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Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

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Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

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(16) 3025-2486(16) 3025-2486

TELEFONE

E-MAILS

COMERCIAL RODRIGUES & REISManutenção de Máquinas Agrícolas. Patrocínio (MG). “Gostaria de continuar recebendo novos exemplares da revista. Vários clientes de nossa empresa elo-giaram o conteúdo da revista. Obrigado. Sebastião”.

ELDER LUCAS CORRÊAEngenheiro Agrônomo e Produtor Ru-ral. Patrocínio (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios.”

NAILSON ALEXANDRE MARTINSEstudante de Agronomia. Passos (MG). “Parabéns pela revista. Gostaria de rece-bê-la em meu endereço.”

JOÃO ANTONIO GIANNINI RAMOSAgricultor e Projetista de Máquinas. Matão (SP). “Achei muito interessante as reportagens de algumas edições que pude ler. Gostaria de assiná-la.”

SÉRGIO NOVITA ESTEVESPesquisador EMBRAPA Pecuária Su-deste. São Carlos (SP). “Solicito a efeti-vação do meu cadastro para o recebimen-to da Revista Attalea Agronegócios.”

RONALLDO PEIXOTO CASTRO JR.Setor Sucroalcooleiro. Araguari (MG). “Gostaria de receber a revista mensal-mente.”

IANE T. GUIMARÃES CAPATOCafeicultora. Ribeirão Preto (SP). “Agradeço pela disponibilização e pelo envio da Revista à minha residência. Traz um ótimo conteúdo para nós, produtores de café, nos orientando e enriquecendo nossos conhecimentos. Eu e meu esposo lemos todas.”

Triângulo: a nova fronteira

CONTATOSITE

www.revistadeagronegocios.com.br

NOVO ENDEREÇORua José Domingos de Oliveira Morais, nº 3581, Esplanada Primo Meneghetti

CEP 14.403-240 - Franca (SP)

[email protected]@netsite.com.br

[email protected]

EDITORIAL

Iniciamos 2011 com uma nova per-spectiva: ampliar nossa área de at-uação. E, decididamente, as ricas regiões de Araguari (MG), Pa-

trocínio (MG) e Patos de Minas (MG) foram as escolhidas. Principalmente pelo potencial incrível na produção de café, de milho e soja, na pecuária de corte e de leite, na criação de frangos de corte e na suinocultura. Tudo isto nos fez acreditar que pode-mos am-pliar nosso portifólio de notícias e de parceiros, apresentando a todos os nos-sos leitores a riqueza do agronegócio desta região.

Nesta edição, destacamos a im-portância das análises de solo e de fol-has na tomada de decisão do agricultor no momento de adubar a lavoura.

No item tecnologia, apresenta-mos matéria da UFLA, que criou soft-ware específi co para otimizar o uso de corretivos e fertilizantes nas lavouras.

Na pecuária de leite, mostramos artigo importante sobre o Manejo de Sistemas de Produção de Leite a Pasto. Já na pecuária de corte, destaque para a Presence, que lançou duas novas soluções para a nutrição do gado.

Na ovinocultura, publicamos artigo que mostram caracteristicas importantes das diferentes fases da

produção ovina, bem como suas estra-tégias de alimentação.

Na silvicultura, destaque para o artigo: “O Eucalipto não é vilão”, des-mantelando todos os estigmas exis-tentes até então contra esta importante cultura.

Na criação de equinos, publi-camos artigo que orienta sobre a im-portância clínica de pequenos estrôngi-los. Na citricultura, estudos da FAPESP informam que pode cair até 60% o uso da água no cultivo da laranja.

Já na cafeicultura, em artigo de Celso Vegro publicado no INFOBI-BOS, o pesquisador apresenta informa-ções sobre a “Formação de Custos na Cafeicultura”.

Também na produção de café, informações da EMBRAPA avalia a produção de mudas de café por clona-gem em larga escala, com previsão de distribuição já para este ano.

Em artigo importante de Cris-tiane Pires Sampaio, pesquisadora da EPAMIG, esta retrata os pormenores da Secagem de Café em Terreiros Con-vencionais.

Destaque maior para o histório da AGRISHOW, que acontece em maio próximo, em Ribeirão Preto (SP).

Boa leitura a todos.

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TECNOLOGIA

Agricultor, faça da análise de solos sua primeira aliada no planejamento agrícola

Para que uma planta cresça e fl o-resça, ela necessita de diversos

elementos químicos diferentes. Os mais importantes são:

a) - carbono, hidrogênio e oxigênio (disponíveis no ar e água);

b) - nitrogênio, fósforo e potássio (comercializados);

c) - enxofre, cálcio e magnésio (nutrientes secundários);

d) - boro, cobalto, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco (chamados micronutrientes).

Desses elementos químicos, os que a planta necessita em maior quantidade são o nitrogênio, o fós-foro e o potássio (macronutrientes). Eles são importantes porque são ne-cessários para os blocos estruturais fundamentais. Por exemplo:

1) - todo aminoácido contém ni-trogênio;

2) - todas as células precisam do fósforo para a membrana celular e como fonte de energia (ATP);

3) - o potássio constitui 1 a 2% do peso de qualquer planta e, em forma iônica nas células, é essencial para o metabolismo.

4) - sem nitrogênio, fósforo e po-tássio, a planta simplesmente não pode crescer porque é incapaz de produzir as partes, chamadas orga-nelas, de que necessita. É como uma fábrica de carros que fi ca sem aço ou uma estrada sem asfalto.

5) - se qualquer um dos macro-nutrientes estiver faltando ou for difícil de obter do solo, isso limitará a taxa de crescimento da planta.

Ecila Maria N. Giracca 1

José Luis da Silva Nunes 2

A amostragem do solo é a primeira etapa de um programa de ava-liação da fertilidade

do solo, uma amostragem ina-dequada pode resultar em uma análise, interpretação e reco-mendação equivocadas, podendo causar graves prejuízos econômi-cos ao produtor. Os laboratórios, não conseguem minimizar ou corrigir os erros cometidos na amostragem.

Como não é possível ana-lisar o solo como um todo, analisa-se uma pequena parte (amostra) de solo que irá repre-sentar uma área muito grande. Uma boa amostragem ini-cia pela estratifi cação da área, com defi nição das unidades de amostragem. Unidade de amostragem ou gleba é uma área, independente do tamanho, mas uniforme quanto ao re-levo, vegetação, características do solo (cor, textura, drenagem) e uso anterior e atual.

As amostras simples são formadas pela porção de terra coletada em cada ponto do terreno e a amostra composta é a reunião das várias amostras simples coletadas. Para a maioria das culturas, as amostras simples são coletadas na camada de 0 a 20 cm (foto acima).

Para pastagens já estabelecidas,

1 - Eng. Agrª, Drª em Ciência do Solo2 - Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia

a amostragem deve ser na camada de 0 a 5 cm. Culturas em que o preparo do solo chega 30 cm de profundidade, a amostragem deve ser realizada na ca-mada de 0 a 30 cm. Com a introdução dos conceitos e tecnologias da Agricul-tura de Precisão, a amostragem sistem-atizada das áreas é recomendada.

O método mais comum para a amostragem sistemática de solos em uma área é o de sobrepor uma grade quadrada ou retangular em um mapa ou fotografi a da área, identifi car e ir ao local coletar amostras de solos em cada célula. Dentro de cada célula, a amostragem pode ser ao acaso,

Para que uma planta cresça e fl o-

Porque adubar!

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FOTO

: IAP

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CAFEICULTURA

Conhecer melhor o solo para planejar a adubação correta

coletando-se várias sub-amostras, pon-tual na qual as sub-amostras são co-letadas em um raio de 3 a 6 m de um ponto central. A recomendação do espaçamento das grades (malhas) para amostragens de solos varia de 60 x 60 m a 135 m x 135 m, em função da re-solução desejada associada aos custos.

A freqüência de amostragem de-pende do manejo da propriedade e, da intensidade da adubação aplicada. Após a retirada da amostra o material deve ser acondicionado em embalagens para o envio ao laboratório. Os laboratórios ou instituições como cooperativas e órgãos de assistência técnica, fornecem sacos plásticos e/ou caixas de papelão. Não deve ser utilizas embalagens de quaisquer produtos, pois os resíduos podem alterar os resultados.

A análise de solo estima a capa-cidade do solo de suprir deter-

minados nutrientes às plantas, auxi-liando no planejamento e programa de adubação e calagem. A análise química do solo será tanto mais útil quanto mais confi ável forem os re-sultados. São vários os laboratórios que prestam este serviço, mas deve-se atentar se ele é ou não credencia-do pelo Ministério da Agricultura.

A análise química de solo para fi ns de avaliação da fertilidade é re-alizada em laboratórios de análise de rotina. Os resultados de pH, alumínio trocável, saturação por alumínio, sódio trocável, índice de saturação por sódio, são carac-terísticas do solo, indicadores de condições de estresse ou de impedi-mento químico. Os resultados de cálcio e magnésio trocáveis são uti-lizados principalmente para deter-minar doses de corretivos. Os teores de P, K, Ca+², Mg+² e micronutri-entes são indicadores de disponibi-lidade destes, sendo usados para a defi nição de doses de adubação. Os resultados de acidez potencial, ma-téria orgânica, soma de bases, satu-ração por bases, capacidade de troca catiônica e fósforo remanescente dão informações complementares para a interpretação da análise de solo é verifi car os métodos analíti-cos utilizados, os quais devem estar descritos junto aos resultados.

Importância daAnálise de Solos

De acordo com o profes-sor Carlos Alberto Silva, um dos coordenadores do Laboratório da UFLA - Uni-

versidade Federal de Lavras (MG), antecipar a análise do solo é impor-tante para que os produtores possam planejar o plantio, garantindo uma co-lheita mais rica e, consequentemente, uma redução dos custos de produção. “Quando se planeja os trabalhos an-tes do plantio, o produtor vai detectar quais os produtos, nutrientes e fertili-zantes necessários para serem aplica-dos na terra. Isso representa uma eco-nomia muito grande já que o produtor terá um tempo necessário de preparar o solo, pesquisar preços e negociar com fornecedores”.

A compra de produtos para serem aplicados no solo consome boa parte dos recursos destinados à implantação e condução das lavouras. Por outro lado, em torno de 50% dos ganhos de produtividade obtidos através dos cui-dados com a plantação são devidos ao uso de fertilizantes e corretivos, fi can-do o restante destinado a gastos com aquisição de sementes melhoradas, controle de pragas e doenças e outras práticas culturais. Em média, cada real investido corretamente com correção e adubação do solo garante um retorno de, em média, R$ 3,00.

A época de coleta e envio das

amostras ao laboratório para análise é variável, mas o ideal para culturas anuais é no início da seca quando o solo ainda apresenta certa umi-dade, facilitando os procedimentos de amostragem, e com boa antecedência em relação ao plantio.

Uma adubação correta só pode ser feita quando se conhece a fertili-dade da terra. Já é de conhecimento da maioria dos agricultores que solos de diferentes locais numa mesma região apresentam uma grande variação em relação às condições necessárias para o crescimento das plantas. Ao mesmo tempo, quanto mais produtiva for uma cultura, mais ela esgota a terra. So-mente a análise do solo realizada pe-riodicamente pode indicar as necessi-dades de nutrientes e fertilizantes que devem ser fornecidas em cada cultivo.

O professor Carlos Alberto ex-plica que cada produto aplicado precisa de um tempo para reagir, por isso a im-portância de se planejar o plantio com antecedência.

“Para aplicação do calcário, por exemplo, é preciso uma antecedência de três meses para ele reagir. Entre a análise e avaliação do material, di-vulgação dos resultados e repasse das informações para um técnico que vai aplicar os produtos necessários para preparar o solo e implantar a cultura demanda muito tempo”.

TECNOLOGIA

A

A A

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: UFR

GS

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LEITE

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LEITE

Manejo dos sistemas de produçãode leite a pasto 1

Junio Cesar Martinez 2

Alguns dos requisitos básicos para atingir efi ciência elevada em sistemas de produção

de leite são: a) explorar vacas es-pecializadas; b) com um manejo sanitário adequado; c) ter bom manejo reprodutivo; d) ter bom manejo nutricional e; d) ofere-cer condições adequadas de con-forto para os animais.

Estes requisitos indepen-dem do sistema de produção adotado, seja ele baseado em pastejo ou em confi namento total, com alto ou baixo nível de concentrado, com vacas ho-landesas, Jerseys, Pardo Suíças ou mestiças, etc. Produtores de leite efi cientes tanto dos Esta-dos Unidos e Canadá como da Europa e Oceania têm em comum o fato de terem estes requisitos atendidos de forma satisfatória.

Entretanto, a grande maioria do leite produzido no Brasil é provenien-te de sistemas que exploram vacas não especializadas, mantidas em pastagens tropicais mal manejadas, ocorrendo severa restrição nutricional destes animais no período da seca. A suple-mentação com concentrados é muitas vezes feita de forma inadequada, tanto em termos quantitativos como qualita-tivos. O resultado é a pequena escala de produção, índices zootécnicos me-dianos e a baixa rentabilidade do setor.

A necessidade premente de in-tensifi cação da pecuária leiteira nacio-nal tem gerado discussões acaloradas quanto ao sistema ideal de produção de leite para as nossas condições. A dis-cussão tem sido polarizada no sentido comparativo, entre a exploração de animais em sistemas intensivos a pasto ou em confi namento.

Infelizmente, essa discussão tem

1 - Publicado no Portal Milkpoint (www.milk-point.com.br)2 - Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ-USP e pós doutor pela UNESP-Jabotica-bal e Universidade da California-Estados Unidos.

Experimento 1Experimento 2Experimento 3Experimento 4Experimento 5

PRODUÇÃO DE LEITE

30,5 kg29,1 kg38,2 kg30,0 kg29,5 kg

sido desvirtuada, guiada por argumen-tações sem embasamento científi co devido à falta de dados comparativos gerados dentro das condições brasilei-ras. Essa discussão se torna improduti-va à medida que pesquisadores, consul-tores e produtores polarizam a questão em torno da tentativa de se estabelecer para o país como um todo, um modelo ideal, único e padronizado de produção de leite. A grande diversidade das condições edafoclimáticas, sociais, cul-turais e econômicas vigentes no país, propiciam e justifi cam a presença de diferentes sistemas de produção de leite em nosso meio. O importante é que a tomada de decisão quanto ao sistema de produção a ser adotado, seja técnica e considere as condições par-ticulares de cada propriedade rural.

Infelizmente, tem sido difundido o conceito equivocado, de que sistemas tropicais de produção a pasto são ne-

cessariamente extensivos, capazes de explorar apenas gado mestiço, enquan-to sistemas confi nados são sinônimos de intensifi cação e a única maneira de se explorar vacas especializadas de alto mérito genético.

A tendência de abandono de sistemas de produção de leite a pasto com o crescimento de sistemas con-fi nados até meados da década de 90 parece estar sofrendo uma reversão signifi cativa. A vocação natural de grande parte das nossas bacias leiteiras, para a produção a pasto, em função das condições favoráveis para o cresci-mento de gramíneas tropicais de alta produção, associada às condições im-postas pela atual conjuntura do sistema agroindustrial do leite, têm levado um grande número de produtores que pre-tendem intensifi car sua produção, a adotarem o uso de pastagens manejadas intensivamente. O estado de Ron-

Tabela 1. Dados de produção de leite em pastagens temperadas.

