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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU LOGÍSTICA REVERSA: UMA RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTÁVEL NA EMPRESA Patrícia Albuquerque dos Santos Marins ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · LOGÍSTICA REVERSA: UMA RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTÁVEL NA EMPRESA Rio de Janeiro 2016 . 3 AGRADECIMENTOS Ao corpo docente

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

LOGÍSTICA REVERSA: UMA RESPONSABILIDADE SOCIAL E

SUSTENTÁVEL NA EMPRESA

Patrícia Albuquerque dos Santos Marins

ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2016

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Patrícia Albuquerque dos Santos Marins

LOGÍSTICA REVERSA: UMA RESPONSABILIDADE SOCIAL E

SUSTENTÁVEL NA EMPRESA

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Ao corpo docente do Instituto A Vez do Mestre, o

Professor Jorge Tadeu pela revisão dos textos.

Aos colegas do curso que contribuíram com seus

conhecimentos e experiências para a confecção

desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

À minha família, meu porto seguro, que em todo

decorrer me apoiaram e confiaram no meu

potencial. Também à Agatha Albuquerque, minha

filha, pelo simples motivo de ser meu maior

incentivo em meu aperfeiçoamento e melhoria

continua.

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RESUMO

Atualmente no setor Empresarial o assunto que mais se destaca é a

preocupação com o meio ambiental, responsabilidade social e sustentabilidade

nas empresas. Cresce a consciência de que as Empresas são influentes

agentes de promoção do desenvolvimento econômico e do avanço tecnológico

que estão transformando velozmente o planeta. Em função deste fato, há

também um grande interesse em torno do tema “Logística Reversa”, cujo

conceito pode ser definido como a área da logística empresarial que planeja,

opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes do retorno

dos bens de pós-vendas e de pós consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo

produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor

de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem

corporativa, entre outros. Este trabalho analisa os casos descritos na literatura,

com o objetivo de destacar a influência da logística reversa na sustentabilidade

ambiental e responsabilidade social, explicitando o papel da logística reversa,

os custos em Logística Reversa, PNRS, a preocupação ambiental e social das

empresas. Verificou-se dentre os autores pesquisados quais deram enfoque ao

uso da Logística Reversa e apresentou como consequência ganhos financeiros

e diferencial competitivo às empresas envolvidas, possibilitando qualidade de

vida melhor e clientes mais satisfeitos com a postura de empresas

ambientalmente corretas.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho dada a natureza dos objetivos

do trabalho, optou-se por realizar um estudo Bibliográfico, exploratório, a partir

da análise qualitativa de dados obtidos em sites, livros, artigos, a partir dos

quais foram realizadas a pré-leitura, leitura seletiva, leitura interpretativa e

analise textual.

A pesquisa bibliográfica tem como ferramenta principal o

enriquecimento de nosso conhecimento com obras, pesquisas e trabalhos

elaborados anteriormente sobre o tema Logística Reversa. Enquanto a

pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias,

explorar determinados assuntos em volta do tema escolhido, buscando todas

as informações pertinentes ao caso estudado. Os processos de logística

reversa podem trazer ganhos e perdas para a empresa. O reaproveitamento de

materiais e embalagens estimula novas iniciativas e melhorias no processo de

logística reversa, mesmo tendo custos para que estes materiais retornem a

empresa, há economia para a empresa e para o meio ambiente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O Surgimento da Logística Reversa nas Empresas 10

CAPÍTULO II

Sustentabilidade e Responsabilidade Social na Empresa 23

CAPÍTULO III

A influência da Logística Reversa no meio Socioambiental 32

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 46

INDICE DE FIGURAS 48

INDICE DE TABELAS 49

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INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas o aumento dos problemas ambientais tem

gerado crescimentos desordenado, os consumidores ficaram mais conscientes

da importância da defesa do meio ambiente. Cada vez mais, eles buscam

produtos e serviços de empresas sustentáveis. O aspecto importante nesse

sentido é o aumento da consciência ecológica dos consumidores capazes de

gerar uma pressão para que as empresas reduzam os impactos negativos de

sua atividade no meio ambiente. A Logística Reversa trouxe benefícios para o

meio social, e com certa preocupação ao ambiente pensando nas gerações

que serão o futuro da nação. Por isso, as empresas têm adquirido cada vez

mais a logística reversa em suas corporações.

A Logística Reversa traz ganhos a empresa, de forma a aumentar os

serviços aos clientes, fortalecendo cada vez mais a cadeia de valor da empresa

e reforçando as vantagens competitivas. Além do aumento da eficiência e da

competitividade das empresas, a mudança na cultura de consumo por parte

dos clientes também tem incentivado a logística reversa. Em virtude da

exigência dos consumidores por um nível de serviço mais elevado das

empresas e para estas, como forma de diferenciação e fidelização dos clientes,

estão investindo em logística reversa. A fidelização dos clientes obtidas com o

uso da logística tornam-se importantes, por representar uma vantagem

competitiva sustentável.

A legislação ambiental caminha no sentido de tornar as empresas

cada vez mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, o que

significa que o fabricante é responsável pelo destino de seus produtos após a

entrega aos clientes e pelo impacto ambiental provocado pelos resíduos

gerados em todo o processo produtivo, e, também após seu consumo. Sendo

preciso considerar o impacto dos produtos sobre o meio ambiente durante todo

o ciclo de vida de seus produtos. Como consequência, teremos uma qualidade

de vida melhor e clientes mais satisfeitos com a postura de empresas

ambientalmente corretas.

No primeiro capítulo, é apresentado o surgimento da Logística

Reversa desde a Grécia antiga, usada como uma arma estratégica na guerra.

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Além de discriminar seus conceitos e definições da Logística reversa que é o

inverso da logística tradicional, sendo a parte do processo da cadeia de

abastecimento que planeja, implementa e controla o eficiente e eficaz fluxo

directo e inverso (logística inversa), e a armazenagem de produtos, serviços e

informação relacionada, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo,

com o propósito de satisfazer os requisitos dos clientes. A existência de

estágios e fases na logística reversa para a vida útil do produto retornado, onde

são os canais de distribuições que defini a trajetória que o produto faz até

chegar ao consumidor final. Tendo a logística reversa de pós-venda e pós-

consumo, responsáveis pelos produtos em uso ou com pouco uso e outro em

fim de vida util.

No segundo Capitulo é apresentado a responsabilidade e

sustentabilidade na logística Reversa, desde sua finalidade e conscientização

das empresas com o impacto ambiental do ciclo produtivo, afim de não

prejudicar o meio ambiente e oferecer ao seu cliente produtos sustentáveis. Os

impactos da alta competitividade mundial, o aquecimento global,

desmatamento e poluição. Dando enfoque que os consumidores estão cada

vez mais exigentes quanto à responsabilidade social empresas, que não

devem mais ter foco no curto prazo, e sim como o futuro. A implantação da

PNRS do artigo 33 da Lei 12305/2010 como uma das medidas criadas, que

obrigam a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante

retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do

serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os

fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

No terceiro Capitulo é apresentado a influência da logística reversa,

na redução do impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de materiais.

