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terça-feira, 18 de agosto de 2015 Direito Empresarial I Prova 1: Sexta-feira dia 11 (parte geral, conceito de empresário, registro individual de empresa, obrigações do empresário e estabelecimento empresarial) 2 questões discursivas e 5 objetivas de múltipla escolha; Prova 2: - ; Prova 3: - . Dobra-se a melhor nota. Aulas 01 e 02: Introdução Ausente. Transcrevo integralmente o caderno da Luiza B.M. no ponto. " Introdução Há aproximadamente 20 anos atrás encontra-se em vigor o Código Comercial, publicado em 1850. Para que tipos de relação ele era aplicado? Para relações que envolviam atos de comércio/mercancia. Qual era a definição legal para esses atos de mercancia? O regulamento 737/1850 dizia, em seu art. 19, o seguinte: Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3° As emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. (Vide Decreto nº 1.102, de 1903) § 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio maritimo. § 5. ° A armação e expedição de navios. Essas atividades se submetiam ao Código Comercial. Sempre existiu o comércio, desde que o ser humano deixou de ser nômade para se estabelecer surgiu aquele. O Código de Hamurabi é bem extenso no que diz respeito a esse assunto, por exemplo. As ordenações Filipinas possuem um dispositivo que fala da proteção ao comprador, dizendo que se a falsidade que se fizer na mercadoria for em valor superior a um marco de prata há uma pena de morte por enforcamento. No império português a pena para pequenas falsidades era o envio para o Brasil, e para as grandes falsidade era a morte. O comércio mais ou menos organizado, começando a ter feição empresarial, ou seja, o exercício da atividade empresarial começa aproximadamente no século XI. Qual é a primeira instituição que parece com uma empresa ou começa a aparecer uma confederação de empresa? É um fenômeno social que nós chamamos de corporação de ofício ou guilda. Basicamente da queda do Romano Ocidental até o séc. XII a Europa vive o período das trevas, 1

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Primeira prova, prof. Orlando

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Prova 1: Sexta-feira dia 11 (parte geral, conceito de empresário, registro individual de empresa, obrigações do empresário e estabelecimento empresarial) 2 questões discursivas e 5 objetivas de múltipla escolha; Prova 2: - ; Prova 3: - . Dobra-se a melhor nota.

Aulas 01 e 02: Introdução

Ausente. Transcrevo integralmente o caderno da Luiza B.M. no ponto."Introdução

Há aproximadamente 20 anos atrás encontra-se em vigor o Código Comercial, publicado em 1850. Para que tipos de relação ele era aplicado? Para relações que envolviam atos de comércio/mercancia. Qual era a definição legal para esses atos de mercancia? O regulamento 737/1850 dizia, em seu art. 19, o seguinte:

Art. 19. Considera-se mercancia:

§ 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso.

§ 2º As operações de cambio, banco e corretagem.

§ 3° As emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. (Vide Decreto nº 1.102, de 1903)

§ 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio maritimo.

§ 5. ° A armação e expedição de navios. 

Essas atividades se submetiam ao Código Comercial.

Sempre existiu o comércio, desde que o ser humano deixou de ser nômade para se estabelecer surgiu aquele. O Código de Hamurabi é bem extenso no que diz respeito a esse assunto, por exemplo. As ordenações Filipinas possuem um dispositivo que fala da proteção ao comprador, dizendo que se a falsidade que se fizer na mercadoria for em valor superior a um marco de prata há uma pena de morte por enforcamento. No império português a pena para pequenas falsidades era o envio para o Brasil, e para as grandes falsidade era a morte.

O comércio mais ou menos organizado, começando a ter feição empresarial, ou seja, o exercício da atividade empresarial começa aproximadamente no século XI. Qual é a primeira instituição que parece com uma empresa ou começa a aparecer uma confederação de empresa? É um fenômeno social que nós chamamos de corporação de ofício ou guilda. Basicamente da queda do Romano Ocidental até o séc. XII a Europa vive o período das trevas,

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basicamente nenhum comércio, pouco de relevante foi inventando pela sociedade. A partir dali as coisas começaram a evoluir, muitos historiadores apontam essas corporações de ofício como um dos motivos para isso. As pessoas começam, até por questão de segurança, a se estabelecer nas cidades e lá começam a se formar essas corporações de ofício. Há a corporação de ofício dos serralheiros, dos tecelões e etc. Essa corporação começa a exercer várias funções: segurança, começa a ter uma espécie de “previdência”, tudo para as pessoas poderem se empenhar mais em suas atividades profissionais. Por conseguinte, as corporações passam a se corresponder entre si gerando um efeito, principalmente a partir do séc. XIV, que é a atividade bancário. Era um banco onde você depositava seus valores e você recebia uma nota. Você não precisava mais andar com baú cheio de peças de ouros, agora você pode andar como uma nota que é reconhecida pelo banqueiro correspondente.

Facilita-se então a movimentação de capital, o movimento das técnicas de elaboração dos produtos, a criação de produtos mais refinados e, mais do que isso, todas essas características são desenvolvidas sem Estado Nacional. Como se trabalhava todas as problemáticas sem justiça, sem Estado? As corporações começam a criar um direito dos mercadores, não apenas enquanto direito positivo, não apenas como conjunto de normas, mas com estrutura de aplicação (tribunais e etc). Ademais, uma vez que esse sistema não estava ligado à um Estado ele não podia se ligar pelar força, mas pela credibilidade. O direito era aplicado então pelos próprios mercados, sem a presença de um Estado Central.

Então na primeira fase tem uma caracterização subjetiva - direito dos mercadores. Começa-se a mudar no final do século XVIII, a grande razão é em 1808 (cenário em que Estados estão consolidados) Napoleão ter feito o code civile. Nós temos nesse momento o código civil e o código comercial, em regra geral se aplica o civil e o comercial para atos de comércio. Cria-se uma fase de caracterização objetiva. Isso funciona razoavelmente bem até 1942, quando temos a promulgação do Código Civil, esse unifica o direito das obrigações, passa a tratar as obrigações empresariais e civis no mesmo diploma. Tal fato gera a questão do nosso direito comercial ser bastante influenciado pelo Direito Italiano. Começamos a dizer então que a teoria dos atos do comércio não dá boas respostas, para aplicar o direito empresarial (disciplina jurídica normativa) é melhor se aplicar a “teoria da empresa”.

