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1
Mafalda Bourbon, PhD
Unidade Laboratorial de Referência
Unidade de Investigação e Desenvolvimento
Departamento de promoção da Saúde e Doenças Crónicas
Definição:
São alterações metabólicas lipídicas decorrentes de perturbações
funcionais em qualquer fase do metabolismo lipídico e que levam a
alterações nos níveis séricos de lipoproteínas
Classificação:
• 1) Primárias: hipercolesterolemia familiar (FH) ,
hiperlipidemia combinada familiar (FCHL), hipercolesterolemia
poligénica, hipertrigliceridemia familiar (FHT),
Hipobetalipoproteinemia (FHBL)
• 2) Secundárias: consequência de doenças associadas, alcoolismo
ou uso de drogas.
DISLIPIDEMIAS
2
ExógenaEndógena
Transporte reverso
Metabolismo lipídico
Ciclo do LDRL
Hipercolesterolemia
Familiar (FH) • Doença Autossómica dominante
• Elevada prevalência na população (1/500)
• Níveis elevados de CT (> 290 mg/dl) e LDL-c (>190
mg/dl) nos indivíduos afectados
• Niveis de TG dentro da normalidade (TG <150 mg/dl)
• Níveis elevados de Apo B (>120 mg/dL) nos indivíduos
afectados
• História familiar de hipercolesterolemia presente em
toda as gerações
• História familiar de doenças cardiovasculares
prematuras
• Terapêutica: Estatinas e inibidor da absorção intestinal
(terapeutica combinada) associadas a uma alteração da
dieta e exercício fisico regular
Genes associados:
1. LDLR
2. APOB
3. PCSK9
Importância do seu estudo
Elevado risco cardiovascular
3
Dislipidemia Familiar
Combinada (FCHL)
• Elevada prevalência na população (1/200)
• Hiperlipidemia de fenótipo variável (valores elevados de
CT e c-LDL e/ou TGs) nos indivíduo afectados (CT>
250 mg/dl e TG> 250mg/dl)
• Níveis elevados de Apo B (>120 mg/dL) nos indivíduos
afectados
• Diferentes perfis lipídicos na mesma família
• Patologia poligénica sem diagnóstico genético
• História familiar de doenças cardiovasculares
prematuras
• Terapêutica: Estatinas e fibratos (terapeutica combinada)
associadas a uma alteração da dieta e exercício fisico
regular
Genes associados:
1. LPL
2. APOA-V
3. USF1
Importância do seu estudo
Elevado risco cardiovascular
Hipertrigliceridemia
Familiar
Forma homozigótica – Deficiência Familiar em LPL (FLLD)
• Baixa prevalência na população (1/1.000.000)
• Actividade da LPL quase nula e TGs > 1000 mg/dL
• Apresenta-se na infância com episódios de pancreatite, xantomas e soro
leitoso
• Terapêutica: Diminuição da ingestão de gorduras (<20g de
gorduras/dia) e exercício fisico regular
Forma heterozigótica
• Mais comum e menos severa
• Actividade da LPL reduzida em 50% e TGs entre 250-1000 mg/dL
• Presença ou não de xantomas
• Terapêutica: Fibratos associados a uma alteração da dieta e exercício
fisico regular
1. Quantificação dos trigliceridos
2. Medição da actividade da LPL
3. Estudo molecular do gene LPL, APO C II
Yuan et al. 2007.
Alterações no gene da Lipase Lipoproteica (LPL)
Importância do seu estudo
Elevado risco cardiovascular
4
Perfil Lipídico – Determinações Bioquímicas
• Colesterlo Total (CT)
• c-HDL
• c-LDL
• Trigliceridos (TG)
Perfil lipídico de rotina para todas as dislipidemias em estudo
Quantificação de lipoproteínas de acordo com a dislipidemia
Hipercolesterolemia Familiar (FH)
* Apolipoproteína A-I (Cofactor da LCAT) – RX DaytonaTM (Randox)
* Apolipoproteína A-II (Estabilizador da estrutura das HDL) – RX DaytonaTM (Randox)
* Apolipoproteína A-IV (Modelador da actividade da LCAT) – DS2TM ELISA (Dynex)
* Apolipoproteína B (Ligando reconhecido pelo LDLR) – RX DaytonaTM (Randox)
*Apolipoproteína E (Compete com a apo B para ligação ao LDLR) – RX DaytonaTM Randox
* sdLDL – RX DaytonaTM (Randox) e Lipoprint®(Quantimetrix Corporation)
Dislipidemia Familiar Combinada (FCHL)
* Apolipoproteína A-IV (Modelador da actividade da LCAT e da LPL) – DS2TM ELISA
(Dynex)
* Apolipoproteína A-V (Modelador da actividade da LPL) – DS2TM ELISA (Dynex)
* Apolipoproteína C-II (Cofactor da LPL) – RX DaytonaTM (Randox)
* Apolipoproteína C-III (Inibidor da LPL) – RX DaytonaTM (Randox)
