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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO PROVA PERICIAL FASE DECISÓRIA COISA JULGADA Antero Arantes Martins

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO PROVA PERICIAL … · O juiz não está adstrito ao laudo e pode formar sua convicção de modo contrário com base em outros elementos do processo

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

PROVA PERICIAL

FASE DECISÓRIA

COISA JULGADA

Antero Arantes Martins

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PARTE 1

PROVA PERICIAL

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PROVA PERICIAL

• Não é possível exigir que o juiz disponha de

conhecimentos universais a ponto de examinar

cientificamente tudo sobre a veracidade e as

conseqüências de todos os fenômenos possíveis de

figurar nos pleitos judiciais.

• Consiste numa declaração de ciência ou na afirmação de

um juízo.

• A prova pericial consiste em exame, vistoria ou

avaliação (art.464 do C.P.C./2015)

Art. 464 do CPC

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• Exame é a inspeção sobre coisas, pessoas

ou documentos, para verificação de

qualquer fato ou circunstancia que tenha

interesse para a solução do litígio.

• Vistoria é a mesma inspeção quando

realizada sobre bens imóveis.

• Avaliação é a apuração de valor, em

dinheiro, de coisas direitos ou obrigações

em litígio.

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• A parte pode participar da prova pericial formulando

quesitos e indicando assistente técnico. Os quesitos tem

por finalidade fazer com que o perito, ao responde-los,

possa esclarecer as questões científicas que envolvem o

laudo para as situações fáticas discutidas no processo.

• O juiz poderá indeferir alguns quesitos que julgar

impertinentes, bem como formular os que entender

necessários. É licito apresentar quesitos suplementares.

• O assistente técnico é um expert no assunto de confiança

da parte e que irá acompanhar o trabalho do perito

judicial nos termas científicos que o leigo não pode

compreender.

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• Em nível de força probante a perícia é meramente decaráter opinativo e vale pela força dos argumentos emque repousa. O juiz não está adstrito ao laudo e podeformar sua convicção de modo contrário com base emoutros elementos do processo.

• É relevante mencionar que as matérias relativas aoadicional de insalubridade e adicional de periculosidadeexigem a prova pericial (art. 195, CLT), com a exclusãode qualquer outra.

• Inspeção judicial é o meio de prova que consiste napercepção sensorial direta do juiz sobre qualidades oucircunstancias corpóreas de pessoas ou coisasrelacionadas com o litígio.

Art. 195 da CLT

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• Para que um laudo técnico seja elaborado, é necessárioque os fatos estejam bem definidos, para que a períciatenha valor probatório.

• Se o perito fundamentar os a sua perícia em fatosinverídicos, a sua conclusão será inútil para aquelelitígio, portanto perderá a sua força probandi.

• Ex: O perito conclui pela insalubridade por ruído naempresa. Contudo, mais tarde, provou-se que oReclamante passava a maior parte do tempo fora daempresa.

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• Imaginando que o laudo técnico do peritofosse um prédio, os fatos no processoseriam a base do edifício

FATOS

LAUDO

TÉCNICO

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• A Prova emprestada é aceita na sistemática doprocesso do trabalho.

• Contudo, o seu ingresso no processo nãosignifica certeza de ganho de causa à parte quea trouxe, ainda que no processo de origem omagistrado tenha decidido a seu favor.

• Isto porque a coisa julgada atinge somente odispositivo. Além disso, estar-se-ia violando oprincípio do livre convencimento.

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• Prova emprestada no caso de perícia:

• A perícia realizada no processo de terceiro, ainda que no mesmo local de trabalho esob as mesmas condições, não substitui aperícia a ser realizada no novo processo

• Isto porque estar-se-ia ferindo o princípiodo contraditório. As partes tem direito deformular novos quesitos, requereresclarecimentos, apresentar assistentetécnico, Etc...

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• Neste caso, a perícia realizada emprocesso distinto, ingressará nos autoscomo documento, e não como perícia,recebendo sua devida valoração pelomagistrado no momento do julgamento.