Além das vantagens e benefícios que a Logística reversa possibilita, na

qualidade de vida melhor e clientes mais satisfeitos com a postura de

empresas ambientalmente corretas. Na redução da poluição do meio ambiente

e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização e reciclagem de

produtos, aumento da eficiência e da competitividade das empresas e mudança

na cultura de consumo dos clientes.

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CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DA LOGISTICA REVERSA NAS

EMPRESAS

A logística Reversa trata do caminho inverso de uma logística

tradicional, no qual o produto tem como ponto de partida inúmeros

consumidores, com destino ao fabricante. Sendo também conhecido como

Logística Inversa. O estudo encontra-se ainda em progresso, é praticamente

novo, sendo ainda pequeno o referencial teórico.

1.1. Origem da Logística Reversa

A logística reversa existe desde a Grécia Antiga a qual levava o

nome de Logísticas. A logística muito antes de uma área das empresas era

uma fundamental ferramenta militar, pois normalmente as guerras eram muito

longas e distantes, por isso necessitava de transporte de recursos, transporte

das tropas até os locais de combate, transporte de armamentos e

equipamentos pesados. A Logística nesse caso, era vista como uma arma

estratégica para as batalhas da época.

A logística passou a ser vista como uma ciência a partir do ano de

1907, com o tenente-coronel Thorpe, do corpo de fuzileiros navais dos Estados

Unidos da América. Thorpe escreveu o livro “Logística Pura: a ciência da

preparação para a guerra”. Segundo ele, a estratégia e a tática proporcionam o

esquema da condução das operações militares, enquanto a logística

proporciona os meios. Assim, pela primeira vez, a logística situa-se no mesmo

nível da estratégica e da tática dentro da Arte da Guerra

A logística empresarial vista como estratégia nas organizações é

algo fundamental para se manter e se destacar no mercado. A distribuição de

produtos de forma eficaz aos consumidores, proporciona diferencial ao cliente.

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Figura 1- Logistica Reversa . (Extraido da TERA AMBIENTAL, 2014, p1)

Na administração a logística é a parte responsável para disponibilizar recursos

e informações para a realização das atividades da empresa (CARVALHO,

2002, p.31).

De acordo com o Council of Logistics Management em, Ferraes Neto

e Küehne Júnior (2002:40):

Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.

A diferença entre a logística empresarial e a reversa é o sentido do

fluxo do produto, pois sendo o da logística empresarial iniciado no ponto de

origem do produto e indo até o seu ponto de consumo e o da logística reversa

do ponto de consumo até a origem do produto.

1.2. Conceitos de Logística

Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e

atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e

disposição de resíduos de produtos e embalagens. Na figura abaixo pode-se

visualizar que a logística inversa aplica-se a todos os fluxos físicos inversos,

isto é, do ponto de consumo até à origem ou deposição em local seguro de

embalagens, produtos em fim de vida, devoluções.

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Enquanto o papel da logística direta é levar do produtor para alguns

centros de distribuições, destes para o mercado e finalmente para o grande

público consumidor, a logística reversa faz o papel inverso, pegando os

produtos altamente dispersos e devolvendo-os as suas origens para

tratamento, disposição final ou reciclagem. O âmbito da logística que trata de

forma abrangente o fluxo físico de produtos, materiais, desde o ponto de

consumo até o local de origem.

Na visão de Leite (2003:p16-17) entende-se logística reversa:

A área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes do retorno dos bens de pós-vendas e de pós consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

O conceito de logística reversa ainda apresenta-se em constante

evolução, em virtude do crescente interesse empresarial e pesquisas na área.

Essas definições podem ser encontradas em variadas visão, em função dos

autores:

Conforme Stock (1998 apud LEITE (2003, p15-16):

Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...

Tratando- se de uma área total da logística que concentra-se desde

o processo inicial do fluxo de produtos, materiais até o ponto de consumo final

e retorno ao ponto de origem. Sendo conhecida como fluxo inverso da logística,

pois o mesmo retorna do seu ponto final ao ponto de início.

De acordo CLM (1993:323, Apud: LEITE, 2003) “Logística reversa é

um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no

gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduo de produtos

e embalagens...”

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Para Mansor (2010, p.25):

Um Instrumento de desenvolvimento socioeconômico e de gerenciamento ambiental, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e restituição dos resíduos sólidos aos seus produtores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros produtivos, visando a não geração de rejeitos.

Na concepção de Bowersox e Closs (2007) um dos objetivos

operacionais determinantes do desempenho logístico é o apoio ao ciclo de

vida, sendo assim, é importante considerar a inversão do fluxo normal de

transito de estoque em direção aos clientes.

Segundo o escritor Leite (2003):

A logística reversa é um termo bastante genérico e significa em seu sentido mais amplo, todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais, englobando todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e/ ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável.

A logística reversa pode ser entendida como um processo

complementar à logística tradicional, pois enquanto a última tem o papel de

levar produtos dos fornecedores até os clientes intermediários ou finais, a

logística reversa deve completar o ciclo, trazendo de volta os produtos já

utilizados dos diferentes pontos de consumo a sua origem, de acordo com

Lacerda (2002).

1.3. Canais de Distribuição Diretos e Reversos

Os canais de distribuições são definidos pela trajetória que o produto

faz até chegar ao consumidor final. Caso haja a necessidade de que este

produto volte ao seu ciclo produtivo, seja por defeito ou por estar danificado, a

empresa faz a coleta e a destinação final correta, seja para fazer o conserto,

revenda, ou desmontagem para confeccionar um novo produto.

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No dizer de Guarnieri (2011, p.72) “As alternativas de retorno ao

ciclo produtivo são o foco de estudo da logística reversa e dos canais reversos

que buscam a revalorização dos resíduos de pós-venda e de pós-consumo”.

Como caracteriza Leite (2009, p.6):

Os canais de distribuição diretos, ou simplesmente canais de distribuição como são conhecidos, são constituídos de diversas etapas pelas quais bens e serviços são produzidos e comercializados, até chegar nos consumidores finais, seja uma empresa ou pessoa física.

A figura visualizada discrimina as alternativas de destino a estes

materiais, desde a reciclagem, o reprocessamento e devolução ao mercado, ou

ainda, no caso de não haver mais utilidade do material, o descarte pela

deposição em algum depósito definitivo na forma de lixo. O processo de

movimentação destas mercadorias se dá através de canais de distribuição

especiais. Portanto a necessidade de dar destinação correta a produtos

utilizados ou consumidos na logística reversa, então que temos os canais de

distribuições para diferencia-los.

Figura 2 - Canais de distribuição direto e reversos. ( Extraido de LEITE, 2009, p.7)

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1.3.1. Canais de Distribuição Reversos de Bens Pós-vendas

Os canais reversos de Pós-vendas são constituídos pelos produtos

que possivelmente depois da venda, voltam ao ciclo produtivo por vários

motivos. Este fluxo de retorno se estabelecerá entre os diversos elos da cadeia

de distribuição direta dependendo do objetivo estratégico ou motivo de seu

retorno.

Como descrito por Leite(2003), a logística reversa pós-venda tem

como objetivo estratégico agregar valor a um produto logístico que é devolvido

por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada

pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento, avaria no transporte entre

outros motivos.

