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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO
LIXO ELETRÔNICO
Elisabeth de Oliveira Bernardo Silva
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LOGÍSTICA REVERSA: MECANISMO PARA DESCARTE DO
LIXO ELETRÔNICO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em logística.
Por: . Jorge Tadeu Vieira Lourenço.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida, fé e perseverança
que me sustenta em todas às ocasiões
e à minha família sempre presente na
minha vida.
4
DEDICATÓRIA
Aos professores que contribuíram para
essa jornada, aos familiares e amigos que
compreenderam minha ausência.
5
RESUMO
O advento do avanço tecnológico trouxe consigo o acesso cada vez mais
facilitado a recursos eletrônicos neste contexto, o presente trabalho discute a
questão da logística reversa dos resíduos eletrônicos com base no que rege a
Política Nacional de Resíduos Brasileiros sobre o assunto. Assim como
também busca mostrar as consequências do descarte inadequado do lixo
eletrônico e como a logística reversa vem buscando recuperar o valor dos
produtos após o término de sua vida útil através dos canais reversos de
distribuição, reinserindo-os ao ciclo produtivo com uma visão ambientalmente
correta.
6
METODOLOGIA
A pesquisa apresentada é um estudo de caso referente ao tratamento
do lixo eletrônico da empresa Banco Itaú localizado no interior de São Paulo,
cidade de São José dos Campos. De uma forma abrangente o conjunto de
fontes que o trabalho se submete no que se concerne ao lixo eletrônico foco
principal dessa pesquisa. Evidente que existe uma extensa pesquisa
bibliográfica para embasar o problema aqui exposto, contendo os elementos
teóricos para a aprimoramento de uma pesquisa acadêmica a cerca do
tratamento do lixo eletrônico. No decorrer do desenvolvimento do presente
trabalho foi realizado pesquisas bibliográficas em livros bibliográficos e em
sites de notícias nos termos “descarte do lixo eletrônico”. Na fundamentação
teórica, foi descrito o conceito de logística reversa com o apoio de diversas
fontes bibliográficas. Na conclusão elaborada uma síntese do trabalho como
um todo, apresentou os pontos positivos que a empresa obteve.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................8
2 CAPÍTULO I LOGÍSTICA...................................................................10
3 CAPÍTULO II DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.......................18
4 CAPÍTULO III LEGISLAÇÃO BRAS COMP AO LIXO ELETR............20
5 CAPÍTULO IV LIXO ELETRÔNICO.....................................................27
6 CAPÍTULO V ESTUDO DE CASO......................................................34
7 CONCLUSÃO......................................................................................37
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................38
8
INTRODUÇÃO
Tema essencialmente atual, a gestão de lixo eletrônico tem se tornado
um problema grave não somente no Brasil como em todo planeta.Com o
avanço contínuo da tecnologia somos forçados a trocar nossos computadores
e outros equipamentos em ritmo alucinante.
Diante disso, a presente pesquisa traz o título de pesquisa Logística
Reversa – Descarte do Lixo Eletrônico. A escolha de tal título justifica-se pelo
grande avanço da indústria de eletrônicos, que possibilitou o acesso cada vez
mais rápido as novas tecnologias, somado ao consumo exagerado e não
consciente da população.
A pesquisa tem como objetivo geral despertar essa realidade a
sensibilidade ecológica da sociedade, bem como novos comportamentos de
compra.
Quanto a sua metodologia a pesquisa foi da empresa Banco Itaú, no
município de Jundiaí ,São Paulo. Foram realizadas pesquisas bibliográficas em
livros especializados e em sites de notícias.
Na fundamentação teórica foi descrito o conceito de logística e de
logística reversa, com o apoio de diversas fontes. Neste mesmo capítulo, nas
seções secundárias e terciárias foi traçado os canais de distribuição reversos.
No capítulo seguinte foi realizado um comparativo entre a Legislação
Brasileira ao lixo eletrônico e resíduos e a Legislação Européia e Brasileira. No
capítulo seguinte será abordado o tema lixo eletrônico, conceito, tipos, seus
derivados, como é realizada as coletas seletivas desses resíduos, e claro qual
9
a maneira propícia de descarta-lo, de modo que não se misture a matérias
recicláveis com o restante do lixo.
Abordado também o problema que afeta diretamente ao meio
ambiente . A produção do lixo, utilizando-se de uma alternativa viável para
amenizar o problema do descarte do lixo eletrônico, como por exemplo
combatendo o desperdício, preservando o meio ambiente e tendo com o
objetivo de formar multiplicadores capazes de desenvolver e aplicar as
técnicas da política dos 3 R’s.
Com a votação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o aumento
da importância da logística reversa no contexto empresarial e da sociedade, o
lixo gerado pelos equipamentos eletrônicos terá que possuir uma destinação
responsável e correta.
Por último, no capítulo V, apresenta a pesquisa com o objetivo de
descrever o conceito de logística reversa com enfoque no descarte do lixo
eletrônico no Banco Itaú do município de Jundiaí, no estudo de caso, visando
as dificuldades e pespectivas que existem para ampliar e otimizar os serviços.
10
CAPÍTULO I
LOGÍSTICA
DEFINIÇÃO
Entende-se como Logística o gerenciamento da cadeia de suprimentos
integrando todos os envolvidos, desde a aquisição da matéria-prima a
distribuição incluindo o fluxo reverso de produtos e serviços como função.
Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e
distribuição de produtos de forma racionalizada, o que significa planejar,
coordenar e executar todo o processo visando à redução de custos e ao
aumento da competitividade da empresa. (VIANNA, 2002, p.45)
Atualmente as organizações concorrem com um ambiente
globalizado, a logística eficiente tem sido um grande diferencial e trazendo
êxito nos negócios e garantindo menores custos de movimentação,
armazenagem,transporte e estoque.