O que é empresa? É a atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. (…) Não se confute nem com o empresário (sujeito) e nem com o estabelecimento empresarial( coisa). Ou seja, é o conjunto de fatores que permite a atividade econômica organizada. Se eu tenha uma atividade econômica organizada para circulação de bens e serviços deverão ser aplicados naquilo que for pertinente as regras específicas destinadas a atividade da empresa.

Imaginem que o Zé da Silva está gastando mais do que recebendo. Vencendo as obrigações, os credores querem receber. Ele pode pedir falência para ganhar um fôlego para pagas as dívidas? Não, pois a lei de falência se direciona exclusivamente para a empresa.

Outro exemplo, Zé pega um empréstimo e firma um contrato de penhor mercantil. Ele pode? Não, esse contrato não terá efeito jurídico.

O empresário, aquele que exerce empresa, aos seus atos se tratando de relações empresarial aplica-se as regras específicas.

Resumindo: Existe um histórico de desenvolvimento do direito empresarial que em um primeiro é subjetivo (qualidade da pessoa), depois passa a ser objetivo com o Código

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Napoleônico (conforme ato praticado/ato de mercado) e, atualmente, temos uma terceira corrente que é a da teoria da empresa, posto no Código Civil de 2002, a qual vai dizer que a atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, não se confute nem com o empresário e nem com o estabelecimento empresarial.

Empresário

É aquele que se dedica a exercer profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Empresário é, portanto, quem exerce empresa.

Elementos: a) Profissionalmente - o que significa dizer exercer uma atividade de forma profissional? Preciso de uma certa habitualidade e uma certa organização. Se pensarmos em uma determinada paróquia que exerce uma feira determinado período do ano, falta a habitualidade, apesar de ter organização. Se algum de vocês esporadicamente foi pra Disney e comprou relógios, uns três, para vender no Brasil também inexiste a habitualidade. Existe uma necessidade da habitualidade (que é diferente de exclusividade), que significa uma certa reiteração, uma certa repetição e precisa também de uma forma organizada.

b) Atividade Econômica - para efeitos de caracterização de um empresário o requisito da “atividade econômica” é diferente pro direito do consumidor e para o direito empresarial. Os sujeitos do direito do consumidor são o consumidor e o fornecedor, essa lei não faz menção a figura do empresário. Fornecedor é um conceito mais amplo que de empresário. Por exemplo, em cima do Morro da Cruz tem um Hospital, esse Hospital é mantido por uma entidade não lucrativa chamada Irmandade do Nosso Senhor Jesus dos Passos que se organizada em forma de associação (sem fim lucrativo e não pode exercer a atividade de empresa). A associação não é empresária, mas é fornecedora, uma vez que opera no mercado com propósito econômico, mas não lucrativo. O direito empresarial, portanto, necessita do requisito lucro, o fornecedor precisa apenas de propósito econômico, com ou sem lucro. Em outras palavras: o conceito de fornecedor é diferente do conceito de empresário (lei 8.078 traz o conceito de fornecedor e o CC/02 traz o conceito de empresário).

c) Atividade Organizada - quando eu falo em organizada estamos falando em quatro fatores próprios da produção capitalista:

1. Mão de Obra - regra geral: de terceiros. Geralmente quando um profissional exerce atividade sozinho acaba por ser uma atividade não empresarial, essa é a regra, tem exceções.

2. Insumos - como regra não é apenas o trabalho pessoal, não é apenas a sua arte, é a sua arte associada com equipamentos, materiais e etc.

3. Capital - a atividade empresarial geralmente requer capital. Vamos falar sobre capital social, capitalização de empresa e etc.

4. Tecnologia ou know-how - pressupõe que alguma tecnologia, algum método específica de elaboração, de trabalho, é utilizado na atividade empresarial.

Isso vai ser importante para identificar a diferente entre um dentista que trabalha apenas com a sua secretaria com uma grande clínica de raio-x. A diferença é que dependendo de caracterizarmos ou não determinado empreendimento como empresa ou não as regras diferem

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e isso tem um impacto significativo. Eu vou mostrar posteriormente três situações em que a caracterização da empresa foi fundamental para se decidir a aplicação das regras empresariais, vou mostrar na prática.

d) produção ou circulação de bens e serviços

Exceções

Existem certas profissões ou certos modos de empreender em que apesar de nós potencialmente termos os requisitos acima (exercício profissional de atividade econômica organização de produção ou circulação de bens ou serviços) não são considerados empresários. Que tipos de atividade são essas?

Aqueles que exercem atividade intelectual de natureza científica, literária ou artística. Exemplo: médicos, advogados, dentistas, arquitetos, engenheiros, jornalistas e etc. Trabalham mais com o cérebro do que com o músculo, quem busca essas pessoas busca mais em razão da qualidade pessoal dos profissionais do que da marca, há uma pessoalidade no serviço prestado (geralmente há uma relação de confiança entre quem contrata e esses profissionais). Consequências: a) registro da pessoa jurídica não é na junta mas sim no cartório de registros e documentos (a OAB é o único órgão de classe que tem função registral); b) não existe fundo de comércio (não considera clientela, ou seja, bens incorpóreos em geral e seu respectivo valor econômico);

Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. O que isso significa? Vou dar exemplos. Um ramo da atividade médica que é muito propenso a constituir elemento de empresa é a medicina do trabalho, uma vez que essa muitas vezes não tem relação de pessoalidade e confiança. Você não procura aquele serviços em função das características pessoais, mas porque mandam você ir. Clínica de exames constitui elemento de empresa? Você entra em um estabelecimento grande, sendo tratado mais como um cliente do que um paciente, não há fidúcia, não há pessoalidade. Nesses dois casos constitui-se atividade empresarial. Essa linha é tênue.

Outro indício que podemos verificar para checar se um determinado exercício é considerado empresa ou não é olhar se trata-se de profissão regulamentada ou não. Exemplo: para ser sócio de construtura precisa ser engenheiro? Não, logo, constitui empresa. Claro, eu preciso de um engenheiro para erguer um prédio, mas ele pode ser um contratado, não precisa ser um sócio. Isso fica muito claro nos serviços médicos ou jurídicos - a OAB por exemplo não admite uma sociedade de advogado em que existe um não advogado no meio, a mesma coisa com médicos ou dentistas.

Sobre a questão de pedido de falência do meio hospitalar, mesmo quando registrados na junta ao invés de no cartório de documentos e registros, não há precedente no STJ. A circunstância da sociedade exercer atividade econômica com finalidade lucrativa, só por si, não confere a ela qualidade de sociedade empresária".

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Aula 03: Ambiente de negócios no país

Orlando passou um texto do André Santa Cruz Ramos sobre o ambiente jurídico-negocial no país.