15,013,611,410,59,9

CONSUMO DE MS (kg/vaca por dia)Pasto

7,37,78,68,29,1

Concentrado22,3 (3,02)21,3 (4,0)20,0 (3,6)18,7 (3,5)19,0 (3,6)

Total

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: Edi

tora

Atta

lea

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LEITE

dônia é um grande exemplo disso na atualidade.A proposta básica desses sistemas é explorar o

potencial elevado de produção das gramíneas tro-picais, que permitem lotações entre 4 a 15 vacas por hectare durante o verão, dependendo da espécie utilizada, nível de adubação e disponibilidade hí-drica. Com produções por vaca/ano entre 3 a 7000 kg de leite, em função do potencial genético do rebanho e do manejo adotado, principalmente no que diz respeito ao nível de fornecimento de con-centrado e qualidade do volumoso suplementar de inverno, este sistema tem como atrativo, permitir elevada produção de leite por unidade de área a um custo inferior que o obtido no sistema de confina-mento total. O menor custo de produção deve ad-vir não apenas do menor custo de alimentação, mas também de uma estrutura mais simples em termos de máquinas, implementos e instalações.

POTENCIAL DE PRODUÇÃO E QUALI-DADE DA PLANTA TROPICAL - O grande poten-cial de produção das plantas forrageiras tropicais, entre 20 a até 60 toneladas de matéria seca (MS) por hectare/ano, permite explorar sistemas inten-sificados de produção com alta lotação animal, da ordem de 6 a 15 UA/ha durante 180 a 200 dias por ano, possibilitando produções de leite superiores a 10.000 kg/ha por ano. Pastagens temperadas mane-jadas intensivamente na Nova Zelândia produzem em média 8.300 kg de leite por hectare/ano.

A superioridade das gramíneas tropicais, quando comparadas com as de clima temperado em termos de produção de forragem por área é in-questionável, permitindo lotações 2 a 6 vezes mais elevadas. Em contrapartida, a qualidade inferior das gramíneas tropicais tem sido apontada como um fator limitante a um elevado desempenho indi-vidual de vacas leiteiras mantidas nesses sistemas.

Pastagens de clima temperado quando bem manejadas, apresentam valores de proteína bruta

(PB) entre 20 a 25% e FDN entre 40 a 50% indicati-vos de uma forragem de altíssima qualidade. Em contrapartida, os dados com plantas tropicais têm

mostrado valores bem mais modestos que os normalmente observados com plantas temperadas. Teores de PB entre 8 a 14% e 60 a 75% de FDN são valores normalmente relatados na literatura.

Adubação, frequência de pastejo e resíduo pós pastejo, são alguns dos fatores de manejo que quando condu-zidos de forma inadequada, concor-rem de forma decisiva para um baixo valor nutritivo da forragem tropical e podem em parte explicar o conceito generalizado de que a planta tropi-cal é de baixa qualidade. Entretanto, em condições de manejo adequado, diversos autores têm reportado resul-tados que de forma alguma permitem classificar a gramínea tropical como tendo baixo valor nutritivo, uma vez que teores de PB da ordem de 13 a 20% e FDN de 53 a 65% têm sido observa-dos em trabalhos experimentais e em amostras feitas em propriedades co-merciais.

Esses dados indicam sem dúvida que estamos trabalhando com

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LEITETabela 2. Dados de produção de leite em pastagens tropicais.

Experimento 1Experimento 2Experimento 3Experimento 4Experimento 5Experimento 6Experimento 7Experimento 8

DIASDE

LACTAÇÃO

40 - 22042 - 3220 - 3050 - 305

90 - 1300 - 2500 - 1500 - 160

16,9 - 20,016,62

20,918,9 - 16,317,2 - 22,012,8 - 20,019,2 - 23,7

16,3

15,8 - 13,711,9

------

2,6 - 5,22,66,5

7,5 - 5,50 - 5,40 - 7,2

3,6 - 5,42,3

PRODUÇÃO DE LEITE(kg/vaca)

CONSUMODE

PASTO

CONSUMODE

CONCENTRADO

18,4118,9214,5

-----

CONSUMOTOTAL

uma planta altamente exigente em manejo e que existe um campo ainda vasto a ser explorado pela pesquisa, no sentido de aprimorar as práticas de manejo para as diferentes gramíneas tropicais, com o objetivo de se maxi-mizar a qualidade da forragem colhida pelo animal.

POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE LEITE EM PASTAGENS TRO-PICAIS - O potencial de produção de leite de vacas pastejando exclusi-vamente gramíneas temperadas pode chegar a 30kg/d. A Tabela 1 mostra os dados de produção de vacas de alto mérito genético, mantidas em regime da pastejo com plantas temperadas e suplementadas com concentrado nos Estados Unidos.

Os resultados obtidos em pasta-gens tropicais têm sido bem mais modestos. O potencial de produção individual de vacas mantidas nessas pastagens, sem suplementação com concentrado, tem se situado entre 8 a 15 kg de leite/dia. A Tabela 2 apre-senta os dados de produção de leite de vacas mantidas em pastagens tropicais e suplementadas com concentrado no

Brasil, Costa Rica e Austrália.Os dados da Tabela 1 com pasta-

gens temperadas foram obtidos com vacas de alto mérito genético e o período de lactação médio analisado foi dos 80 aos 150 dias. A produção média observada de 30,46 kg de leite/dia foi obtida com um consumo de 8,1 kg de MS de concentrado.

Já os dados da Tabela 2, com pastagens tropicais, mostram para os experimentos conduzidos no Brasil e Austrália, um nível médio de produção de 19,35 kg de leite/vaca com 4,7 kg de MS de concentrado. Quando con-sideramos os trabalhos com produções acima de 20 kg de leite/vaca e forneci-mento de concentrado parcelado em 2

vezes ao dia, a produção média obser-vada é de 21,6 kg de leite com 5,6 kg de MS de concentrado por vaca/dia. A relação kg de leite/kg de MS de concen-trado observado tanto para gramíneas temperadas como tropicais é idêntica, ao redor de 3,75:1.

CONSIDERAÇÕES FINAIS - Um dos principais desafios que se apresenta aos pesquisadores e produtores de leite nas regiões tropicais, é dentre tantos, o de aprimorar as técnicas de manejo de pastagem e de conforto animal, visando maximizar o consumo de forragem de alta qualidade, uma vez que a obtenção de lotações elevadas já são uma rea-lidade em diversos sistemas intensivos implantados no Brasil. A

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PECUÁRIA DE CORTE

A Presence, nova marca Evialis que traz toda tecnologia e presença de campo da marca Purina em um novo nome, acaba de lançar mais

duas linhas de produtos: a Suplementa, para gado comercial, e a Confi peso, para confi na-mento.

Segundo Emerson Botelho, gerente de produtos da Presence, as vantagens das novas linhas estão no balanceamento minucioso dos alimentos permitido pelas novas composições. Enquanto a linha Suplementa foi desenvolvida para animais criados a pasto, que necessitam um melhor ganho de peso ou preparação para eventos como reprodução, leilão ou venda para frigorífi co, a Confi peso foca diretamente a melhoria no ganho de peso para que o retorno fi nanceiro do produtor seja o melhor possível. “O investimento em tecnologia nos permitiu aprimorar as formulações e oferecer soluções que potencializem o crescimento dos animais. Pensamos sempre em uma maneira de ajudar o produtor nesse sentido, por isso estamos con-stantemente de olho em sua rentabilidade. Esta é a proposta da Presence”, afi rma.

Compõem a nova linha Suplementa: o Suplementa Reprodução, produto especial-mente balanceado para bovinos reprodutores, vacas em reprodução e receptoras, que busca melhores índices reprodutivos e melhor quali-dade de sêmen e/ou embrião; o Suplementa Export, desenvolvido para nutrir os bovinos em fase de terminação, sem uso de forragem ou pastagens; o Suplementa 14, ideal para os bovinos em fase de crescimento ou termi-nação; o Suplementa 16, e o Suplementa 18, ambos para bovinos nas fases de crescimento ou terminação, ou ainda animais em confi na-mentos e o Suplementa 20, que além de nutrir os bovinos nas fases de crescimento e termi-

Presence lança duas novas soluções em nutrição para gado

nação, também pode ser usado em programas de desmame precoce.

Já a linha Confi peso, voltada para animais em confi namento, engloba: o Confi peso 10 e o Con-fi peso 40, que são concentrados destinados à formulação de dietas para bovinos na fase de crescimen-to e engorda que permitem dife-rentes formulações com os ingredi-entes disponíveis na propriedade; e o Confi peso Alto Padrão, concen-trado desenvolvido especialmente para a fase de engorda com milho grão inteiro e que dispensa o uso de volumoso. Desta forma, é pos-sível fazer confi namento de poucos animais até grandes lotes com fácil manejo e previsão de 50 a 70 dias para ter os animais acabados. Com uma dieta altamente energética, há

um ganho evidente no que diz res-peito ao acabamento e rendimento de carcaça dos animais confi nados.

A PRESENCE - A fi m de re-estruturar seu portfólio e imple-mentar inovações em seus pro-gramas nutricionais, a Evialis, anunciou a marca Presence, que chega para substituir a Purina nos segmentos de ruminantes, eqüinos, peixes, camarões, aves e suínos. A marca Purina foi comercializada ao longo dos dois últimos anos, após aquisição da divisão de nutrição a-nimal da Cargill. A Evialis utilizará a marca Purina até junho de 2011, promovendo uma substituição gra-dativa pela marca Presence.

INF. www.evialis.com.brA

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CAFEICULTURA

Celso Luis Rodrigues Vegro1

Os preços são parâmetros que estruturam e condi-cionam o funcionamen-to do sistema econômi-

co. Talvez, situem-se nos preços aquela variável menos considerada nas análises sobre os fenômenos econômicos sejam de caráter macro, meso ou microeconômicos. Dentre as possibilidades de organização dos fatores de produção (terra, trabalho e capital), a combinação de preços

Formação de Custos na Cafeicultura

orienta pela seleção daquela de maior efi cácia alocativa, ou seja, da maximi-zação do lucro da empresa privada.

Equivoco comum nas interpreta-ções econômicas consiste em conferir aos preços uma condição absoluta. Os preços correlacionam-se uns para com os outros. No campo das commodities existe essa correlação, sendo o petróleo aquela que mais infl uencia o restante desse mercado. Por exemplo, é ampla-mente conhecida a relação de preços entre as cotações1 do petróleo e o custo dos fertilizantes nitrogenados. Assim,

os preços são sempre relativos, essa característica pauta o funcionamento do sistema econômico.

Compreender que os preços são relativos ajuda a melhor analisar os fenômenos que dinamizam o siste-ma econômico. Assim, não se pode

simplesmente anunciar que tal preço aumentou ou abaixou, pois as oscilações devem estar neces-sariamente referenciadas. O preço subiu ou diminuiu frente a quê? Não se deve nunca esquecer dessa condição relativa dos preços, caso contrário, as tentativas de interpre-tação dos movimentos da economia se tornam anacrônicas.

Mesmo nas economias con-sideradas livres existe um grau de intervenção governamental na for-mação dos preços, pois se pressupõe

que o mercado não provê de modo efi -caz as necessidades da população (são as chamadas falhas do mercado). No Brasil, a correta decisão de recuperar o poder de compra do salário mínimo concedendo reajustes acima da infl a-ção e do crescimento real da econo-

mia, exemplifi ca esse tipo de situa-ção em que, de forma mandatória, um preço é posicionado para além de sua condição estabelecida pelo clássico mecanismo de oferta e de-manda.

A agropecuária por se tratar de uma atividade pulverizada, constitui um setor econômico com singularidades relevantes para a formação de preços, ou seja, com muitos ofertantes dispersos numa dada base territorial que pode ser desde uma região, um país ou o

1 - Publicado em INFOBIBOS (www.infobibos.com) em 15 de janeiro de 2011.2 - Engº Agrônomo pela ESALQ/USP, com es-pecialização em Sistemas Agrários pela PUC-São Paulo, mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela UFR do Rio de Janeiro e Pes-quisador Científi co do IEA. Email: [email protected]

1 - NOTA DO AUTOR - Preços e cotações não são sinônimos, embora a maior parte dos economistas não estabeleça distinções entre as duas terminologias. Devemos entender por co-tação os valores de referência e sinalizadores de tendências. Já por preços, compreendem-se os valores ocorridos em negócios concretizados com transferência efetiva da propriedade dos bens e serviços produzidos.

mundo. Raríssimas são as exceções em que existe uma capacidade for-madora de preços (restrita a produtos artesanais e especialidades gourmet). Na comercialização de seus produtos, portanto, a produção agrícola é setor tomador de preços.

Essa condição se reproduz ain-da com maior vigor na aquisição dos materiais utilizados para viabilizar o sistema de produção, pois os segmen-tos fornecedores da agricultura (no jargão econômico: a montante), são altamente oligopolizados, com incipi-ente competição entre seus concorren-tes. Essa situação conduz tais grupos econômicos a administrarem

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CAFEICULTURA

seus mercados impondo preços aos seus clientes.

Defensivamente a tais estruturas oligopolizadas, os produtores rurais es-forçam-se por se organizar em torno de associações e cooperativas de produção. Algumas empresas cooperativas posi-cionam-se entre as maiores empresas do país. No agronegócio Cafés do Brasil, há inúmeros exemplos bem sucedidos desse tipo de organização dos produ-tores. O êxito dessas formas coletivas de organização econômica confere poder de barganha aos cafeicultores, permitin-do-lhes a obtenção de vantagens que de outra maneira não teriam.

Mais recentemente, o processo que converte todos os bens econômi-cos em ativos financeiros endossáveis, modificou a forma como são formados os preços. Fatores como a taxa de ju-ros básicos e a paridade cambial pas-saram a preponderar na determinação dos preços das economias nacionais. A existência de mercados bursáteis para as commodities agrícolas e sua capa-cidade em transmitir suas cotações para as transações no mercado físico, cons-tituem uma faceta bastante concreta dessa orientação financeira nas decisões produtivas.

Por fim, ainda outros dois elemen-tos cruciais para a formação dos preços são a estrutura tributária e a logística de armazenamento e escoamento dos produtos. Os tributos podem conferir importantes distorções na formação dos preços. Ademais, estimula, a depender do tamanho da alíquota, grau elevado de informalidade nas transações. Nor-malmente, os produtos agrícolas se-guem calendários em que existem safras e entressafras, exigindo a intermediação de agentes que se responsabilizam pela regularização da oferta ao longo do ano. Ambos os fatores, ainda que externos à atividade produtiva também con-

tribuem na formação dos preços.As bases materiais e tecnológi-

cas dos sistemas de produção for-mam outro conjunto de elementos que compõe a formação dos custos. Na lavoura do café, é possível pensar em aspectos como: o tipo de solo em termos de sua fertilidade intrínseca e condição topográfica; a escolha do porte das variedades a serem usadas; a adoção da irrigação ou o cultivo em sequeiro e o manejo agronômico com maior ou menor incidência de operações mecanizadas, representam fatores que promovem fortes varia-ções na formação dos custos. Assim, o estudo e a elaboração de projetos de investimento na cafeicultura, cons-tituem-se numa ferramenta ímpar no planejamento dos custos médios que o sistema produtivo imaginado pos-suirá.

Efetuadas tais considerações pode-se então analisar a questão da formação dos custos de produção na cafeicultura. Com limitadíssimas ca-

pacidades de formar preços e relacio-nando-se com segmentos oligopoliza-dos, a formação de custos virá sempre de fora da atividade. Tal compreensão impõe, inapelavelmente, para a neces-sidade de gerir com a máxima eficiên-cia as bases materiais e tecnológicas do sistema de produção, visando obter resultado econômico desse esforço. O cafeicultor precisa se capacitar (e nis-so a extensão tem papel crucial) para acompanhar seus custos e promover mudanças de manejo agronômico ca-pazes de melhorar a produtividade do trabalho e minimizar o emprego dos insumos adquiridos externamente à propriedade. A formação de custos na cafeicultura é o elemento pelo qual nós podemos avaliar a técnica de gestão empregada e as decisões agronômicas adotadas. Ser eficiente nas duas coisas não é das tarefas mais cômodas, mas é disso que será feita a cafeicultura capaz de manter-se competitiva frente ao ci-clo de preços que historicamente atua sobre segmento. A

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Embrapa avalia produção de mudas de café por clonagem em larga escala

O pesquisador da Em-brapa Café Carlos Henrique S. Car-valho está coorde-

nando um estudo inédito na cafeicultura brasileira: o projeto produção de mudas clonais em larga escala de café arábica com resistência ao bicho-mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella) e à ferrugem (Hemileia vasta-trix), boa qualidade de bebida e alta produtividade. O objetivo é avaliar a viabilidade econômica da tecnologia medindo os cus-tos de produção industrial em todo o processo de produção. A iniciativa é realizada em parceria com a Fundação Procafé.