A Logística trata de todas as atividades de
movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de
produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima
até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de
informação que colocam os produtos em movimento, com
o propósito de providenciar níveis de serviços adequados
a clientes com um custo razoável. (BALLOU,1993, p.24).
11
A palavra logística descende do grego logos (discurso, razão,
linguagem, frase) da palavra grega logistiki (contabilidade e organização
financeira), e ainda do verbo francês loger – alojar ou acolher. Novaes (2007,
p.31-32) destaca que os primeiros sinais de aplicação de logística foram
verificados nas operações militares, onde os generais precisavam ter a
disposição na hora certa suprimentos necessários para o combate. Percebe-
se porém que desde os primórdios até os dias de hoje o conceito de logística
sofreu uma evolução em grande escala bastante positiva. A logística agrega
valor de lugar, tempo, qualidade e de informação a cadeia produtiva. Além de
agregar os quatro tipos de valores positivos para o consumidor final , a
logística procura também eliminar do processo tudo o que não tenha valor para
o cliente, ou seja tudo que acarreta somente custos e perda de tempo.
(NOVAES, 2007, p.35).
O fluxograma abaixo demonstra os elementos básicos da logística.
Figura 1 - Elementos Básicos da Logística. ( extraída de NOVAES,
2007, p. 36)
12
A figura 1 descreve os elementos, pontuando o processo desde o
ponto de origem até o destino final do produto, observando nessa análise que
o que diz respeito ao fluxo de armazenagem deve ocorrer de forma econômica,
não deixando de lado a eficiência, priorizando a satisfação do cliente busca
eliminar do processo.Assunto atual e relativamente novo ao menos no Brasil
de acordo com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da motivação
humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o homem não
ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a razão dos
conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o ambiente de
trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no aumento da
motivação.
LOGÍSTICA REVERSA
Ao passo que a logística direta trata do produto do ponto de origem até
o ponto de destino, a logística reversa descreve justamente o inverso, ou seja
o retorno do produto adquirido ao seu ponto de origem, do consumidor para o
produtor, de forma que esse dê a destinação ambiental corretamente ao
material.
O processo reverso, envolve uma série de atividades que a empresa
realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou
obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda
ou descarte.
Entende-se por logística reversa o gerenciamento da cadeia de
suprimentos em seu fluxo reverso, sendo composto entre outras atividades a
coleta, transporte, armazenagem, estoque e desmontagem.
A logística reversa cuida dos fluxos dos fluxos dos materiais que se
iniciam nos pontos de consumo e terminam nos pontos de origem, com o
13
objetivo de recapturar valor ou de disposição final. Esse processo reverso é
formado por etapas características, envolvendo intermediários, pontos de
armazenagem,transporte e esquemas financeiros. (NOVAES, 2007, p.53-54).
Abaixo segue o modelo dos Elementos Básicos da Logística, servindo
para melhor entendermos o processo logístico reverso.
Figura 2- Elementos Básicos da Logística (extraída de NOVAES, 2007, p.
74).
Falar em logística reversa, vem sempre a menção de produtos
eletrônicos. O avanço das tecnologias que acontecem cada vez mais rápido e
de forma constante no Brasil e no mundo, juntamente com o poder aquisitivo
da população, desencadeou um aumento considerável no consumo de
materiais tecnológicos assim como computadores,
notebooks,celulares,brinquedos eletrônicos e etc. Dados do Programa
Ambiental das Nações Unidas informa que por ano são gerados de 20 a 50
14
milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico. A mais alarmante: o Brasil é o
país em desenvolvimento que mais produz lixo eletrônico ( 0,5 kg por habitante
por ano) , superando México, China que produzem por habitante 0,4 kg.
Ao passo que a indústria tem se empenhado ao máximo para criar novas
tecnologias em aparelhos eletrônicos e canais de distribuição cada vez mais
sofisticados, nota-se que não existe o mesmo esforço do mercado em criar
canais de distribuição reversos para destinação aos produtos descartados pelo
consumidor final.
Geralmente é mais barato usar matéria-prima virgem do que material
reciclado, em parte pelo pouco desenvolvimento de canais de retorno, que
ainda são menos eficientes do que os canais de distribuição de produtos. Isso
deve mudar pois o público em geral está ficando mais consciente do
desperdício, a quantidade de resíduo sólido tem aumentado e a matéria-prima
original está ficando mais cara e menos abundante. (BALLOU, 2008, p.384).
A falta de informação decorrente da maneira correta de desfazer-se de
um eletrônico usado ou inutilizado acarreta o descarte inadequado, que
geralmente ocorre no lixo orgânico ou mesmo no reciclável.
Aproximadamente 75% de equipamentos eletrônicos antigos estão
armazenados nas residências, pois os consumidores acreditam que estes
aparelhos ainda podem render algo e principalmente porque não sabem como
descartá-los . (MIGUEZ, 2010, p.24).
O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda
destinação adequada. Um risco para o meio-ambiente e à saúde . Os
principais metais pesados são chumbo e mercúrio. Esses metais geralmente
fazem mal para o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico.
(TEREZA CRISTINA CARVALHO, 2013).
Fonte: Jornal O Globo de 13 de janeiro de 2013, p.32
15
A logística reversa é tida como um novo desafio para as organizações da
atualidade. Podemos observar no nosso dia-a-dia as dificuldades que os
gestores possuem em administrar as etapas do gerenciamento do fluxo
reverso. No entanto percebemos também a necessidade que as organizações
possuem em se adequar a essa nova realidade, o que é vital para sua
sobrevivência no mercado.
O que se espera com essa nova forma de administrar o destino dos
produtos inseridos no mercado pelas organizações, é que elas atuem com
maior consciência ambiental, com maior otimização na redução de custos e
gerenciamento de processos, fortaleçam sua imagem e suas marcas e
contribuam significativamente para o bem comum da sociedade, atento ao
perfil do novo consumidor.
