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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES (UCAM) INSTITUTO A VEZ DO MESTRE (IAVM) PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL GERALDO CARLOS DA SILVA ARAÚJO PROF. MÁRIO LUIZ Brasília, DF - 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · representa o Controle Interno para a Administração Pública, principalmente no âmbito da administração municipal, dentro da

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES (UCAM)

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE (IAVM)

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO

PÚBLICA

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

GERALDO CARLOS DA SILVA ARAÚJO

PROF. MÁRIO LUIZ

Brasília, DF - 2014

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES (UCAM)

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE (IAVM)

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO

PÚBLICA

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

GERALDO CARLOS DA SILVA ARAÚJO

Apresentação de monografia ao Instituto a

Vez do Mestre, Universidade Candido

Mendes, núcleo de Brasília (DF) para

conclusão do curso de Pós-Graduação "Lato

Sensu" em Gestão Pública.

Orientador: Prof. Mário Luiz

Brasília, DF - 2014

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar o que é e o que

representa o Controle Interno para a Administração Pública, principalmente no

âmbito da administração municipal, dentro da nova realidade econômica e

social, onde se exige das empresas públicas celeridade nas tomadas de

decisões e que os serviços sejam executados com qualidade e em

conformidade com leis e regulamentos, a fim de evitar o desperdício de tempo

e de dinheiro e o desgaste da imagem. Para tanto, procurou-se conhecer a

Administração Pública Brasileira, analisando seu estágio atual e estudando sua

evolução, suas reformas administrativas e seus princípios norteadores. Foram

levantados conceitos de riscos e de controles, tendo em vista a importância de

identificar os riscos para estabelecer os controles. Buscou-se demonstrar a

importância do controle interno para as instituições públicas, principalmente

para os órgãos municipais, não só para cumprimento da legislação, mas,

sobretudo, como instrumento facilitador para uma gestão responsável e eficaz.

De maneira complementar, procurou-se perceber e demonstrar o valor da

Auditoria Operacional, como fator de minimização do Risco Operacional. Do

estudo efetuado, conclui-se que a implementação do Sistema de Controle

Interno na Administração Pública Municipal, além de ser um dever decorrente

de exigências legais, é uma necessidade, como instrumento facilitador e

norteador das ações dos administradores.

METODOLOGIA

Este trabalho consistiu num estudo descritivo e sua fundamentação

contextual baseou-se em pesquisa bibliográfica, compreendendo coleta,

seleção, análise e interpretação da literatura relativa ao assunto, abrangendo

não apenas livros, mas também sites da internet, revistas, leis, etc.

Predominaram, nesta pesquisa, obras de autores como Gil, Arima e

Nakamura (2013); Chiavenato (2003); Alexandrino e Paulo (2010); Carvalho

Filho (2003); Cavalheiro e Flores (2007); Zimler, La Rocque e Neiva (2007);

Bresser Pereira (1995; 1996; 1997; 2004; 2005; 2008). O conhecimento das

posturas teóricas e técnicas destes autores possibilitou o melhor entendimento

do conceito e da importância do controle interno na Administração Pública para

otimização da gestão dos recursos públicos.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 6

CAPÍTULO I – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................... 8

1.1 – Conceito ......................................................................................................................... 8 1.2 – Modelos de Administração Pública ........................................................................... 9 1.3 – Reforma Administrativa Brasileira ........................................................................... 11 1.4 – Princípios norteadores da Administração Pública ................................................. 17

CAPÍTULO II – RISCOS E CONTROLE ........................................................................................... 20

2.1 – Riscos ........................................................................................................................... 20 2.1.1 – Definições de Riscos .............................................................................................. 20 2.1.2 – Identificação, análise e gerencimento de Riscos ............................................... 21 2.2 – Controle........................................................................................................................ 22 2.2.1 – Definições de Controle ........................................................................................... 22 2.2.2 – Controle na Administração Pública ...................................................................... 23 2.2.3 – Classificação e Espécies de controle na Administração Pública .................... 23

CAPITULO III – CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL ................... 29

3.1 – Conceito de Controle de Interno .............................................................................. 29 3.2 – Aspectos Legais do Controle Interno ...................................................................... 30 3.3 – Princípios de Controle Interno .................................................................................. 32 3.4 – A Importância dos Controles Internos ..................................................................... 33 3.5 – Sistema de Controle Interno ..................................................................................... 34 3.5.1 – Conceito.................................................................................................................... 34 3.5.2 – Composição do Sistema de Controle Interno ..................................................... 35 3.5.3 – Atribuições do Sistema de Controle Interno Municipal ..................................... 37 3.5.4 – Limitações para a eficácia do Controle Interno .................................................. 38

CAPÍTULO IV – AUDITORIAS: INTERNA, EXTERNA E OPERACIONAL ......................................... 40

4.1 – Auditoria Interna ......................................................................................................... 40 4.2 – Auditoria Externa ........................................................................................................ 41 4.2.1 – Origem da Auditoria Externa ................................................................................. 41 4.2.2 – Regulação da atividade de Auditoria Externa no Brasil .................................... 42 4.2.3 – Conhecimentos sobre a Empresa Auditada ....................................................... 44 4.3 – Diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa .......................................... 44 4.4 – Auditoria Operacional ................................................................................................ 45

CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 46

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 49

6

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema o estudo do Controle Interno como

instrumento de gerenciamento na gestão pública e seu foco principal é o

controle interno nos órgãos municipais. A questão central do estudo é a análise

do que é e o que representa o controle interno na Gestão Pública Municipal.

Trata-se de um tema importante e de grande relevância, haja vista que

as organizações passaram e passam por mudanças profundas e rápidas e o

estágio atual da economia exige das empresas públicas celeridade nas

tomadas de decisões e que os serviços sejam executados com qualidade e em

conformidade com leis e regulamentos, a fim de evitar o desperdício de tempo

e de dinheiro e o desgaste da imagem.

Esperam-se do servidor público competência, conhecimento,

comprometimento e responsabilidade na administração do dinheiro público, no

entanto, apesar das medidas adotadas para gerenciamento das ações

governamentais, os casos de fraudes noticiados constantemente pela imprensa

colocam em xeque a credibilidade e a confiança do cidadão nos órgãos

públicos e põem em discussão a eficácia dos instrumentos de controle interno

na administração pública.

Diante do acima exposto, esta pesquisa teve o propósito de analisar o

significado e a importância do Controle Interno para a Administração Pública,

principalmente no âmbito da administração municipal, dentro da nova realidade

econômica e social, quando os objetivos, a estrutura e a própria razão de ser

do Estado são questionados.

Para concretização do estudo, procurou-se, no primeiro capítulo,

conhecer a Administração Pública Brasileira visualizando o contexto no qual se

insere o Controle, estudando os modelos de administração pública e sua

evolução, bem como a reforma administrativa brasileira e seus princípios

norteadores, a fim de compreender seu estágio atual.

Abordou-se, no segundo capítulo, as definições e gerenciamento de

riscos, assim como conceitos e classificações de controle, haja vista a

importância de identificar os riscos para estabelecer os controles.

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No capítulo seguinte, “Controle Interno na Administração Pública

Municipal” o objetivo foi demonstrar a importância do Controle para as

instituições públicas, principalmente para os órgãos municipais, como

instrumento facilitador para uma gestão responsável e eficaz. Nesse sentido,

procurou-se compreender como o Controle Interno pode auxiliar na otimização

da utilização de recursos públicos.

Com o quarto e último capítulo, o intuito foi perceber e demonstrar o

valor da Auditoria Operacional, como fator de minimização do Risco

Operacional, que foi feito por meio de um apanhado sobre Auditoria Interna e

Externa, suas características e diferenças, bem como sobre a evolução da

regulação da atividade de auditoria no Brasil.

Ao final do estudo, constatou-se que o Controle Interno, exercido

adequadamente, pode ser um extraordinário e eficaz instrumento de

gerenciamento da Administração Pública, auxiliando no cumprimento do dever

de boa gestão, visando à concretização da ética e da justiça social.

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CAPÍTULO I – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Neste capítulo, para visualizar o contexto em que se insere o Controle

na Administração Pública, analisou-se o estágio atual da administração pública

brasileira, estudando os modelos de administração pública e sua evolução; a

reforma administrativa brasileira e os princípios norteadores da administração

pública.

1.1 – Conceito

Chiavenato (2003, p. 11) define Administração como: “o processo de

planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar

objetivos organizacionais”.

Meirelles (2003, p. 63) conceitua Administração Pública em três

sentidos, conforme abaixo:

• No sentido formal – é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do governo;

• No sentido material – é o conjunto das funções necessárias aos

serviços públicos em geral;

• No sentido operacional – é o desempenho perene e sistemático,

legal e teórico, dos serviços públicos próprios do Estado ou por

ele assumidos em benefício da coletividade.

De acordo com Alexandrino e Paulo (2010, p. 18), Administração Pública

no sentido amplo abrange tanto os órgãos do governo que exercem função

política quanto os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente

administrativa. Já no sentido estrito abrange apenas os órgãos e pessoas

jurídicas que exercem função meramente administrativa, ou seja, que

executam os programas de governo.

Alexandrino e Paulo (2010, p. 19) também classificam a Administração

Pública em sentido formal ou subjetivo como: “o conjunto de órgãos, pessoas

jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como

administração pública, não importa a atividade que exerçam”. Segundo os

autores, no sentido material ou objetivo, a Administração Pública “compreende

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o conjunto de atividades que costumam ser consideradas próprias da função

administrativa”.

