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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: REMOVENDO BARREIRAS
Por: Maria de Fatima Corina Barros
Orientador
Profª Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2014
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: REMOVENDO BARREIRAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Especial e
Inclusiva.
Por: Maria de Fatima Corina Barros.
3
AGRADECIMENTOS
....aos meus familiares pelo apoio e
compreensão e aos amigos pelo
incentivo.
4
DEDICATÓRIA
.....dedico ao meu filho e marido que
acompanharam-me nesta caminhada.
5
RESUMO
A Educação inclusiva é, sem dúvida, um dos maiores desafios da
sociedade.
O presente trabalho buscou analisar os movimentos históricos marcados
pela exclusão e segregação das pessoas portadoras de deficiência e
substituídas por propostas inclusivas.
O foco do estudo: remover as barreiras da inclusão.
Embora nas últimas décadas tenhamos evoluído do enfoque
assistencialista para o da proteção dos direitos de cidadania, ainda se
constatam inúmeras práticas de exclusão das pessoas com necessidades
educativas especiais, seja do convívio social integrado, seja do acesso e
usufruto dos bens e serviços historicamente acumulados e disponíveis na
sociedade.
A cidadania se estabelece pela igualdade dos direitos e deveres, e pela
oportunidade de exercê-los plenamente.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para esse trabalho foi realizada em três etapas.
No primeiro capitulo, tece reflexões sobre os variados momentos
históricos da educação especial no Brasil em quatro tempos.
Prosseguindo para o capítulo II, apresento a Legislação em Educação
Especial como um paradoxo da exclusão da inclusão e inclusão da exclusão,
analisando o conceito de normalidade da exclusão dos alunos ditos “anormais”.
E finalmente no terceiro capítulo identifica o enfretamento de barreiras à
inclusão, apontando às suas causas e seus efeitos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
CAPÍTULO II - INCLUSÃO SOCIOEDUCATIVA: mapeando a legislação
CAPÍTULO III – ALGUMAS BARREIRAS À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
8
INTRODUÇÃO
O desafio da educação pós-moderna responsabiliza a escola a educar
para a diversidade, independentemente da etnia, religião, deficiência física,
psicológica ou mental.
A exclusão de educandos diferenciados, no espaço escolar, aponta a
necessidade de uma escola para todos, levando a uma reflexão mundial sobre
seus processos excludentes.
Outrora, a exclusão dos portadores de necessidades especiais ou de
distúrbios na aprendizagem era iminente. A educação especial se preocupava
mais com a deficiência visual e auditiva, não dando atenção aos deficientes
físicos, psicológicos e mentais.
A educação inclusiva enquanto segmento educacional voltado para o
atendimento às pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais
tem sido alvo de preocupações dos organismos internacionais principalmente
na última década do século XX.
A Unesco, já em 1968, convocou um grupo de especialistas para,
conjuntamente com o seu secretariado, estudar a posição frente aos problemas
da educação especial.
A inclusão da “educação dos deficientes”, da “educação especial”, na
política educacional brasileira vem a ocorrer somente no final dos anos
cinqüenta e início da década de sessenta.
A educação é um direito de todos e deve ser incentivada pela família e
contar com a colaboração da sociedade. Sendo assim, a escola precisa se
tornar inclusiva.
Entretanto, deve haver uma preocupação em nível político social,
econômico para que não caia na exclusão social.
Incluir por incluir não significa propor melhorias para a política pública.
A declaração de Salamanca e a nova LDB trazem uma luz à realidade
excludente da sociedade e da escola, refletindo nas salas de aula a
convivência mais humana e democrática.
9
Incluir alunos com deficiências ou necessidades educativas especiais no
sistema de educação regular requer um currículo ajustado e algumas
modificações que propiciem o avanço no processo de aprendizagem desses
alunos.
É importante também, sensibilizar os pais e, sobretudo os dos não
deficientes. Todos devem desempenhar um papel ativo no processo da
inclusão.
Existe ainda o entrave de alunos que, embora não sejam deficientes,
nem apresentem distúrbios, por serem oriundos de outros Estados, regiões ou
países, encontram inúmeras dificuldades, no que concerne à inclusão.
Neste tema polêmico e buscando identificar algumas barreiras que
dificultam a educação inclusiva, apresento uma reflexão sobre os mecanismos
que integram o educando e lhe possibilitem a satisfação das necessidades
básicas de aprendizagem.
10
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
O desenvolvimento histórico da educação especial no Brasil inicia-se
no século 19, quando os serviços dedicados a esse segmento de nossa
população, inspirados por experiências norte-americanas e européias, foram
trazidos por alguns brasileiros que se dispunham a organizar e a implementar
ações isoladas e particulares para atender a pessoas com deficiências físicas,
mentais e sensoriais.
Essas iniciativas não estavam integradas às políticas públicas de
educação e foi preciso o passar de um século, aproximadamente, para que a
educação especial passasse a ser uma das componentes de nosso sistema
educacional.
De fato, no início dos anos 60 é que essa modalidade de ensino foi
instituída oficialmente, com a denominação de "educação dos excepcionais".
Podemos, afirmar que a história da educação de pessoas com
deficiência no Brasil está dividida entre três grandes períodos:
• de 1854 a 1956 - marcado por iniciativas de caráter privado;
• de 1957 a 1993 – definido por ações oficiais de âmbito nacional;
• de 1993.... – caracterizado pelos movimentos em favor da inclusão
escolar.
No primeiro período enfatizou-se o atendimento clínico especializado, mas
incluindo a educação escolar e nesse tempo foram fundadas as instituições
mais tradicionais de assistência às pessoas com deficiências mental, físicas e
sensoriais que seguiram o exemplo e o pioneirismo do Instituto dos Meninos
Cegos, fundado na cidade do Rio de Janeiro, em fins de 1854.
Entre a fundação desse Instituto e os dias de hoje, a história da
educação especial no Brasil foi se estruturando, seguindo quase sempre
11
modelos que primam pelo assistencialismo, pela visão segregativa e por uma
segmentação das deficiências, fato que contribui ainda mais para que a
formação escolar e a vida social das crianças e jovens com deficiência
aconteçam em um mundo à parte.
A educação especial foi assumida pelo poder público em 1957 com a
criação das "Campanhas", que eram destinadas especificamente para atender
a cada uma das deficiências.
