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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NA GESTÃO DAS FINANÇAS PÚBLICAS: UM INSTRUMENTO DE CONTROLE
DOS GASTOS E A IMPLICAÇÃO DOS GESTORES
Maria Lúcia Oliveira
ORIENTADOR: Prof.: Nelson Magalhães
Niterói 2017
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA Gestão Pública. Por: Maria Lúcia Oliveira
A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NA GESTÃO DAS FINANÇAS PÚBLICAS: UM INSTRUMENTO DE CONTROLE
DOS GASTOS E A IMPLICAÇÃO DOS GESTORES
Niterói 2017
3
AGRADECIMENTOS
A Deus.
4
DEDICATÓRIA
A Júlia, minha filha e inspiração para seguir em
frente.
5
RESUMO
O presente trabalho aborda a Lei de Responsabilidade Fiscal na
gestão das financias públicas como um instrumento de controle dos gastos
públicos e implicação dos gestores.
Inicialmente, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre o surgimento
da LRF, a inspiração de experiências internacionais que somaram a elaboração
da Lei e seus pilares, quais sejam: Planejamento, Transparência, Controle e
Responsabilidade. Após, realizou-se análise dos crimes de responsabilidade
dos prefeitos, a infração administrativa contra as finanças públicas e por fim as
penalidades aplicáveis aos crimes de Responsabilidade Fiscal.
6
METODOLOGIA
Para a elaboração dessa monografia foi utilizado o método de revisão
bibliográfica, sendo a coleta de informações levantadas através de análise e
seleção das seguintes fontes: livros, artigos, teses, monografias e sites atuais
que abordassem sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A Lei de Responsabilidade Fiscal: Algumas considerações históricas 09
CAPÍTULO II
Os Pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal 20
CAPÍTULO III
A Lei de Responsabilidade Fiscal e as implicações dos Gestores Públicos 28
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
A partir do ano de 2000, com a Lei Complementar nº 101, mais
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, a gestão pública na alçada
Municipal, Estadual e Federal sofreu alterações na sua conduta, principalmente
em relação aos gestores, exigindo maior responsabilidade sobre os gastos
públicos. Esta Lei se constituiu no principal instrumento regulador das contas
públicas do País, fundamentando-se em três princípios básicos: imposição de
limites para os gastos públicos, atribuição de responsabilidades e transparência
ao gestor. A Lei de Responsabilidade Fiscal não substituiu nem revogou a Lei
nº 4.320/64, a qual estabelece normas para elaboração e execução
orçamentária.
A Lei traz uma mudança institucional e cultural no trato com o
dinheiro público, estabelecendo normas orientadoras das finanças públicas no
país e rígidas punições aos gestores que não mantiverem o equilíbrio de suas
contas.
Essa monografia pretende estudar a evolução histórica da Lei de
Responsabilidade Fiscal no Brasil, analisando o impacto da referida Lei sobre
as finanças públicas e as penalidades, aos Gestores Públicos, pelo não
cumprimento da lei.
Esse trabalho foi organizado em três capítulos, a saber:
No primeiro capítulos foram abordadas considerações históricas
onde também foram apresentadas algumas inspirações internacionais na
elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil.
No segundo Capitulo foram abordados os pilares da Lei
complementar 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal: Controle,
planejamento, transparência e Responsabilização. Tais alicerces, como
descrito no texto, são base de toda a eficiência da referida Lei e perfazem o
equilíbrio da gestão pública.
9
No terceiro capitulo foi abordada a implicação dos gestores públicos
no cumprimento ou não da Lei de Responsabilidade Fiscal, procurou-se
descrever os crimes e as penalidades aplicadas em cada caso.
10
CAPÍTULO I
A LEI DE RSPONSABILIDADE FICAL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
A Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei complementar nº 101, de 04
de maio de 2000, não surgiu do acaso, ela concentrou em si um conjunto de
medidas e ações já preestabelecidas, em diversas outras leis ao longo da
recente história. Importa relatar as contribuições das legislações anteriores
para a construção da LRF, assim como identificar as inovações que surgiram a
partir da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Código de Contabilidade Pública de 1922 - Segundo MAIA (2010),
com a aprovação do Código de Contabilidade da União pelo Congresso
Nacional, que foi promulgado em 28 de janeiro de 1922, ordenaram-se os
procedimentos orçamentários, contábeis, financeiros, patrimoniais, etc. Esse
autor, ainda versa que, o código legalizou aspectos da administração pública
que já estavam acontecendo, informalmente, na gestão federal da época.
Lei 4320/64 (Lei do Rito Administrativo) - Assemelha-se a LRF, no
sentido de que ambas são consideradas, normas gerais de Direito Financeiro,
BERNARDES (2008), trás uma abordagem na qual o autor considera que
essas leis foram criadas ou recepcionadas com o “objetivo de complementar e
balizar as atividades dos entes federados e dar maior eficácia aos princípios
que orientam a atividade financeira do Estado”.
CRFB 1988 (Constituição Federal) – Publicada no Diário Oficial da
União nº191-A, de 05 de outubro de 1988, é considerada a Carta Magna da
República Federativa do Brasil. A CRFB, traz um capítulo dedicado a
administração pública citando princípios, competências e normas que
corroboraram na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Lei 8429/92 (lei de Improbidade Administrativa) - Dispõe sobre as
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública
11
direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. A Improbidade
Administrativa está prevista na LRF, e caso seja constatada, provoca punições
rigorosas aos gestores.