* Apolipoproteína B (Ligando reconhecido pelo receptor das LDL) – RX DaytonaTM (Randox)
* sdLDL – RX DaytonaTM (Randox) e Lipoprint®(Quantimetrix Corporation)
5
Hipertrigliceridemia Familiar
* Apolipoproteína A-IV (Modelador da actividade da LPL) – DS2TM ELISA (Daynex)
* Apolipoproteína V (Modelador da actividade da LPL) – DS2TM ELISA (Dynex)
* Apolipoproteína C-II (Cofactor da LPL) – RX DaytonaTM (Randox)
* Apolipoproteína C-III (Inibidor da LPL) – RX DaytonaTM (Randox)
RX DaytonaTM
(Randox)
DS2TM ELISA Processing Systems
(Dynex - Magellan Biosciences)
Lipoprint® (Quantimetrix
Corporation)
Electroforese de lipoproteínas
Dia 1 3 meses depois após tratamento e dieta
6
Estudo Português de Hipercolesterolemia Familiar (FH)
400 casos-index com diagnóstico clínico de FH e 747 familiares (afectados e não
afectados)
Crianças (CR)
Adultos (AD)
Colaboradores do EPHF •
-Genética
-Pediatria
-Cardiologia
-Cardiologia Pediátrica
-Medicina Interna
- Endocrinologia
-Clinica geral
•
1) Extração de DNA
2) Pesquisa de mutações no gene APOB (PCR e sequenciação automática)
3) Pesquisa de mutações no gene LDLR (PCR, DHPLC, sequenciação automática)
Pesquisa de grandes rearranjos no gene LDLR (MLPA)
Pesquisa de mutações no gene PCSK9 (PCR e sequenciação automática)
Fases do Estudo
7
5’ 3’
1 2 4 5 63 7 9 10 118 12 1314 15 16 17 18Exões
Ligação ao ligando
(exão 2-6)
Semelhante ao percursor
do EGF (exão 7-14)
Péptido Sinal
(exão 1)
Açucares ligados ao O
(exão 15)
Trans-membranar(exão 16&17)
Citoplasmático(exão 17&18)
Domínios
I II III IV V
40 Missense
6 Nonsense 3 Grandes Delecções
12 Frameshift
11 Splicing 1 Pequena Delecção
1 Promotor
Mutações mais
comuns no gene
LDLR
S156L 3,50%
R385W 4,38%
D203N 8,77%
Outras
A410T 13,15%
G571E 2,63%
A585S 2,63%
S156L 3,50%
R385W 4,38%
D203N 8,77%
Outras
A410T 13,15%
G571E 2,63%
A585S 2,63%
8
Caso-index 26098
Normal
Index
Fragmento do exão 17
analisado por DHPLC
Sexo: F
Idade: 32 anos
CT=320 mg/dL
DCV
Sequencia do fragmento do exão 17
Mutação c.2547+1G>A
Caso clínico Gene LDLR
Resultados Junho 2009 (www.spc.pt/hgs)
9
Caracterização clínica e molecular de Dislipidemias Familiares de
elevado risco cardiovascular
Dislipidémia Familiar combinada (FCHL)
Hipertrigliceridemia familiar (FHT)
Dislipidémia Familiar combinada (FCHL)
I:1
?
I:2
II:1 II:2 II:3
III:1 III:2
DF003CT = 164 mg/dLTG = 94 mg/dL
DF002CT = 419 mg/dL
TG = 1095 mg/dL
(antes trat)
DF004CT = 132 mg/dLTG = 39 mg/dL
DF005CT = 229 mg/dLTG = 201 mg/dL
(em trat)
80
49 45
25 19
† AVC 73
EAM 66
Gene APOA-V
Delecção de 4 bases (ACAG) no exão 3
Caso clínico
10
(2 stents) diabetes EAM 57
EAM 57
EAM 34EAM 49 EAM 56
EAM 65
Dislpidemia Familiar Combinada (FCHL)
I:1 I:2
II:1
DF092CT = 148 mg/dL
TG = 923 mg/dL
13C C T G G A C G A
C C T G T A C G A
C C T G T A C G A
Índex DF092
Indivíduo Normal
[c.3000 T>G (p.Tyr37Asp)] +
[c.3000 T>G (p.Tyr37Asp)]
Hipertrigliceridemia familiar
Gene APOC II
Caso clínico
11
Indivíduo CT
(mg/dL) LDL-c
(mg/dL) HDL-c
(mg/dL) TG
(mg/dL) Lp(a)
(mg/dL) Apo A1 (mg/dL)
Apo B (mg/dL)
Caso-Index (V:I)
22 - 24 6 3.5 56 2.5
Mãe (IV:II)
119 21 89 47 76.5 177 23.7
Pai (IV:I)
117 52 47 0.0 140 41.3 41.3
Irmão (V:II)
156 86 53 86 63.7 132 65.3
I:1 I:2
II:1 II:2II:3 II:4
III:1III:2
IV:1
III:3 III:4
IV:2
V:1
N
V:2
I:3 I:4
Hipobetalipoproteinemia
Mutação APOB
Trp1210X exão 24
(ApoB26.65)
► Caracterizam-se pela ausência de lipoproteínas contendo apoB
na circulação, incluindo quilomicras, VLDL e LDL
►Apresentam normalmente neuropatia, degeneração da retina,
absorção intestinal de lipidos defectiva, valores muito baixos de
colesterol total e LDL
• Causada por mutações stop no gene APOB (produção proteina truncada)
Hipobetalipoproteinemia
12
Diagnóstico molecular
O Diagnóstico molecular é importante para a prevenção da DCV
prematura pois permite a correcta identificação de indivíduos em risco
♥ O estudo molecular fundamenta a instituição de terapêutica
farmacológica adequada e a adopção de um estilo de vida saudável
reduzindo o Risco Cardiovascular.
