistritoFederal), Jos Fernando Maia Vinagre (Mato Grosso), Jos Hiran da SilvaGallo (Rondnia), Jlio Rui no Torres (Amazonas), Luiz Ndgi NogueiraFilho (Piau), Maria das Graas Creo Salgado (Amap), Mauro Luiz deBritto Ribeiro (Mato Grosso do Sul), Paulo Ernesto Coelho de Oliveira(Roraima), Pedro Eduardo Nader Ferreira (Tocantins), Renato MoreiraFonseca (Acre), Roberto Luiz d Avila (Santa Catarina), Rubens dos SantosSilva (Rio Grande do Norte), Waldir Arajo Cardoso (Par).

    CONSELHEIROS SUPLENTESAdemar Carlos Augusto (Amazonas), Alberto Carvalho de Almeida (MatoGrosso), Aldair Novato Silva (Gois), Alexandre de Menezes Rodrigues(Minas Gerais), Ana Maria Vieira Rizzo (Mato Grosso do Sul), Antnio CelsoKoehler Ayub (Rio Grande do Sul), Antnio de Pdua Silva Sousa(Maranho), Ceuci de Lima Xavier Nunes (Bahia), Dlson Ferreira da Silva(Amap), Elias Fernando Miziara (Distrito Federal), Glria Tereza LimaBarreto Lopes (Sergipe), Jailson Luiz Ttola (Esprito Santo), JeancarloFernandes Cavalcante (Rio Grande do Norte), Lisete Rosa e Silva Benzoni(Paran), Lcio Flvio Gonzaga Silva (Cear), Luiz Carlos Beyruth Borges(Acre), Makhoul Moussallem (Rio de Janeiro), Manuel Lopes Lamego(Rondnia), Marta Rinaldi Muller (Santa Catarina), Mauro Shosuka Asato(Roraima), Norberto Jos da Silva Neto (Paraba), Renato Franoso Filho(So Paulo), Wilton Mendes da Silva (Piau).

    CONSELHO FEDERALDE MEDICINA

    CONSELHO REGIONAL DE MEDICINADO ESTADO DE SO PAULO

    Demografia Mdica no Brasil, v. 2 / Coordenao de Mrio Scheffer; Equipe de pesquisa: Alex Cassenote,Aureliano Biancarelli. So Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo: Conselho Federalde Medicina, 2013.

    256 p. ; tab. il. ; 30x21 cm. ; 2 v.

    v.1: Dados gerais e descries de desigualdades, 118 p.; ISBN 978-85-87077-24-0

    v.2: Cenrios e indicadores de distribuio, 256 p.; ISBN 978-85-87077-29-5

    1. Demografia. 2. Mdico. 3. Medicina. 4. Distribuio de Mdicos no Brasil. 5. Especialidade Mdica. I. Scheffer,M. (coord.) II. Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo III. Ttulo

    NLM WA 950

  • SUMRIO

    APRESENTAO

    Roberto Luiz dAvila 7Renato Azevedo Jnior 9

    INTRODUO 11

    METODOLOGIA 15

    CAPTULO 1

    Caractersticas gerais da populao de mdicos 19

    CAPTULO 2

    Formas de contar os mdicos e desigualdades na distribuio 33

    CAPTULO 3

    Origem, destino e migrao mdica no Brasil 57

    CAPTULO 4

    Projeo do nmero de mdicos at 2050 95

    CAPTULO 5

    Mdicos, outros profissionais e estabelecimentos de sade 109

    CAPTULO 6

    Mdicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior 125

    CAPTULO 7

    Perfil e distribuio dos mdicos especialistas 135

    CONSIDERAES FINAIS 163

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 166

    ANEXOS

    Atlas Especialidades Mdicas 169Atlas Unidades da Federao 227

  • NDICE DE QUADROS, TABELAS, GRFICOS E FIGURAS

    Quadro 1 Caractersticas das bases de dados utilizadas na pesquisaDemografia Mdica no Brasil, 2013 .................................................................................................................................... 18

    Quadro 2 Denominaes e referenciais para contagem de mdicos Brasil, 2013 .................................................................... 33Quadro 3 Programas de Residncia Mdica, segundo acesso direto e pr-requisitos Brasil, 2013 ................................... 160

    Tabela 1 Evoluo do nmero de mdicos e da populao brasileira Brasil, 2013 .............................................................. 20Tabela 2 Mdicos brasileiros em atividade, segundo idade e sexo Brasil, 2013 .................................................................... 23Tabela 3 Evoluo do registro de novos mdicos entre 2000 e 2012, segundo sexo Brasil, 2013 ...................................... 2 4Tabela 4 Evoluo do nmero de mdicos entre 1910 e 2010, segundo sexo Brasil, 2013 .................................................. 2 5Tabela 5 Evoluo de entrada e sada de mdicos entre 2000 e 2011 Brasil, 2013 ............................................................... 28Tabela 6 Frequncia absoluta de mdicos, segundo diferentes bases de dados Brasil, 2013 ............................................. 34Tabela 7 Distribuio de mdicos registrados (CFM) por 1.000 habitantes,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .............................................................................................................. 37Tabela 8 Distribuio de mdicos registrados (CFM) por 1.000 habitantes,

    segundo capitais Brasil, 2013 ............................................................................................................................................ 38Tabela 9 Distribuio de mdicos contratados (RAIS) por 1.000 habitantes,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .............................................................................................................. 41Tabela 10 Distribuio de mdicos contratados (RAIS) por 1.000 habitantes,

    segundo capitais Brasil, 2013 ............................................................................................................................................ 42Tabela 11 Distribuio de mdicos cadastrados (CNES) por 1.000 habitantes,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .............................................................................................................. 45Tabela 12 Distribuio de mdicos cadastrados (CNES) por 1.000 habitantes,

    segundo capitais Brasil, 2013 ............................................................................................................................................ 46Tabela 13 Distribuio de postos de trabalho mdico ocupados (AMS) por 1.000 habitantes,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .............................................................................................................. 49Tabela 14 Distribuio de postos de trabalho mdico ocupados (AMS) por 1.000 habitantes,

    segundo capitais Brasil, 2013 ............................................................................................................................................ 50Tabela 15 Distribuio de mdicos cadastrados (CNES) que atuam no SUS,

    por 1.000 habitantes, segundo Unidades da Federao Brasil, 2012 ...................................................................... 52Tabela 16 Distribuio de mdicos cadastrados (CNES) que atuam no SUS,

    por 1.000 habitantes, segundo capitais Brasil, 2012 ................................................................................................... 53Tabela 17 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 6 0Tabela 18 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 62Tabela 19 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 65Tabela 20 Movimentao de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo local de nascimento,

    graduao, domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ............................................................................................................. 66Tabela 21 Movimentao de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo municpios selecionados,

    local de nascimento, local de graduao e local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ...................................... 6 7Tabela 22 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 7 0Tabela 23 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 73Tabela 24 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 74Tabela 25 Movimentao de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo local de nascimento,

    graduao, domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ............................................................................................................. 75Tabela 26 Movimentao de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo municpios selecionados,

    local de nascimento, local de graduao e local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ...................................... 7 6Tabela 27 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 7 8Tabela 28 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 81Tabela 29 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 82Tabela 30 Movimentao de mdicos (coorte 2000 a 2009),

    segundo local de nascimento, graduao, domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ...................................................... 84Tabela 31 Movimentao de mdicos (coorte 2000 a 2009), segundo municpios selecionados,

    local de nascimento, local de graduao e local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ...................................... 8 5Tabela 32 Frequncia de registros profissionais, segundo motivo de inativao Brasil, 2013 .............................................. 86Tabela 33 Nmero total de registros, cancelamentos de registros e mdicos em atividade Brasil, 2013 ........................... 87Tabela 34 Estimativa de tempo mdio e mediano de registro profissional,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ............................................................................................................................ 88Tabela 35 Estimativa de tempo mdio e mediano de registro profissional,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .............................................................................................................. 90Tabela 36 Evoluo do nmero de mdicos, populao brasileira e razo mdico/habitante

    entre 1980 e 2050 Brasil, 2013 ........................................................................................................................................... 96