Portanto, é a área de atuação da logística que se ocupa do

equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações

logísticas de bens de pós-vendas em uso ou com pouco uso, os quais por

diferentes motivos retornam aos diferentes estágios das cadeias de distribuição

direta.

A caracterização da logística reversa de pós-vendas se dá quando

ocorre à reutilização, a revenda como subproduto ou produto de segunda linha

e, a reciclagem de bens que são devolvidos pelo cliente em qualquer cadeia de

distribuição sendo no varejista, atacadista ou diretamente no fabricante. Uma

síntese dessa proposta é visualizada na figura a seguir.

Figura 3 - Área de atuação e as diversas etapas da logística reversa. (Extraido de LEITE, 2003).

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A logística reversa de pós-venda é responsável pelo fluxo físico e de

informações referente a bens de pós-venda que necessitam retornar a cadeia

de distribuição quando por motivos de:

• Garantia/ qualidade: produtos que apresentam defeito de fabricação

ou funcionamento, avarias na embalagem e/ou produto;

• Comerciais: produtos em estoque seja por erro de expedição,

excesso de estoque, mercadorias em consignação, pontas de

estoque termino de validade, problemas após venda, chamado de

recall.

• Substituição de componentes: itens de produtos que necessitam de

manutenção e consertos.

Neste canal de distribuição de pós-vendas, o produto seja por

qualquer motivo, problema de fabricação, fim de vida útil, recall, excesso de

estoque, ao retornar ao ciclo produtivo, possivelmente serão reaproveitados de

alguma forma.

1.3.2. Canais de Distribuição Reversos de Bens Pós-Consumo

A logística reversa de pós-consumo tem por finalidade agregar valor

a um produto constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou que

ainda possuam condições de utilização, por produtos descartados por terem

atingidos o fim de vida útil e por resíduos industriais.

Conforme Leite (2009, p49), em sua obra:

Os canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo constituem-se nas diversas etapas de comercialização e industrialização pelas quais fluem os resíduos industriais e os diferentes tipos de bens de utilidade os seus materiais constituintes, até sua reintegração ao processo produtivo, por dos subsistemas de reuso, remanufatura ou reciclagem.

Por outro lado, a logística reversa de pós-consumo é a área de

atuação da logística que equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as

informações correspondentes de bens de consumo que são descartados pela

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sociedade e que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio

dos canais de distribuição reversos específicos.

A logística reversa de pós-consumo é responsável pelo fluxo físico e

de informações referente a bens de pós-consumo que necessitam retornar a

cadeia de distribuição quando por motivos de:

• Condições de uso: bens que podem ser reutilizados;

• Fim de vida útil: bens que não tem mais utilidade, porem seus

componentes podem ser reaproveitados ou remanufaturados;

• Resíduos ambientais: bens que trazem riscos ao meio ambiente se

não descartados de maneira correta.

A principal função do Pós-consumo é reaproveitar os produtos que

são descartados, por meio de reformas ou reciclagem e ainda inserir

novamente no processo de produção como matéria – prima, ou seja o que não

foi possível reformar. Uma síntese dessa proposta é visualizada na figura

abaixo.

Figura 4 Canais de Distribuição de Pós-consumo diretos e reversos.(Extraido de LEITE, 2009, p.50)

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De acordo com Leite (2003), existem três grandes categorias de

bens produzidos: os bens descartáveis, os bens semiduráveis e os bens

duráveis classificados de acordo com a sua vida útil. Estas definições são

fundamentais para um melhor entendimento das atividades dos canais de

distribuição reversos. Segue abaixo os bens e suas respectivas definições:

• Bens descartáveis: são bens que apresentam duração de vida útil

média de algumas semanas, raramente superior a seis meses. São

exemplos de bens descartáveis os produtos de embalagens,

brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para

computadores, artigos cirúrgicos, pilhas de equipamentos

eletrônicos, fraldas, jornais, revistas, etc;

• Bens duráveis: são os bens que apresentam duração de vida útil

variando de alguns anos a algumas décadas. Exemplos:

automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônico, as maquinas e os

equipamentos industriais, edifícios, aviões, navios, etc;

• Bens semiduráveis: são os bens que apresentam duração média de

vida útil de alguns meses, raramente superior a dois anos. Sob o

enfoque dos canais de distribuição reversos dos materiais,

apresenta características ora de bens duráveis, ora de bens

descartáveis. Exemplos: baterias de veículos, óleos lubrificantes,

baterias de celulares, computadores e seus periféricos, revistas

especializadas, etc.

1.4. O Processo de Logística Reversa

No processo da logística reversa, os produtos passam por uma

etapa de reciclagem e voltam à cadeia até ser finalmente descartado,

percorrendo o “ciclo de vida de produto”, que envolve desde a escolha de

materiais a serem utilizados nos produtos e em suas embalagens e que sejam

ambientalmente adequados e dentro da concepção do ecodesign, passando

pela manufatura limpa que reduza consumo de materiais, energia, e produção

de resíduos, pela distribuição que busque economizar combustível e reduzir a

emissão de poluentes, e no controle das cadeias de retorno da pós-venda e

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pós-consumo que atendam no mínimo as legislações aplicáveis, e participe na

conscientização do consumidor em seu papel dentro deste sistema sustentável

(SETAC,1993).

Os três aspectos relevantes referentes aos produtos e suas

respectivas embalagens no Processo Logístico:

• Do ponto de vista logístico, o ciclo de vida de um produto não se

encerra com a sua entrega ao cliente. Produtos que se tornam

obsoletos, danificados ou não funcionam devem retornar ao seu

ponto de origem para serem adequadamente descartados,

reparados ou reaproveitados;

• Do ponto de vista financeiro, existe o custo relacionado ao

gerenciamento do fluxo reverso, que se soma aos custos de compra

de matéria-prima, de armazenagem, transporte e estocagem e de

produção, já tradicionalmente considerados na logística;

• Do ponto de vista ambiental, devem ser considerados e avaliados,

os impactos do produto sobre o meio ambiente durante toda sua

vida. Este tipo de visão sistêmica é importante para que o

planejamento da rede logística envolva todas as etapas do ciclo do

produto.

Portanto é necessário um planejamento da rede logística de forma a

englobar todas as fases do ciclo de vida dos produtos, os custos associados e

os impactos ambientais decorrentes.

Figura 5 - Processo Logístico Reverso. ( Extraido do Adaptados de ROGERS E TIBBEN-LEMBKE,1998)

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Na figura acima pode ser visualizar a realização da estrutura do

processo logístico reverso, desde o planejamento, implementação e controle do

fluxo de matérias-primas, da produção e do produto acabado, do ponto de

consumo até a origem, com o fim de recapturar valor ou oferecer um destino

ecologicamente adequado.

A atividade principal é a coleta dos produtos a serem recuperados e

sua distribuição após reprocessamento. Alguns problemas abaixo podem ser

encontrados na distribuição:

• Normalmente, existem muitos pontos onde os resíduos precisam ser

coletados;

• O recolhimento das embalagens dos produtos é geralmente uma

questão problemática;

• A cooperação do remetente é necessária;

• Os produtos tendem a ter um baixo valor.