A nossa CF, que lança os princípios orientadores da Ordem Econômica e a atividade empresarial, em função de sua natureza cria algumas situações de conflito aparente que devem ser solucionadas. Alguns desses conflitos já foram analisados pelo STF e há outros a serem analisados pela perspectiva de trade-offs. A partir dessas análises é possível melhor compreender o ambiente empresarial brasileiro.

Livre iniciativa

A livre iniciativa (CF, art. 170) é um dos pilares iniciais a serem considerados. A significação dada pelo Orlando é de que "as pessoas devem ter liberdade de empreender [licitamente], especialmente empreender empresa". Alguns pontos contrapostos colocados são:

- Restrição de horário: pode um Município estabelecer limites de horário comerciais obrigatórios ao setor empresarial ou isso infringe a livre iniciativa? Quando provocado, o STF tem afirmado reiteradamente que no conflito aparente entre livre iniciativa e restrição de horário de funcionamento os Municípios podem restringir os horários, pois se trata de um assunto de interesse local, que, nos termos do art. 30, I, da CF/1988, são de competência legislativa municipal. Entretanto, o que o Orlando tem visto na prática, mas sem muita base legal, é a autoridade policial editando portarias que regulam esse horário; mas em geral é derrubado via MS. Logicamente deve-se respeitar o princípio da legalidade e da proporcionalidade/razoabilidade, bem como a isonomia (caso Brusque, que tentou proibir o comércio de domingo, prejudicando largamente a Havan em específico). Portanto, não se pode empreender fora dos horários permitidos, é uma restrição, a priori, oponível à livre iniciativa.

- Distância mínima entre concorrentes (Lei Municipal): isso é uma questão municipal de zoneamento, mas já foi uma discussão no STF por conta das farmácias: na década de 1980 os municípios começaram a adotar uma política de distância mínima para espalhar o atendimento. O STF afirmou que o Município pode regular o zoneamento, incluindo de forma geral um tipo de estabelecimento em determinada localidade do município, mas não pode limitar a distância entre os concorrentes; "se pode uma farmácia numa quadra, pode duas, pode três". OFF: como afirma a Teoria dos Jogos, é comum, principalmente no comércio, que concorrentes eventualmente estabeleçam-se em uma proximidade razoável para atingir um equilíbrio.

- Meia entrada e outras gratuidades: segundo Orlando é uma discussão desvirtuada, os argumentos de ambos os extremos em geral são deslocados. Se o Estado afirma que um estabelecimento não é livre para fixar nos seus preços, ou estabelece quotas

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terça-feira, 18 de agosto de 2015para determinados segmentos, está criando um custo (legal) para a atividade empresarial, que será considerado contabilmente e deve ser considerado em termos do consequente impacto social. Em certos segmentos essa intervenção de favores legais são óptimos, mas se a política é vulgarizada se prejudica a todos: o empresário, o consumidor regular e os segmentos óptimos. A posição do Orlando é que, com um pouco de razoabilidade, se faz meia entrada. O passe livre e outras gratuidades vão no mesmo sentido: não interessa a orientação político-ideológica, a questão é quem deve "pagar o almoço". Há necessidade de subsidiação, seja direta (Estado ou terceira pessoa) ou cruzada (diluída a todos os demais usuários). O debate a ser travado é quem são as pessoas e as condições merecedoras dos benefícios.

- Controle de reajuste de mensalidade escolares: empresário do ensino privado atualmente não possui o direito de fixar a anuidade da maneira que entender, por disposição de Lei Federal. Também não se considera uma intervenção inconstitucional na Livre Iniciativa, e as considerações são as mesmas acima.

- Proibição da importação de veículos usados: apesar de certa discussão histórica, Orlando considera que o Collor realizou a segunda abertura dos portos na história Brasileira, depois de D. João, mas atualmente a União Federal regula e proíbe a importação de certos bens (como veículos usados, ressalvados os de colecionadores; pneus etc.), com aval do Supremo Tribunal Federal.

- Regulamentação de profissões: é uma discussão muito inflamada atualmente, e o André Santa Cruz fez um apanhado e afirmou existir 68 profissões regulamentadas atualmente, duas delas com exames de proficiência como requisito de admissibilidade (advocacia, por lei federal, e contabilidade desde 2012, mas por resolução do conselho federal, sem base legal ainda). As outras 66 não possuem exames de proficiência. O STF, em duas situações, afirmou (1) que não é lícito a exigência de diploma de jornalismo para o exercício da profissão e, na mesma esteira, (2) que a Ordem dos Músicos do Brasil não poderia exigir a carteira da ordem para a apresentação musical remunerada em bares ou outras casas de evento, por constituir uma indevida reserva de mercado por ausência de previsão legal. O STF afirmou que existem profissões, regulamentadas ou não, em que existe um interesse público focado no seu exercício, enquanto em outras não. i.e. A profissão de sommelier é regulada, mas qualquer cidadão pode ser contratado por um restaurante para indicar vinhos, sua história e seu balanceio com refeições para clientes, irrestritamente, sem possibilidade de intervenções de associações ou afins. Arquitetura e engenharia, entretanto, só podem ser exercidas por bacharel da área, regularmente inscrito na ordem respectiva, dado que existe um interesse público na atividade e potencial lesivo na sua execução não profissionalizada.

Livre concorrência

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terça-feira, 18 de agosto de 2015Outro princípio fundamental para a empresa é a liberdade de concorrência, que também encontra algumas situações de conflito, sobretudo pelo sistema concorrencial e o diálogo com o microssistema consumerista:

- Proteção ao consumidor

- Mercados regulados - solução de mercado

- Mercados regulados - solução regulada: é permissível o poder normativo das Agências Reguladoras e, apesar de estatais, não são órgãos de defesa do Estado nem do consumidor, mas do serviço público objeto da concessão, tutelando a relação triangular Concessionário-Concedente-Consumidor, embora com aparelhamento técnico geralmente esvaziado.

- Captura - legal: a crítica ao modelo regulatório é a teoria da captura, como visto em Teoria da Regulação. A captura legal é quando o concessionário, por possuir conhecimento técnico superior ao do consumidor e do concedente, consegue influenciar as decisões da agência reguladora (modelo americano).

- Captura - ilegal: captura ilegal, logicamente, é através por meio de subornos e compras de pessoal. Também visto em teoria da regulação.