Voltar

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• Prova técnica simplificada:

• CPC/2015:Art. 464-...

• § 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em

substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica

simplificada, quando o ponto controvertido for de menor

complexidade.

• § 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição

de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que

demande especial conhecimento científico ou técnico.

• § 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação

acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá

valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e

imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da

causa.

Voltar

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PARTE 2

FASE DECISÓRIA

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Fase Decisória. Razões Finais

• Concluída a produção das provas, o Juízo encerra a

fase probatória e inicia a fase decisória.

• O primeiro passo da fase decisória é a apresentação

de razões finais. Podem ser escritas (memoriais) ou

verbais (debates orais). A CLT determina que sejam

feitas oralmente, no prazo de 10 minutos a cada parte,

primeiro o reclamante e depois a reclamada. O juiz

pode, verificando a complexidade do processo,

suspender a sessão para permitir a apresentação de

memoriais.

• Nas razões finais a parte deve proceder a adequação

entre a fase postulatória e a fase probatória.

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Fase Decisória. Razões Finais

• A importância das razões finais, além de seu

objetivo primeiro (adequação) já visto, é que este é

o primeiro momento legalmente concedido às

partes para manifestação nos autos.

• Estabelece o art. 795 da CLT:• Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão

mediante provocação das partes, as quais deverão

argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em

audiência ou nos autos.

• Aqui está, portanto, o momento a que se refere a

Lei quando a nulidade ocorrer em audiência.

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Fase Decisória. Última tentativa de conciliação.

• O Juiz pode tentar a conciliação em qualquermomento do processo. Entretanto, em duasoportunidades a tentativa de conciliação éobrigatória:

• Primeira: Assim que instaurada a audiência, antesda apresentação da defesa:

• Última: Após a realização das razões finais emantes do julgamento. Se diz última e não segundaporque o Juiz pode, facultativamente, realizaroutras tentativas no curso da audiência.

• A ausência destas tentativas gera nulidade doprocesso. A jurisprudência tem sido branda,deixando de declarar a nulidade se não for feita aprimeira, mas, for feita a última. Se não for feita aúltima, entretanto, declara-se a nulidade.

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Fase Decisória. Última tentativa de conciliação.

• Se frutífera a conciliação será lavrado orespectivo termo. A homologação do Juizvalerá como decisão irrecorrível (art. 831,parágrafo único, CLT), salvo para aPrevidência Social.

• O processo resolve-se com mérito (art. 487,III, b, CPC/2015).

• Sendo irrecorrível a decisão, há transito emjulgado imediato.

• Somente atacável por Ação Rescisória sepresente (s) alguma (s) hipótese (s) do art.966 do CPC/2015.

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Fase Decisória. Sentença. Introdução.

Modalidades de Decisões

• Antes de abordar a sentença propriamente

dita, é preciso conhecer e identificar as

formas pelas quais o juiz se manifesta no

processo. São três (art. 203 do CPC/2015):

– Despacho de mero expediente: São manifestações

judiciais que se destinam a movimentar o processo,

sem conteúdo decisório.

– Decisões interlocutórias: São manifestações

judiciais que se destinam a solucionar incidentes

que surgem no curso do processo e, portanto, tem

conteúdo decisório mas, não põe fim ao litígio.

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Fase Decisória. Sentença. Introdução.

Modalidades de Decisões

• Sentença: São manifestações judiciais que sedestinam a extinguir o processo, com ou semresolução do mérito. Diferencia-se das decisõesinterlocutórias porque tem conteúdo decisório epõe fim ao processo. Trata-se aqui do termo“sentença” no sentido amplo, porque no sentidoestrito sentença é a decisão proferida pelo primeirograu. A decisão do segundo grau é chamada deAcórdão e do terceiro e quarto graus édenominada de Aresto, embora a praxe já venhadesignando as decisões de terceiro e quarto graustambém como Acórdão.

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Fase Decisória. Sentença. Conceito legal.