Os principais assuntos a esse respeito são: a determinação do

número de nós da rede de recolhimento; a quantidade e localização de

depósitos ou pontos intermediários; a questão da integração da cadeia reversa

com a cadeia de suprimentos direta e, finalmente, a questão do financiamento

do canal de distribuição reverso.

1.5. Custos da Logística Reversa

A aplicação do processo de logística reversa oferece um melhor

desempenho para redução de custos, segundo Lacerda(2000), devido à

obtenção de economia com a utilização de embalagens retornáveis e

reaproveitamento de materiais. Os dois sistemas, logística direta (forward) e

logística inversa (reverse), integram e acrescentam valor à cadeia de

abastecimento com o ciclo completo, e, para poderem sobreviver devem ser de

certo modo competitivos, minimizando os custos de transporte, na medida do

possível, otimizando os veículos no retorno, com o transporte de devoluções,

material para reciclar, desperdícios e produtos deteriorados, permitindo

rentabilizar e otimizar o transporte, minimizando os respectivos custos.

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Considerando o fluxo da logística reversa, as empresas são

responsáveis pelo produto até seu retorno na empresa, seja para reutilização

ou descarte. Para isso, é necessário um sistema de custeio que englobe esse

procedimento além de um sistema de informações gerenciais.

O sistema de custeio que pode ser abordado, considerando o

sistema de logística reversa, é o custeio do ciclo de vida Total. Este tipo de

custeio engloba o custo total que a empresa tem do início ao fim do ciclo de

vida do produto.

Considerando o custo total do ciclo de vida, identificando os custos

diretos e indiretos, as empresas são capazes de projetar e tomar decisões que

resultem em redução de custos de longo prazo. Minimizar custos pode reduzir

o desperdício além de outros impactos no meio ambiente.

Na figura abaixo pode-se visualizar o uso de um sistema de custeio

de ciclo de vida total nos quais, não prescinde os sistemas tradicionais, tais

como custeio de Meta, custeio Kaizen, Custeio Baseado em atividades (ABC)

ou custeio por processo. O que ele proporciona é a visibilidade dos custos por

todo o ciclo de vida do produto. O custeio de ciclo de vida total abrange os

demais, dependendo da fase em que se encontra o produto.

Em cada fase pode ser utilizado um tipo de custeio, sendo que o

custeio do ciclo de vida total é o que engloba todos eles. O que se deve ter em

mente é o ciclo todo desde a fase de P&D para que o produto possa gerar

Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida Total. (Extraido do adaptado de ATKINSON ET AL, 2000)

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receitas durante seu ciclo de vida que possibilitem o ressarcimento dos custos.

Com a inclusão do retorno do produto, temos mais um fator a ser considerado.

Diante do cenário acima, conclui-se que a logística reversa está

conquistando as empresas, não somente pelo retorno de seus produtos ao

ciclo produtivo, mais também porque é economicamente viável em aspectos de

diminuição de custos nos processos logísticos, melhorando a imagem daquelas

empresas que implantaram sistemas reversos de qualidade.

Na opinião de Ballou (2006, p.67):

A estratégia logística normalmente se desenvolve em torno de três objetivos principais: redução de custos, redução de capital e melhoria de serviços.” Visando o objetivo de redução de custos, a logística reversa pode contribuir quando a matéria-prima originada de um produto retorne a empresa para ser utilizada novamente.

Os processos de logística reversa podem trazer ganhos e perdas

para a empresa. O reaproveitamento de materiais e embalagens estimula

novas iniciativa e melhorias no processo de logística reversa, mesmo tendo

custos para que estes materiais retornem a empresa, há economia para a

empresa e para o meio ambiente. Custos muitas vezes altos para as empresas

no processo de logística reversa referem-se a produtos que retornam devido às

falhas de produção, emissão de produtos errados, produtos em desacordo com

a necessidade do cliente.

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CAPÍTULO II

SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL

NA EMPRESA

A finalidade da logística reversa é a conscientização das empresas

com o impacto ambiental do ciclo produtivo, afim de não prejudicar o meio

ambiente e oferecer ao seu cliente produtos sustentáveis.

Para Leite (2009, p.116) “A percepção é crescente sensibilidade com

relação ao meio ambiente tornaram-se obrigatória em declarações de missões

empresariais. As estratégias de gestão de meio ambiente.”

2.1. Responsabilidade Social na Logística Reversa

A importância da logística reversa nas operações das empresas tem

obtido um grande ganho (BOWERSOS; CLOSS; HELFERICH, 1986), quer seja

devido aos recalls efetuados pela própria empresa, em virtude da

responsabilidade pelo correto descarte de produtos perigosos após seu uso,

produtos defeituosos e devolvidos para troca, vencimento do prazo de validade

dos produtos ou desistência da compra por parte dos consumidores.

De acordo com o Instituto Ethos (2004):

Responsabilidade social é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. Portanto, qualquer atividade geradora de impactos ambientais deve ser monitorada, seja pelo governo ou pela sociedade, o que faz com que as empresas empreendam esforços para redução dos impactos ambientais gerados por seus processos e produtos.

As Empresas são influentes agentes de promoção do

desenvolvimento econômico e do avanço tecnológico que estão transformando

velozmente o planeta numa aldeia global. O consumidor passa dar preferência

aos produtos de empresas que demonstram preocupação com a preservação

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ecológica, reflexo de uma legislação adaptada aos modos de produção e

consumo sustentáveis que visam minimizar os impactos negativos das

atividades produtivas ao meio ambiente. Entretanto, possibilita um bom nível de

confiança no relacionamento cliente-fornecedor, notadamente com respeito às

atividades de responsabilidades de ambos num processo de Logística reversa.

Conforme a figura visualizada abaixo, esse novo cliente consumidor

é mais exigente e cobra: responsabilidades empresariais. As legislações

ambientais estão mais detalhadas e rigorosas cobrando das empresas a

previsão do descarte de resíduos dos produtos e serviços.

Além do aumento da eficiência e da competitividade das empresas,

a mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem

incentivado a logística reversa, devido à exigência dos consumidores por um

nível de serviço mais elevado das empresas e para estas, como forma de

diferenciação e fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa

(CHAVES; MARTINS, 2005).

Figura 7 - Mudanças na cultura de consumo e suas conquencias. (Extraido de LEITE, 2009, p.118).

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Para Filho e Berté (2009, p.30) “[...] ainda nesse período de

consolidação da globalização, surgiram às preocupações com as questões

ecológicas, exatamente pela percepção da integração existente entre todas as

partes do mundo”.

2.2. Sustentabilidade na Logística Reversa

Sustentabilidade empresarial é um conjunto de ações que a

empresa toma, visando o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento

sustentável da sociedade. Logo, para que uma empresa seja considerada

sustentável ambientalmente e socialmente, ela deve adotar atitudes éticas,

praticas que visem seu crescimento econômico (sem isso ela não sobrevive)

sem agredir o meio ambiente e também colaborar para o desenvolvimento da

sociedade.