Fonte: Agência Brasil postado no blog http://logisticareversa.wordpress.com a.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS
Para que um produto esteja disponível no mercado e assim chegar ao
consumidor final ele passa por etapas de um processo denominada de
canal de distribuição . Nos canais de distribuição os suprimentos são
gerenciados muitas vezes desde sua manufatura até o produto final.
A importância econômica da distribuição, seja sob o aspecto conceitual
mercado ou sob aspecto concerto operacional da distribuição física, revela-
se cada vez mais determinante para as empresas, tendo em vista
crescente volumes transacionados decorrentes da globalização dos
produtos e das fusões de empresas atendendo a padrões de níveis de
serviço diferenciados ao cliente e garantindo seu posicionamento
competitivo no mercado. ( LEITE, 2003, p.3 )
16
Canal de distribuição reverso seria o processo cujo o retorno de algo
seja a finalidade principal, compondo assim dos canais de pós- consumo e
de pós-venda.
CANAIS DE PÓS-CONSUMO
A logística reversa do pós-consumo trata dos produtos após terem
chegado ao fim de sua vida útil, descartados pela sociedade, verificando-se
através do processo logístico reverso a possibilidade de reciclagem e/ou
retorno de sua matéria-prima para fabricação de novos produtos.
Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas
semanas ou muitos anos, após o que são descartados pela sociedade, de
diferentes maneiras, constituindo os produtos de pós-consumo e os
resíduos sólidos em geral. As diferentes formas de processamento e de
comercialização dos produtos de pós-consumo ou de seus materiais
constituintes,desde sua coleta até a sua reintegração ao ciclo produtivo
como matéria-prima secundária,são denominadas de canais de distribuição
reversos de pós-consumo.( LEITE, 199, p.6 )
Entende-se que atualmente o canal reverso de pós-consumo é muito
utilizado na revenda de produtos usados, fisicamente ou virtualmente com o
comércio eletrônico. O exemplo dessa atuação é um computador, que após
cinco anos de uso torna-se obsoleto devido às novas tecnologias que
surgem cada vez mais rápido. Essa situação detona que o material
tecnológico pertencente a esse consumidor, ou a essa empresa, chegou ao
término de sua vida útil e precisará ser trocado, o que acabou levando seu
computador a se tornar em lixo eletrônico.
17
O objetivo econômico da implementação da logística reversa de
pós-consumo pode ser entendido como a motivação para obtenção de
resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações
industriais, pelo aprimoramento de matérias-primas secundárias,
provenientes dos canais reversos de reciclagem ou de revalorizações
mercadológicas nos canais reversos de reuso e manufatura.(LEITE 2003,
p.107).
CANAIS DE PÓS-VENDA
Outra ramificação da logística reversa, atua principalmente no
controle do retorno dos produtos por possíveis defeitos de
fabricação,avarias,entregas realizadas por engano ou simplesmente porque
o cliente não ficou satisfeito. Acredita-se que a logística reversa é uma
importante ferramenta para reter clientes por efetivar relacionamentos entre
consumidores e empresas ou vice-versa.
Podemos definir como objetivo econômico da logística reversa, em
determinado canal reverso de pós-venda,a visão estratégica de recapturar
valor financeiro do bem de pós-venda de alguma maneira. Destacam-se
canais reversos de revalorização de realocação de estoques em excesso,
revalorização de ativos em fim de estação ou de promoção de vendas e
recaptura de valor de bens com problemas de qualidade em geral. ( LEITE,
2003, p.220). Na maioria das vezes, diferentemente dos bens de pós-
consumo a pós-venda acaba utilizando os próprios agentes da distribuição
direta para realizar o fluxo reverso. Como geralmente não há possibilidade
de retorno dos produtos ao fornecedor, os varejistas escoam o estoque no
mercado secundário de produtos dentro ou até fora do país. Existem
alguns destinos possíveis dados aos bens de pós-venda que se diferenciam
do fluxo reverso de pós-consumo, tais como reparações e consertos, venda
no mercado primário, realizando uma redistribuição nos mercados não
vendidos e realizando doações de produtos com determinados grau de
obsolescência que retornam ao fabricante.
18
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1983, por ocasião da
Comissão Mundial sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento criada pela
ONU, presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem
Brudtland, essa comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse
integrado a questão ambiental, estabelecendo-se assim o conceito de
“desenvolvimento sustentável”.
As utilizações dos recursos naturais de uma forma desordenada ao
longo dos tempos ocasionarão a escassez de alguns elementos,
desencadeando um desequilíbrio ambiental.
O que se verificou naquele momento, foi que o modelo sobre o qual as
sociedades se organizam, é inviável a longo prazo. O uso indiscriminado da
água, a poluição do ar, os danos ao meio ambiente causados por um
sistema de produção que não se preocupa com seus efeitos colaterais,
levariam o planeta ao colapso, segundo o documento.
A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:
O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazerem suas próprias necessidades, significa possibilitar que as
pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de
desenvolvimento social e econômico e de realização econômica e cultural,
fazendo ao mesmo tempo um uso razoável dos recursos da terra e
preservando as espécies e os habitats naturais. ( RELATORIO
BRUDTLAND, 1987).
19
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato qualidade em vez de
quantidade, e com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o
aumento da reutilização e da reciclagem. Implica em mudanças nos
padrões de consumo e do nível de conscientização.
Optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologias e materiais
menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de
consumo, evitando–se o desperdício e o excesso e ainda, cuidar para que
os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio-ambiente.
