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Caxias do Sul, setembro de 2010 | Ano I, Edição 41 | R$ 2,50 |S11 |D12 |S13 |T14 |Q15 |Q16 |S17 CIDADE SOBRE RODAS 1.753 lojas de autopeças, 524 revendas e 15 concessionárias formam a Caxias automotiva André T. Susin/O Caxiense Problema coletivo: ôn ibus menores da Visate acumulam queixas na catraca | O Caxiense entrevista: Pedro Ruas diz que a dívida do Estado já está paga | Guia: aproveite o 12º Caxias em Cena Com uma proposta de reajuste e gratificações já considerada inviável pela prefeitura, médicos do Município mantêm uma greve que parece incurável A DOENÇA DA SAÚDE PÚBLICA As melhores ofertas de imóveis, veículos e empregos estão encartadas nesta edição.

Edição 41

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Com uma proposta de reajuste e gratificações já considerada inviável pela prefeitura, médicos do Município mantêm uma greve que parece incurável

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Caxias do Sul, setembro de 2010 | Ano I, Edição 41 | R$ 2,50|S11 |D12 |S13 |T14 |Q15 |Q16 |S17

CIDADE SOBRE RODAS1.753 lojas de autopeças, 524 revendas e 15 concessionárias formam a Caxias automotiva

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Com uma proposta de reajuste e gratificações já considerada inviável pela prefeitura, médicos do Município mantêm uma greve que parece incurável

A DOENÇADA SAÚDEPÚBLICA

As melhores ofertas de imóveis, veículos e empregos estão encartadas nesta edição.

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2 11 a 17 de setembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Após três meses de queda, a cesta básica volta a subir em Caxias

Aperto no transporte | 5Novos ônibus pequenos da Visate geram grandes reclamações dos usuários

Vendas aceleradas | 6O comércio de veículos acompanha a velocidade do aumento da frota e do número de motoristas caxienses

Prejuízo na saúde | 9Médicos em greve deixaram de atender cerca de 130 pessoas por dia no Postão

Prejuízo nos serviços | 10Servidores paralisaram parcialmente 20 escolas, 10 UBSs e secretarias municipais

O Caxiense entrevista | 11Candidato do PSOL, Pedro Ruas quer combater a dívida e a corrupção

Milhões eleitorais | 14Segunda prestação parcial de contas mostra um salto na arrecadação dos candidatos

Guia de Cultura | 16Fidelidade ao real nas pinturas de Vasco Machado e o quase verossímil no longa de Woody Allen

Artes | 19Beijos românticos no solstício da vida

Pressentimento grená | 20Mais do que querer, vencer a Chapecoense é uma necessidade do Caxias

Volta por cima | 21Fred superou as vaias e o mau momento. Agora, falta o Ju fazer o mesmo

Guia de Esportes | 22Jogos Abertos de Atletismo são atração de fôlego no fim de semana

Renato Henrichs | 23Laurentino Gomes, Tony Bellotto e Guilherme Fiúza devem vir à Feira do Livro

www.OCAXIENSE.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia PahlCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio BoffImpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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Sindiserv |Mas que piada este sindicato. Não existe mobilização, é tudo um

jogo de cena, e no fim acabam aceitando migalhas de reajuste que a prefeitura oferece: 2,8% de aumento real em 2 anos é um verdadeiro absurdo. A mobilização deve continuar.

Paulo Cesar Lopes

Podcast da dupla CA-JU |Muito bom o podcast. Falaram a real: as chances de o Juventude

cair são enormes, mas se o Caxias não se cuida, quem vai é ele.Dandi Augusto

No Site

@otavio_ruivo Valeu pela cobertura de vocês pela internet no jogo do Juventude. Vocês falam a nossa língua caxiense. #juventudeaovivoemvídeo

@NatBianchi Resenha do Marcelo Aramis (@m_aramis) sobre meu trabalho na última edição d’@ocaxiense está linda. Jornalismo com sensibilidade! #edição40

@joaodorlan @ocaxiense Parabéns pela excelente matéria da greve dos médicos. Médico também é servidor público municipal, mesmo que alguns não queiram ser. #edição40

@thetramps Parabéns ao jornal @ocaxiense pelo espaço para críticas de cinema. E parabéns também à @adelecorners pelos ótimos textos. #edição40

@Kely_Melo A edição n° 40 de @ocaxiense está muito boa! Não perca! #edição40

@felipestoker @ocaxiense Muito boa a matéria sobre o Intercom, pena o evento não ter sido bem programado... teria de ser aberto ao público livre. Um erro. #edição40

@fabidelu Café da manhã com @ocaxiense, o filhão em volta e tempo chuvoso lá fora... quer coisa melhor para um sábado? #edição40

@jaquefiamenghi @ocaxiense Parabéns pela cobertura do jogo do JU. Bem melhor do que acompanhar pelo rádio! #juventudeaovivoemvideo

Em tempos onde jornalismo = lobby, parabéns a

O Caxiense por trazer a essência original da profissão para a cidade Rafael Rodrigues

Erramos | A foto publicada na página 23 da última edição não era de um médico, mas de outro servidor municipal da área da saúde, e relativa à campanha salarial do Sindiserv, e não à greve dos médicos (Aposentadoria integral) | O 12º Caxias em Cena começou no dia 10, e não no dia 11 (Diversidade no palco), como publicamos na edição 40 – ainda bem, assim temos mais um dia de teatro de qualidade.

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Coletes e bolsas verdes povoaram a UCS entre os dias 2 e 6, no Inter-com. Cerca de 3.163 congressistas movimentaram a Universidade para debater “Comunicação, Cultura e Juventude”. Durante o período, os hotéis de Caxias ficaram lotados. As casas noturnas também ganharam novos frequentadores, já que parte da programação era composta por festas oficiais. A próxima edição do Inter-com será no Recife com o tema Quem tem medo de pesquisa empírica?.

Comunicação

Independência

Eleições

Inclusão social

Artes Plásticas

Visate

Teatro

Tradição

Cultura

Intercom 2010 chega ao fim na UCS

Tradicionalistas e evangélicos na Sinimbu

Cartórios emitem segunda via do título eleitoral

Jovens saídos do Case terão aulas profissionalizantes

Obras do Amarp serão arquivadas adequadamente

Usuários respondem pesquisa de satisfação

Entra em cartaz o 12º Caxias em Cena

Semana Farroupilha ocupa os Pavilhões da Festa da Uva

Moinho Blues Festival será de 25 a 27 de novembro

QUINTA | 9 de setembro

SEXTA | 10 de setembro

QUARTA | 8 de setembro

SEGUNDA | 6 de setembro

TERÇA | 7 de setembro

Patriotismo na Sinimbu; blues na Estação Férrea, em novembro; obras no Amarp serão guardadas de modo apropriado

www.ocaxiense.com.br 311 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

Cinco mil pessoas de 42 entida-des passaram pela Rua Sinimbu na manhã de terça-feira (7) no desfile cívico e militar alusivo à Indepen-dência do Brasil. Escolas, associações e clubes esportivos apresentaram motivos para encantar e despertar orgulho no público formado por 16 mil pessoas. Além dos tradi-cionalistas, a presença de grupos evangélicos chamou a atenção.

Um mutirão para emitir segun-da via do título eleitoral atenderá neste sábado e domingo no Cartório Eleitoral. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) Luiz Felipe Difini lembrou, em passagem por Caxias do Sul neste terça (7), que pessoas que moram em Caxias mas têm domicílio eleitoral em outras cidades poderão pedir a segunda via nos cartórios

O Programa RS Socioeducativo vai atender 20 jovens recém saídos do Centro de Atendimento Socioe-ducativo (Case) de Caxias, com 800 horas de cursos profissionalizantes e atendimento psicossocial extensivo à família. O programa é um convê-nio entre Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social (SJDS) com o Instituto Leonardo Murialdo. Além das aulas, os adolescentes receberão apoio financeiro de até meio salá-rio mínimo regional por um ano.

O polêmico Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul

Enfim, Caxias tem uma longa e variada temporada de teatro. Até o dia 26, 31 apresentações levarão dife-rentes experiências de percepção da arte para os caxienses durante o 12º Caxias em Cena. Participam grupos de diversos países e diferentes partes do Brasil. A maior parte dos ingres-sos custa R$ 10. Veja a programação completa no Guia da página 16.

Provas campeiras e atrações musi-cais típicas são o que fazem a Semana Farroupilha tão tradicional para os participantes. As festividades come-çaram com a gravação de um DVD especial pelos 100 anos de Caxias do Sul e seguem até o dia 20. No dia 19 haverá o desfile Farroupilha. Para participar basta doar um quilo de alimento não perecível e pagar o es-tacionamento de R$ 5 nos Pavilhões.

O Moinho Blues Festival deste ano, em sua terceira edição, será realiza-do entre 25 e 27 de novembro, e virá com novidades. Agora, serão cinco palcos onde os artistas apresentarão o blues e suas vertentes. Além do palco principal, haverá locais para shows dentro do Mississippi Delta Blues Bar, do Boteco 13 e no deck da Pizzaria Vesúvio. O palco do Boteco será chamado Confraria do Blues e o da pizzaria, Serrano Amps & Perpé-tua. O palco intitulado Highway 61 é o diferencial e, de acordo com um dos coordenadores do Festival, Toyo Bagoso, uma surpresa. À medida que o festival cresce, também aumenta o número de atrações de peso. Neste ano, serão cinco bluseiros america-nos tocando por aqui, e logo de cara, na primeira noite, o show é de Peter Madcat. Segundo o coordenador, o nome mais conhecido é o de Kenny Neal, filho de Raful Neal, considerado um dos melhores guitarristas da atu-alidade. Outra surpresa é, antes dos shows de Kenny Neal e de Dave Riley, americanos que fecharão o festival, um revival a cargo de músicos caxien-ses. A Lucille Band fará show com sua formação original, com Fher Costa – vindo direto de Londres – Fran Du-arte, Nicole Mottin e Rafa Schüller.

Como no ano passado, as atra-ções musicais dividirão espaço com workshops, uma mostra de fotos – ainda sendo organizada – e áre-

A Semanaeditado por Paula Sperb [email protected]

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Online | Veja a programação completa em primeira mão em www.ocaxiense.com.br.

Online | Veja a programação completa em www.ocaxiense.com.br.

Cerca de 400 usuários da Viação Santa Tereza (Visate) puderam opinar sobre o serviço de transporte em 35 questões da pesquisa de satisfação da empresa, aplicada pela empresa Allcon, de Porto Alegre. As per-guntas são segmentadas por perfil e satisfação do usuário e imagem da empresa. Neste ano, o estudo foi qualitativo. Por isso, foi estipulado o número de 400 usuários que repre-sentam uma estimativa do número total de passageiros transportados/dia. A Visate alterna a cada ano pesquisas qualitativas e quantitati-vas. O questionário foi aplicado na Estação Catedral, Estação Ópera, Estação Bento Gonçalves e na Parada da Praça Dante Marcucci (Camelôs).

caxienses. “Para votar será necessá-rio documento com foto e o título. O prazo para mudança de domicílio eleitoral já acabou, mas a impressão da segunda via pode ser feita em qual-quer cartório”, explica Difini. Nestas eleições, menores infratores detidos nas unidades da Fundação de Aten-dimento Socioeducativo (FASE) e presos provisórios, que aguardam jul-gamento nas cadeias, poderão votar.

(Amarp) promete finalmente sair do papel. Depois de ficar mais de dois anos encaixotadas e em más condi-ções de conservação, as 600 obras do acervo passaram recentemente por um processo de restauração. Até o final deste ano a coleção recebe-rá um local mais apropriado, em uma sala climatizada no Ordovás. A longo prazo, as obras finalmen-te estarão disponíveis ao público. Mas o acesso será virtual, no Ordo-vás e pela internet. Fisicamente, as obras continuarão encaixotadas.

A construção de um espaço para o acervo faz parte de uma série de reformas que acontecem no Ordo-vás. Entre elas está a construção de uma galeria onde obras do acer-vo circularão eventualmente.

as de divulgação e alimentação.

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Roberto [email protected]

Os últimos dias foram marcados por queixas de consumidores de Caxias por cobranças abusivas nas contas de energia elétrica pela RGE, fato reconhecido pela empresa que garantiu o ressarcimento aos preju-dicados. Os problemas, no entanto, já vem de muito mais tempo e por razões diversas. Assim é que nesta sexta-feira (10), em Porto Alegre, a RGE, AES Sul e CEEE, concessioná-

rias de energia no Estado, assinaram carta de intenções com o Ministério Público Estadual para adotar me-didas que amenizem problemas no fornecimento de luz e transtornos causados aos consumidores. Entre as principais queixas estão oscilação da corrente, constantes quedas de energia, demora no restabelecimen-to dos serviços e ressarcimento a consumidores lesados.

Depois de três sucessivos indica-dores negativos, o que fez bem ao bolso do caxiense, o custo da cesta de produtos básicos aumentou 1,26% em agosto em relação a julho, represen-tando R$ 6,02 em valores absolutos. Para adquirir os 47 itens que com-põem a cesta foi preciso desembol-sar R$ 481,95. O levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul aponta a alimentação como vilã do mês, com elevação de 1,46%, respon-dendo por 79% do custo total da cesta. Já os gastos com produtos não alimen-tares apresentaram elevação de 0,54%. Uma das causas para o aumento é o

reajuste no preço do trigo importado da Argentina, que se refletiu na fari-nha, com alta de 13,38% e, em cadeia, atingiu o pão em 7,7%. A coxa de frango apresentou variação de 18,79%; o açúcar em 14,78%; e o queijo fatiado em 14,34%, isto que o preço do leite vem sofrendo sucessivas quedas. O aumento da oferta de hortifrutigran-jeiros se refletiu em diminuição de preços: cebola, com incríveis 46%; alface, 17%; e maçã, 15%. Também houve sensível redução nos preços do refrigerante em 6,78% e na carne bovi-na em 4,76%. No acumulado do ano a cesta básica apresenta redução de 2% e, em 12 meses, de 3,36%.

O Prataviera Shopping assinou contrato com a Consultur Câmbio, de Porto Alegre, para a instalação de uma casa de câmbio. A nova operação será montada no 1º an-dar, com início de atividades ainda em setembro.

A Associação dos Dirigentes Cristãos de Em-presas de Caxias do Sul comemora seus 25 anos de atividades neste sábado (11). A programação se iniciará às 18h30 com missa de ação de graças no Seminário Nossa Senhora Aparecida, seguida por jantar comemorativo no restaurante da CIC. A presidente Fátima de Carvalho assinala que haverá homenagens a integrantes da ADCE e personalidades da comunidade que se destaca-ram pelo seu envolvimento com a entidade.

Especializada em decoração de interiores, a Zevir Revestimentos completa 30 anos de atividades na cidade. Para marcar a data, a diretora Cláudia Vieira organiza para quarta-feira (15) encontro com clientes e fornecedores para apresentar o novo layout da loja, inspirado na Feira de Design de Milão. A grande novidade é a criação de vários cenários de forma que os clientes sintam-se como se estivessem em suas residências quando da escolha dos produtos.

