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GEO MAGAZINE PENHA GARCIA por Lusitana Paixão Além Fronteiras Paris by Ana Azevedo e Victor Rolo GUIA BTT PLANALTO DAS CEZAREDAS com o Rui Duarte EARTHCACHING 10 ANOS DE EC O The Lunchtime Gang reuniu- se para nos dar uma bela retrospectiva. MONTANHAS MÁGICAS por Valente Cruz Fevereiro 2014 - Edição 7 ENTREVISTA DE CARREIRA Tmob e Laranja O Tiago (tmob) e a Rita (laranja), são um dos casais coqueluche do Geocaching português. Abrem, nesta edição, as portas à GeoMagazine para uma conversa entre geocaching e waymarking. A não perder! Por Flora Cardoso e Gustavo Vidal ALDEIAS HISTÓRICAS E muito mais...

Edição 7 GeoMagazine

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Edição 7 da revista gratuita de geocaching de Portugal.

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Page 1: Edição 7 GeoMagazine

GEOMAGAZINE

PENHA GARCIA

por Lusitana Paixão

Além FronteirasParisby Ana Azevedo e Victor Rolo

GUIA BTT

PLANALTO DAS CEZAREDAScom o Rui Duarte

EARTHCACHING

10 ANOS DE ECO The Lunchtime Gang reuniu-se para nos dar uma bela retrospectiva.

MONTANHAS MÁGICAS

por Valente Cruz

Fevereiro 2014 - Edição 7

ENTREVISTA DE CARREIRA

Tmob e LaranjaO Tiago (tmob) e a Rita (laranja), são um dos casais coqueluche do Geocaching português. Abrem, nesta edição, as portas à GeoMagazine para uma conversa entre geocaching e waymarking. A não perder!Por Flora Cardoso e Gustavo Vidal

ALDEIAS HISTÓRICAS

E muito mais...

Page 2: Edição 7 GeoMagazine
Page 3: Edição 7 GeoMagazine

GeoFOTO Janeiro 2014Vencedor - Ferbikes

Page 4: Edição 7 GeoMagazine

Editorial ...................................................................06 Gustavo Vidal dá-nos as boas vindas à GeoMagazine

Projecto ARAE .....................................................08Aveiro Rumo ao Espaço foi o mote para um evento memorável

Guia BTT .................................................................12Seguimos o Rui Duarte pelo Planalto da Cezaredas

Montanhas Mágicas ..........................................20Acompanhamos os Valente Cruz por mais uma viagem épica

Frente a Frente ....................................................32A idade é um impedimento para praticar GC?

Earthcaching: 10 anos ......................................36The Lunchtime Gang assinam um artigo sobre a efeméride

Aldeias de Portugal............................................42Passeamos pelas Aldeias Penhas Garcia

Entrevista de Carreira .....................................50Conhecemos a Laranja e o Tmob, dois grandes geocachers

Geocoin Portugal 2009 ....................................62Vamos conhecer a Geocoin portuguesa de 2009

O que é o Waymarking? .................................66Torgut dá-nos os conceitos mais básicos sobre o WM

Guia iniciação ao Waymarking ..................68Razalas, waymarker inveterado, dá-nos uma introdução

Além Fronteiras: Kuwait ................................72Passeamos com o Hulkman até ao golfo pérsico

1000 palavras, uma aventura ......................76Vamos ler o texto de Luis Serpa, vencedor do passatempo

Além Fronteiras: Paris .....................................78Seguimos o n@vegante e a anasofiazevedo pela cidade do amor

Ponto Zero ..............................................................82O revisor explica-nos os diferentes tipos de eventos

From Geocaching HQ with Love ................84O quotidiano norte-americano pela lackey Annie Love

Prémios GPS 2014 ..............................................86Os maiores prémios do ano começam já!

GEOMAG.