Propriedade privada

Outro pilar sem o qual não existe atividade empresarial é a propriedade privada, que também tem seus enfrentamentos:

- Relativização

- Função social da propriedade

- Função social da empresa

Aula 04: Empresário individual e EIRELI

Junta Comercial e elementos constitutivos da EIRELI

Para informações relativas aos itens 1 a 3 da aula, consultar caderno da Luiza B.M., transcrito abaixo.

"Critérios: 1) Uma única pessoa. Pode o único sócio (titular) ser pessoa jurídica? A lei não fala, mas o registro de comércio diz que só pode ser pessoa física.

2) Capital Social não inferior a 100 salários mínimos, bastante criticado. Ou seja, só é EIRELI empresas de médio porte, as de pequeno porte devem continuar como empresário individual. Essa questão é bastante convertida, afinal, como pode um ente administrativo restringir a lei? Há alguns julgados falando que a instrução normativa 117/11 do DNRC é ilegal

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ao interpretar restritivamente o art. 980-A, não precisa ser só pessoa física. No projeto de lei antes havia a restrição de pessoa física, contudo, no projeto final retirou-se essa parte, hermeneuticamente falando, portanto, o desejo do legislador era permitir também a pessoa jurídica.

3) Totalmente integralizado - quando estipula o capital social de uma empresa (o qual é mutável, altera-se ao longo do tempo) deve ter capital integralizado de no mínimo 100 salários mínimos, o capital subscrito pode ser maior, contudo, deve ter aquele mínimo integralizado. Ou seja, não se admite que o capital seja integralizado no futuro, deve ter no começo da empresa o capital social de 100 salários mínimos pelo menos. A junta comercial não registra a EIRELI se o capital não estiver totalmente integralizado."

Atos de Conta e Registro de Empresas, a competência é federal pela natureza delegada; já em atos de gestão da Junta Comercial a competência é estadual.

EIRELI

Orlando critica o § 2º do 980-A do CC, que limita a criação de 01 EIRELI por indivíduo, mas aponta que é a regra do jogo. Registrar uma EIRELI cujo titular é PJ já é uma complicação, geralmente precisa-se tentar judicialmente. Agora, uma mesma PJ ter várias EIRELI em seu nome é algo que nunca viu, mas não vê óbices na medida em que a limitação se refere à pessoa física, não devendo impedir organizações internas das empresas (como uma empreiteira que tenta criar 5 EIRELI, uma para cada empreendimento em diferente localidade, seria até melhor para os clientes).

OBS: Mas para isso já não existem as subsidiárias integrais? Orlando afirma que também existe o patrimônio de afetação (L 9435?), então não deveria haver obstáculos quanto a disseminação das EIRELI em organização societária.

Enfim, a EIRELI vai ser registrada na Junta Comercial, que é o primeiro passo para o empresário estar regular (sobre benefícios da regularidade, lembra da recuperação judicial, opção pelo simples, opção pelo lucro presumido e outros benefícios legais).

"São cláusulas indispensáveis à constituição e registro da EIRELI as seguintes:

a) nome empresarial, que poderá ser firma (nome civil do titular, Orlando Silva Neto EIRELI) ou denominação (Gralha Azul EIRELI, espécie de nome empresarial sem vinculação com o nome civil ou com a atividade empresarial), do qual constará obrigatoriamente, como última expressão, a abreviatura EIRELI;

b) capital expresso em moeda corrente, equivalente a, pelo menos, 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País (CC, art. 980-a) (o CSN não pode ser reduzido abaixo desse nível, com o SM da data da redução);

c) declaração de integralização de todo o capital (CC, art. 980-A) ;

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terça-feira, 18 de agosto de 2015d) endereço completo da sede (tipo e nome do logradouro, número, complemento,

bairro/distrito, município, unidade federativa e CEP (Orlando já teve atas voltando porque não tinha o CEP ou bairro, a JC faz um rigoroso controle de formalidade)) bem como o endereço das filiais;

e) declaração precisa e detalhada do objeto da empresa (necessidade brasileira de catalogar; é indispensável pois outro cadastro chamado CNAE, Cadastro Nacional de Atividade Econômica do Ministério do Desenvolvimento, será preenchido) (isso vale para qualquer empresa, diferentemente dos USA que possuem o any business *** by law);

f) prazo de duração da empresa (apenas quando for criada por prazo determinado, facultativo);

g) data de encerramento do exercício social, quando não coincidente com o ano civil (nunca viu mas deve existir, todas as empresas apuram seus resultados entre 1º jan - 31 dez);

h) a(s) pessoa(s) natural(is) incumbida(s) da administração da empresa, e seus poderes e atribuições (caso se deseje designar outros administradores, com cláusula ad negocia com os poderes que terá);

i) qualificação do administrador, caso não seja o titular da empresa;

j) declaração de que o seu titular não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade (esta última exigência representa o entendimento do DREI sobra a impossibilidade de uma única pessoa ser titular de múltiplas EIRELIs);

k) declaração de que não está incurso em nenhum dos crimes que impeça a atividade empresarial (suborno, corrupção etc.).

Sequência óptima de registro empresarial:

Ato 0 (Registro na Junta Comercial) (NIRE: Número de Identificação do Registro de Empresa) -> Ato 1 (Registro na Secretaria da Receita Federal) (CNPJ) -> Ato 2 (Registro no Município [exclusivamente prestadoras de serviço, por conta do ICMS ser de competência municipal]) -> Ato 3 (no estado [impostos estaduais, se não for exclusivamente prestadora de serviços]) -> Ato 4 (registro federal, para indústrias e outros ramos de maior impacto) (obtenção do alvará de localização).

É possível apenas abrir uma conta corrente no banco a partir do CNPJ (ato 1), e, portanto, a declaração de integralização do capital significa apenas que o dinheiro já foi reservado, embora ainda não exista o CNPJ e, consequentemente, a conta bancária própria da EIRELI ou sociedade empresária.

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Page 10: Direito Empresarial I

terça-feira, 18 de agosto de 2015A exceção são as SA, que precisam fazer um depósito inicial de 10% como requisito do registro na junta comercial. "Se você for no BB, no setor de PJ e insistir bastante, alguém vai consultar o sistema e ver que, dentro das diversas modalidades de conta corrente - e tem que insistir bastante sem ter o CNPJ - vai encontrar um depósito especial de Sociedades por Ação para constituição, e você vai depositar ali para cumprir o requisito do registro da SA".

Empresário individual

Aquele que exerce com caráter muito pessoal a atividade de empresa, uma forma de exercício de empresa que se presta muito mais para pequenos negócios. Necessita-se do registro na junta comercial também, embora seja mais simples. É necessário declarar seu capital, embora não exista separação de patrimônio e limitação de responsabilidade, mas está no Manual da Junta Comercial. Aponta que a responsabilidade é absolutamente ilimitada, não há qualquer separação, então é realmente uma questão de mera exigência formal.

