Diná_utilização Dos Labin Das Escolas de Itabuna

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo

    Din da Silva Correia

    UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE INFORMTICA NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ITABUNA - BA

    Dissertao de Mestrado

    Florianpolis 2003

  • 2

    Din da Silva Correia

    UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE INFORMTICA NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ITABUNA BA

    Orientadora: Prof. Lia Caetano Bastos, Dr.

    Florianpolis 2003

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em

    Engenharia da Produo da Universidade Federal de Santa

    Catarina para obteno do grau de Mestre em Engenharia de

    Produo

  • 3

    371.39445 C824 Correia, Din da Silva. Utilizao dos laboratrios de informtica nas escolas da rede municipal de Itabuna-Ba / Din da Silva Correia. Florianpolis : UFSC, 2003. 78f. : il. ; anexos.

    Orientadora: Lia Caetano Bastos. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina. Bibliografia: f. 73-77.

    1. Ensino assistido por computador Itabuna (BA). 2. Tecnologia educacional. 3. Ensino Aprendizagem. I. Ttulo.

  • 4

    Din da Silva Correia

    UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE INFORMTICA NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ITABUNA - BA

    Esta dissertao foi julgada e aprovada para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de Produo, no Programa de

    Ps-Graduao em Engenharia de Produo da

    Universidade Federal de Santa Catarina

    Florianpolis, 30 de outubro de 2003.

    Prof. Edson Pacheco Paladini, Dr. Coordenador do Programa

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Lia Caetano Bastos, Dra. Orientadora

    Prof. Edis Mafra Lapoli, Dra. Prof. Ana Maria Bencciveni Franzoni, Dra.

  • 5

    meus pais Jos e Terezinha A meu esposo, Ivan

    A meus filhos Ivea, Drik e Irwing.

  • 6 Agradecimentos

    DEUS, pela presena constante em minha vida. Ivan meu esposo e aos meus filhos, pela compreenso e pacincia em todos momentos

    de elaborao deste trabalho. Universidade Federal de Santa Catarina UFSC.

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES orientadora Prof Dra. Lia Caetano Bastos, pela competncia e estmulo.

    Aos professores da Ps-Graduao em Engenharia de Produo/UFSC. Prof Eunice Passaglia Gerente Acadmica/LED - UFSC

    Patrcia Jantsch Fiuza, pela monitoria sempre ativa. toda equipe do Laboratrio de Ensino Distncia LED.

    toda equipe do grupo Oriente, na pessoa da Prof Dra. Edis Mafra. A todos os colegas dessa jornada que participaram ativamente do meu aprendizado e

    incentivos recebidos. Ao Instituto Ansio Teixeira IAT, na pessoa das colegas Vera Mendes e Sylvia Ganem

    Assmar. Universidade Estadual Santa Cruz UESC, pela liberao das atividades acadmicas

    para que eu pudesse concluir este Mestrado. Ao Ncleo Tecnolgico Educacional NTE de Itabuna, pela colaborao fundamental na

    coleta de dados. Aos professores das escolas municipais de Itabuna (Ba), pela colaborao nas entrevistas

    e repostas aos questionrios. Aos meus bons amigos professores: Ada Vita, Joo Paulo, Irene Cazorla, Humberto

    Bortolossi, Evandro Sena, Herlon Brando, Raildo, Pr. Rosemar e a todos que de uma forma direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste Mestrado.

  • 7

    RESUMO

    CORREIA. Din da Silva. Utilizao dos Laboratrios de Informtica nas escolas da Rede Municipal de Itabuna Ba. 2003. 86f. 2003. Dissertao de Mestrado em Engenharia de Produo Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

    Esta pesquisa analisa a utilizao dos Laboratrios de Informtica inseridos nas escolas pblicas da rede municipal de Itabuna BA, com a finalidade de mostrar um relato aos setores que envolvam a informatizao no ensino, objetivando criar formas de aperfeioamento a esta prtica como proposta para a melhoria do ensino em todas as modalidades A investigao se preocupou primeiramente em fazer um levantamento junto ao Ncleo Tecnolgico Educacional dos professores capacitados em Informtica Bsica e Educativa, bem como das aes deste Ncleo por ser o rgo responsvel em toda a regio por este tipo de capacitao, bem como pelo processo de acompanhamento das escolas conveniadas ao Programa Nacional de Informtica na Educao PROINFO. Em segundo lugar, fez-se uso das informaes em questionrios aplicados aos professores destas escolas, dando prioridade sua formao e os depoimentos sobre a prtica pedaggica nos Laboratrios de Informtica. O resultado mostrou que existe uma preocupao do educador em inserir o computador em sua prtica pedaggica, por perceber ser este um mtodo que gera resultados positivos na formao do indivduo em uma sociedade cada dia mais exigente e comprometida com o mercado da informatizao. Uma outra contribuio deste trabalho trazer pauta dos rgos governamentais o problema de resistncia do professor na adaptao da tecnologia ao seu cotidiano, dando-lhes subsdios necessrios para investir em um processo contnuo de capacitao destes profissionais em Informtica Educativa.

    Palavras-chave: Computador no Ensino. Laboratrio de Informtica Sociedade da Informao. Ensino-Aprendizagem.

  • 8

    ABSTRACT

    CORREIA, Din da Silva. The Use of the Laboratories Computer science Laboratories in the county schools of Itabuna - Bahia.

    2003. 86f. 2003. Master's degree thesis in Production Engineering - Masters degree production in Production Engineering, UFSC, Florianpolis.

    This research analyzes the use of the Computer science Laboratories present at the public schools of the county of Itabuna Bahia, with the purpose of showing a report to the sectors responsible for the informatization in the teaching, aiming to create ways of improvement of this practice as a proposal for the improvement of teaching in all modalities. The investigation concentrated firstly in making a research with the teachers' Educational Technological Nucleus qualified in Basic and Educational Computer science, as well as of the actions of this Nucleus for being the responsible organ in the whole area for this kind of training, as well as for the accompaniment process of the schools according to the National Program of Computer science in the Education - PROINFO. In second place, it was made use of the information in applied questionnaires to the teachers of these schools, giving priority to their formation and the depositions on the pedagogic practice in the Computer science Laboratories. The result showed that there is a concern of the educators in inserting the computer in their pedagogic practice, for noticing that this is a method that generates positive results in the individual's formation in a society thats more demanding day by day and committed with the information market. Another contribution of this work is to bring up to the government organs the problem of the teachers' resistance in the adaptation of the technology to their daily life, giving them necessary subsidies to invest in a continuous process of these professionals' training in Educational Computer science.

    Key-Words: Computer in the Teaching. Laboratory of computer science. Information society. Teaching-learning.

  • 9 SUMRIO

    LISTA DE QUADROS........................................................................................ p.11 LISTA DE FIGURAS......................................................................................... p.12 LISTA DE SIGLAS .......................................................................................... p.13 1 INTRODUO............................................................................................... p.14 1.1 Consideraes gerais .............................................................................. p.14 1.2 Objetivos do trabalho ............................................................................... p.15 1.3 Justificativa e/ou importncia do trabalho.............................................. p.15 1.5 Limitaes do Trabalho............................................................................ p.16 1.4 Estrutura do trabalho................................................................................ p.16 2 A INFORMTICA NA EDUCAO............................................................... p.18 2.1 Sociedade da Informao......................................................................... p.18 2.2 O papel da escola na sociedade da informao .................................... p.19 2.3 Processo ensino-aprendizagem atravs do computador ..................... p.22 2.4 O professor como orientador/mediador da aprendizagem no contexto informatizado...................................................................................

    p.27 2.4.1 Dificuldades do professor ................................................................... p.28 2.5 A insero do computador na escola pblica brasileira........................ p.30 2.5.1 O PROINFO no Estado da Bahia........................................................... p.35 2.5.2 A implantao dos Ncleos Tecnolgicos Educacionais no Estado da Bahia...........................................................................................................

    p.37 2.6 Sntese do Captulo................................................................................... p.40 3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS...................................................... p.42 3.1 Introduo ................................................................................................. p.42 3.2 Caracterizao da pesquisa..................................................................... p.42 3.2.1 Quanto natureza da pesquisa............................................................. p.42 3.2.2 Quanto forma de abordagem do problema....................................... p.42 3.2.3 Quanto aos objetivos............................................................................. p.43 3.2.4 Quanto aos procedimentos tcnicos................................................... p.43 3.3 Universo da Pesquisa............................................................................... p.43 3.4 Instrumentos da coleta de dados .......................................................... p.58 3.4.1 Aes do NTE......................................................................................... 3.4.2 Questionrios aplicados aos professores..........................................

    p.58

    3.4.3 Visitas aos Laboratrios de Informtica nas escolas......................... p.58 3.5 Anlise dos dados..................................................................................... 4 ESTUDO DE CASO: UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE

    p. 59

    p.43 p.44 p.44 p.45 p.45

  • 10 3.4.3 Visitas aos Laboratrios de Informtica nas escolas......................... p.58 3.5 Anlise dos dados..................................................................................... 4 ESTUDO DE CASO: UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE INFORMTICA DA REDE MUNICIPAL DE ITABUNA BA...........................

    p. 59

    4.1 Introduo.................................................................................................. p.59 4.2 Universo da pesquisa................................................................................ 4.3 Amostra da Pesquisa................................................................................ 4.4 Anlise dos dados.....................................................................................

    p.59

    4.4.1 Perfil dos professores entrevistados................................................... 4.4.2 O Laboratrio de Informtica e sua utilizao pelos professores entrevistados...................................................................................................

    4.4.3 Avaliao dos resultados pelo uso dos computadores na prtica dos professores..............................................................................................

    4.4.4 Importncia das aes do Ncleo Tecnolgico Educacional nas escolas............................................................................................................ 4.5 Propostas para melhoria do processo ensino-aprendizagem atravs do uso do computador....................................................................................

    5 CONCLUSES E RECOMENDAES FUTURAS....................................... 5.1 Concluses................................................................................................. 5.2 Recomendaes futuras........................................................................... 6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..............................................................

    p.

    34

    APNDICES..................................................................................................... ANEXOS...........................................................................................................

    p.

    35 p.

