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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO LIXO ELETRÔNICO Elisabeth de Oliveira Bernardo Silva Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALLOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO LIXO ELETRÔNICO Elisabeth de Oliveira Bernardo Silva Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO

LIXO ELETRÔNICO

Elisabeth de Oliveira Bernardo Silva

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO

LIXO ELETRÔNICO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em logística.

Por: . Jorge Tadeu Vieira Lourenço.

3

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida, fé e perseverança

que me sustenta em todas às ocasiões

e à minha família sempre presente na

minha vida.

4

DEDICATÓRIA

Aos professores que contribuíram para

essa jornada, aos familiares e amigos que

compreenderam minha ausência.

5

RESUMO

O advento do avanço tecnológico trouxe consigo o acesso cada vez mais

facilitado a recursos eletrônicos neste contexto, o presente trabalho discute a

questão da logística reversa dos resíduos eletrônicos com base no que rege a

Política Nacional de Resíduos Brasileiros sobre o assunto. Assim como

também busca mostrar as consequências do descarte inadequado do lixo

eletrônico e como a logística reversa vem buscando recuperar o valor dos

produtos após o término de sua vida útil através dos canais reversos de

distribuição, reinserindo-os ao ciclo produtivo com uma visão ambientalmente

correta.

6

METODOLOGIA

A pesquisa apresentada é um estudo de caso referente ao tratamento

do lixo eletrônico da empresa Banco Itaú localizado no interior de São Paulo,

cidade de São José dos Campos. De uma forma abrangente o conjunto de

fontes que o trabalho se submete no que se concerne ao lixo eletrônico foco

principal dessa pesquisa. Evidente que existe uma extensa pesquisa

bibliográfica para embasar o problema aqui exposto, contendo os elementos

teóricos para a aprimoramento de uma pesquisa acadêmica a cerca do

tratamento do lixo eletrônico. No decorrer do desenvolvimento do presente

trabalho foi realizado pesquisas bibliográficas em livros bibliográficos e em

sites de notícias nos termos “descarte do lixo eletrônico”. Na fundamentação

teórica, foi descrito o conceito de logística reversa com o apoio de diversas

fontes bibliográficas. Na conclusão elaborada uma síntese do trabalho como

um todo, apresentou os pontos positivos que a empresa obteve.

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................8

2 CAPÍTULO I LOGÍSTICA...................................................................10

3 CAPÍTULO II DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.......................18

4 CAPÍTULO III LEGISLAÇÃO BRAS COMP AO LIXO ELETR............20

5 CAPÍTULO IV LIXO ELETRÔNICO.....................................................27

6 CAPÍTULO V ESTUDO DE CASO......................................................34

7 CONCLUSÃO......................................................................................37

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................38

8

INTRODUÇÃO

Tema essencialmente atual, a gestão de lixo eletrônico tem se tornado

um problema grave não somente no Brasil como em todo planeta.Com o

avanço contínuo da tecnologia somos forçados a trocar nossos computadores

e outros equipamentos em ritmo alucinante.

Diante disso, a presente pesquisa traz o título de pesquisa Logística

Reversa – Descarte do Lixo Eletrônico. A escolha de tal título justifica-se pelo

grande avanço da indústria de eletrônicos, que possibilitou o acesso cada vez

mais rápido as novas tecnologias, somado ao consumo exagerado e não

consciente da população.

A pesquisa tem como objetivo geral despertar essa realidade a

sensibilidade ecológica da sociedade, bem como novos comportamentos de

compra.

Quanto a sua metodologia a pesquisa foi da empresa Banco Itaú, no

município de Jundiaí ,São Paulo. Foram realizadas pesquisas bibliográficas em

livros especializados e em sites de notícias.

Na fundamentação teórica foi descrito o conceito de logística e de

logística reversa, com o apoio de diversas fontes. Neste mesmo capítulo, nas

seções secundárias e terciárias foi traçado os canais de distribuição reversos.

No capítulo seguinte foi realizado um comparativo entre a Legislação

Brasileira ao lixo eletrônico e resíduos e a Legislação Européia e Brasileira. No

capítulo seguinte será abordado o tema lixo eletrônico, conceito, tipos, seus

derivados, como é realizada as coletas seletivas desses resíduos, e claro qual

9

a maneira propícia de descarta-lo, de modo que não se misture a matérias

recicláveis com o restante do lixo.

Abordado também o problema que afeta diretamente ao meio

ambiente . A produção do lixo, utilizando-se de uma alternativa viável para

amenizar o problema do descarte do lixo eletrônico, como por exemplo

combatendo o desperdício, preservando o meio ambiente e tendo com o

objetivo de formar multiplicadores capazes de desenvolver e aplicar as

técnicas da política dos 3 R’s.

Com a votação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o aumento

da importância da logística reversa no contexto empresarial e da sociedade, o

lixo gerado pelos equipamentos eletrônicos terá que possuir uma destinação

responsável e correta.

Por último, no capítulo V, apresenta a pesquisa com o objetivo de

descrever o conceito de logística reversa com enfoque no descarte do lixo

eletrônico no Banco Itaú do município de Jundiaí, no estudo de caso, visando

as dificuldades e pespectivas que existem para ampliar e otimizar os serviços.

10

CAPÍTULO I

LOGÍSTICA

DEFINIÇÃO

Entende-se como Logística o gerenciamento da cadeia de suprimentos

integrando todos os envolvidos, desde a aquisição da matéria-prima a

distribuição incluindo o fluxo reverso de produtos e serviços como função.

Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e

distribuição de produtos de forma racionalizada, o que significa planejar,

coordenar e executar todo o processo visando à redução de custos e ao

aumento da competitividade da empresa. (VIANNA, 2002, p.45)

Atualmente as organizações concorrem com um ambiente

globalizado, a logística eficiente tem sido um grande diferencial e trazendo

êxito nos negócios e garantindo menores custos de movimentação,

armazenagem,transporte e estoque.