Nesse mesmo ano, instituiu-se a Campanha para a Educação do Surdo
Brasileiro – CESB, seguida da instalação do Instituto Nacional de Educação de
Surdos – INES, que até agora existe, no Rio de Janeiro/RJ.
Outras Campanhas similares foram criadas posteriormente, para atender
a outras deficiências.
Em 1972 foi constituído pelo Ministério de Educação e Cultura – MEC o
Grupo-Tarefa de Educação Especial e juntamente com o especialista James
Gallagher, que veio ao Brasil a convite desse Grupo.
Foi apresentada a primeira proposta de estruturação da educação
especial brasileira, tendo sido criado um órgão central para geri-la, sediado no
próprio Ministério e denominado Centro Nacional de Educação Especial -
CENESP.
Esse Centro, hoje, é a Secretaria de Educação Especial - SEESP, que
manteve basicamente as mesmas competências e estrutura organizacional de
seu antecessor, no MEC.
Na condução das políticas brasileiras de educação especial estiveram
por muito tempo nas mesmas mãos, ou seja, foram mantidas por um grupo que
se envolveu a fundo com essa tarefa.
12
Essas pessoas, entre outras, estavam ligadas a movimentos particulares
e beneficentes de assistência aos deficientes que até hoje têm muito poder
sobre a orientação das grandes linhas da educação especial.
Na época do regime militar eram generais e coronéis que lideravam as
instituições especializadas de maior porte.
Os políticos, educadores, pais, personalidades brasileiras que se
identificaram com a educação de pessoas com deficiência e que
protagonizaram a história dessa modalidade de ensino.
Todos tiveram papéis relevantes em todos os períodos desse caminhar
e não podem ser ignorados, pois atuaram em quadros político-situacionais que
de alguma forma afetaram a educação de pessoas com deficiência, seja
avançando, ousando, transformando as propostas, seja retardando-as,
impedindo a sua evolução para novos alvos educacionais.
Destacamos o grupo dos pais de crianças com deficiência mental, que
são os mais numerosos e que fundaram mais de 1000 APAE em todo o Brasil.
A partir da última década de 80 e início dos anos 90 as pessoas com
deficiência, elas mesmas, têm se organizado , participando de Comissões, de
Coordenações, Fóruns e movimentos.
Em meados do século XIX encontra-se a fase de institucionalização
especializada: aqueles indivíduos que apresentavam deficiência eram
segregados nas residências, proporcionando uma “educação” fora das escolas,
“protegendo” o deficiente da sociedade, sem que esta tivesse que suportar o
seu contato.
A partir do século XX, gradativamente, alguns cidadãos começam a
valorizar o público deficiente e emerge a nível mundial através de movimentos
sociais de luta contra a discriminação em defesa de uma sociedade inclusiva.
13
No período histórico corroboram as críticas sobre as práticas de ensino
da época, conduzindo também questionamentos dos modelos análogos do
ensino aprendizagem, gerando exclusão no cenário educacional.
Nesse contexto, ao final do século XX, movimentos sociais, políticos e
educacionais, estudiosos, associações e conferências propõem aprofundar as
discussões, problematizando os aspectos acerca do público susodito,
resultando em reflexões diante das práticas educacionais.
Todavia, é percebido que ao final do século XX até os dias atuais os
avanços sociais, pedagógicos e tecnológicos, por uma sociedade inclusiva no
Brasil, vêm sendo mais valorizada.
Contando com salas de recursos, atendimentos diferenciados, métodos
tecnológicos como computadores adaptados, sintetizadores de fala, programas
e aplicativos, dentre outros diversos modelos tecnológicos e inclusão social de
um público que sofreu arduamente com discriminações e preconceitos e hoje
busca a garantia dos seus direitos perante a sociedade, promovendo o
desenvolvimento social, sem se esquecer de suas potencialidades e
peculiaridades.
1.1 - A história da educação especial
O marco histórico da educação especial no Brasil sido estabelecido no
período final do século XIX, com a criação inspirada na experiência européia do
Instituto dos Meninos Cegos,1 em 1854, sob a direção de Benjamin Constant, e
o Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, sob a direção do mestre francês
Edouard Huet (Jannuzzi, 1985, 2004; Mazzotta, 2005).
Para os historiadores da educação a criação destas instituições
pioneiras, pareceram atos inusitados, considerando-se o contexto da época.
Nada me parece mais significativo desse longo período de omissão e
estagnação, com medidas medíocres e lampejos de paternalismo, do que a
criação do colégio Pedro II e dos institutos de cegos e surdos-mudos,como as
principais instituições educativas da capital do país em 60 anos de reinado.
14
Em 1874 é criado na Bahia o Hospital Juliano Moreira, dando início a
assistência médica aos indivíduos com deficiência intelectual,e em 1887, é
criada no Rio de Janeiro a “Escola México”para o atendimento de pessoas com
deficiências físicas e intelectuais.
Gilberta Jannuzzi identifica neste início da história da educação especial
do Brasil duas vertentes, denominadas por ela como médica pedagógica e a
psicopedagógica, caracterizadas como se segue:
Vertente médico-pedagógica: mais subordinada ao médico, não só na
determinação do diagnóstico, mas também no âmbito das práticas escolares
[X].
Vertente psicopedagógica: que não independe do médico, mas enfatiza
os princípios psicológicos [X] (Jannuzzi,1992: 59).
Nesse período colonial prevaleceu o descaso do poder público, não
apenas em relação à educação de indivíduos com deficiências, mas também
quanto à educação popular de modo geral, e que as raras instituições
existentes possivelmente foram criadas para o atendimento dos casos mais
graves, de maior visibilidade ao passo que os casos leves eram ainda
indiferenciado sem função da desescolarização generalizada da população, até
então predominantemente rural.
1.2- A Primeira República e a educação especial no Brasil
A república no Brasil foi proclamada em 1889,e depois profissionais que
estudavam na Europa voltaram entusiasmados com o intuito de modernizar o
Brasil (Aranha, 2005).
A constituição de 1891 instaurou o federalismo e definiu as
responsabilidades pela política educacional: aos estados e municípios do
ensino primário ao profissionalizante, e à união,o ensino secundário e superior.
Os médicos foram os primeiros a estudar os casos de crianças com
prejuízos mais graves e criaram instituições para crianças junto a sanatórios
psiquiátricos.
Este interesse dos médicos pelas pessoas com deficiências teria maior
repercurssão após a criação dos serviços de higiene mental e saúde pública,
15
que em alguns estados deu origem ao serviço de Inspeção médico-escolar e à
preocupação com a identificação e educação dos estados anormais de
inteligência.
