Intensivo I - Direito Empresarial

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  • 5/22/2018 Intensivo I - Direito Empresarial

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    Intensivo I Direito Empresarial - LFG

    Aula 1

    1. Direito Comercial no Brasil

    1.1. Cdigo Comercial de 1850 e a Teoria dos Atos de Comrcio (Essa teoria uma

    teoria francesa).

    Parte IDo Comrcio em GeralParte IIDo Comrcio MartimoParte IIIDas Quebras (tinha sido revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45 que por sua vez

    foi revogado pela Lei 11.101/05).

    A teoria dos atos de comrcio uma teria francesa, o Cdigo Comercial de 1850 umespelho do Cdigo de Napoleo.

    Temos o comerciante que era a pessoa fsica e a sociedade comercial era a pessoajurdica, e s era considerado comerciante ou sociedade comercial se elas praticassem atos de

    comrcio. O regulamento 737 de 1850 no art. 19 elencava os atos de mercancia (comerciais),eram pouqussimos so eles:

    Art. 19 do regulamento 737/1850 - Considera-se mercancia (redao de 1850) 1 A compra e venda ou troca de efeitos moveis ou semoventes para os vendepor grosso ou a retalho, na mesma espcie ou manufaturados, ou para alugar oseu uso. 2 As operaes de cambio, banco e corretagem. 3 As empresas de fabricas; de comisses; de depsitos; de expedio,consignao e transporte de mercadorias; de espetculos pblicos. 4. Os seguros, fretamentos, risco, e quaisquer contratos relativos ao comrciomartimo.

    5. A armao e expedio de navios.

    1.2. Cdigo Civil de 2002 e a teoria da empresa (Essa teoria uma teoria italiana)

    uma reproduo da teoria italiana, ento o cdigo de 2002 praticamente umareproduo do cdigo italiano:

    O CC/02 no art. 2.045 CC diz que: Art. 2.045. Revogam-se a Lei n. 3.071, de 1o dejaneiro de 1916 - Cdigo Civil e a Parte Primeira do Cdigo Comercial, Lei n. 556, de 25 dejunho de 1850.

    Perguntas de concurso:

    (DEFENSORIAES2012 (CESPE)): 33 - No Cdigo Comercial do Imprio do Brasil,adotou-se, por influncia dos cdigos francs, espanhol e portugus, a teoria dos atos decomrcio, no que se refere sua abrangncia e aplicao.

    R -ERRADO

    (TJ Minas Gerais2012) 71. Com a vigncia do Novo Cdigo Civil, luz do artigo 966, correto afirmar que o Direito brasileiro concluiu a transio para a:

    (A) teoria da empresa, de matriz francesa.(B) teoria da empresa, de matriz italiana.(C) teoria dos atos de comrcio, de matriz francesa.

    (D) teoria dos atos de comrcio, de matriz italiana.Correto: B

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    Parte IDo Comrcio em GeralParte IIDo Comrcio Martimo (essa parte esta ainda em vigor)Parte de 1850.Ao revogar a primeira parte do Cdigo de 1850, ele adota a teoria da empresa.

    2. Empresrio

    2.1. Incidncia do conceito de empresrio

    Ele ser aplica para a pessoa fsica (chamada de empresrio individual) ou a pessoajurdica (aqui chamada de sociedade empresria ou ento uma empresa individual deresponsabilidade limitada)

    Obs. O Empresrio individual possui CNPJ, para ter o mesmo tratamento tributrioque uma pessoa jurdica, ele no pessoa jurdica.

    Pergunta: Cabe desconsiderao da personalidade jurdica para o empresrioindividual?

    R - NO cabe, pois, no tem como desconsiderar aquilo que no existe.

    2.2. Conceito de empresrio

    a pessoa natural ou jurdica que exerce profissionalmente uma atividade econmicaorganizada para produo ou circulao de bens ou de servios. Est no art. 966 caput doCC,vejamos:

    Art. 966. Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividadeeconmica organizada para a produo ou a circulao de bens ou de servios.

    ElementosQuando o art. 966 do CC usa a expresso profissionalmente, pois profissional aquele que tem habitualidade, direto, produz determinada atividade com continuidade defazer determinada funo, exemplo vendedor de carros.

    Questo de concurso:

    TJPI2012JUIZ. Com relao ao empresrio, assinale a opo correta.A) considerado empresrio individual o comerciante que leve, ele mesmo, a

    mercadoria comercializada at a residncia dos potenciais consumidores.B) No considerada empresria a pessoa que organiza episodicamente a produo

    de certa mercadoria, ainda que destinada venda no mercado.C) Por fora de lei, aplicam-se aos scios da sociedade empresria as regras prpriasdo empresrio individual.

    D) O menor com dezesseis anos de idade que no seja emancipado somente poderdar incio a empresa mediante autorizao de juiz.

    E) considerada empresria a pessoa que, exercendo profisso intelectual denatureza artstica, contrate empregados para auxili-la no trabalho.

    Gabarito: B

    Atividade econmica significa finalidade lucrativa.Atividade econmica organizada necessria organizao empresarial, temosentendimentos diversos no tocante organizao empresarial.

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    Fbio Ulhoa Coelho diz que organizao a reunio dos quatro fatores de produo:Mo de obra, Matria prima, Capital e Tecnologia, a reunio deles temos a chamada aorganizao empresarial;

    Outros doutrinadores dizem que organizao empresarial se a atividade fim forexercida (explorada) com a ajuda (colaborao) de terceiros estar presente a organizao

    empresarial. O terceiro pode ser at mesmo a informatizao, no necessariamente pessoas.No haver organizao empresarial quando a atividade fim depender exclusivamente

    da pessoa natural ou dos scios da sociedade (exemplo: vendedor de trufas).

    Pergunta de concurso: (TJ/GO - FCC2012JUIZ)Quanto atividade empresarial, corretoafirmar:

    A) Antes do incio de sua atividade, faculta-se ao empresrio sua inscrio no Registro Pblicode Empresas Mercantis da respectiva sede.B) Desde que com auxlio de colaboradores, considera-se empresrio quem exerce profissointelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, constituindo esse exerccio elemento

    de empresa ou no.C) Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmicaorganizada para a produo ou a circulao, tanto de bens como de servios.D) A lei assegurar tratamento igualitrio ao empresrio rural e ao pequeno empresrio,quanto inscrio e aos efeitos dela decorrentes.E) No responder pelas obrigaes contradas a pessoa legalmente impedida de exerceratividade prpria de empresrio.

    Gabarito: C

    2.3. Empresrio o titular da empresa

    O empresrio individual titular a sociedade empresria a titular da empresa. Asociedade possui scio, a pessoa jurdica o titular e no a figura dos scios, ou seja, aprofisso scio e no empresrio.

    2.4. Conceito de Empresa

    Empresa a atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bensou de servios.

    Vejamos o art. 1.142 do CC.

    Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,para exerccio da empresa, por empresrio, ou por sociedade empresria.

    3. Agentes econmicos excludos do conceito de empresrio.

    Art. 982. Salvo as excees expressas, considera-se empresria a sociedade quetem por objeto o exerccio de atividade prpria de empresrio sujeito a registro(art. 967); e, simples, as demais. (O resto, trazido por excluso ser Sociedade Simples)

    3.1. Nomenclatura

    Se for pessoa fsica ser o autnomo ou profissional liberal, se for pessoa jurdica serchamada de sociedade simples ou se for EIRELI pode ser EIRELI simples.

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    3.2. Excludos do Conceito de Sociedade

    So aqueles que exercem atividade mercantil sem organizao empresarial. (Semfuncionrios contratados).

    3.3. Profisso Intelectual

    Art. 966, nico do CC, ao qual no considerado empresrio, vejamos o dispositivo:

    Art. 966, Pargrafo nico do CC - No se considera empresrio quem exerceprofisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, ainda com oconcurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exerccio da profissoconstituir elemento de empresa.

    Cientfica (Mdico, Contador), Profisso intelectual Literria (Jornalista), Artstica(Cantor, Danarino, Desenhista).

    Uma clnica mdica composta por dois mdicos, esses mdicos constituram a clnica,no uma sociedade empresria, pois uma atividade cientfica. Ainda com o concurso deauxiliares ou colaboradores, no ser atividade empresria.

    Exemplo: a clinica pode ser considerada uma sociedade empresria? O art. 966,Pargrafo nico do CC, parte final diz que salvo se o exerccio da profisso constituir elementode empresa.

    Na profisso intelectual a excluso decorre do papel secundrio que a organizaoassume nessas atividades. As atividades intelectuais so prestadas de forma pessoal, e aindaque contenha auxiliares ou colaboradores o personalismo prevalece.

    Elemento de Empresa:ocorre quando a natureza pessoal do exerccio da atividadesede espao a uma atividade maior de natureza empresarial e de cunho impessoal.

    Obs.Sociedade de Advogados (Art. 16 Lei 8.906/94):

    Art. 16 da Lei 8.906/94 - No so admitidas a registro, nem podem funcionar, associedades de advogados que apresentem forma ou caractersticas mercantis,que adotem denominao de fantasia, que realizem atividades estranhas advocacia, que incluam scio no inscrito como advogado ou totalmente proibidode advogar.

    No uma sociedade mercantil e sempre ser sociedade simples.

    3.4. Exercente de atividade rural sem registro na junta comercial.Prxima Aula

    3.5. Sociedade cooperativa

    Art. 982, Pargrafo nico do CC/02 - Independentemente de seu objeto,

    considera-se empresria a sociedade por aes; e, simples, a cooperativa.

    A cooperativa sempre ser uma sociedade de natureza simples.

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    Perguntas de concurso:

    (TJ/GO - FCC2012JUIZ)Quanto atividade empresarial, correto afirmar:A) Antes do incio de sua atividade, faculta-se ao empresrio sua inscrio no RegistroPblico de Empresas Mercantis da respectiva sede.

    B) Desde que com auxlio de colaboradores, considera-se empresrio quem exerceprofisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, constituindo esse exerccioelemento de empresa ou no.

    C) Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmicaorganizada para a produo ou a circulao, tanto de bens como de servios.

    D) A lei assegurar tratamento igualitrio ao empresrio rural e ao pequenoempresrio, quanto inscrio e aos efeitos dela decorrentes.

    E) No responder pelas obrigaes contradas a pessoa legalmente impedida deexercer atividade prpria de empresrio.