A Logística trata de todas as atividades de

movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de

produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima

até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de

informação que colocam os produtos em movimento, com

o propósito de providenciar níveis de serviços adequados

a clientes com um custo razoável. (BALLOU,1993, p.24).

11

A palavra logística descende do grego logos (discurso, razão,

linguagem, frase) da palavra grega logistiki (contabilidade e organização

financeira), e ainda do verbo francês loger – alojar ou acolher. Novaes (2007,

p.31-32) destaca que os primeiros sinais de aplicação de logística foram

verificados nas operações militares, onde os generais precisavam ter a

disposição na hora certa suprimentos necessários para o combate. Percebe-

se porém que desde os primórdios até os dias de hoje o conceito de logística

sofreu uma evolução em grande escala bastante positiva. A logística agrega

valor de lugar, tempo, qualidade e de informação a cadeia produtiva. Além de

agregar os quatro tipos de valores positivos para o consumidor final , a

logística procura também eliminar do processo tudo o que não tenha valor para

o cliente, ou seja tudo que acarreta somente custos e perda de tempo.

(NOVAES, 2007, p.35).

O fluxograma abaixo demonstra os elementos básicos da logística.

Figura 1 - Elementos Básicos da Logística. ( extraída de NOVAES,

2007, p. 36)

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A figura 1 descreve os elementos, pontuando o processo desde o

ponto de origem até o destino final do produto, observando nessa análise que

o que diz respeito ao fluxo de armazenagem deve ocorrer de forma econômica,

não deixando de lado a eficiência, priorizando a satisfação do cliente busca

eliminar do processo.Assunto atual e relativamente novo ao menos no Brasil

de acordo com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da motivação

humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o homem não

ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a razão dos

conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o ambiente de

trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no aumento da

motivação.

LOGÍSTICA REVERSA

Ao passo que a logística direta trata do produto do ponto de origem até

o ponto de destino, a logística reversa descreve justamente o inverso, ou seja

o retorno do produto adquirido ao seu ponto de origem, do consumidor para o

produtor, de forma que esse dê a destinação ambiental corretamente ao

material.

O processo reverso, envolve uma série de atividades que a empresa

realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou

obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda

ou descarte.

Entende-se por logística reversa o gerenciamento da cadeia de

suprimentos em seu fluxo reverso, sendo composto entre outras atividades a

coleta, transporte, armazenagem, estoque e desmontagem.

A logística reversa cuida dos fluxos dos fluxos dos materiais que se

iniciam nos pontos de consumo e terminam nos pontos de origem, com o

13

objetivo de recapturar valor ou de disposição final. Esse processo reverso é

formado por etapas características, envolvendo intermediários, pontos de

armazenagem,transporte e esquemas financeiros. (NOVAES, 2007, p.53-54).

Abaixo segue o modelo dos Elementos Básicos da Logística, servindo

para melhor entendermos o processo logístico reverso.

Figura 2- Elementos Básicos da Logística (extraída de NOVAES, 2007, p.

74).

Falar em logística reversa, vem sempre a menção de produtos

eletrônicos. O avanço das tecnologias que acontecem cada vez mais rápido e

de forma constante no Brasil e no mundo, juntamente com o poder aquisitivo

da população, desencadeou um aumento considerável no consumo de

materiais tecnológicos assim como computadores,

notebooks,celulares,brinquedos eletrônicos e etc. Dados do Programa

Ambiental das Nações Unidas informa que por ano são gerados de 20 a 50

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milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico. A mais alarmante: o Brasil é o

país em desenvolvimento que mais produz lixo eletrônico ( 0,5 kg por habitante

por ano) , superando México, China que produzem por habitante 0,4 kg.

Ao passo que a indústria tem se empenhado ao máximo para criar novas

tecnologias em aparelhos eletrônicos e canais de distribuição cada vez mais

sofisticados, nota-se que não existe o mesmo esforço do mercado em criar

canais de distribuição reversos para destinação aos produtos descartados pelo

consumidor final.

Geralmente é mais barato usar matéria-prima virgem do que material

reciclado, em parte pelo pouco desenvolvimento de canais de retorno, que

ainda são menos eficientes do que os canais de distribuição de produtos. Isso

deve mudar pois o público em geral está ficando mais consciente do

desperdício, a quantidade de resíduo sólido tem aumentado e a matéria-prima

original está ficando mais cara e menos abundante. (BALLOU, 2008, p.384).

A falta de informação decorrente da maneira correta de desfazer-se de

um eletrônico usado ou inutilizado acarreta o descarte inadequado, que

geralmente ocorre no lixo orgânico ou mesmo no reciclável.

Aproximadamente 75% de equipamentos eletrônicos antigos estão

armazenados nas residências, pois os consumidores acreditam que estes

aparelhos ainda podem render algo e principalmente porque não sabem como

descartá-los . (MIGUEZ, 2010, p.24).

O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda

destinação adequada. Um risco para o meio-ambiente e à saúde . Os

principais metais pesados são chumbo e mercúrio. Esses metais geralmente

fazem mal para o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico.

(TEREZA CRISTINA CARVALHO, 2013).

Fonte: Jornal O Globo de 13 de janeiro de 2013, p.32

15

A logística reversa é tida como um novo desafio para as organizações da

atualidade. Podemos observar no nosso dia-a-dia as dificuldades que os

gestores possuem em administrar as etapas do gerenciamento do fluxo

reverso. No entanto percebemos também a necessidade que as organizações

possuem em se adequar a essa nova realidade, o que é vital para sua

sobrevivência no mercado.

O que se espera com essa nova forma de administrar o destino dos

produtos inseridos no mercado pelas organizações, é que elas atuem com

maior consciência ambiental, com maior otimização na redução de custos e

gerenciamento de processos, fortaleçam sua imagem e suas marcas e

contribuam significativamente para o bem comum da sociedade, atento ao

perfil do novo consumidor.