Lei 8666/93 (lei das licitações) - Esta Lei estabelece normas gerais
sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Lei 9394/96 (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) - Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. Esta Lei está
incorporada a LRF, constituindo-se um dos índices obrigatórios na prestação
de contas, previstas na legislação.
Lei 9755/98 (Lei da Transparência) - O Tribunal de Contas da
União criará home Page na rede de computadores Internet, com o título "contas
públicas", para divulgação dos dados e informações dando maior transparência
as contas públicas.
Emenda Constitucional 29/00 (Gastos em Saúde Pública) -
Definiu os percentuais mínimos a serem aplicados pela União, estados,
municípios e Distrito Federal em ações e serviços públicos de saúde. A
aplicação destes percentuais mínimos em Saúde faz parte dos requisitos para
que as contas públicas sejam aprovadas e o gestor, assim como o Estado (em
qualquer das esferas), não sofra sacões e sejam penalizados segundo
preceitos da LRF.
Lei 11.494/06 (FUNDEB – Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação Básica e Valorização do Magistério) – Regulamenta o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação. A instituição dos Fundos previstos nesta Lei e a
aplicação de seus recursos não isentam os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios da obrigatoriedade da aplicação na manutenção e no
desenvolvimento do ensino. Essa é uma Lei que surgiu posteriormente à LRF,
12
sendo uma das metas pré-estabelecidas e que compõe um dos índices
obrigatórios para os diferentes Entes da Federação.
Um grande desafio para gestores, principalmente para os da
administração pública, é a criação de situação superavitária para o equilíbrio
das contas públicas. Em cenários onde o desequilíbrio se torna mais acentuado
passando a inviabilizar governos, tem-se necessária a tomada de medidas para
contenção de déficits.
1.1 A Lei de Responsabilidade Fiscal em outros países
Assim como no Brasil, outros países também adotaram as suas
normas e regras com o intuito de moralizar e evitar desvios de recursos
públicos, ao mesmo tempo, compartilhando informações detalhadas, sobre a
política de gastos, tributos, empréstimos, assim como seus efeitos na
sociedade.
O código de boas práticas e transparência fiscal, ajuda aos governos
a fornecer uma imagem clara da estrutura e finanças, bem como a aplicação
destes recursos em ações governamentais.
Essas leis ou normas por assim dizer, serviram de base para que o
Brasil elaborasse a LRF da melhor forma possível, dentro da nossa realidade,
se não vejamos algumas destas, adotadas por outros países e instituições:
· A Comunidade Econômica Européia, a partir do Tratado de
Maastricht;
· A Nova Zelândia, através do Fiscal Responsibility Act, de 1994;
· Fundo Monetário lnternacional: organismo do qual o Brasil é
Estado-membro, e que tem editado e difundido algumas normas de gestão
pública em diversos países; e,
· Os Estados Unidos, cujas normas de disciplina e controle de
gastos do governo central levaram à edição do Budoet Enforcement Act, aliado
ao princípio de "accountability".
13
Não existe um manual padrão de finanças públicas ou privada para
que se possa utilizar, pois cada organização ou instituição tem as suas
nuances e as sua diferenças, mas, existem exemplos que deram certo, e é
nestes que o Brasil se norteou, para elaborar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Estes exemplos, embora tomados como referência para a
elaboração da versão brasileira da LRF, não foram os únicos parâmetros
utilizados, já que não existe um manual de finanças públicas que possa ser
utilizado indiferentemente por qualquer nação.
Embora o Brasil tenha se baseado em alguns exemplos, estes
referenciais abaixo discriminados, serviram como ponto de partida para a
elaboração da versão Brasileira da LRF.
- FMI - Fiscal Transparency: dentro do setor público, as funções de
política e de gestão devem ser bem definidas e divulgadas ao público,
informando sobre as atividades fiscais passadas, presentes e programadas -
transparência dos atos.
A documentação orçamentária deve especificar objetivos da política
fiscal, estrutura macroeconômica, políticas orçamentárias e riscos fiscais.
As informações orçamentárias devem facilitar a análise, as contas
fiscais devem ser apresentadas periodicamente ao Legislativo e ao público.
- Comunidade Econômica Européia (CEE) - Tratado de Maastricht:
definições de critérios para verificação da sustentação financeira de cada
governo, como em uma confederação.
Os Estados membros conduzem suas políticas com relativa
independência, convergindo para critérios acordados; além disso, os estados
membros devem evitar déficits excessivos, os quais a Comissão irá monitorar
orçamento e estoque da dívida para identificar desvios.
- Budget Enforcement Act (BEA) EUA: contempla apenas o Governo
Federal - cada unidade da federação tem suas regras. O Congresso fixa metas
14
de superávit e mecanismos de controle de gastos, aplicações de regras
adotadas pelo BEA.
Sequestration - limitação de empenho para garantir limites e metas
orçamentárias.
Pay as you go - compensação orçamentária: qualquer ato que
provoque aumento de despesas deve ser compensado através da redução em
outras despesas ou aumento de receitas
- Fiscal Responsability Act – Nova Zelândia: o Estado é unitário e
parlamentarista. O Congresso fixa princípios e exige forte transparência do
Executivo, que tem a liberdade para orçar e gastar;
Os Princípios de gestão fiscal responsável: reduzir débito total da
Coroa (dívida pública) a níveis prudentes.