Nota sobre Acordo Ortográfico:Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

Page 5: Edição 7 GeoMagazine

EntrEvista dE carrEira...Tmob e Laranja, um casal de geocachers e waymarkers com uma paixão por viajar. A não perder!50

EartHcacHinG: 10 anosThe Lunchtime Gang junta-se para co-assinar um artigo as-sinalando a efeméride do seu hobby favorito - earthcaching!36

aLdEias dE PortUGaLUma viagem pela Aldeia de Penha Garcia42

GUia inciaÇÃo ao WaYMarKinG68

GUia BttPelo Planalto das Cezaredas12

KUWaitViajamos até ao Golfo Pérsico com o Hulkman72

Page 6: Edição 7 GeoMagazine

EditoriaLpor Gustavo Vidal

Sejam muito bem-vindos à

edição #7 da GeoMagazine!

Esta é uma edição bastante

especial que dá um grande

destaque ao Waymarking,

uma actividade comple-

mentar ao Geocaching que

começa a ganhar cada vez

mais adeptos em Portugal.

Se pretenderem aprofundar

mais um pouco acerca desta

actividade de geo-referen-

ciação com recurso a GPS,

não percam o artigo do Tor-

gut que explica claramente

o que é o Waymarking e o

artigo do Razalas que expli-

ca passo a passo como se

tornarem num Waymarker

de sucesso.

Dentro desta perspectiva

recomendamos a belíssima

entrevista de capa com o

Tmob e a Laranja, um casal

de Geocachers de referên-

cia, cada vez mais dedicado

ao Waymarking.

Igualmente a merecer des-

taque nesta edição está o

roteiro pelo centro nevrálgi-

co do Geocaching de exce-

lência do centro de Portu-

gal: as Montanhas Mágicas.

Descubram nesta edição,

pela mão do Valente Cruz,

as caches que se escondem

nos cantinhos mais secre-

tos destas serras.

Acompanhem também o

nascimento de uma cache

que promete entrar no res-

trito lote das caches míti-

cas. Uma cache que nasceu

em Aveiro como celebração

do dia em que o Geocaching

entrou em órbita e acabou

em Bragança ao sabor do

vento. Uma equipa de res-

gate para a plantar e uma

equipa de aventureiros para

a elevarem ao estatuto de

mítica. Falamos da ARAE

e descubram a história por

detrás do seu nascimento.

Em termos internacionais,

recomendo que se lancem

à descoberta do Kuwait,

guiados pelo Hulkman, ou

viajem até Paris e à Dis-

neyland com o N@vegante

e a AnaSofiaAzevedo. De

Seattle nos Estados Uni-

dos, chega-nos a sempre

aliciante crónica da Annie

Love, da sede da Grounds-

peak, com amor.

Igualmente aliciante é o

Frente a Frente que vos

proporcionamos nesta edi-

ção. Um choque de gera-

ções que ao fim de contas

respira Geocaching pratica-

mente da mesma forma.

E num início de ano em que

celebramos 10 anos de Ear-

thcaching, é de saborear a

retrospectiva assinada pela

mais famosa dupla portu-

guesa especialista na ma-

téria, The Lunchtime Gang!

De BTT pelo Planalto das

Cezaredas ou a pé por Pe-

nha Garcia, descubram nes-

ta edição muitos mais mo-

tivos de interesse que vos

vão fazer querer calçar as

botas de caminhada e partir

à descoberta dos mais be-

los recantos de Portugal.

Boas leituras.

GEOMAG.

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FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Page 7: Edição 7 GeoMagazine

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Page 8: Edição 7 GeoMagazine

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GEOMAG.

O Homem vai mais uma vez ao espaço, um evento que embora repetido se reveste de especial importância para a comunidade geocacher, com o primeiro lançamento de um Travel Bug® nomea-do TB5JJN1 pelas mãos do astronauta da NASA Rick Mastracchio.

Em todo o mundo os geo-cachers foram convidados a celebrar este lançamento tendo sido para o efeito or-ganizados os mais variados eventos . Portugal não fugiu à regra e um pouco por todo o país começaram a surgir os mais variados eventos comemorativos, em concor-dância com hora e dia mar-cados para o lançamento do Travel Bug TB5JJN1.