1.2 – Modelos de Administração Pública

A história do Brasil considera, basicamente, três formas de

Administração Pública Brasileira: a Patrimonialista; a Burocrática e a Gerencial.

Administração Pública Patrimonialista – Essa forma mais antiga de

administração pública teve início no Brasil no período de colonização. No

patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder

do soberano, confundindo-se seu patrimônio com o patrimônio do Estado. Os

servidores (ou auxiliares) possuem condição de nobres da realeza. Os cargos

são considerados como ocupações rendosas e de pouco trabalho. Esse tipo de

administração tem como principal característica a indistinção entre o que é

público e o que é privado. Também se caracteriza pela indefinição entre o

político e o administrador público. Dessa forma, essas características suscitam

o nepotismo e a corrupção. (MARE, 1995).

Na administração patrimonialista, por ser característica das monarquias

absolutas, o controle sobre os atos administrativos era restrito às necessidades

de quem detinha o poder, facilitando, dessa forma, o clientelismo, o nepotismo

e a corrupção.

Administração Pública Burocrática – O modelo de administração burocrática

no Brasil surgiu no século XIX, principalmente a partir dos anos 30, objetivando

o combate à corrupção e ao nepotismo, típicos do modelo patrimonialista. Os

princípios norteadores do seu desenvolvimento são a profissionalização, o

conceito de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, a legalidade, em

resumo, o poder racional-legal, visando à defesa da coisa pública.

Bresser Pereira (1997, p. 10) salienta que “Burocracia é a instituição

administrativa que usa como instrumento para combater o nepotismo e a

corrupção — dois traços inerentes à administração patrimonialista — os

princípios de um serviço público profissional, e de um sistema administrativo

impessoal, formal, legal e racional”.

Chama a atenção no modelo burocrático de administração,

principalmente, a forma de controle que, para evitar a corrupção e o nepotismo,

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é sempre a priori. Isso ocorre em razão de uma desconfiança prévia nos

administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. “O

controle transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em

consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua

missão básica, que é servir à sociedade.” (MARE, 1995, p. 15).

Este modelo concentra-se nos processos, sem considerar a alta

ineficiência envolvida. Ou seja, prioriza o controle preventivo dos

procedimentos, a fim de evitar os desvios, em detrimento dos resultados. É

auto-referente, estabelece procedimentos rígidos para contratação de pessoal

e compra de bens e serviços. Se, por um lado, o modelo tem como vantagem a

efetividade no controle dos abusos, por outro, em razão do excesso de

controle, o Estado canaliza uma parte das atividades e dos seus recursos para

a sustentação da própria burocracia, o que o torna ineficiente.

Conforme o PDRAE/95 (MARE, 1995, p. 18), com o modelo de

administração burocrática:

[...] a administração pública sofre um processo de

racionalização que se traduz no surgimento das primeiras

carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do concurso

como forma de acesso ao serviço público. A implantação da

administração pública burocrática é uma consequência clara da

emergência de um capitalismo moderno no país.

Administração Pública Gerencial – O modelo de administração pública

gerencial busca, em sua essência, a eficiência da administração pública e a

qualidade na prestação dos serviços públicos, fortalecendo a cultura gerencial

nos aparelhamentos do Estado.

Surge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à

expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao

desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez

que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo

anterior. (Bresser Pereira, 1995).

Distingue-se do modelo de administração burocrática, principalmente, no

que se refere à forma de controle. Diferentemente do modelo de administração

anterior, a administração gerencial é orientada para o cidadão e para a

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obtenção de resultados, dispensa um grau limitado de confiança nos servidores

públicos e nos políticos e institui o controle a posteriori. Também estimula a

criatividade e a inovação, busca a descentralização, utiliza-se de contratos de

gestão e define indicadores de desempenho como instrumento de controle dos

servidores públicos. (Bresser Pereira, 1997).

1.3 – Reforma Administrativa Brasileira

Desde o início de sua colonização o Brasil passou por várias

modificações administrativas e institucionais do aparelho do Estado, tais como:

a instituição da administração colonial, em 1532; o estabelecimento do governo

geral, na Bahia, em 1549; a criação do Estado nacional, a partir de 1808, com a

vinda da Família Real para o Brasil; a instituição do Governo do Brasil, com a

proclamação da independência, em 1822; a primeira Constituição do Brasil, em

1824, outorgada por D. Pedro I (estabeleceu um governo monárquico,

hereditário e constitucional representativo); a reforma constitucional de 1832

(primeiro passo para a descentralização); a mudança constitucional de 1847

(que conferiu estabilidade ao governo imperial e instituiu no País uma espécie

de Parlamentarismo); a Proclamação da República em 1889 e a Constituição

do Brasil de 1891 (que inaugurou o regime presidencialista no Brasil); a

Revolução de 1930 (Getúlio Vargas suspendeu a Constituição e nomeou

interventores para todos os estados brasileiros, exceto o de Minas Gerais, e

criou o Ministério do Trabalho); a Constituição de 1934 (restabeleceu o Poder

Legislativo e restituiu os direitos e garantias dos cidadãos e a autonomia dos

estados. Também introduziu o princípio do mérito); Lei nº 284, de 1936,

conhecida como a Lei do Reajustamento (criou o Conselho Federal do Serviço

Público Civil, fixou normas básicas e estabeleceu nova classificação de

cargos); o golpe de Estado de 1937 (instituiu o chamado Estado Novo,

desencadeando uma ditadura com o fechamento do Congresso Nacional e a

retirada de direitos constitucionais); a Constituição de 1946 (restabeleceu o

estado de direito e as garantias individuais); a Constituição de 1988; as

reformas administrativas do Governo Federal em 1938, em 1967 e a partir de

1995. (Bueno 2012) e (Costa 2008).

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Neste trabalho, serão citadas quatro grandes reformas: a Reforma do

DASP, de 1938, a Reforma Desenvolvimentista de 1967; a Reforma instituída

pela Constituição de 1988 e a Reforma Gerencial, a partir de 1995.

A Reforma do DASP – A Administração Pública Burocrática no Brasil começou

com a promulgação da Lei nº 284, de 1936, mas sua implementação ocorreu,

de fato, em 1938, quando o Conselho Federal do Serviço Público Civil foi

transformado no DASP - Departamento Administrativo do Serviço Público.

O DASP foi criado com o objetivo de modernizar a máquina

administrativa brasileira, adaptando-a aos moldes Weberianos, principalmente

no que se refere à impessoalidade, formalidade e profissionalismo, com a

função principal de executar e formular o novo modo de pensar e de organizar

a administração pública. Segundo Bresser Pereira (1996, p. 6), a criação do

DASP “representou, assim, no plano administrativo, a afirmação dos princípios

centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica”.

Dentre as realizações do DASP destacam-se: novas regras para a

administração de pessoal, de material e do orçamento; revisão das estruturas

administrativas e racionalização de métodos de trabalho; colaboração na

criação de órgãos reguladores nas áreas econômica e social. Logo no início da

Administração burocrática, em 1938, foi criada a primeira autarquia no Brasil o

que, segundo Bresser Pereira (1996), caracteriza o primeiro passo para a

Administração Gerencial.

Vale ressaltar que durante a Administração Pública Burocrática também

ocorreu a administração paralela do governo de JK, caracterizada pela criação

de comissões especiais para realizar estudos visando à simplificação dos

processos administrativos, reformas ministeriais, reformas globais e

descentralização de serviços. O principal objetivo era fugir das amarras

burocráticas para cumprimento do seu Plano de Metas “cinquenta anos de

progresso em cinco anos de governo”, composto de 36 objetivos, destacando-

se quatro setores: energia, transporte, indústria pesada e alimentação.

A Reforma Desenvolvimentista de 1967 – Por meio do Decreto-Lei nº 200,

de 25 de fevereiro de 1967, foi instituída a Reforma Administrativa de 1967,

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também conhecida como a Reforma Desenvolvimentista de 67, com o intuito

de romper com a rigidez da administração burocrática e na pretensão de

implementar um padrão gerencial na administração federal, baseando-se,

principalmente, na desconcentração político-administrativa.

A Reforma estabeleceu uma distinção clara do que é Administração

Direta (constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos ministérios) e Administração Indireta (que

compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade

jurídica própria: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de

economia mista), conforme Art. 4º do mencionado Decreto. Outra característica

dessa Reforma foi a descentralização funcional, transferindo as atividades de

produção de bens e serviços para os órgãos da administração indireta,

almejando à eficiência operacional.

Visando à promoção da racionalização administrativa, o Decreto

determina, no Art. 6º, que as atividades da administração federal devem

obedecer aos seguintes princípios: planejamento, coordenação,

descentralização, delegação de competências e controle.

As mudanças instituídas pelo Decreto-Lei 200/67 não alcançaram a

administração burocrática central, uma vez que a administração direta

continuou com procedimentos arcaicos e ineficientes. De acordo com Bresser

Pereira (2003, p. 317):

A reforma administrativa prevista no Decreto-Lei 200 ficou

prejudicada, especialmente pelo seu pragmatismo. Faltavam-

lhe alguns elementos essenciais para que houvesse se

transformado em uma reforma gerencial do Estado brasileiro,

como a clara distinção entre as atividades exclusivas de estado

e as não exclusivas, o uso sistemático do planejamento

estratégico ao nível de cada organização e seu controle

através de contratos de gestão e de competição administrada.

Faltava-lhe também uma clara definição da importância de

fortalecer o núcleo estratégico do Estado.