Seu objetivo é alcançar e manter níveis de patrimônio líquido da
Coroa que a protejam contra fatores imprevistos.
O Fiscal Act difere dos programas anteriores porque não prevê
metas fiscais; admite afastamentos temporários, desde que com previsão de
meios para retorno; considera perigosa a perda de credibilidade pelo não
cumprimento de metas; teme pela manipulação de informação para ajustá-las
às metas fixadas.
1.2 A Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil
No Brasil em 1997 após crises econômicas e da falta de credibilidade
dos administradores públicos foi dado o primeiro passo para a Reforma do
Estado e o controle das contas públicas com o Programa de Reestruturação e
Ajuste Fiscal dos Estados que culminou com a sanção no Ano 2000 da Lei
Complementar 101.
A Lei Complementar 101/00, mais conhecida como a Lei de
Responsabilidade Fiscal, foi inspirada em experiências positivas como o
15
Tratado de Maastricht e o Ato de Responsabilidade Fiscal da Nova Zelândia.
Veio a atender as exigências do Banco Mundial e do FMI, assim como, cumprir
o disposto no art. 30 da Emenda Constitucional 19/98 que estabeleceu prazo
de 06 (seis) meses para o Congresso Nacional apresentar lei complementar
visando regulamentar o art. 163 da Constituição Federal de 1988 que trata das
Finanças Públicas.
Segundo lista Nascimento assim prescreve o art. 163 da CF de 1988:
I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003) VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. (2009, p.11),
Assim como a LRF não surgiu do acaso em 2000, ela continua
sofrendo ajustes e regulamentações. Diversas legislações contribuíram para
elaboração da LRF e outras ainda vêm contribuindo para sua execução, pois a
LRF pode ser considerada um conjunto de todas essas leis, sendo mais
objetiva, mas rígida e possibilita através das ferramentas previstas em seus
artigos, uma maior rigorosidade nas punições e sanções aos infratores. Na
busca por melhorar o perfil da Administração Pública no País, o governo e o
congresso lançaram uma Lei que pode ser considerada uma importante
ferramenta de gestão, além de constituir-se num instrumento de controle e
acompanhamento dos recursos públicos.
A Lei complementar nº101, de 04/05/2000, denominada Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), foi elaborada pelo poder executivo e encontra
respaldo no artigo 165 § 9º da Constituição Federal, complementada pela lei nº
10.028, de 19 de outubro de 2000. A LRF visa reeducar os gestores públicos
quanto ao uso devido do dinheiro público
16
A LRF chegou para regulamentar uma série de questões
relacionadas à administração pública, visando estabelecer regras e limites
precisos, que buscam auxiliar os governantes a lidar com os recursos públicos
Alicerçada no Planejamento, na Transparência, no Controle e na
Responsabilização, objetivando o controle dos gastos para a geração de
superávit, e consequente compensação da contas, a Lei de Responsabilidade
Fiscal veio trazer um novo paradigma para a Administração Pública.
O Planejamento utilizando o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A
Transparência utilizando relatórios, como o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), acompanhados
por audiências públicas, o Controle sendo exercidos pelos Tribunais de Contas
e pela sociedade, e a Responsabilização, reforçada com a aprovação da Lei
10.028/00 (Lei de Crimes Fiscais) que imputa punições aos gestores que não
respeitarem a Norma.
1.3 A Lei de Responsabilidade Fiscal na Gestão Fiscal
A LRF disciplina a cerca de diversos aspectos que fazem parte da
Administração Pública, podemos citar alguns:
1.3.1 Despesa com pessoal
Esta não poderá sofrer aumento nos últimos quinze meses de
mandato, vetando-se contratações nesse período. Caso tal despesa ultrapasse
50% da receita corrente líquida, no caso da União, ou 60%, dos estados e
municípios, o ente federado em situação irregular deverá reduzi-la, em pelo
menos 20%, das despesas com cargos em comissão e funções de confiança e
a exoneração de servidores não estáveis.
“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União,
Estados, do Distrito Federal e Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar” (BRASIL.1999, p. 1).
17
Sendo assim, o art. 18 da LRF é o dispositivo condutor:
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência (BRASIL. 1999, p. 3).
Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se
referem à substituição de servidores e empregados públicos serão
contabilizados como "outras despesas de pessoal".
1.3.2 Despesa pública
É aquela da qual se ocupa a Administração, através do critério
político da decisão de gasto, objetiva atender ao interesse público, de forma
direta ou indireta.
O art. 16 da LRF determina que, toda criação, expansão ou
aperfeiçoamento de ação da Administração que aumente a despesa deverá ser
acompanhado de “estimativa do impacto orçamentário/financeiro no exercício
em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes”, além da declaração
daquele de quem o ato emanou de que o aumento é compatível com o Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e a Lei Orçamentária
Anual (LOA).
1.3.3 Empenho
Definido pelo art. 58 da Lei 4.320/64 como “o ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento
pendente ou não de implemento de condição”. O ato de empenhar significa
vincular dotação de créditos orçamentários para o pagamento da referida
18
despesa. Segundo KHAIR (2000), uma das mais importantes restrições da Lei
de Responsabilidade Fiscal, é a criação de limitações de empenho aos
prefeitos no último ano de mandato. Pois, segundo o autor, Ela permitirá à nova
administração, iniciar uma gestão executando o novo plano de governo, não
esperando de um a dois anos para tanto, conforme a gravidade da herança
financeira deixada.