    35

    p.

    x

    x

    p.45 p.45

    p.46 p.46 p.46 p.46 p.48 p.48

    p.53

    p.59

    p.61

    p.64 p.66 p.66 p.69 p.71 p.74 p.76

  • 11 LISTA DE QUADROS

    Quadro 01

    Computador ensina aluno Abordagem Instrucionista

    p.38

    Quadro 02

    Aluno ensina o computador - Abordagem Construcionista

    p.39 Quadro 03 O que PROINFO? p.45 Quadro 04 Atribuies dos Ncleos Tecnolgicos Educacionais e dos

    Docentes Especialistas.

    p.53

    Quadro 05 Escolas Pesquisadas p.60 Quadro 06 Professores Pesquisados p.61 Quadro 07 Atividades desenvolvidas no Laboratrio de Informtica p.67 Quadro 08 Aes desenvolvidas pelos professores a partir dos projetos p.69 Quadro 09 A no utilizao dos Laboratrios de Informtica - Motivos

    apontados pelos professores p.70

    Quadro 10 Uso do Computador - Vantagens e Desvantagens apontadas pelos professores

    p.74

    Quadro 11 AES DO NCLEO TECNOLGICO EDUCACIONAL 05 Parte I p.75 Quadro 12 AES DO NCLEO TECNOLGICO EDUCACIONAL 05 Parte II p.76

  • 12 LISTA DE SIGLAS

    CAPRE Coordenao de Atividades de Processamento Eletrnico

    CETE Centro de Experimentao em Tecnologia Educacional

    CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    CRD Coordenao de Recursos Didticos

    CSN Conselho de Segurana Nacional

    DIREC Diretoria Regional de Educao

    EDUCOM Educao com Computadores

    GTE Grupo de Trabalhos Especiais

    IAT Instituto Ansio Teixeira

    INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa

    LDB Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional

    MCT Ministrio de Cincia e Tecnologia

    MEC Ministrio da Educao

    NTE Ncleo de Tecnologia Educacional

    NTIC Novas Tecnologias de Informao e Comunicao

    PAI Projeto de Acompanhamento e Implantao de Ambientes Informatizados PINAD Programa de Informtica Administrativa

    PROINFO Programa Nacional de Informtica na Educao

    PROINFE Programa Estadual de Informtica na Educao

    PCN Parmetros Curriculares Nacionais

    POP Ponto de Presena

  • 13

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01 Ensino aprendizagem atravs do computador.................... p.24 Figura 02 Figura 03 Figura 04 Figura 05 Figura 06 Figura 07 Figura 08 Figura 09 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21

    Aes do PROINFO referente ao perodo de 1996 a 2002...... Distribuio dos NTEs no Estado da Bahia............................ Ambiente do Ncleo Tecnolgico Educacional...................... Perfil do professor- Sexo.......................................................... Perfil do professor- Faixa Etria............................................... Perfil do professor- Formao.................................................. Perfil do professor- Tempo de docncia.................................. Perfil do professor- Turnos de Trabalho.................................. Nvel de Conhecimento sobre Informtica.............................. Quantidade de cursos de Informtica que participou............ Concluso dos cursos.............................................................. Formas de utilizao do computador..................................... Local de utilizao do computador........................................ Tempo de utilizao do computador........................................ Formas de utilizao do Laboratrio de Informtica.............. Programas utilizados nas atividades do Laboratrio............. Quantidade de computadores no Laboratrio........................ Motivao dos alunos para ir ao Laboratrio.......................... Investimento em softwares educacionais............................... Melhora dos alunos aps a utilizao do Laboratrio de Informtica..................................................................................

    p.35 p.38 p.41 p.49 p.49 p.50 p.50 p.50 p.51 p.51 p.52 p.52 p.53 p.53 p.55 p.57 p.57 p.58 p.59

    p.61

  • 14 1 INTRODUO 1.1 Consideraes Gerais

    Novas maneiras de pensar e de viver esto sendo elaboradas no mundo das telecomunicaes e da informtica. As relaes entre os homens, o trabalho, a prpria inteligncia dependem, na verdade da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, viso, audio, criao e aprendizagem so capturadas por uma informtica cada vez mais avanada. (LVY, 2001)

    A profundidade e a rapidez da penetrao das tecnologias da informao e comunicao est transformando muitos aspectos da vida cotidiana. Isso constitui uma das principais marcas do atual perodo histrico. Ao longo de toda a evoluo da espcie humana, nunca houve mutaes to profundas e rpidas (Assmann, 1998). Este novo cenrio traz consigo novos estilos de famlia, modos de trabalhar, diferentes formas de conflitos, uma nova economia e uma busca incessante do homem na conquista por novos padres de vida. Assmann (1998), caracteriza esta busca como um mergulho na sociedade da informao que veio para ficar e intensificar-se e no espera por ningum. necessrio que o homem busque novos conhecimentos que sejam adequados a este contexto e o prepare para enfrentar as exigncias desta sociedade. Para tanto, essencial o seu acesso s tecnologias da informao e da comunicao. Moran (2001) afirma que a educao o caminho fundamental para transformar a sociedade. A escola tem sido vista como um canal propcio para ser percorrido pela tecnologia da informao e comunicao como meio de disseminar esses novos conhecimentos e formar indivduos crticos, ativos e participantes na sociedade. O computador considerado uma ferramenta importante neste processo por ser uma tecnologia poderosa em recursos, programas e comunicao e que permite dentre outros, pesquisar, simular situaes, testar conhecimentos especficos, transformando informaes distantes em algo bem prximo da realidade do homem. Os Laboratrios de Informtica Aplicada Educao precisam estar presentes na escola de forma integrada e integradora, garantindo a interao homem-mquina como elemento fundamental para aprendizagem cooperativa, entre professores e alunos.

  • 15

    A introduo dos computadores conectados em rede, objetiva promover um alto ndice de interao cooperativa, o incentivo pesquisa possibilitando tanto professor como aluno, conhecer e compreender outras culturas, permitindo uma tomada de conscincia que o tornem cidados atuantes e transformadores da sociedade (Parmetros Curriculares Nacionais PCN, 1999) A contribuio deste trabalho est no sentido de identificar as aes pedaggicas a partir da implantao dos Laboratrios de Informtica nas escolas da rede pblica municipal.

    1.2 Objetivos do Trabalho 1.2.1 Objetivo geral Analisar a utilizao dos laboratrios de informtica de escolas pblicas, selecionadas pelo PROINFO, em Itabuna Bahia, visando otimizar este uso no processo ensino-aprendizagem.

    1.2.2 Objetivos Especficos Levantar dados junto ao NTE sobre a capacitao de professores em Informtica Educacional.

    Identificar atividades desenvolvidas por professores nos Laboratrios de Informtica das escolas beneficiadas pelo PROINFO.

    Detectar possveis dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar quanto ao uso dos Laboratrios de Informtica.

    Avaliar resultados no processo ensino-aprendizagem a partir da utilizao dos recursos informatizados.

    1.3 Justificativa e Importncia do Trabalho

    A utilizao do computador como recurso didtico em sala de aula se torna necessria e, a cada dia mais indispensvel no acompanhamento do processo ensino-aprendizagem por se constituir uma prtica educativa de possibilidades diversas. O governo federal atravs do Programa Nacional de Informtica na Educao PROINFO, desenvolvido pelo Ministrio de Educao e Cultura MEC

  • 16 tm investido recursos fsicos e humanos na introduo das tecnologias de informtica nas escolas da rede pblica do ensino fundamental e mdio, objetivando a melhoria da qualidade da educao. A atuao dos professores e alunos nos Laboratrios de Informtica das escolas da rede pblica, quanto pesquisa, organizao e transmisso de idias e contedos tem sido pouco divulgada na comunidade em que essas escolas esto inseridas, gerando assim, uma necessidade de conhecer e divulgar esta prtica, para que, outras escolas que no adotam esta nova modalidade de ensino sejam incentivadas a uma busca de aperfeioamento tecnolgico e a insero dos computadores em seus projetos de ensino. Este trabalho se justifica pela necessidade de se conhecer a viabilidade do trabalho cooperativo assistido por computador em escolas pblicas, para fornecer subsdios aos rgos competentes no que se refere a capacitao de professores e acompanhamento de projetos pedaggicos dos Laboratrios de Informtica implantados nas escolas beneficiadas pelo PROINFO.

    1.4 Limitaes do Trabalho

    Por questes metodolgicas, o presente estudo foi limitado a uma anlise das escolas que estavam equipadas com Laboratrios de Informtica e, por conseguinte, estavam utilizando computadores no processo de ensino-aprendizagem. Outro fator limitante se encontra na condio do professor no ter encontrado uma forma sistemtica de trabalhar contedos especficos em laboratrio de informtica, mesmo porque esses laboratrios no eram equipados com softwares especficos de sua disciplina. A anlise do trabalho est centrada nas respostas dos professores no que diz respeito a sua rea de atuao e a forma de utilizao dos laboratrios de informtica, suas experincias, expectativas pessoais em relao aos resultados que seus alunos alcanam aps a utilizao dos recursos. Portanto, quanto ao processo de informatizao no ensino, o trabalho no considera o processo na sua totalidade, pois no analisa o aspecto da gesto poltica desenvolvida pelas escolas objeto da pesquisa frente a insero dos recursos tecnolgicos.

  • 17

    1.5 Estrutura do Trabalho O trabalho est estruturado em cinco captulos, a saber: O primeiro captulo apresenta os objetivos, a justificativa, as limitaes e estrutura desta dissertao. O segundo captulo apresenta um histrico da informtica na educao, descrevendo os programas desenvolvidos pelo governo federal. Tambm, analisa as teorias e diretrizes metodolgicas que orientam a prtica de utilizao dos recursos da informtica no processo ensino aprendizagem. A fundamentao terica do problema evidencia os seguintes pressupostos: a tecnologia do computador, a importncia de sua insero nas escolas pblicas e a relao do professor como mediador da interao homem-mquina. O terceiro captulo descreve o procedimento metodolgico utilizado para o desenvolvimento da pesquisa para coleta de dados nas escolas que so beneficiadas pelo PROINFO. O quarto captulo se destina a anlise dos dados e apresentao dos resultados obtidos por meio dos instrumentos aplicados, tais como: questionrios e entrevistas a populao alvo da pesquisa. Relata como os professores, em busca do aumento na qualidade do ensino, esto utilizando os laboratrios de informtica em sua prtica pedaggica. Apresenta, tambm, sugestes para melhoria na utilizao dos laboratrios de informtica nas escolas pblicas a partir das escolas pesquisadas. O quinto captulo aponta as concluses da pesquisa e sugestes para futuros trabalhos. Finalmente apresentada a bibliografia que foi consultada para consolidar os resultados obtidos na pesquisa.