“A previsão é que, no fi nal de 2011, se inicie a distribuição de mu-das clonadas aos produtores e coope-rativas de Minas Gerais e de outras regiões produtoras, que têm dado grande apoio aos estudos. Após o plan-tio, a pesquisa entra em outra etapa: a avaliação da adaptação e do compor-tamento agronômico das plantas sele-cionadas. A nossa expectativa é de que a produção em larga escala seja van-tajosa economicamente para todos os envolvidos na cadeia produtiva, agre-gando ainda mais valor ao produto”, explica o pesquisador.

CLONAGEM E SUAS VANTA-GENS - As mudas clonadas de plantas de café são produzidas por meio do uso de biorreatores semelhantes ao equi-pamento desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), instituição participante

do Consórcio Pesquisa Café. O biorre-ator participa de uma etapa importante no processo de produção de mudas clonais reduzindo o custo de produção e otimizando o processo.

“Um dos grandes benefícios dessa pesquisa é a garantia de produção de mudas de alto valor agronômico, con-ferindo mais competitividade para o café brasileiro no mercado nacional e internacional. Ao se produzir cafeeiros resistentes a pragas e doenças, o uso de agroquímicos diminui expressiva-mente, o que tem implicações positivas no equilíbrio do meio ambiente e na saúde do consumidor. Em um contexto de valorização dos preços da commo-dity e de aumento do consumo no Bra-sil e no exterior do produto, a produção industrial de mudas de forma susten-tável - econômico social e ambiental-mente - é promissora. Pode-se dizer que a produção de clones representa uma ferramenta muito valiosa para o processo de melhoramento genético

do café e mantém o Brasil na vanguarda das pesquisas cafeeiras”, completa Carlos Henrique.

Segundo o pesqui-sador, outra vantagem da tecnologia de seleção de plantas matrizes de grande importância agronômica e produção de mudas clona-das é a redução para um ter-ço do tempo convencional no processo de desenvolvi-mento de cultivares de café arábica, que por outras téc-nicas chega a atingir cerca de 30 anos para chegar ao

campo. “A técnica de reprodução por clonagem é considerada a mais ade-quada alternativa para a multiplicação de plantas híbridas em larga escala. Em breve, com a validação em larga escala, a multiplicação do material poderá ser feita em biofábricas ou em cooperati-vas”.

A FAPEMIG - Fundação de Am-paro à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, por demanda do Polo de Ex-celência do Café (PEC/Café), é uma das instituições que apóiam fi nancei-ramente o projeto, além da Fundação PROCAFÉ - Fundação de Apoio à Tecnologia Cafeeira, do CNPq - Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico, por meio dos Institutos Nacionais de Ciência e Tec-nologia (INCT), CIRAD e do Consór-cio Pesquisa Café. A pesquisa também conta com o apoio imprescindível de cooperativas e de produtores de regiões produtoras.

(FONTE: Embrapa Café) A

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Cristiane Pires Sampaio 2

O uso exclusivo do terreiro por muitos cafeicultores deve-se, à falta de in-formação tecnológica e,

em muitas vezes, à não preocupação com as caracteristícas qualitativas do produto depois da secagem ou ao baixo poder aquisitivo e nível tec-nológico da propriedade.

No terreiro, o desenvolvimen-to de microorganismos na superfi cíe dos frutos e o aumento da respira-ção e da temperatura do produto são fatores que aceleram o processo de fermentação. Apesar destes riscos, pequenos e médios produtores uti-lizam intensivamente os terreiros como única etapa na secagem do café.

No processo de secagem em ter-reiro, o café é secado pela ação dos raios solares. É aconselhável, durante o processo, trabalhar com lotes homôge-neos, considerando-se tanto a época de colheita quanto o estádio de maturação ou teor de umidade, para obtenção de um produto fi nal uniforme e de boa qualidade.

De modo geral, devido às carac-teristícas da maioria dos secadores mecânicos comercializados, a seca-gem do café logo após a colheita, ou recém-saído do lavador (alto teor de umidade), é altamente prejudicada, em razão Da difi culdade de escoamento do produto dentro do secador. Portanto, para acelerar o processo de secagem,

deve-se combinar a secagem artifi cial com a secagem do terreiro.

Uma prática recomendada é secar o café em terreiros ou pré-secadores até o estado de meia-seca (35 a 40%), sendo a secagem continuada em seca-dor mecânico até o ponto de tulha ou, ainda, até que a umidade caia para 22%, para que possa ser submetido a uma secagem complementar, em silos ventilados, durante o processo de ar-mazenagem, até que atinja a umidade de comercialização.

Terreiro convencional pode ser construído de cimento, tij olos, asfalto e chão batido, devendo o produto a ser secado ser distribuído em camada fi na.

O terreiro com piso de terra apre-senta menor rendimento de secagem e pior aspecto visual do produto em rela-ção àquele secado em terreiros com piso de outros materiais de construção.

Secagem em terreiros convencionais 1

1 - Publicado no Portal Cafepoint (www.cafe-point.com.br) 2 - Doutora em Pós-Colheita e Qualidade do Café, Pesquisadora PDJ EPAMIG/FAPEMIG

Preferencialmente, a secagem deve ser feita em terreiros concretados, que são mais efi cientes e apresentam menores riscos de comprometimen-to de qualidade.

Alguns cuidados com o uso dos terreiros são recomendados:

a) - Não misturar lotes diferen-tes de café

b) - Esparramar o café, lavado ou não, no mesmo dia da colheita em camadas fi nas de 3 a 5 cm e proce-der-se à formação de mini-leiras;

c) - Revolver o café pelo me-nos 8 vezes ao dia, de acordo com a posição do sol;

d) - Fazer com que o café, após o segundo dia de seca, pequenas leiras de 15 a 20 cm de altura, no fi nal da tarde, e esparramar no dia seguinte bem cedo, o que acelerá a secagem e

impedirá que o sereno umedeça muito o café;

e) - Fazer leiras grandes com o café, no sentido da maior declividade do terreiro, em dias de chuva;

f) - Nunca amontoar o café cereja antes do ponto de meia-seca, ponto em que ele não estará mais colando na mão quando apertado;

g) - Amontoar o café por volta das 15 horase, se possível, deixá-lo co-berto com lona até o dia seguinte;

h) - Esparramar o café por volta das 9 horas, quando a umidade do ar é adequada e, movimentá-lo até as 15 horas, quando deve ser novamente amontoado;

i) Continuar o processo até a secagem fi nal, recolhendo o café frio pela manhã, para tulha, com 11 a 12% de umidade.

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Bolsa Agronegócios promove treinamento de equipe com especialista em nutrição

Contando com a participação do Drº Marcelo Melarato - engenheiro agrônomo, espe-cialista em Nutrição de Plan-

tas, com doutorado pela Esalq/USP, consultor da Microquímica e consultor na área de nutrição -, foi realizado no último dia 10 de fevereiro, no Tower Franca Hotel, um treinamento com a equipe da Bolsa Agronegócios, revenda de produtos agrícolas sediada em Fran-ca (SP).

De acordo com Allan de Menezes Lima, diretor da Bolsa Agronegócios, o treinamento veio fortalecer ainda mais a sua equipe, acrescentando in-formações técnicas importantes sobre micronutrientes foliares e substâncias estimulares à cultura do café.

Participaram da palestra enge-nheiros agrônomos, técnicos em agro-pecuária e alguns cafeicultores ligados à empresa, bem como dois profi ssion-ais da Microquímica: o engenheiro agrônomo Rodolfo da Silva Carvalho e o gerente distrital Roberto Reche Paro.

Marcelo Melarato abordou o tema “Nutrição para Cafeicultura de Altas Produtividades”, mostrando tópicos sobre nutrição do cafeeiro, manejo da cultura em relação aos as-pectos da adubação. Teve ainda um enfoque especial na aplicação de nu-trientes foliares, micronutrientes e substâncias estimulantes (hormônios e aminoácidos).

“É um tema em alta nos últimos meses e a minha proposta foi o de apresentar todas as informações im-

portantes, como por exemplo: Quais os benefícios da aplicação de aminoácidos para a cultura do café? Qual a melhor maneira de se aplicar? Quais são as etapas ou fases em que você teria uma chance melhor de resposta? E, princi-palmente, abordar a nutrição correta da lavoura, para se obter um melhor resultado”, explicou Melarato.

Segundo o consultor, o agricultor ainda carece de mais conhecimento so-bre o assunto e o corpo de profi ssionais e técnicos também. Ele ainda tem mui-tas dúvidas sobre aminoácidos, como por exemplo: Qual produto é melhor? Qual a diferença entre um produto e outro? Porque este produto custa mais caro que o outro?

RECEITAS - Um fator impor-

tantíssimo que o agricultor deve sem-pre levar em conta quando se fala em nutrição de plantas, seja foliar ou não, está na diversidade de tipos de solos que estão sendo cultivados com a cul-tura do café.

Segundo Melarato, o agricultor precisa sempre utilizar-se das informa-ções provenientes das análises de solo e análises de folhas. “Sem os resultados das análises, o agricultor vai dar tiro-no-escuro, vai desperdiçar dinheiro e correr o risco de ver diminuir a sua produção por causa do desbalanço nu-tricional (escassez ou excesso)”, disse.

Como exemplo, o manganês é um nutriente importante na cultura do café. Mas o impacto da aplicação deste nutriente em lavouras das regiões tradicionais de café no Sul

Ivanilson José Souza (gerente Bolsa Agronegócios), Allan de Menezes Lima (diretor Bolsa Agronegó-cios), Drº Marcelo Melarato (consultor), Rodolfo da Silva Carvalho (eng. agrônomo Microquimica) , Geraldo Augusto (gerente Bolsa Irriga) e Roberto Reche Paro (gerente distrital Microquimica).

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CAFEICULTURAde Minas Gerais é bem menor do que nas regiões do Cerrado Minei-ro ou de áreas novas, como na Ba-hia, cuja aplicação é praticamente obrigatória.

PRODUTIVIDADE E CUS-TO - Outro fator importantís-simo quando se fala em nutrição de plantas está na produção que o cafeicultor deseja obter. “O pa-cote tecnológico para se produ-zir 20 sacas por hectare de café é muito menos sofisticado do que para se produzir 60 sacas por hec-tare. Alguns nutrientes que não dariam resposta direta em baixas produções, vão ser mais imprescin-díveis em grandes produções”, expli-cou o consultor.

Outro fator que o cafeicultor deve levar em consideração é o custo. “A nutrição correta da lavoura, levan-do em conta todos os fatores, como re-sultados das análises, época de aplica-ção, região e balanço nutricional deve ser sempre a meta a ser alcançada pelo cafeicultor. Muitas vezes ele acha que vai gastar mais se adotar um manejo de adubação foliar e então deixa de fazê-la. Não necessariamente isto é verdade. E, ainda, por outro lado, não faz a adubação foliar com um nutriente es-sencial, que a planta está necessitando e aduba em excesso com outro nutrien-te. Eu tenho visto várias vezes análises de solo que mostram, em áreas tradi-cionais de cultivo de café, o excesso de alguns nutrientes. Muitas vezes prove-nientes de fontes bem mais caras.

Segundo o consultor, como e-xemplo, se faltar boro em uma lavoura de café (que custa relativamente bara-

to), o impacto pode ser muito maior do que se deixar de aplicar 300 kg de clo-reto de potássio por hectare.

SANIDADE E QUALIDADE - Além de atender as necessidades nutri-cionais da planta, o manganês, o zinco e o cobre estão diretamente relaciona-dos com a resistência do cafeeiro em doenças e pragas. “Plantas desnutridas estão mais propensas a serem ataca-

das por pragas ou doenças. Quando estas se alojam no cafeeiro, o agricultor passa a se preocupar com a aplicação de fitoquímicos. Não que os produtos não solucionem o problema, mas ele esquece que na verdade se a planta estiver bem nutrida, esta vai estar mais resistente às pragas e doenças” orientou.

O cultivo do café tem várias particularidades Mas o cafeicultor precisa enx-ergar quais são os itens que

vão impactar mais a sua lavoura. E des-balanço nutricional é um dos princi-pais gargalos na produção. Ele tem que fazer periodicamente análises de solo e folhas; tem que conhecer o produto que está sendo aplicado; tem que saber qual a produção que você quer obter na lavoura. Só assim terá condições de tomar a decisão certa, na hora certa, na quantidade certa e com o produto/nu-triente correto”, finalizou.

Marcelo Melarato mostra a importância das análises de solo e foli-ares para a tomada de decisão visando a adubação.

Rodolfo Carvalho apresenta os diferenciais dos produtos da Microquimica.

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TECNOLOGIA

Software otimiza uso de corretivos efertilizantes na lavoura

Um novo software, desenvolvido pela Universidade Fe-deral de Viçosa, calcula com exatidão quanto, como e sob que condições o produtor deve aplicar corretivos e fertilizantes no solo. O programa, que é dividido em dois

módulos (Ferti UFV e Nutri UFV), determina o valor específi co para cada cultura baseado, basicamente, em análises químicas do solo e a meta de produtividade do agricultor. Também são levadas em conta diversas variáveis como o tipo de manejo, solo, clima, culturas anteriores, nível de palhada e efi ciência nutricional. O software foi lançado no ano passado e a Universidade Federal de Viçosa está preparando cursos presenciais e à distância para téc-nicos agrícolas, engenheiros e extensionistas.

“Este software constitui uma alternativa mais fl exível e poderosa que gera recomendações de correção e fertilização de solo mais exatas e criteriosas do que as tabelas que são utilizadas normalmente. Levamos em conta a efi ciência nutricional daquele tipo de planta, ou seja, quanto do nutriente que ela absorve é con-vertido em produção. Também levamos em conta a camada de solo que é explorada pelas raízes absorventes da cultura, o tipo de substância química analisado na análise do solo, se o agricul-tor está plantando em uma área que já tem resíduos de culturas anteriores como palhada, se é um sistema de plantio tradicional ou Plantio Direto, se há o uso do chamado cultivo mínimo, em área fl orestal. Determinamos basicamente duas coisas: a demanda nu-

tricional daquela cultura e o suprimento do nutriente que aquele solo é capaz de fazer”, explica Júlio César Lima Neves, professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa e um dos criadores do novo sistema.

Um sistema bem mais simplifi cado, mas similar a este, já é usado há 25 anos por diversas empresas e grandes produtores. Mas, agora, o cálculo é muito mais exato e vai evitar falta de adubação ou desperdício de nutrientes. A estimativa é de que a produtividade de algumas culturas aumente em mais de 50%, como no caso do eucalipto. O sistema é preparado para calcular as necessidades de cada cultivo em cada solo e região diferente e poderá ser usado também pelos pequenos produtores. A UFV já está elaborando cursos para que técnicos, engenheiros, extensionistas, profi ssionais de cooperativas e profi ssionais da área sejam capacitados para entender e aplicar a complexidade do sistema. Apesar de um custo relativamente elevado, os ganhos de produtividade e, principalmente, a redução no uso de insumos agrícolas vão cobrir os custos do produtor.

“É um processo que envolve metodologias es-tatísticas muito complexas, então precisamos refor-çar os profi ssionais do setor produtivo, eles precisam ser nossos parceiros. Vamos dar todo o treinamento na universidade porque podemos ter na, próxima década, uma agricultura diferenciada de tudo o que já vivemos”, diz Roberto de Aquino Leite, professor da Universidade Federal de Viçosa.