A Lei de Responsabilidade Fiscal cria a limitação de empenho,
que passa a ser obrigatória, caso a realização da receita não possa comportar
o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no
Anexo de Metas Fiscais. Isso pode constituir um freio à execução
orçamentária. Tal fato reforça ainda mais a necessidade de que a elaboração
do Anexo de Metas Fiscais se proceda de forma realista, calcada em dados
bastante seguros, e a melhores planejamento e gestão das receitas municipais.
É importante, portanto, o estabelecimento de critérios bastante adequados para
a limitação de empenho e das despesas que não serão objeto de limitação na
estruturação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, de modo a permitir uma
melhor gestão fiscal que possa garantir as prioridades de governo.
1.3 .4 Despesas com a dívida e o endividamento
A LRF determinou critérios a serem estabelecidos, após a sua
publicação, para a denominada Dívida Pública Consolidada, cabendo ao
Congresso Nacional criar um projeto de lei estabelecendo limites para o
montante da dívida mobiliária.
Os conceitos de dívida são:
1.3.4.1 Dívida pública consolidada ou fundada
Montante das obrigações financeiras assumidas em virtude de leis,
contratos, convênios ou tratados e de operações de crédito, para amortização
em prazo superior a um ano e aquelas de prazo inferior a um ano cujas
receitas tenham constado do orçamento.
1.3.4.2 Dívida pública mobiliária
19
Dívida em títulos emitidos pelas três esferas de governo. No
tocante às despesas com a dívida e o endividamento, a LRF determinou
critérios a serem estabelecidos, após a sua publicação, para a denominada
Dívida Pública Consolidada, cabendo ao Congresso Nacional criar um projeto
de lei estabelecendo limites para o montante da dívida mobiliária; não havendo
qualquer limitação para as operações de créditos contratadas com agências de
fomento ou com organismos multilaterais de crédito.
1.3.4.3 Operação de crédito
Compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura
de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,
recebimento antecipado da venda a termo de bens e serviços, arrendamento
mercantil e outros derivativos financeiros, além da assunção, reconhecimento
ou confissão de dívidas pelo Município.
1.3.4.4 Concessão de garantia
Compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida.
1.3.4.5 Refinanciamento da dívida mobiliária
Emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da
atualização monetária. O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não
excederá, ao término de cada exercício, o montante do final do exercício
anterior mais as operações de crédito autorizadas no orçamento para esse
efeito e efetivamente realizado, acrescido de atualização monetária.
A LRF traz regulação para receitas e despesas públicas com o
objetivo de equilibrar estes dois fatores, mediante cumprimento de metas,
obediência a limites, condições para renúncia de receita e geração de
despesas com pessoal, dívida, dentre outros, objetivando a prevenção de
riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.
20
CAPÍTULO II
OS PILARES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Segundo Silva e Cruz Junior (2004), a LRF está apoiada em quatro
eixos: o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilização, que,
em seu conjunto, são orientadores para a implantação do modelo de
informações gerenciais, pois o planejamento e o controle são instrumentos
fundamentais para a geração de informações úteis para auxiliar o processo
decisório e conseqüentemente melhorar os demais eixos: a transparência e a
responsabilização. (GERIGK, et al., 2011, p. 70)
2.1. Planejamento
Definida no parágrafo primeiro do art. 1º da Lei em questão, in verbis:
§ 1º. A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renuncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (BRASIL. Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000. São Paulo: Saraiva 2007)
Logo, o Planejamento pode ser definido pela necessidade de se
aplicar os recursos públicos com maior responsabilidade, atingindo o bem
comum. Nessa fase serão determinadas metas e limites para a utilização das
receitas e realização das despesas.
Deve haver, por parte do legislador, um planejamento correto, e
este deve ser transparente, ações planejadas afim de que os riscos sejam
prevenidos e que, os desvios que possam afetar as contas públicas e seu
equilíbrio sejam corrigidos.
21
O planejamento e sua devida divulgação se mostram como
obrigatórios à União, consoante disposição constitucional, e para Estados e
Municípios, que se sujeitam às regras da Lei Orgânica do Município, bem como
à Constituição.
As referências ao planejamento contidas na Lei de
Responsabilidade Fiscal referem-se à União, já que foi vetado o artigo que
trazia o assunto de modo geral, muito embora reste ainda a obrigatoriedade
constitucional. A definição pode ser o conjunto de projeção de objetivos que se
visa alcançarem através de programas indicadores de metas intermediárias.
Está inclusa a explicitação de pressupostos técnicos de política
econômica, administrativa e fiscal, através das quais se alcançarão as metas e
objetivos traçados, e como se corrigirão, no curso da execução, os eventuais
problemas que surgirem.
Deverá estar incluso na ação planejada as despesas da
administração, todas elas, sejam diretas ou indiretas, se incluindo as
fundacionais, bem como todos os investimentos e a possibilidade de uso de
crédito.