A Fras-le, empresa controlada do grupo Randon, recebeu a certificação pela norma OHSAS 18001, que fixa as diretrizes do Sistema de Gestão em Segurança e Saúde Ocupacional. A norma atesta o compromisso da em-presa com a integridade física de seus  funcionários, prestadores de serviços e visitantes. Para consolidar os princí-pios da norma a empresa implementou um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional de forma a integrar todas as práticas já existentes.

Mesmo confiante de que o final de ano reser-vará bons resultados, o comércio de Caxias do Sul está cauteloso na efetivação de pedidos junto à indústria. É o que revelam os presidentes do Sindicato do Comércio Varejista, Ivanir Gaspa-rin, e de Gêneros Alimentícios, Jorge Salvador. A formalização dos pedidos de forma mais consis-tente deve se dar somente depois das eleições. Eles também adiantam que os comerciantes, especialmente os de pequeno porte que não conseguem devolver mercadorias não vendidas à indústria, uma exclusividade das grandes redes, estão procurando evitar sobras de mercadorias. “É preferível que falte um ou outro produto, que possa ser substituído, do que ter de administrar estoques indesejáveis”, acrescentam.

O assunto é tratado com absoluta discrição por todos os diretamente envolvidos. Mas toda a classe empresarial gaúcha do ramo industrial sabe da movimentação para a escolha do novo presidente da Federação das Indústrias do Esta-do em maio de 2011. Pois o tema virou público na reunião-almoço extraordinária de quinta-feiram (9) da CIC de Caxias do Sul. O candidato ao Senado Germano Rigotto ao cumprimentar as autoridades destacou a presença do diretor da Randon, Astor Schmitt. Lembrou da sua atual condição de vice-presidente da Fiergs, mas apro-veitou para o projetar como forte candidato à sucessão de Paulo Tigre. Schmitt, como é da sua característica, evita expor esta situação publica-mente antes que haja definição. Mas seu nome ganha força para o cargo a cada novo dia.

A Câmara dos Dirigentes Lojis-tas de Caxias do Sul programou para este domingo (12) a realiza-ção da 1ª Jornada do Varejo para debater assuntos de interesse do comércio e da competitividade do setor. Para falar a cerca de 850 lojistas a organização convidou os presidentes da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pelli-zzaro Júnior, e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Vitor Augusto Koch. O evento, que ocorrerá no Teatro da Universida-de de Caxias do Sul, é alusivo ao Dia do Cliente comemorado em 15 de setembro e integra as comemo-rações dos 45 anos da CDL Caxias.

A Experimento, que tem unidade em Caxias do Sul, foi considerada a melhor agência de intercâmbio da América Latina pela Language Travel Magazine, uma das mais conceituadas publicações especializadas no segmen-to.

A votação é realizada pelas organi-zações educacionais e de intercâmbio de maior prestígio internacional e leva em conta principalmente a qualidade de prestação de serviços das agências indicadas.

Energia em baixa

Multas e processos

Susto no bolso

Câmbio

25 Anos

30 Anos

Avanços

Freada estratégica

Agora é público Jornada varejista

Reconhecimento

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De acordo com a Agência de Regulação dos Serviços Delegados do Rio Grande do Sul, em cinco anos foram aplicados mais de R$ 64 milhões em multas às concessio-nárias de energia. Desde 2009, 13 processos foram abertos na Agência para averiguar problemas somente

a partir de ações formuladas pelo Ministério Público, que desenvolve o projeto Não ao Apagão para fazer com que as prestadoras do serviço hajam de forma preventiva para evi-tar os problemas. Nota-se que falta avançar muito para que o consumi-dor não seja sempre o prejudicado.

As obrigações legais dos empresá-rios, contadores e empresas de informática centralizam os debates de um fórum, ter-ça-feira (14), na CIC de Caxias. O objetivo é informar sobre o papel de cada um pe-rante os órgãos fiscalizadores. A iniciativa, com início às 13h30, terá representantes da Receita Federal, Fazenda Estadual, Receita Municipal. Inscrições pelo site www.ses-conserragaucha.com.br.

A Microempa promove quarta-feira (15), às 19h30, na CIC de Caxias, a tercei-ra etapa do ciclo de palestras do projeto Prazer em Conhecer. O palestrante será Ricardo Sondermann, vice-presidente da Federasul e professor de Relações Interna-cionais da ESPM de Porto Alegre.

A Associação Serrana de Recursos Humanos antecipou para segunda-feira (13) o anúncio das empresas agraciadas com o prêmio Destaques do Ano em Re-cursos Humanos. A oficialização será às 11h em encontro na CIC de Caxias e a en-trega dos troféus no dia 28 de outubro.

O presidente do Secovi/RS-Agademi,

Moacyr Schukster, palestra na quarta-feira (15) em reunião-almoço promovida pelo Núcleo de Jovens Empresários da CIC de Farroupilha e Associação Farroupilhense dos Engenheiros, Arquitetos e Agrôno-mos. Abordará o tema A situação do mer-cado imobiliário no Brasil. O evento será no Restaurante Parque dos Pinheiros.

O Ministro da Educação Fernando Haddad palestra na reunião-almoço de segunda-feira da CIC de Caxias. Aborda-rá o tema Educação de qualidade: balanço e perspectivas. Em pouco mais de um mês ele será o terceiro representante do primei-ro escalão do governo federal a vir para encontro na entidade empresarial.

Curtas

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por VALQUÍRIA [email protected]

ez ônibus novinhos em folha circu-lam por Caxias desde o final do mês de agosto. Eles são menores, mais rá-pidos, equipados com GPS, elevador para cadeirantes, andam mais com menos combustível e, de quebra, ofe-recem menor custo de manutenção. Os modelos da frota Sênior Midi, chama-dos de Caxias Urbano, são o orgulho da Viação Santa Tereza (Visate), que encontrou nos novos veículos uma for-ma de otimizar custos – não somente com combustível, mas também com funcionários, já que eles operam sem cobradores.

Mas basta dar uma volta em um Sê-nior Midi para perceber que os passa-geiros não estão tão animados com a troca quanto a Visate. Em alguns horá-rios, os 27 lugares dos novos ônibus (10 a menos do que um ônibus tradicional) lotam rapidamente, e muitos passagei-ros precisam equilibrar-se para fazer o trajeto de pé. O zelador Ilvo Witt, 56 anos, resume em uma frase a sensação de trafegar no novo ônibus: “Me sinto como uma minhoca enlatada”.

Witt conta que não é preciso nem se escorar em outros passageiros ou se segurar nas barras para não cair. “De pé já é suficiente, de tão apertado”, diz o zelador. “Ficou pequeno esse aqui. E atrasa. Eu começo a trabalhar às 13h20 e estou chegando todos os dias às 13h35 por causa do ônibus”, completa o passageiro da linha Panazzolo.

Os atrasos são o maior problema para a assistente financeira Roselaine Zanela, 33 anos, da mesma linha. “Eu não gostei. Preciso pegar o ônibus das 7h, das 13h e das 18h, os horários mais cheios. Tenho que explicar no meu tra-balho o que está acontecendo. E o pior

é que estamos pagando a mesma coisa. A gente não está ganhando com isso”, afirma Roselaine.

Os ônibus menores já estão operando em seis linhas, escolhidas por ter o menor número mensal de passageiros: Medianeira/Libertá (12 mil usuários), Cristo Redentor (39 mil), Panazzolo (30 mil), Tijuca/Nossa Senhora da Paz (15 mil), Glória/Cara-vaggio (19,5 mil) e Gauchinha/Tisatto (13,5 mil).

Além de o Caxias Urbano ser menor do que o ônibus tradicional, a mudan-ça atinge principalmente o motorista, que desenvolve todas as funções antes feitas pelo cobrador. Um dos motoris-tas conta que os primeiros dias foram os mais tumultuados, com reclama-ções constantes. “No final de semana está ok, eles acertaram. Mas durante a semana tem horários que dá mais gen-te. E esse ônibus trouxe mais respon-sabilidade, a gente faz duas funções”, ressalta.

As queixas, ao que tudo indica, não surtirão muito efeito. A Visate preten-de manter as seis linhas com os novos ônibus e só vê vantagens na mudança. Para o gerente operacional da conces-sionária, Sérgio Beneton, nenhuma das linhas opera com a capacidade má-xima, e por isso elas foram escolhidas. Não há, portanto, perspectiva de que essas linhas voltem a utilizar os ônibus convencionais.

Antes da implantação dos Sênior Midi, Beneton diz que havia muito desperdício de energia. “Esse ônibus é mais ágil, tem nove em vez de 12 me-tros de comprimento, polui muito me-nos, faz mais quilômetros por litro do que o veículo tradicional. E a tendên-cia é que ele consiga fazer mais voltas”, avalia.

Beneton afirma que exceto nas voltas mais movimentadas, que registraram 52 pessoas no Panazzolo e 55 no Cris-to Redentor, não ocorre superlotação. “Antes se olhava para o corredor e ele estava todo em branco. Agora corredor tem oito ou 10 pessoas e mais todos os bancos lotados. Mas vamos voltar atrás? Por que todo mundo reclama do corredor? Não adianta ficar dizendo que está lotado. Vamos pagar pela dor e pelo amor. Já está aí. Imagina colocar 10 ônibus grandes novamente no cor-redor de ônibus. Significa que vai ficar uma quadra a mais para trás”, explica o gerente operacional.

Ele adianta que o aumento do valor da passagem não deve ocorrer este ano e que a implantação do Caxias Urba-no está ligada a isso: “Estamos fazendo uma força enorme para não aumen-tar o preço, não dá para botar energia fora em algumas coisas. Trabalhando desse jeito, tirando de onde sobra e colocando onde falta, talvez o reajuste seja muito menor. Não estou dizendo que tem que andar apertado. Foi feito um estudo desde dezembro para estes ônibus, foram feitos cálculos”, defende Beneton.

É sexta-feira (3), final da tar-de. O ônibus Sênior Midi do Cristo Redentor está atrasado. Ao chegar na parada da Catedral, uma fila de pas-sageiros se forma na porta. “Não vai caber”, dizem alguns. Passados alguns minutos, todos entram. Mas o novo ônibus está tão cheio que depois da-quela parada é fisicamente impossível alguém mais embarcar. Passageiros en-raivecidos, que esperavam pelo ônibus nas paradas seguintes, são deixados. “Palhaçada”, “absurdo”, ouvia-se. “A gente era feliz com nosso ônibus gran-de e não sabia”, lamenta uma senhora.

Usuária da mesma linha, a costurei-ra Leda Helena BassoVarela, 74 anos, reclama que o novo modelo tem pouco espaço e sacode muito. “Está horrível. Como uma pessoa de 80 anos vai se se-gurar com braços levantados e pernas frouxas? É uma região de muita gente de idade que vai para o Centro. Não querem mais que ninguém viaje de graça”, conta a costureira, referindo-se ao uso do passe livre pelos idosos.

A aposentada Gema Grosselli, 63 anos, diz que, além do problema da fal-ta de bancos, há o da falta de educação, pois os mais jovens não se levantam para ceder o assento aos mais velhos. Cenas de idosos equilibrando-se de pé nos Sênior Midi são comuns. “Como pagam a passagem, se acham no di-reito de sentar. E os idosos têm que ficar de pé. Mas isso não é seguro”, diz Gema. “Piorou mil vezes”, acrescenta o aposentado Ademor Barbieri, 77 anos. Para ele, a única explicação para a mu-dança é que as pessoas que decidiram trocar a frota não costumam andar de ônibus. “Disseram que estavam nos contemplando, mas na verdade estão nos sacrificando”, afirma o aposentado.

O presidente da Associação de Mo-radores (Amob) do Boa Vista/Cristo Redentor, Rafael Bueno, organizou uma mobilização contra a Visate e a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade. “Decidi que a primeira coisa era incomodá-los até eles se cansarem. Então, estou distribuindo panfletos com o telefone da secretaria”, explica. “Se não resolver com essa primeira ação, já temos ou-tras. Queremos paralisar o ônibus da Visate no bairro, não vamos deixar o ônibus passar, e uma outra empresa faria o trecho. Vamos cobrar R$ 1, R$ 1,50, e a Visate vai ver o quanto a gente faz falta”, ameaça Bueno.

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Reclamações na catraca

Na linha Cristo Redentor, com 39 mil usuários mês, presidente da Associação de Moradores do Bairro apela aos passageiros para protestarem contra a mudança

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PEQUENOS E POLÊMICOS

Enquanto a Visate contabiliza vantagens com a implantação de 10 ônibus menores, os passageiros se queixam de lotação e atraso nas linhas

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Paixão sobre rodas

CARROS PARA dAR E VENdERA frota caxiense cresce e o mercado automotivo acompanha, com 1.753 lojas de autopeças, 278 chapeações, 760 mecânicas, 524 revendas, 15 concessionárias e, claro, 84 postos de gasolina

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por JOSÉ EdUARdO [email protected]

ngerindo gasolina – como principal combustível – e expelindo dióxido de carbono, as máquinas automotoras conquistam cada vez mais espaço den-tro de Caxias do Sul. Elas imperam so-zinhas sobre os 1.383 quilômetros das ruas da cidade, várias congestionadas. As vias asfaltadas dia a dia se tornam mais importantes do que as calçadas de basalto. A cultura automotiva da re-gião leva ao contínuo crescimento da frota veicular da cidade. Nos últimos dois anos e oito meses, 35.803 novos veículos se somaram aos 189.654 já existentes. Neste número estão inclu-ídos os 321 ônibus da Visate (Viação Santa Tereza), 22 táxis-lotação, 227 tá-xis e 1.455 ônibus de transporte escolar e fretamento.

A franca expansão no setor auto-motivo pode ser observada levando em consideração a quantidade de co-mércios ligados a ele. Conforme o se-cretário da Receita Municipal, Ozório Alcides Rocha, estão instaladas em Ca-xias 1.753 lojas de vendas de autope-ças e acessórios em geral, 278 oficinas de chapeação, 760 oficinas mecânicas e 524 revendas de automóveis. Além disso, a cidade mantém 15 conces-

sionárias de automóveis de diferentes marcas. O consumidor pode escolher entre os carros americanos da Ford e General Motors; os europeus da Peu-geot, Renault, Citröen, Volkswagen, Mercedes e Fiat, além dos asiáticos da Kia Motors, Honda, Toyota, Hyundai, Mitsubishi, Nissan e Mahindra. Além destes, Caxias ainda conta com o uti-litário Marruá fabricado pela Agrale, o único montado na cidade. Para abaste-cer os motores destes sedentos de pe-tróleo ou álcool, 84 postos de combus-tíveis estão espalhados pelo município.

Aliada à diversidade, a oferta de financiamento é um dos principais fatores da demanda crescente. Quem diz isso é o gerente comercial da Sul Peças, Edílson Rosa. “As taxas estão bem atrativas. Nota-se que a classe C tem comprado bastante. Com o RG e CPF em mãos se pode sair com um carro novo de uma concessionária”, conta. E foi exatamente isto que cen-tenas de pessoas fizeram nos primeiros oito meses deste ano. Ao todo, foram emplacados 7.137 novos veículos entre automóveis de passeio e comerciais le-ves, conforme os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Isto repre-senta uma média de 892 carros por

mês e um aumento de 6,67% sobre o mesmo período no ano passado. Estes novos carros ingressaram na frota de 150.156 automóveis que circulam pelas ruas atualmente em Caxias, conforme os números divulgados pelo Departa-mento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran).