    4

  • Tabela 37 Evoluo do nmero de mdicos entre 1980 e 2050, segundo sexo Brasil, 2013 ................................................ 100Tabela 38 Evoluo do nmero de mdicos e da razo mdico/habitante

    entre 1980 e 2050, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ....................................................................................... 102Tabela 39 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050,

    segundo UFs da Regio Norte do Brasil Brasil, 2013 ................................................................................................ 104Tabela 40 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050,

    segundo UFs da Regio Nordeste do Brasil Brasil, 2013 .......................................................................................... 105Tabela 41 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050,

    segundo UFs da Regio Sudeste do Brasil Brasil, 2013 ............................................................................................ 105Tabela 42 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050,

    segundo UFs da Regio Sul do Brasil Brasil, 2013 .................................................................................................... 106Tabela 43 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050,

    segundo UFs da Regio Centro-Oeste do Brasil Brasil, 2013 .................................................................................. 106Tabela 44 Distribuio de postos de trabalho ocupados por mdicos, odontlogos, enfermeiros, tcnicos e

    auxiliares de enfermagem, segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 .......................................................... 110Tabela 45 Resumo das estatsticas para avaliao da correlao na distribuio de postos de trabalho

    ocupados por profissionais de sade (AMS), segundo municpios brasileiros Brasil, 2013 ........................... 112Tabela 46 Distribuio de postos de trabalho ocupados por profissionais de sade (AMS),

    segundo populao dos municpios brasileiros Brasil, 2013 ................................................................................... 112Tabela 47 Distribuio de servios de sade e de mdicos no Brasil, segundo

    Unidades da Federao e tipo de gesto Brasil, 2013 ............................................................................................... 119Tabela 48 Distribuio de servios de sade selecionados, segundo

    populao dos municpios brasileiros Brasil, 2013 .................................................................................................... 120Tabela 49 Mdicos formados no exterior em atividade no Brasil, segundo idade e sexo Brasil, 2013 ............................. 126Tabela 50 Nacionalidade de mdicos formados no exterior em atividade no Brasil - Brasil, 2013 ...................................... 128Tabela 51 Especialidades de mdicos formados no exterior em atividade no Brasil - Brasil, 2013 ..................................... 130Tabela 52 Local de domiclio de mdicos formados no exterior em atividade no Brasil - Brasil, 2013 ............................... 132Tabela 53 Distribuio de generalistas e especialistas, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ......................................... 137Tabela 54 Distribuio de especialistas e generalistas, segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ........................... 138Tabela 55 Mdicos generalistas e especialistas, segundo idade Brasil, 2013 .......................................................................... 139Tabela 56 Mdicos generalistas e especialistas, segundo sexo Brasil, 2013 ............................................................................ 142Tabela 57 Nmero de mdicos especialistas, segundo especialidade Brasil, 2013 ............................................................... 143Tabela 58 Mdicos especialistas, segundo especialidade e mdia de idade Brasil, 2013 .................................................... 146Tabela 59 Mdicos especialistas, segundo especialidade e sexo Brasil, 2013 ......................................................................... 148

    Grfico 1 Evoluo do nmero de mdicos Brasil, 2013 .............................................................................................................. 20Grfico 2 Evoluo da populao brasileira Brasil, 2013 ............................................................................................................. 21Grfico 3 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2010 Brasil, 2013 .................................................................... 22Grfico 4 Evoluo da taxa de crescimento da populao brasileira, de nmero de

    mdicos e da razo mdico/habitante entre 1980 e 2010 Brasil, 2013 ................................................................... 22Grfico 5 Evoluo da entrada de mdicos entre 2000 e 2011, segundo sexo Brasil, 2013 .................................................. 24Grfico 6 Evoluo do nmero de mdicos entre 1910 e 2010, segundo sexo Brasil, 2013 .................................................. 2 6Grfico 7 Pirmide etria dos mdicos brasileiros em atividade Brasil, 2013 ......................................................................... 27Grfico 8 Evoluo de entrada e sada de mdicos entre 2000 e 2011, Brasil 2013 ............................................................... 28Grfico 9 Distribuio de mdicos registrados (CFM) por 1.000 habitantes,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ............................................................................................................................ 36Grfico 10 Distribuio de mdicos contratados (RAIS) por 1.000 habitantes,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ............................................................................................................................ 39Grfico 11 Distribuio de mdicos cadastrados (CNES) por 1.000 habitantes,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ............................................................................................................................ 43Grfico 12 Distribuio de postos de trabalho mdico ocupados (AMS) por 1.000 habitantes,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ............................................................................................................................ 48Grfico 13 Distribuio de mdicos cadastrados no CNES, que atuam no SUS, por 1.000 habitantes,

    segundo Grandes Regies Brasil, 2012 ............................................................................................................................ 54Grafico 14 Estimativa de probabilidade de manter o registro profissional Brasil, 2013 ......................................................... 91Grafico 15 Estimativa de probabilidade de manter o registro

    profissional, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 .................................................................................................... 91Grfico 16 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050 Brasil, 2013 .................................................................... 98Grfico 17 Evoluo do nmero de mdicos entre 1980 e 2050, segundo sexo Brasil, 2013 .................................................. 9 9Grfico 18 Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2050 Brasil, 2013 .................................................................. 103Grfico 19 Diagrama de disperso de postos de trabalho ocupados por mdicos e odontlogos (AMS) em

    estabelecimento de sade, segundo municpios brasileiros Brasil, 2013 .............................................................. 116Grfico 20 Diagrama de disperso de postos de trabalho ocupados por mdicos e enfermeiros (AMS) em

    estabelecimento de sade, segundo municpios brasileiros Brasil, 2013 .............................................................. 116

    5

  • Grfico 21 Diagrama de disperso de postos de trabalho ocupados por mdicos e tcnicos de enfermagem (AMS)em estabelecimento de sade, segundo municpios brasileiros Brasil, 2013 ....................................................... 117

    Grfico 22 Diagrama de disperso de postos de trabalho ocupados por mdicos e auxiliares de enfermagem (AMS)em estabelecimento de sade, segundo municpios brasileiros Brasil, 2013 ....................................................... 117

    Grafico 23 Entrada de mdicos formados no exterior entre 2000 e 2012 Brasil, 2013 ........................................................... 127Grfico 24 Distribuio da razo generalista/especialista, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 .................................. 137Grfico 25 Mdicos generalistas e especialistas, segundo idade Brasil, 2013 .......................................................................... 140Grfico 26 Pirmide etria de mdicos generalistas e especialistas Brasil, 2013 .................................................................... 142Grfico 27 Distribuio de mdicos em geral, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 .......................................................... 150Grfico 28 Distribuio de mdicos especialistas titulados, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ................................ 150Grfico 29 Ocupao de vagas da Residncia Mdica, segundo especialidades gerais

    e outras especialidades Brasil, 2010 .............................................................................................................................. 156Grfico 30 Distribuio de mdicos especialistas titulados, segundo especialidades gerais

    e outras especialidades Brasil, 2013 .............................................................................................................................. 156Grfico 31 Distribuio de vagas na Residncia Mdica (CNRM), segundo Grandes Regies Brasil, 2010 ..................... 157Grfico 32 Distribuio de mdicos especialistas titulados, segundo Grandes Regies Brasil, 2013 ................................ 157

    Figura 1 Sntese da Pesquisa Demografia Mdica no Brasil Brasil, 2013 ................................................................................ 17Figura 2 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 6 1Figura 3 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 63Figura 4 Distribuio de mdicos (coorte 1980 a 1989),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 64Figura 5 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 7 1Figura 6 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 71Figura 7 Distribuio de mdicos (coorte 1990 a 1999),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 72Figura 8 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009), segundo local de nascimento Brasil, 2013 ................................ 7 9Figura 9 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009), segundo local de graduao Brasil, 2013 ................................. 80Figura 10 Distribuio de mdicos (coorte 2000 a 2009),

    segundo local de domiclio ou trabalho Brasil, 2013 ................................................................................................... 83Figura 11 Distribuio de postos de trabalho mdico ocupados Brasil, 2013 ....................................................................... 113Figura 12 Distribuio de postos de trabalho de odontlogos ocupados

    em estabelecimento de sade (AMS) Brasil, 2013 ...................................................................................................... 114Figura 13 Distribuio de postos de trabalho de enfermeiros ocupados

    em estabelecimento de sade (AMS) Brasil, 2013 ...................................................................................................... 114Figura 14 Distribuio de postos de trabalho de tcnicos de enfermagem ocupados

    em estabelecimento de sade (AMS) Brasil, 2013 ........................................................................................................ 115Figura 15 Distribuio de postos de trabalho de auxiliares de enfermagem ocupados

    em estabelecimento de sade (AMS) Brasil, 2013 ........................................................................................................ 115Figura 16 Distribuio de estabelecimentos de sade, segundo razo mdico/habitante