O Decreto-Lei nº 200/67 teve, entretanto, duas consequências

inesperadas e indesejáveis. De um lado, ao permitir a contratação de

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empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência de práticas

patrimonialistas e fisiológicas. De outro lado, ao não se preocupar com

mudanças no âmbito da administração direta ou central, que foi vista

pejorativamente como burocrática ou rígida, deixou de realizar concursos e de

desenvolver carreiras de altos administradores. (Bresser Pereira, 1997).

Constituição Federal de 1988 - A transição democrática de 1985 representou

uma grande vitória da democracia, mas custou ao País o loteamento dos

cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos

Estados, fazendo surgir um novo populismo patrimonialista. A culpa pela séria

crise do Estado, predominante nesse período, era atribuída à alta burocracia,

acusada de favorecer seu crescimento excessivo.

Em razão, em parte, dos problemas mencionados no item anterior, a

Constituição de 1988 causou um engessamento do aparelhamento estatal,

estendendo regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do

Estado para os serviços públicos e para as próprias empresas estatais. Dentre

outras alterações efetuadas pela Constituição de 1988, pode-se citar: a retirada

da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos

públicos; instituição de regime jurídico único para os servidores civis da União,

dos Estados e dos Municípios; e retirada da flexibilidade operacional da

administração indireta. Este retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao

clientelismo que dominou o país naqueles anos. Foi também uma

consequência de uma atitude defensiva da alta burocracia que, sentindo-se

injustamente acusada, decidiu defender-se de forma irracional. (MARE, 1995).

Reforma da Gestão Pública de 1995-1998 - Em 1995, o recém-criado

Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado (MARE) elaborou

o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), contendo

propostas de mudanças que tinham, dentre outros, os objetivos de combater a

burocracia e de incrementar a capacidade do Estado. O respaldo jurídico para

implementação da reforma ocorreu com o advento da Emenda Constitucional

nº 19, de 04 de junho de 1998.

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Um dos princípios fundamentais da Reforma Administrativa 1995-1998 é

o de que o Estado só deve executar diretamente as tarefas que são exclusivas

de Estado, que envolvem o emprego de Poder do Estado, ou que apliquem os

recursos do Estado. Entre as tarefas exclusivas de Estado, porém, devem-se

distinguir as tarefas centralizadas, de formulação e controle das políticas

públicas e da lei, a serem executadas por secretarias ou departamentos do

Estado, das tarefas de execução, que devem ser descentralizadas para

agências executivas ou agências reguladoras autônomas. (Bresser Pereira e

Pacheco, 2005).

Percebe-se que a ideia básica da reforma consiste em promover uma

mudança na estratégia de gerência e em descentralizar, delegar autoridade, a

fim de reconstruir a capacidade do Estado. Assim sendo, segundo Bresser

Pereira (1997), houve necessidade de definir os setores de atuação do Estado,

as competências e as modalidades de administração adequadas a cada setor.

O PDRAE/95 considera a existência de quatro setores, a saber:

1º Setor: Núcleo estratégico – responsável pela definição das leis e das

políticas públicas e pelo cumprimento das mesmas. Formado pelos Poderes

Legislativo e Judiciário; pela Presidência da República; pelos ministros de

Estado e pela Cúpula dos ministérios; pelo Ministério Público e, também, pelos

governadores e seus secretários e a respectiva alta administração pública.

2º Setor: Atividades exclusivas – aquelas em que o poder de legislar e de

tributar é exercido; que garantem, diretamente, o cumprimento e o

financiamento das leis e das políticas públicas. Compõem este setor as forças

armadas; polícias; agências arrecadadoras de impostos; agências reguladoras;

agências de financiamento, fomento e controle de serviços sociais e da

seguridade social.

3º Setor: Serviços não exclusivos – setor de atuação simultânea do Estado e

da sociedade civil. Os serviços não exclusivos são aqueles que o Estado provê,

ou por serem de alta relevância para os direitos humanos ou por envolverem

economia externa, mas que, por não requererem regras rígidas aplicáveis às

Entidades Estatais, podem ser exercidos pelo setor público não estatal (não

governamental), tais como: universidades, hospitais, centros de pesquisas e

museus.

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4º Setor: Serviço de produção de bens e serviços para o mercado –

realizados pelo Estado, por meio das empresas estatais.

As propostas de reforma introduzidas pelo PDRAE/95, além da

organização setorial do Estado, conforme mencionado no item anterior,

compreenderam três dimensões: dimensão institucional-legal (voltada à

reforma do quadro jurídico-normativo do setor público e à criação de novos

formatos organizacionais); a introdução de novos instrumentos de gestão (para

viabilizar o par de atributos “autonomia x responsabilização”, numa combinação

da flexibilidade administrativa concedida aos gestores públicos com novas

formas de controle); uma dimensão cultural, de mudança de mentalidade (por

meio da capacitação massiva e permanente de gerentes e servidores públicos)

(Bresser Pereira e Pacheco, 2005, p. 7).

Bresser Pereira (2008) defende que a Reforma Gerencial de 1995 fez

bastantes avanços, mas não transformou, do dia para a noite, a organização

do Estado Brasileiro, haja vista que reformas desse tipo só se completam no

decorrer de 30 a 40 anos. Afirma que a reforma pode ser vista sob dois

ângulos: o estrutural e o da gestão. Sob o ângulo da gestão, um número

crescente de organizações públicas vem elaborando plano estratégico no

quadro de uma administração por resultados e a todo o momento vê a

implantação de sistemas de gestão baseados na motivação de servidores

públicos. No plano estrutural, a partir da identificação pela reforma do núcleo

estratégico do Estado, ocorreu a valorização das carreiras públicas de alto

nível, que participam desse núcleo. Estão sendo criadas organizações sociais

(OSCIP), para execução dos serviços sociais, culturais e científicos do

Estado.

De acordo com Bresser Pereira (2004, p. 627):

[...] as reformas institucionais são, portanto, necessárias e

devem ser continuadas, desde que sua preocupação

fundamental não seja simplesmente reduzir o tamanho do

Estado, mas lhe dar condições para que desempenhe seu

papel de garantir o funcionamento dos mercados e promover a

distribuição de renda. O desenvolvimento só é possível quando

o mercado e o Estado são fortes.

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1.4 – Princípios norteadores da Administração Pública

Alexandrino e Paulo (2010, p. 187) defendem que:

Os princípios são as ideias centrais de um sistema,

estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido

lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada

compreensão de sua estrutura. Os princípios determinam o

alcance e o sentido das regras de um dado subsistema do

ordenamento jurídico, balizando a interpretação e a própria

produção normativa.

O Decreto-Lei nº 200, de 25.02.67, que dispõe sobre a organização da

Administração Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa,

determina, no Art. 4º, que a Administração Federal compreende a

Administração Direta e a Administração Indireta. Determina, também, no Art.

6º, que as atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes

princípios fundamentais: Planejamento; Coordenação; Descentralização;

Delegação de Competência e Controle.

Zimler; La Rocque e Neiva (2007) entendem que não há princípios

absolutos porque a maleabilidade é condição para a sobrevivência do sistema

jurídico. Segundo eles, o Direito Administrativo tem dois princípios básicos que

alicerçam o exercício da função administrativa e de onde defluem outros:

a) Princípio da Supremacia do interesse publico sobre o

privado: é pressuposto básico de convivência social; tem, como

consequência, a posição privilegiada dos órgãos públicos nas

relações jurídicas mantidas com particulares, e a posição de

supremacia do órgão público nas mesmas relações. A atividade

administrativa deve ser destinada à coletividade e não ao

indivíduo em si e, em caso de conflito entre o interesse público e

o interesse privado, prevalece o interesse público.

b) Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses

públicos: cabe à Administração cuidar dos interesses públicos,

os quais, por não lhe pertencerem, são indisponíveis. Ou seja, o

agente administrativo atua em nome da coletividade e a ele cabe

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apenas gerir e conservar os bens e interesses públicos, só

podendo alienar os bens públicos e adquirir e contratar bens e

serviços na forma em que a lei dispuser.

O artigo 37 da Constituição Federal determina que a administração

pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado

pela Emenda Constitucional 19/1998).

Para Zimler; La Rocque e Neiva (2007), além dos cinco princípios

previstos no caput do artigo 37 da Constituição, há princípios que podem ser

extraídos de outros artigos da Lei Maior, a saber: princípio do controle judicial

dos atos administrativos (artigo 5º, XXXV); princípio da responsabilidade do

Estado por atos administrativos (artigo 37, § 6º); princípio da segurança jurídica

(artigo 5º, XXXVI). Ainda de acordo com esses autores, como consequência da

completa submissão do administrador público à finalidade legal, a

Administração deve atuar adstrita aos seguintes princípios:

a) Da legalidade – toda e qualquer atividade administrativa deve ser

autorizada por lei. Desse princípio decorrem os princípios: da

finalidade; da razoabilidade; da proporcionalidade; da motivação e

o princípio da ampla responsabilidade do Estado.

b) Da continuidade do serviço público – os serviços públicos não

podem ser interrompidos, para que a coletividade não sofra

prejuízos. Como consequência desse princípio pode-se citar as

restrições ao exercício do direito de greve por parte dos

servidores públicos.

c) Do controle administrativo – compreende o controle hierárquico

(presente na Administração Direta) e o controle finalístico

(presente na Administração Indireta).

d) Da isonomia dos administrados – impõe a observância de

procedimentos que permitam a participação em igualdade de

condições.