Sugestões para desenvolvimento sustentável:
- Reciclagem para diversos tipos de materiais, reciclagem de papel,
alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha;
- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos, em
locais especializados. Essas baterias nunca devem ser jogadas em lixo
comum;
- Incentivo ao transporte solidário( um veículo circulando com várias
pessoas);
- Uso racional(sem desperdício) de recursos da natureza, como por
exemplo a água;
- Manutenção e preservação dos ecossistemas;
- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos;
20
CAPÍTULO III
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA COMPARADA AO LIXO
ELETRÔNICO E RESÍDUOS
No Brasil em 1991 entrou em trâmite na Câmara dos Deputados o
projeto de lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) que
deveria também regulamentar a reciclagem e a logística reversa dos
resíduos eletro eletrônicos. No final do primeiro semestre de 2009,porém, o
grupo de trabalho responsável excluir os resíduos eletrônicos do projeto de
lei.
Para exigir que os resíduos tecnológicos voltassem a PNRS, o coletivo
lixo eletrônico lançou um manifesto e um abaixo- assinado pedindo a
reinserção do lixo eletrônico no projeto, tornando a logística reversa
obrigatória, ou seja responsabilizando a indústria de eletrônicos pela coleta
e destinação adequada dos resíduos de seus produtos. Só então
Sancionada no final do governo Lula, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), que levou 19 anos para sair do papel, já passou pela
primeira regulamentação no ano de 2010. Entre as diretrizes no que diz
respeito ao lixo eletrônico, especialistas consideram que houve avanços,
apesar da forte resistência da indústria ao estabelecimento de metas para
coleta e reciclagem de materiais.
Do livro Gestão da Logística, que apresenta o Comparativo da
Legislação Brasileira o quadro abaixo apresenta as principais leis e normas
que regulamentam resíduos sólidos e lixo eletrônico no Brasil. Algumas
são importantes marcos na história do nosso país, outras ainda estão em
projeto.
21
Figura 3- Comparativo Legislação Brasileira (extraída de VALLE, 2009,
p.103).
Problema longe de ser resolvido, pois a aprovação da Lei é um
primeiro passo para solucionar o problema de eletrônicos, porém a PNRS
segue sem regulamentação ,o passo seguinte para garantir sua
aplicação(eficiência). É por essa regulamentação que são definidas as
sanções para quem não cumprir as normas e como se dará a
implementação das exigências da lei.
A lei nº 12.305/10, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos
de 2 de agosto de 2010, veio formalizar a responsabilidade dividida entre o
poder público e o setor privado quanto ao destino do lixo eletrônico. A lei
aponta a responsabilidade a seguir:
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística
reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor de
forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores
de:
I - agrotóxicos , seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos
cuja embalagem , após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as
22
regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou
regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS
e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e de mercúrio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
O fato de não haver uma lei para regulamentar como seria o descarte
adequado do lixo, inclusivo o tecnológico, fez com que grande parte de
materiais fosse dispensadas em lixões ou aterros destinados aos rejeitos
impróprios para reciclagem ou reutilização. Somadas a falta de informação
da sociedade referente aos efeitos nocivos de um eletroeletrônico
descartado inadequadamente está a obsolencência dos produtos, que se
modernizam cada vez mais rápido. Juntamente com o desejo desenfreado
de adquirir, com a necessidade real, ambos os casos se confundem, e não
há mais como separar esses dois termos. Mergulhada no consumismo a
sociedade compra nem sempre por precisar de determinado produto, mais
sim para acompanhar as novas tendências.
É importante chamar atenção para o momento favorável, e de grande
interesse pelo tema, analisar os desafios ainda postos para que a
sociedade civil, empresas e poder público cheguem a um consenso que
viabilize a implantação progressiva e sustentável de medidas para redução
de consumo, reutilização e reciclagem de resíduos.
Vale ressaltar que o Estado de São Paulo possui 6(seis) projetos de lei
sobre lixo eletrônico em trâmite na câmara dos vereadores. Apesar de
outras cidades e municípios terem também seus projetos de lei de
eletrônicos, a quantidade de propostas e a qualidade técnica dos descritos,
coloca São Paulo na vanguarda da gestão de lixo eletrônico no país.
23
LEGISLAÇÃO EUROPÉIA E BRASILEIRA : UM
COMPARATIVO
A Política de Resíduos Sólidos brasileira, a Lei nº 12.305/10, que trata da
logística reversa, bem como da gestão do lixo, foi sancionada pelo então
Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, em 02 de agosto de 2010.
Tal lei tramitou no Congresso Nacional por quase duas décadas até ser
aprovada, e antes da existência desta, o Brasil sofria com a falta de uma
legislação para reger o tratamento dos resíduos sólidos, sobretudo o lixo
tecnológico.
Com os novos avanços tecnológicos, a indústria gera um faturamento
muito expressivo, fator positivo do ponto de vista financeiro. Dados confirmam
que entre os países emergentes o Brasil é o que mais produz lixo eletrônico. E
isto só reforça o quanto nosso país tem consumido. Porém, não houve por
parte da indústria esforços para criar meios de administrar o fluxo reverso
desses equipamentos após o fim de sua vida útil.
A destinação correta do lixo eletrônico é um problema que afeta não só o
Brasil, como o mundo todo.
UNIÃO EUROPÉIA
Preocupada com o futuro do meio ambiente, a Europa deu um passo a
frente no ano de 2003, criando uma lei específica para regulamentar o
tratamento dos resíduos eletroeletrônicos - a diretiva 2002/96/CE - WEEE
(Waste from Electrical and Electronic Equipment). Esta lei tem como objetivo
24
primordial prevenir os resíduos eletroeletrônicos, assim como motivar a
reutilização e reciclagem,
incentivando o envolvimento dos produtores, fabricantes, distribuidores e
consumidores no processo ambientalmente correto da reciclagem,reutilização
ou valorização dos resíduos sólidos.