    por Unidades da Federao Brasil, 2013 ...................................................................................................................... 122Figura 17 Distribuio de unidades bsicas de sade, segundo razo mdico/habitante

    por Unidades da Federao Brasil, 2013 ...................................................................................................................... 122Figura 18 Distribuio de hospitais gerais, segundo razo mdico/habitante

    por Unidades da Federao Brasil, 2013 ...................................................................................................................... 123Figura 19 Distribuio de hospitais especializados, segundo razo mdico/habitante

    por Unidades da Federao Brasil, 2013 ...................................................................................................................... 123Figura 20 Distribuio de mdicos especialistas em Pediatria, segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............ 151Figura 21 Distribuio de mdicos especialistas em Clnica Mdica,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 152Figura 22 Distribuio de mdicos especialistas em Ginecologia e Obstetrcia,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 152Figura 23 Distribuio de mdicos especialistas em Cirurgia Geral,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 153Figura 24 Distribuio de mdicos especialistas em Medicina de Famlia e Comunidade,

    segundo Unidades da Federao Brasil Brasil, 2013 ................................................................................................. 153Figura 25 Distribuio de mdicos especialistas em Anestesiologia,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 154Figura 26 Distribuio de mdicos especialistas em Cardiologia,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 154Figura 27 Distribuio de mdicos especialistas em Cancerologia,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 155Figura 28 Distribuio de mdicos especialistas em Ortopedia e Traumatologia,

    segundo Unidades da Federao Brasil, 2013 ............................................................................................................ 155

    6

  • APRESENTAO

    Roberto Luiz dAvilaPresidente do Conselho Federal de Medicina

    7

    Somente com vontade poltica, financiamento adequado e gesto qualificada

    romperemos com o ciclo histrico da desigualdade que tem mantido o Brasil,

    em diversos indicadores de sade, em posies incompatveis com os anuncia-

    dos progressos na rea econmica.

    preciso que o governo demonstre sua compreenso de que o investimento

    em sade assim como em educao coloca o cidado como fim maior de sua

    existncia, provando que no pas o desenvolvimento econmico andar de

    braos dados com avanos sociais.

    Os governantes devem entender que a conduo de um sistema nacional de

    sade como o brasileiro baseado nas diretrizes da universalidade,

    integralidade e equidade no acesso necessita de uma viso estruturante. Ou

    seja, as decises devem ser permanentes e as respostas no devem ser mera-

    mente miditicas ou guiadas pelo imediatismo.

    Neste terreno, a falta de informaes baseadas em evidncias termina por

    fortalecer posicionamentos equivocados, que confundem a sociedade e prote-

    lam a tomada de decises.

    Por isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medi-

    cina do Estado de So Paulo (Cremesp) estabeleceram parceria para produzir novo

    trabalho que oferece dados e anlises sobre o perfil do mdico em atividade no pas.

    O estudo Demografia Mdica no Brasil Volume II Cenrios e Indicadores de

    Distribuio traz informaes preciosas e inditas que agregam elementos im-

    portantes ao debate sobre o tema nas esferas pblica e privada da sade.

    Assim, as tendncias reveladas podem nortear a adoo de medidas que

    assegurem a construo de um projeto de pas e de um sistema de sade mais

    justo e solidrio, orientado pelos compromissos com a qualidade da assistn-

    cia, a equidade, a justia e a tica.

    Com dados que reforam os argumentos que temos levado ao debate pbli-

    co, esperamos as condies para exercer aquilo que move os mdicos e a Medi-

    cina: a melhoria da sade do ser humano e o bem estar da sociedade.

  • Renato Azevedo JniorPresidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo

    APRESENTAO

    Esta segunda publicao da pesquisa Demografia Mdica no Brasil reite-

    ra a parceria e o compromisso, do Cremesp e do CFM, em disponibilizar

    dados e estatsticas sobre o perfil, a presena e a concentrao de m-

    dicos no pas.

    Alm de atualizar informaes gerais e de reiterar concluses do pri-

    meiro relatrio, que revelou a distribuio desigual de mdicos no Bra-

    sil, este volume traz novidades sobre a movimentao dos profissionais

    no territrio nacional e sobre o universo dos especialistas, dentre outros

    cenrios inditos.

    Com a srie de estudos da Demografia Mdica, nosso objetivo

    superar o que entendemos ser um falso dilema faltam ou no faltam

    mdicos no Brasil? agregando dados que podem ajudar a estabele-

    cer um diagnstico mais preciso e contribuir para uma discusso trans-

    parente do problema.

    As entidades mdicas acompanham com especial interesse e preocu-

    pao os rumos de polticas pblicas de sade e de educao que tem a

    suposta falta de mdicos como nico foco.

    O diagnstico estreito da situao acompanhado, a nosso ver, por

    equvocos e omisses. O governo federal anuncia a meta nacional de

    2,5 mdicos por 1.000 habitantes (que j seria alcanada naturalmente

    em oito anos, sem novas intervenes, pois o pas j atingiu 400 mil

    mdicos e uma taxa de 2 mdicos por 1.000 habitantes), mas no diz

    como ir diminuir as desigualdades de concentrao de mdicos entre

    regies e municpios, entre servios e entre os setores pblico e priva-

    do da sade. Ou seja, adotam a ttica do transbordamento de profis-

    sionais e vendem a falsa iluso de que a sobra ir povoar de mdicos

    os locais atualmente desassistidos.

    9

  • Assim tambm so autorizados novos cursos e mais vagas de Medici-

    na sem a mnima qualidade da graduao (que vai de mal a pior, confor-

    me constatou o Exame do Cremesp) e no so garantidas vagas na Resi-

    dncia Mdica para todos os formados. Ensaiam afrouxar as regras de

    revalidao de diplomas estrangeiros e fazem vistas grossas aos milha-

    res de brasileiros enganados em cursos de m qualidade na Bolvia, Ar-

    gentina e Cuba. Estabelecem normas demagogas de controle de ponto,

    fixam cotas e privilgios em programas de Residncia, mas se negam a

    implantar planos de carreira decentes e melhorar as condies de traba-

    lho que poderiam atrair e fixar mdicos no SUS.

    Essa etapa da pesquisa traz projees sobre o nmero de mdicos,

    chamando a ateno para um possvel acirramento nas desigualdades de

    distribuio dos profissionais. Outra parte do estudo indica que o princi-

    pal fator de fixao do mdico no o local de graduao, mas os gran-

    des centros onde esto as oportunidades de emprego, de especializao

    e de qualidade de vida. Mesmo depois de formados, expressiva a mi-

    grao de mdicos em direo ao Sudeste e s grandes cidades, onde se

    concentram igualmente os demais profissionais da sade e onde esto as

    principais estruturas e servios de sade. Ao fim, o que tem determinado

    a distribuio dos mdicos no Brasil muito mais o mercado do que o

    interesse pblico que deveria ser defendido pelo Estado.

    Constatamos que o nmero de mdicos especialistas vm aumentan-

    do, mas ser preciso reduzir o fosso entre profissionais com ttulo e pro-

    fissionais sem especialidade. urgente refletir sobre a valorizao e

    capacitao dos milhares de mdicos no titulados.

    Ao fazer um raio X da profisso mdica, e divulgar amplamente as

    informaes coletadas e analisadas, esperamos poder contribuir com o

    debate atual sobre a melhor insero, aproveitamento e necessidade de

    mdicos.

    O projeto Demografia Mdica no Brasil faz parte do nosso esforo em

    tornar as entidades mdicas, governos e sociedade civil mais aptos a

    desempenhar papel ativo na defesa da sade da populao, indicando

    solues definitivas e no demaggicas para o acesso de todos assis-

    tncia mdica de qualidade.

    10

  • niciado em 2011, o projeto Demografia Mdica no Brasil, que se pre-

    tende permanente, apresenta seu segundo relatrio, destacando

    novos cenrios e indicadores da distribuio de mdicos no pas.

    A demografia mdica(1, 2, 3, 4) o estudo da populao de mdicos,

    Mrio Scheffer

    Coordenador da pesquisa Demografia Mdica no Brasil

    Ideterminada por fatores como idade, sexo, tempo de formao, fixao

    territorial, ciclo de vida profissional, migrao, mercado de trabalho,

    especializao, remunerao, vnculos e carga horria. Tambm conside-

    ra as condies de sade e de vida das populaes, as realidades epide-

    miolgica e demogrfica, as polticas e a organizao do sistema de sa-

    de, incluindo o financiamento, os recursos humanos, os equipamentos, a

    oferta, o acesso e a utilizao dos servios de sade.