  • 18 2 A INFORMTICA NA EDUCAO 2.1 Sociedade da Informao

    Houaiss (2001) define sociedade como conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espao, seguindo normas comuns, e que so unidas pelo sentimento de grupo; corpo social, coletividade. Para DAmbrsio (1997) sociedade um agregado de indivduos (todos diferentes) vivendo num determinado tempo e espao, compartilhando valores, normas de comportamento e estilos de conhecimento (cultura) e empenhados em aes comuns. O exerccio de direitos e deveres acordados pela sociedade o que se denomina cidadania. Em cada pas, a sociedade da informao est sendo construda em meio a diferentes condies e projetos de desenvolvimento social, segundo estratgias moldadas de acordo com cada contexto [...], regies, segmentos sociais, setores econmicos, organizaes e indivduos so afetados diferentemente pelo novo paradigma, em funo das condies de acesso informao (TAKAHASHI, 2000). Alvin Toffler (2001), procura descrever este momento com termos como Idade Espacial, ou Idade da Informao, ou ainda Era Eletrnica, ou de uma Aldeia Global que segundo o autor ... nenhum desses termos d sequer uma idia da fora, do alcance e do dinamismo total das mudanas que se precipitam sobre ns ou das presses e conflitos que desencadeiam. Que tipo de sociedade esta que se est vivenciando? Bill Gates (1995), caracteriza o perodo histrico atual como maneiras completamente novas pelas quais a informao pode ser mudada e manuseada, bem como a velocidade com que podemos lidar com ela

    A informao sempre foi a ingrediente principal na educao. O uso de redes de alta velocidade, com fibras ticas ou conexes via satlite para acessar rapidamente as grandes bibliotecas eletrnicas expansveis e bases de dados fornece a base para uma potencial revoluo no aprendizado. A combinao destes recursos com um computador pessoal d aos estudantes acesso a grandes quantidades de informaes, e mover o locus do poder do professor para o aprendiz (Coombs,1992).

  • 19 Um desafio que se apresenta de construir, no mesmo espao de tempo, as bases para uma adequada insero na nova sociedade da informao (TAKAHASHI, 2000)

    A educao o elemento chave para a construo da sociedade da informao [...] A dinmica da sociedade da informao requer educao continuada ao longo da vida, que permita o indivduo no apenas acompanhar as mudanas tecnolgicas, mas, sobretudo inovar [...] Por outro lado, educar em uma sociedade da informao significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informao e comunicao: trata-se de investir na criao de competncias suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuao efetiva na produo de bens e servios, tomar decises fundamentadas no conhecimento, operar com fluncia de novos meios (TAKAHASHI, 2000)

    Ter acesso informao ou no passou a ser um elemento de discriminao desta nova sociedade dita informacional (Parmetros Curriculares Nacionais PCN, 1999). Isso tm gerado desde a dcada de 90 quando do surgimento da Internet no Brasil uma grande preocupao dos educadores.

    O desenvolvimento das novas tecnologias da comunicao e informao est se dando por um movimento de aproximao entre as diversas indstrias (equipamentos, eletrnica, informtica, telefone, cabos, satlites, entretenimento e comunicao)[...] a educao num mundo de comunicao , certamente, um desafio a todos, professores, alunos, pais, porque precisa buscar a formao do ser humano em mutao, preparando-o para viver plenamente esta sociedade que se modifica velozmente (PRETTO, 1999).

    A partir dessa constatao, alguns questionamentos surgiram como: quem tem aptido para ser profissional da informtica e quem tem interesse em ser um bom usurio? Qual o perfil do professor que vai utilizar esse conhecimento em suas disciplinas nas diversas conjunturas que convivem em nosso Pas? A mudana nos currculos escolares se torna um indicativo para solucionar as questes apontadas, na viso dos organizadores dos Parmetros Curriculares Nacionais PCN. Tais mudanas implicam em desenvolver competncias de obteno e utilizao de informaes, por meio do computador, e sensibilizar os alunos para a presena de novas tecnologias no cotidiano (Parmetros Curriculares Nacionais PCN, 1999). A LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 9.394/96) confere ao Ensino Mdio a etapa final de uma educao de carter geral, afinada com a contemporaneidade, com a construo de competncias bsicas, que situem o educando, como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do

  • 20 trabalho, e com o desenvolvimento da pessoa, como sujeito em situao cidado.

    2.2 O papel da escola na sociedade da informao

    Para explicitar melhor a idia das mudanas apontadas, se torna necessrio detalhar as relaes entre sociedade, escola, currculo, professor e aluno. Estas relaes tm em si pontos comuns: o processo ensino-aprendizagem na formao do indivduo, o computador como tecnologia e/ou ferramenta essencial neste processo e a cidadania como produto final. Pretto (1999) aponta os momentos de crise civilizatria que se est vivenciando e valoriza a educao neste contexto. Educao no sentido amplo. S que o papel reservado escola diante disto no est definido e certamente no o ser no interior da prpria escola. necessrio, segundo o autor, que estes momentos de transio em que a sociedade vive, possam fornecer elementos significativos para repensar a educao dentro e fora do ambiente escolar. Momentos esses capazes de formar o indivduo em condies de viver e conviver plenamente nessa civilizao da imagem e da informao e que deve passar pela viso da construo de um novo repensar no sistema educacional como um todo.

    A automatizao da vida social, econmica, poltica e mesmo cultural cresce rapidamente no mundo todo. O computador, elemento tecnolgico central desse processo, tambm faz sua entrada na esfera educacional, no s na sua administrao, mas tambm no processo ensino-aprendizagem [...] na escola, que se d nica chance de aquisio de conhecimento acumulado, da cincia e da tecnologia. Uma tecnologia que deve ser considerada pela escola como o mais poderoso instrumento j desenvolvido pelo homem, com alto poder de transformao, produo e dominao; alm disso, tal tecnologia pode constituir-se em poderosa ferramenta para veicular o conhecimento significativo e ainda propiciar novos e eficientes mtodos e tcnicas pedaggicas (TENRIO, 2001).

    Os Parmetros Curriculares Nacionais (1999) afirmam que a escola o local onde se d o encontro entre o pensar e o fazer e a responsvel direta pela formao escolar dos alunos para o mundo contemporneo. Seu maior objetivo deve ser formar o indivduo, para que tenha uma vida realizada e plena, com condies de sustentar a si mesmo e sua famlia, e contribuir assim com a sociedade em questo.

  • 21 incontestvel a dependncia cada vez maior da sociedade da informao quanto aos frutos gerados na escola, principalmente se ela oportuniza seus alunos ao aprendizado com a utilizao dos recursos computacionais. Segundo Pretto (1999), a formao de um novo ser humano, que viva plenamente exige uma nova escola e um novo professor, capazes de trabalhar com esse mundo de informao e tecnologias.

    O objetivo pelo qual a nova escola precisa alcanar para ter sua identidade reconhecida, passa pela capacitao dos professores j formados e um preparo melhor daqueles que esto em formao. O primeiro grupo conta com o apoio dos rgos governamentais que criam mecanismos para informatizar as escolas, adquirindo computadores, financiando projetos que vo alm da aquisio de equipamentos, e que priorizam a capacitao de pessoal para manuseio e utilizao em sua vida profissional. O segundo grupo, ao iniciar a sua formao dar... [...] um significativo passo na direo do novo educador se, em seu currculo acadmico tratar as questes da comunicao, da informao e das imagens, com o objetivo de torna-los profissionais preparados para vivenciar os desafios do mundo que se est construindo (PRETTO, 1999)

    Oliveira (2002) sugere uma nova forma de planejamento que conduza a escola a produzir o necessrio o que a comunidade almeja, visto que os indivduos que so ali formados passariam a ter a criticidade e a compreenso dos problemas de sua comunidade.

    Um planejamento educacional formado pelos rgos estatais e comunidade escolar (tcnicos, professores e alunos) que visualize a escola como local de construo do conhecimento e de sociabilizao do saber em conjunto com um planejamento participativo entre a escola e esta comunidade, a partir do diagnstico de suas necessidades (OLIVEIRA, 2002)

    O Ministrio da Educao, por intermdio da Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica, organizou o Projeto de Reforma Curricular do Ensino Mdio, pautado nas constataes sobre as mudanas no conhecimento e seus desdobramentos, no que se refere produo e s relaes sociais de um modo geral. Seu foco principal a formao do aluno na aquisio dos conhecimentos bsicos, sua preparao cientfica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias nas reas de atuao. Os princpios gerais que nortearam esta reformulao foram pautados na nova LDB Lei n 9.394/96, que so: o desenvolvimento do indivduo na capacidade de pesquisar, buscar informaes, analis-las e selecion-las; na capacidade de aprender, criar, formular, ao invs de simples exerccio de memorizao.

  • 22

    O currculo, enquanto instrumento de cidadania democrtica, deve contemplar contedos e estratgias de aprendizagem que capacitem o ser humano para a realizao de atividades nos trs domnios da ao humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experincia subjetiva, visando a integrao de homens e mulheres no trplice universo das relaes polticas, do trabalho e da simbolizao subjetiva (Parmetros Curriculares Nacionais PCN, 1999)

    A educao est intimamente ligada poltica da cultura. O currculo nunca apenas um conjunto neutro de conhecimentos, que de algum modo aparece nos textos e nas salas de aula de uma nao. O que conta como conhecimento, as formas como ele est organizado, quem tem autoridade para transmiti-lo, o que se considera como evidncia apropriada de aprendizagem (Apple, 1999).

