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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
TERCEIRA IDADE E MERCADO DE TRABALHO: UM MUNDO EXPLORATÓRIO.
Soraya Lima
Orientador: Prof. Mario Luiz
Rio de Janeiro
2017
DOCUMENTO P
ROTEGID
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LEID
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EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
TERCEIRA IDADE E MERCADO DE TRABALHO: UM MUNDO EXPLORATÓRIO.
Soraya Lima
Rio de Janeiro
2017
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Soraya Lima
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me concedido a força e sabedoria
para que eu não desistisse do meu sonho.
A todos os meus professores da AVM
pelos conhecimentos aplicados.
4
DEDICATÓRIA
A minha mãe e amigos que sempre me
incentivaram para essa realização
5
RESUMO
O objetivo desse trabalho é ter a reflexão sobre a população
denominada “Terceira Idade” e a permanência desse grupo no
mercado de trabalho, aludindo para a importância da atividade laboral
exercida para esse grupo, na saúde do indivíduo, tanto física, quanto
mental. É atentar-se para a realidade que esse grupo permanece no
mercado de trabalho por questões financeiras, mas aplicando nas
organizações seus conhecimentos e experiências, que precisam ser
muito bem aproveitados pelos empregadores e também pela
sociedade. Assim, o que mais ficou constatado nessa pesquisa, é
que o grupo da Terceira Idade está cada vez mais economicamente
ativo, e que ainda pode contribuir positivamente para as
organizações, através de seu capital intelectual.
6
SUMÁRIO
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................... 07
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 07 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................................... 09 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 09 OBJETIVO ESPECÍFICO .............................................................................................. 10 DELIMIITAÇÃO .......................................................................................................... 10 METODOLOGIA ......................................................................................................... 11
CAPÍTULO II: A TERCEIRA IDADE E A SOCIEDADE ........................................... 13
O TERMO IDOSO ....................................................................................................... 13 AS MUDANÇAS DE CONCEITO E CULTURA .................................................................... 14 A NOVA REALIDADE DEMOGRÁFICA DOS TEMPOS ATUAIS...............................................15 O IDOSO E A PREVIDÊNCIA........................................................................................18
CAPÍTULO III: A REINVENÇÃO DA VELHICE ....................................................... 21
OS BENEFÍCIOS DA EXPRESSÃO: “OS 60 SÃO OS NOVOS 40”........................................21 RELAÇÃO DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO COM A TERCEIRA IDADE ........................... 23 MUDANÇA DE HÁBITO .............................................................................................. 27
IDOSO: UM TEMA SENSÍVEL..........................................................................................................30 A PESQUISA ............................................................................................................ 31
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 34
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 37
7
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação
O que se entende por Terceira Idade? Do ponto de vista cronológico, o
conceito é relativo a indivíduos na faixa etária entre os 60 e 70 anos. Sendo assim,
todos que chegarem a essa idade passarão por essa fase da vida.
Em nossa cultura, ao alcançarmos a referida faixa etária, o indivíduo é
rotulado de “idoso”, título que vem acompanhado de várias implicações negativas
nas áreas da saúde, finanças e relacionamentos. A partir da segunda metade do
século XIX, a velhice passou a ser tratada como uma etapa da vida caracterizada
pela decadência física e ausência de papéis sociais. O avanço da idade como um
processo contínuo de perdas e de aumento da dependência física foi responsável
por um conjunto de imagens negativas associadas à velhice, mas também um
elemento fundamental para a legitimação de diretos sociais (Debert,2012).
Atualmente há também questões positivas como o aumento da expectativa de
vida, e que na década em que vivemos, a média é de 80 anos. No Brasil, esse
aumento deu-se em questão da diminuição da mortalidade infantil, diminuição da
natalidade, vacinações sistemáticas, saneamento básico e, principalmente, aos
avanços da medicina onde as pessoas estão vivendo cada vez mais, afirma Neves,
2013. A melhora na qualidade da alimentação também influenciou para esse
aumento, pois assim a resposta da saúde é bem benéfica, bem como os exercícios
físicos praticados nas academias da terceira idade nas praças públicas, custeada
pelo poder público.
8
Quadro 01: Evolução etária do idoso. Em 2030 teremos 13,44% do total
da população na faixa etária de 65 anos ou mais (Fonte: IBGE).
Numa reportagem exibida pelo programa “Fantástico” em 07/09/2014, no quadro
“Vai fazer o que?”, onde a discussão era sobre o desrespeito a vaga de automóvel
destinada a idosos, mencionou-se que as pessoas enxergam o idoso como um E.T.
que caiu de uma nave espacial, ou seja, que o idoso é um indivíduo que está fora do
contexto da nossa sociedade, o que é pura inverdade.
Em décadas passadas, o idoso sempre foi considerado um “entrave” para a
sociedade, e também para os familiares. Esse idoso ao longo de sua vida sempre
doou sua força física e mental, e ao chegar na “terceira idade”, esperava que os
familiares cuidassem de si para não sucumbir, o que muita das vezes não acontece.
Esse era um dos motivos em que nesses tempos a família era numerosa, com
muitos filhos.
Hoje, estamos vivendo em uma época de “bônus demográfico”, período em que
as pessoas na ativa (força de trabalho) estão em maior número do que aquelas
inativas. Isso se dá, principalmente, por causa do envelhecimento da população. Até
2050, as pessoas com mais de 60 anos vão responder por 49% da população
economicamente ativa do Brasil. Atualmente, este percentual é de 12% (IBGE).
Esse “envelhecimento da população”, que são as pessoas com mais de 60 anos e
que deveriam estar aposentadas e não mais trabalhando, é a fatia do bônus que
nos referimos no início do parágrafo.
9
Uma projeção da FGV revela que até 2020 os mais velhos serão responsáveis
pelo aumento anual de 2,4 pontos percentuais do PIB per capta do País. Isto
significa que os idosos serão detentores de uma faixa considerável da renda
nacional.
1.2. Definição do problema
Com tudo que foi exposto acima, é certo que a participação de pessoas idosas
na população economicamente ativa (PEA) seja ampliada, então quero explanar
sobre a seguinte questão:
Por que tratar a população de Terceira Idade como fadada a inatividade?
1.3. Objetivo geral
O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é estudar as condições
de permanência da Terceira Idade no mercado de trabalho, relacionando o grupo
estudado com o conceito de produtividade.
1.4. Referencial teórico
A Terceira Idade está em destaque nesse século. Isso acontece em virtude da
expectativa de vida ter aumentado. Com a melhor qualidade de vida, o idoso está
tendo mais acesso a boa alimentação, maior acessibilidade ao serviço médico e
mais lazer.
Com esse novo cenário, a pirâmide etária mudou, pois antes havia uma base
maior de jovens e um afunilamento na torre, que correspondia aos idosos. Agora a
torrre está mais “gorda” em função do aumento de vida dos maiores de sessenta
anos.
Conforme na expressão “os 60 são os novos 40”, temos o idoso com todo “gás”
para a vida, desempenhando perfeitamente suas atividades.
Com a chegada dos novos setores da economia (o quaternário e o quinário), o
idoso se abre para a sociedade do conhecimento, envolvendo-se cada vez mais em
funções que requererem mais a capacidade mental do que a força física.