Para o presidente do Sindicato Inter-municipal dos Concessionários e Dis-tribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv), Hugo Pinto Ribeiro, Caxias é uma referência no setor e, segundo ele, o crescimento deve continuar. “Acredito que Caxias tem um duplo significado no merca-do. A cidade é disparada o segundo lugar em vendas no Estado, perdendo somente para a Capital. Na área de ca-minhões rivaliza com Porto Alegre. A cidade é um grande polo consumidor e também um produtor metal-mecâ-nico. Isso provém da sua pujança eco-nômica. Estamos prevendo um cresci-mento de 5 a 10 % para o Estado em 2010. Acredito que Caxias acompanhe esse número, e possivelmente chegue até a 15%.” Conforme o presidente, Caxias superou Pelotas em diversidade de marcas e quantidade de veículos há pelo menos sete anos. Ele informa que o principal fator para isso é a economia de Caxias baseada na indústria, setor

que mais cresceu no Brasil durante o último ano.

O número de motoristas acompanha o aumento da frota. Segundo dados do Detran, até agosto deste ano, Caxias do Sul mantinha 190.903 condutores ha-bilitados. Destes, 153.615 obtêm car-teira para dirigir automóvel, pratica-mente o mesmo número de carros da cidade. Já a permissão para guiar uma motocicleta está bem inferior ao veí-culo de passeio. Ao todo, esse número chega a 48.420. Considerando que a cidade mantém 23.498 motos registra-das, isso quer dizer que existem pou-co mais de dois condutores para cada moto. E por falar nos veículos de duas rodas, o ramo das motocicletas obteve no mês de agosto um percentual leve-mente superior ao do mesmo período do ano passado em emplacamentos. Conforme os dados da Federação Na-cional da Fenabrave, o aumento foi de 4,82%.

Para o diretor executivo da Asso-ciação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motone-tas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Moacyr Alberto Paes, a expectativa comercial do setor neste ano deve se aproximar da casa de R$ 1,8 milhão em vendas. “Saindo de Porto Alegre, Caxias é uma cidade com grande po-

Sociedade Caxiense de Automóveis Antigos (SCAA) se reúne todas segundas-feiras para cultuar seus colecionáveis

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www.ocaxiense.com.br 711 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

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pulação e um distrito industrial forte. A motocicleta se torna um veículo im-portante para o transporte de casa para o trabalho e vice-versa por um preço acessível. O potencial econômico da cidade facilita a aquisição inclusive das motos mais caras”, informa.

O setor dos carros usados não teve o mesmo crescimento que as mo-tos e seus irmãos zero quilômetro neste último ano. Entretanto, o presidente da Associação dos Revendedores Auto-motivos da Serra Gaúcha, Mário Cezar Müller Röfler, acredita que as vendas do chamado semi-novo devem aque-cer nos próximos meses. “A tendência é o mercado começar a se mexer. Até o presente momento estava estagna-do. Só se vendia carro zero. Agora os bancos estão abrindo linhas de crédito para os usados. Temos um aumento de vendas de 40% em relação ao mês passado. O carro novo começou a ficar distante pois foi retirado o desconto do IPI.” Conforme Röfler, outro motivo que alavanca as vendas de veículos de dois a cinco anos de uso é a desvalori-zação do zero quilômetro. “Quando se tira o carro da loja já se perde 25 % do seu valor.” Com isso, a expectativa do presidente é a de que o mercado do se-tor dos usados decole e as 18 revendas associadas recuperem-se de um perío-do de estagnação.

Quem confirma este discurso é Ra-fael Adriano Marchett, 40 anos. Ele é sócio-gerente da Marchett Automóveis, uma das revendas mais antigas da cidade. Fundada em 1960 por seu pai Eva-risto Adriano Marchett – hoje aposentado, com 82 anos – em parceria com seu irmão Reolon, a loja nestes 50 anos sempre esteve com as portas abertas, precisa-mente na Rua Matheo Gianella. Rafael, que comanda o es-tabelecimento com mais dois irmãos, lembra que a revenda foi uma das qua-tro primeiras da cidade. “A época mais rentável foi sob o comando do meu pai nos anos 70 e 80. No início havia ape-nas três ou quatro lojas. Hoje existem aproximadamente 600, nem todas re-gulares, mas que atingem o mercado.” E com toda essa concorrência, quem ganha é o comprador. Rafael acredita que existam pelo menos 25 mil ofertas de carros usados na cidade. “Com essa abrangência não posso pedir R$ 500 a mais em um carro porque vou ficar fora do mercado”, conta.

A experiência de 20 anos no ramo de vendas fez com que Rafael com-preendesse a atual situação da frota caxiense que, segundo ele, tende a se tornar mais jovem. “Não vale mais a pena vender carros mais velhos pois a garantia que temos de dar para ele é a mesma do que para um carro com dois anos de uso”, conta. Concorrendo diretamente com mais nove lojas na rua, o sócio-gerente da Marchett Auto-móveis revela que no período em que o IPI (Imposto sobre Produtos Indus-trializados) foi reduzido, a loja passou por um momento difícil. “Esta foi uma época de correção de preços. O carro

zero baixou 7% imediatamente. Com isso houve uma grande depreciação no usado”, lembra. Com o fim do perí-odo de recessão, a expectativa para os próximos meses é de aquecimento no setor.

Essas variações econômicas,

que levam em consideração a crise mundial de 2007 e a redução de impos-tos para a aquisição de automóveis no-vos, passam bem distante de um seleto grupo composto por aproximadamen-te 90 pessoas apaixonadas por seus car-ros. Na primeira segunda-feira de cada mês, os membros da Sociedade Ca-xiense de Automóveis Antigos (SCAA) se reúnem em sua sede e conversam sobre o que mais gostam: carros anti-gos. Ivan Dalla Costa, 70 anos, é um destes. Colecionador, entre suas obras mais preciosas se encontram o Ford 29, o Ford 37 e uma Mercedes SLC 79 que costumam permanecer guardadas na garagem. Estas relíquias com valor inestimável recebem atenção especial. Não são veículos para transporte en-tre dois pontos, mas objetos a serem cultuados. Para ir no supermercado e inclusive nas reuniões da SCAA, seu Ivan usa o seu automóvel de andar, um Corola. “Meus carros antigos ficam mais na garagem mesmo. Costumo tirá-los somente para dar uma volta na quadra e fazê-los rodar um pouco. Assim não exigem muita manutenção”,

explica. Ivan lembra que em um encontro de carros antigos no ano de 1985 em Flores da Cunha, um admi-rador insistiu para que ele lhe vendesse o seu Ford 29. “Eu disse que não queria vender. En-tão ele me ofereceu um Santana do ano pelo meu carro. Não aceitei é claro, e ele respon-deu: ‘Tens razão. Eu tinha um Galax e um

Ford 29, hoje não tenho nenhum de-les’”, recorda.

Outro membro do grupo é Márcio Stedile, 60 anos. Seu primeiro veículo antigo foi um Ford Modelo A 29, que adquirira em 1986 em estado bem desgastado. “Levei cinco anos para restaurar todo o carro. Era difícil de se ter acesso a essas peças importadas na época”, relata. Atualmente, o grupo marca viagens para o Exterior, princi-palmente EUA, ou adquirem elas pela internet. Sua obra mais preciosa foi a restauração completa, que levou seis anos, de um Chevrolet 57, modelo Coupe, com oito válvulas. “Este era o carro que eu queria. Sou o seu terceiro dono”, revela. A história é um episódio importante para quem aprecia carros antigos. Conforme Márcio, o carro fi-cou 20 anos parado com a viúva do seu segundo dono até ele o comprar.

Independente se eles são novos, usa-dos ou antigos. Ou ainda se são desti-nados para o transporte ou para a con-templação. O fato é que o automóvel adquiriu um espaço importante dentro da vida dos habitantes de Caxias. Se confirmar-se a estimativa da projeção de 450 mil habitantes para o censo de 2010, a média da frota caxiense será de um carro para cada três pessoas. A tendência é que com o fim do desconto do IPI as vendas de carros usados aumentem

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“Estamos prevendo crescimento de 5% a 10 % para o Estado em 2010. Acredito que Caxias chegue até a 15%”, diz Hugo Ribeiro

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por CAMILA [email protected]

om a pretensão de encerrar o due-lo entre prefeitura de Caxias do Sul e médicos do Sistema Único de Saúde, o sindicato da categoria sacou uma nova proposta. Pelo teor das exigências, no entanto, é provável que só tenha deixa-do ainda pior o clima de animosidade. O Sindicato Médico refez os cálculos de reajuste. Agora seu desafio é conse-guir um salário básico de R$ 8,5 mil, ou seja, 292,5% de ganho sobre o atual, de R$ 2,1 mil. Antes, porém, oferece uma trégua. Para suspender a paralisação, exige a formação de uma comissão que discuta e implante um plano de carrei-ra da categoria. Mas ela não sairia de graça. Até que essa comissão conclua seus trabalhos – e chegue a um novo piso definitivo, portanto –, a prefeitura deveria pagar uma gratificação emer-gencial de R$ 1,2 mil para cada um dos 209 médicos do município por cerca de um ano. Para a população, a greve, que funciona em sistema de rodízio entre os médicos e conta com adesão de 100% da categoria (conforme o sin-dicato), resulta em prejuízo no número de consultas e no tempo de espera.

A proposta foi apresentada quarta-feira (8), em uma reunião que quase não aconteceu. Fora agendada para ocorrer na Secretaria da Saúde, mas uma ligação da titular da pasta, Ma-ria do Rosário Antoniazzi, na noite anterior, cancelando o encontro, fez o sindicato anunciar que iria protocolar a proposta diretamente na prefeitura. Na manhã de quarta a secretária vol-tou atrás. “O fato de eu estar recebendo a proposta não quer dizer que ela está sendo aceita pela prefeitura”, ressaltou Maria do Rosário logo no início da reunião.

Mais tarde, ela justificou: “O diálogo nunca foi proibido pelo prefeito. O que ele está querendo dizer é que confia na equipe de secretários que tem. Eu só havia considerado que esse assunto devesse ser tratado pela procurado-ria, que está acompanhando. Mas vou cumprir minha função e levar a ques-tão para ser analisada pelo governo”.

Para começar a apresentação da proposta, o presidente do sindicato, Marlonei Silveira dos Santos, citou o Código de Ética Médica e a Constitui-ção, dizendo que a categoria precisa de remuneração justa e exerce uma pro-fissão diferenciada devido ao grau de responsabilidade e complexidade. A proposição do Plano de Carreira, Car-gos e Vencimentos teve origem em es-tudo da FGV e é semelhante à que está em discussão em Porto Alegre.

Em letras maiúsculas, a proposta do sindicato afirma: “Queremos salário, não queremos gratificações”. Confor-me a apresentação evoluiu, entretanto, inúmeros abonos foram surgindo no pedido de remuneração dos médicos: além do vencimento básico, gratifica-ções por difícil provimento e acesso, para atividade de ensino – quando os profissionais auxiliam estudantes de medicina – e para detentores de títulos de mestrado ou doutorado. Há ainda os adicionais por insalubridade, traba-lho noturno, horas extras e atuação em sábados, domingos e feriados, calcula-dos sobre o vencimento total. Para fi-nalizar, vantagens especiais por cargos diretivos e gratificações por tempo de serviço. Cada adicional seria calculado não sobre o piso inicial – aquele de R$ 8,5 mil –, mas sobre o salário final.

Conforme o tempo de atuação do servidor e a qualidade – indicador que passaria por assiduidade e pontuali-dade, hoje francamente descumpridas

–, os médicos evoluiriam dentro dos níveis, o que implicaria em benefícios adicionais. “O tão badalado cumpri-mento da carga horária só vai aconte-cer quando tivermos o nosso plano”, avisou Marlonei.

Na reunião, o sindicato propôs que os itens do plano de carreira fossem discutidos e formalizados por uma co-missão de quatro ou cinco membros do secretariado e quatro ou cinco mem-bros indicados pela categoria. O grupo de trabalho teria um prazo improrro-gável de 180 dias para encaminhar o plano à Câmara de Vereadores. En-quanto isso, os médicos embolsariam, mês a mês, a gratificação emergencial de R$ 1,2 mil – aliás, com pagamento retroativo a abril deste ano. Conforme Marlonei, o adicional seria pago desde abril porque foi quando a negociação iniciou, tendo sido suspensa por or-dem judicial obtida pela prefeitura.

O secretário municipal de Recursos Humanos e Logística, Edson Mano, desacredita a viabilidade do pedido. “Não vai ser fácil resolver isso. É uma proposta ainda mais complexa e dis-tante da realidade do que a anterior.” Logo após a exitosa reunião de nego-ciação com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) – que também representa (ou deveria representar) os médicos –, anunciou em tom de desa-bafo: “Vamos responder só na semana que vem, se é que vamos responder”.

Enquanto o Sindicato Médico faz exigências tão surrealistas que a prefei-tura não consegue nem mesmo anali-sar, quem depende do SUS em Caxias precisa de doses ainda maiores de paci-ência. Para a população, o impacto do embate é sentido na falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e na demora que faz o nome do Pronto Atendimento 24h perder sentido. No

Postão, como é conhecida a unidade destinada a urgências e emergências, somente metade do corpo médico está trabalhando, em função da greve. E ca-sos que seriam tratados nas UBSs lo-tam as salas de espera.

Com dores na coluna e dificulda-de para caminhar, Adelmo Nunes, 67 anos, precisou da ajuda da nora Ros-mari Nunes, 44 anos, para vir do Fáti-ma Alto até o Centro em busca de aten-dimento. Na UBS do bairro, tinha uma consulta que foi desmarcada por conta da paralisação. Alheio aos motivos da espera e do deslocamento, Adelmo la-mentava: “No postinho é tão bom, não sei por que eu tive que vir até aqui”.

Na ala pediátrica, as histórias se re-petem. Pacientes acostumados a terem tratamento no próprio bairro, com acompanhamento do mesmo profis-sional, se veem obrigados a aguardar. Jussara Kich, 36 anos, veio de San-ta Lúcia do Piaí, a 30 quilômetros do Centro, trazendo a filha Karine, oito anos, que sofre com crises alérgicas. “Ela costuma a se tratar no postinho. É bom porque o médico de lá conhece o caso. Mas não tem como, faz dias que ele não aparece lá”, reclama.

Adelmo e Rosmari, Jussara e Karine, e várias pessoas tentaram ser pacien-tes, esperando por uma, duas, três ho-ras. Mas há aqueles que não aguardam tanto tempo. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, de 30 de agosto a 8 de setembro do ano passado, 120 pessoas deixaram de ser atendidas no Postão – passaram pela triagem, receberam uma senha, mas foram embora antes de serem chama-das. Este ano, no mesmo período, essa estatística passou para 1.283, o que sig-nifica um número nove meses maior de pessoas que voltaram para casa sem atendimento médico.