Os softwares são compostos por dois módulos distintos que se complementam: o Ferti UFV e o Nutri UFV. O primeiro faz toda a base de cálculo, se baseia nas análises químicas e na meta de produtividade do produtor, leva em conta as variáveis explicadas pelo pesquisador Neves e indica a quantidade de fertili-zantes e corretivos a serem aplicados. O sistema Nutri entra na segunda etapa para monitorar a nutrição da planta. Ele se baseia na análise química da folha da planta e não mais no solo, as indicações são refi nadas e refeitas após cada nova safra. Além do aumento de produtividade e economia com os insumos, o pesqui-sador também chama a atenção para a vantagem am-biental.

“A ideia é responder com exatidão às três grandes questões de um solo: que nutrientes devem ser aplicados, em que dose e em que épocas. É uma fertilização racional com otimização de produtividade e econômica, porque ele não vai gastar além do ne-cessário. Nós aumentamos a efi ciência econômica da fertilização e contribuímos para evitar contaminação do solo e da água. Uma vantagem também é a questão da sustentabilidade da produção. Não nos interessa apenas dispor de técnicas que elevem a produtividade por um curto espaço de tempo. Nós temos que ter téc-nicas que permitam elevar a produtividade se ela es-tiver baixa, mas fazendo com que ela se mantenha e-levada por longos espaços de tempo através do sistema de monitoramento”, destaca. (FONTE: Portal Dia de Campo - www.diadecampo.com.br) A

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Excesso de chuva requer atenção do produtor com a lavoura

A COOPARAÍSO - Co-operativa Regional dos Cafeicultores de São Se-bastião do Paraíso (MG)

alerta seus associados para o volume das chuvas. Enquanto na região de Cabo Verde, Sul de Minas, os cafei-cultores estão comemorando o ín-dice das chuvas, que vem ajudando na granação do cafezal, em Paraíso toda a atenção é pouca em relação ao volume das chuvas.

De acordo com Lívia Colom-baroli, engenheira agrônoma do de-partamento técnico da cooperativa, “o excesso de chuvas pode prejudi-car, e muito, os cafezais. A tendência é de facilitar o aumento de doenças. Por exemplo, as águas facilitam o sur-gimento de alguns tipos de fungos, que necessitam para se proliferar do frio-zinho que tem feito pela manhã des-ses dias chuvosos e do calorzinho que acontece após a ocorrência da chuva”, explica Lívia.

O diretor comercial da COO-

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PARAÍSO, Rogério do Couto Rosa Araújo, diz que as chuvas em grande volume, como estão acontecendo ago-ra, representa na verdade, um risco para a planta.

“Um volume menor pode sim, ser benéfi co ao cafezal. Porém, estamos no meio do mês e já choveu 280 milímet-ros, uma quantidade muito maior com-parada com o mesmo período do ano

passado”, alerta Rogério. Lívia e Rogério ainda con-

cordam que a ocorrência de doen-ças do café é muito maior com o grande volume de chuva. “Pode surgir ferrugem, cercosporiose, mancha aureolada, mancha de phoma, entre outras”.

O diretor comercial ainda diz que os controles fi cam atrasa-dos. “Além disso, quando o produ-tor faz uma aplicação, corre o risco de perdê-la. Por exemplo, a planta precisa de cerca de 36 horas para absorver o produto de uma aplica-ção foliar. Caso chova, o produto é

‘lavado’, sem penetrar nas folhas, não fazendo efeito algum e provocando prejuízo no bolso do produtor”, diz.

Lívia enumera ainda outros in-convenientes do excesso de chuvas: solo encharcado difi culta a absorção de adubos; provoca lixiviação de nutri-entes; atrasa os tratos culturais; facilita o crescimento do mato; e difi culta o acesso do produtor ao cafezal. A

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Consumo per capita de café no Brasil é recorde

O consumo per capita de café torrado no Brasil atingiu

marca histórica e quebrou o grande recorde registra-do há 45 anos.

Em 2010, o consumo foi de 4,81 kg por habi-tante, volume que supera os 4,72 kg registrados em 1965 pelo IBC - Insti-tuto Brasileiro do Café, até então o maior índice. Esse resultado parte da avaliação anual realizado pela ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café, com o estudo “Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 - De-sempenho da Produção e Consumo In-terno”, elaborado pela Área de Pesqui-sas da entidade e que analisa dados do setor no período compreendido entre Novembro/2009 a Outubro/2010.

De acordo com Almir José da Sil-va Filho, presidente da ABIC, superar a marca histórica do consumo per capita era algo perseguido pela ABIC e pelas indústrias de café como “símbolo da melhoria da qualidade oferecida aos consumidores e como resultado das importantes iniciativas da nossa enti-dade, entre as quais sempre se destacou o Selo de Pureza, lançado em 1989”.

O consumo per capita de 4,81 kg registrado em 2010, que equivale

a quase 81 litros de café por pessoa por ano, foi 3,5% maior ao registrado em 2009 (que fi cou em 4,65 kg). Com isso, o consumo brasileiro se aproxima ao da Alemanha, que é de 5,86 kg por habitante/ano e já supera os índices da Itália e França, que são grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos - Finlândia, Noruega, Dinamarca - com um volume próximo dos 13 kg por pessoa/ano.

MERCADO INTERNO CRESCE - A pesquisa também mostra que o consumo interno ampliou em 740 mil sacas. No período de Novembro/2009 a Outubro/2010 foram industrializadas 19,13 milhões de sacas de 60 kg, o que

representa um crescimento de 4,03% em relação ao período Novembro/2008 e Outubro/2009, que havia sido de 18,39 milhões de sacas. Esta taxa é mais do que o dobro do aumento médio do consumo mundial de café.

Por outro lado, de acordo com Natal Martins, diretor da área de Pes-quisa, as empresas associadas à ABIC, que participam com 68,4% do total de café torrado e moído produzido, mostraram uma evolução mais signifi -cativa ainda, de 5,93% em relação a 2009. “Esse resultado confi rma as ex-pectativas iniciais da ABIC, que eram de um crescimento de 5%, levando em conta a recuperação da economia brasileira”.

Para 2011, a ABIC projeta um crescimento de 5,0% em volume, o que elevaria o consumo para 20,27 milhões de sacas. As vendas do setor em 2010 podem ter atingido R$ 7,0 bilhões e a entidade estima que cheguem a R$ 7,5 bilhões em 2011.

“Com a economia brasileira sen-do impulsionada em 2011 e as boas previsões que se fazem para o cresci-mento do PIB, do consumo das classes C, D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% ate 2015, é natural que o consumo do café siga crescendo”, avalia Natal Martins. Dessa forma, a meta de se ter um con-sumo interno de 21 milhões de sacas poderá ser atingida em 2012, “desde que a evolução se mantenha em pelo menos 5% ao ano”, salienta.

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Com isso, o Brasil, que já é o maior produtor e exportador de café do mundo, passaria a ser o maior mercado consumidor, posição tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos.

ESTRATÉGIAS DE MERCADO - Para a ABIC, os resultados favoráveis que vêm sendo ob-tidos decorrem da serie de estratégias adotadas pela entidade ao longo das últimas décadas, mais precisamente a partir de 1989 quando, em reação à queda do consumo per capita, que chegou a alar-mantes 2,27 kg por habitante/ano, a entidade lan-çou o Programa do Selo de Pureza. Com esta inicia-tiva, a ABIC mostrava a fi rme decisão de reverter a queda no consumo de café por meio da oferta de melhor qualidade ao consumidor.

“O Selo de Pureza foi o primeiro programa setorial de certifi cação de qualidade em alimentos no Brasil. Atualmente são 1.082 marcas de café cer-tifi cadas”, diz Sydney Marques de Paiva, responsá-vel pela área de Marketing da ABIC. Nesses 21 anos de existência do programa, já foram realizadas mais de 51.000 análises laboratoriais.

Em 2004, a entidade lançou nova estratégia que impulsionaria mais ainda o mercado. Trata-se do Programa de Qualidade do Café - PQC, que hoje é o maior e mais abrangente programa de qualidade e certifi cação para café torrado e moído em todo o mundo. O PQC certifi ca e monitora 490 marcas de café, sendo que 105 são de cafés Gourmet, de alta qualidade.

Ambos os programas têm servido como im-portante ferramenta para estimular a produção e a oferta de cafés de melhor qualidade para os consu-midores. Para Sydney Marques de Paiva, o sucesso do Selo de Pureza e do PQC é comprovado pelos re-sultados da pesquisa anual do setor. “Os brasileiros estão efetivamente tomando mais xícaras de café e diversifi cando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café fi ltrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite”.

CATEGORIAS E PREÇOS - Todas as catego-rias de produtos apresentaram taxas de crescimento

positivas, desde o tipo Tradicio-nal, predominante no consumo doméstico, até os tipos Superio-res e Gourmet, que prevalecem no consumo fora do lar. De acordo com Nathan Herszko-wicz, diretor executivo da ABIC, o segmento de cafés fi nos e dife-renciados, embora represente a menor parte do consumo, continua apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano.

“Impulsionado principal-mente pelas cafeterias e casas de café, o segmento Gourmet correspondeu a algo em torno de 4% do mercado em 2010, ou 800 mil sacas, com uma par-ticipação entre 6% a 7% na re-ceita, o que signifi ca R$ 380 milhões”, informa Herszkowicz. Com relação aos preços, pes-quisas permanentes da entidade mostram que se mantiveram es-táveis para os consumidores nos últimos 4 anos, com pequena

elevação no decorrer do ano passado. Em Janeiro/2010 o café custava, em média, R$ 10,39/kg nos supermercados, enquanto em Dezembro/2010, o preço era de R$ 11,12/kg - uma evolução de 7,0%, acima da infl ação do período.

“O café continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas ca-tegorias de maior qualidade e maior valor agregado, como os cafés Superiores e Gourmet”, diz o presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho. Ele lembra, porém, que apesar dos resulta-dos positivos, o setor industrial, que é composto em sua maioria por pequenas e médias empre-sas, “passa por uma fase aguda de rentabilidade insufi ciente, o que pode acelerar o processo de consolidação e concentração do setor”.

O estudo completo poderá ser acessado no site da ABIC. A

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CITRICULTURA

Com apoio da FAPESP, uma pesquisa desenvolvida na ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

da Universidade de São Paulo de Pira-cicaba (SP), estudou o comportamento de plantas em diferentes níveis de dé-fi cit hídricos por três anos.

Quando se trata de água, e par-ticularmente de empresas que con-somem grandes quantidades nos seus processos de produção, enxugar gastos signifi ca reduzir consumo e ampliar o reuso. Mas a consciência em relação à sustentabilidade no uso do recurso é recente e tem pela frente um longo caminho.

A última pesquisa feita pela Fe-deração das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), há quase dois anos - a próxima só ocorrerá em 2010 -, reve-la que 80% das 68 indústrias sondadas adotam práticas de redução de consu-mo e reuso do líquido em suas plantas. Deste total, apenas 34% implementa-ram a medida há mais de três anos. Os outros 20%, revela o levantamento, desprezam tais práticas. A pesquisa aponta ainda que 15 desse grupo de 68 indústrias investiram R$ 5 milhões em projetos dessa natureza e a econo-mia resultou em 6 milhões de metros cúbicos (m3), desde a implantação até o período analisado.

“A demanda por projetos de reuso está em alta motivada pela redução de custos. Apenas a Bacia Hidrográfi ca do Alto Tietê ainda fornece água de graça,

Uso da água no cultivo de laranja pode cair 60%

mas em breve deverá en-trar em vigor a cobrança”, afi rma Gilmar Altamiro, ambientalista e presidente da ONG Universidade da Água, que há dez anos se-gura a bandeira da preser-vação da água no Brasil.

Se as indústrias não estão indo com tanta sede ao pote, os pesquisadores correm contra o tempo para estancar o problema e evitar a escassez crescente do produto. O engenheiro agrônomo Eduardo Girardi, que conduziu a pesquisa “Fisiologia da produção de mudas cítricas sob defi ciên-cia hídrica”, desenvolvida no doutorado na ESALQ es-tudou o comportamento das plantas em diferentes níveis

de défi cit hídricos por três anos. Gi-rardi conseguiu provar que é possível produzir mudas de laranjeiras de alta qualidade usando 60% menos água.

“O controle é feito por dispositi-vos colocados em sacolas plásticas - por amostragem - para monitorar a umi-dade do substrato de cultivo. Assim é possível saber o momento correto da irrigação e evitar o desperdício de água”, explica o professor Francisco de Assis Alves Mourão Filho, do Depar-tamento de Produção Vegetal (LPV) e orientador do projeto.

A citricultura do Estado de São Paulo é a maior do mundo, com ca-pacidade de produção ao redor de 30 milhões de mudas por ano em aproxi-madamente 550 viveiros. Os investi-mentos na pesquisa totalizaram R$ 50 mil e foram custeados pela FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. “O custo da irri-gação, mão de obra, máquinas e ener-gia corresponde a 20% no preço fi nal da muda”, diz Mourão Filho.

Ao longo dos 134 dias de ava-liação, da enxertia até muda pronta, o

manejo convencional deman-dou 114 irrigações, com con-sumo de 40 litros de água por planta.

“No manejo contro-lado, caiu para 26 irrigações, resultando em um volume de apenas 16 litros”, conta o professor. A pesquisa avaliou o efeito de defi ciência hídri-ca sobre o desenvolvimento de mudas de laranja ‘Valên-cia’, principal variedade para suco no mercado brasileiro e mundial. O Brasil é líder em exportação de sucos de laranja congelado e concen-trado, respondendo por 85% do volume de 1.436.100 tone-ladas embarcadas na safra 2008/2009, segundo dados do USDA - United States Depar-tment of Agriculture. A

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EVENTOS

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AGRISHOW: 17 anos de Sucesso!14 de maio de 1994 - Primeira

edição da Agrishow Ribeirão Preto, que mudaria o rumo do agronegócio brasileiro

O principal fator do sucesso da Agrishow foi a adoção do conceito de feira agrícola dinâmica, isto é, uma fei-ra que não fosse apenas uma exposição estática, mas com demons-trações de máquinas, equipamentos e implemen-tos agrícolas em ação. Esse novo tipo de evento, em que o produtor rural tem a oportunidade de avaliar o desempenho dos equipamentos em condições reais de operação, era a principal caracter-ística do Farm Progress Show, nos Es-tados Unidos, e da Expochacra, na Ar-gentina.

No Brasil, a primeira experiência desse novo tipo de feira tinha sido feita pela Expodinâmica, um evento realiza-do em duas oportunidades – primeiro em Londrina (PR), e depois em Ubera-ba (MG) – organizado por iniciativa de Brasílio de Araújo Neto, proprietário rural e presidente da Sociedade Rural do Paraná, em parceria com a empresa responsável pela organização da feira argentina. “A Agrishow foi uma forma de repensar as feiras. Antes de sua cria-ção, as feiras agrícolas eram realizadas junto com feiras de pecuária, e tinham shows de artistas, onde corria muita bebida”, recorda Shiro Nishimura, presidente da Máquinas Agrícolas Jac-to. “Nós que vendemos bens de capital queríamos um ‘palco’ diferente. Até a Agrishow surgir, nós sentíamos falta de uma feira específi ca para o nosso segmento, porque não queríamos con-tinuar vendendo máquinas até a meia noite. Queríamos uma feira que nos permitisse mostrar aos nossos clien-tes fi nais qual era a utilidade do nosso produto para eles.