• Eis a redação do art. 203, § 1º do CPC/2015:

– Art. 203: ...

– § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos

procedimentos especiais, sentença é o

pronunciamento por meio do qual o juiz, com

fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase

cognitiva do procedimento comum, bem como

extingue a execução.

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Fase Decisória. Modalidades de sentença

• A sentença pode extinguir o processo semresolução do mérito (terminativa) ou comresolução do mérito (definitiva).

• Quando há extinção sem resolução do mérito, ojuiz está negando ao autor o pedido imediato,ou seja, o pedido de tutela jurisdicional. Poralguma razão, está decretando que o exercíciodo direito de ação (postular uma tutelajurisdicional do Estado) foi exercido de formairregular.

• As hipóteses para extinção sem resolução domérito estão expressas no art. 485 do Códigode Processo Civil de 2015.

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Fase Decisória. Modalidades de sentença (Cont).

• Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

• I - indeferir a petição inicial (após o Juízo inicial de adm.);;

• II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência daspartes;

• III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autorabandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias(II e III, intimar pessoalmente oautor para que o faça em 5 dias);

• IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimentoválido e regular do processo;

• V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisajulgada (não pode renovar a ação se a extinção se deu por este inciso);

• VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual (observar quefoi retirada a “possibilidade jurídica” bem como a referência às condições daação;

• VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando ojuízo arbitral reconhecer sua competência;

• VIII - homologar a desistência da ação;

• IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível pordisposição legal; e

• X - nos demais casos prescritos neste Código. (o rol não é taxativo. Ex: Art 129do CPC – lide simulada; art. 47, § único, CPC – litisconsórcio necessário).

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Fase Decisória. Modalidades de sentença (Cont).

• Quando há extinção com resolução do mérito,

significa que o juiz irá atender ao pedido

imediato, ou seja, entregará a tutela

jurisdicional e irá analisar o pedido mediato, ou

seja, o próprio mérito da causa, que é o conflito

surgido na relação jurídica de base.

• Também ocorre extinção com resolução do

mérito, por definição legal (art. 487, CPC),

quando o juiz acolhe decadência e prescrição,

homologa acordo entre as partes e ocorre a

renúncia do autor sobre o direito que fundava a

ação.

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Fase Decisória. Modalidades de sentença (Cont).

• Observar aparente contradição entre oart. 487, parágrafo único com o art. 132,parágrafo primeiro, ambos do CPC/2015.

• Um trata do contraditório realdeterminando ao Juiz que ouça as partessobre eventual pronunciamento, de ofício,da decadência ou prescrição.

• Outro estabelece a possibilidade dejulgamento liminar de improcedência pelaocorrência de decadência ou prescrição.

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Fase Decisória. Modalidades de sentença (Cont).

• Já se viu, em outra ocasião, que a

jurisprudência trabalhista (TST) não aceita o

pronunciamento de ofício da prescrição.

• Entretanto, pode o Juiz, através do que dispõe

o parágrafo único do art. 487 provocar as

partes para que se manifestem sobre este

tema?

• A CLT é omissa. Entretanto, se não pode

pronunciar a prescrição de ofício, não poderia

provocar a parte a manifestar-se sobre este

tema.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença.

• A sentença é composta de relatório, fundamentação e

dispositivo (também chamado de decisum), salvo no rito

sumaríssimo onde o relatório é dispensado.

• No relatório o juiz faz uma breve narrativa dos fatos

ocorridos no processo até aquele momento, indicando

resumidamente o objeto da petição inicial, as razões de

defesa, as provas produzidas e o que de mais entender

conveniente relatar.

– Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

– I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação

do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro

das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Na fundamentação o juiz indicará as razões de decidir. Éaqui que o juiz deve aplicar o Princípio da PersuasãoRacional. O Juiz é livre para apreciar as provas de decidir,estando adstrito somente à lei e à sua consciência.Entretanto, como quer que decida, deve convencerracionalmente o leitor de suas razões.