Dentre os produtos que a WEEE abrange, estão:
1. Grandes eletrodomésticos;
2. Pequenos eletrodomésticos;
3. TI e Telecoms;
4. Equipamentos de consumo;
5. Equipamentos que utilizem lâmpadas;
6. Ferramentas elétricas e eletrônicas;
7. Brinquedos, lazer e esportes;
8. Equipamentos médicos;
9. Equipamentos de monitoramento;
10. Equipamentos de autodistribuição.
A diretiva européia define que o fabricante é responsável pela organização
e financiamento da coleta, tendo a obrigação de criar condições de o
resíduo eletrônico realizar o fluxo reverso até ele. Também o revendedor
varejista é apontado como parte responsável no processo, assegurando ao
consumidor garantia do retorno do produto de forma gratuita após este ter se
tornado inutilizado ou obsoleto.
Juntamente com a diretiva WEEE e pensando na saúde humana e nas
boas condições ambientais, a Europa criou também em 2003 a diretiva
2002/95/CE -RoHS (Restriction Hazardus Substances), buscando restringir o
uso de determinadas substâncias perigosas, tais como o chumbo, mercúrio,
cádmio, dentre outros.
25
BRASIL
A Lei n° 12.305/10 que tramitou por cerca de vinte anos antes de
ser sancionada, foi um divisor de águas no país, e sem dúvida um grande
avanço no processo de tratamento dos resíduos sólidos, tendo em vista que
anteriormente a tal Política, não havia uma regulamentação das
responsabilidades da indústria ou do fabricante.
Um tema importante muito citado na Política Nacional de Resíduos Sólidos
é a Logística Reversa, que é tratada como as ações e meios criados para
tornar possível a coleta e retorno dos resíduos ao setor empresarial, visando a
reciclagem ou reaproveitamento.
Muito embora a Legislação Brasileira tenha sido sancionada, o que a
difere das diretivas européias, é o fato de que a Lei brasileira não trata
especificamente do lixo eletrônico, mas aborda a gestão e tratamento dos
resíduos sólidos de um modo geral, englobando tudo o que diz respeito ao
descarte de lixo. Verifica-se menção sobre o lixo eletrônico apenas em seu
artigo 33, onde é determinado que os fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes de pilhas e baterias,25lâmpadas fluorescentes e produtos
eletroeletrônicos, dentre outros, são responsáveis pela implementação de um
sistema reverso para que o produto retorne após o uso, independentemente
dos serviços de limpeza pública prestados no município.
Importante ressaltar ainda que, na Europa, tanto a diretiva WEEE quanto a
RoHS foram sancionadas no ano de 2003, sete anos antes da Lei de Resíduos
Sólidos brasileira.
Assim como na União Européia, a legislação brasileira trata da
responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes, além de regulamentar as ações governamentais que darão
condições de praticar uma logística reversa eficiente e eficaz.
26
A Lei aponta o consumidor como sendo um gerador de resíduos sólidos,
incumbindo-o de realizar o descarte correto do lixo.
Um diferencial da legislação brasileira em relação às diretivas européias
encontra-se no incentivo às associações de catadores de materiais recicláveis.
É sabido que o Brasil possui diversas cooperativas e associações de
catadores, e que estas cumprem um importante papel na sociedade.
E aproveitando esse grupo, a Política de Resíduos Sólidos brasileira
determina que os serviços de limpeza pública deverão dar apoio ao
funcionamento das cooperativas e associações de reciclagem. Esta ação, além
de contribuir significativamente com o trabalho dos canais reversos de
distribuição, beneficiará os moradores de baixa renda, pelos quais as
cooperativas são formadas.
No que concerne às substâncias perigosas existentes nos equipamentos
eletrônicos, ao passo que a Europa criou uma diretiva – também datada de
2003 –para proibir o uso de produtos como chumbo, cádmio, mercúrio, dentre
outros, não houve até o momento no Brasil uma regulamentação para restringir
tais substâncias, que são extremamente nocivas à saúde humana.
Os caminhos percorridos pelo lixo eletrônico e suas leis são muito pouco
conhecidos, pois o Brasil tem problema de estrutura e legislação para enfrentar
o lixo eletrônico.
Infelizmente no Brasil ações de prevenção ainda são de responsabilidade
estadual e municipal, sem muitas leis a nível nacional de impacto que
regulamente esse tipo de lixo que vem aumentando ao longo das duas
décadas. A regulamentação do lixo eletrônico no Brasil são incipientes e a
gerencia do ciclo de vida dos produtos e destinação de seus produtos tóxicos
permanece como questão de consciência de seus fabricantes e usuários.
27
CAPÍTULO IV
LIXO ELETRÔNICO
Os brasileiros entraram com grande entusiasmo na era eletrônica, mas
com pouquíssima disposição de reciclar o lixo eletrônico. Segundo o
Ministério do Meio Ambiente, guardamos no Brasil 500 milhões de
aparelhos sem uso em nossas casas. Quando se pensa em mundo o
número é ainda mais impressionante.
Lixo eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de
equipamentos eletrônicos. Com e elevado uso de equipamentos eletrônicos
no mundo moderno, esse tipo de lixo tem se tornado um grande problema
ambiental quando não descartado em locais adequados.
O que se produz de lixo eletrônico por ano encheria tantos vagões de
trem que daria a volta no planeta. A situação se agrava na proporção em
que a vida útil dos aparelhos diminui. Um computador é trocado ,em média
a cada dois anos. O celular , menos que isso 22 meses, a TV dura 10 anos
e um DVD entre quatro e cinco anos.
Os tipos de lixo eletrônicos são: monitores de computadores, telefones
celulares, computadores, televisores, câmaras fotográficas, impressoras
são considerados lixo eletrônico também artigos elétricos de casa, como
geladeiras, micro-ondas e o mais se pode utilizar em casa, que descartados
polui o planeta.