A concepção de deficiência predominante era a de que se tratava de
uma doença, em geral atribuída à sífilis, tuberculose, doenças venéreas,
pobreza e falta de higiene (Magalhães, 1913).
Durante as duas primeiras décadas do século XX o país vivenciava uma
fase de estruturação da república e emergiram discrepâncias regionais mais
acentuadas, além de uma série de transformações político-sociais que
resultaram em mudanças no panorama da educação.
Até a primeira guerra mundial, a relativa estagnação econômica da
sociedade brasileira, permitiu a manutenção de um sistema dualista, servindo
para a elite nacional e grande parcela da classe média, sendo que as classes
populares ainda não tinham acesso à escola (Teixeira, 1977).
Após a primeira Guerra Mundial (1914-1918) houve surto industrial,
surgiu a tendência de nacionalização da economia e que lentamente foi
mudando o modelo econômico, emergindo a demanda por mão de obra
especializada resolvida na época pela imigração de italiano se espanhóis com
influência do sindicalismo anarquista.
Estes fatores seriam em parte responsáveis pelos posteriores
movimentos de contestações observados na década de vinte.
O processo de popularização da escola primária pública se inicia entre
as décadas de vinte a trinta, quando o índice de analfabetismo era de 80%
(Aranha, 1989).
Enquanto isso, a vertente psicopedagógica da educação de pessoas
com deficiência no Brasil será influenciada neste mesmo período pelas
reformas nos sistemas educacionais de educação sob o ideário do movimento
escola.
O higienismo constituiu-se num forte movimento, ao longo do século XIX
e início do século XX, de orientação positivista, formado por médicos que
buscavam influenciar o Estado para obter investimentos.
16
No panorama mundial tal movimentos se caracterizou pela implantação
de escolas que tentavam superar o tradicionalismo, a rigidez e o viés
intelectualista, que pouco se adequavam as transformações sociais.
No Brasil seus ativistas defendiam tanto a necessidade de preparar o
país para o desenvolvimento através de reformas educacionais, quanto o
direito de todos à educação, e por isso pregavam que a construção de um
sistema estatal de ensino público, laico e gratuito, seria o único meio efetivo de
combate às desigualdades sociais da nação..
1.3 – Mudanças no panorama da educação
Com o fim da segunda guerra mundial cresceu a procura por mão–de-
obra especializada.
A escola primária pública inicia o sistema de popularização, sabendo-
se que vigorava alto índice de analfabetismo.
Pessoas engajadas com a educação de portadores de deficiência são
influenciadas pelo movimento escola-novista, implementando no país reformas
pedagógicas.
“Os princípios do movimento escola-novista resumidos por Cunha (1998) foram a crença no poder da educação, o interesse pelas pesquisas científicas, a preocupação em reduzir as desigualdades sociais e em estimular a liberdade individual da criança. No Brasil, seus ativistas defendiam tanto a necessidade de preparar o país para o desenvolvimento através de reformas educacionais, quanto o direito de todos à educação, e por isso pregavam que a construção de um sistema estatal de ensino público, laico e gratuito, seria o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação” (CUNHA apud MENDES, 2010, p.96).
As preocupações educacionais da década de 20 culminaram na
elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, assinado
pelos principais expoentes do meio educacional brasileiro.
Basearam –se em partes dos ideários educacionais implantados em
outros territórios (como DEWEY e FERRER), mas adaptaram ao contexto
brasileiro.
17
Segundo os responsáveis por este documento, 43 anos após a
proclamação da República, não havia sido criado ainda um sistema de
organização escolar à altura das necessidades moderna e do país.
O maior problema nacional era a educação pois ela era um meio de
segregação social.
A educação nova deveria deixar de ser um privilégio determinado pela
condição econômica e social do indivíduo, para assumir um “caráter biológico”.
A educação deveria então reconhecer que todo o indivíduo teria o
direito de ser educado até onde permitia as suas aptidões naturais,
independente de razões de ordem econômica e social.
Pregavam ainda que a educação era uma função essencialmente
pública, gratuita e necessitava da co-educação para tornar mais econômica à
organização da obra escolar.
O documento não fala das diferenças étnicas e sociais pois trabalha
com a perspectiva de que todos são iguais, diferenciando somente em suas
capacidades cognitivas.
É a ideia de implantação de uma democracia educacional.
Alia-se a isto as ansiedades do governo populista de Getúlio Vargas, o
qual pregava a necessidade de aumentar o número de escolas e de alunos
matriculados.
A Escola Nova veio para contra por a educação tradicional,
pretendendo que toda a população infantil estivesse no ambiente escolar.
Defendendo a diminuição das desigualdades sociais, enfatizando as
características individuais, adequação e especialização do ensino, adaptação
de técnicas de diagnóstico e especificamente de nível intelectual.
A psicologia adentra na educação fazendo uso dos testes de
inteligência intencionando a identificação dos deficientes intelectuais.
Assim sendo, nota-se certo cuidado com a identificação de
“anormalidade na inteligência” nas escolas regulares, já que casos mais graves
eram rejeitados.
Neste período o panorama nacional da educação especial é
transformado consideravelmente devido a influencia de Helena Antipoff.
18
Grande pesquisadora e educadora da criança portadora de deficiência,
Helena Antipoff foi pioneira na introdução da educação especial no Brasil.
1.4 – A trajetória de Helena Antipoff e sua influência no Brasil
Helena Antipoff dedicou-se ao diagnóstico psicológico e à elaboração
de projetos educativos para a reeducação de crianças que tinham perdido a
família em consequência da Guerra, trabalhando como observadora da
Estação Médico-Pedagógica de Petrogrado e de Viatka.
A partir de 1921 decidiu reiniciar a sua investigação, trabalhando como
colaboradora científica do Laboratório de Psicologia Experimental de
Petrogrado, auxiliando o psicólogo Aleksandr Petrovich Nechaev na
investigação da influência da guerra no desenvolvimento mental de crianças
em idade pré-escolar.
Entretanto, ao expor a constatação que o nível mental dos filhos de
intelectuais era mais alto em comparação aos das outras crianças, foi
severamente criticada pelos intelectuais ligados ao recém-implantado regime
soviético e acabou excluída dos círculos acadêmicos e perseguida.