Consultado o mapa e os

eventos que se iam marcan-do, cedo se percebeu que quem tinha filhos pequenos e morava em Aveiro teria di-ficuldade em estar presente num dos eventos já marca-dos mais próximos. Porto ou Coimbra a meio da semana era impraticável. Come-çou assim o primeiro bichi-nho carpinteiro a funcionar. Aveiro já merecia um evento e porque não começar por este?

Geocaching in Space, Aveiro rumo ao espaço começava a dar os primeiros passos, uma ideia após a outra com 3Mares, Caracois Turbo e Ivaper. O que tinha come-çado com a possibilidade de um pequeno evento come-morativo começou a tomar proporções diferentes pelas

mãos destes geocachers. Do cafezinho com os amigos num qualquer bar da cidade ao espaço amplo e ao lança-mento de uma nave amar-rada num balão de ar quente foi um saltinho. Mas como estes geocachers nunca se ficam por uma coisa só, de ar quente o balão passou a hélio, e há que estender o convite a todos os que par-ticipassem no evento incen-tivando-os a construírem as suas próprias naves espa-ciais, dando assim a possibi-lidade a cada team de efec-tuar o seu lançamento.

Logistica ao rubro com com-pra de balões para as naves dos participantes e para a nave do evento que foi o próprio Log Book, leds para os iluminar, balões de to-

dos os tamanhos com luzes brilhantes que iluminaram o céu e tornaram realidade a fantasia de pequenos e graúdos, que por uma noite foram astronautas de corpo inteiro.

Publicado que foi o evento os Will attend sucederam-se a um ritmo vertiginoso, o que se pensava ser um encontro com alguns geo-cachers animados a meio da semana em dia de aulas e trabalho, começou a tomar proporções fora do normal. Havia emails a chegar, sms a perguntar qual o tamanho das naves que podiam lan-çar, coisas que nem tinham sido pensadas. Há que tes-tar balões e pesos, 5g máxi-mo, e no meio destes emails um a perguntar se dava para

ProjectoAveiro Rumo Ao Espaço

Por José Rodrigues (zehunter), Ana Paula Sucena (Caracois Turbo) e Paulo Gordinho (Caracois Turbo)

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GEOMAG.

levar 50g: zehunter e o jtl-ferraz tinham um tracker GPS para lançar no evento.

Euforia completa. O tracker vinha lançar uma nova di-mensão ao projecto, a lou-cura instalada e não fosse o evento ter sido feito à noite e até uma câmara teria sido acoplada.

No dia do evento chovia desmesuradamente mas nem assim a comunidade geocaher que se juntou des-mobilizou, era um êxito es-trondoso, estava muito mais gente do que o esperado. O S. Pedro deu uma trégua e os lançamentos começaram culminando com o da Nave principal com direito a con-tagem decrescente e tudo. Uma centena de participan-tes olhavam o céu que acen-

dia milhares de luzes com todos os balões e naves lan-çadas e no meio desse céu seguia a Nave com o tracker acoplado devidamente mo-notorizado em tempo real por todos os geocachers.

As quase 2 horas de voo foram recheadas de emo-ção. O receio inicial do balão não passar a ria ou o mar ali mesmo ao lado, desvane-ceu-se mas os períodos em que o tracker, por falta de rede GSM, deixava de man-dar updates deixava toda a gente em suspense, o blac-kout mais longo fez estre-mecer e pensar em unísso-no “caiu”, mas alguns longos minutos depois lá voltava ele e a euforia instalava-se de novo. Por fim o maior blackout aconteceu na zona

de Vila Nova de Paiva, onde tracker esteve quase 50m sem dar notícias.