    Educao: uma estratgia da sociedade para facilitar que cada indivduo atinja o seu potencial e o estimule a colaborar com outros na busca do bem comum Currculo: estratgia para a ao educativa [...] O currculo reflete o que a sociedade espera das respectivas disciplinas que o compe (DAMBRSIO, 1997)

    De um lado se percebe a preocupao dos educadores acerca de currculo e de suas mudanas e de outro o enfoque a uma cincia de tratamento de informaes, capaz de oferecer mecanismos para armazenar e disseminar conhecimentos. Os organizadores dos PCNs (MEC, 1999) mostram esta preocupao quando afirmam que ...a escola precisa mudar, no s de contedos, mas aceitando novos elementos que possibilitem a integrao do estudante ao mundo que o circunda. Os currculos escolares, de modo geral no incluem formao sobre o uso e a importncia da informao que incentive a discusso sobre os principais aspectos e problemas de uma sociedade da informao (TAKAHASHI, 2000).

    2.3 Processo ensino-aprendizagem atravs do computador

    Para Moran (2001), ensinar e aprender exige hoje muito mais flexibilidade espao-temporal, pessoal e de grupo, menos contedo fixo e processos mais abertos de pesquisa e de comunicao.

    Uma das dificuldades no processo conciliar a extenso da informao e a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreenso, em espaos menos rgidos, menos engessados. Administrar a grande quantidade de informaes, a escolha daquelas que so significativas e saber como integr-las dentro da prtica docente fazem parte do desafio de ensinar. O autor aponta o professor com o conhecimento e o acesso a tecnologias telemticas, sendo um orientador/gestor do processo de aprendizagem e tendo condies de integrar de forma equilibrada a orientao intelectual, a emocional e a gerencial do aluno (MORAN, 2001).

  • 23

    Cysneiros (2000) se posicionou acerca da tecnologia do computador na educao, comparando-o com a tcnica e o ambiente atualmente mais utilizado quadro e giz e a sala de aula e a relao do professor e a tecnologia e ou o aluno e a tecnologia. Em seu discurso, o autor afirma que a tecnologia do quadro e giz pode ser usada para mostrar um esquema de aula, copiar um trecho de um livro, enfim executar todas as tarefas que direcionem ao contexto de uma aula ou uma atividade de estudo em grupo. Neste caso se configura como uma tecnologia educacional. O computador pode ser vrias tecnologias educacionais, quando for parte de um conjunto de aes na escola, no lar ou noutro local de ensinar ou aprender e, exemplifica como a digitao de textos de aula, acesso a site na Internet, o uso de um software educacional. Estas aes envolvem uma relao com quem ensina e com quem aprende, e que, segundo o autor, so estas aes que fazem a diferena da tcnica do uso do quadro de giz com a do uso do computador. Tanto o uso do computador quanto o do quadro de giz so tcnicas que dependem da abordagem que o professor adquiriu durante o seu aprendizado.

    O objeto material em si no suficiente para caracterizar a especificidade da tecnologia. No caso especfico do computador, dois aspectos devem ser considerados: um deles aprender a manejar a ferramenta, o outro saber utiliza-lo para alcance de determinados objetivos. O manejo da ferramenta deve ser a primeira etapa do aprendizado pelo indivduo, seja ele professor ou aluno, pois requer habilidades de escrita, no caso o quadro de giz, ou o manejo do teclado e do mouse, no caso o computador (CYSNEIROS, 2000).

    O que deve ser considerado na relao apontada a anlise crtica do professor ou do aluno quanto ao conhecimento quantitativo ou qualitativo da tecnologia, implicando com isto a forma de sua utilizao. Esta anlise vislumbra um olhar sob o aspecto pedaggico em todo o conjunto de aes que esta tecnologia venha a favorecer com objetivo de ensinar ou aprender, seja em qualquer ambiente, inclusive na escola onde o professor e o aluno estejam inseridos.

    Na Idade Mdia, os professores liam de seus manuscritos para suas classes. A mquina de impresso ameaou aquele modelo educacional. Entretanto, foi descoberto subseqentemente que, se os estudantes tivessem disponveis os professores poderiam expandir-se em seus textos e fornecer outras explicaes que aumentam o aprendizado. Numa tendncia semelhante, muitos educadores sentem medo agora de que o computador faa com que os estudantes se tornem mquina de busca e pesquisa to poderosas que a faculdade se torna redundante. Assim como a mquina de impresso liberou o ensino a mover-se para um nvel mais alto de conceptualizao, tambm a educao na era da informao transcender o que tem sido comum em nosso tempo. Bons professores no sero substitudos pelos assistentes de ensino e ajudantes de professores, mas liberados para definir a educao em termos mais excitantes e criativos (Coombs, 1992).

  • 24 Henriques (2001), descreve que os computadores apresentam-se como ferramentas privilegiadas para a avaliao somativa, formativa e diagnstica no processo ensino-aprendizagem. Entretanto, a abordagem pedaggica de como isso acontece bastante variada, oscilando entre dois grandes plos caracterizados pelos mesmos ingredientes e direes opostas, como mostra o esquema sugerido por Valente (1997).

    Computador Aluno Software Software Aluno Computador

    (1) (2)

    Figura 01: Ensino-aprendizagem atravs do computador Fonte: Valente (1997)

    Valente (1997), apresenta duas formas de aprendizagem atravs do computador, a saber: 1. O computador ensina o aluno 2. O aluno ensina o computador No primeiro caso, o computador assume o papel de mquina de ensinar, ou seja, utilizado para passar a informao ao aluno. A abordagem educacional a instruo auxiliada por computador. Oliveira (2002), denomina esta forma como Instruo Programada que tem sua raiz no mtodo de instruo programada tradicional que ao invs do papel ou do livro, este mtodo utiliza o computador. Os tipos de softwares, suas caractersticas, vantagens e desvantagens que atendem essa abordagem, so apresentados no Quadro 01.

    DIREO DO

    ENSINO DI

    RE

    O D

    O E

    NSiN

    O

  • 25 QUADRO 01: Computador ensina aluno Abordagem Instrucionista

    TIPOS SOFTWARE

    CARACTERSTICA VANTAGENS

    DESVANTAGENS

    Tutorial

    Programa atua como tutor, dando a informao e verificando o aprendizado atravs de perguntas alternativas ou de mltipla escolha; Realiza funes de avaliao (diagnstico inicial, contnuo e final).

    Instrui de forma individualizada. Conduz ao aprendizado a partir de erros e acertos. Aluno j sabe qual o seu papel como aprendiz; Muito til na memorizao de informaes. Fcil assimilao pelo professor Acessvel ao ensino distncia.

    Programas com elevados custos. Necessidade de um computador por aluno. Interveno superficial na aprendizagem. Programas no acessveis a computadores pessoais.

    Exerccio e Prtica

    Programa que apresentam problemas de uma rea determinada para ser resolvidos pelo aluno; verifica as respostas e registra quantidades de corretas e incorretas.

    Reviso de contedos trabalhados em classe principalmente, os que envolvem memorizao e repetio, como aritmtica e vocabulrio; Resposta freqente do aluno; Propicia feedback imediato; Explora caracterstica grfica e sonora do computador. Possui infinidade de exerccios para resoluo de acordo com o grau de conhecimento e interesse.

    No permite a anlise das respostas erradas. No facilita a interao entre os alunos. A avaliao de como se aprende exige um conhecimento muito mais amplo do que o nmero de acertos e erros dos aprendizes.

    Jogos

    Programa considerado mais eficaz no aprendizado pelos adolescentes, pois o que se assemelha aos videogames.

    Maneira divertida de aprender. Variedades de tipos. Ensina conceitos difceis de serem assimilados como o conceito de trigonometria, de probabilidade, etc. Promove habilidades cognitivas complexas, como o Tetris, o xadrez, os quebra-cabeas, jogos de memria, etc.

    Pode desviar a ateno do aluno do conceito e dos objetivos envolvido no jogo. No tem capacidade de diagnstico das falhas do jogador.

    Simulao

    Programa que apresenta artificialmente uma situao real e faz um extenso uso de meios grficos e interativos (construo de figuras, imagens, animao, etc.)

    Garante ao participante a vivncia de experincias semelhantes s que realizar na vida real. Permite a explorao de situaes fictcias, de situaes com risco. Oferece a possibilidade do aluno desenvolver hipteses, test-las, analisar resultados e refinar os conceitos. D oportunidades para solucionar problemas difceis mais do que observar formas de soluo.

    Complicados de serem desenvolvidas, requerem grande poder computacional, recursos grficos e sonoros, Pouco usado. Por si s, no cria a melhor situao de aprendizado. Distoro do mundo real se utilizado erroneamente.

    Fonte: Adaptado de idias dos autores Valente (1997), Oliveira (2002), Santarosa (1985), Litwin (1997)

  • 26

    No segundo caso, o computador usado como uma mquina para ser ensinada, contribuindo como auxiliar do processo de construo do conhecimento. Neste caso o aluno quem deve passar as informaes para o computador. Os softwares que permitem esse tipo de atividade esto descritos no Quadro 02.

    QUADRO 02: Aluno ensina o computador - Abordagem Construcionista

    TIPOS SOFTWARE

    CARACTERSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

    Pacotes Integrados

    (Aplicativos)

    Programa de processamento de texto, planilhas, manipulao de banco de dados, construo e transformao de grficos, sistemas de autoria, calculadores numricos.

    Desenvolve interesse na produo de textos. Colabora com o ensino de matemtica. Promove a aprendizagem ativa.

    O processador de textos no oferece fator estimulante, caso a criana no sinta a necessidade de reelaborar seu trabalho escrito.

    Resoluo de

    problemas

    Linguagens de computao precisas e no ambguas, Resoluo de problemas expressa a partir de uma linguagem de programao, como o LOGO, Basic, Pascal, at a linguagem matemtica. Verificao de programas atravs da sua execuo.

    Permite resoluo de problemas com descrio formal e precisa. Permite aluno verificar suas idias e conceitos, identificando a origem do erro, conduzindo ao acerto.

    As habilidades cognoscitivas adquiridas com o uso do programa no podem ser transferidas com facilidade para outras tarefas ou problemas similares aos resolvidos, por serem de diferentes contedos.

    Fonte: Adaptado das idias dos autores Valente (1997) Oliveira (2002), Santarosa (1985), Litwin (1997).