A ação planejada e transparente prevista no art. 1º, §1º, terá em
cada ente da federação o formato que seja previsto na Constituição Estadual e
na Lei Orgânica do respectivo município. Por meio de mecanismos
operacionais, como:
Plano Plurianual – PPA
O Plano Plurianual, Ainda que o art. 3º da LRF tenha sido vetado, o
Plano Plurianual, previsto no inciso I do art. 165 da Lei Maior, citado em seu
§1º, cuja finalidade é “estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes e
metas da administração federal para as despesas de capital e outras dela
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.
Amparado no parágrafo 1º do Artigo 165 e no inciso XI parágrafo 1º
do Artigo 167 da Constituição Federal, o PPA é a lei que define as prioridades
22
do Governo pelo período de quatro (4) anos. Esta lei entra em vigor a partir do
2º (segundo) ano de uma gestão que se inicia e abrange o 1º ano da gestão
seguinte. Podemos afirmar que o PPA é um plano de médio prazo que principia
no segundo ano de um mandato e termina no primeiro ano do seguinte,
visando a continuidade das obras e investimentos. O Executivo tem que enviar
o projeto de lei do PPA para análise e aprovação do Poder Legislativo até 30
de setembro do seu 1º ano de mandato.
O PPA é, portanto um plano de médio prazo elaborado no primeiro
ano de mandato para ser cumprido nos quatro anos seguintes, direcionado
mais para a União, sem prejuízo de sua aplicação pelos Estados e pelos
Municípios, no contexto territorial de cada um.
É importante destacar que no Plano Plurianual devem estar
incorporadas, todas as despesas de capital e as dela decorrentes bem como as
despesas de caráter continuada.
Classificam-se como despesas de capital aquelas que contribuem
diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.
As outras despesas decorrentes são as derivadas das despesas de
capital.
As despesas relativas aos programas de duração continuada são as
relativas aos programas já existentes no município.
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO
A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a função de traçar o caminho
a ser seguido pelos orçamentos anuais (os quais compreendem o orçamento
fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social),
aliando-os às regras, aos objetivos, às diretrizes e às metas estabelecidas pelo
plano plurianual.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem por finalidade organizar a
tramitação da Lei Orçamentária Anual, restringindo a apresentação de
23
emendas ao orçamento e fazer conexão com o planejamento de longo prazo,
denominado Plano Plurianual. É competência da lei de diretrizes orçamentárias
dispor sobre as metas e prioridades da administração pública federal, a
elaboração da lei orçamentária anual, as alterações na legislação tributária, a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, o equilíbrio
entre receitas e despesas, os critérios e as formas de limitação de empenho, as
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos dos orçamentos e também sobre as
condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e
privadas.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve obediência ao princípio da
anualidade, isto é, o seu período de vigência não pode estender-se por mais de
um ano, cessando os seus efeitos após a passagem deste período. Todo o
procedimento de criação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) se dá no
ano imediatamente anterior, com vistas a reger o orçamento do ano vindouro.
Lei Orçamentária Anual – LOA
A Lei Orçamentária Anual tem como finalidade discriminar ”a
receita e a despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do Governo”, abrangendo o orçamento fiscal, o
orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade social².
Presta-se a dar forma e, grosso modo, realizar tudo aquilo que foi
determinado na lei de diretrizes orçamentárias e ao Plano Plurianual,
instrumentos que lhe são hierarquicamente superiores. A origem do orçamento
vincula-se à necessidade de compatibilizar as necessidades humanas e sociais
ilimitadas aos recursos existentes, os quais são escassos.
O orçamento insere-se assim como um dos instrumentos de política
fiscal, através dos quais o Estado procura desempenhar funções econômicas.
____________________________________________________________________________
¹Disponível em: http://www.antonioviana.com.br/2009/site/coluna.php?id=5058. Acesso em 15
de março de 2016.
24
A lei Orçamentária Anual subdivide-se em outros três orçamentos,
cada qual com suas características, a saber:
a) Orçamento Fiscal: refere-se aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e também entidades da administração direta ou indireta, incluindo-se aí
as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
b) Orçamento de Investimento: corresponde aos investimentos em
empresas realizados pela União, onde ela, direta ou indiretamente, detenha
maioria do capital social com direito ao voto;
c) Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, seja da administração direta ou indireta, assim como:
A Lei Orçamentária Anual deverá conter (LF nº4320/64, art.2º §1º):
O sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções de
governo;
Quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias
econômicas;
Quadro discriminado da receita por fontes e respectiva legislação;
Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.
A Lei Orçamentária Anual, valendo somente por um período, e deve
existir uma LOA para cada exercício financeiro. O exercício financeiro coincide
com o ano civil, iniciando-se em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro
(CF, art.. 57). O projeto da LOA deve ser enviado pelo poder Executivo até o
dia 30 de setembro de cada ano e aprovada pelo Legislativo até o fim do mês
de dezembro.
O planejamento fornecerá o suporte técnico à gestão fiscal, através
destes instrumentos, para que se alcance as metas e objetivos prioritários,
haverá meios objetivos de se programar a execução orçamentária.
25
O planejamento é aprimorado pela criação de novas informações,
metas, limites e condições para a renúncia de receita e para a geração de
despesas, inclusive com pessoal e de seguridade, para a assunção de dívidas,
para a realização de operações de crédito, incluindo antecipação de receita
orçamentária e para a concessão de garantias
A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, que tem como finalidade
prever “metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente, orientar a elaboração da lei
orçamentária anual e dispor sobre as alterações na legislação tributária, bem
como estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento”;
A Lei Orçamentária Anual - LOA tem com finalidade discriminar ”a
receita e a despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do Governo”, abrangendo o orçamento fiscal, o
orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade social.