Já um pouco desesperados alguém contactou um geo-chacher da zona, que tam-bém estava a seguir o balão pelo site criado para o efeito, averiguando se ele sabia de algo, nada… mas, eis que se começa a receber actualiza-ções do tracker, sempre com as mesmas coordenadas e com a velocidade 0. O ba-lão tinha aterrado, por estar tão próximo da fronteira ou ficou sem gaz ou foi abatido pela Força Aérea Espanhola, com medo de nova invasão, mas tinha sobrevivido, tinha aterrado em segurança!

Confirmado que esta-va o local de aterragem, 41.145567,-6.752568, fi-

cou decidido que a missão de resgaste era uma obri-gação que o tracker merecia, e que esta incluiria também a colocação de uma cache alusiva ao evento no local de aterragem. O dia seguinte foi para o zehunter de pre-paração da demanda. Análi-se de terreno, preparação da missão de resgate.

Destemidos e audazes, 48 horas após o evento, zehunter, a muggle Joana e o Tr0V4s, fazem-se ao ca-minho, equipados a rigor (farnel, gps, lanternas e con-tainer gentilmente cedido pelo Caracois Turbo). Saiem de Aveiro cedo, passam em Celorico da Beira a reclamar mais um herói, Tr0V4s, e partem em direção ao ca-valinho de Mazouco, onde

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GEOMAG.

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FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

retemperam energias antes de iniciarem a grande mis-são de resgate.

Analisaram o terreno e se-guiram em frente numa lon-ga caminhada, explorando o desconhecido. Astronautas por terra com uma longa viagem atribulada pela fren-te e com uma reentrada não menos difícil. Pareciam ve-dadeiros Bear Grylls. A cada passo um novo desafio, ve-getação densa, muralhas in-transponíveis, mato, rochas para escalar, desvios no per-curso procurando a melhor abordagem, iam desgas-tando física e mentalmente estes aventureiros, mas o espirito de equipa venceu, a entreajuda foi uma mais valia e quase 2h30 depois, estavam a 20 m do GZ.

Nesse momento instalou-se a desilusão no trio de aventureiros. Tão perto e tão longe. A recta final apre-

sentava-se ingreme e cheia de silvas, definitivamente intransponível. Pensaram em desistir e voltar por novo caminho, dado que o inicial percorrido pela dificulda-de estava fora de ques-tão. Desmoralizados foram avançando em direção ao ponto inicial de onde tinham partido, mas eis que numa última e derradeira tentativa de abordagem contrariando toda a natureza e dificulda-des apresentadas zehunter avançou decidido em direção ao GZ e a escassos 5 metros pelo meio do silvado imen-so, avista os restos do balão cor de laranja (bendita cor), e uma nova força toma conta do trio, que investe sobre o GZ e recupera finalmente o Tracker. Missão cumprida e euforia generalizada.

Foi tempo de colocar a ca-che (um bocadinho ao lado do GC onde se encontrava)

e não de menos importância fazer o caminho de regresso preferencialmente por cami-nhos menos sinuosos.

Tinha nascido a ARAE (GC-4TA5T). Pelo caminho troca-ram-se impressões e emo-ções e desejou-se que quem viesse a fazer este FTF sen-tisse a mesma adrenalina e aventura.

Passaram-se os dias e os meses e a ARAE continuava sem qualquer visita. Algum desânimo se instalou, até que num belo dia de Feve-reiro uma equipa constituí-da por Caracois Turbo, Ar3, Obeicha Team e MIkiteam, autointitulada tour Freixo de Espada a Cinta, resolveram qual cruzados aventurarem-se ao FTF numa demanda que se tornou uma aventu-ra inesquecível levando ao limite todos quantos nela participaram. Emocional-mente desgastante, fisica-

mente estonteante este FTF ficaria na memória de todos estes participantes.

Os logs destes destemidos aventureiros comprovam mais uma vez a dureza do terreno e a aventura que foi fazer este FTF, que mais uma vez uniu pessoas, e juntou à volta de um mes-mo sentimento de partilha e gosto pelo geocaching, pes-soas que de outra forma tal-vez nunca se conhecessem.