19

e) Da publicidade – os atos administrativos devem ser divulgados

entre os administrados, a fim de possibilitar ao cidadão controlar a

legitimidade da conduta dos agentes administrativos.

f) Da inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses

públicos – transfere-se ao concessionário do serviço público

apenas o direito de exercer a atividade, e não a sua titularidade.

g) Do controle jurisdicional dos atos administrativos – as

decisões administrativas não possuem a definitividade

característica das decisões judiciais.

h) Da hierarquia – é admissível apenas no que se refere à função

administrativa, inexistindo entre os agentes que exercem função

jurisdicional ou legislativa. Este princípio objetiva a organização

da função administrativa e tem o efeito de fiscalizar e revisar os

atos praticados por agentes de nível hierárquico mais baixo.

Em síntese, pode-se afirmar, com base no exposto neste capítulo, que

os órgãos que compõem a Administração Pública devem exercer as atividades

inerentes às suas funções com fundamentos nos princípios norteadores, o que

nem sempre acontece, haja vista as constantes notícias de abuso de poder e

de improbidade administrativa. Pode-se afirmar, também, que a Administração

Pública no Brasil, apesar de sua evolução e das reformas administrativas,

ainda carece de mudanças e aperfeiçoamentos para atingir o nível de

eficiência, de legalidade e de eficácia desejado pelos cidadãos.

20

CAPÍTULO II – RISCOS E CONTROLE

Este capítulo aborda definições e gerenciamento de riscos e conceitos e

classificações de controle. A informação sobre o conceito e as formas de

controle, principalmente no que se refere à Gestão Pública, faz-se necessária

para o entendimento do tema deste trabalho. Da mesma forma, a conceituação

e o gerenciamento dos tipos de riscos são de suma importância, haja vista que

a inserção de mecanismos de controle deve ser definida em resposta aos

riscos identificados nos processos e serviços de uma organização.

Conforme preceitua o TCE de Minas Gerais:

[...] no exercício da função administrativa de controle, os entes

e demais órgãos públicos devem se assegurar de que a

existência de erros e riscos potenciais devem ser controlados e

monitorados, atuando de forma preventiva, concomitante ou

corretiva, além de prevalecer como instrumentos auxiliares de

gestão.

2.1 – Riscos

2.1.1 – Definições de Riscos

Antes de citar as definições de riscos faz-se necessário mencionar o

conceito de eventos. Conforme o modelo de referência COSO1, eventos são

assim definidos:

Eventos são incidentes ou ocorrências originadas a partir de

fontes internas ou externas que afetam a implementação da

estratégia ou a realização dos objetivos. Os eventos podem

provocar impacto positivo, negativo ou ambos. Os eventos que

geram impacto negativo representam riscos.

Tratando-se da definição de risco, são muitas as discussões e vários

conceitos, no entanto, segundo SILVA (1998), risco pode ser caracterizado

1 COSO The Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. (Comitê das Organizações Patrocinadoras)

21

como o grau de incerteza a respeito de um evento; ou como a variação

potencial nos resultados; ou a probabilidade de ocorrerem os fracassos; ou,

ainda, como as condições ou fatos que podem criar uma situação que impeça o

alcance dos objetivos estabelecidos.

De acordo com Gil; Arima e Nakamura (2013, p. 132), risco de ser

entendido como “a chance de obtenção de um resultado aquém do esperado.”

Segundo esses autores, todos nós, indivíduos, governos, empresas,

instituições financeiras e entidades sem fins lucrativos, estamos sujeitos a

situações de risco e de incerteza. Dessa forma, é imprescindível a mensuração

do risco para que possamos de alguma forma controlá-lo e gerenciá-lo.

Segundo o COSO, “o risco é representado pela possibilidade de que um

evento ocorrerá e afetará negativamente a realização dos objetivos”.

2.1.2 – Identificação, análise e gerencimento de Riscos

De acordo com o COSO, após identificação e avaliação, deve ser dada

uma resposta aos riscos, sempre ponderando o efeito sobre a possibilidade de

ocorrência, o impacto, os custos e os benefícios, a fim de que a resposta dada

mantenha os riscos residuais dentro das tolerâncias a riscos desejadas. Na

opinião do COSO devem ser dadas as seguintes respostas aos riscos, de

acordo com a conclusão da análise:

• Evitar – descontinuação das atividades que geram os riscos.

• Reduzir – adotar medidas para reduzir a probabilidade ou o impacto

dos riscos, ou, até mesmo, ambos.

• Compartilhar – Redução da probabilidade ou do impacto dos riscos

pela transferência ou pelo compartilhamento de uma porção do risco.

• Aceitar – Nenhuma medida é adotada para afetar a probabilidade ou o

grau de impacto dos riscos.

Com base nas definições mencionadas, pode-se concluir que os riscos

estão presentes em todas as atividades e que existem em todos os níveis de

uma organização. Ou seja, o gestor deve encarar o gerenciamento de riscos

como uma atividade primordial em qualquer empreendimento,

independentemente de sua natureza. Assim sendo, identificar, analisar e

gerenciar riscos deve ser um processo interativo e contínuo da empresa e deve

22

ser um componente de um sistema efetivo de controles internos. Conclui-se,

também, que as empresas correm riscos devido a fatores internos ou externos

passíveis de afetar os objetivos declarados ou implícitos e de comprometer o

cumprimento das metas estabelecidas pela empresa.

Verifica-se que os conceitos e os tipos de riscos alcançam diferentes

dimensões, mas permitem a constatação das possibilidades de perdas, para as

quais devem ser implementados controles, ou não. A premissa é sempre o

equilíbrio entre risco e controle, cuidando para que o controle não engesse o

processo e não seja mais oneroso do que o risco existente.

2.2 – Controle

2.2.1 – Definições de Controle

Controle é a quarta função administrativa que depende do planejamento,

da organização e da direção para formar o processo administrativo. Consiste

em medir, avaliar e corrigir o desempenho, a fim de certificar se o que foi

planejado, organizado e dirigido realmente cumpriu os objetivos almejados pela

Empresa. O Controle tem por objetivo proteger a organização e as pessoas a

ela vinculadas, além de agregar valor à empresa. Quanto à sua abrangência, o

controle pode ocorrer em três níveis: estratégico, tático e operacional.

(Chiavenato, 2003).

Gil, Arima e Nakamura (2012, p. 100) definem controle como “o conjunto

de métodos e ferramentas que os agentes da empresa utilizam para manter a

trajetória de modo a alcançar os seus objetivos.” Segundo os autores aqui

mencionados, o controle permeia todas as etapas do processo administrativo, a

saber:

• Planejamento - estabelecimento dos objetivos da empresa e

identificação dos processos que os completam, ou seja,

definição dos padrões de desempenho.

• Execução - implementação do que foi planejado.

• Monitoramento – mensuração do nível de desempenho,

comparando-o com o que foi estabelecido no planejamento.

23

• Avaliação - comparação e análise da variância apurada entre

os objetivos e o desempenho estabelecido como padrão em

relação aos realizados, para fins de decidir sobre as ações

corretivas a serem tomadas.

• Correção - implementação de ações necessárias para corrigir

desvios e adequar o processo ao previamente planejado.

O controle deve ser estabelecido de acordo com a relevância do risco.

Daí a necessidade de primeiramente avaliar os riscos, analisando se foram

claramente definidos os objetivos pretendidos pela empresa; se foram

identificados os riscos inerentes a esses objetivos; se os riscos foram avaliados

considerando probabilidade x impacto; para, então, instituir os mecanismos de

controle para gerenciamento dos mesmos.

2.2.2 – Controle na Administração Pública

No que se refere à Administração Pública, o controle pode ser definido,

segundo Carvalho Filho (2003), como “o conjunto de mecanismos jurídicos e

administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de

revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder”.

Na gestão pública o controle é obrigatório, devendo ser implementado

em todas as esferas administrativas, sob pena de descumprimento de leis e da

Constituição Federal. Em 1967, por meio do Decreto-Lei 200, Art. 6º, o controle

foi determinado como um dos princípios fundamentais da Administração

Federal.

Pode-se intuir que a falta de controle gera desperdício e mau uso dos

recursos públicos, por perdas financeiras, por perdas de prazos, pela não

correção de rumos, ou por facilitar os desvios e a corrupção.

2.2.3 – Classificação e Espécies de controle na Administração

Pública

A definição das espécies de controle depende do critério usado para sua

apreciação. Carvalho Filho (2003, p. 751) assegura que o controle na

Administração Pública pode ser classificado da seguinte forma:

24

• Quanto à Natureza do Controlador;

• Quanto à Extensão do Controle;

• Quanto à Natureza do Controle;

• Quanto ao Âmbito da Administração;

• Quanto à Oportunidade;

• Quanto à Iniciativa.

a) Classificação Quanto à Natureza do Controlador – a classificação

deste controle considera os setores fundamentais do Estado. Dessa

forma, o controle pode ser:

• Legislativo – executado através do Poder Legislativo sobre os

atos da Administração Pública;

• Judicial – exercido pelo Poder Judiciário;

• Administrativo – que se origina da própria Administração

Pública. Este controle, como um dos princípios fundamentais da

Administração Pública, conforme determina o Decreto- Lei nº

200/67, tem dois pilares de sustentação: o princípio da legalidade

e o princípio das políticas administrativas.

Alexandrino e Paulo (2010, p. 758) conceituam o controle administrativo

da seguinte forma:

Controle Administrativo é o conjunto de instrumentos que o

ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria

administração pública, os Poderes Judiciário e Legislativo, e

ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos

especializados, possam exercer o poder de fiscalização,

orientação e revisão da atuação administrativa de todos os

órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas de

Poder.

b) Classificação Quanto à Extensão do Controle – esta classificação

considera o posicionamento dos órgãos controlados e controladores e

divide-se em:

• Controle interno - exercido por órgãos de um Poder sobre

condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera.