    Valente (1997) enfatiza a viso de Papert, criador da Linguagem LOGO, que denominou de construcionista a abordagem pela qual o aprendiz constri, por intermdio do computador, o seu prprio conhecimento. Papert (1986) usou esse termo para mostrar um outro nvel de construo do conhecimento: a que acontece quando o aluno constri um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experincia ou um programa de computador. Primeiro, o aprendiz constri alguma coisa, ou seja, o aprendizado por meio do fazer, do "colocar a mo na massa". Segundo, o fato de o aprendiz estar construindo algo do seu interesse e para o qual ele est bastante motivado, tornando a aprendizagem mais significativa. Em relao s abordagens referenciadas, Henriques (2001) afirma que, ...o computador no ensino, tem capacidade de: individualizar o estudo do comportamento do aluno; poder tornar os alunos autnomos na gesto de aprendizagem; gerenciar uma parte de avaliao em tempo real, diminuindo o efeito

  • 27 emocional produzido na avaliao e integrar numerosas informaes multidimensionais. O grande problema, conclui Valente (1997), que ... os professores, mesmo utilizando softwares que em muito contribuiriam com sua prtica, isto no significa ser um referencial para o preparo de um profissional com um perfil que exigido pela atual sociedade, ou seja, o de um profissional crtico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de conhecer o seu potencial intelectual com capacidade de constante aprimoramento e depurao de idias e aes. Neste caso, resta o computador como um importante aliado nesse processo, ser utilizado tambm para que o indivduo construa seu conhecimento atravs de uma explorao autodirigida ao invs de apenas uma instruo explcita e direta . A utilizao dos computadores no ambiente escolar geram sempre expectativas de mudanas dos professores em sua forma de ensinar e dos alunos em sua forma de aprender (HATIVA, 2000)

    2.4 O Professor como orientador/mediador da aprendizagem no contexto Informatizado Moran (2001), atribui ao professor o papel de ... um pesquisador em servio, que aprende com a prtica e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel fundamentalmente de um orientador/mediador. Esse papel atribudo ao professor transforma sua prtica num ato de constantes mudanas, alterada a depender das diferentes culturas, aspectos sociais e faixa etria do aluno, sempre que o objetivo de seu trabalho for o repasse de informaes e sua aplicabilidade em contedos especficos. Masseto (2001), ao analisar a mediao pedaggica com o uso do computador, atribui ao professor o papel mais importante nesse processo. Para que desempenhe com xito o seu papel de mediador, o autor lista alguns atributos, sem os quais no conseguir planejar e nem orientar a execuo de tcnicas e estratgias estudadas. So eles:

    Planejar e definir estratgias centradas no aluno e em seu desenvolvimento;

  • 28 Saber interagir com o aprendizado, conduzindo o aluno a atingir seus objetivos, sempre se colocando no lugar dele, como aprendiz;

    Ter domnio profundo em sua rea de conhecimento; Ser criativo em buscar com o aluno solues para situaes novas e inesperadas, sempre respeitando as diferenas individuais;

    Ter disponibilidade para o dilogo, pois com a utilizao do computador, esse dilogo se torna mais intenso e sem dimenso de tempo e espao;

    Ler e responder o quanto antes seus e-mails, para sanar com menos tempo possvel as dificuldades que o aluno esteja vivenciando;

    Ser subjetivo e saber diferenciar a comunicao atravs do computador da do presencial;

    Saber cuidar muito de sua expresso e comunicao para que elas sempre estejam em condies de ajudar a aprendizagem e incentivar o aprendiz em seu trabalho, mesmo que o professor no esteja presente no ato de sua produo (Masseto,2001). O bom desempenho do professor como mediador do processo ensino-aprendizagem resulta no aluno um entendimento do real significado que a informao representa em sua vida, a ponto de incorpora-la em seu cotidiano e estar pronto para diagnosticar as suas necessidades; Identificar os recursos disponveis que atender essas necessidades; sugerir estratgias que lhes permita atingir sua aprendizagem; envolver-se em sua avaliao (Masseto, 2001) Valente (1997) refora este pensamento quando afirma que:

    [...] o professor que trabalha na educao com a informtica h de desenvolver na relao aluno-computador uma mediao pedaggica que explicite em atitudes que intervenham para promover o pensamento do aluno, implementar seus projetos, compartilhar problemas sem apontar solues, ajudando assim o aprendiz a entender, a analisar, testar e corrigir os erros.

    Moran (2001) entende que, de uma forma ampla, [...] a tecnologia da informao, entendida como os recursos de hardware, software e redes de computadores, pode ajudar a tornar mais acessveis e conhecidos para os professores as polticas educacionais dos pases, os projetos pedaggicos das escolas em todos os nveis, os projetos de aprendizagem construdos por professores e alunos, as opes paradigmticas e as proposies metodolgicas das instituies de ensino bem como os mais diversos aplicativos que podem ser colocados disposio dos alunos e de todos os usurios da sociedade (MORAN,2001).

  • 29 2.4.1 Dificuldades do professor

    A utilizao dos computadores em educao faz parte das expectativas acerca da esperana em solues extraordinrias para os problemas educacionais, em decorrncia de uma sociedade como um todo. Com a informtica no centro das atenes, o professor acredita que ao aderir-se ao paraso tecnolgico ele no ser considerado como ultrapassado ou resistente a mudanas (Machado, 1995).

    A filosofia do processo de capacitao adotada pelo PROINFO sugere que para o uso das novas tecnologias de informao e comunicao implica redimensionar o papel que o professor dever desempenhar na formao do cidado do sculo XXI, ou seja, introduzir mudanas nos modos de estruturao e funcionamento da escola e de suas relaes com a comunidade (Proinfo, 1997). O professor, ao concordar com o novo modelo de ensino, sente-se desafiado a quebrar a hegemonia das disciplinas e impulsionar a interdisciplinaridade. Diante da insero da informtica em sua prtica, o professor estimulado constantemente a rever e ampliar seus conhecimentos o que, se torna muitas vezes um fator que provoca a resistncia da maioria destes professores a este modelo. Muitos professores desistem quando percebem a dimenso da zona de risco. Evitam qualquer tentativa nesse sentido. Muitas vezes assumem e justificam essa postura baseados no fato de que acham que computadores no para a escola, ou que no esto preparados e no encontram condies de trabalho na escola. H, ainda, aqueles que no desistem, mas insistem em enquadrar a tecnologia em rotinas previamente estabelecidas (...) outros, porm, procuram avanar nesta rea de indeterminao, usando de ousadia e flexibilidade para reorganizar a atividades na medida do necessrio (BORBA E PENTEADO, 2001). O que inquestionvel, segundo os autores supras, que o professor pode usufruir o potencial que a tecnologia informtica tem a oferecer para aperfeioar sua prtica profissional. As incertezas e imprevisibilidade geradas num ambientes informatizados podem ser vistas como fatores de desenvolvimento das situaes de ensino e aprendizagem. A resistncia do professor ao ensino com o uso do computador tambm passa pela quantidade de informaes que ele precisa conhecer, tanto para utilizar em sua aprendizagem tecnolgica, como para ajudar seus alunos quando necessrio no binmio teoria-prtica.

  • 30 O professor enfrenta os desafios impostos pela profisso e busca criar alternativas, porm a introduo dos computadores na escola altera os padres nos quais ele usualmente desenvolve sua prtica. So alteraes no mbito das emoes, das relaes e condies de trabalho, da dinmica da aula, da reorganizao do currculo entre outras (Penteado 1999).

    2.5 A Insero do Computador na Escola Pblica Brasileira

    A Frana, assim como outros pases considerados de primeiro mundo, ao inserir o maior nmeros de computadores possveis em suas escolas, investiu paralelamente na formao do maior nmero de professores na rea de Informtica (TAJRA, 1998).O Brasil, apesar de no ter seguido esse modelo, traou caminhos com as mesmas caractersticas. O incio da experincia brasileira nessa rea deu-se em 1965, no mbito da Marinha, quando vislumbrou absorver uma tecnologia que permitisse a construo de um computador nacional, concretizado apenas em 1971, com a criao do Grupo de Trabalho Especial (GTE). De 1972 a 1979 o CAPRE (Coordenao de Atividades de Processamento Eletrnico), criado pelo Ministrio do Planejamento assumiu todos os assuntos concernentes Poltica de Informtica no Brasil, sendo substitudo pela SEI (Secretaria Especial de Informtica) ligada diretamente ao CSN (Conselho de Segurana Nacional). As primeiras aes governamentais comearam a ser organizadas pela SEI, MEC e CNPq quando, em 1981 esses rgos promoveram o 1 Seminrio Nacional de Informtica na Educao, onde participaram educadores de diversos estados brasileiros, realizado na Universidade de Braslia, do qual surgiu a idia de se implantar projetos-piloto em Universidades para que tivessem as condies de atender aos diferentes graus e modalidades de ensino, adotando como princpio norteador o computador como meio auxiliar ao processo educacional do desenvolvimento da inteligncia, habilidades intelectuais e especficas abrangentes aos contedos curriculares. Muitos foram os esforos empreendidos para o estabelecimento de uma poltica que garantisse a insero dessas tecnologias na educao. Surgiram ento projetos que tinham objetivos comuns, o de criar mecanismos que propiciassem com eficincia a insero dos computadores nas escolas pblicas de ensino fundamental e mdio.

  • 31 Dentre esses projetos o EDUCOM, criado em 1983 que resgata e consolida a histria dos diferentes fatos da cultura informtica educativa, tendo seus precursores na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UNICAMP (Universidade de Campinas), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Em decorrncia de transies polticas governamentais, este como tantos outros projetos sucumbe s dificuldades emergentes impostas pelos organismos governamentais que deixaram de assegurar o suporte necessrio consecuo dos projetos. S em 1986, ocorre nova tentativa de reestruturao e implementao do EDUCOM, desta vez tendo suas aes operacionalizadas diretamente pelas universidades e no mais mediadas por rgos dos sistemas educacionais, o que possibilitou a construo de conhecimentos e uma adequada utilizao da tecnologia dentro de uma perspectiva da realidade educacional brasileira. Foram construdos os CIED's - Centro de Informtica na Educao, ambientes de aprendizagem informatizados, integrados por diversos profissionais, os quais tornou-se centro de multiplicadores da tecnologia informtica para as escolas pblicas. Dessas iniciativas includo ainda o PRONINFE - Programa Nacional de Informtica na Educao, criado em 1989, que propunha a criao de ncleos por todo o pas, objetivando a capacitao de recursos humanos. Tambm no se estabeleceu. Em 1997, a Secretaria de Educao a Distncia SEED do Ministrio de Educao, atravs da Portaria n 522, de 09 de abril de 1997 criou o Programa Nacional de Informtica na Educao - PROINFO, em parceria com os governos estaduais e municipais, objetivando dar apoio s escolas pblicas de ensino fundamental e mdio na Introduo das Novas Tecnologias de Informao e Comunicao, utilizando o computador como uma das ferramentas importante para disseminar este conhecimento e capacitar quanto sua utilizao, alunos e professores em um padro de qualidade e eficincia, possibilitando com isto a insero das escolas pblicas no contexto globalizado. O PROINFO um programa de iniciativa central do Pas na introduo das tecnologias de informao e comunicao na escola pblica como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem (Takahashi, 2000). No Quadro 03 so apresentadas as principais informaes sobre o PROINFO.