Mais uma vez se pode afir-mar que o geocaching é mais do que um mero jogo é uma forma de estar na vida, de bem com o mundo e com os outros, onde os valores humanos são o cartão de vi-sita de qualquer geocacher.

José Rodrigues (zehunter)

Ana Paula Sucena & Paulo

Gordinho (Caracois Turbo)

Page 11: Edição 7 GeoMagazine

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GEOMAG.

Desde que encontrei re-ferências a esta Pequena Rota, quando fazia o le-vantamento das mesmas no Distrito de Lisboa, que fiquei com imensa curiosi-dade para aqui vir. Afinal, sempre que vou até à zona de Peniche tenho uma vis-ta privilegiada para um dos locais onde a mesma se de-senrola, uma “linha” de ser-ra ponteado por enormes eólicas...

Com mais vontade fiquei quando no folheto da mesma (http://www.cm-lourinha.pt/Download.aspx?x=25d-4da95-8ce2-4fa5-b410-780de627f190), disponibili-zado pela Câmara Municipal da Lourinhã, li que o percur-so seria totalmente ciclável. Assim sim, é que uma PR com 20km não faz jus ao nome de “pequena” e de bi-cicleta é mais fácil!

Habituado ao sobe e desce e sobe e desce do relevo lo-

cal, tinha alguma expectati-va de ver in loco o que é que o pessoal do Oeste chama de Planalto. Já percorri a pé quase uma dezena de PR por aqui e não teria ficado admirado se se chamas-sem todas “PR Vais ficar todo rebentado de subir aos píncaros e descer ao fundo dos vales e tornar a subir e repete - Parte1 / Parte 2 / Etc.”.

Não é o caso deste local!

A respeito da marcação no terreno, está irrepreensí-vel e permite que se faça o passeio sem recurso a mais nada que um olhar atento e o apoio do folheto. Tive algumas (pequenas) dúvi-das em dois ou três locais mas nada que necessitas-se mais do que um ou dois olhares para perceber qual o caminho correcto (não obs-tante, o trajecto pode ser descarregado daqui: http://

GUIA BTT

PLANALTO DE

CEZAREDASPor RuiJSDuarte

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pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=5737841).

Nas (poucas) informações disponibilizadas pelas enti-dades oficiais ficamos a sa-ber que o percurso se esten-de ao longo de 5 localidades de 3 freguesias do concelho da Lourinhã e que o dito Pla-nalto é um território calcário com cerca de 140 milhões de anos, um prolongamen-to do Sistema Serrano Aire/Montejunto.

Confirmo que o terreno se assemelha muito ao que se encontra no topo da Serra de Montejunto (que, aliás, se vê ao longe) com as de-vidas diferenças decorren-tes do facto de Montejunto ter o estatuto de Paisagem Protegida e estar assim sal-vaguardada das eólicas e outros enfeites.

Seguindo as indicações do Folheto, estacionei à saída de Reguengo Grande e com um desvio de 50 metros vi-

rei logo uma cache, homóni-ma da localidade, (GC45YTR) Reguengo Grande [Louri-nhã].

Isto depois de explorar um pouco o espaço onde deixei o carro, que é interessante sim senhor e onde o mesmo fica bem guardado.

Aí fica também, do lado de fora do recinto, um placard informativo da rota, mais personalizado que a maioria dos que se encontram nas PR já que tinha um espaço

reservado para a descrição desta terra em particular (existem mais dois do géne-ro ao longo da PR).

Arrepia caminho... apenas uma subida e já estamos fora de Reguengo, e no meio das couves!

Couves?! Sim, C.o.u.v.e.s!! Nunca vi tanta couve como nos 10 quilómetros iniciais deste passeio... são terre-nos e terrenos e mais terre-nos, uns a seguir aos outros com milhares de couves nos

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diversos estados de desen-volvimento.