Fonte: Agência Brasil postado no blog http://logisticareversa.wordpress.com a.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS

Para que um produto esteja disponível no mercado e assim chegar ao

consumidor final ele passa por etapas de um processo denominada de

canal de distribuição . Nos canais de distribuição os suprimentos são

gerenciados muitas vezes desde sua manufatura até o produto final.

A importância econômica da distribuição, seja sob o aspecto conceitual

mercado ou sob aspecto concerto operacional da distribuição física, revela-

se cada vez mais determinante para as empresas, tendo em vista

crescente volumes transacionados decorrentes da globalização dos

produtos e das fusões de empresas atendendo a padrões de níveis de

serviço diferenciados ao cliente e garantindo seu posicionamento

competitivo no mercado. ( LEITE, 2003, p.3 )

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Canal de distribuição reverso seria o processo cujo o retorno de algo

seja a finalidade principal, compondo assim dos canais de pós- consumo e

de pós-venda.

CANAIS DE PÓS-CONSUMO

A logística reversa do pós-consumo trata dos produtos após terem

chegado ao fim de sua vida útil, descartados pela sociedade, verificando-se

através do processo logístico reverso a possibilidade de reciclagem e/ou

retorno de sua matéria-prima para fabricação de novos produtos.

Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas

semanas ou muitos anos, após o que são descartados pela sociedade, de

diferentes maneiras, constituindo os produtos de pós-consumo e os

resíduos sólidos em geral. As diferentes formas de processamento e de

comercialização dos produtos de pós-consumo ou de seus materiais

constituintes,desde sua coleta até a sua reintegração ao ciclo produtivo

como matéria-prima secundária,são denominadas de canais de distribuição

reversos de pós-consumo.( LEITE, 199, p.6 )

Entende-se que atualmente o canal reverso de pós-consumo é muito

utilizado na revenda de produtos usados, fisicamente ou virtualmente com o

comércio eletrônico. O exemplo dessa atuação é um computador, que após

cinco anos de uso torna-se obsoleto devido às novas tecnologias que

surgem cada vez mais rápido. Essa situação detona que o material

tecnológico pertencente a esse consumidor, ou a essa empresa, chegou ao

término de sua vida útil e precisará ser trocado, o que acabou levando seu

computador a se tornar em lixo eletrônico.

17

O objetivo econômico da implementação da logística reversa de

pós-consumo pode ser entendido como a motivação para obtenção de

resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações

industriais, pelo aprimoramento de matérias-primas secundárias,

provenientes dos canais reversos de reciclagem ou de revalorizações

mercadológicas nos canais reversos de reuso e manufatura.(LEITE 2003,

p.107).

CANAIS DE PÓS-VENDA

Outra ramificação da logística reversa, atua principalmente no

controle do retorno dos produtos por possíveis defeitos de

fabricação,avarias,entregas realizadas por engano ou simplesmente porque

o cliente não ficou satisfeito. Acredita-se que a logística reversa é uma

importante ferramenta para reter clientes por efetivar relacionamentos entre

consumidores e empresas ou vice-versa.

Podemos definir como objetivo econômico da logística reversa, em

determinado canal reverso de pós-venda,a visão estratégica de recapturar

valor financeiro do bem de pós-venda de alguma maneira. Destacam-se

canais reversos de revalorização de realocação de estoques em excesso,

revalorização de ativos em fim de estação ou de promoção de vendas e

recaptura de valor de bens com problemas de qualidade em geral. ( LEITE,

2003, p.220). Na maioria das vezes, diferentemente dos bens de pós-

consumo a pós-venda acaba utilizando os próprios agentes da distribuição

direta para realizar o fluxo reverso. Como geralmente não há possibilidade

de retorno dos produtos ao fornecedor, os varejistas escoam o estoque no

mercado secundário de produtos dentro ou até fora do país. Existem

alguns destinos possíveis dados aos bens de pós-venda que se diferenciam

do fluxo reverso de pós-consumo, tais como reparações e consertos, venda

no mercado primário, realizando uma redistribuição nos mercados não

vendidos e realizando doações de produtos com determinados grau de

obsolescência que retornam ao fabricante.

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O termo foi utilizado pela primeira vez em 1983, por ocasião da

Comissão Mundial sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento criada pela

ONU, presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem

Brudtland, essa comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse

integrado a questão ambiental, estabelecendo-se assim o conceito de

“desenvolvimento sustentável”.

As utilizações dos recursos naturais de uma forma desordenada ao

longo dos tempos ocasionarão a escassez de alguns elementos,

desencadeando um desequilíbrio ambiental.

O que se verificou naquele momento, foi que o modelo sobre o qual as

sociedades se organizam, é inviável a longo prazo. O uso indiscriminado da

água, a poluição do ar, os danos ao meio ambiente causados por um

sistema de produção que não se preocupa com seus efeitos colaterais,

levariam o planeta ao colapso, segundo o documento.

A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da

geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de

satisfazerem suas próprias necessidades, significa possibilitar que as

pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de

desenvolvimento social e econômico e de realização econômica e cultural,

fazendo ao mesmo tempo um uso razoável dos recursos da terra e

preservando as espécies e os habitats naturais. ( RELATORIO

BRUDTLAND, 1987).

19

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato qualidade em vez de

quantidade, e com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o

aumento da reutilização e da reciclagem. Implica em mudanças nos

padrões de consumo e do nível de conscientização.

Optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologias e materiais

menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de

consumo, evitando–se o desperdício e o excesso e ainda, cuidar para que

os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio-ambiente.