25

• Controle externo – exercido por órgãos de um Poder diverso

daquele de onde a conduta administrativa se originou.

A Lei 4.320, de 17.03.1964, Título VIII, estatuiu normas gerais de direito

financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,

dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal e estabeleceu os controles

“interno” e “externo”.

Os controles “interno” e “externo” também estão fundamentados na

Constituição Federal de 1988, nos artigos 70 e 71, transcritos a seguir:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e

renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,

mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno

de cada Poder.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,

será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

O controle interno deve interagir com o controle externo, como

colaborador, conforme previsto na Constituição Federal, Art. 74, que determina

como uma das finalidades do controle interno o apoio ao controle externo, no

exercício de sua missão institucional.

É de suma importância a interação dos controles “internos” e “externos”,

demonstrando que o Controle Interno, prevenindo e corrigindo desvios,

possibilita uma gestão pública responsável e melhora as condições para a

atuação dos Tribunais de Contas.

O controle externo, na Administração Pública, subdivide-se em:

• Controle Legislativo - Exercido pelo Congresso Nacional - na

esfera federal; pelas assembleias legislativas - na esfera

estadual e pelas câmaras de vereadores - na esfera municipal.

Este controle é exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas.

• Controle Judicial - realizado pelo Poder Judiciário sobre atos

da administração, em ações judiciais. Ou seja, é um controle

exercido mediante provocação.

26

• Controle Social - Alexandrino e Paulo (2010) defendem a

existência de um terceiro controle, dentro desta classificação: o

Controle Popular ou Controle Social. O Controle Popular ou

Controle Social está previsto em vários artigos da Constituição

Federal e consiste na possibilidade do povo – diretamente ou

por meio de órgãos constituídos para essa finalidade – verificar

ou questionar a conformidade dos atos administrativos.

Exemplo de atuação do Controle Popular são os observatórios sociais que,

segundo matéria publicada no Jornal Ação2 (ANABB, 2013, p. 22), geraram economia

de R$ 300 milhões aos cofres municipais no ano de 2012. De acordo com a matéria

“esse valor representa um dinheiro que, devido a irregularidades no processo

licitatório, apontadas pelos observadores e corrigidas pelos gestores municipais,

acabou permanecendo nos municípios para aplicações mais adequadas.” A matéria

ressalta que a principal função do Observatório Social é “monitorar as compras

públicas, em nível municipal, desde a publicação do edital de serviço, de modo a agir

preventivamente, no controle social dos gastos públicos”.

c) Classificação Quanto à Natureza do Controle – esta classificação

está embasada no teor do ato administrativo, considera a legitimidade

ou a eficiência, oportunidade e conveniência do ato e divide-se em:

• Controle de legalidade – verificação da conformidade do ato

com a norma jurídica incidente sobre a espécie e da observância

do ordenamento jurídico como um todo. Deste controle, também

denominado controle da legitimidade, resulta a confirmação do

ato, por meio da homologação, da aprovação ou do visto; a

convalidação do ato ou a anulação, em razão da ilegalidade.

• Controle do mérito – tem por objeto a avaliação da conduta

administrativa sob os aspectos da conveniência, da eficiência e

da oportunidade. Este controle é privativo da Administração

Pública e o resultado da verificação é a aprovação, dando

prosseguimento à conduta administrativa ou a revogação (meio

para desfazer a situação administrativa anterior).

2 Jornal Ação – Revista publicada pela ANABB- Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.

27

d) Classificação do Controle Quanto ao Âmbito da Administração -

esta classificação é baseada na subordinação e na vinculação

existente entre os órgãos da administração pública, considerando os

dois segmentos básicos da estrutura administrativa. Divide-se em:

• Controle por subordinação - este controle, também

denominado controle hierárquico, é caracteristicamente interno

porque é exercido por um órgão de graduação superior sobre a

atuação de órgãos de menor hierarquia, dentro da mesma esfera

administrativa, para verificação da legalidade e do mérito do ato

administrativo. Exemplo: o controle exercido por uma secretaria

municipal sobre seus órgãos internos.

• Controle por vinculação – este controle, também denominado

controle finalístico, tipicamente externo, exercido por um órgão

sobre os atos praticados por órgão diverso, a ele vinculado.

Exemplo: controle da administração direta sobre seus órgãos da

administração indireta.

e) Classificação do Controle Quanto à Oportunidade – esta

classificação observa o momento em que o controle é exercido, a

saber:

• Controle prévio (ou a priori ou proativo) – é um controle

preventivo que tem o objetivo de evitar a ocorrência de

desperdício, de ilegalidade ou de falhas no ato administrativo, ou

seja, ocorre antes da prática ou da consumação da ação

administrativa. Exemplo: a verificação da conformidade de um

contrato, antes de sua assinatura.

• Controle concomitante – é exercido no decorrer da ação

administrativa e tem aspecto preventivo e corretivo. Exemplo

deste tipo de controle é o acompanhamento da execução de um

contrato. Este controle está previsto no Art. 67 da Lei nº

8.666/93 que determina:

[...] a execução do contrato deverá ser acompanhada e

fiscalizada por um representante da Administração

especialmente designado, permitida a contratação de

28

terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes a essa atribuição.

• Controle posterior – ocorre após a conclusão do ato

administrativo. Exemplos deste controle são o controle judicial

dos atos administrativos e os controles realizados pelos tribunais

de contas.

f) Classificação do Controle Quanto à Iniciativa – esta classificação

fundamenta-se na origem do controle. Divide-se em:

• Controle de ofício – ocorre quando a iniciativa do controle é da

própria administração, no exercício regular de suas funções. Ou

seja, ninguém precisa deflagrar o controle, pois os próprios

órgãos administrativos o fazem. Normalmente é efetuado por um

órgão superior em relação a um ato praticado por um órgão

subordinado.

• Controle provocado – ao contrário do controle de ofício, este

controle é deflagrado por terceiro. Ocorre quando alguém toma a

iniciativa de solicitar que um ato administrativo seja revisto por

uma autoridade superior.

29

CAPITULO III – CONTROLE INTERNO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Como foi visto no capítulo 2, existem vários tipos de controles aplicáveis à

Administração Pública, dentre eles, o controle interno, tema deste trabalho.

Neste capítulo, buscou-se demonstrar a importância do controle interno para as

instituições públicas, principalmente para os órgãos municipais, não só para

cumprimento da legislação, mas, sobretudo, como instrumento facilitador para

uma gestão responsável e eficaz.

3.1 – Conceito de Controle de Interno

Gil, Arima e Nakamura (2013) dividem o controle interno considerando

duas áreas de atuação: a área contábil e a área administrativa. Segundo estes

autores, o controle interno contábil abrange parâmetros voltados para registro,

exame e confronto para a proteção do patrimônio da entidade. Já o controle

interno administrativo enfatiza a busca de oportunidade e identificação de

melhores práticas de gerenciamento e adoção de um modelo de gestão

adequado ao ambiente no qual a instituição se encontra inserida.

A Instrução Normativa N.º 01, de 06 de Abril de 2001 (que define

diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação do

Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal) conceitua o controle

interno administrativo como o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos

e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os

objetivos das unidades e entidades da administração pública sejam

alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao

longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público.

A INTOSAI3 (apud TCE/BA, 2007) define controle interno como um

processo integrado efetuado pela direção e corpo de funcionários, que é

estruturado para enfrentar os riscos e fornecer razoável segurança de que na

consecução da missão da entidade os seguintes objetivos gerais serão

alcançados:

3 INTOSAI - Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores.

30

a) Execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das

operações - as operações de uma entidade devem ser consistentes

com a missão da organização e estruturadas metodicamente. Devem

ser executadas sem desperdício, gastando o mínimo de recursos para

obtenção do máximo em resultados e os objetivos devem ser

alcançados sem deixar de lado os valores éticos.

b) Cumprimento das obrigações de accountability – Accountability

(obrigação de prestar contas) é o processo através do qual as

organizações públicas e os indivíduos que as integram tornam-se

responsáveis por suas decisões e ações, incluindo a salvaguarda de

recursos públicos, a imparcialidade e todos os aspectos de seu

desempenho.

Slomski (2007, p. 133) afirma que “os agentes da governança

corporativa devem prestar constas de sua atuação a quem os elegeu e

respondem integralmente por todos os atos que praticarem no

exercício de seus mandatos.”

c) Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis - a captação e a

aplicação do dinheiro público, a forma de operação e demais

procedimentos, nas organizações públicas, são disciplinados por leis e

regulamentos os quais devem ser obedecidos pelo servidor público.

d) Salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e dano - os

recursos no setor público geralmente envolvem dinheiro público e sua

utilização visa ao interesse coletivo, requerendo, desse modo, cuidado

especial. Por isso, devem-se adotar controles internos em cada uma

das atividades relacionadas com a administração dos recursos da

entidade, desde a aquisição até a sua disponibilização.

3.2 – Aspectos Legais do Controle Interno

A instituição do controle interno nas entidades públicas municipais está

fundamentada na Constituição Federal, em leis e resoluções, dentre as quais

se destacam:

a) Constituição Federal de 1988 – Art. 31 – determina que a fiscalização

do Município seja exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante

31

controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder

Executivo Municipal, na forma da lei.