  • 32 QUADRO 03: O que PROINFO?

    RGO RESPONSVEL

    Ministrio da Educao - MEC, Secretaria de Educao a Distncia SEED, criado em 09 de abril de 1997, Portaria n 522, do MEC.

    OBJETIVO Introduo das Novas Tecnologias de Informao e Comunicao (NTIC) na escola pblica, como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem.

    METAS Aquisio de 105.000 computadores; formao de professores multiplicadores; 6.600 tcnicos especializados em hardware e software; atendimento de 6.000 escolas; capacitao de 25.000 professores para trabalhar com recursos de telemtica em sala de aula e 7,5 milhes de alunos beneficiados.

    DIRETRIZES

    O programa prever para que as escolas sejam beneficiadas necessrio que tenham um projeto de uso pedaggico das NTIC aprovado pela Comisso Estadual de Informtica na Educao e, alm disso, disponham de: (a) recursos humanos capacitados para implementar tal projeto; (b) ambiente adequado para instalao de equipamentos (computadores e perifricos)

    CAPACITAO/ RECURSOS HUMANOS

    Seleo e capacitao de professores oriundos de instituies de ensino superior e tcnico-profissionalizante, destinados a ministrar a formao de professores multiplicadores, para atuarem em sua regio.

    PROFESSORES MULTIPLICADO

    RES

    Um professor-multiplicador um especialista em capacitao de professores (de escolas) para uso da telemtica em sala de aula: formado em cursos de ps-graduao (especializao lato sensu) ministrados por universidades brasileiras (pblicas ou privadas escolhidas em funo da excelncia na rea do uso de tecnologia na educao).

    NTE Ncleo de Tecnologia

    Educacional

    Um NTE tem uma estrutura-padro para o Brasil e uma estratgia de descentralizar o Proinfo. Suas principais funes so: (a) capacitao permanente de professores e tcnicos de suporte; (b) suporte pedaggico e tcnico s escolas (c) pesquisas.

    CETE Centro de

    Experimentao em Tecnologia

    educacional

    Parte integrante da estratgia de consolidao das aes do Proinfo tambm o centro de difuso e discusso em rede de experincias e conhecimento sobre novas tecnologias aplicveis educao. elemento de contato brasileiro com iniciativas internacionais vinculadas a tecnologia educacional e a educao distncia.

    AVALIAO

    A avaliao do Programa nas escolas inclui indicadores tais como: ndices de repetncia e evaso; habilidades de leitura e escrita; Compreenso de conceitos abstratos; facilidade na soluo de problemas; utilizao intensiva de informao em vrias fontes; Desenvolvimento das habilidades de trabalho em equipe; implementao de educao personalizada; acesso tecnologia por alun os de classes scio-econmicas menos favorecidas e desenvolvimento profissional e valorizao do professor.

    METAS ATINGIDAS

    Desde o seu lanamento, o PROINFO equipou mais de 2 000 escolas e investiu na formao de mais de 20 mil professores atravs dos 244 Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE) instalados em diversas partes do pas.

    Fonte: Adaptado de dados do Ministrio de Educao MEC (2001).

    Esta foi a forma que o governo federal encontrou de aproximar a cultura escolar dos avanos de que a sociedade informatizada vivencia, com a utilizao das redes de comunicao, armazenamento, transformao, produo e transmisso de conhecimentos. Um dos passos importantes para que essa aproximao se torne um fator positivo so os recursos investidos em acompanhamento das escolas envolvidas em seu processo pedaggico e administrativo.

  • 33 As aes previstas neste documento inserem-se num contexto poltico-pedaggico mais amplo, no qual se situam, entre outras: livro didtico, parmetros curriculares nacionais, TV Escola, educao a distncia, valorizao do magistrio, descentralizao de recursos para escolas e avaliao da qualidade educacional (MEC/Proinfo, 1997).

    Entre os principais objetivos do Proinfo destacam-se: Melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem

    ...uma qualidade comprometida com a eqidade, e, por isto, com a tentativa de numa sociedade cada vez mais tecnologicamente evoluda oportunizar a todos, ou seja, a igualdade de acesso a instrumentos tecnolgicos disponibilizadores e gerenciadores de informao; os benefcios decorrentes do uso da tecnologia para desenvolvimento de atividades apropriadas de aprendizagem e para aperfeioamento dos modelos de gesto escolar construdos em nvel local, partindo de cada realidade, de cada contexto (MEC/Proinfo,1997).

    Criao de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares. ...para a criao dessa nova ecologia importante que o professor encare os elementos do contexto em que vive o aluno e as incorpore no cotidiano da escola, criando, assim, um novo ambiente semelhante vida, ao que o aprendiz encontrar nas atividades sociais, nos servios e nas organizaes (MEC/Proinfo, 1997).

    Desenvolvimento cientfico e tecnolgico atravs da educao. A capacidade de gesto e de processamento de informaes na sociedade atual caracteriza a competio entre as diferentes realidades produtivas, requerendo dos indivduos intuio, criatividade, agilidade de raciocnio associada ao manejo da tecnologia e maior conhecimento tcnico. A moderna educao, por isto, deve ser dirigida para o progresso e a expanso do conhecimento e, a fim de permitir emancipao individual e coletiva, adequadamente articulada com a cincia e a tecnologia (MEC/Proinfo, 1997).

    Educao para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida.

    As modernas tecnologias de informao e comunicao tornam crescentes as tendncias de surgimento de uma sociedade planetria. Isto exige seres sociais capazes de se comunicar, conviver e dialogar num mundo interativo e interdependente. Seres que entendam a importncia de subordinar o uso da tecnologia dignificao da vida humana, frutos de uma educao voltada para a democracia e amparada em valores, tais como tolerncia, respeito, cooperao e solidariedade (MEC/Proinfo, 1997).

    O Programa PROINFO tem sido realizado em parceria com as Unidades da Federao, que participam da formulao de suas diretrizes, e a base de funcionamento nos estados tem sido confiada a Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE), que formam uma estrutura descentralizada de apoio ao processo de informatizao das escolas, auxiliando tanto no processo de incorporao e planejamento da nova tecnologia, quanto no suporte tcnico e capacitao dos professores e das equipes administrativas das escolas (TAKAHASHI, 2000).

  • 34 Para garantir que os altos investimentos pblicos tenham o retorno esperado, o Programa PROINFO adota critrios junto aos rgos educacionais de cada unidade da Federao. necessrio que as Secretarias Estaduais de Educao, atravs de uma comisso formada exclusivamente para este fim, envie ao MEC projetos consolidados para informatizao das escolas, obedecendo aos critrios estabelecidos pelo Programa. Os projetos estaduais depois de avaliados e aprovados pelo MEC incorporam os planos individuais de cada escola que, aps anlise e aprovao de suas opes tecnolgicas claramente definidas, bem como seus objetivos pedaggicos decorrentes destas incorporaes, do origem implantao dos recursos solicitados.

    Desde a entrada em funcionamento do PROINFO, em 1997, foram criados 223 NTE beneficiando 2 484 escolas pblicas brasileiras do ensino fundamental e mdio. Em nmero de escolas beneficiadas, o Programa ficou aqum de sua proposta original, uma vez que se pretendia, para o binio 97-98 atingir 6 mil escolas, que deveriam corresponder a 13,4% do universo de 44,8 mil escolas pblicas com mais de 150 alunos (TAKAHASHI, 2000).

    A figura 02 retrata as aes do governo federal correspondente ao binio 1996 2002, no processo de informatizao das escolas pblicas brasileiras, de ensino fundamental e mdio.

  • 35

    ProInfo (1996 - 2002)

    2.738

    56.000

    6.000

    1.000

    25.000

    105.000

    1.419

    29.000

    0

    20.000

    40.000

    60.000

    80.000

    100.000

    120.000

    Comp

    utado

    res

    Esco

    las

    P. Mu

    ltiplica

    dores

    P. Tre

    inado

    s

    Figura 02: AES DO PROINFO REFERENTE AO PERODO DE 1996 A 2002

    Fonte: Adaptado do relatrio de atividades do MEC, SEED (2002)

    2.5.1 O PROINFO no Estado da Bahia

    Para que se cumprissem as diretrizes estabelecidas pelo PROINFO e ao mesmo tempo descentralizar essas aes, foi criado na Bahia o PROINFE - Programa Estadual de Informtica na Educao. Segundo seus coordenadores, com a implantao deste Projeto nas escolas da rede pblica baiana, busca-se dar condies a professores e alunos enquanto cidados, para que possam participar ativamente do mundo contemporneo, oferecendo-lhes a oportunidade de explorar e vivenciar uma nova ferramenta de trabalho, de comunicao, pesquisa e entretenimento que, conseqentemente novas perspectivas surgem no processo de ensino aprendizagem e no mercado de trabalho, cada vez mais informatizado e automatizado.