Quem não pode ser empresário :

"Não podem ser empresários as pessoas absolutamente incapazes (exceto quando autorizadas judicialmente para continuação da empresa, por meio de seu representante): os menores de 16 anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; e os que mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade; b) as pessoas relativamente incapazes (exceto quando autorizadas judicialmente para continuação da empresa; os maiores de 16 e menores de 18 não emancipados) etc. etc. Empresário falido (pessoa física apenas), condenados por crime falimentar ou contra a economia popular etc. Quando se fala de funcionário público, não pode ser Empresário Individual ou Administrador de Sociedade Empresária, mas pode-se ter participação societária, ou ações do BB, e pode-se inclusive participar, se quiser, das Assembléias Gerais. A proibição é de ser empresário, quem exerce atividade empresarial. Auxiliares da justiça de forma geral (leiloeiros), médicos que possuam exercício simultâneo da farmácia e farmacêuticos com exercício simultâneo da medicina. Membros das forças armadas. Estrangeiros para algumas atividades empresariais (Empresas de Transporte Aéreo [exceto a Azul do David Lewman, pois seus pais faziam trabalho missionário no Brasil e, por coincidência, acabou nascendo no Brasil, mas é um americano de criação], por fundamento de interesse nacional (Pesquisa ou Lavra de Recursos Minerais, Atividade Jornalística, etc.), coisas específicas que são restrições para Empresário Individual, por vezes impede o Controle (limitação a 30% do CS), por vezes impede o ingresso na sociedade, resquícios de uma época em que o Brasil era muito fechado)". Fonte: Manual de Registro do Empresário Individual do Departamento de Registros da Federação.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015Versão clean (caderno da Luiza B.M.):

a) "absolutamente incapazes (exceto quando autorizadas judicialmente para continuação da empresa)

b) menores de 16 anos;

c) os que, por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

d) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade;

e) as pessoas relativamente incapazes (exceto quando autorizadas judicialmente para continuação da empresa)

f) os maiores de 16 e menores de 18 anos;

g) os membros dos mP

h) os empresários falidos, enquanto não foram reabilitados;

i) as pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, acesso aos cargos públicos ; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou soborno, concussão, peculato, contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação;

j) os leiloeiros

k) os cônsules, no seus distritos, salvo ou não remunerados;

l) os médicos, para o exercício simultâneo da farmácia;

m) os farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina;

n) servidores públicos civis da ativa, federais;

o) servidores militares da ativa das forças armadas e das polícias militares;

p) os estrangeiros (sem visto permanente);

q) os estrangeiros naturais de países limítrofes, domiciliados em cidade contígua ao território nacional;

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r) os estrangeiros (com visto permanente) para o exercício das seguintes atividades: 1. pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; 2. atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; 3. serem proprietários ou armadores de embarcação nacional, inclusive nos serviços de invasão fluvial e lacustre, exceto embarcação da pesca; proprietários ou exploradores de aeronave brasileira."

Microempreendedor individual

Excelente novidade (2009) e (51) uma boa ideia. O Brasil é um país de muitos empreendedores - um em cada sete brasileiros - se entendido como aquele que exerce seu próprio negócio. Isso é bom, porque mostra que as pessoas se viram e, bem ou mal, uma parte considerável terá sucesso e gerará riqueza. É mal por ser um sintoma, pois isso é mais uma necessidade que uma opção: se as grandes e médias empresas não contratam, ou se pede na rua, se vai pro crime ou se vai para o próprio negócio, e isso em geral possui consequências negativas. Os dados são que existem cerca de 27 milhões de empreendedores irregulares. De 2009 para cá, desses 27 milhões 14 milhões se regularizaram como MEI.

Na prática é se regularizar, entrando no PortaldoEmpreendedor.gov.br e, pessoas como manicures individuais podem conseguir acesso à instrumentos como cartão de crédito, compra de equipamentos mais sofisticados por meio de contratos de crédito (mesmo de pequeno monte é necessário estar regularizado) e, sem toda essa burocracia acima, se consegue o registro ainda pelo site. Não precisa de contador, pois não é necessário manter a inscrição regular na receita federal (empresário individual até sobrevive sem advogado, embora pague um preço alto por isso, mas não sem contador, pois não conseguiria cumprir todas as obrigações acessórias que possui) e, dentro de todas as vantagens, a melhor é que, em caso de acidentes, há benefício previdenciário. Isso além de crédito, emissão de nota fiscal (abertura de possibilidade de negócios com outras PJs, pois despesas são redutíveis do IR) etc. etc.

O MEI, só pra constar, é um tipo de atividade empresarial voltado para valores menores ainda que os empresários individuais, caráter personalíssimos que por vezes sequer caracterizariam atividade empresarial, mas é uma questão de política pública.

Registro mercantil de empresa e outras obrigações do empresário

Ausente na aula, copio integralmente o caderno da Luiza no ponto:

"Registro Mercantil de Empresas

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A fim de que o empresário possa exercer suas atividades habitualmente ele precisa de um registro mercantil de empresas. Para começarmos a entender a importância desse registro temos que olhar o art. ?. Esse registro é obrigatório, quem não se registra esta irregular, informar, possui uma série de prejuízos que o empresário regular não tem. Exemplo: em uma briga de sócios para se determinar o valor da empresa a prova contábil será muito importante e o empresário que tem escrituração regular, se olharmos o art. 379 do CC, o livro devidamente arquivado na junta comercial (e só pode fazer isso o empresário regular) tem força probante. Ademais, no CC (art. 1179 até 1195)vamos encontrar várias regras sobre força probatória da escrituração regular, também encontramos isso no CPC. O detalhamento da contabilidade no Brasil é feito por meio de pronunciamento contábil do Conselho de Contabilidade.

Só pode requerer recuperação judicial o empresário que esteja regulamente registrado. O empresário que não esta regulamentado não consegue ter CNPJ, não conseguindo ter conta específica, formar contrato com administradora de empresas para meios de pagamentos (cartão de crédito e etc). Caso queira importar algo não conseguirá ou, eventualmente, terá que fazer a importação como pessoa natural. Não vai conseguir exportar. O exercício coletivo de empresa sem registro significa confusão patrimonial, consequentemente responsabilidade ilimitada dos sócios.