PROJETO AGRISHOW - A idé-ia da criação de uma feira dinâmica começou a ser formalmente tratada numa reunião realizada no dia 22 de maio de 1993. Isso acorreu na sede da Carborundum, em Vinhedo (SP), pre-sidida por Ivan Pupo Lauandos, dire-tor dessa empresa e então presidente do DNMIA – Departamento Nacional de Máquinas e Implementos Agríco-las da Abimaq, depois transformada na atual Câmara. Nessa reunião, que contou com a presença de represen-tantes da Anfavea, Marchesan, Baldan

e Jumil, tratou-se da Exposição Nacio-nal Dinâmica de Máquinas e Insumos e fi cou decidido que a Abimaq, Anfavea, Anda, Andef e Abrasem deveriam ser envolvidas no projeto, as quais seriam contatadas após a identifi cação de uma empresa organizadora.

Na reunião realizada em 22 de junho, na sede da Abimaq, entre repre-sentantes das entidades e das empresas fabricantes, foram defi nidas as primei-ras providências práticas. Havia um consenso quanto à idéia de que deve-ria ser uma feira menos política e mais técnica, e que em hipótese alguma poderia ter shows.

Na reunião seguinte, realizada em 27 de julho, a Abag, a SRB, a An-favea e a Abimaq confi rmaram sua in-tenção de participação no evento que, naquele momento, fi cou provisoria-mente denominado 1ª Feira Dinâmica de Máquinas Agrícolas. Os represen-tantes dessas entidades também decidi-ram reiterar o convite de participação à Anda, Andef e Abrasem.

NOME E LOCAL - O nome Agrishow, sugerido por Celso Luís Casale, foi escolhido para denominar defi nitivamente o evento na reunião realizada em 3 de agosto, também na sede da Abimaq. Na ocasião também se tentou defi nir o local da feira, tendo sido sugeridas, por ordem de preferên-cia, as cidades de Ribeirão Preto, São Carlos e Araras.

A reunião realizada em 14 de setembro de 1993, na Estação Experi-

mental, pode então ser considerada como a data inicial para a implantação da feira em Ribeirão Preto. “A grande realização da Agrishow foi promover a primeira grande reunião de todos os elos da cadeia produtiva do agronegó-cio do Brasil”, declarou o ex-presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite.

“Nós começamos com 17 mil pes-soas em 1994 e em 2008 atingimos 140 mil. Este sucesso foi alcançado pela uti-lidade que Agrishow representa para essas pessoas, porque nela se reúnem hoje em dia todos os principais lança-mentos de máquinas, implementos, se-mentes, defensivos, fertilizantes, enfi m de todas as tecnologias que estão sendo colocadas à disposição do agricultor e do pecuarista brasileiros.

EVOLUÇÃO CONSTANTE - A Agrishow é tradicionalmente realizada na semana que compreende os últi-mos dias de abril e o início de maio, de segunda-feira a sábado. Ou seja, num período em que os agricultores estão terminando de colher a safra anterior e se preparam para a próxima. O mo-mento mais indicado para a tomada de decisões sobre novas aquisições de máquinas, implementos e demais insu-mos.

Na primeira edição (1994) parti-ciparam 86 empresas expositoras e um público de 17 mil visitantes. Em 2008, em sua 15ª edição, o evento reuniu 774 expositores nacionais e internacionais e atraiu 140 mil visitantes de diferentes países.

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Ovinos são capazes de utilizar uma elevada pro-

porção de forragens em sua dieta para a produção de carne e lã. Em deter-minados sistemas de produção, alta porcenta-gem de cordeiros pode ser terminada para abate diretamente de forra-gem. No entanto, a esta-cionalidade de produção de forragem gera a ne-cessidade de conserva-

OVINOCULTURA

Características das diferentes fases da produção ovina e estratégias de alimentação

ção do excesso da produção para uti-lização na época de escassez.

Com a maturação das forragens ocorre redução no teor de proteína bruta e aumento no teor de fi bra e, devido a esta mudança, ocorre redução da digestibilidade e do consumo vo-luntário. As várias fases do processo produtivo apresentam características próprias, como serão descritas a seguir. A aplicação das sugestões aqui apre-sentadas vai depender dos objetivos do programa de produção, bem como da economicidade da estratégia proposta em face das respostas esperadas.

1- MANUTENÇÃO - Animais em manutenção devem receber ali-mento sufi ciente para manter os pro-cessos fi siológicos sem ganhar nem perder peso.

Este período tem as suas exigên-cias nutricionais facilmente atendidas, não necessitando de consumo alto ou qualidade elevada do alimento forne-cido. Normalmente, dietas à base de volumosos de média qualidade são su-fi cientes para satisfazer as necessidades dos animais nesta fase.

2- CRESCIMENTO - A fase de crescimento é caracterizada pelo rápi-do ganho de peso e elevadas exigências

nutricionais, principalmente para ani-mais desmamados precocemente.

3- GESTAÇÃO - Normalmente, as recomendações nutricionais para ovelhas não lactantes nas primeiras 15 semanas de gestação são calculadas para exceder ligeiramente as exigên-cias de manutenção. Estas recomenda-ções são baseadas no fato de que a ovelha com boa produção de leite irá perder peso durante a lactação e deve recuperar o peso no período seco e ini-cio da gestação. O uso de forragem de boa qualidade é sufi ciente para atender às exigências neste período.

No terço fi nal da gestação ocorre cerca de 70% do crescimento fetal e este é um período critico na nutrição da ovelha. Uma nutrição inadequada nesta fase resultará em toxemia da gestação, nascimento de cordeiros pe-quenos, aumento da mortalidade pós-natal, diminuição do instinto materno e diminuição da produção de leite.

O aumento das exigências nesta fase pode ser atendido com concen-trados, caso o volumoso seja de baixa qualidade.

No sistema de uma parição anual, este período geralmente coincide com uma pequena disponibilidade de pasta-gens. Em determinados casos, se faz necessária a utilização de suplementa-ção que pode ser obtida com o forneci-mento de forragens conservadas (feno ou silagem) ou concentrado.

O uso de silagem de milho deve

1 - Publicado no Informativo O OVELHEIRO, nº 106, de mai/jun 2010. Baseado no artigo “Exi-gências nutricionais de ovinos e estratégias de alimentação” de Ivanete Susin, do livro Nutrição de Ovinos.

ser considerado para a produção intensiva de ovinos, sendo um alimento de excelente qualidade, desde que corrigidas suas defi -ciências. A silagem de milho pode ser suple-mentada durante a ensilagem para se ob-ter uma dieta comple-ta para ovelhas duran-te gestação e lactação. Recomendações de técnicos da Univer-sidade de Ohio sug-

erem a adição de 9kg de uréia, 4,5 kg de calcário, 1,8kg de fosfato bicalcio e 0,5 kg de enxofre para cada tonelada de silagem produzida. Para ovelhas de alta produção leiteira com duas ou três crias no início da lactação se faz ne-cessária uma suplementação protéica e energética adicional.

4- LACTAÇÃO - No início da lactação, as exigências nutricionais da ovelha aumentam dramaticamente, principalmente se ela estiver amamen-tando 2 ou 3 cor-deiros(as). As exigên-cias de energia para ovelhas com dois cordeiros é cerca de 2 vezes maior do que durante o fi nal da gestação (NRC, 1985). O pico de produção de leite em ovelhas ocorre por volta de 3-5 sema-nas pós-parto.

Ovelhas amamentando gêmeos produzem cerca de 20-40% mais leite do que amamentando um só cordeiro. Muitas vezes é difícil fornecer nutri-entes em quantidades sufi cientes para a ovelha lactante e como resultado ela é forçada a usar suas reservas corporais durante o inicio da lactação.

Em ovelhas lactantes, assim como em vacas, o consumo de ali-mento aumentará gradativamente com a demanda de energia no decor-rer da lactação; no entanto a demanda energética aumenta mais rapidamente do que o consumo de matéria seca no inicio da lactação.

Por isso, as reservas corporais da ovelha são importantes para

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OVINOCULTURAa produção de leite e o acúmulo se dará no fi nal da lactação, quando o consumo supera a demanda energética. A fi gura a seguir ilustra as mudanças no peso vivo de uma ovelha de 73 kg nas dife-rentes fases do ciclo produtivo (SID, 1986).

Ovelhas normalmente perdem peso durante o inicio da lactação. A magnitude desta perda varia, depen-dendo da qualidade e quantidade de alimento disponível, do número de cordeiros amamentados, de fatores ambientais e do potencial produtivo da ovelha. O balanço energético nega-tivo que ocorre nesta fase pode afetar adversamente a produção de leite, o crescimento dos cordeiros e o subse-qüente desempenho reprodutivo, es-pecialmente se estamos trabalhando com programas reprodutivos visando mais de uma parição anual.

TREACHER (1970) verifi cou que o pico de produção de leite foi direta-mente infl uenciado pelo ganho de peso fi nal da gestação. A efi ciência de trans-formar EM (energia metabolizável) e energia corporal em energia do leite foi 69 e 70% respectivamente.

Pesquisas têm demonstrado que a melhora na nutrição da ovelha du-rante o inicio da lactação afetará a sua produção de leite e também o peso à desmama do(s) cordeiro(s). GARDNER ET AL.(1964) alimentaram ovelhas em lactação com dois níveis de energia di-gestível (ED) (1 e 1,25 vezes as exigên-cias recomendadas pelo NRC (1985)). Os cordeiros das ovelhas que rece-beram o plano mais elevado de nutrição

consumiram mais leite, resultando em cordeiros mais pesados aos 90 dias, se comparados com os cordeiros maman-do nas ovelhas submetidas ao nível in-ferior de ED. No entanto, COFFEY ET AL. (1986) sugeriram que mesmo que a produção de leite seja maior, isto não resultará necessariamente em maior produção de cordeiros, principalmente se eles forem alimentados com “creep”.

Mudanças no peso vivo de uma ovelha de 73kg com parto duplo

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“Do estakhanovimoproductivista... para umasociedade de igualdade e fraternidade?”

ARTIGO

Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Professor na Escola deComércio INSEEC. Lyon - Paris. [ [email protected] / [email protected] ]

O ex presidente Lula cos-tumava fazer um para-lelo entre o corte de cana e o trabalho na

mina a fi m de explicar que hoje em dia não se trabalhava como antes e que precisará mecanizar o corte da cana.

O 9 agosto de 2010 no Don-bass, na Ucrânia pós soviética, o mineiro Serguei Chemouk bateu o recorde que o famoso Aleksei Stakhavov conseguiu na noite do 30 e 31 de agosto de 1935. Com 75 anos de diferença, o capitalista Serguei bateu com 170 toneladas em 8 horas, o socialista Aleksei, com 102 toneladas em 6 horas. O mais en-graçado de tudo é que o Serguei não teve a ajuda de assistentes escondi-dos, a serviço da propaganda soviética, para manipular o povo, tanto da Rús-sia quanto os comunistas crédulos do mundo inteiro. Ele fez isso porque com temperaturas de até 45°, a vida dele… é a mina. Um salário de um mineiro na Ucrânia hoje em dia entre US$ 500 e 1000 (de RBL 850 a 1700)

Segundo os historiadores brasilei-ros, o escravo cortava de 3 a 4 tonela-das por dia porque, a não ser o chicote, não tinha muito interesse na produti-vidade. Esta quandide é o que um cor-tador faz hoje em dia em países como Moçambique porque basicamente o salário é tão fraco que não compensa por mais.

Nos anos 80 do século passado, os cortadores brasileiros consiguiam fazer de 7 a 8 toneladas diárias.

Hoje em dia, um cortador con-

segue ao redor de 12 toneladas, quantia necessária por manter-se “competi-tivo” e ganhar o sufi ciente por não tro-car de ramo. O crescimento se explica por parte ao treinamento e, pelo outro, lado ao pagamento por tonelada e a pressão da mecanização. Segundo es-pecialistas a vida “útil” ou seja produ-tiva de um cortador chega a 7 anos.

Frente a um trabalho muito pesado, a mecanização parece uma res-posta óbvia aliviando assim de um dos trabalhos mais difíceis do mundo agrícola. Talvez, o cortador somente pode ser comparado ao mineiro. To-davia, isso terá impactos na sociedade por retirar emprego que passaram a ser subempregos. Uma máquina pode até retirar 100 cortadores dando um trabalho ao mesmo tempo mais qualifi -cado a uns 12 trabalhadores (condutor, mecânico e eletricista) na medida que a máquina pode fazer os 3 x 8.

Com o crescimento do setor se-gundo espectativas da UNICA – União

da Indústria de Cana-de-Açúcar, uns 30% dos cortadores poderão ser retomados pelo setor, inter-namente, como por exemplo, ma-quinistas. Fica assim uns 70 % fora do “sistema”. Ciente do impacto social, junto com a FETAESP - Federação dos Empregados Rurais na Assalariados do Estado de São Paulo o programa ‘RenovAção’ pretende qualifi car uns 7000 traba-lhadores anualmente na melhor das hipóteses. Segundo o Profes-sor Baccarin da UNESP, somente no Estado de São Paulo, em média, 24.000 trabalhadores perderão o

emprego graças à mecanização. A saída ou fuga em frente será

por parte ir em outros estados aonde o corte manual ainda existirá por mais alguns anos como o Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Já tem pressão em cima dos povos indígenas Guaranis frente a chegada de migrantes no Mato Grosso do Sul.

No início da Revolução Indus-trial na Inglaterra, nos anos 1820, o movimento dos trabalhadores ingleses chamado Luddismo procurava destruir as máquinas e atacar as casas dos pro-prietários. O Movimento dos Sem-Ter-ra terá, assim, mais seguidores se não fi zer um esforço para accompanhar esta mecanização, o que poderia indi-retamente afetar o Brasil.

No século 19, a Europa ensinou ao mundo produzir; no século 20, os Estados Unidos, a consumir. Tomara que no século 21 o Brasil nos ensine a sobreviver frente os desafi os popula-cionais e ambientais. A

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CANA-DE-AÇÚCAR

Projeto brasileiro começa a trabalhar na produção de etanol celulósico

Viabilizar a fabricação indus-trial de etanol celulósico não é uma tarefa trivial, mas é fundamental para au-

mentar a produção brasileira do com-bustível sem ampliar a área plantada de cana-de-açúcar. A chave para essa revolução tecnológica pode estar na imensa diversidade de microrganismos da Floresta Amazônica.

Nos próximos quatro anos, um projeto de pesquisa que envolve cien-tistas de São Paulo e do Pará concen-trará esforços para produzir, a partir de fungos e bactérias da selva, coquetéis enzimáticos capazes de degradar a ce-lulose, viabilizando o chamado etanol de segunda geração.

O projeto foi aprovado no âm-bito do acordo de cooperação assinado em 2009 pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos Estados de São Paulo (FAPESP), Minas Gerais (Fape-mig) e do Pará (Fapesp) e pela Vale S.A.

As pesquisas serão realizadas por cientistas do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), sediado em Campinas (SP), e da Universidade Federal do Pará (UFPA). O grupo prospectará micror-ganismos e coquetéis enzimáticos que possam ser aplicados na fabricação do etanol celulósico.

De acordo com Carlos Eduardo Rossell, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e coordenador da vertente paulista do projeto, atualmente a fabricação de etanol só é viável a partir da sacarose, que corresponde a um terço da biomas-sa da cana-de-açúcar.

O etanol celulósico decorre do aproveitamento dos outros dois terços da biomassa da planta. Com a produção de etanol a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, será possível au-mentar a produtividade sem alterar a área plantada.

“O desafi o para isso é a natureza recalcitrante da biomassa. O material lignocelulósico é muito resistente aos ataques enzimáticos”, disse Rossell.

Na Floresta Amazônica, no en-tanto, devido à presença de microrga-nismos específi cos da região, a degrada-ção natural de grandes quantidades de biomassa ocorre de forma contínua.

“Esperamos encontrar ali linha-gens especiais de fungos e bactérias que possam degradar a celulose da planta de forma mais efi ciente. Vamos tentar fazer com o bagaço e a palha da cana-de-açúcar o que a fl oresta faz com a biomassa”, explicou.