Sugestões para desenvolvimento sustentável:

- Reciclagem para diversos tipos de materiais, reciclagem de papel,

alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha;

- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos, em

locais especializados. Essas baterias nunca devem ser jogadas em lixo

comum;

- Incentivo ao transporte solidário( um veículo circulando com várias

pessoas);

- Uso racional(sem desperdício) de recursos da natureza, como por

exemplo a água;

- Manutenção e preservação dos ecossistemas;

- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos;

20

CAPÍTULO III

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA COMPARADA AO LIXO

ELETRÔNICO E RESÍDUOS

No Brasil em 1991 entrou em trâmite na Câmara dos Deputados o

projeto de lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) que

deveria também regulamentar a reciclagem e a logística reversa dos

resíduos eletro eletrônicos. No final do primeiro semestre de 2009,porém, o

grupo de trabalho responsável excluir os resíduos eletrônicos do projeto de

lei.

Para exigir que os resíduos tecnológicos voltassem a PNRS, o coletivo

lixo eletrônico lançou um manifesto e um abaixo- assinado pedindo a

reinserção do lixo eletrônico no projeto, tornando a logística reversa

obrigatória, ou seja responsabilizando a indústria de eletrônicos pela coleta

e destinação adequada dos resíduos de seus produtos. Só então

Sancionada no final do governo Lula, a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS), que levou 19 anos para sair do papel, já passou pela

primeira regulamentação no ano de 2010. Entre as diretrizes no que diz

respeito ao lixo eletrônico, especialistas consideram que houve avanços,

apesar da forte resistência da indústria ao estabelecimento de metas para

coleta e reciclagem de materiais.

Do livro Gestão da Logística, que apresenta o Comparativo da

Legislação Brasileira o quadro abaixo apresenta as principais leis e normas

que regulamentam resíduos sólidos e lixo eletrônico no Brasil. Algumas

são importantes marcos na história do nosso país, outras ainda estão em

projeto.

21

Figura 3- Comparativo Legislação Brasileira (extraída de VALLE, 2009,

p.103).

Problema longe de ser resolvido, pois a aprovação da Lei é um

primeiro passo para solucionar o problema de eletrônicos, porém a PNRS

segue sem regulamentação ,o passo seguinte para garantir sua

aplicação(eficiência). É por essa regulamentação que são definidas as

sanções para quem não cumprir as normas e como se dará a

implementação das exigências da lei.

A lei nº 12.305/10, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos

de 2 de agosto de 2010, veio formalizar a responsabilidade dividida entre o

poder público e o setor privado quanto ao destino do lixo eletrônico. A lei

aponta a responsabilidade a seguir:

Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística

reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor de

forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos

resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores

de:

I - agrotóxicos , seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos

cuja embalagem , após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as

22

regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou

regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS

e do Suasa, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e de mercúrio e de luz mista;

VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

O fato de não haver uma lei para regulamentar como seria o descarte

adequado do lixo, inclusivo o tecnológico, fez com que grande parte de

materiais fosse dispensadas em lixões ou aterros destinados aos rejeitos

impróprios para reciclagem ou reutilização. Somadas a falta de informação

da sociedade referente aos efeitos nocivos de um eletroeletrônico

descartado inadequadamente está a obsolencência dos produtos, que se

modernizam cada vez mais rápido. Juntamente com o desejo desenfreado

de adquirir, com a necessidade real, ambos os casos se confundem, e não

há mais como separar esses dois termos. Mergulhada no consumismo a

sociedade compra nem sempre por precisar de determinado produto, mais

sim para acompanhar as novas tendências.

É importante chamar atenção para o momento favorável, e de grande

interesse pelo tema, analisar os desafios ainda postos para que a

sociedade civil, empresas e poder público cheguem a um consenso que

viabilize a implantação progressiva e sustentável de medidas para redução

de consumo, reutilização e reciclagem de resíduos.

Vale ressaltar que o Estado de São Paulo possui 6(seis) projetos de lei

sobre lixo eletrônico em trâmite na câmara dos vereadores. Apesar de

outras cidades e municípios terem também seus projetos de lei de

eletrônicos, a quantidade de propostas e a qualidade técnica dos descritos,

coloca São Paulo na vanguarda da gestão de lixo eletrônico no país.

23

LEGISLAÇÃO EUROPÉIA E BRASILEIRA : UM

COMPARATIVO

A Política de Resíduos Sólidos brasileira, a Lei nº 12.305/10, que trata da

logística reversa, bem como da gestão do lixo, foi sancionada pelo então

Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, em 02 de agosto de 2010.

Tal lei tramitou no Congresso Nacional por quase duas décadas até ser

aprovada, e antes da existência desta, o Brasil sofria com a falta de uma

legislação para reger o tratamento dos resíduos sólidos, sobretudo o lixo

tecnológico.

Com os novos avanços tecnológicos, a indústria gera um faturamento

muito expressivo, fator positivo do ponto de vista financeiro. Dados confirmam

que entre os países emergentes o Brasil é o que mais produz lixo eletrônico. E

isto só reforça o quanto nosso país tem consumido. Porém, não houve por

parte da indústria esforços para criar meios de administrar o fluxo reverso

desses equipamentos após o fim de sua vida útil.

A destinação correta do lixo eletrônico é um problema que afeta não só o

Brasil, como o mundo todo.

UNIÃO EUROPÉIA

Preocupada com o futuro do meio ambiente, a Europa deu um passo a

frente no ano de 2003, criando uma lei específica para regulamentar o

tratamento dos resíduos eletroeletrônicos - a diretiva 2002/96/CE - WEEE

(Waste from Electrical and Electronic Equipment). Esta lei tem como objetivo

24

primordial prevenir os resíduos eletroeletrônicos, assim como motivar a

reutilização e reciclagem,

incentivando o envolvimento dos produtores, fabricantes, distribuidores e

consumidores no processo ambientalmente correto da reciclagem,reutilização

ou valorização dos resíduos sólidos.