10
Assim, com essa nova mentalidade, o idoso aproveita muito bem o “segundo
tempo da vida”, com mais energia e sabedoria.
1.5. Justificativa
A escolha do tema deste meu trabalho de conclusão de curso, teve como
inspiração a minha própria história, onde mesmo ainda não tendo alcançado
cronologicamente a Terceira Idade, já sofro retaliações em diferentes setores.
Um deles para exemplificar é a minha aposentadoria por tempo de serviço, onde
já alcançado esse direito, o valor é bem aquém do que recebo hoje.
Sem nenhuma pretensão de parar de trabalhar agora, continuo na minha
atividade profissional, até porque me sinto em plena forma física e mental.
Recebi uma informação que a empresa onde atuo atualmente vai dispensar os
funcionários que já estão aposentados. Como eu ainda não fiz nenhum saque,
estou no processo de cancelamento deste benefício.
Outro exemplo foi quando fui fazer a prova de ingresso para a UFF e o
segurança me barrou, alegando que era proibida a entrada de pais no campus.
Somente quando mostrei a identidade e o cartão de confirmação foi que ele me
deixou entrar, reação que não estava acontecendo com os outros candidatos.
Assim com essa pesquisa bibliográfica, passo a entender ainda mais que,
atualmente, o grupo estudado, está com todo o seu vigor mental e ainda
produzindo até melhor do que na faixa dos 30 anos, inclusive em perfeitas
condições intelectuais, voltando aos estudos.
No campo da Administração, a relevância desse estudo é mostrar às áreas
de Recurso Humanos e Gestão Administrativa que o grupo estudado não pode
ser discriminado como incapaz, problemático, nem ser caricaturalmente
alcunhado de “velhotes”. Procura-se, então, mostrar sua capacidade de ser
produtivo para as organizações.
1.6. Objetivo
Analisando todo o conteúdo da pesquisa em questão, temos o real
conhecimento que, devido ao aumento da expectativa de vida, o perfil do público
da Terceira Idade mudou significativamente, revelando a importância que o
11
grupo estudado tem para o mercado de trabalho, não só em termos de seu
impacto na PEA (População Economicamente Ativa), mas também na sua renda
financeira, pois a mesma beneficia o aposentado na aplicação de melhoria de
vida, e como na roda financeira, com a injeção de capital no comércio.
Outro ponto relevante da pesquisa é a ocupação do idoso no mercado de
trabalho, sob a forma dele se manter útil, de se ocupar, ter dignidade.
Em todos os tópicos, procuro demonstrar que o conceito de “idoso” como
incapaz e improdutivo é puro preconceito da nossa própria sociedade. Aponto
exatamente ao contrário, pois a inclusão desse idoso no mercado de trabalho
deve ser entendido como uma continuidade de aprendizado e desenvolvimento
humano.
A nossa sociedade tem que mudar o olhar antigo de que o idoso tem que
estar fora do mercado de trabalho, em função de que ele não tem força física, é
depressivo, e têm ausência de ação.
Criemos um novo olhar, onde o atual idoso com boas condições de saúde e
com autonomia física e mental mantém boas perspectivas de vida e podem
assumir papéis relevantes na sociedade.
1.7. Metodologia
A metodologia do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica e secundária.
Através da consulta a artigos, livros e outras fontes bibliográficas, foi possível
apresentar o tema, buscando definições e dados.
Em complemento, foi realizada uma pesquisa de perfil com 21 (vinte e uma)
pessoas na faixa etária dos maiores de 50 anos, em um questionário de 9 (nove)
perguntas para melhor apresentar o meu trabalho.
Dentre os respondentes, 62% foram do sexo masculino, 48% na faixa etária
entre 50 a 59 anos, seguido de 60 a 69 anos com 38%. O percentual de
escolaridade do ensino médio e superior é de 38%. Dos respondentes, 67% se
aposentaram a menos de cinco anos, 57% trabalha por necessidade de renda
adicional e por 6 horas de trabalho diário. Para esse grupo, 38% tinham como setor
de trabalho quando se aposentou a educação, funcionalismo público, saúde e a
12
área bancária; e atualmente, após a aposentadoria, a concentração está nas áreas
ad31ministrativa. 43% pretende ficar no mercado de trabalho por mais três anos.
13
CAPÍTULO II TERCEIRA IDADE E A SOCIEDADE
2.1. O termo “idoso” e suas implicações na sociedade
Entende-se por idoso as pessoas com faixa etária igual ou superior a 60 anos,
utilizando-se também como significado: velhice, terceira idade, dentre outros. Esses
termos serão empregados de acordo com o grupo cultural que o indivíduo está
ligado, pois como “velho” se atribui àquele indivíduo que é estático, sem atividade,
insatisfeito com a vida, que fica em casa sem fazer nada, resmungando e
consequentemente, quase sempre doente. Essa palavra “velho”, por ter uma
conotação pejorativa, deve ser evitada. Em contrário senso, pode-se dizer que
“idoso” é o indivíduo experiente, com tantos conhecimentos, divertido, que gosta de
contar histórias interessantes e alegres.
Atualmente, o termo “Terceira Idade”, além de todas as conotações já
atribuídas ao idoso, implica em si ações voltadas para o bem-estar através de
atividades físicas, inclusive as academias a céu aberto nas praças públicas,
custeadas pelas prefeituras, bem como as atividades culturais como a dança, peças
teatrais e grupos de viagem formados pelas agências de turismo.
Em contrapartida, com a fragilidade da instituição previdenciária, não seria
exagero colocar a população idosa na condição de vítima, de excluída, discriminada,
dependente, etc. Sem dúvida uma parcela da população idosa no Brasil vive em
condições de extrema carência. Assim, o empobrecimento e os preconceitos
marcam a velhice nas sociedades modernas, que abandonam os “velhos” a uma
existência sem significado (Debert, 2012). Um ponto muito importante é o fator
solidão, onde este acelera a decadência do grupo. Para não se ter uma velhice
degradante, o idoso depende de posição social e financeira, alcançada pelo
indivíduo ao longo da vida.
Como a sociedade enxerga e trata o grupo em questão? Isso depende dos
valores e da cultura de cada sociedade. O normal seria que, na entrada da fase
“idoso”, o mesmo se aposente e, pelo o que esse indivíduo contribuiu para a
previdência, o retorno deveria ser satisfatório para a sua sustentação, que nessa
fase requer mais recursos financeiro em função do aumento de suas necessidades
14
como a alimentação e saúde, onde nessa fase a parte medicinal e medicamentosa
se torna mais custosa.
Outro ponto negativo é quando numa sociedade se perde a referência,
dedicação e respeito aos seus idosos. Como exemplo, diversos motoristas de
ônibus não param quando um idoso faz sinal e esses motoristas ignoram a
solicitação, passando direto, deixando esse idoso a mercê.
Tudo se faz hoje em dia para integrar socialmente o grupo estudado nesse
trabalho de conclusão de curso, pois anteriormente a reação era de exclusão, tendo
o asilo como o seu ponto final.
Sem a sua força de trabalho e desassistido pelo Estado, o indivíduo idoso
potencializava seu estado de pobreza, a invalidez e a sua decadência.