• Quando se diz “convencer”, evidentemente não se querdizer que o leitor irá concordar com o que foi decidido (epara isto existem os recursos) mas deve compreender oprocesso lógico de raciocínio do juiz para chegar àqueladecisão.

– Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

– ...

– II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questõesde fato e de direito;

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• A aplicação deste princípio deve ser feita em

três passos:

• 1º Passo: Fixar o fato que reputa

verdadeiro;

• 2º Passo: Indicar a prova que o convenceu

do fato, ou de quem era o ônus da prova que

não foi produzida;

• 3º Passo: Aplicar o direito sobre o fato

reconhecido.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:

• § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, sejaela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de atonormativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questãodecidida;

• II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar omotivo concreto de sua incidência no caso;

• III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outradecisão;

• IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processocapazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

• V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, semidentificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que ocaso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

• VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ouprecedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência dedistinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:• § 1o Não se considera fundamentada qualquer

decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou

acórdão, que:

• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase

de ato normativo, sem explicar sua relação com a

causa ou a questão decidida;

• Evidente e sem controvérsia. Como vimos

acima, o 3º passo é aplicar o direito sobre o

fato, não podendo, evidentemente, lançar o

direito sem dizer qual sua relação com o

fato.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:– § 1o Não se considera fundamentada qualquer

decisão judicial, seja ela interlocutória, sentençaou acórdão, que:

– II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,sem explicar o motivo concreto de suaincidência no caso;

• Evidente e sem controvérsia. Assim como otexto legal, textos de doutrina podemfundamentar o convencimento do julgador,desde que, evidentemente, estejamrelacionados ao caso concreto.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:– § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão

judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,

que:

– III - invocar motivos que se prestariam a justificar

qualquer outra decisão;

• Ainda pior. Aplicabilidade evidente: Texto pronto é

inadmissível. A decisão deve ser particularizada,

ainda que, evidentemente, possa ser idêntica à

decisões proferidas em idênticas causas, o que,

obviamente, deve ser mencionado,

nomeadamente nas causas que discutem matéria

de direito exclusivamente.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:– § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão

judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,que:

– IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos noprocesso capazes de, em tese, infirmar a conclusãoadotada pelo julgador;

• Histórico: Reação legislativa à posiçãojurisprudencial até então consolidade no sentidode que o Juiz não está obrigado a rebater “ponto aponto” todos os argumentos das partes.

• Controvérsia: Maior parte da magistratura é contraeste dispositivo. Maior parte da advocacia é afavor.

Continua ...

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Argumentos da Magistratura: Com ocomputador os advogados lançarão tesesinfinitas que tornarão o julgamento inviável.

• Argumentos da advocacia: A parte temdireito a pronunciamento jurisdicional sobreseus argumentos de defesa (defesa deinteresse e não defesa do réu) e a negaçãodeste dispositivo implica na negação dopróprio acesso ao Poder Judiciário. Osjuízes não lêem suas manifestações.

Continua ...

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• O art. 3º da IN 39 do TST afirma que o artigo é aplicável

ao Processo do Trabalho.

• Também penso assim. A má-fé não pode ser presumida,

nem de advogados (como sustenta a magistratura), nem

de Juízes (como sustenta a advocacia).

• Assim, eventual abuso por parte do advogado ao invocar

teses despropositadas e procrastinatórias devem ser

punidas com litigância de má-fé.

• Eventual negligência do Magistrado na sua conduta deve

ser punida disciplinarmente, além de nulidade da decisão

não fundamentada.Continua ...

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• De qualquer sorte o dispositivo legal estabelece anecessidade de pronunciamento judicial sobre “...argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão

adotada pelo julgador”.

• A questão é saber se o julgador (1) poderá utilizar umaexpressão genérica afirmando que “... Os demais argumentosdeduzidos no processo não são capazes de infirmar a conclusão adotada pelo

julgador” ou (2) se terá que explicar porque taisargumentos não tem esta aptidão.

