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DURAÇÃO DE TRABALHO 1. Artigo 7º, XIII, CRFB/1988: Impõem 2 limites a duração do trabalho, visando a integridade física, social, psíquica, entre outros: 8 horas - diárias 44 horas - semanais 2. Jornada de trabalho: é o tempo de trabalho, em que o trabalhador está à disposição do empregador, que pode ser na empresa, em casa ou no deslocamento para tal (artigo 4º da CLT). 2.1. Registro da Jornada do Trabalho: dever ser o registro fiel em que o empregado inicia e finaliza a sua jornada de trabalho. As empresas com mais de 10 empregados (11 ou mais empregados) deve ser realizado este registro, mediante o cartão ponto (artigo 74,§2º, CLT). O Ministério do Trabalho - MPT estabelece critérios para as modalidades de registro (eletrônico, manual e mecânico). Súmula 338, TST: Havendo controle em cartão ponto, este deve ser o retrato da realidade. Não se admite o registro uniforme do cartão ponto. Vedado o cartão ponto britânico, p presumindo-se (presunção relativa) verdadeira a jornada alegada na petição inicial. Artigo 58, § 1º, da CLT: Mais de 5 ou menos de 5 minutos de registro, limitados a 10 minutos por jornada, não serão descontados e não serão considerados como hora extra. Súmula 366, TST: Será considerada a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, referente ao artigo referido acima. Súmula 429, TST: Para que o tempo da portaria até o local de trabalho seja considerado jornada de trabalho, deve ultrapassar a 10 minutos. O empregado tem que computar todo o tempo de deslocamento, mais o tempo que ficou no vestiário. 3. Jornada In etinere – jornada de deslocamento, uma vez caracterizada como tal, integra a jornada de trabalho. Súmula 90, item 5, TST: é computada na jornada de trabalho. Não significa que haverá hora extra, somente se for ultrapassado o limite legal. Condições para a jornada in itinere: · O empregador fornecer a condução (transporte) do empregado; · O Local da empresa deve ser de difícil acesso e/ou sem transporte público. Súmula 90, TST: Item 1: condução fornecida pelo empregador; Item 2: existe transporte público, mas não é compatível com o horário de funcionamento da empresa e o empregador fornece o transporte, nesse caso, é inexistente o transporte público, sendo considerado como jornada in itinere; Item 3: a mera insuficiência de transporte público não dá direito à hora in itinere, pois é necessário que o empregador forneça a condução.

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DURAÇÃO DE TRABALHO

1. Artigo 7º, XIII, CRFB/1988: Impõem 2 limites a duração do trabalho, visando a integridade física, social, psíquica, entre outros:

8 horas - diárias

44 horas - semanais

2. Jornada de trabalho: é o tempo de trabalho, em que o trabalhador está à disposição do empregador, que pode ser na empresa, em casa ou no deslocamento para tal (artigo 4º da CLT).

2.1. Registro da Jornada do Trabalho: dever ser o registro fiel em que o empregado inicia e finaliza a sua jornada de trabalho. As empresas com mais de 10 empregados (11 ou mais empregados) deve ser realizado este registro, mediante o cartão ponto (artigo 74,§2º, CLT). O Ministério do Trabalho - MPT estabelece critérios para as modalidades de registro (eletrônico, manual e mecânico).

Súmula 338, TST: Havendo controle em cartão ponto, este deve ser o retrato da realidade. Não se admite o registro uniforme do cartão ponto. Vedado o cartão ponto britânico, p presumindo-se (presunção relativa) verdadeira a jornada alegada na petição inicial.

Artigo 58, § 1º, da CLT: Mais de 5 ou menos de 5 minutos de registro, limitados a 10 minutos por jornada, não serão descontados e não serão considerados como hora extra.

Súmula 366, TST: Será considerada a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, referente ao artigo referido acima.

Súmula 429, TST: Para que o tempo da portaria até o local de trabalho seja considerado jornada de trabalho, deve ultrapassar a 10 minutos. O empregado tem que computar todo o tempo de deslocamento, mais o tempo que ficou no vestiário.

3. Jornada In etinere – jornada de deslocamento, uma vez caracterizada como tal, integra a jornada de trabalho. Súmula 90, item 5, TST: é computada na jornada de trabalho. Não significa que haverá hora extra, somente se for ultrapassado o limite legal.

Condições para a jornada in itinere:

· O empregador fornecer a condução (transporte) do empregado; · O Local da empresa deve ser de difícil acesso e/ou sem transporte público.

Súmula 90, TST:

Item 1: condução fornecida pelo empregador;

Item 2: existe transporte público, mas não é compatível com o horário de funcionamento da empresa e o empregador fornece o transporte, nesse caso, é inexistente o transporte público, sendo considerado como jornada in itinere;

Item 3: a mera insuficiência de transporte público não dá direito à hora in itinere, pois é necessário que o empregador forneça a condução.