2.2. As mudanças de conceito e cultura
No final da década de sessenta, o Brasil passa a se importar mais pelos idosos.
Passou-se a se projetar um envelhecimento ativo e independente, tendo a atenção
voltada para a integração. Incentivou-se ao idoso a ter um envelhecimento moderno,
com ações positivas como participar, mudar e evoluir, fazendo com que o mesmo
ocupe uma posição ativa, tornando-o responsável pelo seu estilo de vida.
Nessa mesma década, ainda era comum a maioria das pessoas imaginar que,
quando se alcançasse a marca dos 60 anos, homens e mulheres seriam
denominados “velhotes” e “velhotas”, respectivamente. Tinha-se em mente que
essas pessoas virariam as figuras muito queridas, passivas, assexuadas, e
contemplativas que chamamos de vovô e vovó (Neves, 2013).
Sabemos que muitos dos idosos ainda ficam no mercado de trabalho por
necessidade de complementação de renda familiar pela própria necessidade de
subsistência e também pela satisfação do que faz. Dessa forma é que muitas
organizações contratam esse público para os serviços administrativos (escritórios),
supermercados, callcenters e outros que demandam atendimento ao público ou
atividades auxiliares que não exigem muito esforço físico.
15
O envelhecimento é um processo que ocorre de maneira diferenciada para cada
indivíduo. A “velhice” vem sendo vivida e compreendida como o estágio de ausência
de ação e a fase de rememoração. Os idosos são postos à margem ao cumprirem
por completo a sua função, que é preparar e treinar aqueles que irão substituí-los,
muitas vezes superando-os. Os velhos são rejeitados por não serem mais
considerados produtores. A ideia de que o idoso não pode fazer nada e não
participa mais de nenhuma produção é introjetada pelo idoso, de forma que ele
próprio delineie seu futuro passivo. A exclusão do mesmo do meio produtivo, em
geral, associa-se a diversos sentimentos negativos (de depressão e desvalorização),
podendo tornar este momento desencadeador de sofrimento (GOULART et alli,
2009).
Os tempos mudaram! Podemos ter como exemplo as “celebridades setentonas”
como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mick Jagger, Sophia Loren e tantos outros que
continuam ativos e se realizando em suas atividades. A geração que hoje está na
faixa de 60 a 80 anos está construindo uma nova realidade de vida, onde estão
tendo uma nova atitude e um novo espírito.
O trabalho remunerado ou não é cada dia mais uma realidade na vida do idoso
que atinge a terceira idade. Isso se deve ao fato do trabalho ser mais intelectual do
que pela força física. Assim, com o trabalho, o idoso se sente útil e até estimulado a
voltar para as salas de aula, resgatando antigos sonhos e focando as energias para
as suas realizações.
2.3. A nova realidade demográfica dos tempos atuais
Ao longo da história, vigorou-se sempre o padrão demográfico onde a criança e
jovens era proporção esmagadora, adultos em idade reprodutiva em proporção
menor, ocupando o segundo lugar e, finalmente, os mais velhos, em geral pessoas
já fora da idade reprodutiva e produtiva, constituindo uma minoria marginal. Com a
reviravolta demográfica, estamos vivenciando a pirâmide etária virando de cabeça
para baixo, prevalecendo os “velhos”, sendo a proporção esmagadora dessa nova
pirâmide, onde os indivíduos mais velhos se tornaram mais numerosos que crianças
e jovens.
16
Quadro 02: Pirâmide etária
Podemos chamar essa tendência de “demografia do envelhecimento”. O Japão
e vários países da União Europeia já estão vivendo os efeitos negativos dessa
tendência, onde estão encolhendo em termo de população, pois a taxa de
fecundidade das mulheres vem se mantendo abaixo de dois filhos. Assim, podemos
concluir que os casais não estão se repondo na face da Terra.
Essa situação vai ficar complicada, pois se os mais velhos são incentivados a
parar de contribuir de forma produtiva ainda cedo em virtude da aposentadoria, se
falta indivíduos jovens para substituir os aposentados nas atividades onde se exige
vigor físico, surge uma situação insustentável no que tange a produção de riqueza
de uma nação, na forma de serviços e produtos.
Já com relação ao sistema previdenciário, essa conta não vai fechar, pois com
o aumento dos aposentados e a diminuição dos indivíduos em fase produtiva, este
último vai carregar o ônus de sustentar em dobro com a contribuição previdenciária
para aqueles que se retiram da vida produtiva.
17
Será inevitável rever o ciclo de vida produtiva dos indivíduos, se quisermos
amenizar os problemas econômicos das nações.
Segundo o Censo 2000 realizado pelo IBGE, 14,5 milhões de pessoas no
Brasil (8,6% da população total) são idosas. Estima-se que em 2030 essa a
população atinge 30,9 milhões de pessoas (13% do total) e a estimativa de vida
para 78,4 anos.
Quadro 03: Evolução da expectativa de vida.
Fonte: Censo IBGE, 2000
Já mencionei em linhas anteriores que se estamos vivendo mais e em função de
transformações ocorridas ao longo do século XX, como: melhoria das condições de
saúde, educação, saneamento, progresso da medicina, ciência e tecnologia. Isso
resultou em bônus para a humanidade em termos de longevidade. Outros pontos
dessa transformação estão na inversão da pirâmide etária, como já explicamos
anteriormente: o aumento da expectativa de vida e os idosos, mesmo já
aposentados, que ainda continuam no mercado de trabalho, não mais com a força
física, mas sim com a sua experiência de vida produtiva e inteligência.
Em 09/06/2014, no Jornal do Commercio (página B-8) foi publicado um artigo de
Max Milliano Melo, com o título “Quanto vale a experiência”? Nele se discute que
67% dos brasileiros pretendem continuar trabalhando após a aposentadoria. Que
dos 22,3 milhões de pessoas, 3,7% retornaram ao mercado de trabalho, após a
aposentadoria. Nesse artigo se ilustra, por exemplo, que a empresária de 81 anos,
Maria Helena Magarinos Torres, está à frente do laboratório Richet, uma das
instituições mais tradicionais do Rio de Janeiro, enfrentando o desafio do mercado
18
de modernizar o seu negócio familiar. O primeiro passo foi contar com pessoas da
sua confiança, os filhos, para se manter atualizada no mercado. Outro exemplo
relatado nesse artigo é o sr. Fábio Arnaud que, aos 80 anos, comanda o grupo
Inquisa, empresa do ramo de fabricação de produtos de limpeza. Ele depõe que
sempre está aprendendo no dia a dia e corrigindo as falhas, suas e da empresa.
Com certeza a experiência e o amadurecimento é que trazem novas perspectivas
para o futuro.