• Se a solução for a primeira, então nada muda, pois o Juizse pronunciará apenas sobre aqueles que acharrelevantes.

• Se a solução for a segunda, então o dispositivo fica semefeito, já que o juiz terá que manifestar-se sobre todos osargumentos do mesmo modo. Questão que só serásolucionada na jurisprudência futura.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:– § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão

judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,

que:

– V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de

súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes

nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta

àqueles fundamentos;

• Evidente e sem controvérsia. Como já se disse nos

comentários anteriores. Não pode aplicar norma,

conceito doutrinário e, agora, jurisprudência, sem

relacionar com a hipótese fática em exame.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Sentença NÃO fundamentada:– § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão

judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,que:

– VI - deixar de seguir enunciado de súmula,jurisprudência ou precedente invocado pela parte, semdemonstrar a existência de distinção no caso emjulgamento ou a superação do entendimento.

• Aqui altíssima controvérsia que seráprofundamente analisada no módulo de recursos.Alteração de paradigma no Direito processualbrasileiro ao tornar obrigatória a aplicação deSúmulas, jurisprudências e precedentes.

continua ...

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• Evidentemente que não se vai adiantar o tema nestaaula. Apenas para reflexão, verificar o art. 927 doCódigo de Processo Civil de 2015.– Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

– I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controleconcentrado de constitucionalidade;

– II - os enunciados de súmula vinculante;

– III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou deresolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursosextraordinário e especial repetitivos;

– IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal emmatéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matériainfraconstitucional;

– V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quaisestiverem vinculados.

• Na mesma linha segue a Lei 13.015/2014 sobre osrecursos trabalhistas.

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Fase Decisória. Elementos que compõem a

sentença. (Cont).

• No dispositivo o Juiz indicará o resultado do

julgamento e suas conseqüências jurídicas.

– Art. 489. São elementos essenciais da

sentença:

...

– III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as

questões principais que as partes lhe

submeterem.

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Recorribilidade e retratablidade.

• Despachos de mero expediente não sãorecorríveis porque não tem conteúdo decisório.

• Decisões interlocutórias, via de regra, não sãorecorríveis de imediato (art. 893, § 1º, CLT).Exceções:– Despacho que nega seguimento a recurso (Agravo ou

Embargos declaratórios quando se nega seguimento aorecurso por equívoco no exame dos pressupostosextrínsecos de admissibilidade);

– Decisões com erro “in procedendo”;

– Decisões monocráticas nos Tribunais;

– Fixa o valor da causa (Procedimento Sumário);

– Acolhem exceção de incompetência e remetem os autosa outro ramo do Poder Judiciário ou, até mesmo, a outroRegional.

• As decisões interlocutórias são retratáveis.

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Recorribilidade e retratablidade.

• As sentenças são recorríveis, sejam terminativas

ou definitivas.

• As sentenças não são retratáveis.

• Efeito modificativos dos embargos declaratórios:

– Não consiste na possibilidade de reanálise de fatos ou

provas, ou mesmo de aplicação do direito.

– Consiste na possibilidade de modificar o resultado do

julgamento se tal for necessário ao sanar uma

omissão, contradição ou obscuridade.

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PARTE 3

COISA JULGADA

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Coisa Julgada. Aspectos Legais.

• Estabelece o art. 6º, § 3º da Lei de

Introdução às Normas do Direito Brasileiro:– § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão

judicial de que já não caiba recurso

• Já o art. 502 do CPC reza que:

– Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a

autoridade que torna imutável e indiscutível a

decisão de mérito não mais sujeita a recurso. .

• Os dois dispositivos, na verdade, tratam de

aspectos diferentes da coisa julgada.

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Coisa Julgada. Aspectos Doutrinários.

• A doutrina divide a coisa julgada em dois aspectos:

Formal e Material.

• O aspecto formal está voltado para os efeitos da

coisa julgada dentro do processo, caracterizando-

se pela impossibilidade de ser atacada por recurso

de qualquer natureza (art. 6º, § 3º, LINDB), o que

acarreta na imutabilidade da decisão.