    No s no Brasil que argumentos contraditrios se alternam no de-

    bate sobre a escassez e as disparidades regionais de concentrao de

    mdicos. Esto na agenda de vrios sistemas nacionais de sade iniciati-

    vas que visam aumentar ou diminuir o nmero de vagas e de cursos de

    medicina, assim como medidas indutoras de instalao de mdicos nos

    denominados vazios sanitrios.

    A noo de que faltam mdicos no Brasil parece orientar o diagnsti-

    co de algumas autoridades pblicas responsveis pelas polticas de sa-

    de. A carncia ou ausncia de mdicos nos servios pblicos tm sido

    apontadas como os principais problemas da sade em diversas pesquisas

    de opinio. Empregadores tm relatado dificuldade de contratao de

    mdicos em determinadas especialidades, em estabelecimentos do SUS,

    municpios do interior e na periferia dos grandes centros.

    O problema mobiliza atores com interesses legtimos e pontos de vis-

    ta distintos. fundamental, por isso, alcanar consensos sobre indicado-

    res que propiciem uma base emprica comum para o debate.

    INTRODUO

    11

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    12

    Apenas a constatao numrica no su-

    ficiente para justificar decises em matria de

    demografia mdica. Necessidade de mdicos

    estabelecida a priori geralmente baseia-se em

    juzos de valor distanciados das necessidades

    de sade da populao.

    Sem tradio em produzir estatsticas de

    sade confiveis, o Brasil precisa aprimorar

    a qualidade dos dados sobre mdicos e al-

    canar um novo patamar de conhecimentos

    por meio de estudos sistemticos que pos-

    sam melhor esclarecer as escolhas que vem

    sendo feitas.

    A consequncia mais grave da ausncia de

    dados e de informaes validadas seria a ado-

    o de uma poltica de demografia mdica

    guiada por objetivos imediatistas pautados na

    durao de mandatos dos governantes, nas

    vises corporativas da categoria mdica e nas

    motivaes financeiras do setor privado da

    educao e da sade.

    A breve reviso histrica aqui realizada

    sugere que o aumento persistente do efetivo

    mdico no beneficiou de maneira homognea

    todos os cidados brasileiros, pois uma srie

    de fatores conduz heterogeneidade do fluxo

    de mdicos no territrio nacional.

    O que se ver a seguir uma compilao de

    dados secundrios que expe o aumento do

    nmero de mdicos no pas, considerando o

    crescimento populacional, a ampliao das va-

    gas em escolas mdicas e a entrada, maior que

    a sada, de profissionais do mercado.

    O Brasil chega em 2013 com 400 mil mdi-

    cos e com taxa de dois mdicos por 1.000 habi-

    tantes. Conforme projees, os estados habi-

    tados por populao com maior renda conti-

    nuaro com a melhor densidade de mdicos,

    e aqueles com segmentos populacionais de

    menor rendimento, com a pior.

    Ao contar os mdicos de vrias formas

    segundo registro nos Conselhos Regionais de

    Medicina (CRMs), contratos formais de traba-

    lho, cadastro e ocupao em estabelecimentos

    de sade , o estudo enfatiza o cenrio de de-

    sigualdade na distribuio geogrfica de m-

    dicos. Aqui tambm houve o esforo de con-

    frontar bases e fontes distintas.

    Os mdicos nunca foram to numerosos, ao

    mesmo tempo em que persistem acentuadas

    desigualdades na distribuio dos profissio-

    nais entre as regies, estados e municpios.

    Conhecer melhor tais diferenas o primeiro

    passo para a compreenso da carncia de pro-

    fissionais e para fazer avanar o debate sobre

    a necessidade de mais mdicos no pas.

    Cabe ressaltar que a persistncia e a inten-

    sidade das desigualdades de distribuio de-

    monstram que o aumento do quantitativo por

    si s no garantir a disponibilidade de mdi-

    cos nos locais, nas especialidades e nas circuns-

    tncias em que hoje h carncia de profissio-

    nais. Precisam, por isso, ser aprofundados es-

    tudos que considerem a movimentao dos

    mdicos no territrio nacional e entre os seto-

    res pblico e privado, a diversidade das for-

    mas de exerccio profissional, a escolha das es-

    pecialidades, os vnculos e as jornadas.

    Levantamento sobre a movimentao espa-

    cial dos mdicos onde nasceram, onde se

    formaram e onde atuam hoje sugere que a

    maioria deles termina por se fixar nos gran-

    des centros. A localizao dos cursos de medi-

    cina no , portanto, o fator determinante de

    fixao dos mdicos ali graduados.

    J o estudo sobre cancelamento dos regis-

    tros nos CRMs refora a tese de que os mdi-

    cos costumam migrar frequentemente para os

    grandes centros.

    A maior parte dos mdicos formados fora

    do Brasil tanto brasileiros quanto estrangei-

    ros se instala nas maiores cidades, especial-

    mente no Sudeste. um indcio de que as fle-

    xibilidades de revalidao de diplomas podem

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    13

    no surtir o efeito desejado de suprir imedia-

    tamente locais hoje desprovidos de mdicos.

    Outra constatao que a concentrao dos

    mdicos acompanha a existncia de servios

    de sade e de outros profissionais, principal-

    mente de dentistas e enfermeiros. A configu-

    rao das estruturas e dos equipamentos de

    sade, o atrativo das condies coletivas de

    exerccio profissional, a oferta de emprego e

    renda, e a qualidade de vida jogam a favor da

    instalao dos mdicos nos grandes centros.

    Alm de delinear com mais nitidez a rpi-

    da feminizao da medicina no pas, fenme-

    no consistente desde 2009, que pode ser posi-

    tivo para o futuro do sistema de sade brasi-

    leiro, o atual estudo lana novo olhar sobre as

    especialidades mdicas ao incorporar a segun-

    da e terceira escolha dos especialistas. Cons-

    tatou-se que boa parte dos mdicos no con-

    cluiu programa de Residncia Mdica ou no

    tem ttulo de especialista, num cenrio

    preocupante de deteriorao do ensino de gra-

    duao e da falta de vagas na Residncia para

    todos os egressos de cursos de Medicina.

    So esses os pontos essenciais do segundo

    relatrio da pesquisa Demografia Mdica no

    Brasil, cujos resultados sero detalhados nos

    captulos a seguir.

    Cabe dizer que esses esforos iniciais no es-

    condem algumas limitaes. Primeiro, no existe

    modelo terico ou cientfico unanimemente acei-

    to para prever a necessidade de mdicos. Tra-

    ta-se de um conhecimento em construo. Se-

    gundo, h diferenas entre o potencial da ativi-

    dade mdica e a atividade real dos mdicos

    dentro do sistema de sade, o que no em

    todo captado por bases secundrias de dados.

    Tais diferenas variam de acordo com as carac-

    tersticas dos mdicos. Alm da idade, sexo e

    tempo de atuao profissional, h variveis

    endgenas e comportamentais: escolha da es-

    pecializao, da atividade, do nvel de ateno,

    do local de instalao, fatores que podem mu-

    dar ao longo da vida profissional.

    preciso ir alm da contagem dos mdicos

    por cabea, mtodo usado em vrias abor-

    dagens do estudo Demografia Mdica no Brasil.

    Contar a populao e divid-la pelo nmero

    de mdicos til para demonstrar desigual-

    dades e fazer comparaes, mas ao tratar como

    iguais unidades de um universo to complexo

    quanto heterogneo, o indicador insuficien-

    te para orientar polticas e tomadas de deci-

    ses. No por acaso a Organizao Mundial

    da Sade (OMS) e a Organizao Pan-Ameri-

    cana da Sade (OPAS) no definem nmero

    desejvel de mdicos por habitante nem reco-

    mendam que seja estabelecido um nico

    parmetro ou meta nacional.

    Por isso, as prximas etapas da pesquisa

    sero dedicadas a aprimorar a coleta e a an-

    lise regular de dados, superar limitaes

    metodolgicas, integrar cadastros de mdi-

    cos, ir s fontes primrias para ampliar infor-

    maes sobre especialidades, tipos de ativi-

    dade, formas de remunerao, insero e vn-

    culos, carga de trabalho, fatores de produti-

    vidade, migrao e mobilidade, formao,

    capacitao, oferta de graduao e de Resi-

    dncia Mdica. Tudo isso, considerando o

    funcionamento do sistema de sade e as ne-

    cessidades de sade da populao.