2.4. O idoso e a Previdência
A previdência social, se constitui em um programa de pagamentos em dinheiro
e/ou serviços prestados ao indivíduo e seus dependentes, geralmente condicionado
a um vínculo contributivo ao sistema, como compensação parcial ou total da perda
de capacidade laborativa. Nos sistemas previdenciários atuais, o idoso é uma
dessas situações em que se presume a perda. Obviamente é um acordo social a
definição da idade a partir da qual essa perda é presumida, pois tal idade não
existe, biologicamente. O estado de higidez varia enormemente entre culturas,
classes sociais e ocupações, através do tempo, e também entre indivíduos. Assim, o
idoso, além de status biológico e parte do ciclo de vida, é um constructo social. As
culturas, em geral, definem seus grupos etários como os admitidos nas culturas
ocidentais, quase sempre consistentes nas suas diversas funções. As mulheres, por
exemplo, têm, em diversas culturas, idades mínimas de aposentadoria por idade
inferiores às requeridas ao homem, ainda que tenham menor mortalidade.
Podemos entender essa diferenciação como produto de uma sociedade
dominada por homens, em que o “sexo frágil” merece condições mais amenas. A
alegação do custo de oportunidade com as funções reprodutivas e de
responsabilidades familiares raramente é utilizada. É bem recente, considerando um
corte através de todos os estratos sociais.
Em outros povos, o conceito de aposentadoria indica todas uma saída da força
de trabalho. Em outros países o recebimento do benefício é condicionado
legalmente à saída efetiva do mercado de trabalho, ou o seu valor é reduzido, caso
o beneficiário volte ou continue a trabalhar, para desestimular tal comportamento.
19
Culturalmente, o brasileiro não entende a aposentadoria como a cessação da
atividade laboral.
A questão fundamental é como ajustar os sistemas previdenciários em meio a
transformações no ambiente econômico, político e social e nas variáveis
demográficas, em sociedades com sérios problemas de desigualdade de renda,
grande contingente de pessoas fora do mercado formal, baixa escolaridade e
governos com sérios problemas orçamentários. As políticas previdenciárias não
podem ser consideradas em separado já que fazem parte de um cenário mais
amplo que envolve questões de elevação das taxas de crescimento, controlar a
inflação e as taxas de juros, controlar as dívidas dos setores público e privado,
aumentar o nível de escolaridade da população, incrementar taxas de emprego,
melhorar a distribuição de renda, ampliar o setor formal da economia etc. A busca
do equilíbrio é um processo contínuo de ajuste, e as mudanças devem sempre ser
definidas.
O rápido envelhecimento da população brasileira, a expectativa de vida
aumentada, a redução da mortalidade infantil e da natalidade, colocam em risco o
futuro do sistema previdenciário, que é solidário e participativo, ou seja, os
segurados ativos sustentam os inativos. Diante deste quadro, importante refletir: O
número de trabalhadores ativos será suficiente para financiar as aposentadorias dos
idosos no futuro?
A previdência social precisa encontrar um mecanismo para aumentar o número
de contribuições previdenciárias, seja aumentando a idade para a concessão da
aposentadoria, seja concedendo um plus para o segurado aposentado que retornar
ao mercado de trabalho, pois, hoje, este, ao retornar, volta a contribuir para a
previdência social tendo em vista o nosso sistema solidário e contributivo, mas ele
mesmo não se beneficiará desta nova contribuição previdenciária, salvo eventual
desaposentação.
Um país de idosos, logo, de mais aposentados, requer uma mudança de
pensamento e comportamento da sociedade.
Não podemos esquecer que a população envelhece porque melhora a qualidade
de vida, o que influencia na longevidade. Este aumento na expectativa de vida
demonstra claramente que estamos no caminho certo, diminuindo a taxa de
20
mortalidade e dando melhores condições de vida para os idosos, mas em
contrapartida, este envelhecimento impacta profundamente a previdência social.
Devemos repensar o modelo previdenciário brasileiro e ajustá-lo a realidade que
já começamos a viver. Os empresários também deverão procurar soluções porque
se a pirâmide está se invertendo de forma a constar em sua base os idosos,
deverão considerar a ideia de mantê-los em seus quadros, o que hoje, normalmente
não acontece, pois acabam se aposentando ao completar a tão esperada idade.
As empresas já não estão preparadas para lidar com empregados idosos. Se
nada for feito, os idosos também não estarão preparados para continuar a fazer o
trabalho que já desempenham, por diversas razões, inclusive, por limitação física.
Se o nosso sistema previdenciário já enfrenta sérios problemas, como faremos
então em 2030, quando, espera-se, a população já será muito mais idosa? A busca
por soluções ou respostas deverá ser o foco de toda a sociedade, pois as mudanças
são anunciadas e se não começarmos a agir agora não haverá um prazo razoável
de transição para que a sociedade encontre o seu rumo diante desta futura nova
realidade.
Não podemos aqui deixar de registrar um descontentamento pela sua
apresentação, tendo em vista o cenário contrário ao esperado e qualitativo debate a
respeito, pois assim como ocorreu com o julgamento da “desaposentação” pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro último, sabido e consabido que o teor
econômico irá conduzir os trabalhos como se fosse o único elemento estrutural da
Previdência Social.
Lado outro, vale destacar que também elegemos no texto constitucional a
gestão “quadripartite”, previsto no artigo 194 da Constituição Federal como um
importante princípio previdenciário em que obrigatoriamente, a classe trabalhadora,
as empresas, os aposentados e o Estado devem participar ativamente da gestão
previdenciária.
Sobre a reforma da Previdência não poderão deixar de considerar. Preconceitos,
um problema cultural crônico, e uma recessão que há dois anos desoxigena o
mercado de trabalho, um condicionador pontual, se juntam para, antes mesmo da
reforma, formar na realidade atual um quadro dramático para os trabalhadores mais
idosos.
21
CAPÍTULO III A REINVENÇÃO DA VELHICE
3.1. Os benefícios da expressão: “Os 60 são os novos 40”
Passando um pouco pela nossa história, o Homo Sapiens quando alcançava 15
anos, era considerado um ancião, em virtude das dificuldades e perigos da vida
desses tempos remotos e da precariedade dos meios de sobrevivência. Acima
dessa idade, as chances de morrer eram altas e por isso os consideravam velhos.
Com o surgimento do fogo para fins de alimentação e fabricação de armas e
utensílios para conservar líquidos e alimentos, a longevidade aumentou para 20
anos.
Nos tempos de Jesus Nazaré, a expectativa de vida era de 28 anos, ou seja,
houve um acréscimo de oito anos em 20 mil anos. E assim fomos acrescentando
mais anos a nossa longevidade, onde o grande avanço se deu mesmo foi no século
XX.
Explicando um pouco esse avanço na longevidade, houve uma explosão
demográfica no século XX em função de se produzir mais alimentos, melhorias de
moradia, fornecimento de água e saneamento, melhorias dos padrões de higiene e
avanços no desenvolvimento científico e da medicina.
Houve também um aumento na produção de bens e serviços, o que contribuiu
também para o aumento da população demográfica. Assim, no século XX tivemos
aproximadamente 30 anos de aumento na expectativa de vida.
Com todas essas mudanças, teve que se redefinir os estágios da vida humana
entre o nascimento e a morte, onde anteriormente, o ciclo de vida regular era o
nascimento, infância, juventude, vida adulta, velhice e morte. Normalmente o maior
intervalo de tempo é a vida adulta. A infância e a velhice, teoricamente requer o
cuidado e amparo de adultos, onde se considerava “incapaz” a sobrevivência
individual desses dois grupos.