A sociedade moderna vive hoje uma preocupação crescente com o

equilíbrio ecológico. O aquecimento global, a poluição do meio ambiente, em

muitas áreas descontrolada, são apenas dois exemplos de motivos da

sensibilidade ecológica que está se formando na consciência das pessoas, de

governos e, mais recentemente, entre empresas ao redor do mundo. O

crescimento econômico com o mínimo de impacto ambiental, chamado de

desenvolvimento sustentado, é um conceito aceito e utilizado hoje

universalmente e baseia-se na ideia de atendimento ás necessidades da atual

sociedade sem comprometer gerações futuras.

Ao tratar de logística reversa, as organizações passam a ter

responsabilidade pelo retorno do produto à empresa, que para reciclagem, quer

para descarte ambientalmente correto, portanto, segundo Atkinson et al (2002).

O sistema de custeio deverá ter uma abordagem ampla como o custeio do

Ciclo de Vida Total, que permite a gestão dos custos “do berço ao túmulo”, isto

é, o ciclo de vida do produto abrange desde o inicio da pesquisa e

desenvolvimento até o termino de suporte ao cliente (HORNGREEN; FOSTER;

DATAR, 2000).

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Como descrito pelo Autor Leite (2009, p.123):

A variável ambiental, tanto a social, é introduzida na reflexão estratégica de empresa líderes como um diferencial competitivo, por meio da percepção para reforçar a imagem corporativa da empresa, reforçando seus negócios, este é um ambiente em que se diferenciar é extremamente difícil de ser obtido por meio de outras variáveis mercadológicas.

As empresas estão se defrontando com um ambiente externo em

grande transformação, que ocorre a cada dia com maior velocidade em busca

dos melhores resultados e benefícios para a sociedade em geral.

Conforme é visualizada na figura a seguir a análise do ciclo de vida

útil dos produtos estuda o impacto ambiental gerado pelos produtos desde o

momento da extração das matérias-primas e outros insumos utilizados em sua

fabricação” de maneira contabilizada com recursos naturais utilizados. Os

impactos causados pelo transporte para internalizar os insumos e para

distribuição direta e reversa dos produtos de pós-consumo, até a disposição

final. Também conhecido como “análise do berço ao tumulo (LEITE, 2009,

p.122).

Figura 8 - O ciclo de vida dos produtos " do berço ao túmulo". (Extraido de FILHO E BERTÉ, 2009, p.79)

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Nos termos da PNRS, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo

de vida dos produtos é o “ conjunto de atribuições individualizadas e

encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos

consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de

manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e

rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde

humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos,

nos termos desta lei”.

2.3. Legislação: Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

A lei federal nº 12305/2010 que estabelece a Política Nacional de

Resíduos Sólidos para as empresas trata das diretrizes gerais quanto ao

retorno de resíduos sólidos de alguns produtos.

Segundo o inciso XII do artigo 3º da lei 12305/2010 conceitua a

logística reversa como:

[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

O artigo 30 da Lei 12305/2010 informa que:

[...] a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

De acordo com o artigo 33 da Lei 12305/2010 são obrigados a

estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos

produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço

público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,

importadores, distribuidores e comerciantes de:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros

produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas

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as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou

regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama5, do SNVS6

e do Suasa7, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz

mista;

VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais

e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial,

os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados

em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e

embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à

saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.

As medidas necessárias para a implementação e operacionalização

do sistema de logística reversa, segundo o § 3º podem ser:

I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens

usadas;

II - disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e

recicláveis;

III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de

associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, nos casos de

que trata o § 1o.

Com a adoção dessas dentre outras medidas, as empresas podem

reduzir seus custos, cumprir com a legislação, beneficiar o meio ambiente,

melhorando sua imagem e agregando valor ao seu produto.

2.3.1. Legislação Ambiental no Brasil

A legislação ecológica / ambiental encontra-se em diferentes

estágios nos diversos países e envolvem diferentes aspectos do ciclo de vida

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útil de um produto, desde a fabricação e o uso de matérias-primas até sua

disposição final ou a dos produtos que o constituem.

Novos princípios de proteção ambiental estão sendo formados em

diversos países desenvolvidos, tal como, o de EPR (Extended Product

Responsability ou Responsabilidade Estendida do Produto) que preconiza a

ideia de que o produtor ou a cadeia industrial deve ter a responsabilidade pelo

seu produto até a decisão correta do seu destino após o seu uso original.

Alguns desses novos conceitos em legislação ambiental são apresentados

abaixo:

• Restrições a respeito de aterros sanitários e incineradores: proibição

de novos aterros sanitários em muitos Estados americanos ou

proibição de disposição em aterros sanitários de certos produtos.

• Implantação de coleta seletiva domiciliar ou comercial.

• Responsabilidade do fabricante sobre o canal reverso de seus

produtos (“product take back”): legislação no Japão em 1997 impôs

a obrigatoriedade para a indústria automobilística de organização de

rede reversa de reciclagem. Em julho de 1996 França. Alemanha e

Holanda em acordo entre governos estabelecem que a

responsabilidade de coleta, reciclagem ou do reaproveitamento dos

automóveis descartados pela sociedade fosse para os fabricantes de

automóveis.

• Uso de selos verdes para identificar produtos “amigáveis” ao meio

ambiente, produtos de pós-consumo que podem ou não ser

depositados em aterros sanitários, restrição ao uso de produtos com

conteúdos de matérias-primas secundárias, etc.

• Valor monetário depositado na compra de certos tipos de

embalagens.

• Índices mínimos de reciclagem: alguns Estados dos EUA adotam a

obrigatoriedade do equilíbrio de produção e reciclagem. Outros

possuem legislação específica incentivando o uso de produtos

fabricados com materiais reciclados. Alguns adotam um sistema

tributário especial para os diversos elos da cadeia reversa;

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2.3.2. Implantação da PNRS na Logística Reversa

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a

logística reversa passará a vigorar em 2014 e deverá estar implantada em todo

país até o ano de 2015. Porém, já existem muitas indústrias utilizando a

logística reversa em função da política de responsabilidade ambiental que

possuem. A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da

responsabilidade compartilhado pelo ciclo de vida dos produtos. De acordo

com Decreto nº 7.404/2010 os sistemas de logística reversa serão

implementados e operacionalizados por meio dos seguintes instrumentos:

• Regulamento expedido pelo Poder Público:

Neste caso a logística reversa poderá ser implantada diretamente

por regulamento, veiculado por decreto. Antes da edição do regulamento, o

Comitê Orientador deverá avaliar a viabilidade técnica e econômica da logística

reversa. Os sistemas de logística reversa estabelecidos diretamente por

decreto deverão ainda ser precedidos de consulta pública.

• Acordos Setoriais:

Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre

o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,

visando a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida

dos produtos. O processo de implantação da logística reversa por meio de um

acordo setorial poderá ser iniciado pelo Poder Público ou pelos fabricantes,

importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e embalagens

referidos no art. 18 do Decreto nº 7.404/2010. Os procedimentos para

implantação da logística reversa por meio de um acordo setorial estão listados

na subseção I da seção II do Capítulo III do Decreto nº 7.404/2010.