  • METODOLOGIA

    presente pesquisa consiste em um estudo epidemiolgico tipo eco-

    lgico, que tem o objetivo de descrever a Demografia Mdica no

    Brasil a partir de dados gerais e da distribuio espacial dos mdi-

    cos. O objetivo traar cenrios, tendncias, perspectivas e proje-Aes sobre a populao de mdicos no pas.

    O relatrio a seguir contempla caractersticas gerais dos mdicos brasilei-

    ros; origem, destino e migrao dos mdicos; projeo do nmero de profissio-

    nais at 2050; repartio geogrfica segundo vrios parmetros; distribuio

    comparada com outros profissionais e estabelecimentos de sade; perfil dos

    mdicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior; censo e caracterizao

    dos mdicos especialistas. Dois Atlas completam o estudo, com informaes

    consolidadas sobre cada uma das 53 especialidades mdicas e sobre as 27 uni-

    dades da Federao.

    Os resultados foram obtidos por meio do cruzamento (linkage) de dados se-

    cundrios contidos em bancos e fontes distintas (Figura 1). As bases principais

    incluem dados do registro administrativo e cartorial dos Conselhos Regionais

    de Medicina (CRMs), integrados ao banco de dados do Conselho Federal de

    Medicina (CFM); os bancos de dados da Comisso Nacional de Residncia M-

    dica (CNRM) e da Associao Mdica Brasileira (AMB), que rene as Socieda-

    des de Especialidades.

    Tambm foram utilizadas quatro bases auxiliares: a Pesquisa Assistncia

    Mdico-Sanitria (AMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),

    que agrega dados sobre postos de trabalho mdico ocupados; a Relao Anual de

    Informaes Sociais (RAIS), do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), que

    rene dados dos mdicos com vnculo empregatcio, formalmente contratados

    por empregadores privados e pblicos; o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

    de Sade (CNES), que mantm informaes sobre mdicos vinculados principal-

    15

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    16

    mente ao Sistema nico de Sade; e a base de dados

    populacionais do censo do IBGE.

    As caractersticas das bases de dados utiliza-

    das so descritas no Quadro 1.

    Migrao

    Para subsidiar o estudo de migrao mdica fo-

    ram usados mtodos de anlise de sobrevida ou de

    sobrevivncia, que consideram como desfecho a ser

    avaliado o tempo at a ocorrncia de determinado

    evento (status). A anlise de sobrevida foi utilizada

    para comparar o tempo mdio e mediano de ativi-

    dade do registro profissional do mdico (CRM) por

    estado ou regies do pas. Na anlise de sobrevivn-

    cia compara-se a rapidez com que os participantes

    atingem ou desenvolvem determinado evento. Nes-

    ta avaliao, o evento de interesse o cancelamento

    do CRM. Trata-se de metodologia alternativa aos

    mtodos clssicos que comparam as percentagens

    de indivduos que desenvolvem o evento, ao fim de

    determinado perodo de tempo. Dentre os mtodos

    mais utilizados esto o Kaplan-Meier e a Regresso

    de Cox. O primeiro consiste em dividir o tempo de

    seguimento em intervalos, cujos limites corres-

    pondem ao tempo de seguimento em que ocorreram

    eventos. Este mtodo calcula a sobrevivncia cada

    vez que um indivduo atinge o status. J o modelo de

    riscos proporcionais de Cox ou regresso de Cox

    uma anlise de regresso mltipla aplicado na an-

    lise de sobrevida e indicado quando se deseja esti-

    mar o papel de variveis independentes que agem

    multiplicativamente sobre o risco. Neste estudo a

    regresso de Cox foi utilizada para estimar as cur-

    vas de probabilidade de manter-se com registro em

    atividade, para o Brasil e por grandes regies (5, 6, 7, 8).

    Projeo

    No estudo de projeo da populao mdica

    foram utilizadas sries temporais. Uma srie tem-

    poral um conjunto de observaes ordenadas no

    tempo (no necessariamente igualmente espaa-

    das), que apresentam dependncia serial, ou seja,

    dependncia em instantes de tempo. Na busca de

    considerar o carter aleatrio do comportamento

    futuro das populaes, pode ser aplicada meto-

    dologia de sries temporais, como os modelos

    ARIMA, de Box e Jenkins, que usam correlao en-

    tre as observaes em diversos instantes para ava-

    liao de sries temporais. Esses mtodos apresen-

    tam bons resultados quando a srie de dados re-

    lativamente longa e bem comportada (9, 10).

    tica na pesquisa

    As informaes consultadas foram utilizadas

    nica e exclusivamente para a tabulao e as an-

    lises quantitativas da pesquisa. No so mencio-

    nados no estudo nomes, nmeros de registros e

    designaes que possam levar identificao de

    indivduos, profissionais, servios ou instituies.

    O projeto de pesquisa original foi aprovado pela

    Comisso Cientfica/Comit de tica em Pesquisa da

    Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de

    So Paulo, conforme parecer de 9 de junho de 2011.

    Limitaes

    O presente estudo guarda as limitaes ineren-

    tes s especificaes prprias das bases de dados

    secundrias consultadas, que tambm dependem

    da alimentao, completude e atualizao garanti-

    das pelos rgos responsveis pelas informaes.

    O delineamento ecolgico, aqui utilizado, em-

    bora seja uma boa metodologia exploratria, pode

    apresentar vis de inferncia sempre que h neces-

    sidade ou tentativa de individualizar os resulta-

    dos observados no mbito coletivo.

    Quanto s unidades de anlise, h diferena

    entre os quantitativos de mdicos e de registros

    de mdicos, pois o mesmo mdico pode estar re-

    gistrado em mais de um CRM; e entre o nmero de

    especialistas e o nmero de ttulos de especialis-

    tas, pois o mesmo mdico pode exercer mais de

    uma especialidade titulada. Por isso, o estudo faz

    a opo metodolgica de contar todos os registros

    de mdicos e ttulos.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    17

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  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

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    2013

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  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    19

    nmero de registros de mdicos em atividade no Brasil

    atingiu 388.015* em outubro de 2012, segundo o Conse-

    lho Federal de Medicina (CFM). O nmero se aproxima

    dos 400 mil e atinge a taxa de 2,00 profissionais por 1.000O

    CAPTULO 1

    Brasil se aproxima dos 400 milmdicos e atinge taxa de2 profissionais por 1.000 habitantes

    *Segundo dados de 01 de outubro de 2012, h 388.015 registros mdicos ativos no pas junto ao CFM. Dessetotal, 93,6% tm um nico registro, ou seja, so mdicos ativos em apenas um dos estados da Federao. Osoutros 6,4%, ou 28.843 profissionais, tm registros secundrios ativos em mais de um estado, seja poratuarem em reas de divisa ou por terem se deslocado temporariamente de uma unidade da federao paraoutra. Para efeito deste trabalho, contou-se cada registro de mdico. Nas bases de dados dos CRMs, faltaminformaes em alguns registros sobre o ano de formado, ano de nascimento e sexo, entre outras. Por isso hpequenas divergncias nos quantitativos de determinadas tabelas deste relatrio de pesquisa.

    habitantes. Entre outubro de 2011 e outubro de 2012, foram

    contabilizados 16.227 novos registros de mdicos. O aumento em 12

    meses foi de 4,36%.

    O presente captulo atualizou caractersticas gerais dos mdicos brasi-

    leiros e confirmou tendncias demogrficas verificadas no primeiro le-

    vantamento, em 2011. Alm de trazer novos nmeros e novas descries,

    foram preservados grficos e tabelas do levantamento anterior.

    O crescimento exponencial de mdicos no pas j se estende por 40

    anos. De 1970, quando havia 58.994 mdicos, o Brasil chega a 2012 com

    um salto de 557,72%. De 1970 a 2010, a populao brasileira como um

    todo cresceu 101,84% (Tabela 1).

    A escalada dos mdicos se d num cenrio onde as mulheres e os mais

    jovens tendem a ser maioria. Desde 2009, entram no mercado mais mdi-

    cas do que mdicos. A base da pirmide, onde esto 40,59% dos profissi-

    onais, tem 39 anos ou menos. Enquanto a taxa de crescimento populacional

    reduz sua velocidade, a abertura de escolas mdicas (e o consequente

    crescimento no nmero de novos mdicos) vive um novo boom.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    20

    O aumento expressivo do nmero de m-

    dicos no Brasil resultado de uma conjugao

    de fatores relacionados evoluo da deman-

    da. Entre eles, esto as necessidades crescen-

    tes em sade, mudanas no perfil de mor-

    bidade e mortalidade, garantia de direitos

    sociais, incorporao de tecnologias mdicas e

    envelhecimento da populao. Considere-se

    ainda fatores ligados oferta, como a abertu-

    ra de cursos de medicina, expanso do siste-

    ma de sade e surgimento de mais postos de

    trabalho mdicos.