2.2. Transparência
A expressão tem seu significado definido pelo art. 48 da lei em
questão; a transparência é prevista pelo uso de instrumentos de divulgação,
inclusive meios eletrônicos de acesso ao público, internet.
Esta afirmação vale para os planos, quando previstos, Leis de
Diretrizes Orçamentárias, Orçamentos, Programação Financeira e Cronograma
de Desembolso, Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária e Relatórios
de Gestão Fiscal, Prestação de Contas, Parecer Prévio do Tribunal de Contas
e Relatórios do Banco Central, com prazos específicos.
A transparência na Gestão Fiscal também inclui o estímulo à
participação popular em audiências públicas, obrigatórias, durante a
elaboração de planos, Leis de Diretrizes Orçamentárias e Orçamentos.
Também se caracteriza a participação do público, pelas audiências
públicas previstas nas comissões temáticas do processo de planejamento e
26
orçamento, durante a comprovação de realização de metas fiscais de cada
quadrimestre.
A transparência é concretizada com a divulgação ampla, inclusive
pela Internet, de quatro relatórios de acompanhamento da gestão fiscal, que
são: Anexo de Metas Fiscais, Anexo de Riscos Fiscais, Relatório Resumido da
Execução Orçamentária – REO, e Relatório de Gestão Fiscal - RGF.
A transparência visa possibilitar aos cidadãos, todos eles, meios de
se acessar as informações que ditam como serão as ações que os governantes
praticaram as que já foram praticadas anteriormente a ainda as que se
incorram em prática naquele momento. Essa transparência pode se mostrar de
formas diversas, pois o intuito é que haja uma divulgação ampla, podendo se
utilizar de mecanismos eletrônicos, além da ocorrência de audiências públicas,
emissão periódica de relatórios da execução orçamentária e fiscal, emissão,
pelos Tribunais de Contas, de pareceres prévios, além da devida prestação de
contas.
2.3. Controle
A Lei de Responsabilidade Fiscal, ao inovar no sentido de trazer
condutas gerenciais de responsabilidade e transparência, consolida as já
existentes normas de controle, ao se exigir uma fiscalização efetiva e contínua
dos Tribunais de Contas, o que acaba por causar uma melhoria na
transparência e no controle realizado.
A LRF define a forma de gerenciamento e disponibilização da
informação para o controle e transparência de suas ações.
2.4. Responsabilização
Por fim, chega-se à responsabilização, último alicerce, mas tão
importante como os anteriores. Ao gestor público, sob pena de
responsabilidade de seus atos nos termos da lei que lhe atribui diversas
sanções, como a previsão do art. 73 da LRF e outras previstas na LC
27
101/2000, exige-se o cumprimento da lei. As sanções podem ser institucionais
ou pessoais, impostas aquele que descumpre as regras previstas na LRF.
A LRF cria mecanismos para de fato responsabilizar o agente público
em caso de desvios ou má aplicação de recursos, omissão, negligência ou
incompetência. Para que tenha força, a lei prevê punição para instituições
públicas, Estados e Municípios, como para o agente público que se desviar do
texto da lei, no âmbito do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. A lei,
indiretamente, exerce o poder pedagógico de induzir os cidadãos/contribuintes
a participarem da política e da administração pública, principalmente pela
fiscalização de seus administradores.
Para que alcance seu objetivo, condição indispensável, conforme
demonstrado, é que o Estado se utilize do planejamento, em busca do bem
comum, do interesse público. O planejamento se mostra como requisito
primário para toda ação, pois, através dele, podem-se perceber quais são os
reais objetivos e interesses que tem prioridade e se definam as maneiras que
possam garantir a forma de alcançá-los, como recursos e ações que precisarão
ser utilizadas.
O orçamento e a Lei de Diretrizes Orçamentárias ganham novas
dimensões a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com a devida
participação da sociedade eles serão elaborados e discutidos, o que acaba por
descentralizar o orçamento, o que é uma grande vantagem, pois nele poderão
ser incluídas informações e necessidades que se mostram como prioridades,
bem como poderão ser impostos limites e condições para a geração de
despesas e renúncia de receitas.
28
CAPÍTULO III
A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E AS
IMPLICAÇÕES DOS GESTORES PÚBLICOS
Os gestores públicos ocupam um papel importantíssimo e devem agir
com responsabilidade e dedicação no comando dos bens da população, tendo
que planejar suas ações e proporcionar ao povo serviços de qualidade.
As restrições trazidas na Lei Complementar nº. 101/2000 tem como
principal objetivo disciplinar o gestor no sentido de possibilitar o equilíbrio das
contas públicas, focando no planejamento e responsabilidade social. Portanto,
vale enumerar as limitações trazidas pela LRF aos gestores públicos, tais
como: obrigatoriedade de previsão e efetiva arrecadação de tributos,
compensação das renúncias de receita, condicionamento para transferências
voluntárias, avaliação prévia de impacto para geração de nova despesa e de
caráter continuado, limitação de gastos com pessoal, limitação da dívida
pública e do endividamento, e proibição de endividamento no último ano de
mandato.