• Termos de Compromisso:

O Poder Público poderá celebrar termos de compromisso com

fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes visando o

estabelecimento de sistema de logística reversa:

I - nas hipóteses em que não houver, em uma mesma área de

abrangência, acordo setorial ou regulamento específico, consoante o

estabelecido no Decreto nº 7.404/2010;

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II - para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o

previsto em acordo setorial ou regulamento. Os termos de compromisso terão

eficácia a partir de sua homologação pelo órgão ambiental competente do

SISNAMA, conforme sua abrangência territorial.

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CAPÍTULO III

A INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA NO MEIO

SOCIOAMBIENTAL

O objetivo principal da logística reversa é a gestão e a distribuição

do material descartado tornando possível o retorno de bens ou materiais

constituintes ao ciclo produtivo agregando valor econômico, ecológico, legal e

de localização ao negócio. As atividades presentes na logística reversa

abrangem diversas etapas como: coleta, inspeção, separação, compra e

venda, devolução, visando uma responsabilidade social e sustentável.

3.1. Impactos da Logística Reversa no Meio Socioambiental

As empresas precisam considerar o impacto dos produtos sobre o

meio ambiente durante todo o ciclo de vida de seus produtos. Saber respeitar o

meio ambiente, obter uma imagem positiva forma positiva a imagem da

empresa junto aos consumidores. Com o aumento dos problemas ambientais

tem gerado crescimentos desordenado nas últimas décadas, os consumidores

ficaram mais conscientes da importância da defesa do meio ambiente. Cada

vez mais os consumidores vão buscar produtos e serviços de empresas

sustentáveis. Os impactos não apenas alcançaram o meio ambiente, como

também o setor no processo:

• Consumidores: devolver os produtos que não são mais usados em

postos (locais) específicos.

• Comerciantes: instalar locais específicos para a coleta (devolução)

destes produtos.

• Indústrias: retirar estes produtos, através de um sistema de logística,

reciclá-los ou reutilizá-los.

• Governo: criar campanhas de educação e conscientização para os

consumidores, além de fiscalizar a execução das etapas da logística

reversa.

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A logística reversa tem como objetivo principal reduzir a poluição do

meio ambiente e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização e

reciclagem de produtos. Em virtudes dos impactos ocorridos, segue aqueles

que modificaram os setores empresariais:

• Melhoria da imagem da empresa junto aos consumidores e

comunidade em geral.

• Economia, com redução dos custos de produção. Isto é obtido, por

exemplo, através da reciclagem, reutilização da água,

reaproveitamento de sobras de matéria-prima e medidas de

economia de energia elétrica.

• Melhoria nas condições ambientais do planeta. Afinal de contas, os

empresários possuem filhos e netos que viverão num mundo futuro

melhor ou pior, dependendo do que for feito na atualidade.

• Satisfação dos funcionários e colaboradores. Em função da

consciência ambiental, muitas pessoas têm satisfação em trabalhar

em empresas sustentáveis.

Devido à valorização das ações em bolsas de valores. Cada vez

mais, investidores tem procurado dar mais atenção para a compra de ações de

empresas sustentáveis socialmente e ambientalmente.

3.2. Influência da Logística Reversa no Meio Socioambiental

Logística reversa foi historicamente associada com as atividades de

reciclagem de produtos e a aspectos ambientais (KOPICKI; BERG; LEGG,

1993; KROON; VRIJENS, 1995; STOCK, 1992), assim, passou a ter

importância nas empresas devido à pressão exercida pelos stakeholders

relacionados às questões ambientais (HU; SHEU; HAUNG, 2002) e não

podiam ser desprezadas.

Do ponto de vista sustentável, a Logística Reversa pode reduzir o

impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de materiais. Como

consequência, teremos uma qualidade de vida melhor e clientes mais

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satisfeitos com a postura de empresas ambientalmente corretas. Dessa forma,

resumem-se as atividades da logística reversa em cinco funções básicas:

• Planejamento, implantação e controle do fluxo de materiais e do

fluxo de informações do ponto de consumo ao ponto de origem;

• Movimentação de produtos na cadeia produtiva, na direção do

consumidor para o produtor;

• Busca de uma melhor utilização de recursos, seja reduzindo o

consumo de energia, seja diminuindo a quantidade de materiais

empregada, seja reaproveitando, reutilizando ou reciclando resíduos;

• Recuperação de valor;

• Segurança na destinação após utilização.

A legislação ambiental caminha no sentido de tornar as empresas

cada vez mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, o que

significa que o fabricante é responsável pelo destino de seus produtos após a

entrega aos clientes e pelo impacto ambiental provocado pelos resíduos

gerados em todo o processo produtivo, e, também após seu consumo. Outro

aspecto importante nesse sentido é o aumento da consciência ecológica dos

consumidores capazes de gerar uma pressão para que as empresas reduzam

os impactos negativos de sua atividade no meio ambiente (CAMARGO;

SOUZA, 2005).

Portanto, a logística reversa torna-se sustentável segundo Barbieri e

Dias (2002) e pode ser vista como um novo paradigma na cadeia produtiva de

diversos setores econômicos, pelo fato de reduzir a exploração de recursos

naturais na medida em que recupera materiais para serem retornados aos

ciclos produtivos e também por reduzirem o volume de poluição constituída por

materiais descartados no meio ambiente. Os esforços das empresas em

reduzirem o impacto ambiental da cadeia de suprimentos, possibilitou a 34

redução do uso de matérias-primas virgens e a substituição de materiais

tóxicos no significativo impacto ecológico.

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3.2.1. Benefícios da Logística Reversa na Sociedade

A Logística Reversa traz ganhos a empresa, de forma a aumentar os

serviços aos clientes, fortalecendo cada vez mais a cadeia de valor da

empresa, reforça mais as vantagens competitivas. Assim, atende as

necessidades dos clientes, deixando-os satisfeitos com o serviço prestado

eficaz.

A tabela a seguir exemplifica os benefícios obtidos na área

ambiental e econômica com a implantação da Logística Reversa. A Logística

Reversa trouxe benefícios para o meio social, e com certa preocupação ao

ambiente pensando nas gerações que serão o futuro da nação. Por isso, as

empresas têm adquirido cada vez mais a logística reversa em suas

corporações.

Tabela 1 - Benefícios ambientais e econômicos com implantação da Logística Reversa. (Extraido do Adaptados de LEITE, 2003).

AMBIENTAL OBJETIVOS:

• MITIGAR IMPACTO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS; • ECONOMIZAR OS RECURSOS NATURAIS.

BENEFÍCIOS:

• REDUÇÃO DO VOLUME DE DESCARTE TANTO SEGURAS QUANTO ILEGAIS; • ANTECIPAÇÃO ÀS EXIGÊNCIAS DE REGULAMENTAÇÕES LEGAIS; • ECONOMIA DE ENERGIA NA FABRICAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS; • DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO PELA CONTENÇÃO DOS RESÍDUOS; • RESTRIÇÃO DOS RISCOS ADVINDOS DE ATERROS; • MELHORIA DA IMAGEM CORPORATIVA E • CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA.