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Saúde afetada

UMA GREVE dOENTIA

Paralisação dos médicos, que pedem inviáveis 292,5% de reajuste, deixa cerca de 130 pessoas sem atendimento por dia somente no Postão

www.ocaxiense.com.br 911 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

Presidente do Sindicato Médico, Marlonei Silveira dos Santos (à esq.), desafia a secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi (à dir.)

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por VALQUÍRIA [email protected]

ma formiguinha vermelha carregando um megafone e fazendo cara de en-furecida traz atrás de si um exército de formigas. Era assim o desenho do panfleto distribuído pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) du-rante o período de negociação salarial. “Governo Sartori pisou em formiguei-ro”, dizia o folheto.

O formigueiro de 6,2 mil funcioná-rios pedia ganho real de 8,93%, mas, no dia 18 de agosto, a prefeitura apre-sentou proposta de 2,4%, parcelados em três anos. Foi o suficiente para des-pertar a ira dos servidores, que inicia-ram paralisações em diversos setores. Ato que, se de longe passou por uma tímida e silenciosa manifestação, ana-lisado mais a fundo trouxe perdas para a população. As paralisações duraram oito dias, e a ameaça de João Dorlan, presidente do sindicato, era de inten-sificá-las se não houvesse acerto. Não se descartava, inclusive, a ideia de uma greve geral por tempo indeterminado. Os ânimos só se acalmaram na quinta-feira (9), quando, em uma nova rodada de negociações com a prefeitura, o pre-sidente do Sindiserv aceitou a proposta de ganho real de 1,5% em novembro e de 1,3% em abril de 2011 – o que com-põe 2,8% de aumento em dois anos.

São 8h de quarta-feira (8), e o aglomerado de pessoas que esperava desde o início da manhã para ser aten-dido no Centro de Referência de Assis-tência Social (Cras) Norte, no bairro Santa Fé, é dispensado. Os funcioná-rios do Cras e o presidente do Sindi-serv, João Dorlan, explicam que estão em negociação de salários.

Depois que as pessoas voltam para suas casas, com um folheto do Sindi-

serv em mãos, Dorlan e sete funcioná-rias do Cras ficam das 8h às 10h sen-tados numa sala de reuniões, tomando chimarrão e discutindo o reajuste. To-das as funcionárias haviam batido os seus pontos normalmente naquele dia. Lá dentro, Dorlan explica o que já de-via ter explicado incontáveis vezes nas últimas semanas. Enquanto ele fala, as funcionárias vão assentindo com a ca-beça. O quadro branco numa das pare-des anunciava o que estava planejado há dias: “Paralisação com presença do Sindiserv, das 8h às 10h, dia 8, quarta-feira”. No meio da reunião, uma secre-tária interrompe para dizer que chegou uma mulher com horário marcado. “Diz que já vou atendê-la para explicar por que ela não será atendida”, respon-de Márcia Camargo, assistente social.

O Cras disponibiliza cestas básicas, vale transporte, consultas psicológicas e acompanhamento familiar, entre ou-tros serviços. Normalmente, em uma manhã são atendidas cerca de 20 pes-soas, com hora marcada. Por causa da paralisação, as 17 que tinham horário naquela quarta foram reagendadas.

A dona de casa Andréia da Rosa Pe-reira, 39 anos, tinha horário às 8h30 com a assistente social do Cras. “Dão passagem de ônibus, acompanham mi-nha família”, explica Andréia. Em fun-ção da paralisação, teria que voltar na sexta-feira (10). “Mas não tem proble-ma”, conformava-se. “Não sabia dessa reunião. Vou ter que vir de tarde”, diz a diarista Maria Jesus Cardoso, 46 anos, que tem atendimento de três em três meses no Cras.

A paralisação, para a assistente social Márcia, funcionou muito bem. “A gen-te estava em dúvida se parava assim. Mas agora vemos que as paralisações estão repercutindo na comunidade. Achei eles até solidários”, conta ela.

Do dia 30 de agosto até quinta-feira,

descontando-se os finais de semana e o feriadão de 7 de setembro, o Sindiserv paralisou em torno de 20 escolas, 10 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Se-cretaria da Saúde, Obras, Agricultura e Habitação. As interrupções do serviço duravam cerca de duas horas, como aconteceu no Cras Norte, e eram bem mais sutis do que uma greve conven-cional. Resumiam-se a reuniões fecha-das com o sindicato ou sem a presença dele, como em algumas escolas e UBSs. As 20 escolas paralisaram parcialmen-te em dois turnos. Os alunos eram mandados embora mais cedo, com um bilhete explicando o porquê da para-lisação. As UBSs ficavam sem atender ninguém naqueles períodos. “Na UBS Esplanada eu acompanhei. Começa-mos às 7h, ficamos em reunião até as 9h30, quando voltaram a ser atendidos os pacientes”, conta Dorlan.

Para o secretário de Recursos Huma-nos e Logística, Edson Mano, as para-lisações não foram sentidas. “Prejuízo para a população não existiu, porque foi pouco tempo. O problema maior foi com os médicos”, afirma. O bilhete en-tregue pelo Sindiserv, principalmente nas escolas, foi o que mais tirou a paci-ência de Mano. “Eles largaram panfle-to comunicando aos pais dos alunos de uma maneira... não contando a verda-de. Diziam que os servidores estavam insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial oferecido pela administração Sartori. Esqueceram de dizer que de janeiro a junho eles receberam 3,96% de aumento dos servidores, da trimes-tralidade. Eles usaram de má fé. Eu en-tendo assim”, explica Mano.

A trimestralidade, paga aos servido-res municipais, não é suficiente, segun-do Dorlan. “A trimestralidade amor-tecia o movimento, mas chegamos à conclusão de que só esse repasse faz com que a gente perca poder aquisiti-

vo. Não é suficiente porque não temos plano de carreira, que é o sonho de todo o servidor. O que dá equilíbrio no orçamento é triênio, a cada três anos temos 5% de aumento no salário base, mas não é plano de carreira”, afirma. “Não sei se existem outros municípios com trimestralidade, mas dos princi-pais que se pesquisou, sabe-se que eles têm reajustes anuais. E Caxias é o úni-co que dá aumento aos servidores mu-nicipais de três em três meses”, explica o secretário.

A decisão da reunião de quinta-feira (9) ficou bem abaixo dos 8,93% que o Sindiserv pedia, índice que Dor-lan afirma ter calculado com base no incremento da receita do Município. “A gente merece parcela desse cresci-mento, pois Caxias só cresceu porque houve trabalho. A última greve no Mu-nicípio foi em 1994. A categoria estava cansada”, diz o presidente do Sindiserv.

Antes da reunião, o secretário Mano estava preparado para uma longa ne-gociação, em virtude da ameaça do Sindiserv de aumentar a paralisação. Além do índice de ganho real, o sin-dicato e a prefeitura conseguiram se acertar sobre as faltas justificadas dos servidores, cinco ao ano, que não se-rão mais descontadas no valor do au-xílio alimentação. “Não é o ideal, o que defendíamos, mas foi o possível de se construir”, avaliou Dorlan.

As paralisações que estavam marca-das para esta semana foram suspensas. Os 2,8% de ganho real em dois anos beneficiam todos os servidores, com exceção do prefeito, do vice e dos se-cretários. Estão dentro, inclusive, os médicos. Tudo parece estar se encami-nhando. Uma assembleia do funciona-lismo, no dia 27, às 19h, na Câmara de Vereadores, discutirá a proposta. Basta saber se o formigueiro vai aceitá-la.

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Perdas & danos

dIÁLOGO COM OFORMIGUEIRO

A prefeitura conseguiu encaminhar um índice de reajuste com o Sindiserv, mas as paralisações feitas afetaram escolas, UBSs e secretarias

Panfletos distribuídos nas mobilizações – como a que parou o Cras por duas horas – “usaram de má fé”, na opinião do secretário de Recursos Humanos e Logística

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por ROBERTO HUNOFFe FELIPE BOFF

m seu acanhado gabinete na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde cumpre o quarto mandato, o advo-gado trabalhista Pedro Ruas recebeu a reportagem d’O Caxiense na tarde de 24 de agosto. Brizolista convicto – desiludido com o PDT, partido que chegou a presidir no Estado –, o can-didato do Partido Socialismo e Liber-dade (PSOL) dá continuidade à série de conversas com os concorrentes ao Piratini. Os pedidos de entrevista feitos a José Fogaça (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB) ainda não foram atendidos.

Por que o senhor propõe uma audito-ria na dívida do Estado com a União?

Nosso programa de governo tem dois eixos. O número um é o combate à corrupção. O número dois é o ques-tionamento da dívida do Estado com a União. Fizemos um programa mui-to sério e muito factível, dizendo de onde vêm os recursos para cada coisa. Em 1990, a dívida do Estado era de R$ 4,8 bilhões. Em 1998, foi feito o pacto que ainda está em vigor, pelo governa-dor da época, Antônio Britto, segundo o qual o Estado passa a pagar 18% da sua receita líquida a cada ano, que é um valor estratosférico. Em 2008, que é o último dado oficial que nós temos, esses 18% corresponderam a R$ 2,146 bilhões. Então, isso dá em média R$ 2,2 bilhões em cada ano. E aí começam umas coisas muito estranhas. Uma dívida que era de R$ 4,8 bilhões, em 1990, em 1998 é de R$ 13,4 bilhões – e vinha sendo paga –, e em 2009 essa dívida fecha em R$ 39 bilhões. Isso é inacreditável, do ponto de vista da ma-temática já é um absurdo. Não estamos falando de um inadimplente, mas de um Estado que paga rigorosamente em dia a dívida, mesmo porque isso é como aquele débito consignado, o desconto é automático. E uma dívida passa, em 19 anos, de R$ 4,8 bilhões para R$ 39 bilhões. Um problema sé-rio da dívida é que ninguém conhece o seu conteúdo. Nem a atual governado-ra nem os demais candidatos ao gover-no, incluindo o do PSOL, porque não é divulgado isso. Fizemos um pedido de informações para o Banco Central e responderam que eram títulos da dívi-da pública de propriedade de pessoas que tinham direito ao sigilo. Portanto, não iam informar o que era. O que sa-bemos é que o juro é do IGP-DI, isso é juro de agiota, é usura da União em relação ao Rio Grande do Sul.

Mas o senhor pretende fazer uma au-ditoria e, paralelamente, suspender esses pagamentos?

Exatamente. No meu entendimento pessoal, que não é ainda o do partido, a dívida já está paga. A posição do par-tido é a do programa: suspensão dos pagamentos e auditoria. É que eu já estudei tanto isso que já me convenci que ela está paga. Há muito tempo. E acho até que ainda dá para cobrar uma diferença. Mas, como PSOL, queremos a suspensão e uma auditoria. Eu tenho certeza do resultado: já está paga. Não há matemática possível de não estar. Para se ter uma ideia, esse valor de R$ 2,2 bilhões ao ano daria para fazer 42 hospitais iguais ao da Restinga (hospi-tal de média complexidade a ser cons-truído em Porto Alegre por um grupo privado, orçado em R$ 50 milhões). Daria para fazer 400 escolas de turno integral por ano. Não tem aquela histó-ria de “nós vamos atrair investimentos de fora”, não. Esse dinheiro já está aqui. Só vamos evitar que ele saia.

Por que o senhor acha que nenhum governante agiu dessa forma em rela-ção à dívida?

Medo. Para isso aí tem que ter von-tade política, que inclui algum grau de coragem.

Medo do que exatamente?As pessoas falam muito na retaliação

da União. Eu não acredito e não aceito. Isso aqui não é uma guerra de gangue. A União não pode retaliar em nada, a não ser cobrar uma dívida. Bom, se ela prova que é devida, ela ganha. A União vai retaliar no quê? Vai deixar de fa-zer os repasses que são devidos? Não pode. É crime. A questão da dívida é estruturante, e a questão do combate à corrupção também. Organismos inter-nacionais fizeram estudos apontando que nos governos onde há corrupção as nações, estados ou municípios per-dem de 20% a 30% do seu orçamento. Porque compram o que não é necessá-rio, em função da propina; porque o que é necessário compram com preço maior; e porque não fiscalizam. Então, com mais essa dívida, se eu ataco esses dois problemas começo a ter recursos para tudo. Claro que aí tem que atacar de verdade, resolver. Tem que ter uma corregedoria no governo do Estado, por exemplo. São importantes os ór-gãos externos, Tribunal de Contas, Mi-nistério Público, mas tem que ter um órgão interno com status de primeiro escalão que possa efetivamente fiscali-zar.

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O Caxiense entrevista

Pedro Ruas: “Esse dinheiro já está aqui. Só vamos evitar que ele saia”

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“A dÍVIdA JÁ ESTÁ PAGA”

Pedro Ruas propõe auditar débitos com a União – suspendendo os pagamentos – e

cortar 50% dos CCs do Estado

www.ocaxiense.com.br 1111 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

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O senhor acha que só a corregedoria resolve o problema da corrupção?

Só a corregedoria não. Bom, como vai ocorrer a corrupção de 2011, 2012, 2013 eu já vou te dizer agora. É exata-mente o que nós não vamos fazer: essas alianças aí que estão sendo feitas. Os parti-dos aliados dão tempo de TV, de rádio e apoio empresarial. O partido que recebe esses apoios depois dá cargos e ór-gãos do governo para os partidos adminis-trarem. A corrupção virá, como sempre vem, dos partidos alia-dos, de qualquer go-verno. Sempre os par-tidos aliados. Estamos propondo também um corte de 50% nos CCs (cargos em comissão). Porque o CC, em primeiro lugar, é desnecessá-rio neste grau todo aí. No governo do Estado, com 50% funciona a máquina perfeitamente. O resto é para atender interesses políticos. O CC de órgão lo-teado nem responde ao governo, tem até problema hierárquico, responde ao seu partido. Isso é notório e histórico.

É possível administrar o Estado sem nenhuma aliança?

Não precisa ter aliança nenhuma. O Brizola não fez nenhuma aliança e mo-bilizou todo o povo do Rio Grande na Legalidade, o maior evento cívico da História do Brasil. Então, tem que ter é projetos de interesse da população. O que a gente vê é o seguinte: em projetos impopulares, nem essas chamadas ba-ses aliadas votam.

Mas um projeto popular não necessa-riamente é um bom projeto.

Não falei populista, falei popular. Por exemplo, o de aumentar impostos sobre as grandes fortunas, que é um projeto da Luciana Genro. É extre-mamente importante, eu apresentaria com o maior orgulho. Outra coisa: nós temos aqui que mudar a prioridade no campo. Em vez de beneficiar a grande propriedade, o agrobusiness, benefi-ciar a pequena, a agricultura familiar.

O governo Olívio fez isso. O senhor acha que deu certo?

Não. Porque não tem como – e esse é um problema do PT – beneficiar ambos. O grande sempre engole o pe-queno. Alguém tem que deixar de ser

beneficiado, tem que ser preterido. Em nosso governo será preterida a grande propriedade. Produtiva e improdutiva, esta nem se fala, será desapropriada imediatamente.

O senhor deixaria de dar incentivos ou ex-propriaria a grande propriedade?

