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Diretrizes para uma Reforma Tributária e Medidas Viáveis no Médio Prazo Seminário NEF/FGV Bernard Appy Agosto de 2014. Sumário. Introdução Problemas do sistema tributário brasileiro Sugestões de aperfeiçoamento. 2. Sumário. Introdução Problemas do sistema tributário brasileiro - PowerPoint PPT Presentation
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Diretrizes para uma Reforma Tributária e Medidas Viáveis no Médio Prazo
Seminário NEF/FGV
Bernard Appy
Agosto de 2014
Sumário
2
Introdução
Problemas do sistema tributário brasileiro
Sugestões de aperfeiçoamento
Sumário
3
Introdução
Problemas do sistema tributário brasileiro
Sugestões de aperfeiçoamento
Objetivos da Política Tributária
4
Na estruturação de um sistema tributário há vários objetivos conflitantes
Capacidade de arrecadação
Impacto sobre o crescimento (eficiência econômica, investimentos e competitividade)
Impacto distributivo (em conjunto com gastos públicos)
Características desejáveis de um sistema tributário
Simplicidade (baixos custos de compliance)
Equidade (incidência equivalente sobre iguais)
Estabilidade
Transparência
Sumário
5
Introdução
Problemas do sistema tributário brasileiro
Sugestões de aperfeiçoamento
1. Problemas de ordem geral
6
Custos para pagar tributos na indústria de transformação, em 2012
Custo R$ bilhões* % Faturamento % Fatur. Considerando
insumos% PIB Indústria de
Transformação
Custo de pessoal 16,3 0,77% n.d. 3,29%
Obrigações acessórias, softwares e terceirização de serviços 6,5 0,31% n.d. 1,31%
Custo do contencioso (advogados) 1,8 0,08% n.d. 0,36%
Total 24,6 1,16% 2,6% 4,96%
*Nota: Dados extraídos do estudo "O peso da Burocracia tributária na Indústria de Transformação 2012".
Fonte: FIESP e IBGE.
1.1. Custo de compliance (burocracia)
Problemas de ordem geral
7
O alto grau de litigiosidade do sistema tributário brasileiro cria uma situação de elevada insegurança jurídica
Só o contencioso federal na esfera administrativa montava a R$ 528 bilhões (11% do PIB) em setembro de 2013
Segundo estudo da OCDE para uma amostra de 18 países, a mediana do valor do contencioso administrativo era de 0,2% do PIB
Apenas quatro questões tributárias em discussão no STF em meados de 2013 montavam a R$ 213 bilhões (4,4% do PIB)
1.2. Contencioso
2. Tributos sobre a produção
8
Base de incidência dos tributos sobre a produção
PF PJ PF PJ PF PJ PF PJ
ICMS
PIS/COFINS
IPI
ISS
Agricultura Indústria Comércio Serviços
2.1. Multiplicidade de tributos sobre a produção de bens e serviços
Sobreposição dos regimes cumulativo e não-cumulativo no PIS/COFINS
2. Tributos sobre a produção
9
Sistema de tributos indiretos no Brasil foge a todas as recomendações de boas práticas internacionais Incidência cumulativa Distorções alocativas Grande contencioso
2.2. Vedação à apropriação de créditos (crédito físico)
2.3. Acúmulo de créditos Regimes especiais
2.4. Substituição tributária
2.5. Problemas decorrentes da tributação do ICMS na origem Guerra fiscal Viés anti-exportador e pró-importação
3. Tributos sobre a renda
10
Elevada tributação do lucro reinvestido e baixa tributação do lucro distribuído afetam negativamente o potencial de investimento e contribuem para a piora na distribuição de renda no País
Regime atual de tributação de lucros no exterior torna as empresas sediadas no Brasil pouco competitivas relativamente a suas concorrentes sediadas em outros países
3.1. Alíquota elevada na tributação do lucro
3.2. Alíquota baixa na distribuição do lucro (JCP/LP/SIMPLES)
3.3. Diferença expressiva entre a tributação de empregados e autônomos e sócios de empresas
4. Tributos sobre a folha
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Grande variabilidade na incidência da contribuição previdenciária sobre a folha gera possibilidades de arbitragem e prejudica a organização eficiente da economia Migração da contribuição previdenciária da folha para a receita para
apenas alguns setores agrava as distorções alocativas
4.1. Grande variabilidade de incidência Empregado vs autônomo vs sócio de empresa Contratante PJ vs PF Tributação da receita (novo sistema e Funrural)
4.2. Multiplicidade de incidências sobre a folha (Sistema S, salário educação)
5. Tributos sobre o patrimônio
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Tributação extremamente baixa de heranças e doações (4%) não contribui para reduzir diferenciais de renda e riqueza no País
ITR poderia ser utilizado como tributo regulatório, indutor de boas práticas ambientais e maior produtividade nas atividades agropecuárias
5.1. Baixa incidência tributária sobre heranças e doações
5.2. Tributo inócuo sobre a propriedade rural (ITR)
6. Tributação de micro e pequenas empresas
13
Multiplicidade de regimes tributários para micro e pequenas empresas gera tratamento desigual entre iguais
Fosso entre o custo tributário das MPEs e das grandes empresas gera um forte desincentivo ao crescimento das empresas, prejudicando o crescimento de longo prazo