  • 36

    A cota geral de aquisio dos computadores para o Estado da Bahia gira em torno de 8910 computadores. Foram beneficiadas at ento, 127 escolas sendo 70 estaduais e 57 municipais. As coordenaes dos recursos informatizados nessas escolas esto sob a responsabilidade dos Ncleos Tecnolgicos Educacionais NTE (PROINFE/SEC-Ba, 1998) Os coordenadores do PROINFE tm como ao a criao em cada escola de ambientes facilitadores do processo ensino-aprendizagem, onde se estimule a interao como elemento fundamental para tornar a educao um processo individual de construo de carter socializado e cooperativo; espao ideal para se produzir conhecimento e cultura, de uma forma contextualizada e acessvel a todos, contando para isto como uma nova metodologia de trabalho que permita a participao ativa do aluno no processo e um professor capacitado para mediar as aes nesses ambientes. O Laboratrio de Informtica equipado com computadores que atendam a necessidade dos diferentes tipos de usurios, sejam eles de qualquer faixa etria, fator essencial para que esta interao acontea, principalmente se estiverem conectados em rede. O uso das redes possibilita no s conhecer e compreender outros modos de viver, outras histrias, mas contrapor a sua prpria cultura, comear a conhec-la, uma vez que eles sero estimulados a falarem sobre ela, e a se orgulharem ou no de suas tradies, criando-se assim, um embasamento slido para o crescimento de cidados crticos, conscientes, atuantes e transformadores da sociedade Os fios tericos que se estabelecem nesse processo de construo so: o aluno como centro do processo; o professor como articulador da produo do conhecimento e da cultura e o ambiente como provocador de situaes significativas de aprendizagem. Os critrios adotados para que a escola seja vinculada ao Programa, so os mesmos exigidos pelo PROINFO, ou seja, que a escola possua um Projeto Pedaggico, que assuma um compromisso formal da direo e comunidade escolar com o Plano de Adeso e possuam o espao fsico adequado para instalao dos computadores e implantao do Laboratrio de Informtica. A Secretaria de Educao do Estado da Bahia SEE a responsvel por traar os objetivos e metas na informatizao do ensino no Estado, especificando

  • 37 estratgias, recursos, participao no financiamento do projeto, prazos, equipamentos capacitao e sistemtica de acompanhamento e avaliao. Para que o projeto de informatizao das escolas seja aprovado pelo PROINFO, necessrio que a SEE juntamente com o NTE de cada regio procure atender os objetivos do projeto educacional do estado, traando um planejamento tecnolgico educacional, para um mnimo de cinco anos.

    2.5.2 A implantao dos Ncleos Tecnolgicos Educacionais no Estado da Bahia

    Em consonncia com as diretrizes do MEC/PROINFO, a Bahia cria os Ncleos de Tecnologia Educacional - NTE atravs do Decreto Governamental N. 7.380 de 22.07.1998, como unidades educacionais de grande porte, sendo-lhes asseguradas as condies pedaggicas, administrativas e financeiras cujo objetivo o ensino, acompanhamento e desenvolvimento de projetos pedaggicos na rea de informtica.

    Ficam criados os Ncleos de Tecnologia Educacional - NTE, indicados no Anexo nico deste Decreto, como unidades escolares estaduais de grande porte, sendo-lhes asseguradas as condies pedaggicas, administrativas e financeiras para o ensino da informtica e para o acompanhamento e avaliao dos projetos pedaggicos de informtica, bem como a manuteno e plena utilizao dos equipamentos do Programa de Informtica Administrativa - PINAD e dos laboratrios de informtica implantados nas escolas estaduais e municipais de sua jurisdio, previstos no Programa Estadual de Informtica na Educao PROINFE (Art. 1, Dec. n. 7.380 de 22.07.1998).

    Esses ncleos foram implantados vinculados Secretaria da Educao do Estado, sob orientao da SUD - Superintendncia de Desenvolvimento Educacional, estando inicialmente sob a coordenao da CRD - Coordenao de Recursos Didticos/GETEC e posteriormente, conforme o Decreto Governamental n 7804 de 16/05/2000, foram vinculados ao IAT - Instituto Ansio Teixeira, um rgo governamental que viabiliza aes no mbito educacional no estado da Bahia O Instituto Ansio Teixeira atravs de sua coordenao entende que, a criao de ambientes facilitadores que permita a atuao da escola, uma melhor forma de atuar do professor e participao ativa do aluno no processo ensino aprendizagem torna as aes dos NTEs do Estado da Bahia de extrema importncia no contexto educacional. Para tanto, o papel da escola deve transformar-se do centro das informaes para um espao ideal de produo de conhecimento e cultura, e

  • 38

    atravs da mediao dos professores estimular s aes de carter socializado e cooperativo. Os Ncleos so compostos por recursos humanos em nmero de dezenove funcionrios dentre os quais, seis so professores licenciados que receberam Curso de Especializao em Informtica, atravs da parceria SEC (Secretaria da Educao) UCSAL (Universidade Catlica de Salvador/UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). Cada Ncleo tem sob sua responsabilidade atribuies pr-definidas pelo Programa visando a implantao e dinamizao dos laboratrios ora implantados e a implantar nas Unidades Escolares includas no Programa. Atualmente, encontra-se em funcionamento 17 NTEs regionais sendo Salvador com 03 Ncleos, Feira de Santana, Santo Antonio de Jesus, Itabuna, Jequi, Juazeiro e Barreiras integrantes da primeira etapa. Numa segunda etapa foram beneficiadas as cidades de Teixeira de Freitas, Alagoinhas, Paulo Afonso, Guanambi, Itaberaba, Jacobina e Vitria da Conquista.Os Ncleos esto distribudos (com exceo dos Ncleos de Salvador) conforme figura 03.

    Figura 03: Distribuio dos NTEs no Estado da Bahia Fonte: Secretaria do Estrado da Bahia-BA, PROINFE,1998.

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE1 - Salvador Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE2 - Salvador Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE3 - Feira de Santana Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE4 - Santo Antnio de Jesus

  • 39

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE5 - Itabuna

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE6 - Jequi

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE7 - Juazeiro

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE8 - Barreiras

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE9 - Teixeira de Freitas

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE10 - Alagoinhas

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE11 - Paulo Afonso

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE12 - Guanambi

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE13- Itaberaba

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE14- Jacobina

    Ncleo de Tecnologia Educacional - NTE16- Vitria da Conquista

    Ncleo de Educao e Tecnologia - NTE17- Salvador

    Alm das atribuies estabelecidas pelo PROINFO, os NTEs no Estado da Bahia objetivando criar condies para a descentralizao operacional do Programa, tm promovido aes de cunho regional que facilitem aos coordenadores do PROINFE o alcance de seus objetivos. Esses objetivos so apresentados no quadro 04.

  • 40

    QUADRO 04: Atribuies dos Ncleos Tecnolgicos Educacionais e dos Docentes Especialistas.

    NCLEO TECNOLGICO EDUCACIONAL - NTE DOCENTES ESPECIALISTAS Planejar e executar as metas do Programa, em consonncia com as diretrizes da Secretaria da Educao;

    Garantir a qualidade das atividades pedaggicas do Programa no mbito do NTE e das demais escolas, estaduais e municipais, participantes do Programa, atuando junto ao corpo discente e docente;

    Promover, com prioridade, a capacitao dos professores da rede pblica, bem como dos coordenadores pedaggicos, dirigentes e servidores da SEC;

    Apoiar, acompanhar e avaliar os projetos pedaggicos de informtica;

    Constituir-se em centro de demonstrao e experimentao de informtica educativa;

    Permitir a conexo das escolas por constituir-se Ponto de Presena (POP) de acesso a rede Internet;

    Apoiar a implementao das diversas tecnologias educacionais (TV Escola, Vdeo Escola, TeleCurso e Ensino a Distncia);

    Promover eventos vinculados informtica educativa, a nvel regional;

    Disseminar a cultura da informtica na educao; Dar suporte tcnico e apoio manuteno dos equipamentos de informtica do PROINFE e do programa de Informtica Administrativa - PINAD;

    Manter intercmbio com os demais NTE e outras instituies;

    Desenvolver outras competncias inerentes s suas finalidades

    Sensibilizar as escolas para sua incluso no Programa Estadual de Informtica na Educao;

    Planejar e realizar a capacitao dos recursos humanos, em informtica educativa;

    Desenvolver projetos com professores, envolvendo multimeios;

    Acompanhar e avaliar os projetos pedaggicos que envolvam tecnologias educacionais;

    Dar assistncia pedaggica no NTE e nos laboratrios das escolas;

    Atuar proativamente para o aperfeioamento de sua qualificao profissional;

    Zelar pelos materiais didticos e equipamentos dos NTE;

    Preparar e organizar material didtico para as capacitaes;

    Prestar assistncia pedaggica direo do NTE;

    Exercer outras atribuies inerentes s suas funes.

    Fontes: Secretaria do Estado da Bahia-BA, PROINFE, 1998. e Portaria 5232, Art. 1 e Art. 2, publicada no D.O. 18/08/98.

    Cada Ncleo Tecnolgico Educacional no Estado da Bahia tem a seguinte composio:

    01 diretor; 02 vice-diretores; 06 professores com especializao em Informtica Educativa; 02 tcnicos em informtica; 02 servidores para apoio administrativo; 02 servidores para limpeza e conservao; 02 porteiros e 02 vigilantes. As instalaes fsicas dos Ncleos se compem de: 1 SALA ADMINISTRATIVA. 1 SALA DE ATIVIDADES com capacidade para 22 pessoas.

  • 41

    .

    02 SALAS DE CAPACITAO equipadas com 11 micros, 1 scanner de mesa, 2 impressoras sendo 1 jato de tinta colorida e 1 laser.

    01 SALA BSICA com servidor INTERNET, 02 servidores de rede local (um para cada sala de capacitao), 01 impressora a jato de tinta colorida.

    1 SALA DE AULA com mveis modulares que permitem diversos layouts com capacidade para 30 pessoas.

    Figura 04: Ambiente do Ncleo Tecnolgico Educacional Fonte: Secretaria do Estrado da Bahia-BA, PROINFE,1998.

    2.6 Sntese do Captulo

    notria a preocupao dos governos federal e estadual, atravs de Programas como PROINFO e PROINFE no envolvimento e comprometimento com a comunidade acadmica, quanto ao envio de verbas para legitimar a apropriao da tecnologia de informtica nas escolas, oportunizando a formao tecnolgica do cidado. Os Ncleos Tecnolgicos Educacionais com uma estrutura fsica adequada, e com um corpo de pessoas capacitadas, constituem-se em um ambiente com

  • 42 condies de operacionalizar as aes do PROINFE. A capacitao dos professores das escolas objetiva prepar-los para uma nova modalidade de ensino apoiada em tecnologia, com suas possibilidades de integrao e comunicao, introduzindo as mudanas necessrias na educao atravs do processo ensino-aprendizagem e inferindo na estruturao e funcionamento da escola e suas relaes com a comunidade em que est inserida.