É importante frisar que o artigo 14 e incisos se preocupam com a
existência de uma compensação das receitas que forem renunciadas, para que
não ocorra um desequilíbrio financeiro e não afete os resultados fiscais
esperados.
Os gestores antes do surgimento da LRF administravam os bens
públicos sem um planejamento adequado, o que resultava na utilização das
transferências para cobrir as despesas de sua responsabilidade, afundando o
país/estado/município em dívidas que dificilmente eram quitadas integralmente
no mesmo mandato.
Através das exigências impostas, a Lei de Responsabilidade Fiscal tenta
impedir o aumento da despesa pública que não esteja programada para o
período vigente e que resulte no comprometimento dos 2 (dois) exercícios
posteriores, sendo, portanto, um mecanismo que obriga o gestor a traçar uma
avaliação não apenas anual, mas trienal, pois o mesmo terá que compensar o
29
gasto realizado nos anos subsequentes através do aumento da receita ou
diminuição da despesa.
A limitação no gasto com pessoal é um dos mecanismos que a Lei de
Responsabilidade Fiscal utiliza para conseguir estabelecer uma consciência
mais aguçada sobre a responsabilidade com os bens públicos aos gestores
administrativos, resultando na tentativa de atingir o objetivo que é o equilíbrio
das contas públicas.
A LRF trouxe limitações direcionadas para todas as esferas de poder,
sendo a despesa com pessoal repartida da seguinte forma: União com um
limite de 50% da Receita Corrente Líquida (RCL), os Estados, Distrito Federal e
Municípios podendo comprometer 60% da RCL conforme explicitado no artigo
19 da referida Lei.
A LRF através dessas medidas obriga o administrador público a agir
com cautela nos gastos com pessoal, procurando gerir os recursos, limitando
gastos desnecessários e preocupando-se em está dentro dos limites
estabelecidos para não ter que passar pelas sanções direcionadas a esse
caso.
Além das penalidades previstas pela LRF, o administrador também
sofrerá as punições previstas na Lei nº. 10.028/2000, art. 5º, IV, relativas à
perda de mandato, reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e pagamento de multa
de 30% dos vencimentos anuais.
3.1. Crimes de responsabilidade dos prefeitos
A legislação disciplina vários crimes de responsabilidades dos gestores
municipais e que estão sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário,
independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores. Estes
foram instruídos através do Decreto Lei 201 de 1967 artigo 1º e são os
seguintes casos:
I- Apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito
próprio ou alheio;
II. Utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens,
rendas ou serviços públicos;
30
II. Desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;
IV. Empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou recursos de
qualquer natureza, em desacordo com os planos ou programas a que se
destinam;
V. Ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, ou realizá-las
em desacordo com as normas financeiras pertinentes;
VI. Deixar de prestar contas anuais da administração financeira do
Município a Câmara de Vereadores, ou ao órgão que a Constituição do Estado
indicar, nos prazos e condições estabelecidos;
VII. Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da
aplicação de recursos, empréstimos subvenções ou auxílios internos ou
externos, recebidos a qualquer titulo;
VIII. Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o Município por
títulos de crédito, sem autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
IX. Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem autorização da
Câmara, ou em desacordo com a lei;
X. Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais, sem
autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
XI. Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou
coleta de preços, nos casos exigidos em lei;
XII. Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do
Município, sem vantagem para o erário;
XIII. Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição
de lei;
31
XIV. Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de
cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por
escrito, à autoridade competente;
XV. Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos municipais, dentro
do prazo estabelecido em lei.
XVI. Deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,
nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal;
XVII. Ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
XVIII. Deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o
cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição
ou montante estabelecido em lei;
XIX. Deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação
de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro;
XX. Ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
XXI. Captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
32
XXII. Ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
XIII. Realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei.
3.2. Infração administrativa contra as finanças públicas
As infrações que podem ser atribuídas contra as leis de finanças
públicas estão relacionadas na Lei 10.028 de 2000, ocorrendo irregularidade
nos seguintes casos:
1. Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao tribunal de
contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em
lei;
2. Propor lei de diretrizes orçamentárias anuais que não contenha as
metas fiscais na forma da lei;
3. Deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;
4. Deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com
pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.
As infrações administrativas estarão sujeitas a multas de trinta por cento
(30%) do vencimento anual do agente que cometer a respectiva infração,
sendo o pagamento inerente a pessoa que deu causa a irregularidade,
cabendo ao tribunal de contas responsável pela fiscalização, o processo e
julgamento do caso.
3.3. Penalidades aplicáveis aos crimes de Responsabilidade
Fiscal
Os agentes públicos que vierem a cometer atos que forem considerados
irregulares, para com o desempenho da gestão fiscal e, portanto, são passíveis
de punição, serão enquadradas em uma das seguintes ações penais, conforme
disciplinadas na Lei 10.028/2000:
33
3.3.1 Contratação de Operação de Crédito
O crime de contratação de crédito está previsto no Código Penal na
seguinte redação:
Art. 359 – A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa;
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito interno ou externo.
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.
3.3.2 Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Essa categoria de crime está inserida no artigo 359-B do Código Penal,
com o seguinte texto:
Art. 359 – B. Ordenar ou autorizar a inserção em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
3.3.3 Assunção de obrigação no último ao do mandato ou legislatura
Esse crime está tipificado no artigo 359 – C do Código Penal:
At.359 – C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício seguinte, que não tenha contrapartida de disponibilidade de caixa:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
A LRF já previa em seu parágrafo Único do art. 21 que é nulo de pleno
direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
Poder ou órgão. Este tipo penal pretende proteger a regularidade e o equilíbrio
34
das contas públicas em relação à sucessão de administradores ou titulares de
mandato.