    Gabarito:C

    Questo 56(TRF 3 Regio -2011) - Assinale a opo correspondente a exemplo desociedade simples:

    A) empresa limitada destinada ao comrcio de alimentos aos consumidoresB) sociedade destinada ao exerccio de profisso intelectual na forma de sociedade

    por aesC) sociedade limitada destinada ao comrcio de miudezas aos consumidoresD) sociedade cooperativa de produtores ruraisE) sociedade por aes destinada a atividades artsticasGabarito: D

    4. Empresrio individual

    4.1. Conceito

    a pessoa natural que profissionalmente exerce uma atividade econmica organizadapara a produo ou circulao de bens

    4.2. Requisitos

    Art. 972 do CC, diz que deve estar no pleno gozo da capacidade civil (ex. ser maior ouemancipado) e no ter impedimento legal. Vejamos o dispositivo:

    Art. 972 do CC - Podem exercer a atividade de empresrio os que estiverem empleno gozo da capacidade civil e no forem legalmente impedidos.

    Os impedidos de ser empresrio:

    Membros do Ministrio Pblico para exercer o comrcio individual ou participar desociedade comercial (art.128, 5, II, c, da CF), salvo se acionista ou cotista obstada a funode administrador (art. 44, III, da Lei 8.625/1993);

    Os Magistrados (art. 36, I, Lei Complementar n. 35/1977Lei Orgnica daMagistratura) nos mesmos moldes da limitao imposta aos membros do Ministrio Pblico.

    Empresrios falidos, enquanto no forem reabilitados (Lei de Falncias, art. 195);

    Leiloeiros (art.36 do Decreto n 21.891/32probe os leiloeiros de exercerem aempresa direta ou indiretamente, bem como constituir sociedade empresria, sob pena dedestituio);

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    Despachantes aduaneiros (art.10, inciso I, do Decreto n 646/92no podem manterempresa de exportao ou importao de mercadorias nem podem comercializar mercadoriasestrangeiras no pas);

    Cnsules, nos seus distritos, salvo os no-remunerados (Decreto n 4868/82, art. 11 eDecreto n 3.529/89, art. 82);

    Mdicos, para o exerccio simultneo da farmcia, drogaria ou laboratriosfarmacuticos, e os farmacuticos, para o exerccio simultneo da medicina (Decreto n19.606/31 c/c Decreto n 20.877/31 e Lei n 5.991/73);

    Pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargospblicos, ou por crime falimentar, de prevaricao, peita ou suborno, concusso, peculato oucontra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesada concorrncia, contra as relaes de consumo, a f pblica ou a propriedade, enquantoperdurarem os efeitos da condenao;

    Servidores pblicos civis da ativa (Lei n 1.711/52) e servidores federais (Lei n8.112/90, art. 117, X, inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos pblicoscomissionados em geral). Aqui importante observar que o funcionrio pblico pode

    participar como scio cotista, comanditrio ou acionista, sendo obstada a funo deadministrador;

    Servidores militares da ativa das Foras Armadas e das Polcias Militares (CdigoPenal Militar, arts. 180 e 204 e Decreto-Lei n 1.029/69; arts 29 e 35 da lei n 6.880/80), nestecaso, tambm podero integrar sociedade empresrio, na qualidade de cotista ou acionista,sendo obstada a funo de administrador;

    Os deputados e senadores no podero ser proprietrios, controladores ou diretoresde empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico,nem exercer nela funo remunerada ou cargo de confiana, sob pena de perda do mandatoarts 54 e 55 da Constituio Federal). Conforme bem observa Ricardo Negro, a lei no incluialguns outros agentes polticos, como o Presidente da Repblica, ministros de Estado,

    secretrios de Estado e prefeitos municipais, no mbito do Poder Executivo, mas menciona asmesmas restries dos senadores e deputados federais aos deputados estaduais e vereadores(art.29, IX, da Constituio Federal). Ademais, o prestigiado autor tambm afirma que por setratar de norma de carter restritivo, no h como estender a relao para englobar essesoutros agentes polticos, quando a lei, podendo faz-lo, no o fez.A esses membros doExecutivo a lei no restringiu o exerccio da atividade empresarial, e, assim, no cabe aointrprete inclu-los na proibio, sob pena de estabelecer privao de direito no prevista emlei. Observa-se, contudo, que seus atos de administrao devero pautar-se pelos princpios dalegalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e demais regras previstas no art. 37 daConstituio Federal. Ao contratar, portanto, aplicam-se lhes as mesmas restries do art. 54,II, da Constituio Federal.

    Estrangeiros (sem visto permanenteart. 98 e 99 da Lei n 6.815/80Estatuto doEstrangeiro) esto impedidos de serem empresrios individuais, porm no estaro impedidosde participar de sociedade empresria no pas;

    Estrangeiro (com visto permanente), para o exerccio das seguintes atividades:pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energiahidrulica; atividade jornalstica e de radiodifuso sonora e de sons e imagens, com recursosoriundos do exterior; atividade ligada, direta ou indiretamente, assistncia sade no Pas,salvo nos casos previstos em lei; serem proprietrios ou armadores de embarcao nacional,inclusive nos servios de navegao fluvial e lacustre, exceto embarcao de pesca; seremproprietrios ou exploradores de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na legislaoespecfica.

    Devedores do INSS (art. 95, 2, da Lei n 8.212/91).

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    Questes de provas

    42. (CESPE/2011-TJ/Paraba - Juiz Substituto) A respeito da disciplina aplicvel aoempresrio individual, assinale a opo correta.

    a) O empresrio individual que venha a se tornar civilmente incapaz poder obter

    autorizao judicial para continuao de sua atividade; tal autorizao, entretanto, dever seraverbada na junta comercial e servir para atos singulares, no podendo ser genrica.

    b) O servidor pblico pode ser empresrio individual, desde que a atividadeempresarial seja compatvel com o cargo pblico que ele exera.

    c) Ao empresrio individual permitida a alienao, sem a outorga de seu cnjuge, debens imveis destinados sua atividade empresarial.

    d) O empresrio individual assume os riscos da empresa at o limite do capital quehouver destinado atividade, no respondendo com seus bens pessoais por dvidas daempresa.

    e) Em ateno ao princpio da continuidade da empresa, os bens destinados peloempresrio individual explorao de sua atividade no respondem por suas dvidas pessoais.

    Gabarito:C

    01. (CESPE/UnBTRF2 - 2011 - Juiz Federal Substituto - QUESTO 53) Segundo adoutrina, o direito comercial no se formou em uma nica poca nem no meio de um spovo. A cooperao de todos os povos em tempos sucessivos, firmada fundamentalmente nasbases econmicas, que o constituram e lhe imprimiram o carter autnomo. Com relaoao direito comercial e ao empresrio, assinale a opo correta.

    A) Os funcionrios pblicos esto proibidos de exercer atividade empresarial, deacordo com a CF e normas especficas; contudo, a proibio diz respeito ao efetivo exerccioda atividade empresarial, no existindo restrio quanto ao fato de o funcionrio pblico sersimplesmente acionista ou quotista de sociedade empresria.

    B) Nos termos do Cdigo Civil, somente podem exercer a atividade empresarial os queestiverem em pleno gozo da capacidade civil e no forem legalmente impedidos, no havendopossibilidade de menor de dezoito anos exercer a atividade empresarial.

    C) O cosmopolitismo, a onerosidade, a informalidade e a fragmentao so asprincipais caractersticas do direito comercial. Com relao s espcies de autonomia nodireito comercial, a doutrina destaca a autonomia substancial, que identificada pelaexistncia de um corpo legislativo codificado.

    D) Empresrio definido na lei como o profissional que exerce atividade econmicaorganizada para a produo ou a circulao de bens ou servios. Para a doutrina, tambmser empresrio aquele que organizar episodicamente a produo de certa mercadoria,mesmo destinando-a venda no mercado.

    E Somente ser considerado empresrio o exercente profissional de atividadeeconmica organizada para a produo ou a circulao de bens ou servios, inscrito noregistro de empresas do rgo prprio.

    Gabarito: A

    4.3. Hipteses excepcionais de autorizao para o incapaz ser empresrio individual

    Art. 974. Poder o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar aempresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herana.

    Incapacidade supervenienteSucesso hereditria

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    O incapaz no pode iniciaruma atividade empresarial, o art. 974 do CC, mas em casode incapacidade supervenienteo art. 974, CC autoriza o incapaz a continuar a atividadeempresarial.

    4.3.1 - Requisitos

    Esse incapaz deve estar devidamente assistido ou representado (Art. 974, caput).Faz-se necessrio a autorizao judicial (art. 974, 1 do CC).

    Art. 974, 1 Nos casos deste artigo, preceder autorizao judicial, aps examedas circunstncias e dos riscos da empresa, bem como da convenincia emcontinu-la, podendo a autorizao ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuzo dosdireitos adquiridos por terceiros.

    O alvar dado pelo juiz pode ser revogado a qualquer tempo, nesse alvar devemconstar os bens que o incapaz possui. Por conta da regra do art. 974, 2 do CC;

    Art. 974, 2 No ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapazj possua, ao tempo da sucesso ou da interdio, desde que estranhos aoacervo daquela, devendo tais fatos constar do alvar que conceder a autorizao.

    Este alvar deve ter a averbao desse alvar na Junta Comercial.

    4.4. Responsabilidade do empresrio individual

    O empresrio individual possui responsabilidade ilimitada, ele responde com seuspessoais pelas dvidas empresariais contradas.

    Princpio da unidade patrimonial seja pessoa fsica ou jurdica s possui um patrimnio.

    Enunciado 5 da primeira jornada de Direito ComercialQuanto s obrigaes decorrentes desua atividade, o empresrio individual tipificado no art. 966 do Cdigo Civil responderprimeiramente com os bens vinculados explorao de sua atividade econmica, nos termos do art.1.024 do Cdigo Civil.

    Pelo princpio da unidade patrimonial a divida empresarial tambm poder recairsobre os bens pessoais do empresrio individual e vice-versa, isto , as dvidas civis ou pessoaistambm podero recair sobre os bens empresariais do empresrio individual.