Dentre os produtos que a WEEE abrange, estão:

1. Grandes eletrodomésticos;

2. Pequenos eletrodomésticos;

3. TI e Telecoms;

4. Equipamentos de consumo;

5. Equipamentos que utilizem lâmpadas;

6. Ferramentas elétricas e eletrônicas;

7. Brinquedos, lazer e esportes;

8. Equipamentos médicos;

9. Equipamentos de monitoramento;

10. Equipamentos de autodistribuição.

A diretiva européia define que o fabricante é responsável pela organização

e financiamento da coleta, tendo a obrigação de criar condições de o

resíduo eletrônico realizar o fluxo reverso até ele. Também o revendedor

varejista é apontado como parte responsável no processo, assegurando ao

consumidor garantia do retorno do produto de forma gratuita após este ter se

tornado inutilizado ou obsoleto.

Juntamente com a diretiva WEEE e pensando na saúde humana e nas

boas condições ambientais, a Europa criou também em 2003 a diretiva

2002/95/CE -RoHS (Restriction Hazardus Substances), buscando restringir o

uso de determinadas substâncias perigosas, tais como o chumbo, mercúrio,

cádmio, dentre outros.

25

BRASIL

A Lei n° 12.305/10 que tramitou por cerca de vinte anos antes de

ser sancionada, foi um divisor de águas no país, e sem dúvida um grande

avanço no processo de tratamento dos resíduos sólidos, tendo em vista que

anteriormente a tal Política, não havia uma regulamentação das

responsabilidades da indústria ou do fabricante.

Um tema importante muito citado na Política Nacional de Resíduos Sólidos

é a Logística Reversa, que é tratada como as ações e meios criados para

tornar possível a coleta e retorno dos resíduos ao setor empresarial, visando a

reciclagem ou reaproveitamento.

Muito embora a Legislação Brasileira tenha sido sancionada, o que a

difere das diretivas européias, é o fato de que a Lei brasileira não trata

especificamente do lixo eletrônico, mas aborda a gestão e tratamento dos

resíduos sólidos de um modo geral, englobando tudo o que diz respeito ao

descarte de lixo. Verifica-se menção sobre o lixo eletrônico apenas em seu

artigo 33, onde é determinado que os fabricantes, importadores, distribuidores

e comerciantes de pilhas e baterias,25lâmpadas fluorescentes e produtos

eletroeletrônicos, dentre outros, são responsáveis pela implementação de um

sistema reverso para que o produto retorne após o uso, independentemente

dos serviços de limpeza pública prestados no município.

Importante ressaltar ainda que, na Europa, tanto a diretiva WEEE quanto a

RoHS foram sancionadas no ano de 2003, sete anos antes da Lei de Resíduos

Sólidos brasileira.

Assim como na União Européia, a legislação brasileira trata da

responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores

e comerciantes, além de regulamentar as ações governamentais que darão

condições de praticar uma logística reversa eficiente e eficaz.

26

A Lei aponta o consumidor como sendo um gerador de resíduos sólidos,

incumbindo-o de realizar o descarte correto do lixo.

Um diferencial da legislação brasileira em relação às diretivas européias

encontra-se no incentivo às associações de catadores de materiais recicláveis.

É sabido que o Brasil possui diversas cooperativas e associações de

catadores, e que estas cumprem um importante papel na sociedade.

E aproveitando esse grupo, a Política de Resíduos Sólidos brasileira

determina que os serviços de limpeza pública deverão dar apoio ao

funcionamento das cooperativas e associações de reciclagem. Esta ação, além

de contribuir significativamente com o trabalho dos canais reversos de

distribuição, beneficiará os moradores de baixa renda, pelos quais as

cooperativas são formadas.

No que concerne às substâncias perigosas existentes nos equipamentos

eletrônicos, ao passo que a Europa criou uma diretiva – também datada de

2003 –para proibir o uso de produtos como chumbo, cádmio, mercúrio, dentre

outros, não houve até o momento no Brasil uma regulamentação para restringir

tais substâncias, que são extremamente nocivas à saúde humana.

Os caminhos percorridos pelo lixo eletrônico e suas leis são muito pouco

conhecidos, pois o Brasil tem problema de estrutura e legislação para enfrentar

o lixo eletrônico.

Infelizmente no Brasil ações de prevenção ainda são de responsabilidade

estadual e municipal, sem muitas leis a nível nacional de impacto que

regulamente esse tipo de lixo que vem aumentando ao longo das duas

décadas. A regulamentação do lixo eletrônico no Brasil são incipientes e a

gerencia do ciclo de vida dos produtos e destinação de seus produtos tóxicos

permanece como questão de consciência de seus fabricantes e usuários.

27

CAPÍTULO IV

LIXO ELETRÔNICO

Os brasileiros entraram com grande entusiasmo na era eletrônica, mas

com pouquíssima disposição de reciclar o lixo eletrônico. Segundo o

Ministério do Meio Ambiente, guardamos no Brasil 500 milhões de

aparelhos sem uso em nossas casas. Quando se pensa em mundo o

número é ainda mais impressionante.

Lixo eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de

equipamentos eletrônicos. Com e elevado uso de equipamentos eletrônicos

no mundo moderno, esse tipo de lixo tem se tornado um grande problema

ambiental quando não descartado em locais adequados.

O que se produz de lixo eletrônico por ano encheria tantos vagões de

trem que daria a volta no planeta. A situação se agrava na proporção em

que a vida útil dos aparelhos diminui. Um computador é trocado ,em média

a cada dois anos. O celular , menos que isso 22 meses, a TV dura 10 anos

e um DVD entre quatro e cinco anos.

Os tipos de lixo eletrônicos são: monitores de computadores, telefones

celulares, computadores, televisores, câmaras fotográficas, impressoras

são considerados lixo eletrônico também artigos elétricos de casa, como

geladeiras, micro-ondas e o mais se pode utilizar em casa, que descartados

polui o planeta.