As duas coisas, de-pendendo do ramo. Um exemplo de expro-priação: aquele tipo de propriedade de mono-cultura com danos am-bientais. Caso típico: eucalipto e pinus.

O senhor ampliaria para o Estado o seu

projeto apresentado em Porto Ale-gre, proibindo o plantio de pinus e eucalipto?

Sim. O projeto proíbe o plantio com fins comerciais, não é o plantio puro e simples. Um pé de eucalipto, tem es-tudos oficiais, do governo estadual in-clusive, consome 15 litros de água por dia durante a fase de crescimento. Um pé. Se nós formos falar em milhares ou até milhões, estamos preparando a desertificação, como tem em Alegrete. Para esse tipo de propriedade o argu-mento de ser produtivo não vale. É um desastre. Pode gerar um emprego de curto prazo que nós não queremos. Queremos diversidade na agricultura. A questão da monocultura, dependen-do do tipo, podemos trabalhar com a ideia de desapropriar ou não. Essa sem dano ao meio ambiente, por exemplo, a soja, pode não ser o caso, aí é só o fim do incentivo.

O senhor criaria um problema para o setor moveleiro. Como resolveria essa questão?

Não existe nenhuma ação forte que não tenha, no curto prazo, alguma consequência que seja problema. Tu tens que ter uma linha, anunciar com antecedência. Tu não tens o direito de pegar as pessoas de surpresa. Teremos problemas, sim, e teremos uma etapa de substituição daquilo onde é utili-zado. Tem outras áreas, além do setor moveleiro, que têm inclusive emprego direto. A celulose, por exemplo. É tudo exportação, tem divisas, tem PIB, tem muita coisa envolvida. Só que estamos alertando: é isso que nós queremos fa-zer.

Bom Jesus e Jaquirana, por exemplo, são fortes no plantio de pinus e euca-lipto em pequenas propriedades. Isso não causa um conflito no seu ponto de vista?

Pode haver, na pequena proprie-dade, uma adaptação. Uma coisa são dois, três pés de eucalipto. Outra são 100, 1 mil, 1 milhão. Tem regiões onde a água é muito mais abundante. Bom, essas podem ter uma capacidade maior e ter na pequena propriedade o euca-lipto. Tudo isso nós temos que levar em conta. Agora, tem que apresentar a regra. O latifúndio, mesmo produtivo, será desapropriado.

Em relação à indústria, o senhor fala em aumentar impostos para as gran-des companhias.

Sim. Aquele aumento do projeto da Luciana Genro, que a gente adotaria, pega, além da empresa, a pessoa física com patrimônio acima de R$ 1 milhão.

Isso não faria as indústrias se transfe-rirem daqui para outro Estado?

Não necessariamente.

No governo do PSOL, a GM teria esse tipo de incentivo que teve?

Não. Tem um estudo comprovado da UFRGS que mostra que com aqueles recursos investidos na agricultura de pequena propriedade o que nós terí-amos de retorno seria extraordinário. Em termos de emprego, de geração de renda, de tributos, em tudo. Mui-to, muito superior, até porque foi tudo isento ali.

Como o senhor diria aos metalúr-gicos de Gravataí que preferia investir na agricultura do que em um trabalho próximo deles?

Com antecedência. Nós estamos dizen-do agora que a indús-tria automobilística, do ponto de vista do desenvolvimento, do crescimento de um Es-tado, é uma indústria do passado. Os nossos companheiros metalúr-gicos já podem ouvir agora isso. É uma indústria do passado, era o desenvol-vimento dos anos 50, 60. Hoje, até por uma questão econômica, a agricultura familiar é uma alternativa melhor do que quase tudo que existe.

Na agricultura familiar, o senhor pretende incentivar a produção dos orgânicos, que hoje são mais caros?

Mas é que compensa. Por exemplo, o transgênico tem que ser questionado. A produção transgênica pode ter no curto prazo um custo menor, porém, pode ter consequências tão danosas que não compensam. O custo menor faz coisas terríveis, como, por exemplo, incentivar a indústria do fumo. Claro, os impostos gerados são extraordiná-rios. Nada paga mais imposto que o tabaco. Mas isso justifica? E a saúde?

O senhor tomaria alguma medida contra a indústria do fumo?

Claro que sim. A geração de tributos não compensa o gasto em saúde a mé-dio prazo. Estou falando em economia, não em saúde. Se for falar em saúde, o tabaco é um desastre completo. Então nós temos que ver como nós podemos desestimular, bastante, do ponto de vista de tributação mais pesada, ter-minar com alguns incentivos, proibir algumas transações. Em relação à eco-nomia, a indústria do fumo não tem muito a acrescentar, e portanto deve ser combatida.

Mas o senhor fuma.Isso é um problema individual.

Mas incentiva a indústria do fumo.Por vício, que já tentei várias vezes

parar. E fumo publicamente. Não fico me escondendo para fumar. E faço o mesmo discurso. Eu sou a prova da de-pendência.

O senhor achar que Leonel Brizola, se fosse vivo, assina-ria embaixo do pro-grama do PSOL?

Acho que sim. O Brizola encampou a Bond and Share e a ITT, criando a CRT e a CEEE. Transformou em empresas públicas e indenizou os norte-americanos com um dólar cada – depositou em juízo. Claro que sim, a maior parte (do programa do PSOL) ele

assinaria embaixo.

O senhor faria o mesmo com as em-presas de telefonia e energia?

É mais sofisticado, juridicamente, fa-zer hoje isso. Mas acho possível.

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“Não tem como – e esse é um problema do PT – beneficiar ambos. O grande sempre engole o peque-no. Alguém tem que deixar de ser beneficiado”

“A indústria automobilística é uma indústria do passado. Hoje, a agricultura familiar é uma alternativa melhor que quase tudo que existe”

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Imóveis

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Caxias do Sul, 11 a 17 de setembro de 2010 3Empregos e Oportunidades

Veículos

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www.ocaxiense.com.br 1311 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

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por ROBIN [email protected]

s jingles de campanha já estão na ca-beça de todos, os carros de som não respeitam o sono ou a paciência dos eleitores e o horário eleitoral gratui-to no rádio e na TV traz personagens cômicos – ou trágicos, dependendo do ponto de vista. As eleições, defini-tivamente, estão próximas. Prova disso também são os números da segunda declaração de contas parcial divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 6. Entre este e o primeiro levantamento, apresentado no dia 6 de agosto, os candidatos caxienses arreca-daram R$ 2.557.620,52. O salto foi de R$ 405.029,04 para R$ 2.962.649,56, um aumento de 631,46%.

Germano Rigotto (PMDB), que dis-puta uma vaga no Senado, puxou o crescimento dos números. Sua cam-panha captou R$ 1.470.056,73 – na prestação anterior, havia declarado doações no valor de R$ 100.139,00. O peemedebista continua liderando a arrecadação entre os candidatos ca-xienses – é responsável por 49,62% do

valor angariado por políticos da cidade – e também entre os gaúchos que con-correm ao Senado – seguido por Ana Amélia Lemos (PP), que angariou R$ 490.998,32. “Seria ruim se a arrecada-ção não tivesse subido, porque comecei do zero”, diz Rigotto. O candidato alega que não pretende passar do orçamento determinado por seu partido. “A mi-nha prestação está dentro do limite de praticamente todos os candidatos das grandes coligações, que é em torno de quatro milhões. Eu não pretendo gas-tar o limite, quero gastar menos.”

O ex-governador afirma que boa parte das doações de pessoas jurídicas (R$ 1.041.428,34) vem de empresas de fora de Caxias. “As doações são pulve-rizadas, tem empresas de todo o Esta-do, e até de fora do Estado”, explica. O restante da arrecadação de Rigotto foi de repasses de outros candidatos ou comitês (R$ 50.189,39) e do PMDB (R$ 378.439,00). “Em todos os parti-dos vai aparecer isso. O partido tem arrecadação de recursos que canaliza para os candidatos a governador e se-nador e para cobrir candidaturas a de-putado estadual e federal. Como can-

didato a governador e a senador são as duas candidaturas que puxam (votos), é natural que o partido dê mais para esses candidatos.”

Rigotto declarou já ter gasto boa par-te do que arrecadou: R$ 1.089.223,15. “Es-tou procurando fazer com que eu chegue ao final com tudo resol-vido, com tudo pago. É normal ficar dívida para pagar depois, eu não quero isso.” Duas despesas sobressaem: o candidato desem-bolsou R$ 579.094,80 na produção de pro-gramas de TV e rádio e R$ 51 mil na produção de jingles e vinhetas – mais do que Ana Amélia Lemos, que gas-tou, respectivamente, R$ 448 mil e R$ 76.100. Paulo Paim (PT) não declarou gastos com produção de programas de TV e rádio; em jingles, investiu R$ 45 mil.

“O rádio e a televisão têm gastos muito pesados. A produção dos pro-

gramas é muito cara, mas não são os meus, que estou cuidando para que sejam os menores possíveis, são os de todos. Alguns provavelmente não te-

nham declarado ain-da, mas quando de-clararem a prestação de contas vai crescer muito”, acredita Rigot-to. Em situação bem diferente, há políticos que simplesmente não declararam qualquer valor ainda.

A menos de 30 dias das eleições, qua-tro dos 27 candidatos de Caxias afirmaram

ao TSE não terem recebido doações. Segundo o chefe do cartório da 16ª Zona Eleitoral, Marcelo Reginatto, apesar da falta das declarações parciais não resultar em punição, elas serão consideradas quando o tribunal for analisar as contas dos candidatos para aprovação ou não. Um deles, Lucas de Souza, que concorre à Câmara Federal pelo Partido Socialismo e Liberdade

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Caixa eleitoral

ENTRANdO NA CASAdOS MILHÕES

Somados, os candidatos de Caxias ao Congresso e à Assembleia aumentaram arrecadação em 631,46% em 30 dias

“Seria ruim se não tivesse subido, porque comecei do zero”, afirma Rigotto, que captou49% do total da receita dos candidatos locais

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(PSOL), afirma que não pediu doações nem recebeu recursos do partido. “Na verdade é uma candidatura meio fraca mesmo. Agora é que vou mandar fazer material”, diz Lucas.

José Gollo, candidato à Assembleia pelo mesmo partido, declarou ter depositado R$ 33 de recursos próprios na conta de campanha e ter gasto o mesmo va-lor em publicidade por materiais impressos. “Gastei o dinheiro em adesivos. Vou colo-car mais um pouco na campanha, mas não vai ser muito fora dis-so.” Gollo afirma que as despesas e a arreca-dação estão dentro do normal. “Está dentro do previsto. Recebi material da candi-data a deputada federal que tem o meu nome no verso e fiz os adesivos.”

Concorrendo à reeleição na Câmara, Pepe Vargas (PT) aumentou em 177,17% sua arrecadação no úl-timo mês. O petista passou de R$ 91 mil para R$ 252.227,72 – recebeu R$ 47.550 somente de seu partido. Pepe gastou boa parte de seus recursos com materiais impressos: R$ 120.224,24. Na segunda prestação de contas parcial dele, ainda não constam gastos com a produção de jingles ou de programas de TV ou rádio.

“Tudo que eu posso empurrar para pagar depois, estou empurrando, por-que falta dinheiro para a campanha, para o dia a dia. Então, tudo que não é de rua, vou empurrando”, diz o res-ponsável pela contabilidade de Pepe, Ansélio Brustolin. O petista declarou gastos de R$ 864 com a produção de uma página na internet. Valor diferen-te foi desembolsado por Mauro Pereira (PMDB), também candidato a deputa-do federal, que apresentou R$ 33 em gastos com a construção de seu site.

O peemedebista arrecadou R$ 6.042,52, e a maior parte disso, R$ 5.100, são, de acordo com os dados en-tregues ao TSE, recursos próprios. “A minha campanha começou na última sexta (3). No dia do evento com o Fo-gaça (que esteve em Caxias no dia 27 de agosto), para você ter uma ideia, tinha apenas 100 adesivos. Agora é que vou buscar doações”, justifica Mauro, que disse ao tribunal ter gasto R$ 221,19 com materiais impressos.

O candidato não acredita que a fal-ta de doações tenha alguma relação com a impugnação de sua candidatu-ra, ainda pendente de decisão judicial. “Não era nem justo buscar dinheiro sem ter campanha na rua. A impug-nação é algo com o que eu nem estou preocupado. Meu caso é meramente administrativo, um erro corrigido que nem entra na Lei da Ficha Limpa.” O vereador pensa que, se a impugnação for mantida pelo TSE, caso em que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (TSE), o processo levará cerca de três anos para ser julgado.

Entre os concorrentes à Assembleia, a colega de partido de Mauro, Maria Helena Sartori, foi a que mais arre-cadou. Angariou R$ 128.642,52 – na primeira prestação de contas, declarou

ter recebido R$ 28.142,52, o que indica um aumento de 347,11%. A candidata teve doações no valor de R$ 33 mil de pessoas físicas e R$ 82 mil de pessoas jurídicas. Uma receita não encontrada nas declarações de outros candidatos é a que aparece sob a descrição de do-

ações relativas à co-mercialização, na qual Maria Helena informa ter recebido R$ 13.500. “Isso é da venda de in-gressos para um jantar de arrecadação (reali-zado na quinta-feira, dia 9). A orientação do partido era para entre-garmos essa prestação de contas até 28 de agosto, e até aquele dia tínhamos vendido esse valor em ingressos”,

esclarece a responsável pela contabili-dade da candidatura de Maria Helena, Adriana Furlanetto.

O presidente do Tribunal Re-gional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), Luiz Felipe Diffini, diz que esta e outras movimentações dos can-didatos estão sendo acompanhadas pelo órgão de fiscalização. “Cruzamos as informações que vêm das prestações com os dados das contas bancárias. Além disso, estamos fazendo circu-larização, mandamos ofícios a todas as empresas prestadoras de serviço cadastradas pelo TRE no Estado, mi-lhares no total, pedindo que informem ao tribunal eventuais gastos com cam-panha”, conta Diffini, acrescentando que não há fiscalização das campanhas além do cruzamento de dados.

“Não temos fiscalização na rua, não temos um exército de fiscais. Nosso controle é feito em cima das prestações de conta, é documental. Em determi-nados casos, há o auxílio do Tribunal de Contas do Estado. Mas isso a pos-teriori.” Segundo Diffini, o acompa-nhamento dos gastos dos candidatos precisa ser melhorado. “O controle das prestações de contas é algo muito re-cente que tem se procurado ampliar.”

Em Caxias, nove declararam con-tas zeradas e dois simplesmente não entregaram a documentação. Na se-gunda verificação, cinco apresentaram formulários sem movimentação. Mas candidaturas com esse tipo de proble-ma, infelizmente, estão longe de ser uma exclusividade da cidade. “Sessen-ta por cento dos candidatos no Brasil não prestaram contas no dia 6 de agos-to. Isso pode levar à desaprovação da contabilidade”, alerta Diffini.

Qualquer pessoa pode consultar as movimentações financeiras dos candi-datos no site do TSE. Neste momento, no entanto, uma informação ainda não está disponível: o nome dos doadores, tanto de pessoas físicas como de jurídi-cas. Os doadores só são revelados um mês após a eleição. “O ideal seria que soubéssemos quem financia as cam-panhas antes das eleições”, reconhece o presidente do TRE-RS, que com-pleta com uma crítica: “Este era um dos pontos da reforma política, mas a discussão no Senado parece estar mais voltada para saber quem vai ter mais poder do que para aperfeiçoar a legis-lação.”