• Toda sentença produz coisa julgada formal.

• Não confundir com trânsito em julgado, que é o

momento em que a decisão torna-se imutável,

ligado à idéia de preclusão.

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Coisa Julgada. Aspectos Doutrinários.

• O aspecto Material está voltado para os efeitos da coisajulgada fora do processo, caracterizando-se pelaimpossibilidade de ser rediscutido o seu objeto (art. 502CPC), o que acarreta na imperatividade da decisão.

• Nem toda sentença produz coisa julgada material, mas,apenas, aquelas que resolvem o processo com resoluçãode mérito (definitivas).

• As ações de “estado” das coisas, proferidas em relaçõescontinuativas, não produzem coisa julgada material nemmesmo quando a sentença for proferida com resoluçãodo mérito. Neste caso, a alteração do estado originalpossibilita a ação revisional (Ex: adicional deinsalubridade em contratos que continuam em vigor).

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Coisa Julgada. Natureza.

• A sentença definitiva transitada em julgado tem natureza

de norma jurídica individual.

• Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o

mérito tem força de lei nos limites da questão principal

expressamente decidida.

• Para a maioria dos autores, há em toda decisão definitiva

uma natureza jurídica declaratória, independentemente

na natureza do pedido, posto que a sentença declara o

direito no caso em concreto.

• Maria Helena Diniz defende que esta propriedade da

sentença não é declaratória e, sim, constitutiva, posto

que cria norma individual.

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Coisa Julgada. Limites.

• A coisa julgada constitui norma jurídica.

Diante disto, há que se ponderar sobre o

alcance da aplicabilidade desta norma

jurídica, o que se estuda sob a denominação

de limites da coisa julgada.

• Os limites são divididos em subjetivos e

objetivos.

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Coisa Julgada. Limites subjetivos.

• Reza o art. 506 do CPC:

– Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partesentre as quais é dada, não prejudicandoterceiros.

• O Direito Processual Civil tradicional concebeu alide individual. Portanto, o ordinário é que os limitesatinjam somente os sujeitos do processo.

• Os sujeitos do processo são definidos, a priori, napetição inicial, através da qualificação das partes,mas podem ser alterados no curso da lide peloinstituto da intervenção de terceiros.

• Por vezes a sentença atinge a terceirosinteressados, por via reflexa (Perito, União –custas e constribuições previdenciárias, etc).

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Coisa Julgada. Limites subjetivos. Continuação.

• Nas Ações Coletivas, o limite subjetivo da coisa julgada éelastecido como se vê do art. 103 do CDC:

• Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, asentença fará coisa julgada:

• I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedentepor insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimadopoderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-sede nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.81 (interesses difusos);

• II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ouclasse, salvo improcedência por insuficiência de provas, nostermos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese previstano inciso II do parágrafo único do art. 81 (interesses coletivos);

• III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótesedo inciso III do parágrafo único do art. 81 (interesses individuaishomogêneos).

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Coisa Julgada. Limites Objetivos.

• Prevê o art. 503 do CPC:

– Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente omérito tem força de lei nos limites da questão principalexpressamente decidida.

– § 1o O disposto no caput aplica-se à resolução dequestão prejudicial, decidida expressa e incidentementeno processo, se:

– I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;

– II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio eefetivo, não se aplicando no caso de revelia;

– III - o juízo tiver competência em razão da matéria e dapessoa para resolvê-la como questão principal.

– § 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processohouver restrições probatórias ou limitações à cogniçãoque impeçam o aprofundamento da análise da questãoprejudicial.

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Coisa Julgada. Limites Objetivos.

• Os limites objetivos da ação são fixados napetição inicial através da causa de pedir edo pedido.

• O exato limite da coisa julgada éestabelecido por via reflexa, ou seja, porexclusão. Veja-se o art. 504 do CPC.– Art. 504. Não fazem coisa julgada:

– I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;

– II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

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Coisa Julgada. Limites Objetivos. Continuação.