    Alm de analisar o crescimento histrico do

    quantitativo de mdicos registrados no pas,

    o presente estudo considerou a evoluo

    demogrfica da populao em geral. Nas trs

    dcadas entre 1940 e 1970, enquanto a popula-

    o cresceu 129,18%, o nmero de mdicos

    passou de 20.745 para 58.994, aumento de

    184,38% (Tabela 1).

    Nos trinta anos que se seguiram, de 1970 a

    2000, o total de mdicos chegou a 291.926, um

    salto de 394,84%, contra um crescimento

    populacional de 79,44%. Nos ltimos dez anos,

    at 2010, o efetivo de mdicos chegou a

    364.757, subindo 24,95% em uma dcada, con-

    tra um aumento populacional de 12,48%.

    Ano Mdicos Populao brasileira(1)

    1910 13.270

    1920 14.031 30.635.605

    1930 15.899

    1940 20.745 41.236.315

    1950 26.120 51.944.397

    1960 34.792 70.992.343

    1970 58.994 94.508.583

    1980 137.347 121.150.573

    1990 219.084 146.917.459

    2000 291.926 169.590.693

    2010 364.757 190.755.799

    Tabela 1

    Evoluo do nmero de mdicos eda populao brasileira Brasil, 2013

    (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Sinopse doCenso Demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. p. 67-68.

    Grfico 1

    Evoluo do nmero de mdicos Brasil, 2013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

    Fonte: CFM/IBGE; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    21

    Houve uma estabilidade na evoluo da

    populao de mdicos at meados dos anos

    1970. Com a abertura de um grande nmero

    de escolas a partir de 1965, o nmero de pro-

    fissionais passou a apresentar um crescimen-

    to acelerado (Grfico 1).

    O aumento da populao brasileira em n-

    meros absolutos contnuo (Grfico 2 e Tabela

    1), saindo de 121,15 milhes, em 1980, para

    190,75 milhes em 2010. O crescimento da

    razo de mdico em relao populao em

    geral vai resultar tambm numa linha de au-

    mento continuado (Grfico 3). Em 1980, ha-

    via 1,15 mdico para cada grupo de 1.000

    habitantes no pas. Essa razo sobe para 1,48

    em 1990, para 1,72 no ano 2000, e atinge 1,91

    em 2010 chegando a 1,95 mdico por 1.000

    habitantes no ano seguinte. Como ser visto

    no captulo seguinte, a razo para 2012 de

    2,00 mdicos por 1.000 moradores. Entre

    1980 e 2012, houve um aumento de 73,92%

    na razo mdico habitante.

    Quando se compara a populao geral com a

    populao de mdicos (Grfico 4), v-se que nos

    ltimos 30 anos os dois grupos apresentam uma

    queda na velocidade de crescimento. Em nme-

    ros absolutos, no entanto, as duas populaes

    mantm um aumento persistente. Mesmo com

    uma evoluo mais lenta na taxa de crescimento,

    a dos mdicos sempre maior que a da popula-

    o em geral. Em 1982, por exemplo, o cresci-

    mento anual do total de mdicos foi de 5,9%,

    enquanto o da populao geral ficou em 2,2%,

    ou seja, o aumento de profissionais foi quase trs

    vezes superior ao de habitantes. Em 2010, a taxa

    de crescimento dos mdicos alcanou 1,6%, en-

    quanto o da populao em geral foi de 0,9%, di-

    ferena de 77,8% para o grupo de profissionais.

    Onde se v a taxa de crescimento da popu-

    lao total ano a ano, de 1982 a 2010, observa-

    se uma velocidade em queda contnua e uni-

    forme por conta da reduo nos nveis de

    fecundidade. No significa uma reduo na

    populao, mas uma diminuio no ritmo de

    crescimento. J a linha que indica a taxa de

    crescimento dos mdicos, embora tambm caia

    Grfico 2

    Evoluo da populao brasileira Brasil, 2013

    Fonte: IBGE; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    22

    em velocidade, apresenta perodos de subida,

    como no incio dos anos 1990 e aps 2000. Di-

    ferente da populao em geral, a tendncia de

    queda e plat da populao de mdicos no

    acontece porque h sempre um novo boom de

    escolas e um novo crescimento logo depois.

    Esse efeito j foi observado nos anos de 1970 e

    deve se repetir a partir de 2012.

    Grfico 3

    Evoluo da razo mdico/habitante entre 1980 e 2010 Brasil, 2013

    Grfico 4

    Evoluo da taxa de crescimento da populao brasileira, de nmero de mdicos e darazo mdico/habitante entre 1980 e 2010 Brasil, 2013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

    Fonte: CFM/IBGE; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    23

    Mulheres superam os homens

    nos ingressos desde 2009

    O perfil populacional dos mdicos inscritos

    nos CRMs est passando por uma transforma-

    o histrica: pela primeira vez, em 2009, en-

    tre os novos registros no Conselho Federal de

    Medicina, h mais mulheres que homens.

    Como conseqncia, e tambm pela primei-

    ra vez, as mulheres passaram, j em 2011, a ser

    maioria dentro do grupo de mdicos com 29

    anos ou menos. Em 2012, essa tendncia se con-

    firmou. Dos 51.070 mdicos nessa faixa etria,

    54,50% so mulheres e 45,50% so homens (Ta-

    bela 2). Em 2011, as mulheres j eram 53,31%.

    Entre os mais idosos, o cenrio ainda pre-

    dominantemente masculino. Do total de 24.718

    profissionais com 70 anos ou mais, apenas

    13,76% so mulheres. Da para as faixas mais

    jovens, o nmero de mdicas sempre cres-

    cente. Elas j so 42,28% entre os profissionais

    com 50 e 54 anos e chegam a 47,42% na faixa

    etria entre 30 e 34 anos, passando os homens

    no grupo etrio abaixo de 29 anos.

    O crescimento das mulheres confirma uma

    tendncia consistente que se observa ao longo

    das ltimas dcadas, e que se acentuou nos l-

    timos anos. Esse crescimento fica mais evidente

    quando se observa o nmero de mulheres for-

    madas a cada ano e que esto entrando no mer-

    cado (Tabela 3). Entre os novos registros em

    2011, 9.168 eram de mulheres e 8.166 de ho-

    mens, com 52,89% para as mulheres. Nmeros

    preliminares de 2012 apontam o grupo femini-

    no com 53,46%.

    H uma tendncia histrica de crescimen-

    to da populao de mulheres mdicas. O au-

    mento tanto de homens como de mulheres

    se destaca a partir dos anos 1970, por conta

    do grande nmero de escolas abertas na d-

    cada anterior.

    Mas a partir do ano 2000, que se observa

    um aumento na velocidade de crescimento das

    mulheres, que em 2009 passam os homens (Gr-

    fico 5). A tendncia que a diferena se amplie

    em favor das mulheres. De um lado, porque o

    resultado reflete o crescimento histrico da

    predominncia feminina na populao brasi-

    leira. De outro, porque a feminizao da me-

    dicina segue uma tendncia mundial (ver anli-

    se pgina 30).

    Tabela 2

    Mdicos brasileiros em atividade, segundo idade e sexo Brasil, 2013

    Idade Feminino (%) Masculino (%) Total

    29 anos 27.831 54,50 23.239 45,50 51.070

    30 - 34 anos 28.170 47,42 31.234 52,58 59.404

    35 - 39 anos 20.534 44,03 26.099 55,97 46.633

    40 - 44 anos 17.581 46,70 20.069 53,30 37.650

    45 - 49 anos 17.044 44,96 20.865 55,04 37.909

    50 - 54 anos 15.372 42,28 20.986 57,72 36.358

    55 - 59 anos 14.107 36,95 24.071 63,05 38.178

    60 a 64 anos 10.041 28,10 25.686 71,90 35.727

    65 a 69 anos 3.900 20,14 15.466 79,86 19.366

    70 anos 3.401 13,76 21.317 86,24 24.718

    Total 157.981 40,82 229.032 59,18 387.013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    24

    Tabela 3

    Evoluo do registro de novos mdicos entre 2000 e 2012, segundo sexo Brasil, 2013

    * Para o ano de 2012 esto computados os registros at 1 de setembro de 2012.