No início do século XX, tínhamos a expectativa na média de 60 anos e agora no
século XXI, aumentou-se essa expectativa para 80 anos, ou seja, tivemos um bônus
de mais de duas décadas de vida ativa e produtiva, e não de ócio de aposentadoria,
22
esperando a morte chegar. Estudos atuariais mostram que nos EUA nos anos 50, as
pessoas tendiam a morreu em apenas oito anos depois de se aposentarem.
O ativista francês pelos direitos humanos, Victor Hugo, que viveu intensamente
até a sua morte aos 83 anos, já antecipava o seu conceito de velhice:
“Quarenta anos é a velhice da juventude, mas 50 anos é a juventude da velhice”.
David Bowie, quem já há anos atrás mencionava que “Os 60 são os novos 40”,
mudou uma cultura onde no século XX a educação era somente para jovens, e para
os aposentados restava somente aguardar a morte (Neves, 2013).
No artigo do caderno de beleza ELA do jornal O Globo de 05/10/2014, temos
como título “Os 60 são os novos 40: geração de homens mostra que sabe levar bem
a vida sem clichês da idade”. O texto menciona que Bruce Springsteen, Liam
Neeson, Richard Gere, Bruce Wills, Rick Springfield e David Bowie mostram que os
60 são os novos 40. Por aqui temos Evandro Mesquita, Edgar Duvivier, Ritchie, Dadi
e José Mayer entre outros, fazem parte desse time. Exemplos sexagenários que
mostram que a vida a essa altura pode incluir bem mais. Segundo a antropóloga
Mirian Goldenberg, não dá mais para classificar as pessoas dessa idade. Há uma
geração que está mostrando algo que não conhecíamos sobre envelhecer.
O artigo finaliza relatando que há uma turma de artistas da casa dos 70 que
ainda encanta o público como Mick Jagger, Ney Matogrosso, Harrison Ford, Paul
MacCartney e outros.
No século XX, aos 40 anos as mulheres se tornavam vovós, pois elas já eram
mamães aos 20 anos, e os homens aos 40 anos já eram maduros, começando a
envelhecer. Como a expectativa de vida era de 60 anos, o projeto era de estudo
seguido de emprego, com ausência de lazer. Já para o século XXI, com expectativa
beirando os 80 anos, além do estudo e emprego, no bônus de 20 anos, há projetos
com vínculos trabalhistas diversificados e mais a aposentadoria básica, seguida de
lazer.
Neves (2013) relata que Peter Drucker, um homem ativo até a sua morte aos 96
anos, relatou nos anos 90 que no século XXI teríamos dois grupos de força de
trabalho: a dos indivíduos de menos de 50 anos e a dos indivíduos de mais de 50
anos, com necessidades e comportamentos distintos. O grupo mais jovem tem a
necessidade de uma renda estável, de um trabalho permanente, com a missão de
sustentar família com filhos. O grupo mais velho, em que Drucker já identificado em
23
crescimento, deverá ter muito mais opções e irá combinar trabalhos tradicionais, não
convencionais, e lazer nas proporções que mais se adaptarem ao seu perfil e
disponibilidade.
O grupo de pessoas que hoje tem mais de 40 e 70 anos, estão tendo que lidar
com pressões e incertezas, em virtude de transformações civilizatórias. Para essa
grande transformação, há três estratégias que teremos que escolher, queiramos ou
não:
1) Alienação da realidade, onde negamos a mudança por desconfiar que elas
terão um impacto radical na vida e com isso deixamos de lado qualquer iniciativa de
criar uma agenda para enfrentar essas mudanças. Aqui temos o avestruz como
semelhança, onde esse enterra a cabeça na terra quando se sente ameaçado.
2) Acomodação passiva, onde acreditamos que não podemos fazer muito em
termos de iniciativas dinâmicas. Que frente às mudanças, só nos resta a um
comportamento reativo. Essa estratégia é típica de quem só muda quando está à
beira do abismo, pois pensa sempre que mudar é um processo desconfortável. Isso
nos lembra o voo da galinha que é curto e desorientado.
3) Enfretamento proativo, onde o indivíduo que sente confiança em sua
capacidade de reinvenção escolhe e se comporta de maneira proativa e não reage
as mudanças. Aqui nos assemelhamos muito à águia, onde essas não se criam em
cativeiros (Neves, 2013).
3.2. A relação da sociedade do conhecimento com a Terceira Idade
Vem aumentando significativamente o número de negócios criados e
administrados por pessoas com mais de 60 anos, o grupo da Terceira Idade. Cada
vez mais as empresas facilitam as situações para seus funcionários que chegam a
essa etapa da vida, ofertando cursos, treinamentos, para aprimorar a sua expertise,
seja nas funções de consultoria ou na assistência diferenciada, cuja carência é
razoavelmente grande.
24
Esse idoso tem vontade de empreender, capacidade de criar e executar, com
talento e inovação, processos e produtos de alto significado econômico e social.
Com a redução da taxa de natalidade quanto da mortalidade, estima-se que em
2050 o número de pessoas na Terceira Idade corresponda a 37% da população
brasileira. Dessa forma, a mudança da cultura organizacional nos mais variados
setores e portes, é inevitável.
Com o envelhecimento saudável, os idosos ficam mais tempo nas empresas ou
voltam trabalhando junto com as novas gerações, criando assim um mix.
A sacada do século é envelhecer bem e marcar a passagem pelo mundo de
forma digna e realizadora, se preocupando com a ecologia, para sermos melhores
cidadãos, pais e avós.
Inovação é a palavra de ordem para o público da Terceira Idade. Peter Drucker
(apud NEVES, 2013) disse que “inovar é a aplicação do conhecimento para produzir
novo conhecimento”, e assim, gerar riquezas. Sabemos que essa riqueza sempre foi
gerada de acordo com a divisão tradicional da economia em setores primário,
secundário e terciário. Avançando em direção ao futuro para o aumento da riqueza,
surgiram mais dois setores, onde estão dominantes na Economia da Sociedade do
Conhecimento: setor quaternário e o setor quinário.
O setor quaternário são todos aqueles serviços de agregação de valor a dados
estocados em bases computadorizados, sejam eles diretos e indiretos, podem ser
entendidos como o novo setor importante da Economia do Conhecimento, sendo
uma grande escola.
25
Quadro 04: Os novos atores do novo segmento de produção de riquezas.
SETOR QUATERNÁRIO: AS FÁBRICAS DE BITS E BYTES
As usinas e fábricas da Sociedade do Conhecimento, onde a matéria-prima são bits e bytes.
Alguns exemplos:
> Data Center
> Call Center
> Provedores da "Nuvem da Computação"
> Fornecedores de TI
> Telecomunicações
> Usuários pesados de informáticas como serviços financeiros (bancos, seguros, etc.)
Fonte: Neves, Ricardo (2013), “Aposentadoria é Para os Fracos”.
Os trabalhadores desse setor buscam, de forma ativa, alocarem-se a si mesmos
em organizações nas quais possam, simultaneamente, receber seu pagamento e ter
acesso a melhores perspectivas de ascensão. A rede de relacionamento social entre
pares é comum e eficaz, funcionando de forma similar às redes sociais na internet.