“É uma candidatura meio fraca mesmo. Agora é que vou mandar fazer material”, explica Lucas de Souza, com as contas zeradas

www.ocaxiense.com.br 1511 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

Edital de Intimação5 Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: VINTE (20) dias. Natureza: Cobrança - Fase de cumprimento de sentença Pro-cesso: 010/1.05.0036212-5 (CNJ:.0362121-29.2005.8.21.0010). Autor: Condominio Resi-dencial Campos Verdes. Réus: Isabel Consuelo Ravizzoni Ravanello e Darci Luiz Ravanel-lo. Objeto: intimação do réu Darci Luiz Ravanello, da penhora e avaliação efetuada sobre o imóvel a seguir descrito, para, querendo, oferecer impugnação no prazo de QUINZE (15) dias: “APARTAMENTO nº 201, localizado no terceiro pavimento ou primeiro andar do Condomínio Edifício Campos Verdes, situado na rua La Salle, 646, nesta cidade, com área privativa real de 160,26m², imóvel registrado sob a matrícula nº 111.353, Livro nº 2 - RG, fls.01, do Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Zona - Caxias do Sul/RS, avaliado em R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais).”

Caxias do Sul, 18 de agosto de 2010.SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas. JUIZ: Silvio Viezzer.

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[email protected] Cíntia Hecher | editado por Paula Sperb

Guia de Cultura

16 11 a 17 de setembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

CINEMA

TEATRO

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A garota colorida e conservadora e o velho mal-humorado e transgressor protagonizam Tudo pode dar certo, de Woody Allen

l A Ressaca | Comédia. 14h, 16h10, 18h50 e 21h10 | Iguatemi

Quatro amigos enchem a cara e acordam em uma banheira de hidro-massagem num resort de esqui. Tudo certo, até eles perceberem que foram parar em 1986. Dirigido por Steve Pink. Com John Cusack e Rob Cordry. 16 anos, 100 min., leg..

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AINDA EM CARTAZ – A Origem. Ação. 13h50 e 19h10. Iguatemi | Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kit-ty Galore – 3D. Comédia. 15h40, 17h40 e 19h40. Iguatemi | Karatê Kid. Aventura. 13h40, 16h20 e 19h (dub.) e 21h40 (leg.). Iguatemi | Netto Perde sua Alma. Matinê às 3. Quinta (16), 15h. Ordovás | Nosso Lar. Drama. 14h10, 16h40, 19h20 e 21h50. Iguatemi | Os Mercenários. Ação. 16h50 e 22h. Iguatemi | Salt. Aventura. Segunda a sexta, 20h. Sábado e domingo, 19h. UCS | Shrek Para Sempre. Animação. Segunda a sábado, 16h40. Domingo, 14h e 16h. UCS.

INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12

(inteira), R$ 10 (Movie Club Prefe-rencial) e R$ 6 (meia entrada, crian-ças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Indus-trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, pro-fessores e funcionários da UCS). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Sessão de Cinema AD tem entrada franca. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.

l Cursos de Teatro | De segunda (13) a 17 de dezembro |

O centro cultural Sala de Ensaio oferece quatro cursos de teatro até o final do ano. Os professores são os atores Davi de Souza, Odelta Simonet-ti, Aline Tanaã Tavares (integrantes do grupo Médicos do Sorriso), Candice Valduga e Tefa Polidoro. Serão aceitos até 20 participantes por turma. Confi-

Exposição | Caminhos do intErior

Como de costumepor MARCELO ARAMIS

“Vasco Machado é herdeiro natural de Fede-rico Reilly. E, se tivesse tempo para se dedicar à pintura de painéis, seria herdeiro de Aldo Locatelli.” As comparações são da pesqui-sadora Vera Zattera, admiradora da obra de Vasco e personagem importante na carreira do artista. Quando fala em herança, Vera se refere ao talento artístico e ao traço apurado de Vasco para a pintura costumbrista – retrato de costumes. Para ela, nesta categoria artística em que se destacam os uruguaios Juan Manuel Blanes, no século XIX e seu discípulo Fede-rico Reilly, no século XX, além das pinturas de Locatelli que retratam o gaúcho, a obra de Vasco é a que tem mérito suficiente para ser considerada um marco do século XXI.

Caminhos do Interior não é uma sur-presa e a qualidade da exposição protege Vera de qualquer hipótese de exagero. Vas-co percorreu o interior do Rio Grande do Sul registrando paisagens e o cotidiano do gaúcho campeiro e do povo ítalo-gaúcho. As imagens têm fidelidade fotográfica. “Vasco tem o cuidado de não errar.Não erra nas vestimentas, não erra nos arreios. Poucos têm essa memória”, elogiou Vera.

É com a cultura gauchesca que Vasco tem mais afinidade. O artista, que percorre a galeria dando nome e época para cada tipo de bombacha, chapéu e chiripá que aparece em seus quadros, não se considera um grande pesquisador. Diz apenas que pinta o que vê. A memória fotográfica do artista foi o que o aproximou de Vera. Em 1989, ele ilustrou Traje Típico Gaúcho, o primeiro livro da pesquisadora. Com 16 ilustrações de Vasco, realizadas a partir de amostras de tecido e de trajes de época, o livro é referência para pesquisas sobre a história da cultura gaúcha.

Foi neste trabalho que Vasco apaixonou-sepelos costumes gaúchos e decidiu viver depintura. Em festas de galpão ou em quintais vizinhos em Santa Corona, ele captura cenasespontâneas e reveladoras de tradições. Depois, adapta cenários; transforma a lida de campo em uma cena da Revolução Farroupi-lha; leva uma nona italiana de volta ao início da colonização. No entanto, na maioria dos óleos sobre tela é difícil precisar a época. Em um dos quadros, inspirado na letra de Milonga de pai para filho, do caxiense Xiruzinho, o tempo congela enquanto um piá ouve conse-lhos. Para Vasco, Caminhos do Interior é uma coleção de cenas contemporâneas. Tamancos italianos e botas de lida campeira são hábitos ainda fortes na cultura local, alegres fandan-gos que resistem ao tempo. Por receio que eles se percam, Vasco os registra com maestria. Se depender do talento do artista, ao menos permanecerão na história como poesias de tinta, versos apaixonados de milonga gaúcha.

l Caminhos do Interior | De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h, e aos sába-dos, das 10h às 16h. Até 30 de setembro

Galeria MunicipalEntrada Franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

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www.ocaxiense.com.br 1711 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

OFICINA

EXPOSIÇÕES

MÚSICA

LITERATURA

TRADICIONALISMO

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No sábado, a banda Anáxes (foto) lança seu CD no Vagão, com abertura de Metallica Cover

ra as modalidades:Adulto Iniciante. De 13 de setem-

bro a 13 de dezembro. Segundas-fei-ras, das 19h30 às 21h30 | Adolescente. De 14 de setembro a 14 de dezembro. Terças-feiras, das 15h às 17h | Adoles-cente Avançado. De 17 de setembro a 17 de dezembro. Sextas-feiras, das 15h às 17h | Infantil. De 15 de setembro a 15 de dezembro. Quartas-feiras, das 9h às 10h30.Sala de EnsaioR$ 110/mês (desconto de R$ 10 para pa-gamentos efetuados até dia 10 de cada mês) | Júlio de Castilhos, 1.526, sala 2 | 3221.0261 ou 3028.0261

l Homens de Perto 2 | Sábado, 20h30 |

Os três mesmo de sempre – Oscar Simch, Rogério Beretta, Zé Victor Castiel – com piadinhas diferentes. Desta vez eles deixam à mostra seu lado feminino, com o usual deboche.Teatro São CarlosR$ 50 (na hora), R$ 35 (antecipado) e R$ 25 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221.6387

l Show de Improvisos | Sábado, 20h |

Atração constante, vá lá e veja o que a gurizada pode fazer com assuntos improvisados do Grupo InPeça.Casa de TeatroR$ 20 (público em geral) e R$ 10 (ante-cipado, estudante e sênior) | Olavo Bi-lac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 e 3027-3102

l Batendo Lata | Inscrições até sexta (17) |

O objetivo é proporcionar que crian-ças e adolescentes entrem em contato com o ritmo da percussão, por meio da sonoridade das latas. Os encontros

devem começar em outubro, em data a ser definida. A duração será de três meses. Inscrições gratuitas no Depar-tamento de Arte e Cultura Popular, com Emanuela ou Adriana.Secretaria Municipal de CulturaAugusto Pestana, 50 | 3901-1388 e 3901-1386, nos ramais 221 ou 216

AINDA EM EXPOSIÇÃO – | Amor à Primeira Vista. De segunda a sexta, das 8h às 22h. Hall Inferior – Campus 8. 3289-9000 | Blues Jazz Dance. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 19h. Domingos, das 9h às 15h. Galeria Arte Quadros. 3028-7896 | Mostra Mutirão 30 Anos – Te En-contro Lá. Das 10h às 22h. Praça de Eventos – Iguatemi. 3289-9292 | O Beijo. De segunda a domingo, das 8h às 20h. Jardim de Inverno – Sesc. 3221-5233 | Trajetórias de uma percepção. Segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingos, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 3021-7348.

l Livro-Livre | Das 15h30 às 20h30 |Troca de livros tem ênfase na litera-

tura regionalista, comemorando o Dia do Gaúcho – e aniversário da Revolu-ção Farroupilha –, em 20 de setembro.OrdovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Semana Farroupilha | Até Se-gunda (20) |Sábado (11): Mano Lima. 21h30 | Volmir Martins e Grupo Bem Gaú-cho. 23h | Domingo (12): Classi-

ficatória para o 3º Festival César Passarinho, 15h | Lisandro Amaral, 19h | Segunda (13): Lúcio Yanel, 21h | Terça (14): Maiquinho do Acor-deon, 20h | Walther Morais, 21h | Quarta (15): Shana Müller, 22h | Quinta (16): Os Campeiros, 20h | Luiz Marenco, 22h | Sexta (17): Robson Boeira, 20h | Luciano Maia e Quarteto Rio-grandense,22h30 | Grupo Reação Fandangueira, 23hPavilhões da Festa da Uva Entrada 1 kg de alimento não perecível, estacionamento R$ 5 | Ludovico Cavi-natto, 1431, Nossa Senhora da Saúde

l Anaxes | Sábado, 23h |A banda de progmetal apresenta seu

primeiro CD de um jeito mais infor-mal, já que foi lançado recentemente em show na Casa da Cultura. Partici-pação especial no álbum, a cantora Pa-trícia Vianna também estará dividin-do o palco com a banda. A abertura é da Metallica Cover.Vagão BarR$ 15 (na hora) e R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789 | 3223-0007

l Por onde andará Júlia Matos? | Sábado, 23h |

Festa capitaneada por Marian Mar-tins e Raulino Prezzi, este último tam-bém responsável pelo som, juntamen-to com DJ Jorgeeeeenho e seu pai, DJ Jorge Rocha Neto. Balada restrita para 200 pessoas, a festa é temática: anos 80 e época de ouro da discoteca.Curinga BarR$ 20 (antecipado) e R$ 25 (na hora) | Os 18 do Forte, 2.177 | 3214.3421

l Gravaêh! | Inscrições até 13 de se-tembro |

Um ônibus que percorre o Estado

levando a possibilidade de gravar um CD de músicas próprias é o que faz o projeto Gravaêh! da Ong Cirandar, de Porto Alegre. Até 13 de setembro é possível se inscrever no projeto. As bandas ou músicos selecionados pode-rão gravar no ônibus equipado quan-do o automóvel/estúdio estacionar em Caxias do Sul, no final do mês. Inscri-ções www.cirandar.org.br/gravaeh/

TAMBÉM TOCANDO - Sába-do: Adriano Pasqual. Pop. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Dicesar – Dimmy Kieer. Eletrônico. 23h. Stu-dio 54 Mix. 9104-3160 | Dinamite Joe. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Festa Latina. Eletrônico/lati-no. Pepsi Club. 3419-0900 | Fabiano Mittidierri. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Lua-na Pacheco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Magnitude. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Projeto CCOMA e DJ Fran Bortolossi. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Seresteiros do Luar. Choro e bossa nova. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046 | Velho Hippie e Pindorália. Rock. Santo Graal. 3221-1873 | Domingo: DJ Cé-drik Damábiah. Eletrônico. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046 | Terça (14): Prego Torto. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (15): Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (16): Rodrigo Pehl e Rafael. Sertanejo uni-versitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | The Headcutters. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Ton e Trio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sexta (17): Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | The Headcutters. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Velho Hip-pie. Rock. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046.

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[email protected] Cíntia Hecher | editado por Paula Sperb

Guia do Caxias em Cena

18 11 a 17 de setembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

TEATROMÚSICA

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Com palmas, sons de boca e sapateado, os paulistas do grupo Barbatuques fazem percussão no espetáculo cênico-musical O Corpo do Som

l Daniel Drexler | Sábado, 20h30 |

O cantor uruguaio, irmão do cele-brado Jorge Drexler, realiza show de pop latino com influências regiona-listas e folclóricas, como da milonga. O show terá 18 músicas, com destaque aos CDs mais recentes do músico, Va-cío e Micromundo, este último intitu-lando também a apresentação. O bate-rista e percussionista Javier Cardelino Mendez o acompanha.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Orquestra Municipal de So-pros de Caxias do Sul | Domingo, 20h |

Concerto especial chamado Rit-mos Hermanos, onde as estrelas são canções de tango, bolero e milonga. Tudo para aproximar o caxiense de sua latinidad. Com regência do Ma-estro Gilberto Salvagni, o espetáculo tem roteiro de Nivaldo Pereira. Par-ticipação especial da Tango's Show, com Carlittos Magallanes na voz e no bandonéom, Patricia Magallanes na voz, Dúnia Elias no piano, Guaracy Guimarães no contrabaixo acústico e com os bailarinos Roxane Camargo e Rafael Bittencourt.Teatro São CarlosEntrada franca | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221.6387

l Barbatuques | Quinta (16), 21h15 |

Palmas, sapateados e estalos na boca fazem percussão no espetáculo paulis-ta O Corpo do Som. As improvisa-ções interagem com a plateia e com o imaginário musical. Teatro Municipal

R$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Rubros: Vestido – Bandeira – Batom | Domingo, 21h15 |

O grupo mineiro Companhia Bár-bara apresenta um encontro entre duas amigas, que se repete ao longo dos anos. O universo feminino bus-cando identificação com a plateia é a chave desta peça, que ganhou o prê-mio Usiminas-Sinparc 2008 de melhor atriz coadjuvante e melhor texto. A classificação é 14 anos.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Hamelin | Segunda (13), 20h30 |