♥ Nas Crianças e Adolescentes o diagnóstico genético é ainda mais
importante, uma vez que o risco cardiovascular é elevado, mas evitável,
se medidas preventivas forem colocadas em prática.
Perspectivas futuras
• Acreditação e certificação de ensaios
• Participação em programas de controlo de qualidade
externos
• Validação de novas metodologias utilizadas em
investigação para utilização em diagnóstico
• Implementação de novas metodologias na área
cardiovascular
13
Grupo de Investigação Cardiovascular (UID – DPSDC)
Mafalda Bourbon (Coordenadora)
Ana Catarina Alves
Ana Margarida Medeiros
Sónia Silva
Vânia Francisco
Tânia Santos
Teresa Rocha
Sandra Copeto
Sara Santos
Equipa de colaboradores clinicos:Dra. Henedina Antunes, Serviço de Pediatria, Hospital de São Marcos, Braga;Dra. Goreti Lobarinhas, Serv. Pediatria, Hosp. Sta Maria Menor, E.P.E., Barcelos;Dra. Natalina Miguel, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, E.P.E., Vila Real;Prof. António Guerra, Serv. de Pediatria, Hosp. de S. João, E.P.E., Porto;Dr. António Furtado, Serv. de Med. Interna, Hosp. Pedro Hispano, Matosinhos;Prof. José Manuel Silva, Serv. de Med. Interna, HUC, Hosp. Pediátrico Coimbra, Coimbra;Dra. Paula Martins, Serv. Cardiologia Pediátrica, Hosp. Pediátrico Coimbra, Coimbra;Dr. Lina Cardoso Ramos, Serv. Genética, Hosp. Pediátrico, Coimbra;Dr Paula Garcia, Unid. Doenças Metabólicas, Hosp. Pediátrico, Coimbra;Dr António Cruz, Serv. Pediatria, Hosp. Sto André, Leiria;Dra. Isabel Cordeiro, Serv. Genética, Hosp. de Santa Maria, E.P.E., Lisboa;Dra. Ana Gaspar, Serv Pediatria, Hosp. de Santa Maria, E.P.E., Lisboa;Prof. Graça Morais, Dept. de Bioquímica, Fac. de Ciências Médicas, UNL, Lisboa;Prof. Heloísa Santos, Fundação Professor Fernando de Pádua, Lisboa;Dr. Pedro Marques da Silva, Serv. de Med. Interna, Hosp. de Santa Marta, E.P.E, Lisboa;Dr. Isabel Gaspar, Serv. de Medicina, Hosp. de Egas Moniz, Lisboa;Dr. João Sequeira Duarte, Serv. De Endocrinologia, Hosp. de Egas Moniz, Lisboa;Dra. Leonor Sassetti, Unid. De Adolescentes, Hosp. D. Estefânia, Lisboa;Dra. Sílvia Sequeira, Serv. Doenças Metabólicas, Hosp. D. Estefânia, Lisboa;Dra. Piedade Sande Lemos, Serv Pediatria, Hosp Amadora Sintra, Amadora;Dra. Renata Rossi, Serv. Cardiologia Pediátrica, Hosp. Sta. Cruz, Carnaxide;Dra. Margarida Bruges, Serv Nefrologia, Hosp. Sta. Cruz, Carnaxide;Dr. Mário Amaro, Serv Medicina Interna, Hospital Garcia da Orta, Almada;Dra. Quitéria Rato, Serv. de Cardiologia, CHS, Hosp. de São Bernardo, Setúbal;Dra. Mª Luísa Gonçalves, Serv. Medicina Interna, Hosp. Litoral Alentejano, Santiago do CacémDra. Isabel Azevedo, Serv. de Med. Interna I, Hosp. Dos Marmeleiros, Funchal.
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