Nos seus trabalhos defende o Método da Experimentação Natural que
utilizara durante sua experiência de avaliação do desenvolvimento cognitivo na
Rússia, sendo pioneira nessa matéria fora da União Soviética.
Em 1929 Helena Antipoff aceitou o convite feito pelo Professor
Francisco Campos, na época, Secretário do Interior de Minas Gerais, do
departamento responsável pela educação.
Fixou-se então em Minas Gerais, com o objetivo de fundar uma Escola
de Aperfeiçoamento Pedagógico onde pudesse aplicar os seus conhecimentos
pedagógicos.
Fundou, com a ajuda de antigas alunas, a primeira Sociedade Pestalozzi
do Brasil, com sede em Belo Horizonte. Com o qual, no próximo ano , abre um
consultório médico-psico-pedagógico, onde passou a atender crianças e seus
pais.
A Sociedade Pestalozzi passou a oferecer aulas destinadas a alunos
portadores de deficiência no final do ano de 1933.
19
Nas aulas da Sociedade Pestalozzi os alunos com problemas
comportamentais ou incapacidades para a aprendizagem complementavam as
suas atividades escolares e de educação psicomotora, com atividades manuais
e agrícolas em regime de semi-internato.
Liderou a fundação da Casa do Pequeno Jornaleiro, instituição
destinada a proporcionar abrigo, alimentação e escola para as crianças que
trabalhavam como vendedores de jornais.
No mesmo ano iniciou a sua colaboração com a Associação Mineira de
Escoteiros, instituição que havia sido fundada em 1927 com apoio do Governo
do Estado de Minas Gerais, como instituição extra-curricular nas escolas do
estado levando, mais tarde, à constituição da Associação de Escoteiros Fernão
Dias, um grupo escutista aberto a crianças e jovens portadores de deficiência.
Por meados da década de 1950 Helena Antipoff passou a defender a
necessidade de se criar uma federação das Sociedades Pestalozzi que
congregasse os esforços e experiências das diversas instituições que
defendiam os ideais pestalozzianos.
Porém, apesar da sua considerável influência e das inúmeras reuniões
realizadas, o projeto só ganhou adeptos em número suficiente em 1970, e em
Agosto daquele ano, após convocação de todas as entidades Pestalozzi, foi
fundada no Rio de Janeiro a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi
(Fenasp).
20
CAPÍTULO II
INCLUSÃO SOCIOEDUCATIVA: mapeando a legislação
Existe consenso entre a maioria dos países do mundo há mais de meio
século, como estipulam o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, em 1948 ( BRASIL, 1998a), a Convenção dos Direitos da Criança,
em 1989 ( Nações Unidas, 2004), e as Diretrizes da Primeira Conferência
Mundial sobre a Educação, reunida em Jomtien, Tailândia, em 1990.
O Fórum Mundial sobre a Educação, realizado em Dakar, Senegal
(2000), Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) de que a
educação é direito humano inalienável, que proporciona aos cidadãos o
conhecimento necessário para viver com dignidade.
Também, há unanimidade nas questões econômicas, sociais, políticas,
culturais e sanitárias de que não haverá desenvolvimento expressivo nestes
setores, sem um investimento na educação.
Investir em educação constitui a primeira etapa das desigualdades e da
diversidade, a redução da pobreza, a aceitação de avanços na saúde e
nutrição, o controle de crescimento, dentre outros.
Abordando mais especificamente as questões da educação inclusiva
tem-se um histórico amplo de várias significações, que assinala registros de
resistência à aceitação dos portadores de necessidades educativas especiais.
Aos meados do século XVII algumas práticas eram executadas, tais
como abandono, afogamentos, asfixia, e outros.
Ao final do século XVIII e nas três primeiras décadas do século XIX teve
início, nos países escandinavos e na América do Norte, o período de
institucionalização especializada de pessoas denominadas deficientes,
nomenclatura adotada na época.
A partir daí surgiu a Educação Especial.
A sociedade tomou consciência da necessidade de atender as pessoas
denominadas deficientes, mas a forma de atendimento priorizava um caráter
assistencialista.
21
A assistência era prestada em Centros Especializados, nos quais as
pessoas recebiam atendimento de vários profissionais: médicos, psicólogos,
psicopedagogos e assistentes sociais.
No século XX começou a ocorrer, com programas escolares para
deficientes mentais.
Os serviços especiais foram diversificados, e as classes especiais
passaram a integrar o contexto escolar.
No Brasil, as classes especiais foram criadas em 1960 e 1965, em todo
o país, para pessoas excepcionais.
As classes especiais desta época contribuíram novamente para a
segregação e exclusão.
No ano de 1986 surgiu a proposta de integração educativa.
O ensino dos alunos portadores de necessidades educativas especiais
poderia ser realizado no contexto da escolar regular.
Os portadores de necessidades educativas especiais passam a ser
vistos como cidadãos, com direitos e deveres de participação na sociedade.
.
2.1- Legislação em Educação Especial: os caminhos
No Brasil, mudanças começaram a ocorrer na nomenclatura: “de alunos
excepcionais” evoluiu para “alunos com necessidades educativas especiais”, o
que ocorreu em 1986, pela Portaria NENESP/MEC, nº69, ainda que
efetivamente não houvesse um avanço expressivo na inserção destes alunos
no ensino regular.
A Constituição Brasileira de 1988, também trata deste assunto.
No capítulo III, da Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205,
prescreve que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da Família”.
Em seu artigo 208, prevê mais especificamente que “[...] o dever do
Estado com a educação, será efetivado mediante a garantia de: [...]
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino”.
A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB), mais recente,
Lei nº 9.394 de 1996, conceitua e orienta a abordagem inclusiva para os
22
sistemas regulares de ensino dando ênfase, no capítulo V, especialmente à
Educação Especial.
Referência no artigo 59, que “[...] os sistemas de ensino assegurarão
aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específica, para atender às suas
necessidades”.
Anteriormente, no ano de 1994 mais precisamente em 10 de junho, na
cidade de Salamanca, na Espanha ocorreu a Conferência Mundial de
Educação, patrocinada pelo governo espanhol e pela UNESCO, com
representantes de 92 países e 25 organizações internacionais.
Nesta conferência foi reafirmado o compromisso com a educação para
todos e elaborada uma declaração, conhecida na História da Educação como a
Declaração de Salamanca, que apresenta metas de ação na sociedade.