    Ano Feminino (%) Masculino (%)

    2000 6.008 37,76 9.904 62,24

    2001 5.292 41,93 7.330 58,07

    2002 5.862 41,83 8.153 58,17

    2003 6.389 43,77 8.207 56,23

    2004 6.628 44,80 8.165 55,20

    2005 7.162 46,43 8.263 53,57

    2006 7.470 46,95 8.442 53,05

    2007 7.523 47,87 8.193 52,13

    2008 7.571 49,11 7.846 50,89

    2009 7.933 50,15 7.885 49,85

    2010 8.329 51,85 7.735 48,15

    2011 9.168 52,89 8.166 47,11

    2012* 3.303 53,46 2.875 46,54

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

    Grfico 5

    Evoluo da entrada de mdicos entre 2000 e 2011, segundo sexo Brasil, 2013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    25

    Mercado masculino

    at os anos 1970

    O mercado, no entanto, ainda deve perma-

    necer com maioria de homens por mais uma

    dcada e meia, j que, at os anos 1970, a pro-

    fisso era predominantemente masculina. Se-

    gundo o estudo de projeo apresentado no

    Captulo 4, as mulheres sero maioria no mer-

    cado em 2028. Quando se observa a srie his-

    trica da populao de mdicos no mercado

    segundo sexo (Tabela 4), as mulheres aparecem

    com 22% e 21% nos anos 1910 e de 1920 (em

    1912, havia sete escolas mdicas no pas). Mas

    as mulheres registram uma queda nos pero-

    dos seguintes, recuando para 19,10% no ano

    de 1930 e caindo ainda mais nos anos que se

    seguiram, at chegar a 12,99% no ano de 1960,

    quando tiveram a menor representao eram

    apenas 4.519 mdicas diante de 30.273 profis-

    sionais homens. A populao mdica em ativi-

    dade no ano de 1960 teve a maior proporo

    masculina da histria da medicina no pas, com

    87 homens para cada grupo de cem mdicos.

    A partir de 1970, h um crescimento cons-

    tante das mulheres no mercado, subindo para

    23,47% em 1980, 30,80% em 1990, 35,82% em

    2000, at atingir 39,91% em 2010.

    O Grfico 6 mostra a predominncia mas-

    culina at os anos 1970, com os homens ocu-

    pando mais de 80% do mercado. A partir de

    1980 se inicia o que se pode chamar de

    feminizao da profisso, com as mulheres

    ganhando participao cada vez maior.

    Idade mdia das mulheres de

    6,4 anos inferior dos homens

    A idade mdia geral dos mdicos de 46,16

    anos (com desvio padro de 14,65 anos). En-

    tre as mulheres, a idade mdia de 42,36 anos

    (desvio padro de 12,78 anos) e entre os ho-

    mens, 48,78 anos (com desvio padro de 15,60

    anos). Alm de apresentar mdia de idade mais

    baixa que a dos homens, a idade das mulheres

    est tambm mais concentrada: 68% delas es-

    to entre 29,7 e 54,7 anos. J do lado dos ho-

    mens existe uma disperso significativamente

    mais elevada, com uma concentrao de 68%

    entre 33,2 anos e 63,8 anos.

    Tabela 4

    Evoluo do nmero de mdicos entre 1910 e 2010, segundo sexo Brasil, 2013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

    Ano Feminino (%) Masculino (%)

    1910 2.956 22,28 10.314 77,72

    1920 3.015 21,49 11.016 78,51

    1930 3.037 19,10 12.862 80,90

    1940 3.131 15,09 17.614 84,91

    1950 3.450 13,21 22.670 86,79

    1960 4.519 12,99 30.273 87,01

    1970 9.341 15,83 49.653 84,17

    1980 32.239 23,47 105.108 76,53

    1990 67.483 30,80 151.601 69,20

    2000 104.554 35,82 187.372 64,18

    2010 145.568 39,91 219.189 60,09

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    26

    O grupo de mdicos de at 39 anos repre-

    senta 40,59% do total de profissionais na ativa,

    indicando uma concentrao nas faixas mais jo-

    vens. Entre as mulheres, 17,62% de todas as

    profissionais tm 29 anos ou menos. Por conta

    dessa combinao de juvenizao e feminizao,

    a pirmide etria do mdico em atividade no

    Brasil (Grfico 7) mostra uma grande concen-

    trao na base, dos 24 aos 40 anos, tanto de

    homens como mulheres. Em seguida observa-

    se um recuo da participao das mulheres que

    comea aos 50 anos e que se acentua aps os 60

    anos. J os homens apresentam um segundo pico

    por volta dos 60 anos, resultado da presena

    masculina predominante at a dcada de 1970.

    Como conseqncia, na faixa etria entre 60 e

    80 anos que se concentra a maior diferena a

    favor dos homens. O grfico mostra tambm

    que abaixo dos 40 anos as mulheres ganham

    espao proporcional ao dos homens, empatan-

    do na faixa inferior a 30 anos de idade.

    Grfico 6

    Evoluo do nmero de mdicos entre 1910 e 2010, segundo sexo Brasil, 2013

    Crescimento natural

    de 6 a 8 mil mdicos por ano

    As sries histricas da evoluo de sa-

    das e entradas de mdicos (Tabela 5) mos-

    tram outro fator que contribui para o cresci-

    mento do nmero de mdicos a partir dos

    anos 1970. Trata-se da diferena entre os

    mdicos que entram e aqueles que saem, re-

    sultando em um crescimento natural dessa

    populao no pas. A diferena entre sada e

    a entrada forma um contingente de profissi-

    onais ao qual se agregam novos mdicos a

    cada ano (Grfico 8). Na Europa, por exem-

    plo, esse contigente tende a diminuir por con-

    ta da faixa etria mais elevada dos mdicos

    e da tendncia de se interromper as ativida-

    des mais cedo, por aposentadoria.

    No Brasil, vive-se uma situao oposta, con-

    centrao de jovens mdicos e a permanncia

    no exerccio por maior nmero de anos. O efe-

    tivo mdico cresce mais rapidamente e se man-

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    27

    Grfico 7

    Pirmide etria dos mdicos brasileiros em atividade Brasil, 2013

    tm por perodo mais longo medida que mais

    jovens mdicos saem das escolas para o mer-

    cado. Diferentemente de pases como a Fran-

    a, que j nos anos 1980 estabeleceu um nme-

    ro limite de entrada nas faculdades (numerus

    clausus), o Brasil optou por aumentar o nme-

    ro de escolas. O resultado ser uma populao

    de mdicos crescente, especialmente nos cen-

    tros mais procurados, o que pode acirrar as

    desigualdades regionais.

    O crescimento natural da populao mdi-

    ca se acentua nos anos 1970, quando a entrada

    se estabiliza muito acima das sadas. Essa re-

    lao vai se equilibrar a partir do ano 2000,

    quando o nmero de entradas fica entre 13 mil

    e 14 mil e o de sada por volta dos 7 mil, com

    um crescimento natural de 6 mil a 8 mil mdi-

    cos por ano. Em 2011, por exemplo, 17.334 no-

    vos profissionais entraram para o mercado e

    10.169 saram. O saldo de crescimento foi de

    7.165. Quando se observa o perodo de cinco

    anos, de 2007 a 2011, v-se que 80.349 mdicos

    entraram no mercado e 44.733 saram, acumu-

    lando uma diferena de 35.616.

    O Grfico 8 mostra as linhas de entrada e

    sada de mdicos entre 2000 e 2011. Nota-se

    um crescimento pequeno nas duas linhas, mas

    com uma distncia significativa entre elas, in-

    dicando o nmero sempre maior de profis-

    sionais que ingressam no mercado.

    A entrada de um mdico se d quando ob-

    tm seu registro no CRM, o que costuma ocor-

    rer assim que conclui os seis anos de gradua-

    o. A sada pode acontecer por aposentado-

    ria, adoecimento, morte, cancelamento, cassa-

    o ou suspenso de registro.