    Aula 2

    4.5. Empresrio casado

    Ex. Joo e Maria so casados e eles juntos tem um supermercado, Joo pordificuldades de vendas pode vender esse supermercado. Se o imvel est destinado para aatividade empresarial aplica-se o art. 978 do CC e no se aplica o art. 1.647, I do CC. O imveldestinado para a atividade empresarial no importa o regime de bens. Vejamos osdispositivos:

    Art. 978. O empresrio casado pode, sem necessidade de outorga conjugal,qualquer que seja o regime de bens, alienar os imveis que integrem opatrimnio da empresa ou grav-los de nus real.

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    Se o imvel no destinado a atividade empresarial como exemplo a casa em queJoo e Maria mora aplica-se o disposto no art. 1.647, I do CC/02, que define a necessidade deautorizao, com a exceo do regime de separao absoluta, vejamos:

    Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cnjuges pode, sem

    autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta:I - alienar ou gravar de nus real os bens imveis;

    Pelo princpio da unidade patrimonial, Pessoa Jurdica e Pessoa Fsica tem umpatrimnio, no empresrio individual, isso ocorre na prtica. Na matrcula do imvel ir fazeruma averbao constando que o imvel destinado para a atividade empresarial, para fazerisso necessria a autorizao do cnjuge na averbao da matricula do imvel.

    Por esse motivo que no necessita a autorizao para a venda desse imvel, pois aautorizao j foi dada na matricula do imvel. (enunciado 06 I Jornada de Direito Comercial).Vejamos o enunciado ento:

    Enunciado 6 - O empresrio individual regularmente inscrito o destinatrio danorma do art. 978 do Cdigo Civil, que permite alienar ou gravar de nus real oimvel incorporado empresa, desde que exista, se for o caso, prvio registro deautorizao conjugal no Cartrio de Imveis, devendo tais requisitos constar doinstrumento de alienao ou de instituio do nus real, com a consequenteaverbao do ato margem de sua inscrio no Registro Pblico de EmpresasMercantis.

    5. EIRELI

    Foi introduzida pela Lei 12.441/11, que criou o art. 980-A do CC, vejamos o dispositivo:

    Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada ser constitudapor uma nica pessoa titular da totalidade do capital social, devidamenteintegralizado, que no ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salrio-mnimovigente no Pas. 1 O nome empresarial dever ser formado pela incluso da expresso "EIRELI"aps a firma ou a denominao social da empresa individual de responsabilidadelimitada. 2 A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade

    limitada somente poder figurar em uma nica empresa dessa modalidade. 3 A empresa individual de responsabilidade limitada tambm poder resultarda concentrao das quotas de outra modalidade societria num nico scio,independentemente das razes que motivaram tal concentrao. 5 Poder ser atribuda empresa individual de responsabilidade limitadaconstituda para a prestao de servios de qualquer natureza a remuneraodecorrente da cesso de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome,marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurdica, vinculados atividade profissional. 6 Aplicam-se empresa individual de responsabilidade limitada, no quecouber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

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    5.1. Conceito

    Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. uma nova pessoa jurdicadedireito privado constituda por 1 (um) nico titular.

    Empresrio individual

    uma pessoa fsica com responsabilidade ilimitada, ou seja os bens particularesrespondem pelas dvidas contradas pela empresa. Para evitar essa responsabilidade elescriavam uma Sociedade.

    Sociedade

    uma pessoa Jurdica e tem a responsabilidade limitada, ou seja, o bem do scio noresponde pelas dvidas contradas pela sociedade. Porm o problema ter scio, ou seja, elequer ter responsabilidade limitada e no quer ter scio. Eles colocavam pessoas de tenra idade

    para ser scios, colocam scio laranja, ficando na irregularidade. Para evitar isso criou-se aEIRELI.

    EIRELI

    uma pessoa Jurdica, com responsabilidade limitada e no h a necessidade de scio,tem 1 (um) nico titular. As dvidas contradas pela empresa recaram apenas na pessoa

    jurdica no importando os bens do titular.

    Enunciado n 469 - A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI)no sociedade, mas novo ente jurdico personificado.

    5.2. Responsabilidade

    uma responsabilidade limitada, as dvidas dessa pessoa jurdica recaem a princpiosobre o patrimnio da pessoa jurdica.

    Quando ocorrer o desvio de finalidade e for provado, o Juiz pode no processo decretara desconsiderao da pessoa jurdica e invadir o patrimnio do titular.

    5.3. Cabe desconsiderao da personalidade jurdica

    A redao original do 4 do art. 980-A do CC/02, 4 Somente o patrimnio social daempresa responder pelas dvidas da empresa individual de responsabilidade limitada, no se

    confundindo em qualquer situao com o patrimnio da pessoa natural que a constituifoieste revogado pelo dizer: qualquer situao.

    Hoje cabe sim a desconsiderao da EIRELI.

    Enunciado n 470 V Jornada de Direito Civil - O patrimnio da empresa individualde responsabilidade limitada responder pelas dvidas da pessoa jurdica, no seconfundindo com o patrimnio da pessoa natural que a constitui, sem prejuzo daaplicao do instituto da desconsiderao da personalidade jurdica.

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    5.4. EIRELI pode ter natureza empresria ou simples

    As sociedades intelectuais tm natureza simples (ex. sociedade de arquitetos,sociedades de mdicos, sociedade de contador)eles podem abrir uma pessoa jurdicasozinho (EIRELI) de natureza simples.

    Portanto a EIRELI pode ter a natureza empresarial ou natureza simples. Tudo o quepode ser uma sociedade simples, tambm pode ser uma EIRELI simples.

    EIRELI empresria registrada na junta comercial, e a EIRELI simples ser registrada nocartrio (registro civil de pessoa jurdica).

    O advogado pode ter uma EIRELI?NO, por conta do disposto no art. 17, da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e OAB)

    vejamos:

    Art. 17. Alm da sociedade, o scio responde subsidiria e ilimitadamente pelosdanos causados aos clientes por ao ou omisso no exerccio da advocacia, semprejuzo da responsabilidade disciplinar em que possa incorrer.

    O scio responde de forma ilimitada, e o titular da sociedade tem responsabilidadelimitada.

    5.5. Capital mnimo

    a) ValorConforme o art. 980-A caput do CC/02, diz que o valor ser devidamenteintegralizado e com valor nunca inferior a 100 (cem) vezes o maior salrio-mnimo vigente nopas. Note que o salrio-mnimo Federal.

    A ADI 4637 est sendo discutida se o salrio mnimo base para clculo. O RE 565714do STF definiu a indexao do salrio mnimo.

    b) Formas de integralizao o pagamento, do valor acima. Opagamento/integralizao pode se dar com:

    DinheiroBens podendo ser de natureza mvel ou imvel.

    Obs. Se ocorre uma transferncia de imvel da pessoa fsica para a pessoa jurdica,nessa operao no incide o ITBI (Imposto de transmisso de bem Imvel) tem imunidadeespecial por conta do art. 156, 2 da CF), vamos ao dispositivo:

    Art. 156 da CF - Compete aos Municpios instituir impostos sobre:II - transmisso "inter vivos", a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis,por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os degarantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio; 2 - O imposto previsto no inciso II:I - no incide sobre a transmisso de bens ou direitos incorporados ao patrimniode pessoa jurdica em realizao de capital, nem sobre a transmisso de bens oudireitos decorrente de fuso, incorporao, ciso ou extino de pessoa jurdica,salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra evenda desses bens ou direitos, locao de bens imveis ou arrendamentomercantil;

    Obs. No possvel integralizao com prestao de servios (art. 1.055, 2 do CC)

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    Art. 1.055 do CC - O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais,cabendo uma ou diversas a cada scio. 2o vedada contribuio que consista em prestao de servios.

    c) O pagamento/integralizao deve ser feito no ato da constituio. Prova-se com a

    declarao feita, e se no for verdadeira poder sofrer sanes.d) Precisa ficar atualizando sempre o capital da pessoa jurdica com o aumentoulteriores do salrio-mnimo?

    Enunciado 4 da I Jornada de Direito comercial diz: Uma vez subscrito eefetivamente integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade

    limitada no sofrer nenhuma influncia decorrente de ulteriores alteraes no

    salrio mnimo.

    Portando no h necessidade de alterao do capital em razo de posterior aumentodo salrio-mnimo.

    5.6. Aplicao subsidiria

    O art. 980-A 6 diz sobre a aplicao subsidiria das regras de sociedade limitada.

    5.7. Quem pode ser titular

    A instruo normativa 17DNRC(Departamento Nacional de Registro de Comercio)somente pessoa natural pode ser titular de uma EIRELI. Sobre tal assunto temos duascorrentes.:

    1 Corrente:Pode ser titular a pessoa Jurdica e a Pessoa Fsica. O art. 980-A do CC

    quando diz pessoa, para essa corrente se refere pessoa fsica ou jurdica. No h proibiolegal. O art. 22, I da CF e o art. 5, II da CF dizem que s a Unio competente para legislarsobre Direito Empresarial. O art. 980-A, 6 prev a aplicao subsidiria das regras desociedade LDTA que prev a pessoa fsica e a pessoa jurdica.

    2 Corrente: Somente a pessoa natural que pode ser titular de EIRELI, osargumentos so: O art. 980-A, 2 do CC que diz que somente a pessoa natural pode ser titularda EIRELI, para essa doutrina se fosse possvel a pessoa jurdica ter a EIRELI ocorreria umadesigualdade. O Empresrio e a Sociedade j poderiam ser constitudos por um nico scio(subsidiria integral), para essa corrente a EIRELI veio para suprir essa lacuna. Enunciado da V

    jornada de Direito Civil n 468 diz: A empresa individual deresponsabilidade limitada s

    poder ser constituda por pessoa natural.

    5.8. Limitao da EIRELI por pessoa

    De acordo com o art. 980-A, 2 a pessoa natural s poder ter uma nica EIRELI, ouseja, uma nica EIRELI por CPF. EIRELI s uma, mas nada impede de ter uma sociedadeEmpresria, ou Empresria individual alm da ERELI.

    5.9. Administrador

    O administrador pode ser o titular ou no titular da EIRELI, pelo 980-A, 6 aplicando

    as regras de sociedade limitada, nas regras da Sociedade LTDA no art. 1.061 CC podendo oadministrador ser o titular ou o no titular.

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    5.10. Funcionrio Pblico pode ter uma EIRELI

    a) Possibilidade: desde que o administrador seja um no-titular.b) No possvel: onde inexistncia de previso legal.