O Sistema de Controle Interno também é citado nos Art. 70 e 74 da

Constituição.

b) Lei nº 4320 de 1964 - que estatui normas gerais de Direito Financeiro

para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos

Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, estabelece o controle

interno no âmbito da administração pública em seus artigos 76 a 80.

c) Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - conhecida como a

Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece normas de

finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e

dá outras providências, determina, em seu Art. 59, que o Poder

Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o

sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público,

fiscalizarão o cumprimento das normas por Ela instituídas. A

obrigatoriedade municipal de criar seu sistema de controle interno para

cumprimento da LRF foi confirmada pela Lei Complementar Nº 131, de

27 de maio de 2009 (LC 131/09), que acrescentou dispositivos à LRF,

a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações

pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A LRF e a LC 131/09 enfatizam a responsabilidade na gestão fiscal e

impõem limites e condições para aplicação do dinheiro público,

primando pela transparência quanto à origem e aplicação dos recursos

orçamentários. Também determinam a atuação do controle interno no

processo de gestão de forma permanente, enfática e organizada,

conforme Art. 54, parágrafo único, que exige a assinatura da

autoridade responsável pelo controle interno nos relatórios

quadrimestrais de gestão fiscal.

d) Resolução Nº 1.135 de 21.11.2008 - O Conselho Federal de

Contabilidade, por meio desta Resolução, aprovou a NBC T 16.8

(Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público -

Controle Interno), que estabelece referenciais para o controle interno

32

como suporte do sistema de informação contábil, cujas recomendações

são obrigatórias para os fatos ocorridos a partir de janeiro 2010.

A Norma determina que o controle interno deve ser exercido em todos

os níveis da entidade governamental, compreendendo: a preservação

do patrimônio público; o controle da execução das ações que integram

os programas; e a observância às leis, regulamentos e diretrizes

estabelecidas.

e) Lei nº. 8.666/1993 - Lei de Licitações e Contratos Administrativos:

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e

demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo

Tribunal de Contas competente, na forma da legislação

pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração

responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade

da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem

prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do

sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o

dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das

propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-

se os órgãos ou entidades da Administração interessada à

adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função

desse exame, lhes forem determinadas.

Cabe ressaltar que os dispositivos regulatórios citados neste item tem o

objetivo apenas de fundamentar a obrigatoriedade de criação do controle

interno nas entidades municipais e não esgotam o rol da legislação pertinente.

3.3 – Princípios de Controle Interno

Gil, Arima e Nakamura (2013) apresentam a classificação e a divisão de

controle interno com seus respectivos princípios da seguinte forma:

a) Princípios do controle interno contábil – integridade (proteção da

informação de alterações indevidas, intencionais ou acidentais);

confidencialidade (proteção da informação segundo o grau de sigilo

atribuído); fidelidade da informação em relação aos dados (garantia de

33

que a informação origina-se de fonte confiável); conformidade

(obediência à legislação em vigor) e irrevogabilidade (autenticidade das

transações e informações provenientes dos agentes envolvidos).

b) Princípios do controle interno administrativo – disponibilidade

(disponibilização de informações em momentos oportunos); eficácia

(atingimento dos objetivos estabelecidos); eficiência (melhoria da

relação entre o resultado obtido e o processo adotado para sua

consecução); segurança ambiental, física e lógica (busca da

sustentabilidade do meio ambiente, proteção dos bens tangíveis e

intangíveis, monitoramento dos processos institucionalizados); e

obediência às diretrizes administrativas (execução das operações de

acordo com o determinado pela alta administração da entidade).

3.4 – A Importância dos Controles Internos

A importância da instituição do controle interno nas entidades públicas

decorre não só da necessidade de assegurar o fiel cumprimento da legislação

e salvaguardar os bens e recursos públicos. De acordo com o Tribunal de

Contas do Estado da Paraíba (2009), o controle interno deve ser instituído

também em razão das necessidades a seguir elencadas:

• Preservar a “memória” do órgão para garantir a continuidade da sua

existência.

• Padronizar os processos e os procedimentos operacionais e de

controle.

• Possibilitar o conhecimento, a qualquer tempo, da instituição - receitas,

despesas, resultados históricos, estrutura administrativa, pessoal,

patrimônio, etc.

• Acompanhar, em tempo real, a programação estabelecida nos

instrumentos de planejamento (Planos Plurianuais - PPA, Lei de

Diretrizes Orçamentárias - LDO, Leis Orçamentárias Anuais - LOA,

Metas Bimestrais de Arrecadação - MBA e Cronogramas Mensais de

Desembolso – CMD) etc.

34

• Assegurar a satisfação da exigência da correta aplicação administrativa

e financeira dos recursos públicos, na busca constante do equilíbrio

nas contas públicas.

• Evitar fraudes, desvios e erros cometidos por gestores e servidores em

geral.

• Buscar o cumprimento de metas de aplicação de percentuais mínimos

e máximos impostos pela legislação em vigor e de recursos vinculados

(convênios, programas e fundos) a objetivos específicos.

• Cumprir a obrigatoriedade de prestar contas à sociedade.

3.5 – Sistema de Controle Interno

3.5.1 – Conceito

De acordo com o Tribunal de Contas da União - TCU (2009, p. 6),

Sistema de Controle Interno significa:

Conjunto de unidades técnicas articuladas a partir de um órgão

central de coordenação, orientadas para o desempenho das

atribuições de controle interno indicados na Constituição e

normatizados em cada nível de governo.

Cavalheiro e Flores (2007, p. 28) definem o sistema de controle interno

como sendo:

O mecanismo de autocontrole da própria Administração,

exercido pelas pessoas e Unidades Administrativas e

coordenado por um órgão central, organizado, e em

parâmetros gerais, por lei local. Consiste a atuação do sistema

de controle, em sua essência, na fiscalização que realizam

mutuamente as unidades administrativas, cujas funções se

encontram organizadas de tal forma que um processo, decisão

ou tarefa não possa ser tomado por um setor sem que outro o

acompanhe e/ou revise, desde que sem entraves ao processo.

O controle interno municipal é definido pelo Tribunal de Contas da União

(2009, p. 6) da seguinte forma:

35

Entende-se por Sistema de Controle Interno Municipal o

conjunto de normas, regras, princípios, planos, métodos e

procedimentos que, coordenados entre si, têm por objetivo

efetivar a avaliação da gestão pública e o acompanhamento

dos programas e políticas públicas bem como, evidenciando

sua legalidade e razoabilidade, avaliar os seus resultados no

que concerne à economia, eficiência e eficácia da gestão

orçamentária, financeira, patrimonial e operacional dos órgãos

e entidades municipais.

3.5.2 – Composição do Sistema de Controle Interno

De acordo com o modelo de referência COSO, o Sistema de Controles

Internos compreende 05 componentes que, para atingir os objetivos, devem

estar inter-relacionados e integrados ao processo de gerenciamento dos

controles na empresa. São estes os elementos:

a) Ambiente de controle - Considerado como a base do sistema de

controle interno, o ambiente de controle evidencia o nível de

conhecimento, de conscientização e de comprometimento dos gestores

e dos funcionários da entidade pública com os controles internos. São

atributos do ambiente de controle: ética, integridade, conjunto de

regras, formas de conduta, políticas de RH, estrutura organizacional,

forma de atuação e atenção da alta administração quanto à cultura de

controle, designação de autoridade e responsabilidade e alocação

adequada de recursos.

b) Avaliação e Gerenciamento dos Riscos - A avaliação de riscos

compreende a identificação e análise dos riscos (interno e externo) sob

o enfoque da severidade, frequência e grau de impacto. Esta avaliação

é determinante para o gerenciamento dos riscos diagnosticados e para

a decisão quanto à resposta a ser dada em relação aos riscos. Alerta-

se para o cuidado de assegurar que o custo do procedimento de

controle não exceda o benefício almejado.

c) Atividades ou procedimentos de controle – São procedimentos

estabelecidos com a finalidade de mitigar os riscos detectados, sejam

eles internos ou externos. Esses procedimentos, para serem efetivos,

36

devem ser apropriados; funcionar consistentemente de acordo com um

planejamento de longo prazo; ser abrangentes, razoáveis e

relacionados aos objetivos de controle. Exemplos: políticas e

procedimentos de autorização e aprovação; métodos de segurança das

pessoas, dos ativos e segurança lógica dos sistemas; segregação de

funções; verificações; conciliações; avaliações; supervisão; etc.

d) Informação e comunicação – Para condução e controle de suas

operações, é imprescindível que a organização disponha de

informações precisas e eficazes, de relatórios confiáveis contendo

informações operacionais, financeiras e de conformidade que

embasem seguramente a tomada de decisões. Da mesma forma, a

comunicação eficaz deve fluir por toda a estrutura organizacional, a fim

de fortalecer a cultura de controle e de conscientizar os funcionários

sobre a responsabilidade de cada um no processo e como suas

atividades individuais se relacionam com o trabalho dos demais.

e) Monitoramento - o monitoramento do sistema de controle interno é

necessário, de modo a assegurar sua sintonia com os objetivos, o

ambiente, os recursos e os riscos. As deficiências encontradas ao

longo do monitoramento devem ser comunicadas ao superior

hierárquico e, se for o caso, ao tribunal de contas, de acordo com as

determinações legais.

Conforme a INTOSAI (apud TCE/BA, 2007) os objetivos gerais e os

componentes do sistema de controle interno estão diretamente relacionados,

uma vez que os objetivos representam o que uma entidade está buscando

alcançar e os componentes representam o que é necessário para se alcançar

esses objetivos.