A figura ilustrativa , cuja reportagem intitulada: Para Onde vai o lixo

eletrônico?. Demonstra em muitos casos que queimadas são muitas vezes

realizadas para exterminar os lixos eletrônicos.

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Figura 4- Para onde vai o lixo eletrônico? (extraída de CIVITA, 2013, p.38).

As lâmpadas fluorescentes ou frias raramente são lembradas quando se

fala de lixo eletrônico, mas representam um impacto ambiental grande e

preocupante devido à elevada quantidade de mercúrio em sua composição.

O quadro é agravado ainda pela fragilidade do produto, que se rompe

facilmente, aumentando o risco de contaminação direta de seres humanos

e do meio ambiente.

O problema é quando esses materiais são descartados e passam por

deformações na cápsula que as envolvem. Um exemplo disso são as pilhas

e baterias: amassam, estouram, e deixam vazar líquido tóxico de seus

interiores. Esse líquido se acumula na natureza, ele representa o lixo não

biodegradável, ou seja, não é consumido com o passar dos anos.

O lixo eletrônico deriva de ingredientes como chumbo, mercúrio,

arsênio,Cadmo, cobre, berilo, bário, cromo, zíquel, zinco, prata e outro.

Muitos desses elementos são usados em placas de circuito e fazem parte

de componentes elétricos como chips de computadores, monitores e fiação.

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Além disso muitos produtos elétricos incluem produtos químicos para

retardar chamas e que podem representar perigo à saúde.

O descarte é feito quando o equipamento apresenta defeito ou se torna

absoleto. O problema ocorre quando esse material é descartado no meio

ambiente. Como esses equipamentos possuem substâncias químicas em

suas composições, podem provocar contaminação no solo e na água.

Os resíduos eletrônicos também denominados de e-lixo (e-waste em

inglês) são os vilões do momento. Eles nada são mais do que artigos

eletrônicos , que não podem mais ser reaproveitados.

Os resíduos eletrônicos representam 5% de todo lixo produzido pela

humanidade. Isso representa 50 milhões de toneladas são jogadas fora

todos os anos pela população do mundo. O Brasil produz 2,6 kg de lixo

eletrônico por habitante, desde total 40% se encontram em forma de

eletrodomésticos. Porém segundos dados de 2010 levantados pelo PNUMA

( Programa da ONU para o Meio Ambiente ) que mais descarte geladeira

por pessoa ao ano e está nas primeiras colocações no descarte de

aparelhos celulares, TV’s e impressoras. O estudo também detectou que a

recente de economias emergentes ampliou o consumo doméstico e de

equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos . No Brasil são fabricados

por ano 10 milhões de computadores e quase nada está sendo reciclado.

Apenas de celulares e as baterias que são fabricadas através de

componentes tóxicos, são 150 milhões.

Atualmente o Brasil não está devidamente preparado para a demanda

do lixo eletrônico, todavia dependerá de como toda essa questão será

facilidade na obtenção de crédito. Esse quadro propiciou a geração

crescente do lixo. A ONU estima que em todo planeta 40 milhões de

toneladas de lixo eletrônico são geradas ao ano. Grande parte desse

número é gerado por países ricos. A grande preocupação da ONU é como

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os países emergentes conseguirão lidar com esse crescente material

descartado. E para piorar o tema aqui no Brasil não é prioritário.

A Política Nacional de Resíduos tornou a logística reversa uma

obrigação para todas as empresas do Brasil. Deu prazo para que funcione

e as empresas estão tratando de se adequar.

COLETA SELETIVA

É o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que são possíveis

de serem reciclados previamente separados na fonte geradora. Para iniciar

um processo de coleta seletiva é preciso avaliar quantitativamente e

qualitativamente o perfil dos resíduos gerados em determinado local, a fim

de estruturar melhor o processo da coleta. É separar o lixo para que seja

enviado para reciclagem. Significa não misturar materiais recicláveis com o

restante do lixo. Ela pode ser feita por um cidadão sozinho, ou organizadas

em comunidades: condomínios, empresas, escolas, clubes, cidades etc.

(....) a coleta seletiva prevê coletores para cada tipo de material,

normalmente associados a cores específicas. A resolução 275, do

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabelece um padrão

de cores de fácil visualização, com validade nacional, e conforme

codificação já adotada internacionalmente, para identificar os recipientes e

transportadores empregados em coleta seletiva (....) (ZANIN , 2004, p. 26).

A coleta seletiva e a reciclagem do lixo tem um papel muito importante

para o meio-ambiente. Ela funciona também como um processo de

educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os

problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo

lixo.

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Com as tecnologias atuais apenas uma ínfima parte dos resíduos não

são passíveis de reaproveitamento, sendo direcionados para unidades de

eliminação dos mesmos. A destinação do lixo eletrônico se tornou uma das

questões mais importantes de resíduos urbanos.

Muitos de nós, não sabemos onde direcionar nossos lixos eletrônicos,

como pilhas, baterias, celulares, sabe-se que esse “e-lixo” não deve ser

jogado no lixo comum. A Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo criou

um projeto chamado “e-lixo maps”, entrando no site WWW.e-lixo.org,

inserindo o CEP e o tipo de “lixo” que precisa descartar, é possível

encontrar todos os lugares mais próximos de sua residência que recebem

esse tipo de resíduo. O projeto associa a plataforma do Google Maps com

um banco de dados dos postos de coleta de lixo em São Paulo. Dessa

forma, a informação fica disponível e pode ser visualizada de forma mais

funcional e lúcida .

Embora vários empreendimentos estejam acontecendo por parte de

empresas, instituições, órgãos públicos e novas leis tenham sido

sancionadas, as realidades apontadas pelas pesquisas mostram que os

problemas ambientais ainda são enormes e estão longe de serem

solucionados a curto prazo.