    5.11. Repasse de remunerao profissional

    Art. 980-A 5 do CC - Poder ser atribuda empresa individual deresponsabilidade limitada constituda para a prestao de servios de qualquernatureza a remunerao decorrente da cesso de direitos patrimoniais de autorou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoajurdica, vinculados atividade profissional.

    5.12. Ato constitutivo (DNRC)

    A EIRELI, entretanto, precisa, sim, de um documento de constituio, denominadoapenas como Ato Constitutivo pela Instruo Normativa n 117/2011 do DNRC. Nos termosdessa instruo, o Ato Constitutivo deve conter as seguintes clusulas obrigatrias:

    a) nome empresarial, que poder ser firma ou denominao, do qual constarobrigatoriamente, como ltima expresso, a abreviatura EIRELI;

    b) capital, expresso em moeda corrente, equivalente a pelo menos 100 (cem) vezes omaior salrio-mnimovigente no Pas;

    c) declarao de integralizao de todo o capital;d) endereo completo da sede (tipo e nome do logradouro, nmero, complemento,

    bairro/distrito, municpio, unidade federativa e CEP), bem como o endereo das filiais;e) declarao precisa e detalhada do objeto da empresa;f ) prazo de durao da empresa;g) data de encerramento do exerccio social, quando no coincidente com o ano civil;h) a(s) pessoa(s) natural(is) incumbida(s) da administrao da empresa e seus poderes

    e atribuies;i) qualificao do administrador, caso no seja o titular da empresa; e

    j) declarao de que o seu titular no participa de nenhuma outra empresa dessamodalidade.

    5.13. Transformao

    a transformao da figura do empresrio individual para uma EIRELI. Mantm onmero do CNPJ, penas muda a forma (EIRELI).

    Com essa transformao, ocorre a concentrao de todas as quotas em um scio s,para depois poder virar a EIRELI.

    Obs. perfeitamente possvel o inverso tambm sendo a transformao da EIRELIpara a Sociedade conforme o art. 980-A, 3 do CC.

    Art. 980-A 3 - A empresa individual de responsabilidade limitada tambmpoder resultar da concentrao das quotas de outra modalidade societria numnico scio, independentemente das razes que motivaram tal concentrao.

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    5.14. EIRELI originria e a EIRELI derivada

    A originria aquela em que desde o incio da sua constituio j uma EIRELI,enquanto a derivada a que decorre da transformao da figura do empresrio individual ouda sociedade empresria.

    6. Obrigaes empresariais

    Dizem respeito a figura do empresrio individual, a figura da sociedade empresria e afigura da EIRELI.

    6.1. Registro

    a) Competncia: na Lei 8.934/94 temos o sistema chamado de SINREM (SistemaNacional de Registro de Empresas Mercantis) e se divide em dois rgos:

    DNRC - Departamento Nacional de Registro de Comrcio o rgo federal e temcomo funes:

    i. Funo Normatizadora, dispe sobre as regras de organizao.ii. Funo de superviso

    Junta Comercial -No rgo federal, mas sim rgo estadual. O registro da EIRELIdeve ser feito na junta comercial.

    b) Competncia para julgamento de ato do presidente da junta comercial: Se a JuntaComercial se negar a registrar, a medida cabvel entra com o mandado de segurana contra opresidente dessa junta, mas onde que entra com o mandado de segurana?

    Conforme o entendimento do STF a Junta Comercial tem dois tipos de subordinao,sendo a primeira como administrativa e a segunda tcnica.

    Subordinao Administrativa: a Junta Comercial est subordinada ao EstadoSubordinao Tcnica: tem que observar as diretrizes oferecidas pelo DNRC. O DNRC

    rgo federal. O STF decidiu que o MS nesse caso de competncia Federal.

    c) Atos de Registro: o art. 32 da Lei 8934/94 teremos os atos de registro, vejamos:

    Art. 32. O registro compreende:I - a matrcula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores pblicos eintrpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazns-gerais;II - O arquivamento:a) dos documentos relativos constituio, alterao, dissoluo e extino defirmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;b) dos atos relativos a consrcio e grupo de sociedade de que trata a Lei n 6.404,de 15 de dezembro de 1976;c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas afuncionar no Brasil;d) das declaraes de microempresa;e) de atos ou documentos que, por determinao legal, sejam atribudos aoRegistro Pblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles quepossam interessar aoempresrio e s empresas mercantis;III - a autenticao dos instrumentos de escriturao das empresas mercantis

    registradas e dos agentes auxiliares do comrcio, na forma de lei prpria.

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    Matrcula:so os auxiliares do comercioregistrados na junta comercial (ex.leiloeiro, tradutor, intrprete).

    Arquivamento: est relacionado com os atos constitutivos seja modificativos ouextintivos.

    Autenticao:est relacionada ao registro de escrituraodo empresrio.

    Aula 3d) Obrigatoriedade

    Estamos falando do empresrio, empresrio individual, da sociedade empresria, daEIRELI, fazem o registro na junta comercial uma obrigatoriedade.

    Obs. Tem exceo a essa regra, no qual no tem obrigatoriedade de registro na juntacomercial, conforme o art. 971 do CC/02

    Art. 971. O empresrio, cuja atividade rural constitua sua principal profisso,

    pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus pargrafos,requerer inscrio no Registro Pblico de Empresas Mercantis da respectiva sede,caso em que, depois de inscrito, ficar equiparado, para todos os efeitos, aoempresrio sujeito a registro.

    No art. 967, do mesmo diploma legal traz a regra, ou seja, a obrigatoriedade doregistro.

    Art. 967. obrigatria a inscrio do empresrio no Registro Pblico deEmpresas Mercantis da respectiva sede, antes do incio de sua atividade.

    e) Natureza jurdica do registro:

    Temos que fazer um desmembramento:

    Primeiro temos que fazer uma anlise do registro do empresrio: o registro meracondio de regularidade. A caracterizao do empresrio no o registro, mas sim, reunirtodos os elementos/requisitos do art. 966 do CC/02.

    Se o empresrio tem registro ele regular, se ele no tem registro ele irregular, masno deixa de ser empresrio.

    O enunciado 198ART. 967: a inscrio do empresrio na junta comercial no requisito para a sua caracterizao, admitindo-se o exerccio da empresa sem tal

    providncia. O empresrio irregular rene os requisitos do art. 966, sujeitando-ses normas do cdigo civil e da legislao comercial, salvo naquilo em que foremincompatveis com a sua condio ou diante de expressa disposio em contrrio.

    Para o empresrio rural o registro tem natureza constitutiva, o art. 971 do CC claroem dizer que o empresrio rural pode fazer registro, faz se quiser, porm ele s ficarequiparado a empresrio se o rural tem o registro. Por esse motivo o registro para o ruraltem natureza constitutiva.

    Enunciado 199 art. 967: a inscrio do empresrio ou sociedade empresria requisito delineador de sua regularidade, e no da sua caracterizao.

    Obs. A legislao comercial no incidir sobre o empresrio rural sem registro. Notem incidncia da legislao comercial. Ex. no poder pedir recuperao judicial.

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    f) Consequncias da ausncia de registro

    No poder pedir falncia de terceiro. No poder pedir recuperao judicial. No poder participar de licitao.

    Tratando-se de sociedade: o scio ter responsabilidade limitada (responde com seupatrimnio pessoal).

    No ter CND (Certido Negativa de Dbito).

    g) Cancelamento do registro.

    - Cancelamento pela vontade das partes.- Cancelamento por meio de deciso judicial.

    Regra do art. 60 da Lei 8.934/94, vejamos o dispositivo:Art. 60. A firma individual ou a sociedade que no proceder a qualquer

    arquivamento no perodo de dez anos consecutivos dever comunicar juntacomercial que deseja manter-se em funcionamento. 1 Na ausncia dessa comunicao, a empresa mercantil ser consideradainativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perdaautomtica da proteo ao nome empresarial. 2 A empresa mercantil dever ser notificada previamente pela junta comercial,mediante comunicao direta ou por edital, para os fins deste artigo. 3 A junta comercial far comunicao do cancelamento s autoridadesarrecadadoras, no prazo de at dez dias. 4 A reativao da empresa obedecer aos mesmos procedimentos requeridospara sua constituio.

    Durante 10 anos consecutivos caso no haja qualquer tipo de alterao, o titular(scio) devem comunicar junta comercial a inteno de permanecer em atividade.Se essa comunicao no for feita, a junta comercial considerar como inativa nesse

    caso haver o consequente cancelamento do registro.

    6.2. Escriturao dos livros comerciais

    a) Classificao dos livros

    Temos o livro obrigatrio (que se divide em obrigatrio comum ou especial) e o livrofacultativo.

    - Livro facultativo o livro em que o empresrio no est obrigado em fazer aescriturao. (ex. livro razo, livro caixa, livro conta corrente, etc).

    - Livro obrigatrio especialque obrigatrio em casos especficos como exemplo olivro e registro de duplicata (livro obrigatrio especial) porque s os empresrios que emitemduplicatas ser obrigatrio a sua escriturao. Livro obrigatrio comum o livro dirio,conforme o art. 1.180 do CC/02, esse livro o mais importante para o concurso.

    Art. 1.180. Alm dos demais livros exigidos por lei, indispensvel o Dirio,quepode ser substitudo por fichas no caso de escriturao mecanizada ou eletrnica.Pargrafo nico. A adoo de fichas no dispensa o uso de livro apropriado para olanamento do balano patrimonial e do de resultado econmico.

    Obs. Pode ter a escriturao eletrnica conforme parte final do art. 1.180 do CC/02.

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    b) Consequncias da ausncia de escriturao.

    O art. 178 da Lei 11.101/05 diz que o empresrio no tem consequncia na ausnciade escriturao, porm se esse empresrio tiver uma falncia decretada ou uma concesso derecuperao judicial ou at mesmo uma homologao de plano de recuperao extrajudicial, o

    fato de ter deixado de escriturar ocorrer crime falimentar.

    Omisso dos documentos contbeis obrigatrios Art. 178 da Lei 11.101/05 - Deixar de

    elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentena que decretar a falncia,

    conceder a recuperao judicial ou homologar o plano de recuperao extrajudicial, os

    documentos de escriturao contbil obrigatrios:

    Pena deteno, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato no constitui crime mais

    grave.

    A ausncia de escriturao incorre na ineficcia comprobatria dos livros, nos moldesdo art. 369 do CPC.