A figura ilustrativa , cuja reportagem intitulada: Para Onde vai o lixo
eletrônico?. Demonstra em muitos casos que queimadas são muitas vezes
realizadas para exterminar os lixos eletrônicos.
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Figura 4- Para onde vai o lixo eletrônico? (extraída de CIVITA, 2013, p.38).
As lâmpadas fluorescentes ou frias raramente são lembradas quando se
fala de lixo eletrônico, mas representam um impacto ambiental grande e
preocupante devido à elevada quantidade de mercúrio em sua composição.
O quadro é agravado ainda pela fragilidade do produto, que se rompe
facilmente, aumentando o risco de contaminação direta de seres humanos
e do meio ambiente.
O problema é quando esses materiais são descartados e passam por
deformações na cápsula que as envolvem. Um exemplo disso são as pilhas
e baterias: amassam, estouram, e deixam vazar líquido tóxico de seus
interiores. Esse líquido se acumula na natureza, ele representa o lixo não
biodegradável, ou seja, não é consumido com o passar dos anos.
O lixo eletrônico deriva de ingredientes como chumbo, mercúrio,
arsênio,Cadmo, cobre, berilo, bário, cromo, zíquel, zinco, prata e outro.
Muitos desses elementos são usados em placas de circuito e fazem parte
de componentes elétricos como chips de computadores, monitores e fiação.
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Além disso muitos produtos elétricos incluem produtos químicos para
retardar chamas e que podem representar perigo à saúde.
O descarte é feito quando o equipamento apresenta defeito ou se torna
absoleto. O problema ocorre quando esse material é descartado no meio
ambiente. Como esses equipamentos possuem substâncias químicas em
suas composições, podem provocar contaminação no solo e na água.
Os resíduos eletrônicos também denominados de e-lixo (e-waste em
inglês) são os vilões do momento. Eles nada são mais do que artigos
eletrônicos , que não podem mais ser reaproveitados.
Os resíduos eletrônicos representam 5% de todo lixo produzido pela
humanidade. Isso representa 50 milhões de toneladas são jogadas fora
todos os anos pela população do mundo. O Brasil produz 2,6 kg de lixo
eletrônico por habitante, desde total 40% se encontram em forma de
eletrodomésticos. Porém segundos dados de 2010 levantados pelo PNUMA
( Programa da ONU para o Meio Ambiente ) que mais descarte geladeira
por pessoa ao ano e está nas primeiras colocações no descarte de
aparelhos celulares, TV’s e impressoras. O estudo também detectou que a
recente de economias emergentes ampliou o consumo doméstico e de
equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos . No Brasil são fabricados
por ano 10 milhões de computadores e quase nada está sendo reciclado.
Apenas de celulares e as baterias que são fabricadas através de
componentes tóxicos, são 150 milhões.
Atualmente o Brasil não está devidamente preparado para a demanda
do lixo eletrônico, todavia dependerá de como toda essa questão será
facilidade na obtenção de crédito. Esse quadro propiciou a geração
crescente do lixo. A ONU estima que em todo planeta 40 milhões de
toneladas de lixo eletrônico são geradas ao ano. Grande parte desse
número é gerado por países ricos. A grande preocupação da ONU é como
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os países emergentes conseguirão lidar com esse crescente material
descartado. E para piorar o tema aqui no Brasil não é prioritário.
A Política Nacional de Resíduos tornou a logística reversa uma
obrigação para todas as empresas do Brasil. Deu prazo para que funcione
e as empresas estão tratando de se adequar.
COLETA SELETIVA
É o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que são possíveis
de serem reciclados previamente separados na fonte geradora. Para iniciar
um processo de coleta seletiva é preciso avaliar quantitativamente e
qualitativamente o perfil dos resíduos gerados em determinado local, a fim
de estruturar melhor o processo da coleta. É separar o lixo para que seja
enviado para reciclagem. Significa não misturar materiais recicláveis com o
restante do lixo. Ela pode ser feita por um cidadão sozinho, ou organizadas
em comunidades: condomínios, empresas, escolas, clubes, cidades etc.
(....) a coleta seletiva prevê coletores para cada tipo de material,
normalmente associados a cores específicas. A resolução 275, do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabelece um padrão
de cores de fácil visualização, com validade nacional, e conforme
codificação já adotada internacionalmente, para identificar os recipientes e
transportadores empregados em coleta seletiva (....) (ZANIN , 2004, p. 26).
A coleta seletiva e a reciclagem do lixo tem um papel muito importante
para o meio-ambiente. Ela funciona também como um processo de
educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os
problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo
lixo.
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Com as tecnologias atuais apenas uma ínfima parte dos resíduos não
são passíveis de reaproveitamento, sendo direcionados para unidades de
eliminação dos mesmos. A destinação do lixo eletrônico se tornou uma das
questões mais importantes de resíduos urbanos.
Muitos de nós, não sabemos onde direcionar nossos lixos eletrônicos,
como pilhas, baterias, celulares, sabe-se que esse “e-lixo” não deve ser
jogado no lixo comum. A Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo criou
um projeto chamado “e-lixo maps”, entrando no site WWW.e-lixo.org,
inserindo o CEP e o tipo de “lixo” que precisa descartar, é possível
encontrar todos os lugares mais próximos de sua residência que recebem
esse tipo de resíduo. O projeto associa a plataforma do Google Maps com
um banco de dados dos postos de coleta de lixo em São Paulo. Dessa
forma, a informação fica disponível e pode ser visualizada de forma mais
funcional e lúcida .
Embora vários empreendimentos estejam acontecendo por parte de
empresas, instituições, órgãos públicos e novas leis tenham sido
sancionadas, as realidades apontadas pelas pesquisas mostram que os
problemas ambientais ainda são enormes e estão longe de serem
solucionados a curto prazo.