Quando da implantação do Sistema de Controle Interno deve-se cuidar,

primeiramente, da constituição de um ambiente de controle bem estruturado,

organizado e com processos bem definidos. Em seguida, deve-se preocupar

em estabelecer critérios e procedimentos para detecção e avaliação dos riscos;

instituir controles nos processos para mitigar os riscos; desenvolver e

implementar os mecanismos de controle; estabelecer canais de informação e

37

de comunicação ativos e confiáveis e constituir bases funcionais de

monitoramento dos riscos.

3.5.3 – Atribuições do Sistema de Controle Interno Municipal

O modelo de projeto de lei para a organização do sistema de controle

interno nos municípios, desenvolvido por Cavalheiro e Flores (2007), sugere a

inclusão das seguintes atribuições para o Sistema de Controle Interno

Municipal:

• Avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual; a

execução dos programas de governo e os orçamentos do Município.

• Colaborar e controlar o alcance do atendimento das metas fiscais de

resultados primário e nominal e das ações de governo.

• Colaborar e controlar os resultados dos programas de governo,

mediante indicadores de desempenho definidos no Plano Plurianual,

quanto à eficácia, à eficiência e à efetividade da gestão nos órgãos e

nas entidades da Administração Pública Municipal.

• Comprovar a legitimidade dos atos de gestão e exercer o controle das

operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e

haveres do Município.

• Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

• Realizar o controle dos limites e das condições para a inscrição de

despesas em restos a pagar e supervisionar as medidas adotadas

pelos Poderes, para o retorno da despesa total com pessoal ao

respectivo limite, caso necessário, nos termos dos Artigos 22 e 23 da

Lei Complementar nº 101/2000.

• Tomar as providências indicadas pelo Poder Executivo, conforme o

disposto no art. 31 da Lei Complementar nº 101/2000, para recondução

dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos

limites.

• Efetuar o controle da destinação de recursos obtidos com a alienação

de ativos, tendo em vista as restrições da Lei Complementar nº

101/2000.

38

• Realizar o controle sobre o cumprimento do limite de gastos totais do

Poder Legislativo, inclusive no que se refere ao atendimento de metas

fiscais, nos termos da Constituição Federal e da Lei Complementar nº

101/2000, informando-o sobre a necessidade de providências.

• Cientificar a(s) autoridade(s) responsável(eis), a Controladoria e a

Auditoria, quando constatadas ilegalidades ou irregularidades na

Administração Municipal, conforme o caso.

Em razão da importância para o sucesso dos controles, acrescenta-se a

essa relação o levantamento e constante atualização das exigências legais e a

elaboração de agendas para acompanhamento do cumprimento dos prazos e

das exigências do ambiente regulatório.

3.5.4 – Limitações para a eficácia do Controle Interno

O sistema de controle interno, por si só, não garante que o alcance dos

objetivos gerais previamente definidos serão alcançados, em razão de algumas

limitações que podem interferir no bom andamento dos seus trabalhos. São

exemplos de limitações:

• Conluio envolvendo pessoas de dentro e de fora da organização.

• Situações que fogem ao controle do gestor, como condições

demográficas ou econômicas e catástrofes.

• Estrutura inadequada ou insuficiente, em razão do contingenciamento

de recursos ou da inviabilidade econômica do controle em função do

custo x benefício.

• Desgaste do sistema pela falta de revisão periódica para melhorias

constantes, a fim de acompanhar as alterações nas políticas ou

programas governamentais, nas legislações, na tecnologia etc.

• Falha humana em todos os níveis: estratégico, tático ou operacional

devido à ação rotineira das pessoas quanto aos controles; por

desobediência dos funcionários às normas instituídas pela

organização; por negligência na execução das tarefas ou por fraude,

quando a falha ocorre deliberadamente, para benefício próprio.

39

Do exposto, pode-se deduzir que o bom funcionamento e a eficácia na

atuação do sistema de controle interno municipal dependem de uma estrutura

organizacional bem preparada, com as competências de cada órgão bem

definidas; processos mapeados e otimizados, procedimentos padronizados por

meio de manuais e de uma inquestionável interação entre a unidade de

controle interno e os demais órgãos.

40

CAPÍTULO IV – AUDITORIAS: INTERNA, EXTERNA E

OPERACIONAL

Na Administração Pública, o ato de controlar possui significado similar,

na medida em que pressupõe examinar se a atividade governamental atendeu

à finalidade pública, à legislação e aos princípios básicos aplicáveis ao setor

público. CGU (2010)

Os atos dos gestores públicos, em todas as esferas, devem ser

avaliados não só no que se refere aos aspectos contábeis, mas também sob os

aspectos administrativos, operacionais e legais, pelos próprios funcionários da

entidade e por profissionais independentes. Dessa forma, além dos controles

internos, faz-se necessária a atuação das auditorias interna, externa e

operacional.

Em razão da similaridade de funções, existe uma tendência em

confundir Controles Internos, Auditoria Externa, Auditoria Interna e Auditoria

Operacional. Neste item, busca-se clarificar um pouco o assunto, mencionando

conceitos e diferenças básicas entre os tipos de auditoria, haja vista que já se

falou em Controles Internos.

4.1 – Auditoria Interna

A Resolução n.º 986/03, de 21.11.03, do Conselho Federal de

Contabilidade, explana que a Auditoria Interna compreende os exames,

análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente

estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e

economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles

internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a

assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

Conforme essa Resolução, a atividade da Auditoria Interna está estruturada em

procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem

por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando

subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles

internos, por meio da recomendação de soluções para as não conformidades

apontadas nos relatórios.

41

O auditor interno é um empregado da própria administração, não

podendo este estar subordinado à nenhum órgão/setor interno no qual trabalho

ele examina. Além disso, para não interferir em sua independência, o auditor

interno também não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a

examinar (Marcelo C. Almeida, 1996).

4.2 – Auditoria Externa

4.2.1 – Origem da Auditoria Externa

Segundo Marcelo C. Almeida (1996), a auditoria externa ou auditoria

independente surgiu como parte da evolução do sistema capitalista.

Inicialmente, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos

familiares. Estas passaram a investir na ampliação de suas instalações fabris e

administrativas, no desenvolvimento tecnológico e aprimoramento dos

controles e procedimentos internos em geral, com o intuito de tornar seus

produtos mais competitivos no mercado, devido à expansão mercadológica e o

acirramento da concorrência.

Os recursos necessários para a efetivação dessas mudanças tiverem de

ser captados junto à terceiros, principalmente mediante empréstimos bancários

e abrindo seu capital social para novos acionistas, pois o volume de recursos

necessário seria impossível de ser obtido por meio das operações lucrativas da

empresa ou do patrimônio de seus proprietários.

Para que o investidor avaliasse a segurança, a liquidez e a rentabilidade

de seu futuro investimento, tornou-se necessário que este passasse a ter

informações quanto à posição patrimonial e financeira da empresa, a

capacidade de gerar lucros e a maneira que se estava efetuando a

administração dos recursos financeiros.

As demonstrações contábeis da empresa (balanço patrimonial e

demonstrações dos resultados, das mutações do patrimônio líquido e das

origens e aplicações de recursos, bem como as notas explicativas) era a

melhor forma de o investidor obter essas informações e, consequentemente,

passaram a ter importância muito grande para os futuros aplicadores de

recursos. Para que não houvesse a possibilidade de manipulação de

informações, os futuros investidores passaram a exigir que essas

42

demonstrações fossem examinadas por um profissional independente da

empresa e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional, que examina

as demonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre estas, é o

auditor externo ou auditor independente.

4.2.2 – Regulação da atividade de Auditoria Externa no Brasil

O início da regulamentação da atividade de auditoria no Brasil se deu

em meados dos anos 1960 com a edição da Lei nº 4.728, de 14/07/1965, que

determinou que os mercados financeiro e de capitais seriam disciplinados pelo

Conselho Monetário Nacional e fiscalizados pelo Banco Central do Brasil. Dois

meses depois a Resolução CMN nº 7, de 13/09/1965, criou o Cadastro de

Auditores Independentes, selecionando os profissionais da área e

estabelecendo, entre outros pontos, as ocorrências que seriam passíveis de

cassação de registro dos mesmos. Em 1968, a Resolução CMN nº 88, de

30/01/1968, disciplinou o registro de empresas participantes do mercado de

capitais e impôs a obrigatoriedade da auditoria independente.

No início da década de 1970 uma série de regulamentos foram

estabelecidos pelo Banco Central do Brasil, determinando a obrigatoriedade da

auditoria externa ou independente na maioria das entidades integrantes do

Sistema Financeiro Nacional e companhias abertas, definindo as regras

relativas ao registro dos auditores independentes e especificando as normas

gerais de auditoria e os princípios e normas de contabilidade. A Resolução nº

321, de 14/04/1972, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), aprovou as

normas e os procedimentos de auditoria, os quais foram elaborados pelo

Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IAIB), atualmente denominado

IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores). Na segunda metade da década,

a Lei nº 6.385, de 07/12/1976, criou a CVM, autarquia formada para disciplinar

e estabelecer medidas de atuação no mercado de valores mobiliários. No

mesmo ano, a Lei nº 6.404, de 15/12/1976, determinou que as demonstrações

financeiras ou contábeis das companhias abertas (ações negociadas em Bolsa

de Valores) serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes

registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

43

Em 1980, o CMN estendeu a exigência de auditoria independente das

demonstrações financeiras às instituições autorizadas a funcionar pelo Banco

Central do Brasil (Resolução nº 607, de 02/04/1980).