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    28

    Tabela 5

    Evoluo de entrada e sada de mdicos entre 2000 e 2011 Brasil, 2013

    Ano Entrada Sada Saldo de crescimento

    2000 15.912 6.082 9.830

    2001 12.622 8.863 3.759

    2002 14.015 6.082 7.933

    2003 14.596 6.773 7.823

    2004 14.793 6.637 8.156

    2005 15.425 7.146 8.279

    2006 15.912 7.316 8.596

    2007 15.716 7.637 8.079

    2008 15.417 8.407 7.010

    2009 15.818 8.923 6.895

    2010 16.064 9.597 6.467

    2011 17.334 10.169 7.165

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

    Grfico 8

    Evoluo de entrada e sada de mdicos entre 2000 e 2011, Brasil 2013

    Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Mdica no Brasil, 2013.

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    29

    Nos 12 meses entre outubro de 2011 e outu-

    bro de 2012 foram contabilizados no Brasil um

    total de 16.227 novos registros de mdicos.

    O pas nunca teve tantos mdicos em ati-

    vidade, devido a uma combinao de fatores:

    mantm-se forte a taxa de crescimento do n-

    mero de profissionais, h aumento de novos

    registros (mais de 4% ao ano), mais entradas

    que sadas de profissionais do mercado de tra-

    balho, crescimento do contingente de mdi-

    cos em ritmo mais rpido que a populao, perfil

    jovem (baixa mdia de idade) com longevidade

    profissional ( alta mdia de anos trabalhados).

    Soma-se a multiplicidade de vnculos e a longa

    jornada de trabalho, caractersticas da profis-

    so no Brasil, o que pode determinar e am-

    plificar a presena de profissionais no pas.

    Embora seja evidente que os mdicos nun-

    ca foram to numerosos e que constituem uma

    profisso em ascenso quantitativa, os captu-

    los a seguir mostram que esto mais concentra-

    dos em certos territrios, em certas estruturas

    e em certas especialidades e atividades que no

    apresentam, todas elas, as mesmas atratividade

    e distribuio. Os desequilbrios na repartio

    geogrfica, especializada e funcional de mdi-

    cos, somados concentrao que favorece o

    setor privado de sade, iro revelar um pas

    que convive tanto com carncias quanto com

    altas densidades de mdicos.

    Para considerar

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    30

    Mais mulheres na medicina: fenmeno global e positivo

    Fenmeno global, a tendncia de igualdade nu-

    mrica de gnero nas profisses um indicador

    de desenvolvimento de uma nao. A remoo

    de barreiras que limitam as mulheres de terem o

    mesmo acesso que os homens educao, s

    oportunidades de trabalho e aos benefcios so-

    ciais, geram ganhos de produtividade e compe-

    titividade s economias dos pases.

    progressiva a diminuio nas diferenas de

    gnero no mbito da educao e do trabalho, al-

    terando padres histricos mundiais. Tal mudan-

    a j ntida na frequncia em universidades. O

    nmero de matrculas de mulheres no ensino su-

    perior no mundo inteiro aumentou mais de sete

    vezes desde 1970 enquanto o nmero de homens

    matriculados cresceu quatro vezes. Com a ex-

    panso de oportunidades de trabalho, a participa-

    o da mo-de-obra feminina tambm cresceu

    nas ltimas trs dcadas, chegando a 40% da for-

    a de trabalho global em 2008(11).

    No Brasil o cenrio semelhante, onde a maior

    presena das mulheres no mercado de trabalho e

    o crescimento da escolaridade feminina tm se

    consolidado nos diversos setores da atividade eco-

    nmica. Percebe-se um aumento significativo no

    nvel de ocupao das mulheres, sendo que 45,4%

    delas estavam empregadas em 2011, contra 40,5%

    em 2003.

    Hoje as mulheres brasileiras com curso su-

    perior tm participao maior ou semelhante

    dos homens nos postos de trabalho ocupados

    em geral. Mas o rendimento das mulheres conti-

    nua inferior ao dos homens: em mdia elas ga-

    nhavam 72,3% dos salrios recebidos pelos ho-

    mens em 2011(12).

    De um lado, o resultado reflete a crescente pre-

    dominncia feminina na populao brasileira. Se-

    gundo o IBGE, em 2000 eram 96,9 homens para

    cada 100 mulheres. No censo de 2010, a relao

    caiu para 96 homens para cada 100 mulheres.

    No ensino superior no Brasil as matrculas

    contaram com participao majoritariamente fe-

    minina no perodo de 2001 a 2010. Em 2010, do

    total de 6.379.299 matrculas, 57% eram de mu-

    lheres e, entre os concluintes de cursos de gradua-

    o, a participao feminina foi de 60,9%(13).

    Mas no apenas no Brasil que as mdicas se

    fazem mais presentes. Nos pases da Organiza-

    o para Cooperao e Desenvolvimento Eco-

    nmico OCDE, a proporo de mulheres mdi-

    cas cresceu entre 1990 e 2005, passando de

    28,7% para 38,3% do total de mdicos(14). No

    incio dos anos 2000 as mulheres j eram maioria

    entre os estudantes de Medicina dos Estados

    Unidos(15) e do Canad(16). Antes disso, nos anos

    1990, os cursos de graduao de Medicina j con-

    tavam com maioria feminina em pases como In-

    glaterra(17), Irlanda(18) e Noruega(19).

    A feminizao da medicina deve se amplificar

    nos prximos anos e ser preciso levar em conta

    que as mulheres diferem dos homens na escolha

    de especialidades, na fixao territorial, na jorna-

    da de trabalho e no modo de exerccio profissio-

    nal, o que pode trazer resultados positivos para

    os sistemas de sade(20, 21).

    A maior participao de mulheres na medici-

    na tem sido apontada como um fator de reduo

    da disponibilidade de mdicos em atividade. A fal-

    ta de mdicos em pases da Europa j foi em parte

    creditada s mulheres.

    Mrio Scheffer, coordenador da pesquisa Demografia Mdica no Brasil

  • DEMOGRAFIA MDICA NO BRASIL VOLUME 2

    31

    Isso devido tendncia de as mulheres m-

    dicas trabalharem um nmero menor de horas

    semanais, assumirem menor volume de servi-

    os e optarem por uma vida profissional mais

    curta que a dos mdicos. As mulheres tambm

    fazem menos plantes em servios, se compa-

    radas aos mdicos, e se instalam menos fre-

    quentemente no interior e nas periferias dos

    grandes centros, reas de difcil provimento de

    profissionais(22).

    Em alguns pases onde as mulheres so maio-

    ria na medicina, como a Rssia e a Estnia, a

    profisso passou a ser considerada uma ocupa-

    o de status baixo(23, 24). E, como na maioria

    das profisses, as mulheres mdicas tendem a

    receber salrios mais baixos do que os homens

    em cargos semelhantes(25).

    Existem, porm, vrias evidncias de que a

    presena das mulheres na medicina guarda aspec-

    tos mais positivos do que negativos. As mulheres

    so mais propensas do que seus colegas mdicos

    a harmonizar a relao mdico-paciente, pois ado-

    tam estilos mais democrticos de comunicao,

    promovem relacionamentos colaborativos, dis-

    cutem mais os tratamentos e envolvem os paci-

    entes em tomadas de deciso(26). Estudos j de-

    monstraram maior satisfao dos pacientes com

    mdicas mulheres(27).

    Alm disso, suas condutas e prticas condu-

    zem a uma melhor eficcia das aes preventi-

    vas; se adequam mais facilmente ao funciona-

    mento e liderana de equipes multidisciplinares

    de sade; contribuem com a utilizao otimizada

    de recursos, pois so menos inclinadas a incorpo-

    rar tecnologias desnecessrias; atendem mais

    adequadamente as populaes vulnerveis; e res-

    pondem a situaes que requerem a compreen-

    so de singularidades culturais e de preferncias

    individuais dos pacientes(28).

    O aumento da proporo de mulheres na Me-

    dicina pode moldar positivamente o futuro da

    profisso mdica, influenciar o modelo de cuida-

    dos de pacientes e contribuir com a reorganiza-

    o dos sistemas de sade. Melhor equilbrio en-

    tre os sexos pode ser positivo numa prtica pro-

    fissional marcada pela diversidade de campos de

    atuao, longa formao, qualidades humanas e

    trabalho continuado(29, 30).

    No Brasil, a tese da desvalorizao de uma pro-

    fisso feminizada deve ser rechaada. Devido s

    caractersticas do seu exerccio profissional e a

    preferncia de especializao em determinadas

    reas bsicas, como Pediatria e Ginecologia e

    Obstetrcia, podero assumir papel primordial

    num contexto nacional marcado por novos de-

    safios epidemiolgicos e demogrficos, a exem-

    plo do crescime