Vejam quantas coisas. Há uma série de situações em que não ter registro é bastante complicado. A única desvantagem de ter o registro é o fato de se ter a obrigação de manter a escrituração e, eventualmente, o fisco poder ter acesso dessa.

O que é necessário para o registro? Contrato social ou notificação, esse último no caso de empresário individual. Vai depender da forma pela qual se empreende a atividade empresarial, se é EIRELI, sociedade por ações e etc. Mas existem alguns elementos em comum:

a) nome empresarial - firma ou denominação. Firma é um nome empresarial que indique o nome da pessoa natural que exerce essa atividade ou, nas formas coletivas, de uma ou mais das pessoas físicas que fazem parte do quadro societário. Exemplo: Da Silva e Pacelli, Ltda. Essa é obrigatória no caso de empresário individual. Denominação é o chamado nome fantasia.

b) qualificação do exercente - empresário, sócios, administradores. Obs.: nas S/A não há registro na JUCESC doa acionistas. O controle da titularidade das ações da S/A é feita pela própria companhia ou pode se contratar uma empresa para fazer (como o Banco do Brasil).

c) capital - mesmo no caso do empresário individual, servindo para propósitos estatísticos.

d) objeto social - é uma particularidade do Brasil não aceitar objeto genérico de empresa, o empresário precisa fazer constar a atividade ou atividade que irá realizar. Junto com a submissão do seu contrato social ou de se requerimento a empresa deve fazer um cadastro no CNAE na atividade.

e) sede da empresa;

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f) declaração dos empresários e administradores de que não estão incursos em crimes que impeçam o exercício da atividade empresarial.

g) prazo - determinado ou indeterminado (normalmente é indeterminado).

Esse é o conteúdo mínimo. Frente a um caso prático consultem o manual de registro dos empresário, cada tipo societário tem uma instrução normativa específica. Consultem antes pois é ruim pedir para o cliente refazer o ato. É um controle puramente de formalidade, eles não checam conteúdo.

 CAPÍTULO IDo Registro

Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.

Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.

§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos.

§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão.

§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos, em caso de omissão ou demora.

Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos deste artigo.

§ 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Livro serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede do empresário ou da sociedade, e em jornal de grande circulação.

§ 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agências.

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§ 3o O anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembléia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores.

Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requerimento, bem como fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos apresentados.

Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notificado o requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecendo às formalidades da lei.

Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.

Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as referidas formalidades."

Estabelecimento Comercial/Empresarial

Até agora falamos de empresa, e a diferenciamos do empresário, que é o sujeito que exerce a atividade. Afirmamos que existem meios coletivos de exercício de empresa, que é o direito societário e veremos em breve. A partir de hoje veremos que a atividade empresarial precisa de, se não um meio, uma base objetiva, um conjunto formado por ativos tangíveis e intangíveis, e pela exploração organizada e sistemática desse patrimônio: o estabelecimento comercial.

É um conceito muito interessante, incorporado e positivado pelo CC/2002. Oscar Barreto Filho já tinha escrito uma tese chamada Teoria do Estabelecimento Comercial.

CC, art. 1142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizados para exercício da empresa por empresário ou sociedade empresária.

Partindo da definição podemos inferir não só a abrangência de linhas de montagem e outros bens materiais, mas bens imateriais como direitos e patentes, know-how. Quando pensamos em estabelecimento, pensamos tanto nos bens utilizados para o

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terça-feira, 18 de agosto de 2015exercício de empresa quanto na organização que o empresário utilizou para, juntando esses bens materiais e imateriais, chegar ao exercício da empresa.

O Ulhoa Coelho tem um exemplo ruim, mas válido: uma biblioteca vale mais do que a soma dos seus livros e suas estantes, pois existe uma organização, uma série de procedimentos técnicos que te permitem chegar ao conhecimento desejado/necessário.

Nos valendo de outro conceito de direito civil, podemos afirmar que o estabelecimento é uma universalidade de fato. O estabelecimento saudável vale mais do que a soma dos valores individuais de seus componentes.

Maquinários; computadores; frota de veículos para uso comercial; estoque de mercadorias, componentes ou insumos; imóveis, inclusive se for o caso, a própria sede; e outra infinidade de bens tangíveis; marcas; patentes; segredos comerciais; know-how; autorizações governamentais (licenças ambientais, outorgas etc.); nome de domínio (estabelecimento virtual); clientela/carteira de clientes; contratos (trabalho especializado, locação do ponto comercial etc.); e quaisquer outros bens imateriais. Esse conjunto de bens se torna um estabelecimento ao serem organizados e sistematizados para o exercício da atividade empresarial, efetivando a universalidade de fato que é.

Quando falarmos sobre propriedade intelectual veremos mais a fundo as questões virtuais, mas o foco de hoje é a natureza jurídica do estabelecimento e o trespasse.

O conceito que vimos acima nos permite inferir que existe uma parte do patrimônio do empresário que não é estabelecimento, uma parte muito fácil de visualizar no empresário individual e não tanto nas sociedades empresárias e nas EIRELI. Em teoria, a PJ não tem vida dupla, existe apenas para a atividade empresarial. No entanto, há muitas empresas não apenas com ativos irregulares para benefício dos sócios, mas também com intuitos voluntários como a criação de institutos beneficentes, ou criação de sede balneária para os funcionários etc. Esses bens respondem por dívidas da sociedade, mas não fazem parte do estabelecimento comercial.

Não existe estabelecimento sem organização, não existe estabelecimento sem complexo de bens. São necessárias as duas titulações.

Estabelecimento e estabelecimentos

Um empresário tem um estabelecimento comercial ou estabelecimentos comerciais? A própria doutrina não é tecnicamente muito rigorosa, o que facilita o equívoco. Existe um estabelecimento, nos termos delineados acima, espalhado por suas diversas localidades físicas e virtuais. Entretanto, também podemos falar em estabelecimentos nos diversos locais onde existe essa organização de complexo de bens para o exercício empresarial. Um exemplo é a BR Foods, com frigorífico de Videira para suínos, frigorífico de Jussara, para frango, interior de SP para lasanha, frigoríficos especiais

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terça-feira, 18 de agosto de 2015para exportação para Arábia Saudita etc. Cada um desses locais tem suas particularidades, e todos tem um complexo de bens organizados. Podemos falar, portanto, de estabelecimento individual, conceito muito usado no Direito Tributário. Trabalharemos com os dois conceitos: o geral e o específico.