Olhando para o prisma do grupo estudado, como exemplo do setor quaternário,
dentre vários, a atividade de callcenter atualmente prioriza grupo de pessoas com
idade acima de 40 anos, pois em função da maturidade, se faz o cumprimento de
horários, respeitam as pausas estabelecidas e aumentam a produtividade.
O setor quinário deverá representar o motor essencial de criatividade e inovação
da economia. Os trabalhadores desse setor são mais qualificados para criar
inovações do que os trabalhadores do setor quaternário. Especializações
subsetoriais típicas do quinário já podem ser identificados em atividades como:
entretenimento, produção editorial, games, produção culturais, e de shows, artes
musicais, escolaridade corporativa (escola de negócio) e outros.
26
Quadro 05: Os segmentos da reconstrução digital da economia do século XX.
SETOR QUINÁRIO
Alto valor agregado em termos de: Exemplos de atividades do setor:
> Empresas de internet
> Conhecimento > Moda
> Desing
> Criatividade > Robótica
> Biotecnologia
> Inovação > Ciências da vida
> Engenharia genética
> nanotecnologia
> Ciências e tecnologias ambientais
> Universidades de alto nível
> Serviços de saúde high tech
> Consultorias de alto nível
> Indústria do entretenimento
> Produção cultural
> Produção de conteúdo editorial
> Artes plásticas
> Artes musicais
> Artes cênicas
Patentes, propriedade intelectual, > Eventos
copyright, marcas, soluções proprietárias ... > Feiras e exibições
> Esportes
> Ongs de classe mundial (greenpeace, etc.)
Fonte: Neves, Ricardo (2013), “Aposentadoria é Para os Fracos”.
Notem que no setor quinário a quantidade das atividades relacionadas à adesão
do grupo estudado é maior do que no setor quaternário. É o reflexo do aumento da
expectativa de vida, onde o grupo estudado já não mais estimula a força física e sim
prioriza a intelectualidade e a experiência dos anos anteriores.
Atualmente encontramos idosos independentes social e afetivamente, tendo
metas de vida a serem concretizadas, dando sentido a sua existência. Isso é o
27
resultado do conhecimento adquirido e das trocas entres gerações adquiridas ao
longo dos anos.
A aprendizagem na Terceira Idade é variada, sendo essencial ser no que mais
gosta. Ela é centrada na resolução de problemas, projetos específicos, de
superação de desafios impostos pelo próprio indivíduo.
Mais cedo ou tarde, até mesmo as lideranças dos setores antigos, acabarão
entendendo que a onda que leva ao futuro é a Economia do Conhecimento. Quem
investir na preparação de trabalhadores para o setor quaternário e quinário é quem
dará as cartas na Sociedade Digital Global. Isso inclui os trabalhadores chamados
de “cabelos brancos” (Neves, 2013).
3.3. Mudança de hábito
Segundo Neves, 2013 se quisermos aproveitar o bônus da longevidade com que
estamos sendo agraciado em função do aumento da expectativa de vida, teremos
que desenhar uma nova estratégia. Aqueles que hoje já passaram dos 40, devem
ter senso de urgência e evita a preguiça.
Em 2020, a Economia do Conhecimento estará muito mais madura do que hoje,
e com isso não bastará ter somente a formação atual. O grupo dos 40 terá que se
reinventar.
O senso comum nos acostumou a ter uma perspectiva negativa da entrada na
fase dos cabelos brancos. A sociedade do século XX estipulou que a ideologia do
envelhecimento como doença e a aposentadoria como indulgência caridosa. Não se
deve sentar e aguardar que a sociedade, empresas, governos promovam reformai
sociais, econômicas, culturais e de valores para aproveita o bônus de forma ativa e
produtiva.
Deve-se dar o primeiro passo por opção individual, para não se cair no ócio,
inventando uma nova forma de viver, como pessoas que sabem envelhecer, vivendo
mais tempo e mais venturosamente (Neves, 2013).
O idoso deve ser considerado como protagonista importante, para contribuir
socialmente com as suas experiências de vida. Segundo Mendes (2004), manter a
autonomia e a independência durante o processo de envelhecimento, é uma meta
28
fundamental o sujeito idoso não deve ser tratado como objeto e sim como sujeito,
histórico e crítico. No entanto, quando o sujeito atinge o processo de
envelhecimento, os jovens excluem os mais velhos e os caracterizam como seres
improdutivos.
Em outras palavras, o idoso vem sendo excluído gradativamente da vida social.
Rótulos como improdutividade, inatividade e inutilidade, são frequentemente
associados à velhice. Ou seja, a individualidade, de cada idoso, não é
compreendida como realmente deveria ser, acarretando preconceitos e
descriminação, pelo fato de ser idoso e estar no processo de envelhecimento.
Assim, o processo de envelhecimento pode ser comprometido pela manutenção de
estereótipos negativos, de preconceito e descriminação pode representar um fator
de violência psicológica contra os idosos. Isto é, quando o sujeito idoso sofre
preconceito, isso pode acarretar complicações psicológicas, também degradando o
lado biológico e sua expectativa de vida.
Dessa forma, o idoso precisa de apoio dos seus familiares e da sociedade para
enfrentar essa etapa da vida, ou seja, a velhice necessita de maior atenção, pois
ainda sofre preconceitos e rejeição por parte da sociedade e desvalorização no
mercado de trabalho. O preconceito e descriminação sofridos pelos idosos, conclui-
se que a sociedade não pode desprezar o idoso, achando que o mesmo não é
capaz de realizar determinadas funções na sua vida social. Entre essas funções, no
mercado de trabalho, ter uma vida ativa é uma ferramenta essencial para contribuir
positivamente ao processo de envelhecimento. O trabalho é fundamental para o
desenvolvimento pessoal e reconhecimento social, tendo o aposentado dificuldades
de desvincular do mesmo.
O trabalho representa o papel de regulador da organização da vida humana.
Para o homem, o trabalho representa a própria vida, ainda mais em uma sociedade
capitalista em que o homem sem trabalho é considerado improdutivo sendo excluído
socialmente ao trabalho e a aposentadoria podem contribuir para se viver melhor o
processo de envelhecimento e de aposentadoria, pois a longevidade é possível para
um número cada vez maior de pessoas. O trabalho é muito importante para o
homem e vai além das necessidades financeiras, porque o indivíduo que trabalha
desenvolve as necessidades humanas. Por meio do seu trabalho, o homem pode
promover interações sociais e o desenvolvimento pessoal. Então, proibir ou rejeitar
29
o sujeito idoso no mercado de trabalho é, também, excluí-lo da sociedade em que
ele vive, pois, o trabalho é o fator determinante para que uma pessoa pertença à
população ativa ou passiva.
Podemos observar que, segundo os autores citados, o trabalho traz autonomia,
independência, possibilidade de convívio social, aumento da renda, sendo estes os
principais argumentos para que permaneçam ativos após a meia idade. Outro ponto
importante é que o idoso, ao trabalhar, mantém sua mente ativa e, assim, sua saúde
física e emocional permanece em ótimo estado.