Couves e pedras... Somos logo apresentados ao “ter-ritório calcário” e pratica-mente por todo o lado se veem as formações rocho-sas a brotar do chão. Gran-des e pequenas, dão um aspecto bem interessante aos terrenos e forçam os caminhos a vergarem-se aos seus caprichos.

Os cinco quilómetros que nos separam de Moledo passam a correr e somos aí surpreendidos por uma localidade deveras interes-sante, cheia de História e de Arte nas ruas, bem cuidada e simpática.

Tendo existido aqui um palácio onde residiram D. Pedro I e Inês de Castro, as entidades responsáveis (C.M.L. e J.F.M.) estabele-ceram uma colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e criaram o projecto “Escultura Pública”, aliando a temática dos ilustres re-sidentes à da localidade e “espalhando”, aqui e ali, pe-ças de arte (mais informa-ções em “Moledo com Vida” - http://www.cm-lourinha.pt/News/newsdetail.as-px?news=2c2a6a43-80f8-4 4 1 5 - 9 3 4 6 - 2 e 9 a -773f882b).

Temos oportunidade de dar mais um pouco de uso aos poderes de Geocacher, curiosamente em dois lo-cais que não se relacionam directamente com o aci-ma descrito. Uma na Igre-ja (GC27PGY) Igreja Matriz do Moledo [TG10] e outra, mais uma vez, homónima

(GC33AP2) Moledo [Louri-nhã]. A segunda está loca-lizada num local bem recu-perado e que merece sem dúvida uma visita, quem sabe para descansar um pouco.

Mais quatro quilómetros (de caminhos hortícolas) e estamos já de saída de São Bartolomeu dos Galegos. Apesar de um pouco maior do que a localidade de Mo-ledo, pareceu-me bem me-nos interessante, talvez pelo trajecto escolhido para se atravessar a mesma.

Das três caches que refe-renciam a localidade aque-la que se me apresentou como “melhor” e que justi-ficará um pequeno desvio será a localizada na Igreja Matriz e que, espante-se, é homónima da povoação (GC33APP) São Bartolomeu dos Galegos [Lourinhã].

Seguimos em direcção a Pena Seca e a paisagem al-tera-se. Descemos, saindo por completo do planalto, e aí temos uma noção da altura do mesmo, à nossa direita, pelo menos em re-lação à zona mais a Oeste, aparentemente quase pla-na até ao Oceano.

Vemos as Eólicas num pla-no mais elevado e desapa-rece momentaneamente a sensação de estranheza por andarmos sempre ao mesmo nível, ou mesmo acima em relação às ditas. É a ultima oportunidade para ver as, por esta altura famosas, Brassica oleracea L. (vulgarmente conhecidas por... couves) já que chega-mos ao fim da primeira par-te do trajecto. Temos como

brinde a oportunidade de empurrar a bicicleta morro acima até a um género de miradouro que nos permi-te ver um pequeno vale e a pedreira que vai comendo o planalto. Afinal o percurso não é 100% ciclável. 50 me-tros são 50 metros!

Este passeio pode clara-mente ser dividido em duas partes, agrícola/urbano até aqui e florestal daqui para a frente.

Deixamos Pena Seca, volta-mos a subir para o planalto e seguimos para a locali-dade que dá nome ao pas-seio, Cezaredas. São quatro quilómetros muito fáceis de vencer, sempre em es-tradão de terra batida, la-deados por eucaliptos e outras árvores e bem perto de algumas eólicas que se erguem no meio das man-chas de vegetação. Temos, sensivelmente a meio des-se trilho, oportunidade para procurar uma cache numas formações rochosas bem interessantes, (GC4CZM5) Areosa. Se ainda existir gás nas pernas, podemos fazer um outro desvio, no sentido oposto do da cache ante-rior e ir em busca de outra cache, esta saída da pena do manchanegra, de nome (GC14R59) Parque Eólico de Serra D´El Rei [Peniche], com uma belíssima vista. São seis quilómetros extra a ter em conta.