Outras características interessantes do estabelecimento

Embora seja uma universalidade de fato, uma característica do estabelecimento é sua mutação constante. Maquinários (são trocados), patentes (caducam com o tempo) etc. mudam. Não se faz penhora do estabelecimento, portanto, mas de elementos contidos nele (da frota, do estoque, da sede), mas é quase impossível fazer a constrição do estabelecimento com um todo, ainda que possa ser alvo de transferência voluntária. O exercício do direito de credores, portanto, acaba sendo barrado nesses elementos individuais. A Súmula 451 do STJ afirma ser legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial, questão discutida por um tempo nos tribunais por conta da impenhorabilidade dos utensílios indispensáveis ao exercício da atividade empresarial. É verdade que a sede é indispensável, mas se o direito de crédito não for exercido sobre a sede não poderia ser exercido sobre quase mais nada; o intuito da súmula é permitir a avaliação da sede e arrematação em leilão.

Outra situação de tratamento individual do estabelecimento, além da legislação tributária, é na recuperação judicial, que permite a alienação da filial ou unidade produtiva, que embora detenha nomenclatura diferente consiste em conceito idêntico. No entanto, na recuperação judicial não se pode alienar o estabelecimento em si, uma vez que aí não haveria mais atividade de empresa a ser exercida, minando logicamente a recuperação judicial e prejudicando o interesse dos credores. A não ser que, numa hipótese altamente improvável de que todo o estabelecimento é suficiente para quitar as dívidas de todos os credores, incluindo aqueles não sujeitos à recuperação judicial, o estabelecimento não pode ser alienado nesse espaço, embora unidades individuais possam.

Essa venda de unidades individuais ou estabelecimento no todo é possível no âmbito voluntário: o trespasse. No entanto, é algo que traz uma obrigação muito maior que no acordo de recuperação judicial homologado: sucessão. Na venda feita na recuperação judicial não existe sucessão, quem compra não herda passivos tributários, trabalhista, ambiental ou civil. Na transação normal há toda essa sucessão.

O STJ teve poucas oportunidades de realizar uma decisão que menciona os componentes do estabelecimento comercial. Em questões de direito comercial envolvendo estabelecimento é muito comum ver ocorrências penais (furto do estabelecimento) e tributárias (proteções do fisco), mas difícil ver o conceito em si. Uma exemplificação de estabelecimento é o REsp 633.7(8?)179 e outro é o REsp ???? (Min. Nancy Andrigh), versando sobre o estoque.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015Um ato específico de falência, e um crime falimentar dependendo da maneira como é feito, é o trespasse sem deixar bens suficientes para quitar as dívidas com os credores. O STJ já decidiu, por exemplo, que há diferença entre o conjunto de bens organizados e os bens individualmente considerados, e portanto vender mercadorias em estoque na véspera da falência não caracteriza trespasse suspeito.

Elementos

Aviamento (goodwill): capacidade de gerar lucro, apenas quem tem clientela presente ou perspectiva de clientela futura. Qualquer empresa de tecnologia saudável tem ativos intangíveis muito mais valiosos que os tangíveis.

Verificação do valor da empresa (atividade empresarial)

Nas empresas já estabelecidas, fazemos uma média do caixa nos últimos 3 anos. Multiplica-se por um parâmetro de 5 a 7 (nunca mais) para ter uma perspectiva de rendimento nos próximos 5 a 7 anos. Nisso se joga um percentual a mais ou a menos de curva de crescimento (no terceiro ano teve um fluxo de caixa muito maior que no primeiro ano, está em ascenção). Em cima dessa perspectiva se joga uma taxa de descontos relativos ao valor do dinheiro no tempo (dinheiro atual vale muito mais que dinheiro futuro não apenas por inflação, mas por disponibilidade imediata. Esse é, de forma muito simplificada, o critério mais utilizado para verificação de valor da empresa, da atividade; para saber o quanto é justo pagar é necessário colocar mais todo o patrimônio físico. É por isso que valor patrimonial da empresa é muito pouco utilizado para esse tipo de finalidade.

Contrato de trespasse

Quando se fala de compra e venda de empresa geralmente se fala de participação societária. Mas pode estar-se a falar sobre compra e venda do estabelecimento, nomeado pelo CC como contrato de trespasse (art. 1.143 e ss). Muitas vezes o comprador não tem interesse em adquirir a participação, mas sim todo o estabelecimento. Ao passo que a primeira opção seria a mais fácil, existem certos inconvenientes a serem considerados como dano reputacional (trabalho análogo à escravidão), dívidas do passado que no trespasse, se tomados certos cuidados, podem ser eliminados, questões das mais diversas que podem tornar desinteressante a compra das quotas da sociedade, orientando à transação to complexo de bens em si. O CC nos traz um regramento extenso sobre o jogo desse contrato.

- Eficácia perante terceiros (CC, art. 1.145): o vendedor continua, como regra geral, responsável pelos seus débitos. Entretanto, esse contrato só tem eficácia perante terceiros após a publicidade, que se dá pelo registro na Junta Comercial. Ainda assim, e temos que lembrar que as obrigações do vendedor são garantias pelo seu patrimônio, na medida em que o estabelecimento é vendido para terceiros os

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terça-feira, 18 de agosto de 2015credores perdem essa garantia. O art. 1.145 traz vários cuidados, sendo que o primeiro passa por essa questão da publicidade, onde o credor pode se manter silente ou anuir. Se não for dada a publicidade isso configura um crime falimentar.

- Sucessão (CC, art. 1.146): o adquirente responde pelas dívidas existentes desde que regularmente contabilizadas. O alienante responde solidariamente durante 1 (um) ano a partir do registro do contrato para as dívidas vencidas, ou 1 (um) ano a partir do vencimento, se posterior ao registro. Enunciado 233 da JF: Essa responsabilidade do adquirente só se aplica quando o conjunto de bens transferidos importar a funcionalidade do estabelecimento empresarial, ou seja, isso á apenas para trepasse.

- Direito de não-concorrência (art. 1.148): ao comprar o estabelecimento, compra-se um ativo muito importante que não é contabilizado, mas é fundamental: o direito de não-concorrência. O alienante vai transferir a clientela, intangível não-monetizável de imenso valor, mas poderia facilmente retomá-la, diminuindo sensivelmente o valor do estabelecimento vendido, se não houvesse a proibição da concorrência. A não-concorrência pelo prazo de 5 anos é a regra, uma obrigação contratual implícita, mas as partes são livres para dispor sobre. A mesma regra vale, obviamente, para os sócios da sociedade que alienou o estabelecimento. Para concorrer é necessária autorização expressa no contrato.