Um dos grandes problemas que afetam diretamente ao meio ambiente, é
a produção do lixo, seja ele doméstico, industrial, hospitalar, os quais em
muitos casos são depositados em locais inadequados, propiciando
proliferação de insetos e animais noviços à saúde.
Se faz necessário lembrar que o meio ambiente não se refere apenas as
áreas de preservação e lugares paradisíacos, mas de tudo que está ao
nosso redor. Praticando a coleta seletiva no local de trabalho, estaremos
assim contribuindo para a melhoria do meio ambiente e contribuindo para a
melhoria de gerações futuras. O ideal é separar o lixo tóxico do restante,
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desta forma você facilita a coleta e posterior armazenagem em aterros
especiais. Mas se optar pelo envio ao fabricante, estará alertando-o de sua
preocupação e quem sabe dessa forma, ele tome consciência de sua
responsabilidade como produtor e dê destino correto ao seu produto após o
uso.
Se faz importante praticar e incentivar a Coleta de Lixo, a natureza
degradada se vinga, em especial nas épocas de enchentes, quando todo o
entulho e lixo são jogados de forma inadequada causam inundações e é
vetor de doenças contagiosas.
Segue alguns exemplos de produtos recicláveis:
- Vidro: potes de alimentos, garrafas, frascos de medicamentos;
- Papel: jornais, revistas, panfletos, caixa de papelão, embalagem de papel;
- Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pastas,
cobre, alumínio;
- Plástico: potes de plásticos, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e
sacolas de supermercado;
A POLÍTICA DOS 3 R’S
Para atingir o objetivo, é em geral adotada a filosofia comumente
condensada sob a denominação dos três R’s , que significa: Reduzir,
Reutilizar e Reciclar.
A corrida desenfreada na produção de bens e consumo pelo ser humano
associado à escassez de recursos não renováveis e contaminação do meio
33
ambiente, leva-o a ser o maior predador do universo. Esse problema tem
despertado no ser humano o pensar mais profundamente sobre reciclagem
e reutilização de produtos que simplesmente seriam considerados
inservíveis.
Somente a reciclagem possui pouco impacto ao ambiente. Um sistema
realmente que valorizasse os 3 R’s sem se preocupar com as empresas,
mas sim com o bem estar do meio-ambiente teria resultados muito mais
significativos no nosso planeta.
Para BONELLI, 3 R’s para controle do lixo são Reduzir,Reutizar e
Reciclar. Reduzindo e reutilizando se evitará que maiores quantidades de
produtos se transformem lixo. Reciclando se prolonga a utilidade de
recursos naturais, além de reduzir, o volume de lixo. ( BONELLI, 2005
p.89).
O autor expõe o conteúdo de reduzir, reutilizar e reciclar, a saber:
REDUZIR: consiste em tentarmos reduzir a quantidade que produzimos de
lixo, como por exemplo , comprar produtos mais duráveis e evitar trocá-los
por qualquer novidade no mercado.
REUTILIZAR: procurar embalagens que possam ser usadas mais de uma
vez, como garrafas retornáveis , reutilizar envelopes.
RECICLAR: é o mais conhecido dos 3 R’s, consiste em transformar um
produto-resíduo em outro, visando diminuir o consumo de matéria-prima
extraída da natureza.
Vale lembrar que para obtermos um bom resultado na melhoria do meio-
ambiente, os 3R’s devem ser trabalhados igualmente.
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CAPÍTULO V
ESTUDO DE CASO
A presente pesquisa foi elaborada com o objetivo de descrever o
conceito de logística reversa voltada ao lixo eletrônico, dando enfoque à
gestão de lixo eletrônico que ocorre no município de Jundiaí, apontando as
dificuldades e perspectivas que existem para ampliar e otimizar os serviços
prestados nessa área, relacionado a empresa Itaú Tec.
Constatou-se que no município de Jundiaí, a empresa citada realiza a
gestão do lixo eletrônico mesmo antes da aprovação da Política de
Resíduos .Podemos dizer que a cidade é avançada na gestão de resíduos
eletrônicos. Possui recursos para absorver a demanda do município, porém
carece de conhecimento e conscientização da população quanto a sua
responsabilidade no processo.
As operações do Itaú de São Paulo, município de Jundiaí causam direta
ou indiretamente, impactos ao meio ambiente. Por isso, uma das
preocupações estratégicas para a gestão do banco foram encontrar
ferramentas que permitissem a utilização racional e adequada dos
recursos. Ações para aperfeiçoar a eficiência energética de centros de
processamento e computadores, reciclar lixo e descartá-lo adequadamente,
reutilizar água e reduzir o consumo de papel e outros insumos, também
fazem parte das preocupações de todas as áreas, e na prática podem
proporcionar ganhos operacionais efetivos . A empresa tem consciência de
que , por possuírem uma grande base de clientes e colaboradores,
inovações e melhorias tem vastos reflexos positivos importantes.
O Itaú a mais de 10 anos implementou um processo logístico de lixo
eletrônico e no ano de 2010 esse processo foi reformulado para integração
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das agências . Isso representou um desafio para a gestão ambiental.
Somado às reformas de datas centers, estações de trabalho e estoques,
esse processo gerou aproximadamente 3.800 toneladas de lixo eletrônico,
que foram coletadas e descartadas corretamente, com o apoio de
empresas especializadas contratadas pelo banco para evitar danos as meio
ambiente. Esse tipo de resíduo tem grande potencial de contaminação do
solo e dos lençóis freáticos devido aos metais pesados utilizados em sua
fabricação.