Cezaredas apresenta-se como uma localidade pe-culiar, “espalhando-se” em redor e aparentando por isso ser muito mais peque-na do que o é na realidade. Esta é a ultima das cinco localidades referenciadas

no passeio e à sua saída co-meça a parte “mais diverti-da” do passeio, o BTT mais puro e duro. Dois quilóme-tros mais agressivos e que obrigam a descermos da bicicleta uma meia dúzia de vezes e a cumprir algumas centenas de metros a pé, geralmente em pequenas descidas. Para contextuali-zar o terreno, estamos ago-ra na fronteira com a zona da Columbeira, bem conhe-cida pelos seus desníveis.

O final deste troço está bem vincado no terreno e ter-mina junto a umas antigas azenhas em ruínas, perto, claro, de um pequeno rio (Rio Galvão) e onde temos oportunidade de rolar pa-ralelamente a uma antiga levada (também sem uso), do lado da estrada oposto ao do rio.

Somos assim guiados de volta a Reguengos Grandes, acompanhado o Galvão e apreciando a relação das gentes locais com o mesmo sob a forma de Azulejaria colocada nas paredes que o guiam pela localidade.

Se ainda existirem pernas, podem fazer um pequeno desvio e trepar até à (GC4F-5TP) Moinhos no Reguengo Grande, para uma boa vista em redor, se não, é só rolar de volta ao ponto de partida e dar por terminada a “PR2 LRN Pelo Planalto das Ce-zaredas” simpaticamente disponibilizada pela Câma-ra local e que proporciona umas belas horinhas com a nossa montada.

Rui Duarte

- RuiJSDuarte

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MONTANHASMÁGICAS

Por Valente Cruz

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FEVE

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EDIÇ

ÃO 7

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FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Depois de um artigo sobre o Parque Natural da Serra da Estrela e outro sobre o Parque Nacional da Pene-da-Gerês faltava-me este para completar a tríade sobre as montanhas por onde gosto me perder e reencontrar. À falta de haver uma denominação semelhante aos anterio-res parques, optei por no-mear este artigo, e o con-junto destas serras, com o epíteto de “Montanhas Mágicas”, criado, mere-cido e proclamado pelas serras da Arada, Gralhei-ra, Montemuro, ao serem agraciadas recentemente com o título de Destino de Turismo Sustentável pela Federação Europarc.

Do Maciço da Gralheira, como é geralmente conhe-cido, fazem parte ainda as serras da Freita, Arestal e São Macário. Uma outra denominação referencia-da na região abrangida por estas serras é a do Arouca Geopark, confina-do ao concelho referido e que estabelece um terri-tório que possui um notá-vel património geológico, elegido sobretudo devido aos 41 geossítios, muitos deles já referenciados pelo geocaching e que terei a oportunidade de explorar de seguida.

À semelhança dos outros artigos, irei evoluir neste pela minha experiência de descoberta destas serras. Apesar de as Montanhas Mágicas não possuírem a altivez da Estrela ou o

isolamento do Gerês, têm na verdade inúmeros mo-tivos de interesse que, no conjunto, as tornam igualmente apetecíveis. Começarei por referir um quadrado mágico e exce-cional que considero de visita obrigatória: Rio de Frades, Mizarela, Drave e o Rio Teixeira, sendo que cada um destes locais oferece aos visitantes ex-periências únicas e ines-quecíveis.