Espetáculo carioca escrito pelo dra-maturgo espanhol Juan Mayorga tem como chamariz a presença do global Vladimir Brichta. Ele representa um juiz que se perde entre o bem e o mal na hora de provar que um membro importante da sociedade abusou se-xualmente de uma criança. Os atores também questionam e comentam as cenas com o público. A referência do título é o conto dos irmãos Grimm, O Flautista de Hamelin, onde o perso-nagem-título encantava os ratos que infestavam uma cidade com o som de sua flauta e os fez afogarem-se em um rio. Classificação 16 anos.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l O Cantil | Terça (14), 20h |

Os cearenses do Teatro Máquina prometem inovar com sua apresenta-ção do tradicional teatro de bonecos japonês, chamado bunraku. A singu-

laridade fica no detalhe: atores, co-bertos por panos e vendas, é que são manipulados. A origem do texto é de A exceção e a regra, escrito por Ber-told Brecht, que lida com a dicotomia explorador/explorado. SescR$ 10 | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l Cancionero Rojo | Terça (14), 21h15 |

Portenhos mostram a história da humanidade, apresentada não por fi-lósofos ou historiadores, mas por dois palhaços. Utilizando a técnica clown, eles realizam essa viagem no palco em busca de explicações sobre a atualida-de.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Gaiola de Moscas | Quarta (15), 20h |

Comédia do Grupo Peleja, com gente de Recife (PE) e Campinas (SP), conta história de Zuzé Bisgate, vende-dor de cuspes e moscas para funerais e sua mulher, Armantinha, que se en-canta por um forasteiro. Músicas ao vivo marcam o espetáculo, baseado na brincadeira do Cavalo Marinho, popular na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e no conto Gaiola de Moscas, de Mia Couto.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l A Mulher Sem Pecado | Quarta (15), 21h15 |

Os caxienses do Espaço Multicul-tural trazem um drama adulto onde um homem ciumento, preso por sua paralisia, desconfia que sua esposa o trai. Ele, então, tenta controlar sua esposa, com a ajuda de outras pesso-as que partilham dessa desconfiança. O texto é de Nelson Rodrigues, com o

tema da traição sempre recorrente em sua obra.SescR$ 10 | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l O Gordo e O Magro Vão Para o Céu | Quinta (16), 20h |

A dupla passa longe da comédia nesta peça existencialista com texto de Paul Auster e prêmio Açorianos 2008 de melhor ator para Heinz Limaverde. Eles têm uma função estipulada e são vigiados o tempo todo enquanto cons-troem um muro com 18 pedras. Só para maiores de 14 anos.SescR$ 10 | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l Cidade dos Outros | Sexta (17), 20h |

A Cia Pessoal de Teatro, de Cuiabá, apresenta espetáculo com inspiração no teatro de Beckett. A espera é a ação da peça, onde duas pessoas sonham em ganhar um prêmio milionário e imaginam o que fazer com o dinheiro caso ganhem. Classificação: 14 anos.Teatro MunicipalR$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Isadora Duncan – A Revolu-ção da Dança | Sexta (17), 21h15 |

Quem tem mais de 12 anos pode apreciar a peça, baseada na autobio-grafia da bailarina Isadora Duncan. É contada em primeira pessoa a história da artista, com quem passou por sua vida e o que marcou sua trajetória de revolução e tragédia. Quem apresen-ta é a Cia Internacional de Teatro de Repertório Arte Livre, da Galícia, na Espanha.Teatro São CarlosR$ 10 | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221.6387

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Mascos Clasen| Beijo 11 e Beijo 4 |

Na exposição O Beijo, Marcos Clasen divide o espaço do Jardim de Inver-no do Sesc com Giovana Mazzochi (Veja Guia de Cultura, página 16). Gio-vana exibe uma vídeoarte sobre o beijo romântico. Nas telas, Clasen mostra o beijo do instinto. Em O Beijo, vídeo e óleo sobre tela se complementam como o romance e o desejo. Feitos um para o outro.

Não sei se o mundo sempre foi assim, apressado, organizado e extasiado.Para mim, que cheguei sem pressa, vi tudo em controvérsia... Ainda duvido que cheguei.Estou carregando a bagagem que ainda não me foi entregue, e pode ser bobagem, mas éo destino quem me segue.Minha pátria pode ser o abrigo de um guarda-chuva, e mesmo que eu perca a ajuda,ainda acudirei ao que pede.

Há um solstício em meu derradeiro encontro com a vida,Onde só vejo uma saída,Ou vão-me os indícios,Ou finca-me a eternidade sem despedida.

Vou bater à porta onde sonhei ouvir uma cantiga de ninar, apesar desta idéia morta,creio ler meu nome escrito em algum verso ainda não dito.Se houverem janelas, todas elas serão exílios, conterão grandes segredos em seus caixilhos.Queridos ser-me-ão todos os corações indeferidos e, não sendo definidos seuspropósitos, lacrarei em orações este portão desmedido.

Parece-me uma retorta indômita esteusufruir de códigos ingratos,Onde só encontro hiatos.Toda vez que bato à porta,repercutem-me as parábolas dos guardiões abstratos.

BATENdO À PORTApor NAdILCE BEATRIz

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os me-lhores trabalhos serão publicados aqui.

www.ocaxiense.com.br 1911 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

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por MARCELO [email protected]

silêncio. No final da tarde de quinta-feira, o sol alaranjado acomodava-se nas costas do estádio Centenário. A quietude imperava. No gramado do Centro de Treinamento da Baixada Rubra, os jogadores do Caxias não atendiam às orientações de Julinho Camargo. O treino físico, seguido de algumas cobranças de falta, parecia devolver a eles a tranquilidade. Talvez aparente, é bem verdade, porque no domingo é dia de mais uma decisão. Mais uma guerra contra um outro al-viverde. Mais um no meio do caminho grená. Esse clube, apelidado de Verdão, tem surpreendido e já chegou mais longe do que muita gente imaginava. E eles ainda querem mais.

Lá em Chapecó, andam propagando um desafio. A diretoria quer o estádio Índio Condá lotado. A Chapecoense é vice-líder da Chave D da Série C. Só que a partida contra o Caxias é a últi-ma que o clube disputa. Os demais clu-bes (Juventude, Brasil de Pelotas, Cri-ciúma e Caxias) ainda terão mais uma rodada para lutar por classificação ou não cair pra a Série D. Aliás, de todas as incertezas que rondam essa Chave só há uma certeza: um time gaúcho vai cair para a Série D. E pode ser qualquer um dos três (Juventude, Brasil de Pe-lotas ou Caxias). Como o alviverde da Serra folga nesta rodada precisa secar grenás e xavantes. Pelo menos um de-les precisa perder seu jogo. Aí sim, o Juventude terá ainda uma última chan-ce de se manter vivo. E essa sobrevida para o Juventude pode ser disputar a Série C em 2011.

Depois de tantas rodadas da primei-ra fase da Série C é praticamente im-possível (e quem sabe até inviável) sur-preender alguma equipe. A menos que saia de cartola de algum dos treinado-

res um coelho ricochete. No Centená-rio tem gente que sente calafrios só de lembrar de uma certa partida em que um certo treinador resolveu inventar uma arapuca. De tão bem armada, o time grená caiu na própria armadilha. Passado revisto, e nunca desprezado, sempre nos ensina alguma coisa. Des-de que se tenha humildade em reco-nhecer os erros, refletir e mudar.

 O Juventude mudou no meio do

caminho. E melou a boa fase grená. Se não se salvou ainda, o alviverde pode, quem sabe, sair no lucro este ano por ter derrubado o trenzinho do Caxias. Mesmo assim, o time grená ainda depende só dele. De mais ninguém. E esse parece ser o trunfo grená e a salvaguarda do torcedor. Mas é bom lembrar que o Caxias seguirá indepen-dente nesta primeira fase, desde que não perca em Chapecó. Um empate vai deixar o Caxias na obrigação ao cubo de vencer em casa, na última rodada, no jogo contra o Brasil de Pelotas. Mas empatar em Chapecó não será o fim dos tempos.

Na tarde da mesma quinta-feira do sol alaranjado, da mesma (estranha) quietude que parece disfarçar uma tensão no ar, o centroavante colom-biano Palacios, revelou-se um profeta. Há quem duvide, mas alguns, como o capitão Marcelo Costa, acreditam em Deus. Palacios treinava normalmente na manhã de quinta-feira quando sen-tiu uma fisgada na panturrilha esquer-da. Acometido de muita dor, caiu. E com a dor, o medo. Palacios revelaria, na tarde da mesma quinta-feira, que temia ficar de fora da partida contra a Chapecoense. “Disse pro Itaqui que era a primeira vez na minha vida que senti uma coisa forte dentro de mim dizen-do que eu não queria ficar fora desse jogo.”

Palacios é um homem calado. E

mesmo quando provocado a falar diz o essencial. À vezes para e pensa antes de responder, mas seu olhar nunca é fugidio. Demora um pouco ainda para processar a tradução simultânea do português para o espanhol ou vice ver-sa. Havia quem duvidasse desse esguio centroavante que aparenta ser desliga-do e contemplativo. Fosse desligado e contemplativo não teria infernizado a defesa do Juventude. Seja no primeiro CA-JU, no Alfredo Jaconi, quando nos últimos segundos de partida cabeceou sozinho e já partia pra galera quando viu o zagueiro alviverde operar um milagre. Ou ainda no histórico CA-JU, no Centenário, quando Palacios incen-diou o torcedor grená fuzilando duas vezes contra a meta esmeraldina.

 Esse mesmo homem silencioso,

com pinta e fala de profeta, diz que na sua modesta visão, o Caxias jogou as duas melhores partidas desta Série C fora de casa. A primeira, contra o Bra-sil de Pelotas, a segunda, em Criciúma. Infelizmente, nos dois jogos o Caxias ia beliscando um empate, mas acabou perdendo no finalzinho. Só que em Chapecó, se depender de um estranho pressentimento de Palacios, as coisas podem ser bem diferentes. “Eu não sei explicar...”, divaga o centroavante, sem perder o foco.

“Eu nunca senti algo assim, de não querer ficar de fora de uma partida. Acho que fiquei mais assustado do que precisava com a dor que senti pela ma-nhã, com medo que fosse uma lesão grave. Poucas horas depois já não sin-to mais aquela dor, praticamente não sinto mais nada”, revelara Palacios, na tarde da mesma quinta-feira em que havia sentido a tal fisgada na panturri-lha. Depois de alguns exames, nada foi detectado. Descartada uma lesão mais grave, Palacios fica disponível para Ju-linho Camargo. “Sinto que vai ser um

jogo especial...”, diz o centroavante, com uma postura de profeta e um sor-riso largo.

Quem sabe não venha dos pés de Marcelo Costa o passe para Palacios estufar as redes do Verdão que late mais do que morde. Mas é só um palpi-te. Até por que do outro lado terá uma equipe fardada de verde lutando por uma vida mais digna em 2011, assim como o Caxias. Ivan Soares, auxiliar de Julinho Camargo, é o homem que filtra todas as informações do adversário e entrega para o treinador. “A Chapeco-ense joga muito parecido com o time do Criciúma. Mas é um time menos técnico, de mais força. O ataque deles é muito veloz. Nossa maior preocupação é o atacante Valdson”, explica.

 Domingo, as peças (e apostas)

estarão à mesa. O torcedor grená que não puder ir a Chapecó vai grudar o ouvido no rádio. Um aviso aos cardí-acos: espere o final da partida para ler o resultado no site d’O Caxiense. Por-que esse jogo promete. Mas o profeta Palacios revela um outro ingrediente que pode ajudar ainda mais o Caxias lá em Chapecó: “A gente sabe que vai ser o jogo do ano para eles, mas além da pressão da torcida, vai ter a pressão do nosso time em cima deles...”.

Esse é o centroavante que, assim como os demais jogadores do Caxias, respeita o adversário, mas nem por isso guarda só pra si a confiança que colheu não apenas no CA-JU. Como ele mesmo diz: “O que ajuda um joga-dor a mostrar o seu futebol, a crescer e evoluir, é a sequencia de jogos”. Pa-lacios pode ser um homem silencioso, mas quando gosta do assunto, não para mais. A torcida espera que seja assim também com a bola nos pés. Palacios já fez dois gols e poderia muito bem perder a timidez de seguir estufando as redes. Que assim seja.

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A fé e a bola

Confundir de leve português e espanhol não impede que Palacios queira mais do que tudo fazer um bom jogo no Estádio Índio Condá

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PALACIOS, O PROFETA O centroavante colombiano tem

um pressentimento e avisa que a partida de domingo vai ser especial

20 11 a 17 de setembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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www.ocaxiense.com.br 2111 a 17 de setembro de 2010 O Caxiense

por FABIANO [email protected]

le foi o primeiro jogador a ser contra-tado pela direção do Juventude para integrar o time que disputou o Gau-chão no início deste ano. O zagueiro Fred, que desde criança gosta de fute-bol – afinal, tinha inspiração em casa, pois o pai era goleiro –, foi alvo de constantes vaias e críticas no primei-ro semestre. A papada não perdoou. E Fred não baixou a cabeça. Continuou trabalhando. Resultado: amadureceu, cresceu profissionalmente. Na vitória contra a Chapecoense por 2 a 1, saiu aplaudido de campo – marcou o pri-meiro gol, de falta. Fred ficou contente, mas a expressão de preocupação não sai do rosto. Ele sabe que a situação do Juventude é crítica. O time depende de resultados paralelos neste final de se-mana para continuar com chances de, vencendo na última rodada, permane-cer na Série C em 2011.

Fred acompanhará atento as parti-das deste domingo: Brasil x Criciúma, em Pelotas, e Chapecoense x Caxias, em Chapecó, ambas às 16h. E torcerá por tropeços de Caxias e Brasil, ambos com 8 pontos. Os catarinenses lide-ram o Grupo D, com 10 pontos cada. O Verdão continua em último, com 7 pontos. O zagueiro – e toda a nação es-meraldina – fará as contas a cada mu-dança no placar. Como está de folga, o Juventude, que finaliza sua participa-ção no dia 19, contra o Criciúma, em Santa Catarina, precisa que a Chapeco-ense vença ou empate com o Caxias, e

que o Criciúma ganhe do Brasil. Caso Caxias e Brasil vençam seus jogos, o al-viverde estará rebaixado para a Série D e apenas cumprirá tabela na última ro-dada. Se tudo der certo – o Tigre seria o primeiro do grupo e estaria classifi-cado, descompromissado –, o alviver-de só precisaria vencer em Criciúma e, dessa forma, passaria os outros gaú-chos, independentemente do resultado da partida entre grenás e xavantes no Estádio Centenário na última rodada.

Fred admite que é muito difícil depender de resultados paralelos. Mas as dificuldades, pelo menos dentro do Estádio Alfredo Jaconi, sempre o acompanharam. No dia 30 de dezem-bro de 2009, Frederico Burgel Xavier foi o primeiro do ciclo de contratações para a montagem do time que ficou em 13º lugar entre 16 participantes do Gauchão. “As vaias me fizeram ama-durecer bastante. Convivi com elas. Fiquei chateado, claro. Entendo que o torcedor sempre quer o melhor para o seu time”, conta Fred, 24 anos. Nasci-do em Novo Hamburgo, ele foi morar com a família em Lajeado, no Vale do Taquari, aos oito anos. E foi no Novo Hamburgo que começou a jogar bola, na categoria juvenil (sub-17), em 2003. No mesmo ano passou pelos juniores do Fluminense e, depois, foi para o In-ter (2004/2006). Do Colorado foi ven-dido para o Standard Liège, da Bélgica, onde ficou dois anos. No ano passado atuou no Dender, outra equipe da pri-meira divisão belga.