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Súmula 320, TST: a cobrança total ou parcial pelo transporte não descaracteriza a hora in itinere.

Artigo 58, § 3º, CLT: jornada in itinere para microempre (ME) e empresa de pequeno porte (EPP). Estas poderão, por meio de acordo ou convenção coletiva, estabelecer 3 condições sobre a jornada in itinere:

· Forma: estabelecer o pagamento, se vai ocorrer mensalmente, trimestralmente... · Natureza: remuneratória ou indenizatória (sem reflexo na remuneração); · Pagamento do tempo médio de deslocamento.

4. Tempo de jornada de trabalho

a) Artigo 7º, inciso XIII, CRFB/1988: Limite de trabalho: 8 horas diárias e 44 semanais; b) Artigo 7º, inciso XIV, CRFB/1988: Regime de revezamento de turnos ininterruptos - 6 horas

de trabalho, salvo convenção coletiva; Por meio de acordo, convenção coletiva, esse empregado poderá ter uma jornada de 8 horas de trabalho. É necessária a participação do sindicato para essa negociação coletiva. Vide Súmula 423, TST.

5. Regime de trabalho em tempo parcial (artigo 58, a, CLT): Jornada de trabalho até 25 horas semanais. O pagamento do salário é feito de forma proporcional à jornada. Alternativa para novos empregados. Entretanto, não impede que, mediante pedido expresso, os atuais empregados possam trabalhar nesse regime parcial. Para tanto, deve-se observar as condições estabelecidas em negociação coletiva.

Obs. 1: proibição de horas extraordinárias no regime de tempo parcial (artigo 59,§ 4º, CLT).

Obs 2: Possibilidade de férias, cosoante o artigo 130,a, CLT, ou seja, estabelecido conforme a quantidade de horas semanais realizadas, totalizando de 18 a 8 dias de férias.

Dias de férias proporcionais: estabelecidas pelas horas de trabalho:

18=+ 22 horas e até 25 horas.

16= + de 20 horas e até 22 horas.

14= + 15 horas e até 20 horas.

12=+ 10 horas e até 15 horas.

10=+ de 5 horas e até 10 horas.

8= até 5 horas

Artigo 103, a, § único, CLT: Regime normal, as férias são definas pela quantidade de faltas.

Artigo 143, CLT: Conversão das férias em abono pecuniário (venda de parte das férias). O trabalhador em regime parcial não pode vender as férias.

Medida Provisória n. 2164/ 2001, que incluiu os referidos artigos.

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6. Prorrogação da Jornada de Trabalho: mesmo que ocorra a hora extraordinária, poderá incidir também o pagamento de adicional (artigo 7º, inciso XVI da CF/1988).

7. Hora extraordinária: É toda aquela hora que extrapola a jornada normal de trabalho (diária ou semanal), incidindo o respectivo adicional.

8. Artigo 7º, XIII, CF/1988: Compensação de jornada de trabalho. Alternativa para o pagamento da hora extraordinária:

Súmula 85 do TST:

· Compensação simples (semanal): receberá a folga compensatória. Poderá ser ajustada por acordo, acordo coletivo ou convenção coletiva. Pode ser acordo individual, desde que escrito. Entretanto, este pode ser vedado por negociação coletiva.

· Compensação por banco de horas (artigo 59, § 2º, CLT): permite que a compensação seja anual. Não pode exceder o período máximo de um ano. Nem o limite máximo de 10 horas diárias. Necessita de negociação coletiva, com participação do sindicato.

Obs.: Tanto na compensação simples, como na compensação por banco de horas, não haverá o pagamento do adicional de hora extraordinária, tão somente as devidas compensações.

8.1 Invalidação da Compensação da Jornada de Trabalho:

· Se for estabelecida por acordo verbal; · Por ajuste tácito; · Horas extras prestadas com habitualidade (súmula 85, item III e IV, STJ).

Semana Espanhola: Alterna-se a quantidade de horas de uma semana e outra, entre 40 e 48 horas (OJ n. 323).

Prorrogação por necessidade imperiosa: A modalidade de prorrogação estabelecida no artigo 61 da CLT:

· Atender motivo de força maior: o empregado não trabalha por motivo de força maior, por exemplo, incêndio, vendaval... Situação em que o empregador deverá pagar o empregado. O empregador poderá solicitar ao MPT, a possibilidade de exigir horas extras, em razão do tempo parado. O empregado poderá fazer, no máximo, 2 horas diárias.

· Atenção ou realização de serviço inadiável: O empregado poderá trabalhar até 12 horas por dia, sendo que o empregador deve informar em 10 dias ao MPT a necessidade imperiosa.