Mantendo o foco na geração de resíduos eletrônicos, o programa
Garantia Sustentável, lançado em dezembro de 2002 promoveu o
recolhimento e descarte de lixo eletrônico- e contabilizou aproximadamente
2,2 toneladas de material recolhido no ano de 2010. Pontos de coletas
foram colocados em assistências técnicas credenciadas da Grande São
Paulo, do interior e litoral paulista. Além do descarte de pilhas, baterias e
equipamentos elétricos sem usos ou obsoletos, a empresa também
estimulou as assistências técnicas a enviar os equipamentos, os
componentes trocados após consertos , como tubos TV, monitores , fios
metálicos , peças plásticas, placas eletrônicas e cabos e motores elétricos .
Todo lixo foi enviado as empresas especializadas, parceiras do projeto,
para tratamento e reciclagem de matérias. Atualmente , o programa está
presente em 18 cidades do Estado de São Paulo , e o plano é estender a
iniciativa a outras regiões do país 2013, considerando a consciência do
público com a necessidade de minimizar os impactos ambientais causados
por resíduos de equipamentos eletrônicos .
Paralelamente a esses processos, o Itaú realizou várias campanhas de
conscientização com seus colaboradores para promover o descarte
sustentável de aparelhos eletrônicos. Os resultados alcançados foram
bastante satisfatórios com mais de 3.200 itens coletados, entre celulares,
carregadores , videogames, computadores, impressoras, teclados , mouses
e outros componentes totalizando cerca de 3 toneladas. Após o
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reprocessamento desses resíduos tecnológicos, são obtidos sais e óxidos
metálicos que serão utilizados em indústrias químicas de tintas, de
colorifício cerâmico, e refratárias entre outras.
Dessa forma em 2010 o Itaú gerou 10.492,77 toneladas de resíduos em
suas operações dos quais 239,57 toneladas constituíam resíduos perigosos
somadas a 15 unidades de tubos de TV. O peso dos resíduos perigosos
transportados para fornecedores, fora do banco alcançou 236,81 toneladas.
O Itaú adotou uma série de iniciativas para mitigar os impactos
ambientais de seus produtos conforme apresentado.
Ao término desse estudo de caso podemos concluir que o banco Itaú
localizado no município de Jundiaí, é um banco avançado na gestão de
resíduos eletrônicos e que possui recursos para absorver a demanda.
Dessa forma, sugere-se que se amplie a divulgação dos serviços
prestados na gestão dos resíduos eletrônicos, com formação de
multiplicadores para atuarem nas escolas, nas sociedades, e outros grupos
locais, além da direção dos esforços na expansão dos postos de coleta em
locais públicos de grande circulação, como shoppings, lojas, realização de
parcerias com empresas também visando implantação de postos que
possibilitem o descarte, além de pilhas e baterias de produtos eletrônicos.
Com essas ações, espera-se chegar à plenitude da destinação
ambientalmente adequada de matérias eletrônicos inutilizados ou
inservíveis.
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CONCLUSÃO
O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de descrever o
conceito de logística reversa voltada ao lixo eletrônico, dando enfoque à
gestão do lixo eletrônico que ocorre no município de Jundiaí, banco Itaú,
apontando as dificuldades e perspectivas que existem para ampliar e
otimizar os serviços prestados nessa área.
Buscou-se resumir os pontos principais da Lei que institui a Política
Nacional dos Resíduos, lei essa aprovada no ano de 2010. Verificou-se que
tal legislação não dá ênfase especificamente ao lixo tecnológico, mas
abrange os resíduos de um modo em geral. Porém detectou-se a menção
do lixo eletrônico no artigo 33, e que fala sobre a responsabilidade da
indústria quanto ao fluxo reverso dos materiais. Conforme consta nesta
pesquisa, o Brasil é o país em desenvolvimento, e esse atraso na criação
da Política de Resíduos Sólidos pode ser até compreensível, porém por
outro lado, conforme consta desta pesquisa , o Brasil é o pais em
desenvolvimento que mais produz lixo eletrônico, fator alarmante e que
deve ser considerado para a gestão púbica busque agilidade na
implementação da Lei para toda a cadeia produtiva no Brasil.
Com a Lei 12.305 -10, não apenas produtores, fabricantes, revendedores
se tornam os responsáveis pela logística reversa do produto, mas o
próprio consumidor passa a faze r parte da responsabilidade
compartilhada a que se refere a Lei, tendo como função realizar de forma
adequada o descarte de produtos eletrônicos inutilizados ou que não lhes
serve mais em determinado momento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2008.
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BONELLI, Gustavo. Logística. Marketing e Vendas. São Paulo. Atlas, 2010.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa – Meio Ambiente e competitividade.
São Paulo: Pearson, 2006.
MAX, Fercondin, Lixo Tecnológico, Globo Ecologia. Rio de Janeiro, 03 de
fevereiro 2013.
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problema do lixo eletrônico: benefícios ambientais e financeiros. Rio de
Janeiro : Qualitymark, 2010.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de
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RESENDE, Julio. Metais Perigosos, Jornal O Globo. Rio de Janeiro, 26 de
março de 2012, seção direito de resposta n. 46.
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ZANIN, Maria Mancini. Resíduos Plásticos e Reciclagem. São Paulo:
Edufscar, 2012.
ARTIGO DE PERIÓDICO DA INTERNET
FERREIRA, D. A. Ministério da Fazenda. Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Disponível em http//www.mma.gov.br/Conama/legiabre.cfm=636.
Acesso em 16 de janeiro 2013.
PAVINATO, P. S.; MERLIN, A. Lixo Eletrônico. Disponível em http//www.e-
lixo.org/. Acesso em 25 de janeiro de 2013.
RELATÓRIO Brudtland, (Our Comon Future), 1987.
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ANEXO C: QUADRO COMPARATIVO LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Figura 3 – Quadro Comparativo Legislação Brasileira
ANEXO D:
Figura 4- Para onde vai o lixo eletrônico?