    Art. 369 do CPC - Reputa-se autntico o documento, quando o tabelioreconhecer a firma do signatrio, declarando que foi aposta em sua presena.

    c) Dispensa da escriturao

    Tem uma dispensa, o Pequeno Empresrio, conforme o art. 1.179, 2 do CC. Vejamos:

    Art. 1.179. O empresrio e a sociedade empresria so obrigados a seguir umsistema de contabilidade, mecanizado ou no, com base na escriturao uniformede seus livros, em correspondncia com a documentao respectiva, e a levantaranualmente o balano patrimonial e o de resultado econmico.

    1 Salvo o disposto no art. 1.180, o nmero e a espcie de livros ficam a critriodos interessados. 2 dispensado das exigncias deste artigo o pequeno empresrio a que serefere o art. 970.

    d) Consequncias da ausncia de apresentao dos livros

    Em uma questo judicial o Juiz pode determinar a exibio dos livros, se o empresriono faz essa apresentao, incorre no art. 1.192 caput do CC/02 ocorrena possibilidade debusca e apreenso determinada pelo Juiz.

    Art. 1.192. Recusada a apresentao dos livros, nos casos do artigo antecedente,sero apreendidos judicialmente e, no do seu 1o, ter-se- como verdadeiro oalegado pela parte contrria para se provar pelos livros.

    Os fatos narrados que esto diretamente relacionados prova dos livros seroreputados como verdadeiros. A recusa da apresentao reputa-se verdadeiros os fatosalegados. Note que uma presuno relativa. (Pargrafo nico do art. 1.192 do CC), vejamos:

    Pargrafo nico. A confisso resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrrio.

    O art. 104, II, da Lei 11.101/05, o Juiz d uma ordem para que o falido apresente osseus livros obrigatrios.

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    II depositar em cartrio, no ato de assinatura do termo de comparecimento, osseus livros obrigatrios, a fim de serem entregues ao administrador judicial,depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;

    Se no entregar os livros incorrer no Pargrafo nico do mesmo dispositivo qual seja

    o art. 104, da Lei 11.101/05. (responder por crime de desobedincia)

    Pargrafo nico. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que estaLei lhe impe, aps intimado pelo juiz a faz-lo, responder o falido por crime dedesobedincia.

    e) Falsificao dos livros comerciais

    Se o empresrio falsifica os seus livros comerciais, de acordo com o art. 297, 2 do CPo livro comercial est equiparado a documento pblico.

    Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico, ou alterar

    documento pblico verdadeiro:Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa. 2 - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pblico o emanado deentidade paraestatal, o ttulo ao portador ou transmissvel por endosso, as aesde sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

    f) Princpio da Sigilosidade

    A escriturao empresarial estar nos livros, poder gerar uma concorrncia desleal sevisto por outros empresrios. Por esse motivo o Cdigo Cvil adotou a sigilosidade no art. 1.190do CC.

    Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juizoutribunal, sob qualquer pretexto, poder fazer ou ordenar diligncia para verificarse o empresrio ou a sociedade empresria observam, ou no, em seus livros efichas, as formalidades prescritas em lei.

    - Exibio total, tambm chamada de integral. Somente nas hipteses do art. 1.191 doCC.

    Os livros devero sofrer exibio total em quatro situaes:a) Quando se tratar de sucesso;b) Quando se tratar de sociedade;c) Administrao ou gesto conta de outrem;

    d) Em casos de falncia.

    Art. 1.191.O juiz s poder autorizar a exibio integral dos livros e papis deescriturao quando necessria para resolver questes relativas sucesso,comunho ou sociedade, administrao ou gesto conta de outrem, ou em casode falncia. 1 O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ao pode, arequerimento ou de ofcio, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou deambas, sejam examinados na presena do empresrio ou da sociedadeempresria a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles seextrair o que interessar questo. 2 Achando-se os livros em outra jurisdio, nela se far o exame, perante orespectivo juiz.

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    Exibio parcial: Essa sigilosidade ela no se aplica s autoridades fazendrias quandodo exerccio da fiscalizao de tributos.

    Art. 1.193. As restries estabelecidas neste Captulo ao exame daescriturao,em parte ou por inteiro, no se aplicam s autoridades fazendrias, no exerccioda fiscalizao do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivasleis especiais.

    Smula 439 STFEsto sujeitos a fiscalizao tributria ou previdenciria quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigao

    6.3. Demonstrativos contbeis peridicos

    Todo empresrio tem que fazer o balano, a Lei determina o:

    a) Balano patrimonial (1.188)

    Art. 1.188. O balano patrimonial dever exprimir, com fidelidade e clareza, asituao real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como asdisposies das leis especiais, indicar, distintamente, o ativo e o passivo.Pargrafo nico. Lei especial dispor sobre as informaes que acompanharo obalano patrimonial, em caso de sociedades coligadas.

    Tem que identificar qual o seu ativo e qual so o seu passivo.

    b) Balano de resultado econmico (1.189 CC)

    Art. 1.189. O balano de resultado econmico, ou demonstrao da conta delucros e perdas, acompanhar o balano patrimonial e dele constaro crdito edbito, na forma da lei especial.

    Temos que apurar o resultado se foi lucros ou perdas.

    6.4. Obrigaes (art. 1.194 do CC)

    Art. 1.194. O empresrio e a sociedade empresria so obrigados a conservar emboa guarda toda a escriturao, correspondncia e mais papis concernentes sua atividade, enquanto no ocorrer prescrio ou decadncia no tocante aosatos neles consignados.

    So quatro:

    a) Registrob) Escrituraoc) Demonstrativos contbeisd) Manter em boa guarda e conservao toda a sua escriturao

    7. Nome empresarial

    7.1. Conceito

    o elemento de identificao do empresrio individual/sociedade empresria ouEIRELI.

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    Previso constitucional (art. 5, XXIX da CF)

    Art. 5, XXIXa lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmicodo Pas;

    7.2. Modalidades

    a) Firma

    Individual Social (razo social)

    b) Denominao

    7.3. Aplicao/Composio

    a) Firma individual

    Aplicao:Para o empresrio individual.Composio: composto pelo nome civil do empresrio(art. 1.156 do CC) esse nome

    pode ser completo ou abreviado.

    Art. 1.156. O empresrio opera sob firma constituda por seu nome, completo ouabreviado, aditando-lhe, se quiser, designao mais precisa da sua pessoa ou dognero de atividade.

    Exemplo: Rogrio Sanches, alm do nome civil dever ter uma designao mais precisasendo sua pessoa ou gnero de atividade. Sendo como exemplo RogrioSanches fil deBorboleta.

    b) Firma Socialtambm chamada de razo social

    Aplicao:S se aplica para sociedade que possui scio com responsabilidadeilimitada.

    Composio:temos que colocar o nome (s) do (s) scio (s) tambm pode ser nomecompleto ou abreviado. Ex. R. Sanches e R. Brasileiro. O ramo de atividade no obrigatrio.

    Art. 1.157. A sociedade em que houver scios de responsabilidade ilimitadaoperar sob firma, na qual somente os nomes daqueles podero figurar,bastando para form-la aditar ao nome de um deles a expresso "e companhia"ou sua abreviatura.Pargrafo nico. Ficam solidria e ilimitadamente responsveis pelas obrigaescontradas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma dasociedade de que trata este artigo.

    c) Denominao

    Aplicao:sociedade que possui scio com responsabilidade limitada tem que adotar

    a denominao.Composio:(expresses lingusticas), frases, palavras, termos.

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    Exemplos:Divina gula restauranteBola sete Buffet infantilC ki sabe motel

    Aqui o ramo de atividade passa a ser obrigatrio.

    Na S/A o scio tem responsabilidade limitada possui denominao, medidaexcepcional (nome de scio na denominao medida excepcional). Excepcionalmente seadmite colocar o nome de scio na denominao para homenagear, prestigiar o scio quecontribuiu com o sucesso da sociedade.Ex. Camargo Correa S/A.

    7.4. Anlise individualizada

    a) Sociedade em nome coletivo

    Todos os scios tm responsabilidade ilimitada e dever adotar a firma social.

    b) Sociedade em comandita simples

    Scio comanditadopossui responsabilidade ilimitadaScio comanditriopossui responsabilidade limitada

    Art. 1.047. Sem prejuzo da faculdade de participar das deliberaes da sociedadee de lhe fiscalizar as operaes, no pode o comanditrio praticar qualquer ato degesto, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito sresponsabilidades de scio comanditado.Pargrafo nico. Pode o comanditrio ser constitudo procurador da sociedade,para negcio determinado e com poderes especiais.

    c) Sociedade annima (art. 1.160)

    Art. 1.160. A sociedade annima opera sob denominao designativado objetosocial, integrada pelas expresses "sociedade annima" ou "companhia", porextenso ou abreviadamente.Pargrafo nico. Pode constar da denominao o nome do fundador, acionista,ou pessoa que haja concorrido para o bom xito da formao da empresa.

    Tem que ter denominao, porque a sociedade annima possui scio com

    responsabilidade limitada e precisa ter denominao.

    Composio:Para a CIA pode-se usar no inicio ou no meio, como exemplos:

    CIA brasileira de distribuio; Porto seguro Cia de seguros.

    Para S/A pode-se usar no incio, no meio ou no final como exemplos:

    S/A Matarazzo; Frota de nibus S/A Camarand;

    Santander S/A.

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    d) Cooperativa (art. 1.159 CC)

    Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominao integrada pelovocbulo "cooperativa".

    Denominao tem que ter o ncleo do nome + a expresso cooperativa, pode-se serno incio, no meio ou no fim.Cuidado com 3 excees:

    1 Exceo:No qual pode-se usar tanto a firma como a denominao Sociedadelimitada (art. 1.158 CC) pode ter firma ou denominao, apenas temos que colocar aexpresso limitada (LTDA) no final do nome empresarial. Exemplo: Subindo nas paredes sexshop LTDA.

    Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominao, integradas

    pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

    1 A firma ser composta com o nome de um ou mais scios, desde que pessoas

    fsicas, de modo indicativo da relao social. 2 A denominao deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nelafigurar o nome de um ou mais scios. 3 A omisso da palavra limitada determina a responsabilidade solidria eilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominaoda sociedade.