Aposentar-se não significa parar de trabalhar. Dos idosos de 60 anos ou mais
que ainda permanecem no mercado de trabalho, 51,6% dos homens e 44,4% das
mulheres são aposentados. Um avanço considerável sobre os números de 1983,
quando foi instituída a Política Nacional do Idoso. Naquele ano, as proporções eram
de 39,7% para os homens e 17,5% para as mulheres, o que atesta a maciça
entrada feminina no mercado de trabalho nos últimos 33 anos, além do
envelhecimento da população e do aumento da formalização. A avaliação de 32
pesquisadores sobre os impactos da política que deu origem ao Estatuto do Idoso é
exposta no livro “Política Nacional do Idoso, velhas e novas questões”, editado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e lançado na última sexta-feira.
Isso mostra que boa parte dos aposentados continua trabalhando e que pode ser
adotada a idade mínima. Em média, os homens ficam mais quatro anos trabalhando
após a aposentadoria. O problema é ver em que condições. Não se pode dar uma
canetada e virar a página. É preciso pensar em políticas conjuntas, ver o papel das
empresas para vencer o preconceito contra o idoso, melhorar a mobilidade urbana.
Se um jovem já sofre de ficar mais de duas horas no transporte, imagina o idoso.
Tem que se pensar em políticas de saúde, para diminuir o absenteísmo, e
educacionais, para superar o atraso tecnológico. A cobertura maior da Previdência
Social depois da Constituição Federal de 1988 — que instituiu a aposentadoria rural
e o Benefício de Prestação Continuada para os idosos e deficientes pobres, ambos
sem necessidade de contribuição — também explica essa participação maior dos
aposentados no mercado de trabalho.
Até pouco tempo atrás, trabalhar depois da aposentadoria era uma jabuticaba
brasileira. Em poucos países é permitido se aposentar ainda trabalhando, mas, com
a crise na Europa, isso passou a acontecer em alguns países, onde os aposentados
30
foram obrigados a voltar ao mercado. O problema é que, no mundo inteiro, os
trabalhadores estão sendo expulsos cada vez mais cedo.
A idade mínima para aposentadoria tem subido em países desenvolvidos para
62, 63 anos, mas não resolveu o problema do financiamento do sistema
previdenciário. No Brasil, estuda-se estabelecer 65 anos como idade mínima, que
não é exigida na hora de requerer o benefício.
O mercado não absorve os trabalhadores em quantidade suficiente depois dos
45 anos. Antes, o mercado expulsava aos 55, depois baixou para 50, e agora é com
45 anos. As reformas de Previdência estão sendo debatidas descoladas das
metamorfoses que houve no mercado de trabalho.
Para o estudioso, o trabalhador fica mais vulnerável na segunda metade da
carreira. Quando acontece depois do 40 anos, a demissão leva à informalidade, o
que o impede de atender às condições para se aposentar. Na força de trabalho
idosa masculina, 43% são conta própria, e 14,3% são não remunerados. Quase
60% estão em atividades sem proteção social. Entre as mulheres, 23,6% são não
remuneradas.
3.4. Idoso: Um tema sensível
Dois aspectos da reforma da Previdência são inevitáveis. O primeiro, as
mudanças em si, necessárias num sistema virtualmente quebrado, desconectado de
uma realidade que, a se manter com as atuais regras que financiam um desastre
contábil, o conduzirá para irremediável debacle. O segundo, que decorre do
primeiro, é a imperiosidade de aumentar a idade mínima para a aposentadoria.
Fala-se na fixação dos 65 anos de idade como o patamar a partir do qual o
trabalhador poderá se aposentar. Independentemente de qual seja, é certo que a
fixação do limite de idade para o pagamento de benefícios impactará diretamente no
mercado de trabalho. Em especial, na faixa de trabalhadores acima dos 60 anos.
31
Esse é um tema sensível, que as discussões, indica que o desemprego entre
pessoas com mais de 60 anos saltou 132% entre o último trimestre de 2014 e o
segundo trimestre deste ano. Em si, um indicador de um penoso problema social; e
ainda mais doloroso se comparado a outro índice — enquanto entre os jovens, que
têm a maior taxa de desemprego, o percentual de desocupados se estabilizou na
casa dos 26%, entre os idosos houve um incremento de 44% do primeiro ao
segundo trimestre de 2016. Se o país tem a missão irrecorrível de fazer a reforma
da Previdência, também lhe cabe pensar alternativas no mercado de trabalho para
esse estrato social, em relação ao impacto das mudanças que dela advirão.
De acordo com a Pnad/IBGE relativa ao trimestre encerrado em julho deste ano,
o número de trabalhadores com mais de 60 anos chega, no Brasil, a 6,48 milhões,
de uma população ocupada total de 90,7 milhões. É um grupo expressivo, já às
voltas com demandas decorrentes das atuais condições do mercado. Segundo o
IBGE, mais da metade dos idosos ocupados trabalha por conta própria (46%) ou
como empregador (8,8%). Vagas com carteira assinada estão disponíveis apenas
para uma faixa de 15,7%. Trata-se de um segmento que só aumentará
É um perfil preocupante, ainda mais porque o mercado não incentiva a inserção
de idosos, por motivos que vão do preconceito a salários mais valorizados pela
experiência do trabalhador. Um problema inquietante, que não pode deixar de ser
considerado: com o alargamento da idade para a aposentadoria, aumentará o
número de trabalhadores com mais de 60 anos, ou de pessoas nessa faixa à
procura de emprego. É preciso ter sensibilidade para enfrentar logo essa questão.
3.5. A Pesquisa
Para a confecção desse trabalho, incialmente, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica em livros, artigos, reportagens e fontes oficiais.
Com o objetivo de mostrar em números como é o perfil das pessoas que
possuem 50 anos ou mais, aposentadas, mas que ainda estejam trabalhando,
realizei também um questionário de nove perguntas no site Survey Monkey, onde as
pessoas digitavam entravam o endereço https://pt.surveymonkey.com/s/5PM5YXC e
respondiam.
32
Na análise apurada dos resultados obtidos, para o gênero sexo, 62% dos
respondentes são do sexo masculino, pois no aumento da expectativa de vida, a
maior sobrevida se concentra nas mulheres, onde estas permanecem mais tempo
na ativa e, a maior parcela delas se aposentam por idade e não por tempo de
contribuição, o que não acontece com os homens.
No item faixa etária, o maior volume está focado entre 50 e 69 anos, e
conforme mencionado em tópicos anteriores, é a partir dessa faixa etária que se
inicia o processo de envelhecimento físico, mas não o envelhecimento mental. Os
indivíduos dessa faixa etária realmente estão ainda com energia para continuar a
exercer uma atividade laboral e não ficar na inércia.
Peter Druker, nos anos 90, mencionou que no século XXI existiriam duas
forças de trabalhos distintas: a dos indivíduos com menos de 50 e a outra com mais.
O grupo da referida pesquisa se enquadra no grupo de mais de 50 anos,
combinando os trabalhos convencionais com os não convencionais, exercendo o
trabalho em meio período, a fim de que se possa retornar aos estudos e aproveitar
bem o lazer em família. Assim, com o bônus de aproximadamente de 20 anos,
devemos aproveitar esse benefício, com saúde claro, para colocar em prática
projetos das mais diferentes naturezas como: trabalhistas, educacionais e lazer.
Dessa forma podemos afirmar que “os 60 são os novos 40”!