Para superar a má fase, além do trei-

namento sério e das conversas com integrantes da comissão técnica e di-reção, Fred buscou o apoio da família. Como Lajeado fica a apenas 110 qui-lômetros de Caxias, sempre que pode ele desce a Serra para ver os pais e os irmãos. “Além disso, minha namorada, que mora comigo em Caxias, é de Laje-ado. Sempre sonhei ser jogador de fu-tebol, e minha família me apoiou mui-to nesse sentido. Meu pai me disse que o Fred do Gauchão não era aquele que ele conhecia. Estava certo”, pondera o jogador. Julio Cesar Xavier, pai de Fred, hoje tem uma revenda de automóveis, mas já foi goleiro, treinador e prepara-dor de goleiros. “Converso muito com ele”, diz o zagueiro, que também joga como volante e – imaginem – tentou começar a carreira na profissão do pai. Nos rachões realizados no Jaconi, Fred sempre pega as luvas de Jonatas, Car-lão ou Follmann e vai para o gol.

A volta por cima de Fred tam-bém contou com a confiança da di-reção. Ao término do Estadual, 13 jogadores não tiveram seus contratos renovados. Fred esteve entre os 18 que se reapresentaram em 26 de abril, data em que os trabalhos visando à disputa da Série C se iniciaram. Depois da par-tida contra a Chapecoense, no dia 5, o vice de futebol, Juarez Ártico, aliviado com a primeira vitória na competição, disse que Fred é “um bom jogador, e por isso foi contratado”. Naquela par-tida o zagueiro foi substituído por ter torcido o tornozelo no segundo tempo. “Tranquei o pé no chão e pensei que

tinha sido pior. Ainda bem que não foi nada grave”, disse Fred após o treino da manhã do feriado de 7 de setembro.

O presidente do Ju, Milton Scola, também apostou no jogador. Cons-ciente de que o alviverde corre o risco de ser rebaixado neste final de semana, mesmo sem jogar, o dirigente conta que o astral melhorou muito após a vitória, “como era de se esperar”. “Isso (a falta de vitórias) não só dificultou o trabalho do Osmar Loss como nos ti-rou qualquer possibilidade de classifi-cação. A derrota diante do Brasil, em casa, mesmo com a troca de treinador, ocorreu diante de uma grande pres-são”, constata o presidente. Para ele, o grupo tem qualidade. “Isso é evidente: bons goleiros, bons zagueiros, bons la-terais, bons volantes, meias de qualida-de; e, se os atacantes ainda não confir-maram, em outras equipes mostraram muita qualidade, e vão mostrar aqui no futuro, não tenho dúvida.”

Scola não acredita que Brasil e Ca-xias vençam seus jogos – o que rebai-xaria o Ju. Mas está preparado. “Caso o pior aconteça, vamos continuar um trabalho que começamos visando a construir um time para o futuro e que, a curto prazo, não alcançou o resultado esperado. A competição é de tiro curto, e não permite erros como os que co-metemos”, analisa. Para Scola, a sorte poderia ter ajudado em algumas parti-das. “Talvez o Loss estivesse classifica-do. Mas é o Beto Almeida quem treina o time e é com ele que nós vamos ven-cer em Criciúma”, acredita. Com Beto e com Fred, presidente.

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Esperança contra o rebaixamento

Zagueiro e volante, Fred foi o primeiro contratado pela direção do Juventude para a temporada 2010. Contra a Chapecoense, marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1

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Vaiado no Gauchão, zagueiro deu a volta por cima e espera que os resultados paralelosajudem o Juventude a chegar na última rodada ainda com chances de ficar na Série C

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l Chapecoense x Caxias | Domin-go, 16h |

A derrota nos minutos finais para o Criciúma na última rodada esfriou as expectativas da classificação ante-cipada para a fase seguinte e embolou o grupo mais equilibrado da série C. Com isso, a vitória sobre a Chapeco-ense se torna mais imprescindível do que nunca para o Caxias galgar posi-ções e afastar-se do temível rebaixa-mento. Com as suspensões de Alisson e Marcos Rogério, o técnico Julinho Camargo tem um novo desafio: man-ter o esquema 4-4-2 ou jogar com três zagueiros. Se a segunda hipótese se confirmar, o técnico grená deve entrar em campo com: Fernando Welling-ton; Neto, Anderson Bill e Cláudio Luiz; Edu Silva, Renan, Itaqui, Edenil-son e Marcelo Costa no meio campo; Aloísio e Palacios no ataque. Caso o treinador mantenha as duas linhas de quatro, a opção seria improvisar Mar-celo Oliveira na lateral esquerda e o zagueiro Neto permaneceria no banco de reservas.Estádio Índio Condá Ingressos: R$ 30 e R$ 15 para estudan-tes e pessoas acima de 60 anos | Cleve-

lândia, Centro, Chapecó (SC)

l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 11h45 |

As equipes Sulbras e Romamar, já classificadas com seis pontos cada uma, se enfrentam em um jogo que deve definir apenas quem será o pri-meiro colocado da chave 11. No gru-po 12 esta rodada é decisiva para três das quatro equipes. A líder Eaton joga contra a Caster Tech, que perdeu as duas primeiras rodadas, e inclusive levou uma goleada de 7 a 2 para a AP Demore. Esta, enfrenta a equipe Dam-broz, que com um ponto a menos que a adversária deve realizar o jogo da sua vida.Centro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l Caxias x Lajeadense | Quarta, 15h |

A equipe grená segue líder isolada da chave 2 na Copa Enio Costamilan com oito pontos. O próximo adversário é o Lajeadense que ocupa atualmente a terceira posição no grupo. Com 1 vi-tória e 3 empates, a equipe de Lajeado não conseguiu abrir o placar em seu último jogo contro o Novo Hambur-go, e o escore não saiu do 0 a 0.

Estádio Francisco Stedile Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano

l 8ª Copa Ipam de Futsal Femini-no | Sábado, 19h, 20h, 21h e domingo, 9h, 10h e 11h |

ACBF já classificada com 100% de aproveitamento enfrenta o União Flores da Cunha, que já deu adeus ao campeonato. A Escola Santa Catarina, líder da chave E, entra em quadra con-tra as meninas do Real Madames que precisam vencer para garantir a vaga. EnxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina

l Liga Nacional 2010 | Sábado, 19h | Neste final de semana as meninas

da Luna/UCS retornam às quadras em casa em busca de uma vitória. Dessa vez, a missão é vencer a equipe Meto-dista/São Bernardo, a atual campeã da Liga. No último jogo, na quinta-feira passada, as meninas do Luna ganha-ram fácil da equipe do Santo André

por 27 x 19, e subiram uma posição na tabela. Com o resultado positivo, o time caxiense ocupa a quinta posição. Vale lembrar que a equipe treinada por Gabriel Citton precisa somar no-vos pontos para ficar entre as quatro primeiras equipes que se classificam para a fase final.Ginásio Poliesportivo da UCSEntrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/n

l Jogos Abertos de Atletismo | Sábado, das 8h às 9h30 |

Já no período da Grécia Antiga, o atletismo foi o primeiro esporte de competição que distinguia os vence-dores dos demais, considerados he-róis e agraciados com coroas de louro. Neste sábado, cerca de 200 competido-res irão reviver este espírito de disputa e irão conhecer os seus limites. Nas ca-tegorias de base – meninos e meninas de 12 a 17 anos – e adulta – acima de 18 anos – os atletas irão correr, saltar e arremessar pesos em busca da glória, troféus e medalhas. Centro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

Guia de Esportes

FUTEBOL

HANDEBOL

FUTSAL

ATLETISMO

[email protected] José Eduardo Coutelle

Caxias precisa de dedicação em dobro para desempenho na Série C e na Copa Enio Costamilan; gurias do handebol da UCS precisam de mais pontos para ir para final da Liga

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Renato [email protected]

Há quem duvide da possibilidade do San Pelegrino Shopping Mall ser inaugurado em 30 de setembro. A três semanas da anunciada abertura, o em-preendimento ainda não possui Habite-se da Secretaria de Urbanismo.

E as mais de 250 lojas não têm alvará de funcionamento. É preciso concluir a obra para solicitar o documento.

Na qualidade de chefe do novo Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, o general José Carlos De Nardi – “ca-xiense” nascido em Farroupilha – tem sob seu comando direto 453 pessoas, incluindo aí almirantes, brigadeiros do ar e outros generais.

Esse contingente cuidará das frontei-ras, ações rápidas e decisões estratégicas da Defesa brasileira.

Há muito as chamadas forças vivas da cidade não se mobilizavam com ta-manha determinação junto ao governo do Estado. Mas essa mobilização foi suficiente para que a governadora Yeda Crusius nomeasse, enfim, o advogado caxiense Roberto Sbravati desembar-gador do Tribunal de Justiça do RS. Ele foi escolhido a partir da lista tríplice entregue pelo tribunal, composta, por sua vez, com base na lista sêxtupla eleita pela OAB. É um caso de pessoa certa no lugar certo.

Um médico que prestou concur-so para trabalhar no Município não pertence a uma categoria isolada. É um funcionário público regido pelo Estatu-to do Servidor.

Essa é a maior dificuldade encontra-da pelo governo para tentar atender às reivindicações dos médicos da rede municipal de saúde.

Como afirma o secretário Edson Mano, dos Recursos Humanos e Logística, para mudar a faixa sala-rial é necessário reinventar as faixas do próprio estatuto. Caso contrário, qualquer funcionário padrão 14 (como os médicos do Sistema Único de Saúde) teria direito a receber um salário mensal de R$ 8 mil.

Isso se a reivindicação do sindicato da categoria fosse atendida, é claro.

A atual diretoria da CIC vai se notabilizar por trazer a Caxias o maior número de ministros de Estado para as reuniões-almoço da entidade empre-sarial.

Depois dos titulares das pastas de Es-portes, Transportes e Cultura (além do

presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e da ex-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff), será a vez do ministro da Educação, Fernando Haddad. Edu-cação de qualidade: balanço e perspecti-vas será o tema dele no encontro desta segunda-feira (13).

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT) estava em campanha à reeleição em Caxias do Sul esta semana. Sempre acompanhado do ex-vereador petista Guiovane Maria.

A Visate fez uma pesquisa esta semana sobre o grau de satisfação do usuário do transporte coletivo da cidade. Não é a primeira vez que a con-cessionária realiza esse trabalho, que pretende sinalizar ações para melhoria do serviço.

O questionário teve 35 perguntas

– sobre atendimento de motoristas e cobradores até reivindicações de passageiros. O resultado será divulgado ainda este mês.

Por sinal, a UCS concluiu o trabalho de consultas sobre o trem regional. Os dados vão ser enviados agora para a UFSC, contratada para tabulá-los.

De José Fogaça, retomando uma linha que defende mudanças responsáveis e agregadoras no governo do Estado:

“Democracia não é uma questão de lado, é uma questão de modo como se conduz as coisas”.

O Samae anunciou esta semana o início das detonações para a constru-ção da barragem do Sistema Marrecas. É mais uma etapa para a realização da obra que promete ser um marco da administração Sartori.

Antes disso, em três frentes distintas (instalação das adutoras, da estação de tratamento e da barragem propria-mente dita), houve a apresentação do projeto, a abertura da licitação, o resultado dela, a assinatura do contra-to, a cerimônia de início das obras, a apresentação dos canos na Praça Dante Alighieri, a assinatura do financiamen-

to e, enfim, a primeira detonação. Tudo devidamente registrado, anunciado e protocolado. E depois tem gente achan-do que a prefeitura não faz marketing. A prefeitura pode não fazer; o Samae faz.

A primeira detonação na área onde será construída a barragem do Sistema Marrecas foi acompanhada pelo prefeito José Ivo Sartori, pelo diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, e pelo diretor da divisão de recursos hídricos, Gerson Panarotto, responsável pela obra.

Ponderado, firme, coerente. Esses foram alguns dos adjetivos utilizados por empresários ao avaliarem a par-ticipação do candidato José Fogaça (PMDB), quinta-feira (9), na CIC.

Talvez por influência das declara-ções do presidente estadual peeme-debista, Pedro Simon, favorável à candidata Dilma Rousseff, Fogaça foi muito mais enfático nas críticas ao atual governo do Estado do que à União (e, por consequência, ao can-

didato petista Tarso Genro). Exceto quando questionou:

“O que nós queremos? Governa-dores amarrados, submetidos a uma condição política, ou alguém que possa falar com independência? Um governo submisso e subserviente ou confrontacionista?”

É claro que o candidato peemede-bista pregou “uma nova harmonia, com independência, em defesa dos interesses do Rio Grande do Sul”.

O dado é do Procon caxiense: aumen-tou 600% (!) o número de reclamações contra a Rio Grande Energia (RGE) – por conta de medições de contadores, digamos, malfeitas.

Ainda assim a empresa nega-se a fazer a luz – ou prestar informações a respeito dos erros. Promete pronunciar-se “em ocasião oportuna”: na audiência pública que deverá ser realizada pela Câmara de Vereadores na próxima quinta-feira (16).

Parece que agora vai. Depois de muito desgaste, de ambas as partes, chega-ram a bom termo as negociações entre governo municipal e Sindicato dos Ser-vidores. Mas a assembleia da categoria, marcada para o dia 27, é que terá o po-der de decidir se os 2,8% propostos pela prefeitura serão aprovados. De acordo com a proposta, a correção trimestral da inflação, privilégio do funcionalismo caxiense, permanecerá.

Sete emendas foram apresentadas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem. Três são de autoria da vereadora petista Denise Pessoa e duas de Ana Corso, também do PT. Outra é da Mesa Diretora da Câmara.

O desconhecido Instituto Fonte de Apoio encaminhou a sétima emenda. Com o argumento de realizar um tra-balho de assistência a detentos, excluí-dos ou pessoas em situação de risco, o instituto quer da prefeitura um repasse mensal de R$ 18 mil.

A Feira do Livro deste ano terá mui-tas celebridades das letras nacionais. O contista titã Tony Belotto confirmou presença (mas sem a companhia de Malu Mader).

O jornalista e historiador Laurentino Gomes vem lançar na Praça Dante o best-seller instantâneo 1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro aju-daram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar certo, que desembarcou nas livrarias esta semana.

Outro nome confirmado: Guilherme Fiúza. O autor de Meu nome não é Jo-hnny, colunista da revista Época, falará sobre a biografia Bussunda, a vida do casseta.

Sem alvará A nova defesa

Desembargador

Padrão 14

Mais um

Extensão da base

Questionários

Em tempo

Tudo pelo Marrecas

Pelo centro

Faça-se a luz

Enfim, acordo

Apoio oficial

Autores na praça

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É como vender o carro parapagar o almoço

Candidato do PMDB ao Palácio Piratini, José Fogaça, ao condenar a utilização, pelo governo do Estado, do fundo previdenciário e de recursos

do Banco Mundial para realizar obras

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