    2 Exceo:EIRELI, tambm pode ter firma ou denominao, porm esse ncleo donome tem que estar acompanhado de EIRELI no final.Exemplos:

    Firma: FABIANA LIMA EIRELI Denominao NANA NEN COMERCIO DE BRINQUEDOS EIRELI

    3 Exceo:Sociedade em comandita por aes tambm pode ter firma oudenominao.

    Obs.Temos um tipo societrio (sociedade em conta de participao) uma sociedadeque no tem personalidade jurdica, uma sociedade no personificada. De acordo com o art.1.162 do CC ela no possui nome empresarial .

    Art. 1.162. A sociedade em conta de participao no pode ter firma ou denominao.

    Firma Denominao

    Empresrio Individual Tem No TemSociedade em Nome

    ColetivoTem No Tem

    Sociedade em ComanditaSimples

    Tem No Tem

    S/A No Tem Tem

    Cooperativa No Tem Tem

    Sociedade Limitada Tem Tem

    EIRELI Tem Tem

    Sociedade em Comanditapor Aes

    Tem Tem

    Sociedade em Conta deParticipao

    No Tem No Tem

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    7.6. Proteo do nome empresarial

    Decorre automaticamente do registro do empresrio da sociedade empresria ou daEIRELI na junta comercial.

    A proteo ao nome empresarial no mbito estadual(art. 1.166 do CC)

    Art. 1.166. A inscrio do empresrio, ou dos atos constitutivos das pessoasjurdicas, ou as respectivas averbaes, no registro prprio, asseguram o usoexclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.Pargrafo nico. O uso previsto neste artigo estender-se- a todo o territrionacional, se registrado na forma da lei especial.

    Em SC foi registrado um restaurante garfo de ouro. Na PB tento registrar orestaurante garfo de ouro pode ser registrado sem problemas porque a proteo nombito Estadual.

    Tem posio minoritria afirma que o nome empresarial tem proteo no mbitofederal, pois o Brasil signatrio da conveno da Unio de Paris (art. 8)proteo ao nomeempresarial internacional. Ex. Fiat, Ferrari, Georgio Armani, pois so nomes empresariais degrande notoriedade. No tem como fazer registro em outros Estados. Como no mbitointernacional assim, no mbito nacional tambm deveria ser assim pois ao contrarioocorreria a inobservncia ao princpio da isonomia.

    7.7. Caractersticas do nome empresarial

    Temos duas caractersticas:

    a) O nome empresarial inalienvel(art. 1.164 do CC).

    Art. 1.164. O nome empresarial no pode ser objeto de alienao.Pargrafo nico. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, seo contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu prprio, com aqualificao de sucessor.

    Direito Personalssimo:Maria helena Diniz (art. 16, 18 e 52 do CC). Fbio UlhoaCoelho entende que o nome empresarial um elemento integrante do patrimnio.

    b) A ao de uso do nome empresarial: No possui mais prazo para ajuizamento da

    ao.

    Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ao para anular a inscriodo nome empresarial feita com violao da lei ou do contrato.

    Aula 4

    7.8. Princpios do nome empresarial

    O Art. 34, da Lei 8.934/94 diz que: O nome empresarial obedecer aos princpios daveracidade e da novidade.

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    Novidade:no podero coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomesempresariais idnticos ou semelhantes, prevalecendo aquele j protegido pelo prvio registro.

    Veracidade ou autenticidadesignifica que o nome empresarial tem que serverdadeiro. Impe que a firma individual ou firma social seja composta a partir do nome doempresrio ou dos scios respectivamente.

    Ex.Rogrio Sanches e Renato Brasileiro LTDA. No pode colocar Rogrio Sanches eEike Batista LTDA, porque Eike Batista no scio de Rogrio.

    Pergunta: Se Joo da Silva e Maria da Silva LTDA, por uma infelicidade da vida, Joomorreu, o que deve ocorrer?

    R-De acordo com o art. 1.165 do CC: O nome de scio que vier a falecer, for excludoou se retirar, no pode ser conservado na firma social.

    Obs. Se o scio falece ou excludo da sociedade necessrio retirar o seu nome dafirma social. Na Denominao utiliza-se uma expresso lingustica e excepcionalmente podecolocar o nome do scio, para homenage-lo, se ele falece no h necessidade de retirar o

    nome. Portanto para retirar o nome s em firma social.

    7.9. Nome empresarial diferente de marca

    Nome: o elemento de identificao da pessoa fsica ou a pessoa jurdica.

    Exemplo nome:Mariana Marques e Fernanda Gomes lanchone LTDA.Exemplo denominao:Globex utilidades domsticas S/A

    O registro da marca na Junta Comercial ocorre a proteo de mbito estadual.

    Marca: o elemento de identificao de um produto ou um servio

    Ex. Hypermarcas S/A - (Avano).Ex. Alpargatas So Paulo S/A (Topper, Mizuno etc.).

    O registro da marca feito no INPI e a proteo tem mbito Federal

    7.10. Nome empresarial diferente de ttulo de estabelecimento

    Nome empresarial:Pessoa fsica ou pessoa jurdicaTtulo de estabelecimento: o nome fantasia, o nome para atrair consumidores.

    Ex: Cia Brasileira de Distribuio (Po de Acar)Ex. Globex Utilidades Domsticas S/A (Ponto Frio)Ex. Arthur Lundgren tecidos S.A (Pernambucanas)Ex. Banco Santander S/A (Santander)Ex. Renata Franco e Adolfo Lima Sorveteria LDTAnome empresarial (Beijo Gelado

    ttulo de estabelecimento) compra um Panetone de Sorvete PANEGEL - marca

    7.11. Cancelamento do nome empresarial

    Dissoluo da Sociedade

    Inatividade por mais de 10 anos (art. 60 da Lei 8.934)

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    Art. 60. A firma individual ou a sociedade que no proceder a qualquerarquivamento no perodo de dez anos consecutivos dever comunicar juntacomercial que deseja manter-se em funcionamento. 1 Na ausncia dessa comunicao, a empresa mercantil ser consideradainativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perdaautomtica da proteo ao nome empresarial.

    2 A empresa mercantil dever ser notificada previamente pela junta comercial,mediante comunicao direta ou por edital, para os fins deste artigo. 3 A junta comercial far comunicao do cancelamento s autoridadesarrecadadoras, no prazo de at dez dias. 4 A reativao da empresa obedecer aos mesmos procedimentos requeridospara sua constituio.

    Sem comunicao Junta ComercialObs. Se h comunicao da pretenso de continuidade no haver presuno de

    inatividade.

    Pergunta: E deciso Judicial provoca cancelamento ou no?R- O enunciado 1 da 1 jornada de direito comercial da Justia Federal diz que adeciso judicial no provoca o cancelamento, mas deve assegurar a oportunidade demodificao.

    1. Deciso judicial que considera ser o nome empresarial violador do direito de marca

    no implica a anulao do respectivo registro no rgo prprio nem lhe retira os efeitos,

    preservado o direito de o empresrio alter-lo.

    8. Micro Empresa / Empresa de Pequeno Porte / Micro Empresrio IndividualLeiComplementar 123/06/Lei Complementar 139/11.

    uma classificao.

    8.1. Conceito Art. 3 da LC 123/06

    Micro Empresa Empresa de Pequeno Porte Micro Empresrio Individual

    Empresrio individual Sociedade empresria EIRELI

    Sociedade SimplesServe para ter benefciosfiscais e ter tratamentodiferenciado.

    Empresrio individual Sociedade empresria EIRELI

    Sociedade SimplesServe para ter benefciosfiscais e ter tratamentodiferenciado.

    A doutrina adota pequenoempresrio.A pessoa jurdica no se

    enquadra aqui, apenas seenquadra o empresrioindividual.

    A receita bruta for igual ouinferior a 360 mil reais. uma recita bruta Anual

    A receita bruta anual forsuperior a 360 mil reais eigual ou inferior a 3 milhes e600 mil reais. 10X a microempresa

    Empresrio individual comreceita bruta de at 60 milreais por ano.

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    Art. 3 Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ouempresas de pequeno porte a sociedade empresria, a sociedade simples, aempresa individual de responsabilidade limitada e o empresrio a que se refere oart. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil), devidamenteregistrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de PessoasJurdicas, conforme o caso, desde que:

    I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta igualou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); eII - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendrio, receitabruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferiora R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais). 1 Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, oproduto da venda de bens e servios nas operaes de conta prpria, o preo dosservios prestados e o resultado nas operaes em conta alheia, no includas asvendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 2 No caso de incio de atividade no prprio ano-calendrio, o limite a que serefere o caput deste artigo ser proporcional ao nmero de meses em que amicroempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade,

    inclusive as fraes de meses. 3 O enquadramento do empresrio ou da sociedade simples ou empresriacomo microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seudesenquadramento no implicaro alterao, denncia ou qualquer restrio emrelao a contratos por elas anteriormente firmados. 4 No poder se beneficiar do tratamento jurdico diferenciado previsto nestaLei Complementar, includo o regime de que trata o art. 12 desta LeiComplementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurdica:I - de cujo capital participe outra pessoa jurdica;II - que seja filial, sucursal, agncia ou representao, no Pas, de pessoa jurdicacom sede no exterior;III - de cujo capital participe pessoa fsica que seja inscrita como empresrio ou

    seja scia de outra empresa que receba tratamento jurdico diferenciado nostermos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse olimite de que trata o inciso II do caput deste artigo;IV - cujo titular ou scio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital deoutra empresa no beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receitabruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;V - cujo scio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoajurdica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limitede que trata o inciso II do caput deste artigo;VI - constituda sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;VII - que participe do capital de outra pessoa jurdica;VIII - que exera atividade de banco comercial, de investimentos e de

    desenvolvimento, de caixa econmica, de sociedade de crdito, financiamento einvestimento ou de crdito imobilirio, de corretora ou de distribuidora dettulos, valores mobilirios e cmbio, de empresa de arrendamento mercantil, deseguros privados e de capitalizao ou de previdncia complementar;IX - resultante ou remanescente de ciso ou qualquer outra forma dedesmembramento de pessoa jurdica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco)anos-calendrio anteriores;X - constituda sob a forma de sociedade por aes. 5 O disposto nos incisos IV e VII do 4o deste artigo no se aplica participao no capital de cooperativas de crdito, bem como em centrais decompras, bolsas de subcontratao, no consrcio referido no art. 50 desta LeiComplementar e na sociedade de propsito especfico prevista no art. 56 desta