O projeto, segundo Rossell, inte-grará diversos grupos de pesquisa, pro-movendo intercâmbio entre os pesqui-sadores do CTBE e da UFPA em busca dos microrganismos degradadores da lignocelulose.

Na primeira fase da pesquisa, os cientistas do Laboratório de Investi-gação Sistemática em Biotecnologia e Biodiversidade Molecular da UFPA, sob a liderança de Alberdan Silva San-tos, farão a prospecção das linhagens de fungos e bactérias de interesse – tanto na fl oresta, como em resíduos agrícolas da região Norte, em culturas como as de mandioca e açaí.

“Os microrganismos serão cul-tivados e selecionados na presença de compostos enzimáticos com potencial biotecnológico na degradação da bio-massa. A equipe utilizará técnicas de biologia molecular para identifi car as linhagens produtoras dessas enzimas”, explicou Santos.

Segundo o cientista, realizar a prospecção de microrganismos na fl o-resta, em vez de fazê-lo nos canaviais, ampliará consideravelmente as chan-ces de encontrar as enzimas ideais para o processo de produção do etanol ce-lulósico.

De acordo com estudos realiza-dos por cientistas do Programa Biota-FAPESP, o número de bactérias nas plantas cultivadas pode ser 99% menor que o das plantas das fl orestas.

“Serão feitos, também, testes com suplementação e sinergia entre enzi-mas. Eventualmente, um complexo enzimático produzido por um fungo ou bactéria pode vir a ser mais efi ciente na degradação da celulose se forem acres-centadas outras enzimas a ele” afi rmou Santos. (FONTE: FAPESP)

Usina de bioplástico, instalada em Piracicaba (SP)

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SILVICULTURA

Marc Dourojeami 1

Para alguns ambientalistas o eucalipto é um dos piores i-nimigos da natureza. Querem que o eucalipto seja destruído,

extirpado ou, pelo menos, banido da face do Brasil. O acusam dos crimes mais odiosos, desde ter destruído a Mata Atlântica, assassinar outras espé-cies e esterilizar as terras roubando sua água até de ser um agente do imperi-alismo (australiano, neste caso) disfar-çado de verde.

Não se sabe de onde vem esta raiva contra o eucalipto, cuja máxima expressão foi o intento, poucos anos atrás, de proibir seu cultivo no estado do Espírito Santo. Mas, na defesa de alguns ambientalistas que sofrem desse persistente trauma mental, deve-se reconhecer que existe um antigo de-bate entre os profi ssionais fl orestais sobre o comportamento do eucalipto em condições diversas de solo e de clima. O Departamento Florestal da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) tem dedicado muitos meses de consul-toria de grandes especialistas mundi-ais - que produziram sisudos relatórios técnicos - e organizado vários eventos para analisar e debater os resultados. Nenhum dos profi ssionais consultados, em momento algum, achou que o eu-calipto é uma planta maldita ou “an-tiecológica”. Apenas discutiram quais são as condições ecológicas onde essa árvore pode ser mais, ou menos, con-veniente. Especialmente em termos de conservação de solos e de seu impacto sobre outras espécies.

O eucalipto (Eucalyptus spp.) não é apenas uma espécie, e sim, cerca de 800 espécies. Todas originárias da Austrália, algumas extensamente cul-tivadas no mundo hoje, especialmente na América Latina, aonde chegaram no século XIX. Portanto, os riscos am-bientais do eucalipto são, a priori, os mesmos que os que provocam qualquer outra planta exótica importada pe-los colonizadores ou pelas nações da região. Por isso, chama a atenção o fato de que alguns ambientalistas se preo-

O Eucalipto não é vilão

1 - Publicado no site www.mudasdeeucalipto.bio.br

cupem tanto com o eucalipto e não com os impactos de tantas outras plan-tas exóticas cultivadas, como o café, a cana-de-açúcar e também a soja, que ocupam espaços muitas vezes maiores que o eucalipto. São milhares as plan-tas exóticas introduzidas no Brasil ou transportadas de regiões diferentes do país para outras áreas, inclusive cen-tenas de árvores madeireiras ou orna-mentais. Por exemplo, não se explica o ódio contra o eucalipto e o amor pe-los pinheiros do gênero Pinus, que são igualmente exóticos.

Voltando ao eucalipto, foi cons-tatado e confi rmado que, quando culti-vado em condições extremas, especial-mente com largos períodos de défi cit hídrico no solo, algumas espécies deste são extraordinariamente bem suce-didas na captação de água, reduzindo a dotação desta para outras plantas. Sabe-se, ainda, que outras espécies de eucalipto podem eliminar plantas competidoras por outros métodos. Essa capacidade faz com que o eucalipto, nessas condições de clima, não seja uma boa opção em pendentes ou outras situações onde existe a possibilidade de erosão dos solos. Porém, a única coisa que essas habilidades indicam é que o eucalipto é uma planta com boa capa-cidade de superar condições extremas do meio. Além disso, trata-se de uma planta muito resistente a pragas e en-fermidades, de rápido crescimento e altamente produtiva. Ademais, o Bra-sil tem investido muito e realizado grandes progressos no melhoramento

genético do eucalipto e no que se refere às técnicas de cultivo desta árvore e de manejo das suas fl orestas. O eucalipto, como o café, a cana-de-açúcar e a soja, ou como as laranjeiras, mangueiras, parreiras e limoeiros, está no Brasil para fi car.

Uma das acusações mais freqüen-tes dos ambientalistas contra o eucalip-to é que “esteriliza” o ambiente. Bom, é óbvio que uma fl oresta cultivada de eucalipto, sendo uma monocultura, é biologicamente menos diversa que as fl orestas da Amazônia, ou da Mata Atlântica, ou que o Cerrado. Embora, outra vez, ela não seja pior que uma monocultura de soja ou de café (sem árvores para sombra). No entanto, di-versos estudos recentes demonstraram que plantações de eucalipto que res-peitam o código fl orestal, ou seja, que dispõem de reserva legal e cuidam das áreas de preservação permanente, po-dem manter grande parte da biodiver-sidade original. O maior espaçamento entre árvores é um fator que contribui para facilitar a conservação da biodi-versidade.

Um estudo de Paulo de Tarso Zuquim Antas e Auro Campi de Al-meida (“Aves como Bioindicadores de Qualidade Ambiental. Aplicação em Áreas de Plantio de Eucalipto”, Ara-cruz/Funatura, Espírito Santo, 2003), com 10 anos de observações numa microbacia de 286 hectares (189 ha de eucalipto e 89 ha de fl oresta na-tiva), pertencente à Aracruz Celulose, demonstrou a ocorrência de

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SILVICULTURA204 espécies de aves. Destas, 85 usavam os recursos da floresta de eucalipto e os da mata nativa, existin-do indivíduos que incluíam os talhões de eucalipto nos seus territórios. Mais importante ainda é o fato de que a curva de acumulação de espécies é igualável a de outras áreas de florestas tropicais da América do Sul e Central. O número de espécies encontradas nas redes foi de 75 por cada 550 capturas. Isto, para dar um exemplo, é mais do que se constata nas flo-restas naturais ao redor de Manaus. Evidentemente, a colheita da madeira ocasiona transtornos na popu-lação que, nesse lapso, retorna ao mato original ou a talhões de eucalipto em crescimento, ainda que o espaço aberto abrigue outro grupo de espécies.

O que o estudo anterior demonstra é que o cultivo de eucalipto, quando é bem feito e respei-tando a legislação florestal, está muito longe de ser um esterilizador biológico. Outros numerosos estu-dos provaram que, muito pelo contrário, os plantios de eucalipto corretamente manejados podem ser um bom aliado da conservação da natureza. Há poucas semanas, em outra empresa florestal, foi encontrada uma feliz família de Pumas (Suçuaranas), bem res-guardada sob os eucaliptos. É muito duvidoso que fatos como esse se constatem nos milhões de hecta-res cultivados com soja, cana ou algodão no Brasil, inclusive na perspectiva de que se respeite a legisla-ção, o que não é o caso. Com efeito, unicamente os pesticidas utilizados nestes cultivos já envenenariam as aves e demais animais.

É possível que a confusão na cabeça desses am-bientalistas venha do fato, bem conhecido, que no Chile a expansão do cultivo do eucalipto, mediante incentivos públicos, foi feita desmatando áreas de floresta nativa que previamente eram exploradas por corte raso. Isso foi um desastre ambiental de pro-porções continentais. Coisa semelhante, ainda que em escala menor, aconteceu no Brasil com o pro-grama de incentivos para reflorestamento dos anos 1960s a 1980s. Maus “empresários” aproveitaram-se da falta de controle para violar a lei e fazer um caixa dois com o dinheiro público. Isso não deveria ter acontecido, é verdade, mas isso agora é parte da história. Contrariamente, nos Andes tropicais da Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, o eucalipto tem sido uma árvore milagrosa a quem seus habitantes devem muito do pouco que têm. Ali, também, foi in-troduzido pelo pessoal das empresas de mineração, mas rapidamente foi adotado pelas comunidades camponesas e hoje é dominante na paisagem. O mais curioso é que, nas extremas condições andinas, é co-mum que o eucalipto provoque exatamente o que se reprova no eucalipto no Brasil - onde isso acontece raramente - ou seja, erosão dos solos. Ainda assim, o eucalipto é uma árvore bendita e, nem os ambi-entalistas se atrevem a falar mal dela em voz alta, embora, em surdina, reclamam que, no lugar do eu-calipto, deveria se promover o plantio de espécies nativas (Polylepis e Buddleia) e isso realmente está sendo feito. Só que, o eucalipto se desenvolve de três

a cinco vezes mais rápido e oferece toras retas ao invés de madeira retorta. E, nesses países, onde as condições de solo e clima são boas, o eucalipto é muito amável com as outras espécies de plantas e ani-mais, que convivem bem com ele.

O Brasil, como o resto da América Latina, dispõe de milhões de hectares dedicados a uma pecuária extensiva de baixo valor e de milhões de hectares de solos degradados que poderiam produzir muito mais e de forma ambientalmente muito mais adequada (por exemplo, controlando a erosão, fixando dióxido de carbono, regu-lando o fluxo hídrico) com plantios de eucalipto (ou de outras es-pécies florestais, nativas ou exóticas). Diga-se de passagem, nada é mais deprimente que sobrevoar de helicóptero o interior do norte do estado do Espírito Santo e observar tantas e magníficas lagoas rodeadas de terras desmatadas e semi-abandonadas a perder de vis-ta. Seguramente, estariam muito melhor com florestas, ainda que fossem de eucaliptos. De outro lado, nada impede que sejam feitas plantações misturadas de maneira a evitar os riscos potenciais da monocultura. No entanto, isso é mais caro e complexo de se fazer. O argumento dos profissionais e empresários florestais de que a dis-ponibilidade de madeira de plantios - mais barata e homogênea que a das florestas naturais - alivia a pressão sobre as florestas nativas é, sim, perfeitamente válida.O que não pode acontecer é a repetição do mau exemplo dado décadas atrás pelo Chile e o Brasil, derrubando mata natural para plantar Eucalipto e Pinheiro. A

Page 30: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

30FEV / 2011

EQUINOS

A importância clínica dos pequenos estrôngilos

Em todo o mundo, o eqüino é hospedeiro habitual de uma am-pla gama de parasitos

nematóides, entre outros, cuja maturação ocorre no intes-tino grosso, sendo os peque-nos estrôngilos (Ciatostomí-neos) os de maior importância econômica.

As larvas dos pequenos estrôngilos são bastante re-sistentes e estão presentes no pasto por praticamente o ano todo e, mesmo com rigorosas medidas preventivas, muitos cavalos são infectados. Os sinais clínicos obser-vados nos animais infectados por esses pequenos estrôngilos são caracteriza-dos por mau aproveitamento nutricio-nal (esses parasitos interferem com a digestibilidade da matéria seca), pêlos eriçados e sem brilho, podendo evoluir para quadros mais graves, como diar-réia e, eventualmente, morte, princi-palmente nos casos de cistostomíase larval.

O interesse nos pequenos estrôn-gilos vem crescendo dramaticamente nesses 10 a 15 anos; muitos estudos tem sido realizados a respeito da bio-logia e patologia desse parasito, bem como a epidemiologia do mesmo, e seu papel no parasitismo clínico, incluindo o seu controle (Reinemeyer, 1986).

Lichtenfels (1975) simplifi cou a taxonomia dos pequenos estrôngilos, reclassifi cando-os na família Cyathos-tominae, descrevendo seis gêneros e 29 espécies na América do Norte. Hoje, existem mais de 40 espécies descritas em eqüinos domésticos, sendo morfo-logicamente similares, especialmente na fase larval.

Todos tem ciclo direto, envol-vendo um período de desenvolvi-mento externo, usualmente no pasto. Os ovos postos pelas fêmeas adultas, presentes no ceco e intestino grosso, são eliminados pelas fezes do cavalo (hospedeiro), e irão se desenvolver no ambiente, passando por dois estágios larvais intermediários até atingir a fase infectante, ou L3. Essa, ao ser ingerida, invade a parede do intestino alojando-se na mucosa ou sub-mucosa, levando a um acúmulo de fi broblastos ao seu re-dor, tornando-se, portanto,encistadas. Esses cistos são tanto mais exuberan-tes quanto mais profundos estiverem

na sub-mucosa. Uma vez encistada, a larva evoluirá, desenvolvendo-se em L4, também encistada, abandonando, posteriormente, o cisto e evoluindo a L5/ adultos machos e fêmeas no lúmen intestinal, acasalando-se e produzindo ovos, reiniciando assim o ciclo.

Mais raramente, por um me-canismo ainda não bem explicado, essas larvas encistadas podem entrar em desenvolvimento retardado, ou hipobiose. A persistência da larva L3 por um longo estágio inibido foi ini-cialmente observada por Eysker (1984) e a fase L4, quando hipobiótica, pode durar de 2 a 30 meses. Convém lem-brar que, em situações normais, o ciclo evolutivo desse parasito é de aproxi-madamente 60 dias.

Existe correntemente algu-ma confusão quanto a terminologia atribuída aos diversos estágios larvais dos pequenos estrôngilos; assim, alguns autores denominam larvas encistadas somente aquelas hipobióticas, o que, em termos de relação parasito-hospe-deiro, não é aplicável, mesmo porque, conforme visto no ciclo evolutivo do parasito, o encistamento é um fenôme-no normal e, portanto, esperado.

Evidentemente que, quando pre-sentes encistadas na parede intestinal, as larvas determinam uma patologia irritativa que leva a alguns dos sinto-mas descritos anteriormente. Quando, eventualmente, entram em hipobiose ou desenvolvimento retardado, muito provavelmente são assintomáticas, exceto quando, por algum motivo (re-moção dos adultos, por exemplo), reas-sumem o ciclo, abandonando os cistos e, aos milhares, atingem o lúmen in-testinal, provocando uma enterite, não maturando a adultos, já que são elimi-nadas pelo aumento da motilidade in-

testinal, sendo, portanto, encon-tradas livres nas fezes. Trata-se, então, da temida ciatostomíase larval, muitas vezes, fatal, sobre-tudo em potros novos. Os adul-tos livres no lúmen determinam uma enterite moderada com di-arréia, porém são facilmente re-movíveis pelo tratamento anti-helmíntico.

As formas larvares encis-tadas não hipobióticas ou re-querem tratamentos durante vários dias de fármacos conven-cionais para serem eliminadas

ou, então, requerem a adoção terapêu-tica de lactonas macrocíclicas, como as avermectinas/milbemicinas, com-postos esses capazes de promover, com uma só dosagem, a eliminação dessas formas, sobretudo as fases L3 tardia e L4 subseqüente.