• Logo, apenas o dispositivo faz coisa julgada.

• O dispositivo pode ser:

– Direto: Retrata a solução apresentada em cada

questão decidida.

– Indireto: Quando faz remissão a outros elementos do

processo que não o próprio dispositivo.

• Um recurso utilizado para trazer os fundamentos

para a coisa julgada é inserir, no dispositivo, a

expressão: “... nos termos da fundamentação que fica

fazendo parte integrante do presente dispositivo...”

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Coisa Julgada. Relativização da coisa julgada.

• A coisa julgada é protegida pela Constituição

Federal no art. 5º, inciso XXXVI:• XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa

julgada;

• A Medida Provisória 2.180/2001 acrescentou o § 5º

ao art. 844 da CLT que assim estabelece:• § 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato

normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal

ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a

Constituição Federal.

• Vê-se, pois, que há restrição à exeqüibilidade da

sentença transitada em julgado que fosse

“inconstitucional” , o que altera a hipótese de

imutabilidade estudada anteriormente.

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Coisa Julgada. Relativização da coisa julgada.

Continuação.

• A questão é saber se há validade neste dispositivo.

• No meu entender, o dispositivo é inconstitucionalformal e materialmente.

• Formalmente porque a Medida Provisória requerrelevância e urgência o que, em matériaprocessual, não há. Neste sentido está o art. 62, I,b da Constituição Federal com a redação que lhefoi data pela EC 32/2001:

• "Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Repúblicapoderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

• § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

• I – relativa a:

• b) direito penal, processual penal e processual civil;

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Coisa Julgada. Relativização da coisa julgada.

Continuação.

• Também há inconstitucionalidade material porque viola

o já transcrito art. 5º, XXXVI da Constituição Federal.

• O fundamento contrário é no sentido de que a sentença

transitada em julgado é norma jurídica e, como qualquer

outra norma jurídica, não pode estar em desacordo com

a Constituição Federal. Do contrário, admitir-se-ia que o

Poder Judiciário poderia revogar a Carta Magna.

• Embora filosoficamente aceitável, o fundamento acima

invalida a principal finalidade da coisa julgada, que é

exatamente a segurança jurídica que decorre da

imutabilidade das decisões.

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Coisa Julgada. Autonomia.

• A coisa julgada trabalhista em autonomia em relação às decisõesproferidas em outros ramos do Poder Judiciário.

• Exceção se faz, apenas, à decisão penal condenatória transitadaem julgado, que repercute também na esfera trabalhista por forçada aplicação do art. 935 do Código Civil.

• O inverso não é verdadeiro. A absolvição na esfera criminal nãoinduz à coisa julgada no processo do trabalho.

• Portanto, se o empregado foi condenado na esfera penal pelaprática de apropriação indébita, por exemplo, que tambémconstitui fundamento da justa causa (ato de improbidade), então ajusta causa está provada também na esfera trabalhista.

• Entretanto, se houve absolvição na ação penal, há que se permitira produção de provas no processo do trabalho.

• A hipótese é de pouca ocorrência na prática, posto que a açãotrabalhista é mais célere que a ação penal.

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Coisa Julgada. Autonomia. Continuação.

• O Juiz do trabalho não deve suspender o andamento daação trabalhista pela mera existência de inquérito policial. Oinquérito não é ação. É procedimento administrativoprocedido pelo Poder Executivo sob supervisão do PoderJudiciário.

• Caso já exista ação penal em andamento (denúnciaofertada e aceita), o Juiz do Trabalho poderá suspender aação trabalhista que verse sobre o mesmo fato, a fim deevitar decisões judiciais conflitantes. Se assim o fizer,estará amparado pelo art. 265 do CPC.

• Esta suspensão não pode demorar mais do que um ano.Caso este prazo seja superado, o Juiz decidirá a questão.

• Convém, de toda sorte, que a suspensão seja feita depoisde encerrada a fase probatória, a fim de que as provas nãosejam perdidas pelo decurso do tempo.

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