- Efeitos do trespasse perante terceiros (art. 1.148): sub-rogação do adquirente nos contratos perante terceiro. Se a sociedade alienou o estabelecimento, seus contratos serão em regra mantido, e o adquirente se sub-roga nesses direitos. O problema surge quando há contratos personalíssimos ou cláusulas de rescisão contratual automática ou vencimento antecipado nesses casos. Isso é comum em contratos de locação. Nome e ponto são alguns dos principais ativos considerados no trespasse, e a perda do contrato de locação seria um golpe brutal no negócio. Toda a viabilidade do trespasse reside nessa análise. Orlando concorda que contratos de locação são personalíssimos e a sub-rogação não é automática, é necessário buscar a autorização, por vezes apresentar ficha cadastral, nova garantia etc. Portanto, o intuito persoane de alguns contratos fundamentais deve ser observado no momento do trespasse. Aí reside uma das vantagens da compra e venda de participação societária, embora a mudança de controle societário também seja por vezes objeto de previsão contratual.

- Proteção de elementos do estabelecimento comercial: aviamento, carteira de clientes, clientela virtual etc. Veremos na próxima aula e mandará um acórdão recente e excelente do TJSP, falando do cybersquatting.

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Estabelecimento: aviamento

Estabelecimento -> Aviamento -> Clientela

Aviamento: Potencialidade de uma determinada atividade empresarial gerar lucros e caixa. Principal critério para determinar o valor de uma empresa e, na maior parte das vezes, do empresário PJ que exerce a atividade empresarial. É o que se busca preservar na agilidade de uma falência. É o que se perde na saída da sociedade por retirada, pois o valor nominal não contempla o valor do aviamento.

Uma pergunta doutrinária não muito relevante é se o aviamento faz parte do estabelecimento. Na doutrina a gigantesca maioria afirma que não, mas na prática é essa potencialidade de gerar caixa e lucro que servirá de critério para determinar o valor do estabelecimento.

Clientela

Outro elemento conexo ao aviamento, mas que com ele não se confunde, é a clientela. A clientela de uma empresa é composta pelos clientes que negociam com o empresário, presentes e futuros. Pode existir um elemento de mais ou menos pessoalidade entre empresário e clientes (i.e. MacDonald's vs. Padaria), o que depende de fatores como contratos pessoais, venda a prazo etc. Uma sociedade com boa clientela tem tudo para ter um bom aviamento, bons lucros e bom caixa.

Caixa é disponibilidade efetiva de moeda corrente. Lucro é conceito contábil-fiscal referindo-se a faturamento maior do que a soma das despesas mais a depreciação.

OBS: Cita UNIMED e afirma que não é uma grande cooperativa, como aparenta ser, mas sim várias pequenas cooperativas com contratos de cessão e uso de marca. Embora seja uma cooperativa é um exemplo interessante de rede contratual.

Nome empresarial

Nome comercial, junto com marca, com nome de domínio etc., são denominados signos de distinção. É assim que a empresa se identifica com seus clientes. Todos eles têm proteção específica, a mais fraca sendo a do nome empresarial.

Isso porque a proteção no nome empresarial se faz na seara do registro mercantil de empresas. É uma proteção praticamente estadual e limitado à área de atuação. Há a possibilidade do empresário pedir a extensão dessa proteção, mas é algo individual, não há um registro nacional. Mesmo assim não pode impedir o registro de outro nome comercial em uma área de atuação diferente. É o nome com o qual o empresário se registra no registro de empresas e se vale para os fins obrigacionais da atividade empresarial. Exemplo: Frank & Souza Ltda., nome empresarial que em nada sugere tratar-se na realidade do Subway da Trindade; ou VBFG Comércio de Alimentos Ltda.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015EPP, o Café Cultura do Shopping Iguatemi. A maior parte dos doutrinadores afirma que o nome empresarial faz parte do estabelecimento.

Se difere do nome fantasia, que pode vir tanto vir da marca quanto de uma utilização comercial do nome empresarial, i.e., "Bar do Servidores", que não é nem marca nem nome empresarial (Sílvio Empresário Individual), apenas um nome pelo qual se identifica perante seus consumidores. Só é protegida de forma indireta, pela concorrência desleal. Entra em outras proteções mais sofisticadas, mencionando o cybersquatting (invasor de casa abandonada, desvio de indicação pelo google recentemente reprimida pelo TJSC), mas aqui também entra o trade-dressing e outras tantas defesas.

Ponto comercial

Ponto comercial é um conceito interessante e complexo, não encontramos uma definição única. Mas é um pouco o local e um pouco de conhecimento sobre a existência do local do negócio.

"Passa-se ponto": procura-se trespasse, incluindo o ponto. O ponto é tanto o local específico (um estacionamento, um lugar de concentração de clientes etc) quanto o conhecimento que as pessoas tem sobre aquele negócio naquele lugar (empresário fez o ponto, construiu o ponto, fez seu nome naquele lugar). Exemplo que me veio na cabeça é uma decathlon que decide abrir uma loja em virtude da decadência de uma centauro local. O ponto em sentido local é o shopping, toda a clientela está ali e é um bom lugar para se abrir a concorrência; mas um lugar ainda melhor é substituindo a loja centauro, pois ali é onde os clientes que entram no shopping estão acostumados a se direcionar para comprar produtos esportivos.

O ponto é interessante e complexo, vários fatores o influenciam como a posição da garagem etc. É fundamental, e hoje se afirma haver o nome de domínio como um ponto virtual. Mas ficando com o local físico, a proteção que temos na legislação brasileiro é que, quando o empresário é locatário, tem direito a ação renovatória compulsória (contrato escrito por prazo ininterrupto de 5 anos, propondo entre o sexto mês e o quarto ano de contrato, exercício da atividade há no mínimo 3 anos (criou conhecimento sobre o ponto, seria um enriquecimento sem causa ao locador caso se retomasse arbitrariamente)), em que irá se discutir apenas as causas de retomada e o valor justo do aluguel.

Jurisprudência

Caso Fiorella Produtos Têxteis Ltda. e Produtos Fiorella Ltda. Não foi dada a proteção ao nome comercial porque são áreas de atuação distintas. Outro caso legal é do Chester da sadia-perdião X Chester Cheetah da Elma Chips. "Finalidade: identificar o

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terça-feira, 18 de agosto de 2015empresário individual ou a sociedade empresária, tutelar a clientela, o crédito empresarial e, ainda os consumidores contra indesejáveis equívocos".

TJSP 1103462-93.2013.8.26.0100. World Tennis x Dafiti. Concorrência desleal e cybersquatting.

Proteção de bens intangíveis (início Unidade II)

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