Esta é considerada um marco na documentação em favor da educação
inclusiva:
[...] as escolas regulares com orientação para a educação inclusiva são o meio mais eficaz no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade inclusiva e obtenção de uma real educação para todos ( DECLARAÇÂO.... 1994, p. 9).
Após inúmeras pressões políticas, sociais e educativas, atualmente tem-
se inúmeras medidas legislativas que atestam o direito às pessoas com
necessidades educativas especiais de frequentarem as instituições de ensino,
fato que cresce a cada dia.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNIESCO), o Brasil é o país da América Latina que mais
insere alunos com necessidades especiais em escolas regulares, seguido do
México e Chile.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 1/2002,
que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior
23
devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a
atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as
especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.
A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras
como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam
garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a
inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos
de formação de professores e de fonoaudiologia.
A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova as diretrizes e normas para o uso,
o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades
de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua
Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional.
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva:
direito à diversidade, com vistas a apoiar a transformação dos sistemas de
ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um amplo processo
de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a
garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do atendimento
educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento O Acesso de
Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o
objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão,
reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem
deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando
ao acesso à escola dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como
disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e
tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda
língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngüe no ensino
regular.
Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação –NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal,
são organizados centros de referência na área das altas
24
habilidades/superdotação para o atendimento educacional especializado, para
a orientação às famílias e a formação continuada dos professores, constituindo
a organização da política de educação inclusiva de forma a garantir esse
atendimento aos alunos da rede pública de ensino.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
pela ONU em 2006 e da qual o Brasil é signatário, estabelece que os
Estados/Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos
os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento
acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão,
adotando medidas para garantir que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com
deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório,
sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com
as demais pessoas na comunidade em que vivem (Art.24).
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os
Ministérios da Educação e da Justiça, juntamente com a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, lançam o
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as
suas ações, para contemplar, no currículo da educação básica, temáticas
relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que
possibilitem acesso e permanência na educação superior.
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE,
reafirmado pela Agenda Social, tendo como eixos a formação de professores
para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais,
a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência
das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do
acesso à escola dos favorecidos pelo Beneficio de Prestação Continuada –
BPC.
25
No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação:
razões, princípios e programas são reafirmadas à visão que busca superar a
oposição entre educação regular e educação especial.
Para a implementação do PDE é publicado o Decreto nº 6.094/2007, que
estabelece nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do
acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades
educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas
públicas.
Em 2009, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
necessidades educativas especiais, foi aprovada pela ONU.
Estabelecendo que os Estados devem assegurar um sistema de
educação inclusiva em todos os níveis de ensino.
2.2 – A inclusão em educação: questões teórico-conceituais,
problematização e reflexões
No Brasil, uma vez que a educação inclusiva despontou como realidade
não é possível ignorar que há necessidade de repensar a avaliação.
A avaliação de criança com necessidades educativas especiais deve
incluir a adaptação à escola, a interação social, principalmente.
Estes questionamentos carregam em seu bojo tanto a aceitação das
diferenças, quanto reflexões sobre a capacitação dos professores, sobre os
modelos pedagógicos vigentes e procedimentos de avaliação, sobre a
adequação das escolas e também, sobre as responsabilidades das famílias
nesse processo.
Assim, não se trata apenas de uma questão legal, que é real, mas que
se amplia pelas malhas da rede educacional, nas distintas áreas de
conhecimento.
Se por um lado o acesso de portadores de necessidades educativas
especiais às escolas de ensino regular cresce a cada dia, por outro lado, ainda
são precárias as instalações físicas, para efetivar uma educação inclusiva de
qualidade.
26
Com a educação inclusiva, a mediação adquire um caráter de grande
importância, uma vez que abrange questões imprescindíveis ao processo de
construção do conhecimento: “o aluno, como sujeito que aprende, o professor
como mediador: a cultura, os signos como ferramentas a serem empregadas”.
Trata-se de um modelo pertinente em tempos de educação inclusiva
onde a interação é um processo essencial.
Ao longo do processo de desenvolvimento, o ser humano deixa de
necessitar das marcas externas e “passa a utilizar signos internos, isto é,
representações mentais, que substituem os objetos do mundo real” (
OLIVEIRA, 2001, p.35).
Desse modo, alunos com necessidades educativas especiais
necessitam de ações mediadas, dos agentes mediadores, da postura de
mediação do professor, sempre em interação com alunos sem necessidades
educativas especiais.
Na medida em que esse processo se consolida, alunos sem
necessidades educativas especiais tornam-se mediadores para seus colegas
com necessidades educativas especiais e a educação se reconfigura.
Trata-se de novos tempos, que exigem outras posturas, nas quais a
interação social é indispensável.
Questões inclusivas, sociais e educacionais pedem por novos olhares:
olhares múltiplos para romper com a hegemonia epistêmica dos grandes
saberes que, com seu olhar iluminista pretendem iluminar tudo.
Não há modelo único para a educação, assim como cada ser humano é
diferente do outro.
Uma visão hegemônica de educação, na qual todas as crianças
aprendem do mesmo modo e no mesmo ritmo é uma utopia, um contido
expansivo, que não pode ser aprisionado por nenhuma ideologia, nenhuma
legislação.
MORIN (2000) descreve que as interações entre indivíduos produzem a
sociedade que, por sua vez, testemunha o surgimento da cultura, e que
retroage sobre os indivíduos pela cultura.
27
Para as escolas, essas afirmativas devem conduzir ao reconhecimento e
a legitimação de novas práticas, reconhecendo a respondendo às
necessidades diversificadas dos alunos, acomodando os diferentes estilos e
ritmos de aprendizagem, assegurando uma educação de qualidade para todos.
Na realidade, os alunos com necessidades educativas especiais não
podem ser descritas em termos de melhor e/ ou pior, bem ou mal, superior ou
inferior, maioria ou minoria.
O fato de assinalar algumas necessidades educativas especiais como
sendo diferenças volta a posicionar essas marcas, essas identidades como
sendo opostas à ideia de norma, do normal e, então, daquilo que é pensado e
fabricado como o correto, o positivo, o melhor ( RODRIGUES, 2006).
É uma possibilidade que se abre para o desenvolvimento e para o
benefício de todos os alunos, com ou sem necessidades especiais, nas escolas
regulares de ensino trazendo consigo um conjunto de fatores, para que todos
possam ser inseridos totalmente na sociedade em todos os segmentos:
trabalho, lazer, saúde.