No resultado da escolaridade, para o ensino fundamental e médio, tivemos
38,10% para cada um, onde reforça que hoje o grupo da Terceira Idade, na sua fase
adulta, se preocupava mais no sustento com família do que em sua formação, mas
que atualmente, esse grupo da pesquisa já está mudando a mentalidade e já os
vemos sentados em sala de aula.
Um dado extremamente importante e que reforça o que já exposto nesse
trabalho de conclusão de curso, é que 57% dos respondentes trabalham por
necessidade de renda adicional em consequência de uma política previdenciária
caótica, onde só vem fazendo com que o aposentado, cada vez mais, receba bem
menos do que recebia quando estava na ativa.
Outra informação que só reforça o que já foi apresentado até aqui, é que dos
57% dos respondentes que trabalham por complementação de renda, 38%
possuíam atividades diversas como educação, bancário, funcionalismo público e
saúde, atualmente após se aposentarem, estão exercendo atividades em áreas
33
administrativas, em virtude de nessa faixa etária não mais deter a força física, mas
sim a capacidade intelectual somada as experiências profissionais adquiridas ao
longo dos anos. Isso é a “reinvenção da velhice”, onde em séculos passados, ao
atingir a idade acima de 50 anos, o indivíduo se aposentava e, sem a devida renda
necessária para o lazer, ficava no ócio e esperava a morte chegar. Hoje, esse
indivíduo, aproveitando o bônus de aproximadamente 20 anos, está entrando na
Sociedade do Conhecimento, procurando ocupações nos setores quaternários e
quinários da nossa economia. Como exemplo, no setor quaternário temos a
atividade de callcenter, e no setor quinário, as artes, esportes, feiras culturais etc.
34
CONCLUSÃO
Em toda a pesquisa realizada para a elaboração desse trabalho de conclusão
de curso, todos escreveram que o grupo da Terceira Idade está cada vez mais
produtivo e inserido no contexto social, em função do aumento da expectativa de
vida. Mas ainda há muito preconceito para com esse grupo, onde a própria
sociedade desdém dos nossos idosos em todos os setores sociais.
Podemos constatar que tivemos evoluções nas conquistas de passagem
gratuitas de transporte público, academia popular nas praças públicas, remédios
de uso contínuo cedido pelo governo e direito a vaga gratuita para viajar em
ônibus de turismo.
No que tange a saúde, os idosos estão se alimentando melhor, contribuindo
para o aumento da expectativa de vida. Em contrapartida, existem os problemas
do nosso sistema de saúde, que cada vez mais está caótico.
O que ainda é bem visível para o grupo estudado é o desprezo que as
empresas exercem, descartando a todo custo os funcionários que alcançam a
faixa dos idosos, sem sequer perguntar se ele quer parar de trabalhar ou não.
Normalmente, o idoso não quer encerrar as atividades pelo motivo de
financeiramente não poder contar somente com o que a Previdência fornece
como aposentadoria. Esse é um momento crucial da sua vida, quando ele passa
a receber somente um terço do recebido na ativa, mas o motivo mais forte da
não parada é a disposição que este idoso apresenta para a continuidade das
atividades e do seu convívio social, pois isso é primordial para que não se tenha
sentimentos ruins de depressão e desvalorização.
A experiência que os anos lhe acumularam, fazem do idoso um poço de
sabedoria e virtude, mesmo nas adversidades.
Está mais do que provado que o trabalho assume várias funções sociais na
vida do idoso, envolvendo a construção da identidade no lugar que ele ocupa, na
produtividade, na fonte de renda e no relacionamento interpessoal. Esse mesmo
idoso, hoje é mais atuante em todos os setores como na educação, no lazer, no
profissionalismo, e também na parte sentimental.
35
Para os dirigentes governamentais do nosso país fica o binômio do idoso
trabalho x aposentadoria. O idoso aposentado, por ganhar tão pouco em função
das normas previdenciária, mesmo que não queira, precisa continuar a trabalhar
para poder se sustentar. Realmente a política previdenciária, com a redução do
benefício, também influenciou a participação do idoso no mercado de trabalho.
A classe empresarial tem que urgentemente mudar o olhar para essa faixa
etária para obter ganho de experiência, com retorno financeiro garantido.
A velhice é uma fase da vida que biologicamente não tem uma definição
precisa e mostra que muitas vezes envelhecimento aparece como algo associado à
doença e à morte.
Por causa desta visão que passa uma imagem depreciativa da velhice é que
hoje os discursos sobre o envelhecimento tentam dissociar velhice desta imagem,
envelhecimento é sobretudo um compromisso com envelhecimento saudável. Com
a mudança do contexto, as visões que se tem da velhice, tanto depreciativa que de
certa forma persiste, como os discursos sobre velhice que procuram inserir o idoso
na sociedade, um deles o mercado consumidor próprio para esta fase da vida.
uma nova idade, inteiramente original, que vem se somar à infância, à
adolescência e à idade adulta na composição do curso da vida. Ainda, vimos que o
aspecto geracional da experiência da terceira idade parece lhe conferir
características particulares e bastante específicas. A terceira idade deve ser
entendida mais como a vivência específica desses sujeitos, do que como uma
experiência cultural e inovadora de amplo alcance, reduzindo a probabilidade de
sua extensão para Outra linha de análise prefere conceder maior autonomia à
terceira idade, entendendo-a como outras gerações. Essa análise faz compreensão
do estatuto da terceira idade e podem nos ajudar a refletir sobre as condições que
vêm marcando a experiência de envelhecer na contemporaneidade, bem como
sobre as injunções a que os sujeitos inseridos nesse processo vêm se submetendo.
No entanto, somente desenvolvimentos posteriores poderão confirmar a
exclusividade ou a parcialidade do caráter geracional da terceira idade. Neste
sentido, parece cedo para delimitar de forma definitiva a terceira idade como nova
identidade etária e a sua relação com a identidade da velhice. Por outro lado, não é
possível desconhecer a sua relevância tanto como experiência coletiva quanto
como possibilidade de inovação no campo individual. Adotando o termo ou
36
posicionando-se de forma crítica em relação a ele, relatando as fases da
maturidade ou lamentando as limitações corporais, o fato é que se tornou
praticamente impossível envelhecer na contemporaneidade sem considerar a noção
de terceira idade. A essa nova maneira de envelhecer devemos conceder atenção,
proporcionando lhe maior visibilidade e fomentando o debate não só nos meios
acadêmicos, mas sensibilizando também outros setores da sociedade. Deste modo,
parece-nos possível estimular o que puder contribuir para o aumento da satisfação
dos sujeitos e refletir com cuidado acerca daquilo que pode significar, em última
instância.
Temos também que o idoso configura-se hoje como ator social produzindo
também discursos sobre o envelhecimento.
Nós enquanto sociedade precisamos dar o nosso melhor de respeito e carinho
para com os idosos. A convivência entre as faixas etárias no ambiente de trabalho é
muito saudável.
Assim, fechando a pesquisa, reforço que devemos compreender que o
envelhecimento não pode e nem deve ser entendido como sinônimo de
improdutividade e dependência.
“Descubra o que o idoso têm de melhor a oferecer”.
37
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38
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