No início da década de 1990, o CFC editou a Resolução nº 700, de

24/04/1991, aprovando as “Normas de Auditoria Independente das

Demonstrações Contábeis (NBC-T-11)”, revogando a Resolução CFC nº

321/1972 e transformando-se em um marco do processo da autorregulação

profissional no país. Em 1996, por meio da Resolução CMN nº 2.267, de

29/03/1996, foi determinado o prazo máximo de quatro exercícios sociais

completos para que as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central

procedessem a substituição do auditor independente contratado, contado a

partir da contratação do mesmo.

A Instrução CVM nº 308, de 14/05/1999 consolidou as normas de

auditoria, revogou as instruções então em vigor e estabeleceu, entre outras

modificações regulamentares, a realização de exame de qualificação técnica, a

ser realizado pelo CFC e pelo IBRACON, a determinação da rotatividade de

auditores, e a especificação de atividades que caracterizam o conflito de

interesse.

A partir de então, uma série de modificações foram promovidas em

relação à exigência de substituição periódica do auditor independente

contratado pelas instituições financeiras e outras entidades autorizadas a

funcionar pelo BCB:

• Resolução CMN nº 3.081, de 29/05/2003 – alterou o parâmetro de

exigência de substituição do auditor independente para após a emissão

de pareceres de cinco exercícios sociais completos;

• Resolução CMN nº 3.332, de 22/02/2005 – suspendeu a

obrigatoriedade até 31/12/2007;

• Resolução CMN nº 3.503, de 26/10/2007 – voltou a suspender a

exigência até 31/12/2008;

• Deliberação CVM nº 549, de 01/09/2008 – a obrigatoriedade do rodízio

de auditores foi suspensa até o final do exercício de 2011;

• Resolução CMN nº 3.606, de 11/09/2008 – a obrigatoriedade da

substituição da empresa de auditoria foi alterada para a substituição do

44

responsável técnico, diretor, gerente, supervisor e gerentes da equipe

envolvida nos trabalhos de auditoria.

4.2.3 – Conhecimentos sobre a Empresa Auditada

Para planejar e efetuar seu exame de acordo com as normas de

auditoria geralmente aceitas, o auditor externo deve adquirir conhecimentos

sobre a empresa auditada, estudando, principalmente, as seguintes áreas da

empresa: financeira, contábil, orçamentária, pessoal, fiscal e legal, operações,

vendas, suprimentos.

Para determinar os procedimentos de auditoria e as datas mais

adequadas para executá-los, o auditor externo, por meio do sistema de

controle interno e da revisão analítica, conhecer como os dados são

compilados até serem levantados as demonstrações contábeis, bem como os

valores registrados nas diversas contas.

4.3 – Diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa

Segundo Lisboa (2010), a auditoria interna e a auditoria externa aplicam

procedimentos técnicos semelhantes em suas atividades, mas, mesmo assim,

elas são diferentes e se identificam de acordo com a extensão de seus

trabalhos e pela independência da auditoria quando externa para formar

opinião e emitir seu parecer sem interferência da empresa. De acordo com o

autor, as principais diferenças entre as auditorias interna e externa são:

a) Auditoria interna: o auditor deve ser funcionário da entidade auditada;

a ação e o objetivo da auditoria estão voltados para o exame dos

controles internos e operacionais; a auditoria tem a finalidade de

promover melhorias nos controles internos e operacionais; o produto

final são recomendações de controle interno e eficiência administrativa;

é um trabalho contínuo, cujo grau de independência é menos amplo e o

interesse no trabalho é focado na empresa.

b) Auditoria externa: o auditor é um profissional independente, sem

vínculo empregatício com a entidade auditada; a ação e o objetivo da

auditoria estão voltados para o exame das demonstrações contábeis e

trabalhos especiais; a auditoria tem a finalidade de opinar sobre as

45

demonstrações contábeis; o produto final são pareceres; é um trabalho

periódico, cujo grau de independência é mais amplo e o interesse no

trabalho compreende a empresa e o público em geral.

4.4 – Auditoria Operacional

A auditoria operacional constitui-se num exame independente da

eficiência e da eficácia das atividades, dos programas e dos organismos da

Administração Pública, prestando a devida atenção à economia, com o objetivo

de realizar melhorias. Numa auditoria operacional verifica-se, dentre outros

aspectos, se os recursos públicos estão sendo utilizados de forma mais

rentável; se a política aplicada está gerando resultados e se os objetivos da

política estão sendo cumpridos em sua totalidade. A auditoria operacional se

baseia nas decisões tomadas e nas metas fixadas pelo Poder Legislativo, e

pode ser realizada em todo o setor público. A auditoria operacional não é uma

auditoria periódica com pareceres formalizados. Trata-se de um exame

efetuado com caráter não periódico. É uma fiscalização que se concentra mais

no desempenho do que nos gastos e na contabilidade. (INTOSAI, 2005).

Diante do exposto, pode-se concluir que a atuação das auditorias interna

e externa é bem similar, diferenciando-se, principalmente, pelo vínculo

empregatício do auditor e pelo foco e resultado final do trabalho. Por outro lado,

conforme Lisboa (2010), a auditoria operacional pode ser desenvolvida tanto

pela auditoria externa quanto pela auditoria interna, mas, por ser necessária

uma aplicação de caráter permanente, aplica-se mais ao perfil de auditoria

interna.

46

CONCLUSÃO

Do estudo efetuado, conclui-se que a implementação do Sistema de

Controle Interno na Administração Pública Municipal, além de ser um dever

decorrente de exigências legais, é uma necessidade, como instrumento

facilitador e norteador das ações dos administradores.

Conclui-se, ainda, que o Sistema de Controle Interno não deve

representar apenas um encargo a mais para o ente público, mais um órgão

fiscalizador das ações do gestor. A fim de evitar que isso aconteça, o ideal é

que ele seja estruturado interiormente e não sobreposto às atividades. O

controle interno deve ser intrínseco aos processos gerenciais de planejamento,

execução e monitoramento e deve fazer parte das atividades administrativas.

A pesquisa evidencia que existe uma preocupação, principalmente por

parte dos Tribunais de Contas, para que o Sistema de Controle Interno seja

instituído na esfera municipal. Os Tribunais de Contas Estaduais elaboram

cartilhas e manuais contendo orientações para a implementação do Sistema

nos órgãos municipais. No entanto, apesar do esforço desses órgãos e da

obrigação legal de criação imposta por leis, regulamentos e pela Constituição,

percebe-se, com base em trabalhos publicados referentes a pesquisas de

campo realizadas em diversas prefeituras do País, que sua existência e

funcionamento ainda são ignorados por muitos gestores municipais, tanto pelas

câmaras de vereadores quanto pelas prefeituras. A falta de interesse também é

demonstrada pelos funcionários dessas entidades.

Deduz-se que os constantes casos de fraudes e de corrupção noticiados

pela mídia, as reclamações referentes ao mau funcionamento e ao atendimento

insatisfatório dos órgãos públicos e a falta de conhecimento e de competência

no desempenho de sua função, por parte de alguns agentes públicos,

decorrem do descaso mencionado no item anterior.

Com base no que foi visto e pesquisado, infere-se que para que os entes

públicos tenham um Sistema de Controle Interno (SIC) atuante e eficaz faz-se

necessário, em primeiro lugar, operar as mudanças indispensáveis à

concepção de um ambiente de controle dinâmico e efetivo. Dada a inter-

relação do ambiente de controle com os demais componentes do SIC, pode-se

aferir que o ambiente de controle bem estruturado oferece as condições

47

necessárias para que o Sistema de Controle Interno cumpra suas atribuições,

de forma a atingir os objetivos gerais de controle e de acordo com os princípios

do controle interno.

Percebe-se que o fator primordial para constituição do ambiente de

controle é a vontade política e a determinação do gestor público municipal, que

precisa se convencer de que o controle interno não tem o intuito de engessar a

administração, pelo contrário, um Sistema de Controle Interno bem estruturado

dinamiza os procedimentos, fortalece a cultura de controle e de

responsabilidade dos agentes públicos e facilita a execução dos procedimentos

diários, haja vista a padronização e otimização dos processos. Além do mais,

possibilita ao administrador maior segurança em relação à conformidade dos

seus atos com o ambiente regulatório e com o controle e cumprimento das

metas e dos compromissos inerentes à gestão fiscal. Dessa forma, a mudança

de mentalidade e a conscientização do corpo funcional, de todos os níveis,

deve ser o primeiro passo para o fortalecimento do ambiente de controle e,

consequentemente, da implantação de um ativo Sistema de Controle Interno.

Um Sistema de Controle Interno influente e eficaz constitui-se num

instrumento de suporte à administração, uma vez que além de auxiliar o

administrador no cumprimento das exigências legais inerentes às suas ações,

ajuda na consecução dos objetivos, conferindo-lhe uma visão ampla das

situações que envolvem sua administração e permitindo a adoção de medidas

preventivas para mitigar os riscos ou corretivas para ajustar os desvios que

possam acarretar prejuízos ao erário público. Consequentemente, ajuda a

evitar erros, falhas e o emprego inadequado dos recursos públicos e a

combater fraudes. Ou seja, pode ser considerado um extraordinário

instrumento no combate à corrupção.

Concluindo, pode-se afirmar que, apesar das limitações mencionadas no

item 3.5.4, a Administração Pública conta com mecanismos de controle

suficientes (leis, regulamentos, resoluções e orientações) que, se bem

utilizados, possibilitam o oferecimento de um bom serviço para a coletividade.

A chave do sucesso é o querer fazer. Ai fica uma pergunta: se os observatórios

sociais conseguem exercer o controle de forma a evitar prejuízos aos cofres

48

públicos, conforme mencionado no item (2.2.3.b.), por que a própria

administração não consegue?

49

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