    Lei Complementar, e em associaes assemelhadas, sociedades de interesseeconmico, sociedades de garantia solidria e outros tipos de sociedade, que

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    tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econmicos dasmicroempresas e empresas de pequeno porte. 6 Na hiptese de a microempresa ou empresa de pequeno porte incorrer emalguma das situaes previstas nos incisos do 4o, ser excluda do tratamentojurdico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, bem como do regime deque trata o art. 12, com efeitos a partir do ms seguinte ao que incorrida a

    situao impeditiva. 7 Observado o disposto no 2o deste artigo, no caso de incio de atividades, amicroempresa que, no ano-calendrio, exceder o limite de receita bruta anualprevisto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendrio seguinte, condio de empresa de pequeno porte. 8 Observado o disposto no 2o deste artigo, no caso de incio de atividades, aempresa de pequeno porte que, no ano-calendrio, no ultrapassar o limite dereceita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendrio seguinte, condio de microempresa. 9 A empresa de pequeno porte que, no ano-calendrio, exceder o limite dereceita bruta anual previsto no inciso II do caput fica excluda, no mssubsequente ocorrncia do excesso, do tratamento jurdico diferenciado

    previsto nesta Lei Complementar, includo o regime de que trata o art. 12, paratodos os efeitos legais, ressalvado o disposto nos 9o-A, 10 e 12. 9-A. Os efeitos da excluso prevista no 9o dar-se-o no ano-calendriosubsequente se o excesso verificado em relao receita bruta no for superior a20% (vinte por cento) do limite referido no inciso II do caput. 10. A empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendrio de incio deatividade ultrapassar o limite proporcional de receita bruta de que trata o 2oestar excluda do tratamento jurdico diferenciado previsto nesta LeiComplementar, bem como do regime de que trata o art. 12 desta LeiComplementar, com efeitos retroativos ao incio de suas atividades. 11. Na hiptese de o Distrito Federal, os Estados e os respectivos Municpiosadotarem um dos limites previstos nos incisos I e II do caput do art. 19 e no art.

    20, caso a receita bruta auferida pela empresa durante o ano-calendrio de inciode atividade ultrapasse 1/12 (um doze avos) do limite estabelecido multiplicadopelo nmero de meses de funcionamento nesse perodo, a empresa no poderrecolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, relativos aoestabelecimento localizado na unidade da federao que os houver adotado, comefeitos retroativos ao incio de suas atividades. 12. A excluso de que trata o 10 no retroagir ao incio das atividades se oexcesso verificado em relao receita bruta no for superior a 20% (vinte porcento) do respectivo limite referido naquele pargrafo, hiptese em que osefeitos da excluso dar-se-o no ano-calendrio subsequente. 13. O impedimento de que trata o 11 no retroagir ao incio das atividades seo excesso verificado em relao receita bruta no for superior a 20% (vinte por

    cento) dos respectivos limites referidos naquele pargrafo, hiptese em que osefeitos do impedimento ocorrero no anocalendrio subsequente. 14. Para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, podero serauferidas receitas no mercado interno at o limite previsto no inciso II do caputou no 2o, conforme o caso, e, adicionalmente, receitas decorrentes daexportao de mercadorias, inclusive quando realizada por meio de comercialexportadora ou da sociedade de propsito especfico prevista no art. 56 desta LeiComplementar, desde que as receitas de exportao tambm no excedam osreferidos limites de receita bruta anual. 15. Na hiptese do 14, para fins de determinao da alquota de que trata o 1 do art. 18, da base de clculo prevista em seu 3o e das majoraes dealquotas previstas em seus 16, 16-A, 17 e 17-A, ser considerada a receita

    bruta total da empresa nos mercados interno e externo.

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    8.2. Impedimentos legais para o enquadramento de ME ou EPP

    a) ter como scio, pessoa jurdica.b) ser filial de pessoa jurdica com sede no exterior.c) ter como scio, pessoa fsica que seja empresrio individual ou scio de sociedade j

    enquadrada como ME ou EPP. Admitiria outra sociedade se a soma no ultrapasse o teto da lei(conforme LC 123/06).

    d) ter como scio pessoa fsica que seja scio de outra sociedade com mais de 10 %no enquadrada como ME ou EPP.

    e) Cooperativa (exceto cooperativa de consumo).f) SOCIEDADE POR AES (S/A)g) A sociedade no pode ter participao no capital social de outra sociedade. No

    pode ser holding (pessoa jurdica participa de outra pessoa jurdica).

    8.3. Simplificao dos procedimentos de abertura e fechamento

    Temos que saber:a) Art. 7 da LC 123 estabelece que sempre que se tratar de ME, EPP, e MEI os

    municpios devero dar um alvar provisrio de funcionamento j no ato do registro. Salvo sea atividade desenvolvida apresentar risco grave.

    Art. 7 - Exceto nos casos em que o grau de risco da atividade seja consideradoalto, os municpios emitiro Alvar de Funcionamento Provisrio, que permitir oincio de operao do estabelecimento imediatamente aps o ato de registro.Pargrafo nico. Nos casos referidos no caput deste artigo, poder o Municpioconceder Alvar de Funcionamento Provisrio para o microempreendedorindividual, para microempresas e para empresas de pequeno porte:Iinstaladas em reas desprovidas de regulao fundiria legal ou com

    regulamentao precria; ouIIem residncia do microempreendedor individual ou do titular ou scio damicroempresa ou empresa de pequeno porte, na hiptese em que a atividadeno gere grande circulao de pessoas.

    O Art. 9 da LC 123 dispensa o visto do Advogado e dispensa a apresentao da CND.Art. 9 O registro dos atos constitutivos, de suas alteraes e extines (baixas),referentes a empresrios e pessoas jurdicas em qualquer rgo envolvido noregistro empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (trs) mbitos de governo,ocorrer independentemente da regularidade de obrigaes tributrias,previdencirias ou trabalhistas, principais ou acessrias, do empresrio, dasociedade, dos scios, dos administradores ou de empresas de que participem,

    sem prejuzo das responsabilidades do empresrio, dos scios ou dosadministradores por tais obrigaes, apuradas antes ou aps o ato de extino. 1 O arquivamento, nos rgos de registro, dos atos constitutivos deempresrios, de sociedades empresrias e de demais equiparados que seenquadrarem comomicroempresa ou empresa de pequeno porte bem como oarquivamento de suas alteraes so dispensados das seguintes exigncias:I - certido de inexistncia de condenao criminal, que ser substituda pordeclarao do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de no estarimpedido de exercer atividade mercantil ou a administrao de sociedade, emvirtude de condenao criminal;II - prova de quitao, regularidade ou inexistncia de dbito referente a tributoou contribuio de qualquer natureza.

    2 No se aplica s microempresas e s empresas de pequeno porte o dispostono 2o do art. 1o da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994.

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    3 No caso de existncia de obrigaes tributrias, previdencirias outrabalhistas referidas no caput, o titular, o scio ou o administrador damicroempresa e da empresa de pequeno porte que se encontre sem movimentoh mais de 12 (doze) meses poder solicitar a baixa nos registros dos rgospblicos federais, estaduais e municipais independentemente do pagamento dedbitos tributrios, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das

    respectivas declaraes nesses perodos, observado o disposto nos 4o e 5o. 4 A baixa referida no 3o no impede que, posteriormente, sejam lanados oucobrados impostos, contribuies e respectivas penalidades, decorrentes dasimples falta de recolhimento ou da prtica comprovada e apurada em processoadministrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresrios,pelas microempresas, pelas empresas de pequeno porte ou por seus titulares,scios ou administradores. 5 A solicitao de baixa na hiptese prevista no 3 deste artigo importaresponsabilidade solidria dos titulares, dos scios e dos administradores doperodo de ocorrncia dos respectivos fatos geradores. 6 Os rgos referidos no caput deste artigo tero o prazo de 60 (sessenta) diaspara efetivar a baixa nos respectivos cadastros.

    7 Ultrapassado o prazo previsto no 6 deste artigo sem manifestao dorgo competente, presumir-se- a baixa dos registros das microempresas e a dasempresas de pequeno porte. 8 Excetuado o disposto nos 3 a 5 deste artigo, na baixa de microempresaou de empresa de pequeno porte aplicar-se-o as regras de responsabilidadeprevistas para as demais pessoas jurdicas. 9 Para os efeitos do 3 deste artigo, considera-se sem movimento amicroempresa ou a empresa de pequeno porte que no apresente mutaopatrimonial e atividade operacional durante todo o ano-calendrio. 10. No caso de existncia de obrigaes tributrias, previdencirias outrabalhistas, principais ou acessrias, o MEI poder, a qualquer momento,solicitar a baixa nos registros independentemente do pagamento de dbitos

    tributrios, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das respectivasdeclaraes nesses perodos, observado o disposto nos 1o e 2o. 11. A baixa referida no 10 no impede que, posteriormente, sejam lanadosou cobrados do titular impostos, contribuies e respectivas penalidades,decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prtica comprovada eapurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidadespraticadas pela empresa ou por seu titular. 12. A solicitao de baixa na hiptese prevista no 10 importa assuno pelotitular das obrigaes ali descritas.

    9. Estabelecimento EmpresarialA doutrina majoritria chama tambm de fundo de comrcio, Fundo de empresa,

    azienda.

    9.1. Conceito (art. 1.142 CC)

    Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,para exerccio da empresa, por empresrio, ou por sociedade empresria.

    um conjunto de bens organizados, envolvem os bens corpreos tambm chamadosde bens materiais, como tambm os bens incorpreos tambm chamados de imateriais.

    Bens Corpreos:mveis, utenslio, maquinrio, equipamentos, imvel, veculos etc.

    Bens incorpreos:ponto comercial, a marca, patente.

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    O enunciado 7 da 1 jornada de direito comercial da Justia Federal diz que O nomede domnio integra o estabelecimento empresarial como bem incorpreo para todos os fins dedireito.

    Obs.imvel no o estabelecimento, mas sim, elemento integrante doestabelecimento.

    9.2. Estabelecimento diferente de patrimnio

    A padaria Ki po LTDA possui o imvel 1 e possui o imvel 2. O Imvel 1 estdestinado para a padaria, o imvel 2 est alugado e o valor do aluguel utilizado para comprarmercadorias para a padaria, o imvel 2 integra o estabelecimento?