Um dos grandes problemas que afetam diretamente ao meio ambiente, é

a produção do lixo, seja ele doméstico, industrial, hospitalar, os quais em

muitos casos são depositados em locais inadequados, propiciando

proliferação de insetos e animais noviços à saúde.

Se faz necessário lembrar que o meio ambiente não se refere apenas as

áreas de preservação e lugares paradisíacos, mas de tudo que está ao

nosso redor. Praticando a coleta seletiva no local de trabalho, estaremos

assim contribuindo para a melhoria do meio ambiente e contribuindo para a

melhoria de gerações futuras. O ideal é separar o lixo tóxico do restante,

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desta forma você facilita a coleta e posterior armazenagem em aterros

especiais. Mas se optar pelo envio ao fabricante, estará alertando-o de sua

preocupação e quem sabe dessa forma, ele tome consciência de sua

responsabilidade como produtor e dê destino correto ao seu produto após o

uso.

Se faz importante praticar e incentivar a Coleta de Lixo, a natureza

degradada se vinga, em especial nas épocas de enchentes, quando todo o

entulho e lixo são jogados de forma inadequada causam inundações e é

vetor de doenças contagiosas.

Segue alguns exemplos de produtos recicláveis:

- Vidro: potes de alimentos, garrafas, frascos de medicamentos;

- Papel: jornais, revistas, panfletos, caixa de papelão, embalagem de papel;

- Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pastas,

cobre, alumínio;

- Plástico: potes de plásticos, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e

sacolas de supermercado;

A POLÍTICA DOS 3 R’S

Para atingir o objetivo, é em geral adotada a filosofia comumente

condensada sob a denominação dos três R’s , que significa: Reduzir,

Reutilizar e Reciclar.

A corrida desenfreada na produção de bens e consumo pelo ser humano

associado à escassez de recursos não renováveis e contaminação do meio

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ambiente, leva-o a ser o maior predador do universo. Esse problema tem

despertado no ser humano o pensar mais profundamente sobre reciclagem

e reutilização de produtos que simplesmente seriam considerados

inservíveis.

Somente a reciclagem possui pouco impacto ao ambiente. Um sistema

realmente que valorizasse os 3 R’s sem se preocupar com as empresas,

mas sim com o bem estar do meio-ambiente teria resultados muito mais

significativos no nosso planeta.

Para BONELLI, 3 R’s para controle do lixo são Reduzir,Reutizar e

Reciclar. Reduzindo e reutilizando se evitará que maiores quantidades de

produtos se transformem lixo. Reciclando se prolonga a utilidade de

recursos naturais, além de reduzir, o volume de lixo. ( BONELLI, 2005

p.89).

O autor expõe o conteúdo de reduzir, reutilizar e reciclar, a saber:

REDUZIR: consiste em tentarmos reduzir a quantidade que produzimos de

lixo, como por exemplo , comprar produtos mais duráveis e evitar trocá-los

por qualquer novidade no mercado.

REUTILIZAR: procurar embalagens que possam ser usadas mais de uma

vez, como garrafas retornáveis , reutilizar envelopes.

RECICLAR: é o mais conhecido dos 3 R’s, consiste em transformar um

produto-resíduo em outro, visando diminuir o consumo de matéria-prima

extraída da natureza.

Vale lembrar que para obtermos um bom resultado na melhoria do meio-

ambiente, os 3R’s devem ser trabalhados igualmente.

34

CAPÍTULO V

ESTUDO DE CASO

A presente pesquisa foi elaborada com o objetivo de descrever o

conceito de logística reversa voltada ao lixo eletrônico, dando enfoque à

gestão de lixo eletrônico que ocorre no município de Jundiaí, apontando as

dificuldades e perspectivas que existem para ampliar e otimizar os serviços

prestados nessa área, relacionado a empresa Itaú Tec.

Constatou-se que no município de Jundiaí, a empresa citada realiza a

gestão do lixo eletrônico mesmo antes da aprovação da Política de

Resíduos .Podemos dizer que a cidade é avançada na gestão de resíduos

eletrônicos. Possui recursos para absorver a demanda do município, porém

carece de conhecimento e conscientização da população quanto a sua

responsabilidade no processo.

As operações do Itaú de São Paulo, município de Jundiaí causam direta

ou indiretamente, impactos ao meio ambiente. Por isso, uma das

preocupações estratégicas para a gestão do banco foram encontrar

ferramentas que permitissem a utilização racional e adequada dos

recursos. Ações para aperfeiçoar a eficiência energética de centros de

processamento e computadores, reciclar lixo e descartá-lo adequadamente,

reutilizar água e reduzir o consumo de papel e outros insumos, também

fazem parte das preocupações de todas as áreas, e na prática podem

proporcionar ganhos operacionais efetivos . A empresa tem consciência de

que , por possuírem uma grande base de clientes e colaboradores,

inovações e melhorias tem vastos reflexos positivos importantes.

O Itaú a mais de 10 anos implementou um processo logístico de lixo

eletrônico e no ano de 2010 esse processo foi reformulado para integração

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das agências . Isso representou um desafio para a gestão ambiental.

Somado às reformas de datas centers, estações de trabalho e estoques,

esse processo gerou aproximadamente 3.800 toneladas de lixo eletrônico,

que foram coletadas e descartadas corretamente, com o apoio de

empresas especializadas contratadas pelo banco para evitar danos as meio

ambiente. Esse tipo de resíduo tem grande potencial de contaminação do

solo e dos lençóis freáticos devido aos metais pesados utilizados em sua

fabricação.

Mantendo o foco na geração de resíduos eletrônicos, o programa

Garantia Sustentável, lançado em dezembro de 2002 promoveu o

recolhimento e descarte de lixo eletrônico- e contabilizou aproximadamente

2,2 toneladas de material recolhido no ano de 2010. Pontos de coletas

foram colocados em assistências técnicas credenciadas da Grande São

Paulo, do interior e litoral paulista. Além do descarte de pilhas, baterias e

equipamentos elétricos sem usos ou obsoletos, a empresa também

estimulou as assistências técnicas a enviar os equipamentos, os

componentes trocados após consertos , como tubos TV, monitores , fios

metálicos , peças plásticas, placas eletrônicas e cabos e motores elétricos .