ECONOMICA

OBJETIVOS:

• FORMALIZAR NEGÓCIOS EXISTENTES; • AUMENTAR VOLUME DE NEGÓCIOS; • REDUZIR CUSTOS SUBSTITUINDO MATÉRIA PRIMAS PRIMÁRIAS POR SECUNDÁRIAS; • DIRECIONAR PRODUTOS RECUSADOS PARA MERCADOS SECUNDÁRIOS; • ECONOMIZAR ENERGIA E CUSTOS DE DESCARTE DE RESÍDUOS.

BENEFÍCIOS:

• CRIAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS NA CADEIA PRODUTIVA; • REDUÇÃO DE INVESTIMENTOS EM FÁBRICAS; • ECONOMIA DO CUSTO DE ENERGIA NA FABRICAÇÃO; • AUMENTO DE FLUXO DE CAIXA POR MEIO DA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS

SECUNDÁRIOS E DOS RESÍDUOS; • APROVEITAMENTO DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO PARA ESCOAR OS PRODUTOS

SECUNDÁRIOS NOS MERCADOS SECUNDÁRIOS; • MELHORIA DA IMAGEM CORPORATIVA PARA OBTER FINANCIAMENTOS SUBSIDIADOS

POR OPERAR COM PRÁTICAS ECOLOGICAMENTE CORRETAS.

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Os benefícios potenciais da logística reversa podem ser agrupados

em três níveis distintos:

• Demandas ambientalistas que tem levado as empresas a se

preocupar com a destinação final de produtos e embalagens por elas

geradas (HU; SHEU; HAUNG, 2002);

• Eficiência econômica, porque permite a geração de ganhos

financeiros pela economia no uso de recursos (MINAHAN, 1998) e

• Ganho de imagem que a empresa pode ter perante seus acionistas,

além de elevar o prestígio da marca e sua imagem no mercado de

atuação (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1998).

Portanto, a implantação do processo de logística reversa nas

empresas pode aumentar as possibilidades de adquirir um diferencial

competitivo que, além de agregar valor ao produto, pode prover à mesma uma

maior rentabilidade, além de satisfazer às necessidades e expectativas dos

clientes os principais objetivos e benefícios, tanto ambiental como econômico

(LEITE, 2003). A implantação do processo de logística reversa torna-se, cada

vez mais, imprescindível ao desenvolvimento ambiental, econômico, financeiro

e operacional das empresas.

Segundo Rogers e Tibben-Lembke e Muller (apud GARCIA, 2006, p.

6), as 7 principais razões que levam as empresas a atuarem em Logística

Reversa são:

1. Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus

produtos e cuidar do tratamento necessário;

2. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao

processo de produção, ao invés dos altos custos do correto descarte

do lixo;

3. A crescente conscientização ambiental dos consumidores;

4. Razões competitivas – Diferenciação por serviço;

5. Limpeza do canal de distribuição;

6. Proteção de Margem de Lucro;

7. Recaptura de valor e recuperação de ativos.

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A seguir, é possível verificar os benefícios que as empresas podem

obter se operarem os canais reversos em seus processos produtivos. Sendo

que esse processo representa uma ferramenta indispensável na busca de

vantagem competitiva e controle operacional das atividades, desenvolvimento

sustentável e econômico da empresa.

Tabela 2 – Ganhos obtidos pela Empresa com a Logística Reversa (Extraído de ROGERS E TIBBEN-LEMBKE(1999), apud LEITE, 2009 p. 25).

Motivo Estratégico

Porcentagem de Empresas

respondentes Aumento da Competitividade 65,2%

Limpeza de canal - estoques 33,4%

Respeitos às legislações 28,9%

Revalorização econômica 27,5%

Recuperação de Ativos 26,5%

Embora, seja preciso avaliar a utilização da logística reversa como

oportunidade de adicionar valor tanto pela imagem da empresa com relação

aos aspectos ambientais e sustentabilidade quanto ao agregar serviços. Além

disso, a gestão do ciclo de vida do produto e os custos incorridos ao longo do

ciclo, proporcionam redução de custos o que pode gerar vantagem competitiva

para a empresa.

3.2.2. Vantagens da Logística Reversa na Sociedade

Os consumidores hoje estão cada vez mais preocupados com o

equilíbrio ecológico, estão procurando produtos reciclados e recicláveis, estão

destinando seu lixo para a coleta seletiva, e as grandes organizações vêem

isso como uma oportunidade. As empresas por serem ecologicamente corretas

e utilizarem do marketing ligado a questão ambiental (ISO 14000), se tornam

mais procuradas pelos consumidores, por atender suas necessidades, e

consequentemente, se tornam mais competitivas no mercado. Embora, a

redução de custos na logística reversa ainda seja motivo de discussões, devido

a difícil visualização imediata dos custos.

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• São inúmeras as vantagens para a sociedade e meio ambiente,

proporcionada pela logística reversa. Algumas delas são:

• Possibilitar o retorno de resíduos sólidos para as empresas de

origem, evitando que eles possam poluir ou contaminar o meio

ambiente (solo, rios, mares, florestas, etc;

• Permitir a economia nos processos produtivos das empresas, uma

vez que estes resíduos entram novamente na cadeia produtiva,

diminuindo o consumo de matérias-primas;

• Criar um sistema de responsabilidade compartilhada para o destino

dos resíduos sólidos. Governos, empresas e consumidores passam

a ser responsáveis pela coleta seletiva, separação, descarte e

destino dos resíduos sólidos (principalmente recicláveis) ;

• As indústrias passarão a usar tecnologias mais limpas e, para

facilitar a reutilização, criarão embalagens e produtos que sejam

mais facilmente reciclados.

3.3. Geração de Diferencial Competitivo na Logística Reversa

A abrangência e o grau de importância relativa que a logística tem

dentro do contexto empresarial, envolvendo de forma holística todos os tipos

de processos existentes em conjunto com todas as fases do processo de

manufatura, merecem destaque na medida em que represente fonte de

vantagem competitiva, porque fatores como entregas no prazo ou redução da

mesma, bem como produtos entregues em boas condições são de extrema

relevância na satisfação e fidelização de clientes.

Conforme Leite (et al., 2005, p. 1):

Para enfrentar este ambiente, as empresas buscam, entre outras cosias, melhorar o gerenciamento do fluxo reverso de bens e ao mesmo tempo construir e preservar sua imagem corporativa.

O aumento de competitividade destacou-se entre os demais, o que

nos leva a refletir sobre a consciência ecológica que os consumidores estão

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formando e a influência que tal consciência está exercendo sobre as empresas.

Outros fatores, tais como, econômicos, legislativos, logísticos e 38 tecnológicos

são apontados por Leite (2003) como os fatores principais de influência na

organização dos canais reversos de pós-consumo nas empresas.

A figura visualizada, demonstra a geração de diferencial competitivo

ocasionado com a implantação da Logística Reversa. Em virtude da

estabilidade, valor econômico, lucratividade e redução de risco de imagem.

Além do aumento da eficiência e da competitividade das empresas,

a mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem

incentivado a logística reversa, devido à exigência dos consumidores por um

nível de serviço mais elevado das empresas e para estas, como forma de

diferenciação e fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa

(CHAVES; MARTINS, 2005).