Hoje, no Brasil, é mais importante reduzir o custo tributário das grandes empresas que ampliar os benefícios das MPEs
6.1. Multiplicidade de regimes tributários
6.2. Diferenciação setorial arbitrária
6.3 Falta de estrutura de transição
6. Tributação de micro e pequenas empresas
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Empregado de Empresa do Lucro PresumidoReceita anual da empresa 36.000,00
Tributos pagos pela empresa 13.654,90Incidentes sobre a receita
Lucro presumido (11,33%) 4.078,80ISS (5%) 1.800,00
Incidentes s/ a remuner. do empregadoINSS parcela empregador (20%) 4.469,02Outros, inclusive FGTS (14,8%) 3.307,08
Remuneração anual bruta do empregado 22.345,10Tributos pagos pelo empregado 2.011,06
INSS empregado 2.011,06IRPF (desconto simplificado) 0,00
Remuneração anual líquida do empregado 20.334,04
Total tributos (% da receita bruta) 43,5%
Empregado de Empresa do SIMPLESReceita anual da empresa 36.000,00
Tributos pagos pela empresa 4.666,67Incidentes sobre a receita
Simples - Anexo III (6%) 2.160,00Incidentes s/ a remuner. do empregado
FGTS (8%) 2.506,67Remuneração anual bruta do empregado 31.333,33Tributos pagos pelo empregado 3.786,97
INSS empregado 3.446,67IRPF (desconto simplificado) 340,30
Remuneração anual líquida do empregado 27.546,37
Total tributos (% da receita bruta) 23,5%
Exemplo para um eletricista com renda de R$ 3 mil/mês
6. Tributação de micro e pequenas empresas
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Exemplo para um eletricista com renda de R$ 3 mil/mês
Dono de Empresa do SIMPLESReceita anual da empresa 36.000,00
Tributos pagos pela empresa (6% receita) 2.160,00Remuneração anual bruta do empresário 33.840,00Tributos pagos pelo empresário 1.627,20
INSS conta própria (20% Sal. Min.) 1.627,20IRPF (desconto simplificado) 0,00
Remuneração anual líquida do empresário 32.212,80
Total tributos (% da receita bruta) 10,5%
Microempreendedor Individual (MEI)Receita anual do MEI 36.000,00
Tributos pagos pelo MEI (12 X R$38,90) 466,80
Remuneração anual líquida do MEI 35.533,20
Total tributos (% da receita bruta) 1,3%
Sumário
16
Introdução
Problemas do sistema tributário brasileiro
Sugestões de aperfeiçoamento
Diretrizes
17
Embora mudanças possam ser introduzidas de forma progressiva, é essencial que tenham uma direção bem definida Simplificação Redução de distorções que resultam no tratamento diferenciado de
iguais (setorialmente ou em função de distintos regimes) Eliminação de distorções que prejudicam a eficiência alocativa e o
investimento Ampliação da progressividade sem prejudicar a eficiência Ampliação da transparência sobre a efetiva incidência dos tributos Maior estabilidade (evitar mudanças de caráter conjuntural)
Mudanças na estrutura tributária inevitavelmente levam a uma redistribuição da carga tributária. Para minimizar resistências políticas é preciso (no mínimo) garantir que não haverá aumento de carga nas mudanças de tributos federais
1. Questões de ordem geral
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1.1. Utilizar a tecnologia a favor do contribuinte
Emissão de documentos fiscais por meio eletrônico, escrituração digital e informatização de declarações devem ser utilizados para reduzir significativamente o custo de compliance pelos contribuintes Redução e, se possível, eliminação de obrigações acessórias Reconhecimento de regularidade fiscal em “tempo real” Agilização no reconhecimento e ressarcimento de créditos tributários Simplificação no preenchimento de declarações
Mesmo no IRPF é possível avançar bastante em termos de padronização
1. Questões de ordem geral
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1.2. Redução do contencioso
É importante que os Governos Federal, Estaduais e Municipais estabeleçam como prioridade uma redução do nível de litigiosidade sobre matéria tributária Agilizar e tornar mais clara para os contribuintes a interpretação do
Fisco sobre a legislação Tratar diferenciadamente divergências de interpretação justificáveis
e fraudes Criar estrutura que viabilize a transação e a conciliação
administrativa e judicial Reduzir o prazo de apreciação de contenciosos na esfera
administrativa Idealmente, reduzir o grau de constitucionalização de matérias
tributárias
2. Tributos sobre a produção de bens e serviços
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2.1. Diretrizes gerais
Na medida do possível, reduzir o número de regimes e tributos distintos
Ter como referência as melhores práticas internacionais na estruturação de IVAs
Garantir crédito para todos os bens e serviços adquiridos pelas empresas (crédito financeiro)
Viabilizar o ressarcimento tempestivo dos créditos acumulados na aquisição de insumos (viável com a NFe e o SPED)
Maior base possível de bens e serviços, independentemente da forma de constituição do contribuinte (com limite isenção)
Tributação no destino