28
CAPÍTULO III
ALGUMAS BARREIRAS À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva é uma possibilidade de romper as barreiras que
inviabilizam a aceitação das diferenças entre as pessoas.
Mas, trata-se de um processo complexo, que exige capacitação,
exercício de tolerância, conhecimento, e que também necessita de avaliação
permanente.
Diferentes terminologias percorrem hoje a trajetória rumo à diversidade,
o que se presentifica na educação inclusiva.
No entanto, implica que cada país deve definir e adotar políticas
públicas pensadas desde sua própria realidade, apropriadas no contexto, à
sociedade e à cultura, não podendo ser dissociado desses princípios
norteadores.
A educação inclusiva de qualidade, que vise realmente integrar
diferenças deve convocar os professores,as famílias, a direção e a sociedade
com parceiros diante desses desafios.
3.1 - Habilidades e Competências do Professor à Inclusão
Que habilidades e competências são necessárias para que o professor
participe realmente de um processo em que todos os educandos sejam bem-
vindos à escola?
Não podemos pensar isoladamente as habilidades e competências do
professor inclusivo.
Ao contrário, é preciso considerá-las como parte integrante na formação
dos educadores em geral.
A igualdade de condições para o acesso e permanência na escola está
garantida na Constituição de 1988, em seu artigo 206 e em seu artigo 208, [[[,
preferencialmente na rede regular de ensino.
29
Isso quer dizer que, quando pensamos nas habilidades e competências
do professor, devemos pensar em uma escola democrática, participativa e
aberta para todos.
Nossa sociedade mantém tradições culturais com práticas sociais
discriminatórias em que o profissional da educação especial é visto também
como especial.
Nesse sentido, a maneira diferenciada de ver os professores só vem
reforçar o modelo capitalista baseado na eficiência, na seleção dos melhores e
na exclusão social.
3.2 – A exclusão como processo social
Falamos muito, hoje, da exclusão social embora, historicamente para
muitos, a condição de exílio, de separação, de ficar à parte, segregados e
experimentando sentimentos de rejeição, tenha sido uma característica de suas
vidas.
Exclusão social e inclusão social são conceitos dialéticos, polarizados,
simétricos e constituem uma das grandes preocupações da sociedade atual.
A humanidade demonstra através dos tempos uma história de
preconceitos e discriminação que, vem gerando, por muitas décadas,
movimentos de exclusão em todos os níveis da sociedade.
A exclusão social vem desde a antiguidade, onde mulheres,
estrangeiros, deficientes e demais pessoas consideradas fora do que é normal
pela sociedade eram excluídas, mas o fenômeno na época era tido como
natural.
A crise econômica mundial, que ocorre na idade contemporânea, da
evidência à pobreza, tornando a exclusão social com maior visibilidade e força.
Mais tarde, os efeitos dessa exclusão despontam, gerando desemprego
prolongado onde muitos passam a ser socialmente excluídos.
A exclusão ocorre devido às práticas e valores da cultura que orientam
as ações do homem.
É o resultado de um processo histórico de construção de valores morais
por parte das diferentes culturas.
30
Este movimento do que é normal/anormal, também parte para a
educação e provoca movimentos no contexto escolar.
A escola no seu percurso histórico se caracterizou como uma educação
seletiva em que grupos minoritários tinham privilégios.
Entretanto, sabemos que a escola pode ter um papel fundamental na
construção de valores que auxiliam os membros da sociedade em geral a
pautar sua vida pessoal e coletiva no respeito pelas diferenças, provocadoras
de exclusão,criando condições para que na prática cotidiana haja
principalmente mais tolerância, ajudando assim, os alunos a levarem em
consideração os pontos de vista do outro.
A partir de meados do século XX com a intensificação dos movimentos sociais de luta contra todas as formas de discriminação que impedem o exercício da cidadania das pessoas com deficiência surge em nível mundial o desafio de uma sociedade inclusiva (INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 20).
A questão da exclusão social tem ocupado, importante espaço nas
nossas reflexões.
Denunciamos as desigualdades sociais e as praticas excludentes,
defendendo os ideais democráticos calcados nos direitos humanos, em
especial no da igualdade de oportunidades, para todos.
Uma das dimensões do processo de inclusão social é a inclusão escolar,
conjunto de políticas públicas e particulares de levar a escolarização a todos os
segmentos humanos da sociedade com ênfase na infância e juventude.
Incluir vem do latim includere; que significa compreender, abranger;
conter em si, envolver, implicar; inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, figurar
entre outros; pertencer juntamente com outros.
Em nenhum momento essa definição pressupõe que o ser incluído
precisa ser igual ou semelhante aos demais aos quais se agregou.
Quando se fala de uma sociedade inclusiva, pensa-se naquela que
valoriza a diversidade humana e fortalece a aceitação das diferenças
individuais. É dentro dela que se aprende a conviver, contribuir e construir
31
juntos um mundo de oportunidades reais (não obrigatoriamente iguais) para
todos.
Isso implica numa sociedade onde cada um é responsável pela
qualidade de vida do outro, mesmo quando esse outro é muito diferente de
nós.
Os sistemas educacionais federais, estaduais e municipais, assim como
a rede privada de escolas, têm envidado esforços no sentido de operacionalizar
os dispositivos legais que exigem ou amparam iniciativas no caminho da
inclusão escolar.
3.3 – Integração e Inclusão
Os mal-entendidos sobre o tema começam justamente aí.
As pessoas usam o termo inclusão quando, na verdade, estão pensando
em integração.
Quais são as principais diferenças entre inclusão e integração?
O conteúdo das definições abaixo é de autoria de Claudia Werneck,
extraído do primeiro volume do Manual da Mídia Legal (apud MELERO, 2002).
Inclusão: a inserção é total e incondicional (crianças com deficiência não
precisam “se preparar” para ir à escola regular).
Integração: a inserção é parcial e condicional (crianças “se preparam”
em escolas ou classes especiais para estar em escolas ou classes regulares).
Inclusão: exige rupturas nos sistemas.
Integração: pede concessões aos sistemas.
Inclusão: mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não se
sabe quem “ganha” mais; TODAS ganham).
Integração: mudanças visando prioritariamente a pessoa com deficiência
(consolida a ideia de que elas “ganham” mais).
Inclusão: exige transformações profundas.
Integração: contenta-se com transformações superficiais.