A empresa precisará ter as condições essenciais, os fatores

necessários e os fatores modificadores para que a logística consiga funcionar

em seus processos produtivos. Os fatores Econômicos, Tecnológicos e

Logísticos são os que garantem interesses satisfatórios implicando em níveis

mais altos de organização nas cadeias reversas e, como tal, são chamados de

fatores necessários. Por outro lado, os fatores Ecológicos e Legislativos são

chamados de fatores modificadores, pois alteram as condições naturais do

mercado, nas diversas etapas reversas, permitindo que novas condições de

Figura 9 – Geração de diferencial competitivo. (Extraído de LEITE, CLRB- Palestra)

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equilíbrio sejam estabelecidas. Uma síntese dessa proposta é visualizada na

figura abaixo.

Ainda segundo o autor, as condições essenciais de organização e

implementação da logística são:

• Remuneração em todas as etapas reversas.

• Qualidade dos materiais reciclados

• Escala econômica de atividade.

• Mercado para os produtos com conteúdo de reciclados.

Os fatores citados acima, assim como, as condições essenciais para

a implementação da logística reversas formam uma modelo de dependência

entre tais fatores e os níveis de organização e dinamismo dos canais de

distribuição reversos (Leite, 2003). Tais fatores atuando isoladamente ou em

conjunto vão influenciar no equilíbrio entre a quantidade disponível no fluxo dos

canais diretos e no fluxo dos canais reversos.

As organizações que se anteciparem quanto à implantação da

logística reversa em seus processos irá se sobressair no mercado, porque

passará para a sociedade uma imagem de empresa ecologicamente correta,

inovando e revalorizando seus produtos, uma vez que podem atender seus

Figura 10 - Fatores de influência na organização dos canais reversos de pós-consumo. ( Extraido de LEITE 2009, p88)

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clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes (BARBOSA et

al.,2005).

No estudo realizado por Lacerda (2002) destaca-se três causas

básicas na Logística Reversa:

• Questões ambientais: prática comum em alguns países,

notadamente na Alemanha, e existe no Brasil uma tendência de que

a legislação ambiental caminhe para tornar as empresas cada vez

mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto

significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega

dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem ao meio

ambiente;

• Diferenciação por serviço: os varejistas acreditam que os clientes

valorizam mais, as empresas que possuem políticas mais liberais do

retorno de produtos. Aliás, é uma tendência reforçada pela

legislação de defesa do consumidor, garantindo-lhe o direito de

devolução ou troca. Isto envolve uma estrutura para recebimento,

classificação e expedição de produtos retornados.

• Redução de custo: iniciativas relacionadas à logística reversa têm

trazido retornos consideráveis para empresas. Economias com a

utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de

materiais para a produção têm trazido ganhos que estimulam cada

vez mais novas iniciativas de fluxo reverso.

A fidelização dos clientes obtidas com o uso da logística tornam-se

importantes, por representar uma vantagem competitiva sustentável. A logística

reversa torna-se ecologicamente mais eficientes por meio de reciclagem, reuso

e redução da quantidade de materiais usados.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que a logística reversa possui uma grande importância,

com impactos positivos para a empresa, tanto em aspectos económicos,

quanto aspectos ecológicos e legais. Devido ao crescimento acelerado e

desordenado da população mundial, o meio ambiente tem sido totalmente

afetado. As empresas e governos tem priorizado a responsabilidade Social e a

sustentabilidade, afim de obter revalorização econômica, ecológica e social.

A preocupação com o meio ambiente, difere na imagem das

empresas, gerando competitividade no mercado empresarial com relação as

suas concorrentes. Além do reconhecimento e certificação internacional, a

empresa possuirá os produtos fabricados ecologicamente corretos. A

legislação exige que as empresas ajustem seus procedimentos e implantem o

sistema de logística reversa de maneira a contribuir para a preservação do

meio ambiente, seja com a utilização de matéria-prima reciclada ou descarte

adequado.

A preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a

defesa de sua imagem corporativa e seus negócios, enquanto a sociedade se

defenderão por meio de legislações e regulamentações específicas. Apesar de

se tratar de um interesse crescente algumas empresas ainda não estão

preparadas, ou não tem gestores qualificados para atuarem nesta área, ou

ainda não possuem sistemas operacionais bem estruturados para implantá-la.

Os impactos da alta competitividade mundial já estão sendo

percebidos, através de problemas como aquecimento global, desmatamento e

poluição. É por esta razão, os consumidores estão cada vez mais exigentes

quanto à responsabilidade social empresas, que não devem mais ter foco no

curto prazo, e sim como o futuro.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA REVERSA NAS EMPRESAS 10

1.1. Origem da Logística Reversa 10

1.2. Conceito de Logística Reversa 11

1.3. Canais de Distribuição Diretos e Reversos 13

1.3.1 Canais de Distribuição Reversos de Bens Pós-Vendas 15

1.3.2 Canais de Distribuição Reversos de Bens Pós-Consumo 16

1.4. O Processo de Logística Reversa 18

1.5. Custos da Logística Reversa 20

CAPÍTULO II

SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA 23

2.1. Responsabilidade Social na Logística Reversa 23

2.2. Sustentabilidade na Logística Reversa 25

2.3. Legislação: Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 27

2.3.1 Legislação Ambiental no Brasil 28

2.3.2 Implantação da PNRS na Logística Reversa 30

CAPÍTULO III

A INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA NO MEIO SOCIOAMBIENTAL 32

3.1. Impactos da Logística no Meio Socioambiental 32

3.2. Influência da Logística Reversa no Meio Socioambiental 33

3.2.1 Benefícios da Logística Reversa na Sociedade 35

3.2.2 Vantagens da Logística Reversa na Sociedade 37

3.3. Geração de Diferencial Competitivo na Logística Reversa 38

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CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 43 ÍNDICE 46 ÍNDICE DE FIGURAS 48 ÍNDICE DE TABELAS 49

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Logistica Reversa ..............................................................................11

Figura 2 - Canais de distribuição direto e reversos. ..........................................14

Figura 3 - Área de atuação e as diversas etapas da logística reversa. Fonte:

Leite(2003). .......................................................................................................15

Figura 4 Canais de Distribuição de Pós-consumo diretos e reversos. ..............17

Figura 5 - Processo Logístico Reverso. ............................................................19

Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida Total. ..................................................21

Figura 7 - Mudanças na cultura de consumo e suas conquencias....................24

Figura 8 - O ciclo de vida dos produtos " do berço ao túmulo". .........................26

Figura 9 - Fonte: Leite (CLRB- Palestra) ...........................................................38

Figura 10 - Fatores de influência na organização dos canais reversos de pós-

consumo. Fonte: Leite (2009.p88) ....................................................................38

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ÍNDICE DE TABELA

Tabela 1 - Benefícios ambientais e econômicos com implantação da Logística Reversa. ............................................................................................................35

Tabela 2 - Fonte: Rogers e Tibben-Lembke(1999), (apud Leite, 2009 p. 25). ..37

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