  • 43

    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS 3.1 Introduo

    Este captulo apresenta a metodologia de trabalho utilizada no desenvolvimento da pesquisa que analisou a utilizao dos Laboratrios de Informtica das escolas pblicas da rede municipal de Itabuna. Esta anlise foi feita para conhecer a opinio dos professores das escolas que possuem o Laboratrio de Informtica, saber o grau de utilizao dos computadores neste Laboratrio e detectar atravs das opinies coletadas, processos de melhoria nos aspectos pedaggicos, a partir da implantao desta tecnologia no cotidiano da escola.

    3.2 Caracterizao da Pesquisa

    Silva (2001) classifica as pesquisas cientficas quanto: natureza da pesquisa; forma de abordagem do problema; aos objetivos e quanto aos procedimentos tcnicos. A seguir apresentam-se os procedimentos metodolgicos adotados segundo estes aspectos.

    3.2.1 Quanto natureza da pesquisa

    A pesquisa pode ser classificada como Pesquisa Aplicada, pois conforme Silva (2001) aponta, esse tipo de pesquisa objetiva gerar conhecimentos para aplicao prtica dirigidas soluo de problemas especficos envolvendo verdades e interesses locais. A pesquisa, portanto, est direcionada a uma realidade local e caracteriza-se por coletar informaes que levem a gerar conhecimentos para aplicao prtica nesta realidade especfica.

    3.2.2 Quanto forma de abordagem do problema

    A pesquisa aborda o problema de uma forma qualitativa e considera que h uma relao dinmica entre o sujeito/objeto de pesquisa (professor), o mundo objetivo de pesquisa (laboratrio de informtica na escola) e a prtica do sujeito nesse mundo objetivo.

  • 44

    3.2.3 Quanto aos seus objetivos No que diz respeito aos seus objetivos, a pesquisa caracteriza-se por ser Pesquisa Exploratria por ter uma fase preliminar de levantamento bibliogrfico e entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado. A descrio do processo de utilizao dos laboratrios de informtica por parte dos professores deu o carter de se classificar tambm em uma Pesquisa Descritiva, durante a fase em que se descreve as caractersticas do grupo objeto de estudos e avaliamos as informaes encontradas.

    3.2.4 Quanto aos procedimentos tcnicos

    Nessa categoria de classificao, a pesquisa se classifica em mais de uma forma:

    Pesquisa Bibliogrfica que engloba o levantamento das informaes inerentes ao uso dos computadores nos Laboratrios de Informtica

    Estudo de Caso, pois enfoca situaes propiciadas pela insero dos computadores nas escolas da rede municipal de ensino.

    3.3 Universo da Pesquisa

    O universo pesquisado composto por professores das escolas pblicas da rede municipal de ensino, em Itabuna, na regio sul do estado da Bahia, que esto atuando nos primeiro e segundo ciclos no ensino fundamental. As escolas so equipadas com um Laboratrio de Informtica nos padres estabelecidos pelo Programa Estadual de Informtica na Educao PROINFE e o corpo de professores que esto atuando nos Laboratrios de Informtica possuem capacitao em Informtica Bsica e Informtica Educativa promovido pelo NTE local.

    3.4 Instrumentos da Coleta de Dados

    Os instrumentos que foram utilizados para a coleta de dados foram: Registros das aes do Ncleo Tecnolgico Educacional NTE local; Questionrios aplicados aos professores das escolas selecionadas;

  • 45

    Visitas aos Laboratrios de Informtica das escolas, durante o perodo de aplicao das atividades dos professores envolvidos na pesquisa.

    3.4.1 Aes do NTE

    A anlise documental constitui-se no estudo das aes do NTE durante o perodo de 1998 a 2002, contribuindo com dados acerca dos recursos materiais e humanos investidos pelo PROINFO no Estado da Bahia. A anlise destes dados quantifica o nmero de professores capacitados neste perodo pelo Ncleo e esto inseridos relatrios dos projetos desenvolvidos aps a implantao do Laboratrio de Informtica nas escolas.

    3.4.2 Questionrios aplicados aos professores

    Foi elaborado um questionrio direcionado aos professores do ensino fundamental - 1 e 2 ciclos, das escolas da rede municipal de Itabuna e que foram capacitados pelo Ncleo Tecnolgico Educacional - NTE, com o objetivo de coletar dados sobre o perfil do professor que utiliza os computadores nos Laboratrios de Informtica dessas escolas e detectar suas possveis dificuldades quanto utilizao desta tecnologia. O questionrio divide-se em duas partes:

    Identificao, em que as questes so voltadas para o perfil pessoal e profissional do professor e sua experincia no manuseio com os computadores;

    Utilizao, em que as questes analisam o acesso dos professores e alunos nos Laboratrios de Informtica das escolas, motivao dos alunos, mediao professor aluno e procuram obter em questes abertas, dados sobre dificuldades dos professores ao inserir os computadores em sua prtica.

    3.4.3 Visitas aos Laboratrios de Informtica nas escolas

    A observao assistemtica compreende a fase da coleta de dados em que o pesquisador mesmo sem utilizar meios tcnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas, ele recolhe e registra fatos que possa complementar sua pesquisa (Lakatos, 2003). Para este tipo de observao utilizou-se visitas s escolas em seu

  • 46

    Laboratrio de Informtica, no horrio das atividades dos professores e alunos neste ambiente, com o objetivo de obter atravs de questes abertas, dados sobre o comportamento, cooperativismo, motivao e a relao professor-aluno com a utilizao dos computadores no processo ensino-aprendizagem. Para obteno destas informaes foram entrevistadas informalmente as pessoas envolvidas com o Laboratrio de Informtica, como professor multiplicador, coordenador da escola, monitor, o professor da escola e o aluno.

    3.5 Anlise dos dados

    Alguns critrios so utilizados para a seleo da amostra da pesquisa. So eles:

    Escolas pblicas da rede municipal de Itabuna Bahia de 1 2 ciclo do ensino fundamental;

    Destas escolas, escolheu-se s que esto equipadas com Laboratrio de Informtica;

    Os professores entrevistados pertencem a estas escolas, so capacitados nos cursos oferecidos pelo Ncleo Tecnolgico Educacional 05 em Informtica Bsica e Educativa e adotam o Laboratrio de Informtica em sua prtica didtico-pedaggica.

    Para a tabulao dos dados e elaborao dos grficos da pesquisa, utilizou-se uma planilha do Microsoft Excel.

    Considerando as respostas das questes abertas como contribuies espontneas e valiosas, foram inseridas como comentrios, ou foram comentadas em separado, valorizando esta contribuio do professor entrevistado e das pessoas envolvidas nas atividades do Laboratrio de Informtica.

  • 47

    4 ESTUDO DE CASO: UTILIZAO DOS LABORATRIOS DE INFORMTICA NAS ESCOLAS DA REDE PBLICA MUNICIPAL DE ITABUNA

    4.1 Introduo

    A partir da metodologia proposta, este captulo apresenta a anlise dos dados relativos a utilizao dos Laboratrios de Informtica inseridos nas escolas pblicas da rede municipal de Itabuna, na regio sul da Bahia.

    4.2 Universo da pesquisa O universo estudado composto por professores do ensino fundamental 1 e 2 ciclos, das escolas da rede pblica municipal de Itabuna. Esses docentes so capacitados em Informtica Bsica e Educativa pelo Ncleo Tecnolgico Educacional 05. A coleta dos dados foi feita em trs escolas da rede pblica municipal de Itabuna, que possuem Laboratrio de Informtica implantadas pelo PROINFO e contam com o apoio tcnico-pedaggico do NTE local, conforme quadro 05.

    QUADRO 05: Escolas Pesquisadas Escolas N

    Professores N

    Alunos

    Turnos de

    Funcionamento

    N de Computadores por

    Laboratrio de Informtica

    Acesso Internet

    Grupo Escolar Amlio Cordier

    15 431

    Matutino Vespertino

    11

    No

    Grupo Escolar Prof. Everaldo

    Cardoso

    18

    788

    Matutino Vespertino

    Noturno

    12

    No

    Grupo Escolar Ubaldo Dantas

    23 972 Matutino Vespertino

    11 No

    Fonte: INEP - Censo 2002

  • 48

    4.3 Amostra da Pesquisa

    Das trs escolas municipais pesquisadas, foi submetido ao questionrio um total de vinte professores capacitados pelo NTE 05 que utilizam o Laboratrio de Informtica em sua prtica, sendo distribudos da seguinte forma:

    QUADRO 06: Professores Pesquisados Escolas N Professores Porcentagem

    Grupo Escolar Amlio Cordier

    07 46,7%

    Grupo Escolar Prof. Everaldo Cardoso

    06 33,3%

    Grupo Escolar Ubaldo Dantas

    07 30,4%

    Mesmo com as capacitaes em Informtica Bsica e Educativa promovidas pelo Ncleo Tecnolgico Educacional 05, desde a implantao do Laboratrio de Informtica nestas escolas, nem todos os professores estavam aptos a utilizar os computadores. Segundo relatrios de atividades do NTE 05, isto ocorreu porque:

    Nem todos os cursistas concluram as capacitaes; Houve remoes e remanejamentos no perodo entre as capacitaes e a implantao do Laboratrio de Informtica;

    Alguns destes professores estavam gozando licena mdica ou licena prmio. Durante as visitas de forma assistemtica s escolas, foram entrevistados pessoas envolvidas com o Laboratrio, como: coordenadores da escola (03), monitores do Laboratrio (02) e professores multiplicadores do NTE (02) que, em uma conversa informal, traaram relatos das experincias com os alunos neste ambiente de aprendizado. Esses relatos se constituem de grande importncia para a pesquisa, pois refora a opinio dos entrevistados quanto ao do Laboratrio de Informtica na vida da escola.

  • 49

    4.4 Anlise dos Dados 4.4.1 Perfil dos professores entrevistados

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Sexo

    MasculinoFeminino

    Figura 05: Perfil do professor - Sexo

    0%10%20%30%40%50%60%

    Faixa Etria

    20 a 3031 a 4041 a 5051 em diante

    Figura 06: Perfil do professor - Faixa Etria

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    Formao

    SecundriaSuperior

    Figura 07: Perfil do professor - Formao

  • 50

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Tempo de docncia

    At 02 anosDe 03 a 05 anosDe 06 a 10 anosAcima de 10 anos

    Figura 08: Perfil do pr