Já quando se consideram as for-mas encistadas hipobióticas, essas ten-dem a não sofrer o efeito de nenhuma molécula, quer seja convencional ou sofi sticada, mesmo que se utilizem as lactonas macrocíclicas citadas, uso pa-drão ou em dosagens maiores. Essa to-tal refratariedade aos tratamentos é di-retamente proporcional a precocidade do estágio larval hipobiótico, ou seja, uma L3 hipobiótica precoce é menos sensível que uma L3 hipobiótica tardia ou uma L4 hipobiótica. A pouca sen-sibilidade das formas hipobióticas aos tratamentos provavelmente deve-se ao fato que, nessa condição, o metabo-lismo do parasito está praticamente reduzido a sua mínima expressão, mantendo muito pouco contato com o ambiente tecidual que o alberga.

Em suma, o controle parasitário em eqüinos deve contemplar a adoção de fármacos modernos, os quais pre-ferencialmente devem ser utilizados parcimoniosamente, dentro da ra-cionalidade e obedecendo ao padrão epidemiológico local. Um esquema a-propriado de manejo dos animais, pas-tagem, remoção de fezes e manobras terapêuticas estratégicas objetivando a remoção global de parasitos, além dos pequenos estrôngilos, deve ser, por-tanto, priorizado.

Deve-se evitar a confusão termi-nológica para que não sejam criadas expectativas de controle as quais, pos-teriormente, podem não se concreti-zar. A

FOTO

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Page 31: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

31FEV / 2011

FMC INVESTE US$ 10 MI EM UBERABA/MG MONITORAMENTO AUMENTA PRODUTIVIDADE

IRANIANOS INVESTEM R$ 15 MI NO BOIFRIG PULSFOG LEVA NOVIDADES NA EXPOFOREST

NOVOZYMES ADQUIRE EMD/MERCK CRV ANUNCIA AQUISIÇÃO DA XSEED GENETICS

BASF LANÇA NOVOS FUNGICIDAS PARA GRÃOS TRAMONTINI LANÇA TRATOR MAIS POTENTE

A FMC anun-ciou investi mentos da ordem de US$ 10 milhões em Uberaba (MG), para expandir sua capa-

cidade de produção de defensivos agrícolas, dos atuais 35 milhões de litros por ano para 65 milhões até 2015. Dessa expansão, pelo menos 10 milhões de litros já serão adicionados à capacidade atual dentro de 18 meses. Além dessa expansão, a FMC também pretende transferir para o estado de SP parte de sua produção de defensivos desti nada às plantações de cana-de-açúcar e, assim, reduzir custos logísti cos e com ICMS. Em 2010, a norte-americana conquistou seu oitavo recorde consecuti vo de receita no País, ao ati ngir US$ 500 milhões, superando em 21,6% as vendas de 2009. E sua meta é chegar a US$ 1 bilhão em 2015. Inf. www.fmcagricola.com.br

A DIGIBASE, líder no forneci-mento de bases de dados geográfi cos do mercado nacio-nal, lança no início

de 2011 a Solução Verde, desenvolvida especifi camente para o monitora-mento de áreas agrícolas e gestão da produção de alimentos. Graças à nova solução, as imagens de satélite fornecidas pela DIGIBASE trarão, a parti r de agora, informações que podem, até mesmo, aumentar a produti vidade agrícola do usuário.

A solução é pioneira no Brasil, por uti lizar apenas imagens de alta res-olução. Atualmente, a DIGIBASE é capaz de gerar mais de 650 mil km2 de imagens multi espectrais a cada dia, o equivalente a uma área do tamanho do estado de Minas Gerais. Inf. www.digibase.com.br

A Pulsfog Pulverizadores, de Diadema (SP), especializada na produção de equipamentos fi tossanitários, vai levar à área dinâmica de sil-vicultura da Expoforest 2011 - Feira Florestal Brasileira (de 13 a 15 de abril, em Mogi Gua-çu/SP), o Agrofog 400, um pulverizador de-senvolvido especialmente para trabalhar em áreas fl orestais que precisam de controle de pragas como lagartas, percevejos e ácaros. O Agrofog 400 é também muito úti l para quem trabalha com adubação foliar. O evento, que será o primeiro em formato dinâmico do setor

na América Lati na e já conta com as principais marcas ligadas ao segmento, está atraindo também empresas estreantes, que enxergaram no evento e nesse nicho uma boa oportunidade de negócios. Inf. www.pulsfog.com.br

Em Fernandópolis/SP, o anti go frigorí-fi co “Mozaquatro” - depois de passar por várias crises desde 2006 - acaba de ser salvo por um grupo de investi dores irania-nos. Eles desembolsaram R$ 15 milhões no arrendamento da planta e na sua re-tomada de produção, que deve saltar, do atual abate diário de 200 cabeças, para 750 ainda este ano. A empresa foi agora rebati zada de BOIFRIG e, segundo o sócio

Mohammad Ahmadi, metade dos animais será abati da segundo o ritual is-lâmico “halal” para que a carne possa ser enviada ao Irã (demanda esti ma-da em 200 mil toneladas por ano) e para os clientes muçulmanos no Brasil. E o restante, abati do pelo sistema tradicional, vai para o mercado interno. O número de funcionários sube de 250 para 600 Inf. www.boifrig.com.br

A NOVOZYMES, líder mundial em bio-inovação, anunciou hoje o fechamento da aquisição da EMD/Merck Crop BioSci-ence. Com o acordo de US$ 283 milhões, a

Novozymes é agora um importante parti cipante da área de soluções de bio-ferti lidade para a agricultura. “Estamos empolgados em reunir estas duas empresas inovadoras para ajudar os agricultores a produzir mais alimentos, rações, combustí veis e fi bra de melhor qualidade, minimizando, ao mesmo tempo, os efeitos nocivos ao meio ambiente”, afi rma Thomas Videbæk, Vice-Presidente Executi vo da Novozymes. Inf. www.novozymes.com.br

A CRV, coopera-ti va belgo-holandesa de melhoramento genéti co bovino e que detém o controle da CRV Lagoa no Bra-sil, acaba de adquirir a Xseed Geneti cs,

empresa sul-africana de comercialização de sêmen. Com a aquisição efeti -vada no últi mo dia 1° de fevereiro, a Central passa a se chamar CRV Xseed e incorpora ao seu porti fólio um amplo leque de oportunidades de acasa-lamento, principalmente das raças Holandês e Jersey, além de fortalecer o posicionamento internacional da CRV.A Xseed Geneti cs é uma organização que detém um signifi cati vo market share no mercado sul-africano de com-ercialização de sêmen. Inf. www.lagoa.com.br

O mercado de fungicidas brasileiros ganhou dois novos produtos este ano: Abacos e Opera Ul-tra. Os lançamentos

da BASF foram apresentados no Show Rural Coopavel, feira realizada em Cascavel/PR. O Abacos é específi co para a cultura do milho e combate principalmente a ferrugem e a mancha de phaeosphaeria. Já o Opera Ultra serve para diversas culturas como soja, trigo, feijão, amendoim e algodão. A novidade principal é uma mistura mais efi ciente para combater as prin-cipais doenças que estas culturas apresentam. Outra boa novidade é que o Opera Ultra vai poder compor o Sistema AgCelence de Soja, que até então era composto por três produtos A dose recomendada para aplicação do Abacus é de 0,25 Lt por hectare. Esta característi ca foi acrescentada para que o produto se ajuste melhor às demandas específi cas do milho e possa promover maior rentabilidade ao produtor. Inf. www.basf.com.br

A Tramonti ni Tratores, de Venâncio Aires/RS, lança este mês, em Porto Alegre/RS, um trator que colocará a em-presa entre um grupo seleto de fabricantes de máquinas agrícolas no Brasil. A empresa gaúcha prepara o lançamento do trator T8075-4 Série Brasil,

com 80 cavalos de potência, já aprovado para integrar a linha de fi nancia-mento do Programa Mais Alimentos, do governo federal. O novo trator será vendido pelo mesmo valor do modelo de 75cvs e sai de fábrica equipado com motor diesel de alta tecnologia Tramonti ni TR 480, de 4 cilindros, que garante rotação de trabalho baixa, curvas de potência e torque acima da média e com baixo ní vel de ruí do. Mais desempenho com menor consumo de combustí vel. A transmissão tem comandos de câmbio com 24 marchas à frente e 8 para ré, com sistema de super reduzida. O teto traz sistema de evacuação da água da chuva. Inf. www.tramonti ni.com.br

Page 32: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

32FEV / 2011

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

433,34

2011

Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores 1

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro - 1 - Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS

280,75278,68279,70282,18289,46305,13302,36313,93328,23327,15355,51387,01

2010

PAÍS

BrasilVietnãColômbiaIndonésiaEtiópiaÍndiaMéxicoGuatemalaPeruHondurasC. MarfimNicaráguaEl SalvadorOutros

39.47018.0009.000

10.7004.5004.8274.2003.5003.7503.8701.8501.4181.115

15.751

PRODUÇÃO MUNDIAL

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC.

2009Prod

ANO

19961997199819992000200120022003200420052006200720082009

CONSUMO(milhões sc)

Evolução do Consumo Interno

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

3,333,443,613,733,813,913,863,724,014,114,274,424,514,65

4,164,304,514,674,764,884,834,655,015,145,345,535,645,81

11,011,512,212,713,213,614,013,714,915,516,317,117,718,4

inclusivesolúvel

kg caféverde

kg cafétorrado

ARÁBICATipo 6 BC-Duro

(Base Cepea-Esalq)

ARÁBICATipo C Int. 500 def

(Base Varginha-MG)

ARÁBICATipo C Int. 500 def(Base Vitória-ES)

CONILLONTipo 6-Pen.13

(Base Cepea-Esalq)

CONILLONTipo 7 BC

(Base Vitória-ES)

206,21

2011

173,51168,47173,67158,23160,51167,57171,50171,45170,03173,81187,14192,83

2010

184,25

2011

189,50191,39186,52190,00190,00210,95225,91219,09223,10222,25224,70229,71

2010

270,00

2011

233,75227,78221,52225,50231,90241,43246,82234,09234,76235,00243,80249,51

2010

200,00

2011

185,00172,78166,52174,00174,05182,38197,95195,45193,33192,25191,20192,00

2010

CONSUMO(kg/hab.ano)

torrado emoído

-10,611,012,212,613,013,312,914,114,615,416,116,717,4

(%)

32,3714,767,388,773,693,963,442,873,083,171,521,160,91

12,92

2008 20072010Prod (%)

45,99218.5008.6649.3504.3504.3714.6513.7853.8723.4502.3531.6151.547

15.588

35,9114,446,767,303,403,413,632,953,022,691,841,261,21

12,17

Prod (%)

36.07016.46712.5047.7774.9064.4604.1504.1003.0633.8422.5981.7001.621

16.138

30,2113,7910,476,514,113,743,483,432,573,222,181,421,36

13,52

Prod (%)

48.09516.6678.900

10.7503.8005.0004.0003.5504.0003.5001.8001.7001.200

21.671

35,7212,386,617,982,823,712,972,642,972,601,341,260,89

16,10

PAÍS

BrasilVietnãColômbiaIndonésiaEtiópiaÍndiaMéxicoGuatemalaPeruHondurasC. MarfimNicaráguaEl SalvadorOutros

30.48117.0907.8946.5191.8513.1082.8383.5083.0743.0841.8841.3711.307

12.068

EXPORTAÇÃO MUNDIAL2009

Prod (%)

32,1718,048,336,881,953,282,993,703,243,251,991,451,38

11,34

2008 20072010Prod (%)

29.72816.10111.0855.7412.8523.3782.4483.7783.7333.2591.5851.6251.438

10.915

30,4416,4911,355,882,923,462,513,873,823,341,621,661,47

11,18

Prod (%)

28.39817.93611.5572.9453.0732.7181.9503.8002.8433.3821.8331.5101.396

13.232

29,4118,5711,973,053,182,812,023,932,943,501,901,561,45

13,70

Prod (%)

33.49417.0007.8206.2201.8004.6663.0003.5003.0003.0001.8001.3001.3007.200

35,2217,888,226,541,894,913,153,683,153,151,891,371,377,57

FONTE: MIDC / SECEX e OIC.

TOTAL 134.633 122.855 128.587 120.129 TOTAL 95.100 96.077 97.666 96.573

TOTAL 303,85 235,49 208,49 170,49 184,74

O MERCADO DO CAFÉ

ITEM1. Produção (milhões/saca) (1)

1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare)2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2)

2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (mlhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca)3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano)4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas)5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4)

7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5

201048,12,1

23,2

33,55,8

172,1119,35,90,5

2.8462.67315,015,0

35,2

7,5

INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

200939,52,1

18,9

30,54,3

140,3818,45,80,5

2.8442.67315,015,3

32,2

6,6

200846,02,2

21,2

29,74,8

160,2017,75,60,5

2.5612.44113,012,0

30,4

6,6

200736,12,2

21,2

29,74,8

160,2017,75,60,7

2.1472.02613,012,0

30,4

6,6

200642,52,2

19,8

28,03,4

137,0317,15,51,9

1.6801.579

5,67,5

30,3

6,8

200532,92,2

14,9

26,42,9

110,8015,55,13,2

1.2821.249

8,412,0

30,2

6,6

200439,32,2

17,8

26,72,0

76,3014,95,04,3

1.2261.201

5,08,0

29,3

5,2

200328,82,2

13,1

25,71,5

59,5913,74,75,15505243,58,0

29,9

5,0

200248,52,3

21,0

28,41,4

48,1714,04,85,48246931,65,1

32,0

5,5

200131,32,2

14,4

23,31,4

59,8813,64,95,68988558,0

16,0

25,8

5,9

Page 33: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

33FEV / 2011

O MERCADO DO LEITE

UF

PREÇOS DO LEITE E DE DERIVADOS DE LEITE NO ATACADO 1

FONTE: CEPEA-Esalq/USP. - 1 - Os valores referem-se sempre ao preço de 1 quilo de cada produto ou de 1 litro

PRODUTO

GO

Leite cru integralLeite pasteurizadoLeite UHTQueijo pratoQueijo mussarela

2.795,635,549,244,714,755,431,57,81,6

45,943,631,62,4

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA DE LEITE 1

FONTE: EMBRAPA / CNPGL - Alziro Vasconcelos Carneiro e Jacqueline Dias Alves. - a - Preço médio do leite tipo C, pago ao produtor.