    Resposta: NO, porque o estabelecimento o conjunto de bens diretamenterelacionado atividade empresarial.

    O patrimnio envolve o estabelecimento, mais pode ter tambm outros bens comoexemplo (aes Petrobrs, imveis).

    9.3. Natureza Jurdica do estabelecimento

    O estabelecimento no sujeito de direito, o estabelecimento o objeto unitrio dodireito (art. 1.143 CC).

    Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitrio de direitos e de negciosjurdicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatveis com a suanatureza.

    uma universalidade de direito ou uma universalidade de fato.Note-se que a universalidade dedireito a reunio de bens decorrente da vontade

    do legislador exemplo a Massa Falida, Herana etc.A universalidade de fato a reunio de bens por vontade do empresrio, da

    Sociedade empresria da EIRELI, a doutrina majoritria.

    Art. 91 do CC - Constitui universalidade de direito o complexo de relaesjurdicas, de uma pessoa, dotadas de valor econmico.

    9.4. Trespasse

    o nome que se d para o contrato de compra e venda de estabelecimentoempresarial. Trespasse diferente de cesso de cotas.

    Padaria Real LTDA. possui dois scios (Frederico 40% e lvaro com 60 %), ela possuiduas unidades. Tem outra pessoa jurdica (forno quente LTDA) e ela est interessada emcomprar a unidade 2, ocorre uma operao de trespasse.

    No trespasse haver transferncia da titularidade do estabelecimento.Vejamos que a (forno quente LTDA) quer comprar as cotas de lvaro que tem 60 % da

    Padaria real, ocorreu uma cesso de cotas com a (forno quente).Na cesso de cotas no haver transferncia do estabelecimento, mas to somente a

    modificao do quadro societrio.

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    9.5. Formalidades do trespasse

    Quem vende o estabelecimento chamado de alienante e quem compra oestabelecimento o adquirente, entre os contratantes basta somente ter o contrato, ocontrato por si s produz efeitos entre os contratantes.

    O art. 1.144 do CC estabelece para esse contrato de trespasse para produzir efeitosperante terceiros precisar de publicidade: primeiro precisar de averbao da junta comerciale publicao na imprensa oficial.

    Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienao, o usufruto ouarrendamento do estabelecimento, s produzir efeitos quanto a terceiros depoisde averbado margem da inscrio do empresrio, ou da sociedade empresria,no Registro Pblico de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.

    9.6. Eficcia do trespasse

    Padaria real LTDA possui dois estabelecimentos, o estabelecimento 1 est avaliado em800 mil reais e o estabelecimento 2 est avaliado em 2 milhes. Essa padaria tem dvidas novalor de 1 milho de reais. Cabe penhora do estabelecimento? Conforme a Smula 451 do STJdiz que legtima essa ao. legtima a penhora da sede do estabelecimento comercial.Mas, medida excepcional, ou seja, quando no h outros bens para penhorar (ex. dinheiroetc.).

    Ex. 1- A padaria resolve vender a unidade 1, o continua com a unidade 2, a unidade 2 suficiente para saldar a dvida da padaria?

    SIM, ento nesse caso ao vender a unidade 1 no precisar pedir anuncia doscredores.

    Ex. 2- A padaria resolve vender a unidade 2, e continua com a unidade 1, a unidade 1 suficiente para saldar a dvida da padaria?

    No, nesse caso o art. 1.145 do CC diz que ter que fazer:

    a) Pagamento de todos os credoresOUb) Consentimento de todos os credores

    Art.1.145. Se ao alienante no restarem bens suficientes para solver o seupassivo, a eficcia da alienao do estabelecimento depende do pagamento detodos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tcito, emtrinta dias a partir de sua notificao.

    Se a padaria fizer a operao de venda e no pagar os credores ou no ter oconsentimento de todos os credores, ocorre que o contrato ser ineficaz.

    9.7. Responsabilidade por dvidas anteriores

    Na Figura do adquirente responde por dvidas anteriores (art. 1.146 do CC), desde quea dvida esteja regularmente contabilizada. Se no estiver ele no responder. Essa regraaplicasse para todas as dvidas que no sejam trabalhista (art. 10 e 448 do CLT) ou tributria.(art. 133 do CTN).

    Pergunta: Na figura do alienante ele responde solidariamente, no prazo de 1 ano,conta-se como?

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    a) Dvida vencida conta-se 1 ano a partir da data da publicao na imprensa oficialb) Dvida vincenda conta-se 1 ano a partir da data do vencimento.

    Obs. Se a compra e venda de estabelecimento ocorrer dentro da falncia ourecuperao judicial, aplicar-se- o art. 141, III (falncia) e o art. 60 para a recuperao

    judicial.

    Art. 141. Na alienao conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa oude suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:IIo objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso doarrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, asderivadas da legislao do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.

    9.8. Concorrncia

    Se pode ou no pode a concorrncia o que ir delimitar o contrato de Trespasse. Se ocontrato for omisso nesse caso aplica-se a regra do art. 1.147 do CC, ou seja, sem concorrnciano prazo 5 anos.

    Art. 1.147. No havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimentono pode fazer concorrncia ao adquirente, nos cinco anos subsequentes transferncia.Pargrafo nico. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, aproibio prevista neste artigo persistir durante o prazo do contrato.

    9.9. Subrrogao nos contratos de explorao

    O art. 1.148 do CC traz uma regra, que todos os contratos.

    Art. 1.148. Salvo disposio em contrrio, a transferncia importa a sub-rogaodo adquirente nos contratos estipulados para explorao do estabelecimento, seno tiverem carter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato emnoventa dias a contar da publicao da transferncia, se ocorrer justa causa,ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.

    O enunciado 8 da 1 jornada de direito comercial diz que: A sub-rogao doadquirente nos contratos de explorao atinentes ao estabelecimento adquirido, deSTJ:Material de Construo alugou um imvel, ocorreu a transferncia de todos os bens paraoutro depsito de construo. Porm o imvel alugado. Para transferir um imvel alugadoprecisar de anuncia escrita do locador (art. 13, Lei 8.245/91).

    Informativo n 0465 - Perodo: 28 de fevereiro a 4 de maro de 2011. - Terceira Turma -LOCAO COMERCIAL. TRESPASSE. - Trata-se de ao de despejo por falta de pagamentocumulada com ao de cobrana dos aluguis; o primitivo locador realizou a cesso do fundode comrcio a terceiros (trespasse), o que, a seu ver, exoner-lo-ia da responsabilidade porulteriores dbitos locatcios em razo da inaplicabilidade do art. 13 da Lei n. 8.245/1991 aoscontratos de locao comercial. Apesar da relevncia do trespasse para o fomento efacilitao dos processos produtivos e como instrumento para a realizao dojus abutendi (opoder de dispor do estabelecimento comercial), ele est adstrito a certos limites. O contratolocatcio, por natureza, reveste-se de pessoalidade, pois so sopesadas as caractersticasindividuais do futuro inquilino ou fiador (capacidade financeira e idoneidade moral), razo

    pela qual a alterao deles no pode dar-se sem o consentimento do proprietrio do imvel.Assim, no h como entender que o referido artigo da Lei do Inquilinato no possa ser

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    Intensivo I Direito Empresarial - LFG

    plicado s locaes comerciais, visto que, ao prevalecer o entendimento contrrio, tal qualpretendido pelo recorrido, o proprietrio do imvel estaria merc do inquilino, que, por suaconvenincia, imporia ao locador honrar o contrato com pessoa diversa daquela constante doinstrumento, que pode no ser apta a cumprir o avenado por no possuir as qualidadesexigidas pelo proprietrio. Assim, a modificao, deper si, de um dos polos do contrato de

    aluguel motivado pela cesso do fundo do comrcio fere o direito de propriedade do locadore a prpria liberdade de contratar, quanto mais no sendo permitido o fomento econmico custa do direito de propriedade alheio. Destarte, o juiz deve reapreciar a inicial ao consideraraplicvel o disposto no art. 13 da Lei n. 8.245/1991 ao contrato de locao comercial. REsp1.202.077-MS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgadoem 1/3/2011. Na prova adote a posio do STJ.

    Aula 5

    Lei 9.279/96: A propriedade intelectual est dividida em direito autoral e apropriedade industrial. A propriedade industrial uma espcie de propriedade intelectual.

    1) Finalidade

    Essa lei tem previso constitucional no art. 5, XXIX da CF vejamos:

    XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporriopara sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade dasmarcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista ointeresse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas;.

    Tendo assim o desenvolvimento tecnolgico e econmico do pas.Exemplo BINA (B identifica o nmero de B). O desenvolvimento garantido

    assegurando a exclusividade de uso.

    2) Bens protegidos

    Inveno Precisa de patente Proteo Atravs da PatenteModelo de utilidade

    Desenho industrial Precisa de registro Proteo atravs do RegistroMarca

    Visa a proteo a falsa indicao geogrfica e tambm faz a represso concorrnciadesleal (programa de computador protegido por direito autoral e no por propriedadeindustrial). Tanto a patente como o registro far-se- no INPI (Instituto Nacional de PropriedadeIndustrial) uma autarquia federal com sede no Rio de Janeiro.

    A inveno tem a proteo por 20 anos.O modelo de utilidade a proteo de 15 anos.O desenho industrial a proteo de 10 anos.A marca tem proteo de 10 anos.

    A inveno, modelo de utilidade e o desenho industrial tem que ser feito o depsito(comea a contagem do prazo).

    A marca o prazo comea a correr depois da concesso. Concedeu a marca comeacorrer o prazo.

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    A inveno e o modelo de utilidade so improrrogveis, ou seja, a patente improrrogvel. Acabou o prazo a patente cai em domnio pblico.

    O registro prorrogvel, ou seja, improrrogvel o desenho industrial e a marca. Essaprorrogao, vejamos posteriormente.

    3) Patente

    um ttulo de monoplio temporrio sobre uma inveno ou modelo de utilidade,outorgado pelo Estado aos inventores ou autores (pessoas fsicas ou jurdicas) detentores dedireitos sobre a criao para explorao econmica. De outro lado, o inventor se obriga arevelar detalhadamente todo contedo tcnico da matria protegida pela patente.

    3.2. Segredo industrial

    a inveno no levada patente, que por no ter seus dados reveladospublicamente, ter proteo informao por tempo indeterminado. Exemplos (Coca-Cola,

    Johnie Walker, Chanel5) .