3.3.4 Ordenação de despesa não autorizada por lei
A Ordenação de despesa não autorizada por lei está prevista no artigo
359 – D, no seguinte texto:
Art. 359 – D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
3.3.5 Prestação de garantia graciosa
Está descrita no artigo 359 – E do Código Penal a prestação de garantia
graciosa na seguinte forma:
Art. 359 – E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
3.3.6 Não cancelamento de restos a pagar
O não cancelamento de restos a pagar está titulado no artigo 359 – F do Código Penal, com a seguinte redação:
Art. 359 – F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inserido em valor superior ou permitido em lei:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos
3.3.7 Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura
Previsto no artigo 359-G do Código Penal, o aumento total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura, tem a seguinte previsão:
35
Art. 359 – G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
3.3.8 Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
A oferta pública ou colocação de títulos no mercado está prevista no artigo 359 – H do Código Penal;
Art. 359 – H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:
Pena – reclusão, de 01 (um) a 04 (quatro) anos.
A LRF trouxe um novo horizonte, e consigo também trouxe nova
normatização da lei de crimes contra a administração pública. Com a LRF os
governantes passarão a seguir regras e limites claros para conseguir
administrar as finanças de maneira transparente e equilibrada. Caso contrário,
estarão sujeitos a penalidades.
A LRF trouxe um novo horizonte e também nova normatização da lei de
crimes contra a administração pública. Com a LRF os governantes passarão a
seguir regras e limites claros para conseguir administrar as finanças de
maneira transparente e equilibrada. Caso contrário, estarão sujeitos a
penalidades como descritas acima
36
CONCLUSÃO
Pelo trabalho exposto percebeu-se que a Lei de Responsabilidade Fiscal
é um importante instrumento de controle da gestão pública que, mais do que
disciplinar a conduta dos gestores públicos,Criou regras que possibilitaram a
administração pública ter uma gestão séria e eficiente, que antes não era
plenamente observado no desempenho das atividades relacionadas com a
administração pública, da forma como posta nesta nova lei.
Constatou-se também que é uma lei que trata a questão da
responsabilidade como um fator importante e determinante para o resultado da
administração pública, com os gestores sendo passíveis de sanções tanto
penais quanto institucionais (enquanto estiver no desempenho do cargo
público), as quais são aplicadas diretamente aos que não cumprirem de forma
correta, adequada e transparente com o seu papel na gestão do bem público.
Verificou-se que, a partir da vigência da Lei, o desequilíbrio
orçamentário, o gasto excessivo com pessoal, as operações irresponsáveis de
crédito, o descuido com o patrimônio público, tudo passa a ser fiscalizado e
passível de sanção. Através da efetiva aplicação dos pilares em que se apoia a
Lei, o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilidade, para que
se possa ter uma administração responsável e fundamentada em princípios
éticos.
Observou-se que na LRF os gastos decorrentes de uma administração
municipal passam a ser avaliados não pela quantidade, como acontecia
anteriormente, mas pela qualidade do gasto: a obediência aos limites, o
equilíbrio das contas, a aplicação correta dos recursos, os custos envolvidos e
a transparência na execução das despesas.
Este trabalho buscou relatar as contribuições das legislações anteriores
para a construção da LRF, bem como as contribuições internacionais. Cabe
salientar que a LRF se baseia em quatro eixos de atuação: planejamento,
controle, responsabilização e transparência. E a aplicação destes eixos
executado com eficiência traz ao Estado um melhor desenvolvimento de suas
atividades, bem como, o fortalecimento da democracia, pois quando se
visualiza nos orçamentos os anseios da sociedade
37
Conclui-se que, embora condição necessária, a Lei não é, por si,
suficiente para garantir mudança de mentalidade e, em consequência, os
propósitos de uma administração responsável para garantir seriedade e
responsabilidade no planejamento e acompanhamento da aplicação dos
recursos, além de transparência e eficiência na gestão. Tendo em vista o
interesse público, é necessário que toda a população se interesse e participe
dos assuntos políticos que exijam dos gestores públicos posições verdadeiras
e não mascaradas e falsas de tudo aquilo que é gasto com dinheiro público. A
população paga impostos altos é nosso dever saber como estão sendo
aplicados, investidos e se estão sendo utilizados exatamente para o fim que lhe
é destinado.
38
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42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A Lei de Responsabilidade Fiscal: Algumas considerações históricas 10
1.1. A Lei de Responsabilidade Fiscal em outros países 12
1.2. A Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil 14
1.3. A Lei de Responsabilidade Fiscal na Gestão Fiscal 16
CAPÍTULO II
Os Pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal 20
2.1. Planejamento 20
2.2. Transparência 25
2.3. Controle 26
2.4. Responsabilização 26
CAPÍTULO III
A Lei de Responsabilidade Fiscal e as implicações dos Gestores Públicos 28
3.1. Crimes de responsabilidade dos prefeitos 29
3.2. Infração administrativa contra as finanças públicas 32
3.3. Penalidades aplicáveis aos crimes de Responsabilidade Fiscal 32
CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 38