32
Inclusão: sociedade se adapta para atender às necessidades das
pessoas com deficiência e, com isso, se torna mais atenta às necessidades de
TODOS.
Integração: pessoas com deficiência se adaptam às necessidades dos
modelos que já existem na sociedade, que faz apenas ajustes.
Inclusão: defende o direito de TODAS as pessoas, com e sem
deficiência.
Integração: defende o direito de pessoas com deficiência.
Inclusão: traz para dentro dos sistemas os grupos de “excluídos” e,
paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de qualidade
para TODOS.
Integração: insere nos sistemas os grupos de “excluídos” que provarem
estar aptos (sob este aspecto, as cotas podem ser questionadas como
promotoras da inclusão).
Inclusão: o adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade para
TODAS as pessoas com e sem deficiência (escola inclusiva, trabalho inclusivo,
lazer inclusivo etc.).
Integração: o adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade
nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas
aptas (escola integradora, empresa integradora etc.).
Inclusão: valoriza a individualidade de pessoas com deficiência (pessoas
com deficiência podem ou não ser bons funcionários; podem ou não ser
carinhosos etc.).
Integração: como reflexo de um pensamento integrador podemos citar a
tendência a tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo
(exemplos: surdos se concentram melhor; cegos são excelentes massagistas).
Inclusão: não quer disfarçar as limitações, porque elas são reais.
Integração: tende a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade
de inserção.
Inclusão: não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e
sem deficiência em um mesmo ambiente.
33
Integração: a presença de pessoas com e sem deficiência no mesmo
ambiente tende a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador.
O processo de incluir pessoas com deficiência na escola significa uma
revolução educacional e é um caminho fundamental para que se atinja também
a inclusão social, constitui uma meta cada vez mais firme nos diferentes
sistemas e envolve o descortinar de uma escola eficiente, diferente, aberta,
comunitária, solidária e democrática onde a multiplicidade leva-nos a
ultrapassar o limite da integração e alcançar o objetivo de uma sociedade que
almeja a igualdade para todos.
3.4 – Inclusão e o sistema educacional
É de suma importância termos consciência que a educação inclusiva
não se faz apenas por decretos ou diretrizes.
Ela é construída na escola por todos, na confluência de várias lógicas e
interesses sendo preciso saber articulá-los.
Por ser uma construção coletiva requer mobilização, discussão e ação
de toda a comunidade escolar.
Concretizar a inclusão é um grande desafio já que envolve mudanças na
concepção de sociedade, de homem, de educação e de escola.
Mudar concepções já solidificadas e enraizadas em nome de um outro
modelo de educação não é uma tarefa fácil, principalmente quando as
mudanças vão favorecer pessoas que foram injustiçadas, excluídas e
marginalizadas na sociedade e consequentemente na escola.
O número de alunos incluídos na educação inclusiva, nos últimos anos,
triplicou, no entanto, o preconceito e a falta de conhecimento das leis que os
amparam e beneficiam ainda deixam um grande contingente de pessoas com
deficiência fora da rede regular.
Sonhamos com uma escola inclusiva onde os sistemas educacionais
modifiquem não apenas as suas atitudes e expectativas em relação aos
alunos, mas que se organizem para construir uma real escola para todos, que
dê conta das especificidades das diferenças.
34
A educação inclusiva como diretriz para a transformação na estrutura da
escola foi definida pelo Ministério da Educação como política pública que
assumiu sua disseminação por meio do programa Educação Inclusiva: direito a
diversidade, iniciada em 2003.
Essa ação conduziu um processo amplo de reflexão nos sistemas
educacionais sobre as formas tradicionais do pensamento pedagógico e de
ruptura com a concepção determinista da relação entre condições históricas,
desvantagens sociais, deficiência e a não aprendizagem.
A verdadeira transformação da escola acontecerá quando realmente
criarmos condições para que TODOS os alunos possam atuar efetivamente
nesse espaço educativo.
A escola não pode mudar tudo e nem pode mudar a si mesma sozinha.
Ela está intimamente ligada à sociedade que a mantém. Ela é, ao
mesmo tempo, fator e produto da sociedade.
Como instituição social, ela depende da sociedade e, para se
transformar, depende também da relação que mantém com outras escolas,
com as famílias, aprendendo em rede com elas, estabelecendo alianças com a
sociedade, com a população (GADOTI, 2007, p. 12).
A concepção e os princípios da educação inclusiva dentro de um
contexto mais amplo que dizem respeito à estrutura da sociedade em que
vivemos associados aos movimentos de garantia dos direitos exigem a
transformação dos sistemas de ensino em relação a fundamentação, a prática
pedagógica e aos aspectos cotidianos da escola.
Ao longo da trajetória da educação, as condições históricas dos alunos
têm sido utilizadas como razão para justificar e avaliar a não aprendizagem e o
acesso restrito ao conhecimento, sem estabelecer o vínculo entre a
aprendizagem e o ensino, a atenção as suas necessidades individuais e os
apoios educacionais, considerando todos eles como parte do projeto
pedagógico desenvolvido pela escola.
A partir dessa compreensão, os professores, na sua relação com a
comunidade podem identificar elementos que contribuam na elaboração de
35
estratégias pedagógicas, favorecendo a intervenção no enfrentamento da
exclusão educacional e social.
Uma tarefa fundamental é organizar as escolas para a eliminação das
barreiras, o fortalecimento das relações entre a escola e a família, o acesso
aos serviços sociais da comunidade, o planejamento participativo, a troca de
experiências no trabalho pedagógico e o desenvolvimento de mecanismos de
gestão que priorizem a inclusão educacional.
O período de transição entre a concepção educacional da integração
para a inclusão coincide com fatores contemporâneos que colocam a
competitividade e a efetividade da escola sob a ótica do domínio de conteúdos
e desvalorizam outros saberes, excluindo grande parte dos seus alunos,
enquanto deveriam ser construídas estratégias de desenvolvimento das
potencialidades dos alunos e experiências democráticas de aprendizagem em
todas as escolas.
As escolas podem avançar no desenvolvimento de uma pedagogia
centrada na criança enfatizando a responsabilidade dos educadores em
ensinar as crianças com ou sem deficiência a partir da desconstituição do
discurso da deficiência que envolve uma proposta de escola que não é capaz
de beneficiar todos os alunos.