2. Tributos sobre a produção de bens e serviços
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2.2. PIS/COFINS Unificação dos regimes cumulativo e não cumulativo em um único regime
de incidência não cumulativa, com crédito financeiro Período longo de transição (5 anos ou mais), com possibilidade de
adoção voluntária do regime não cumulativo durante a transição Definir alíquotas para regime não cumulativo (menor número possível
de alíquotas) Adotar regime de débito e crédito, mantendo, durante a transição,
possibilidade de regime cumulativo com débito de 3,65% Garantir crédito equivalente à alíquota incidente sobre o bem ou
serviço adquirido Eventualmente ajustar alíquotas para preservar a receita
Como meta de longo prazo, unificação do tratamento de pessoas jurídicas e pessoas físicas (com um limite de isenção)
2. Tributos sobre a produção de bens e serviços
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2.3. ICMS Implementar mudanças que obtiveram maioria no CONFAZ (conv. 70)
disciplinando o fim da guerra fiscal (não é o ideal, mas é um avanço) Necessita de Lei Complementar reduzindo o quorum do CONFAZ
para a convalidação dos benefícios ( Aprovar Resolução do Senado reduzindo a alíquota do ICMS na
origem (4% com algumas exceções) Criar fundos de desenvolvimento regional e compensação de perdas
Reduzir o escopo e harmonizar os critérios de aplicação da substituição tributária entre todos os estados
Alterar a LC 87/96 para permitir que estados possam conceder crédito de ICMS sobre bens de uso e consumo (guerra fiscal virtuosa)
Avaliar medidas para garantir ressarcimento tempestivo de créditos e redução do prazo de crédito para bens de capital
2. Tributos sobre a produção de bens e serviços
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2.4. ISS Iniciar uma discussão transparente e democrática sobre possível
incorporação à base do ICMS, garantindo-se a receita dos municípios
2.5. IPI Avaliar possibilidade de converter IPI em imposto seletivo (excise tax)
Resistências ZFM, e regimes que utilizam IPI para ampliar proteção efetiva
3. Tributos sobre a renda
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3.1. Tributos sobre o lucro Reduzir a alíquota marginal, em linha com a tendência internacional Rever dispositivos da legislação do IRPJ que se afastam do padrão
internacional Juros sobre o capital próprio (JCP) Possibilidade de dedução do ágio nas fusões e aquisições
3.2. Tributos sobre a renda de pessoas físicas Iniciar processo de redução das diferenças na tributação da renda das
pessoas físicas entre os diversos regimes, mantendo-se a progressividade (talvez exija redução das alíquotas no IRPF)
Simplificar ainda mais processo de preenchimento da declaração do IRPF, criando mecanismos que facilitem o cruzamento de informações e a fiscalização
4. Tributos sobre a folha de salários
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4.1. Harmonização da incidência da contribuição previdenciária Iniciar processo de redução das diferenças na tributação da folha,
segundo a inserção do trabalhador no mercado Reduzir a alíquota para empregados e autônomos e aumentar
incidência sobre remuneração de sócios de empresas Avaliar forma de incidência não depender de contratante (PF ou PJ)
4.2. Avaliação do novo regime de tributação da folha Abrir discussão sobre possibilidade de substituir novo regime de tributação
sobre a receita por redução da alíquota sobre a folha, estabelecendo cronograma de redução para setores não incluídos
4.3. Rever base de incidência de “penduricalhos” Eliminar contribuição para o Sistema S e incluir no orçamento Transferir base de incidência do salário educação para PIS/COFINS
5. Tributos sobre o patrimônio
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5.1. Tributação de heranças
Elevar progressivamente a alíquota do ITCMD (avaliando resultados), tendo como meta de longo prazo alíquota marginal próxima à do IRPF
5.2. ITR Avaliar mecanismos para tornar o ITR um tributo regulatório efetivo,
estimulando boas práticas ambientais e a ocupação produtiva da terra Depende da existência de um cadastro bem estruturado
6. Tributação de micro e pequenas empresas
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6.1. Convergência dos diferentes regimes de tributação Iniciar um processo de convergência dos diversos regimes de tributação
de pequenos empreendedores: MEI/SIMPLES (várias tabelas)/lucro presumido/lucro real/autônomos (IRPF) Evitar saltos bruscos na passagem de um regime para outro Fazer diferenciação por renda (e não por receita ou setor) Criar modelo que estimule o reinvestimento do lucro, e não sua
distribuição Usar o regime para favorecer empresas que gerem mais empregos
(atualmente CPP do SIMPLES é maior que o de empresas beneficiadas pela “desoneração da folha”)
Diretrizes para uma Reforma Tributária e Medidas Viáveis no Médio Prazo
Seminário NEF/FGV
Bernard Appy
Agosto de 2014