Todo lixo foi enviado as empresas especializadas, parceiras do projeto,

para tratamento e reciclagem de matérias. Atualmente , o programa está

presente em 18 cidades do Estado de São Paulo , e o plano é estender a

iniciativa a outras regiões do país 2013, considerando a consciência do

público com a necessidade de minimizar os impactos ambientais causados

por resíduos de equipamentos eletrônicos .

Paralelamente a esses processos, o Itaú realizou várias campanhas de

conscientização com seus colaboradores para promover o descarte

sustentável de aparelhos eletrônicos. Os resultados alcançados foram

bastante satisfatórios com mais de 3.200 itens coletados, entre celulares,

carregadores , videogames, computadores, impressoras, teclados , mouses

e outros componentes totalizando cerca de 3 toneladas. Após o

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reprocessamento desses resíduos tecnológicos, são obtidos sais e óxidos

metálicos que serão utilizados em indústrias químicas de tintas, de

colorifício cerâmico, e refratárias entre outras.

Dessa forma em 2010 o Itaú gerou 10.492,77 toneladas de resíduos em

suas operações dos quais 239,57 toneladas constituíam resíduos perigosos

somadas a 15 unidades de tubos de TV. O peso dos resíduos perigosos

transportados para fornecedores, fora do banco alcançou 236,81 toneladas.

O Itaú adotou uma série de iniciativas para mitigar os impactos

ambientais de seus produtos conforme apresentado.

Ao término desse estudo de caso podemos concluir que o banco Itaú

localizado no município de Jundiaí, é um banco avançado na gestão de

resíduos eletrônicos e que possui recursos para absorver a demanda.

Dessa forma, sugere-se que se amplie a divulgação dos serviços

prestados na gestão dos resíduos eletrônicos, com formação de

multiplicadores para atuarem nas escolas, nas sociedades, e outros grupos

locais, além da direção dos esforços na expansão dos postos de coleta em

locais públicos de grande circulação, como shoppings, lojas, realização de

parcerias com empresas também visando implantação de postos que

possibilitem o descarte, além de pilhas e baterias de produtos eletrônicos.

Com essas ações, espera-se chegar à plenitude da destinação

ambientalmente adequada de matérias eletrônicos inutilizados ou

inservíveis.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de descrever o

conceito de logística reversa voltada ao lixo eletrônico, dando enfoque à

gestão do lixo eletrônico que ocorre no município de Jundiaí, banco Itaú,

apontando as dificuldades e perspectivas que existem para ampliar e

otimizar os serviços prestados nessa área.

Buscou-se resumir os pontos principais da Lei que institui a Política

Nacional dos Resíduos, lei essa aprovada no ano de 2010. Verificou-se que

tal legislação não dá ênfase especificamente ao lixo tecnológico, mas

abrange os resíduos de um modo em geral. Porém detectou-se a menção

do lixo eletrônico no artigo 33, e que fala sobre a responsabilidade da

indústria quanto ao fluxo reverso dos materiais. Conforme consta nesta

pesquisa, o Brasil é o país em desenvolvimento, e esse atraso na criação

da Política de Resíduos Sólidos pode ser até compreensível, porém por

outro lado, conforme consta desta pesquisa , o Brasil é o pais em

desenvolvimento que mais produz lixo eletrônico, fator alarmante e que

deve ser considerado para a gestão púbica busque agilidade na

implementação da Lei para toda a cadeia produtiva no Brasil.

Com a Lei 12.305 -10, não apenas produtores, fabricantes, revendedores

se tornam os responsáveis pela logística reversa do produto, mas o

próprio consumidor passa a faze r parte da responsabilidade

compartilhada a que se refere a Lei, tendo como função realizar de forma

adequada o descarte de produtos eletrônicos inutilizados ou que não lhes

serve mais em determinado momento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de

materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2008.

------

BONELLI, Gustavo. Logística. Marketing e Vendas. São Paulo. Atlas, 2010.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa – Meio Ambiente e competitividade.

São Paulo: Pearson, 2006.

MAX, Fercondin, Lixo Tecnológico, Globo Ecologia. Rio de Janeiro, 03 de

fevereiro 2013.

MIGUEZ, Eduardo Correia. Logística Reversa como solução para o

problema do lixo eletrônico: benefícios ambientais e financeiros. Rio de

Janeiro : Qualitymark, 2010.

NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de

Distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

RESENDE, Julio. Metais Perigosos, Jornal O Globo. Rio de Janeiro, 26 de

março de 2012, seção direito de resposta n. 46.

39

ZANIN, Maria Mancini. Resíduos Plásticos e Reciclagem. São Paulo:

Edufscar, 2012.

ARTIGO DE PERIÓDICO DA INTERNET

FERREIRA, D. A. Ministério da Fazenda. Política Nacional de Resíduos

Sólidos. Disponível em http//www.mma.gov.br/Conama/legiabre.cfm=636.

Acesso em 16 de janeiro 2013.

PAVINATO, P. S.; MERLIN, A. Lixo Eletrônico. Disponível em http//www.e-

lixo.org/. Acesso em 25 de janeiro de 2013.

RELATÓRIO Brudtland, (Our Comon Future), 1987.

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ANEXOS

ANEXO A: ELEMENTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICA

Figura 1 – Elementos básicos da logística

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ANEXO B: CANAIS REVERSOS DE REVALORIZAÇÃO

Figura 2 – Canais Reversos de Revalorização

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ANEXO C: QUADRO COMPARATIVO LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Figura 3 – Quadro Comparativo Legislação Brasileira

ANEXO D:

Figura 4- Para onde vai o lixo eletrônico?

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