E esse é um dos desafios fundamentais de uma educação que contribua para quebrar o encanto do desencanto, para nos livrar da resignação, para recuperar ou para construir nossa consciência em critérios de igualdade de justiça, uma sociedade na qual a proclamação da liberdade individual não questiona os direitos e a felicidade de todos. Uma sociedade em que a diferença seja uma possibilidade para a construção de nossa autonomia, não o argumento para legitimar injustas desigualdades econômicas, sociais e políticas (GENTILI, 2003, p. 54).
Se as diferenças forem asseguradas aumenta a potencialidade da
escola para a construção de uma sociedade mais igualitária, sem preconceito
nem discriminação ou outras formas de intolerância. Isso é reforçado por
Gomes (1999) quando diz que “a escola é um espaço sociocultural em que as
diferentes presenças se encontram”.
36
Figueiredo (2002) aponta ainda que:
As diferenças são desejáveis, porque enriquecem, ampliam e permitem a identificação/diferenciação; as desigualdades, ao contrário, produzem inferioridade, porque implicam relações de exploração. Enquanto as diferenças se assentam na cooperação, as desigualdades ocasionam competição.
Trabalhar com a diferença é compreender que o ensino, o apoio, os
recursos didáticos pedagógicos, metodologia, a proposta curricular e a
avaliação da aprendizagem devem beneficiar a todos em sala de aula e não
apenas a alguns, por serem categorizados com “inclusos” tornando-se assim
“privilegiados”.
37
CONCLUSÃO
“O que mata o jardim não é o
abandono, o que mata um jardim é o
olhar indiferente de quem passa por
ele”.
Mário Quintana
O processo de desenvolvimento dos seres humanos segue a
aprendizagem, mas vai além dela, ativando potenciais humanos.
A abertura das escolas para as diferenças tem a ver, dentre outras
questões, com uma mudança radical nos processos de ensino e aprendizagem.
Inclui uma proposta de ruptura entre as fronteiras existentes em
diferentes disciplinas, entre saber e realidade.
As implicações da educação inclusiva para os educadores é a
construção de uma pedagogia da diferença.
Espera-se que os professores sejam capazes de acolher a diversidade e
estejam abertos às práticas inovadoras em sala de aula, que incluem
conteúdos e práticas diferentes áreas do conhecimento, que exercitem a
avaliação direcionada para adaptação e para a interação social entre diferentes
estilos e aptidões para aprender.
A educação inclusiva é um processo em pleno desenvolvimento,
sujeitando de reflexões e especialmente de ações concretas para alcançar as
práticas eficientes.
Entretanto, é inegável o avanço da educação inclusiva historicamente,
conforme relatado pelo presente estudo, a promoção do acesso educacional a
todos os alunos.
È possível reconhecer que para a educação inclusiva acontecer na
prática, é necessário: a qualidade, eficiência e competência dos profissionais
educacionais, bem como a disponibilidade de recursos e oferecimento de boa
estrutura escolar pelas políticas públicas.
38
A educação inclusiva necessita do seu cumprimento, acordado à
qualidade que a legislação brasileira oferece.
Assim, apesar dos avanços no plano teórico sobre a inclusão escolar, na
prática se observa que o tema é polêmico, suscitando discussões e
controvérsias.
Essas divergências revelam resistência para rever práticas arraigadas,
mostram também que para assumir mudanças, leis e declarações pertinentes é
preciso interesse e vontade do Poder Público e Sociedade.
Enquanto isso não ocorrer a grande maioria dos alunos com
necessidades educacionais especiais permanece fora da escola. (MENDES,
2002).
Precisamos combater a descrença e as barreiras do pessimismo dos
acomodados e mostrar que a inclusão é uma grande oportunidade para os
alunos, pais e educadores.
Os pais são os grandes aliados dos que estão empenhados na
construção da nova escola brasileira – a escola inclusiva, aberta às diferenças.
39
BIBLIOGRAFIA
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BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília, 1996
BRASIL, MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil. Brasília. MEC/SEF, 1998.v.1, v.3
CARVALHO, Rosita Edler – Educação Inclusiva: Com os pingos nos “is”.
Editora Mediação. Porto Alegre, 2004
CARVALHO, Rosita Edler – Removendo barreiras para a aprendizagem .
Editora Mediação. Porto Alegre, 2007
CARVALHO, Rosita Edler. A Nova LDB e a Educação Especial. 2. Ed.Rio de
Janeiro, WVA, 2000
_____. Declaração de Salamanca. Conferência Mundial de Educação
Especial. Espanha, 1994
ENSAIO: avaliação e políticas públicas em educação/Fundação Cesgranrio.
V.1.n. (out/dez 1993) – Rio de Janeiro – 1993
ENSAIO: avaliação e políticas públicas em educação/Fundação Cesgranrio.
V.10 (out/dez 2002) – Rio de Janeiro – 2002
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Brasília, 1990
GLAR, Rosana. Inclusão escolar de alunos com necessidades especiais.
EdUERJ, Rio de Janeiro, 2011
MAZOTTA, Marcos J.S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas
Públicas. 3.ed. São Paulo.Cortez, 2001
MANTOAN, Maria Teresa Egler. A Educação Especial no Brasil – da Exclusão
à Inclusão Escolar. LEPED/Unicamp
_____. Revista Educação e Pedagogia. Vol. 22 nº 57 – (CNPQ) São Carlos, SP
SOBRINHO, Francisco de Paula Nunes; autores, Daniela Patti do
Amaral....(ET.al) Inclusão educacional: pesquisas e interfaces. Livre Expressão,
Rio de Janeiro, 2003
WERNECK, Claúdia – Manual da Mídia Legal, Apud Melero, 2002
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Histórico da Educação Especial no Brasil 10
1.1 – A História da educação especial 13
1.2 – A Primeira República e a educação especial no Brasil 14
1.3 - Mudanças no panorama da educação 16
1.4 - A trajetória da Helena Antipoff e sua influencia no Brasil 18
CAPÍTULO II
Inclusão Socioeducativa> mapeando a legislação 20
2.1 – Legislação em Educação Especial – os caminhos 21
2.2 – A Inclusão em educação: questões teórico-conceituais, 25
problematização e reflexões
CAPÍTULO III
Algumas barreiras à educação inclusiva 28
3.1. – Habilidades e Competências do professor à
Inclusão 28
3.2 – A exclusão como processo social 29
3.3. – Integração e Inclusão 31
3.4.- Inclusão e o sistema educacional 33
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 40