INSUMO / SERVIÇOS

Vaca em Lactação (+ 12 litros)DiaristaRação para Vaca em Lactação (sc 50kg)Farelo de Algodão (sc 50kg)Sal Comum (sc 25kg)NeguvonTintura de Iodo a 10% (litro)Remédio para Mastite (Mastilac)Vacina Aftosa (dose)Uréia PecuáriaSulfato de Amônia (sc 50kg)Detergente alcalino (limpeza ordenha)Óleo Diesel (litro)

R$ 0,812a

Jun/10

2.937,035,049,046,015,055,032,08,11,6

45,044,032,02,4

R$ 0,813Mai/10

2.950,035,051,049,015,058,033,08,21,6

48,049,035,02,5

R$ 0,780Abr/10

3.044,039,061,054,017,067,037,09,41,8

54,054,041,02,8

R$ 0,700Mar/10

2.960,044,068,062,018,074,041,010,21,9

60,056,044,03,0

R$ 0,643Fev/10

3.169,042,055,053,016,050,038,07,91,9

52,052,035,02,7

R$ 0,720Nov/10

2.915,039,055,053,016,048,037,08,01,8

50,047,036,02,7

R$ 0,781Set/10

3.079,042,058,053,017,073,040,07,91,8

50,049,037,02,8

R$ 0,710Ago/10

2.81938,051,049,016,062,034,08,31,7

48,048,035,02,6

R$ 0,755Jul/10

ANO 2010NOV

3.028,040,053,052,016,051,037,08,01,8

52,051,037,02,7

R$ 0,720Out/10

Leite cru integralLeite pasteurizadoLeite UHTQueijo pratoQueijo mussarela

MG

Leite cru integralLeite pasteurizadoLeite UHTQueijo pratoQueijo mussarela

PR

Leite cru integralLeite pasteurizadoLeite UHTQueijo pratoQueijo mussarela

RS

Leite cru integralLeite pasteurizadoLeite UHTQueijo pratoQueijo mussarela

SP

0,771,171,59

10,8310,43

OUT SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV JAN

0,811,241,53

11,8511,040,771,261,60

11,7710,55

0,001,181,43

10,9110,56

0,791,301,65

13,0611,28

0,771,151,66

10,3810,58

0,811,231,57

11,8510,86

0,751,221,54

11,1210,05

0,001,151,37

11,0010,80

0,801,311,64

13,2711,33

0,711,181,559,72

10,090,741,201,48

11,5910,64

0,741,201,50

10,079,420,571,131,37

11,0011,000,761,301,65

12,4910,99

0,681,191,459,689,460,731,231,46

11,1210,10

0,741,241,479,248,700,491,161,33

11,0011,000,751,241,57

12,0810,26

0,691,201,549,399,280,761,241,49

10,5210,00

0,771,271,489,579,160,521,141,35

10,5010,50

0,741,281,55

12,6010,10

0,711,211,599,389,290,751,281,58

10,9610,28

0,771,311,529,289,120,001,201,40

10,5910,52

0,751,281,59

12,2910,45

0,821,191,589,179,190,831,281,70

11,1710,30

0,831,311,689,329,800,001,351,43

10,7010,69

0,851,301,64

12,0510,29

0,931,241,659,259,920,911,261,69

11,0910,25

0,741,301,81

10,079,600,001,381,70

12,2512,25

0,861,331,74

11,4910,02

0,911,321,588,309,160,871,251,63

11,059,880,731,341,828,759,040,001,331,64

12,3312,33

0,851,271,71

11,449,69

0,781,171,398,278,160,781,221,459,998,950,681,261,508,578,450,001,281,48

10,7210,40

0,731,211,49

11,179,06

0,631,031,267,857,470,651,171,309,278,070,691,061,369,107,610,001,011,338,409,660,701,151,34

10,718,29

DEZ NOVANO 2009

0,561,041,217,986,960,631,191,258,447,440,721,081,158,696,920,001,001,268,639,100,621,151,21

11,227,67

0,581,111,308,537,430,631,211,309,618,430,731,041,298,297,160,001,031,238,738,970,611,161,28

10,818,19

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA AQUISIÇÃO DE RAÇÃO e ICP LEITE/EMBRAPA

FONTE: EMBRAPA / CNPGL; CEPEA/Esalq; DERAL; Gazeta Mercantil - . - * - 70% milho e 30% farelo de soja; ** - Base Abril/2006 = 100.

INSUMOS

60 kg de Milho60 kg de Farelo de Soja60 kg de Mistura *ICP Leite/Embrapa **

Jun Mai Abr Mar Fev39,1061,6245,85

148,49

Nov Set Ago JulOut36,7560,7643,95

145,93

35,0657,5341,80

144,24

30,0657,0138,14

142,73

25,7447,6232,31

142,08

24,8043,1630,31

141,16

23,2139,9428,23

140,48

24,0739,6728,75

142,50

27,1448,8133,64

145,00

29,4659,6438,51

144,87

Jan33,3371,5344,79

143,85

Dez33,0573,6145,22

143,40

ano 2010 2009

Page 34: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

34FEV / 2011

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

0,4651

20110,24020,25290,26280,25380,25060,23850,24930,24980,26850,29200,30150,3116

0,32380,33940,32110,29780,28020,27490,29930,30840,33750,36760,37440,3886

0,43910,47260,43070,38880,34860,32530,33740,34890,37600,40050,42360,4445

2008 2009 2010MENSAL 1

26,4626,5526,7427,7127,5326,9326,9727,0227,4128,0228,5428,97

29,4429,9830,3832,5231,4930,8831,3331,8132,7133,8734,7835,67

36,9138,0238,1342,4540,3638,5237,9637,9438,4839,2840,1541,12

2008 2009 2010CAMPO 2

29,5529,6629,8730,9530,7530,0830,1330,1930,6131,3031,8832,36

32,8833,4933,9336,3235,1834,4934,9935,5336,5437,8338,8539,85

41,2242,4742,5947,4245,0843,0342,4142,3842,9843,8744,8545,93

2008 2009 2010ESTEIRA 3

CANA-DE-AÇÚCAR

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

103,07

vist104,3784,01

81,5477,5480,0379,4780,8581,3977,9277,2577,1874,3576,64

85,3582,5478,5180,9380,3281,6882,2878,9878,5878,6175,7175,66

praz2011

BOI GORDO / SP 1

vist praz vist praz75,7077,0379,0382,3380,8182,1683,7388,6793,49

100,62113,01104,90

76,9778,1279,8883,3481,6883,0184,5689,4994,56

101,64114,25106,02

2009 2010 MÊS

JFMAMJJASOND

vist1 pes2

2011

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

2009 2010

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LIMA TAHITI 1

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LARANJA POSTA INDÚSTRIA 1

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LARANJA PERA 1

636,23627,96634,15651,69633,71648,49638,08615,85607,08596,24592,23593,97

vist1 pes2

186,21186,22186,82188,46188,39191,75191,75187,65194,29186,79187,09185,99

601,17608,98649,59705,26722,07722,78679,96666,82695,40719,19719,51707,30

vist1 pes2

182,58190,86190,77190,61191,01195,16193,76185,28188,76188,02179,15176,17

MÊS

JFMAMJJASOND

ALGODÃO EM PLUMA1

116,56115,17111,87111,39124,70119,79117,10116,21115,22116,94124,43132,71

119,75118,12114,73114,24127,88122,86120,10119,22118,22119,99127,67136,16

141,27141,72148,62160,56155,96156,80164,49183,80215,34222,48269,55284,48

144,95145,42152,50164,74160,04160,91168,75188,62220,98228,29276,64291,97

SOJA 1MILHO 1

30,9327,7927,1926,6227,4326,8827,7624,5623,7822,3220,5120,75

2008

23,6722,2620,6221,2922,2522,2420,5519,4219,1320,6020,4120,02

2009 2010

19,6618,3518,4718,1618,6719,4318,7420,4224,3625,1528,2928,36

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

46,2347,7145,8344,3344,7049,9950,5844,7046,0844,6345,1344,61

2007 2008

49,2147,5645,3547,9550,3949,8947,8348,2046,0744,6746,0742,87

2009 2010

39,8035,7334,1434,4935,5936,0938,5841,3242,5944,8848,9748,52

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

32,0032,5831,8030,0130,0830,7131,3434,5638,6739,9142,0743,98

2006

3,092,182,282,825,526,50

11,3828,8735,7644,6026,585,78

4,745,157,845,244,775,979,61

20,1038,9551,7846,6416,26

2007 2008

6,195,034,944,224,794,896,62

26,5231,4722,2821,539,83

2009

2,922,343,87

10,7016,4918,8517,9714,8219,0320,9914,9210,16

15,0817,1019,0216,6013,8211,2810,9811,0610,4811,4813,4514,10

2006 2007

15,3816,9517,0314,6512,0411,3911,3811,0110,6410,8310,249,70

2008 2009

10,009,82

11,1310,469,137,666,486,477,047,588,488,94

15,6819,5319,0813,7210,689,38

10,1211,4712,5112,6012,7613,48

15,4615,5013,688,797,887,97

10,9310,169,789,89

11,7712,61

2006 2007

13,4612,399,668,388,279,72

10,959,719,339,578,637,27

2008 2009

6,805,924,954,504,053,683,655,045,665,866,416,95

12,139,908,667,587,218,10

10,0610,7611,0411,5212,5114,26

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/arroba (15kg) FONTE: CEPEA/Esalq. Para M. Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

FONTE: UDOP - 1 - Em R$/kg ATR // 2 - 109,19 kg ATR // 3 - 121,97 kg ATR

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em centavos R$/libra peso FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/saca de 60kgFONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/saca de 60kg

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.

2010

7,709,77

10,178,24

13,0014,7014,8814,9015,1915,2315,3515,66

2010

10,8917,2219,1716,5014,4915,1314,9014,9416,8319,1719,9320,15

2010

7,028,829,53

11,1214,2518,9621,4922,6331,7525,4230,7418,08

BEZERRO / São Paulo 1

492,82503,88518,07553,43624,51713,33752,17740,02724,67717,00703,33660,14

2007 2008

636,50629,36635,79657,06661,06656,90641,71618,36604,06597,02585,92592,25

2009 2010

599,80614,68647,90699,60718,62721,53684,39669,62686,57708,95713,72711,55

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

366,38377,36394,33408,47419,30427,29434,89452,92462,15466,46473,66480,86

FONTE: CEPEA - 1 Em R$/cabeça, descontado prazo de pagamento pela NPR

vist1 praz2

2009vist1 praz2

2010

46,86

201141,95

2011

698,86, 181,53

2011

707,20

2011

49,63

2010

19,6618,3518,4718,1618,6719,4318,7420,4224,3625,1528,2928,36

2011

30,35334,59 343,48

vist1 praz2

2011

2011

15,59

2011

22,86

2011

10,39

Page 35: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

35FEV / 2011

LIVROSAGENDA DE EVENTOS

CURSO DE TRANSFERÊNCIA DE EM-BRIÕES EM EQUINOSDias: 19 a 20/02. Universidade do Cavalo. Local: Universidade do Cavalo, Sorocaba (SP). Tel: (15) 3292-6633. Email:- [email protected]. Site:-www.uni-versidadedocavalo.com.br.

CURSO DE DIREITO AMBIENTALDias: 1º/03. FUNDAG e FAJ. Local: FAJ Uni-dade II (Rod. Gov. Adhemar de Barros, km 127), Jaguariúna (SP). Tel: (19) 3233-8035. Email:- [email protected]. Site:-www.feinco.com.br.

PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIEN-TALDias: 11 a 15/03. INFOAGRO. Local: São Paulo (SP). Tel: (11) 5533-0330. Email:- [email protected]. Site:-www.infoagro.com.br.

11º CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS RESPON-SÁVEIS TÉCNICOS EM ESTABELECIMEN-TOS PRODUTORES DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMALDias: 11/03 a 02/07. FUNEP. Local: Sala de Eventos FUNEP, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3209-1300. Email:- [email protected]. Site:-www.funep.com.br.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANE-JO DO SOLODias: 11/03/2011 a 28/02/2013. FEALQ. Lo-cal: ESALQ, Piracicaba (SP). Tel: (19) 3417-6604. Email:- [email protected]. Site:-www.fealq.org.br.

12º AGROCAFÉ - Simpósio Nacional do Agronegócio CaféDias: 21 a 23/03. ASSOCAFÉ, AIBA e CCCB. Local: Bahia Othon Palace Hotel, Salvador (BA). Tel: (71) 2102-6600. Email:- [email protected]. Site:-www.agrocafe.br.

8ª FEINCO - Feira Internacional de Capri-nos e OvinosDias: 21 a 25/03. AGROCENTRO. Local: Centro de Exposição Imigrantes, São Paulo (SP). Tel: (11) 5067-6767. Email:- [email protected]. Site:-www.fundag.br.

9º CONGRESSO DE PRODUÇÃO E CO-MERCIALIZAÇÃO DE OVOSDias: 22 a 24/03. APA. Local: Hotel JP, Ri-beirão Preto (SP). Tel: (11) 3832-1422. Email:- [email protected]. Site:-www.congressodeovos.com.br.

15º SIMPÓSIO DE CAFEICULTURA DE MONTANHADias: 23 a 25/03. ACIAM. Local: Pq. de Ex-posições “Ponte da Aldeia”, Manhuaçu (MG). Tel: (33) 3331-2829. Site:-www.simposiode-cafeicultura.com.br.

CURSO DE FLORICULTURA TROPICAL (Gengibre Ornamental, Bastão do Impera-dor, Costus, Helicônias e Alpinia)

Dias: 28 a 30/03. INFOBIBOS e AJBIAC. Local: Ubatuba (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:- [email protected]. Site:-www.avisite.com.br.

3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS Dias: 29 a 31/03. UFV. Local: Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG). Tel: (31) 3899-2277. Email:- [email protected]. Site:-www.avisite.com.br.

FENICAFÉ 2011 Dias: 06 a 08/04. Assoc. Cafeicultores de Ara-guari. Local: Pica-Pau Country Club, Araguari (MG). Tel: (34) 3242-8888. Email:- coordena-çã[email protected]. Site:-www.fenicafe.com.br.

EXPOFOREST 2011 Dias: 13 a 15/04. UFPR, FUPEF, UNESP. Lo-cal: Horto Florestal, Mogi-Guaçu (SP). Tel: (41) 3049-7888. Email:- [email protected]. Site:-www.expoforest.com.br.

10º CURSO DE MANEJO EM CULTIVO PROTEGIDO Dias: 25 a 29/04. IAC, INFOBIBOS e CON-PLANT. Local: Instituto Agronômico, Campi-nas (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:- [email protected]. Site:-www.conplant.com.br.

77ª EXPOZEBU Dias: 28/04 a 10/05. ABCZ. Local: Parque Fernando Costa, Uberaba (MG). Tel: (34) 3319-3900. Email:- [email protected]. Site:-www.expozebu.com.br.

18ª AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia em AçãoDias: 02 a 06/05. REED EXHIBITIONS e AL-CANTARA MACHADO. Local: Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico - Centro Cana, Ribeirão Preto (SP). Tel: (11) 5067-6767. Site:-www.agrishow.com.br.

42ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca (SP)Dias: 13 a 29/05. Local: Parque de Ex-posições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: (16) 3724-7080. Email:- [email protected]. Site:-www.franca.sp.gov.br/ex-poagro.

3ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Nativas, Plantas Orna-mentais, Plantas Medicinais, Agricultura Orgânica, Insumos, Máquinas e Implemen-tos de Franca (SP)Dias: 22 a 25/09. Local: Parque de Ex-posições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: (16) 3724-7080. Email:- [email protected].

SÉRIE ABORDA CULTIVO DO MIRTILEIRO

AUTORTatiana Cantuarias AvilésEDITORAEsalq/USPCONTATOsite: www.esalq.usp.br/biblioteca. Tel. (19) 3429-4140 (r. 210).

FEVEREIRO 2011

MANUAL DE FRUTICULTURA ECOLÓGICA

A edição aborda origem e distri-buição geográfica, importância econô-mica, cultivares e ciclo biológico da planta. A cultura do mirtileiro tem se expandido nos estados do sul do Bra-sil, motivada pela crescente demanda mundial e os atrativos preços da fruta fresca exportada ao mercado euro-peu. Aborda informações técnicas e econômicas sobre a cultura e seu po-tencial de expansão no Brasil motivado pela recente introdução de novas va-riedades da Universidade da Florida. O plantio dessas novas variedades apre-sentam baixa exigência em frio, o que permitirá expandir a cultura para outras regiões do Brasil, de clima mais quente, constituindo uma alternativa rentável para os fruticultores.

Apresenta os itens importantes no planejamento, implantação e condução de pomares orgânicos comerciais, co-mo: Escolha do terreno, exposição e pro fundidade. Levantamento dos fa-tores principais e Planejamento do po-mar. Medidas de conservação do solo (plantio em faixa, cordões de retenção, etc). Medidas de conservação (ter-raços, etc). Preparo do solo e uso de máquinas. Adubação verde. Receitas de adubos orgânicos. Manejo da água e irrigação. Sistemas de plantio. Tipos de enxertia e formação de mudas. Con-dução do Pomar. Defensivos alternati-vos. Recomendação de controle natural de pragas e doenças. Principais espé-cies e cultivares. Colheita.

MARÇO 2011

MAIO 2011

SETEMBRO 2011

AUTOREngº Agrº Silvio RobertoPenteadoEDITORAVia OrgânicaCONTATOsite: www.viaor-ganica.com.br.

ABRIL 2011

Page 36: Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

36FEV / 2011