Rio de Frades é um local deveras especial e encan-tador. Depois do bulício da exploração mineira, em que trabalharam por lá mais de 3000 pessoas, foi sendo abandonado ao longo do tempo. Mantém contudo uma panorâmica enigmática e bela, com as encostas escarpadas e o rio, que corre de cascata em lagoa. Existem quiló-metros de minas de misté-rio, inclusive algumas que oferecem passagens en-tre locais de acessos mais restritos. Naturalmente, tal cenário redundou num dos locais mais interes-santes para a prática do geocaching e a excelência das suas caches há muito tempo que deliciam quem vai à sua descoberta. A mais antiga é a The Lost Nazi Mine (GCPZHC), que apresenta um dos me-lhores conceitos de cache que já encontrei, sobretu-do pela maravilhosa pas-sagem de um ambiente de escuridão e trevas para um cenário de rara bele-za, encimado com uma

cascata muito fotogénica. Nesta passagem, a meio da mina, e com alguma exploração, podemos ter uma perspetiva da dimen-são da estrutura de minas de Rio de Frades, uma vez que apenas naquela encosta existem três pa-tamares, cada qual com a sua galeria. Depois des-ta colocação inspiradora, seguiu-se a referenciação da zona da lavandaria (GC-24ZXF), local aconselhado para a pernoita em visitas ao local, e do Caminho do Carteiro (GC2D7E2). Este é um dos percursos de ex-celência da serra da Freita e tem origem no facto de, e face ao grande volume de correspondências du-rante a exploração minei-ra, o carteiro necessitar de deslocar-se diariamente entre Cabreiros, sede de freguesia, e Rio de Frades. Contudo, e devido ao rele-vo do local, como a deslo-cação de carro demorava tanto ou mais como a via pedestre, o carteiro opta-va por ir a pé, seguindo um caminho na encosta íngre-me. Dada a qualidade dos canyons por onde corre o rio, o que o torna um dos mais procurados a nível nacional, foi com naturali-dade que aparecesse mais uma cache a referenciar a atividade do canyoning, colocada no início do tro-ço inferior (GC2NG8W). Na parte superior do troço de rio de Frades também existe um percurso de canyoning, referenciado inicialmente pelo Chal-

lenge 81 (GC1R9P6), num local onde a respiração já se habituou a ser cortada por todos os que por lá se aventuraram, e que en-tretanto recebeu a com-panhia de outros desafios (GC4J9D8). O lado mais inóspito, juntamente com a panorâmica abandona-da da exploração mineira, conferem a Rio de Frades um cenário perfeito para aventuras tamanhas e é natural que também o In-diana Jones (GC3BH3J) se decidisse a visitar o local, no Poço do Oito, onde as duas quedas de água com-põem a música e as cores da vegetação envolvente unem-se às do céu num bailado de inefabilidades. Aquele lugar parece ter tem o hábito de debicar a memória de quem o visita, como o canto de uma be-leza já perdida do mundo.

A aldeia da Mizarela, uma das mais características da serra da Freita, é o se-gundo destino desta via-gem. O local é sobretudo conhecido pela cascata da sua Frecha, onde as águas do rio Caima preci-pitam-se numa queda de cerca de 75 metros. Um dos melhores locais para admirar esta cascata é precisamente de um mira-douro que fica junto à es-trada (GC1K4AT). Contudo, e como é sabido, os geo-cachers têm um espírito demasiado inquieto e ge-ralmente não se ficam por observações à distância. O acesso à cache Frecha da Mizarela (GC27T15) é

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também ele fantástico, sendo que em alturas de maior estio poder-se-á aproveitar as idílicas la-goas que se encontram a jusante da queda e, natu-ralmente, admirar a enor-me cascata de perto. Por esta aldeia passa outro percurso famoso da serra da Freita, o PR 7 – Nas es-carpas da Mizarela (GC1Z-CAP), com início no Merujal e que circunda a majesto-sa cascata seguindo pelas escarpas das encostas limítrofes, numa contem-plação contínua de um vale extraordinariamente belo. Perto da Mizarela encontra-se o ponto mais alto desta serra, São Pedro Velho (GC14ZF7). Do outro lado da encosta nasceu um dos fenómenos geológicos mais famosos da região, único em Portugal e muito raro no mundo: as Pedras Parideiras (GC1JYX9), onde inclusive se poderá visitar um museu, numa serra de encantos e fenómenos, em que as pedras também são Broas (GC1KGR1) e o vento molda as suas von-tades.

O terceiro local do quadra-do mágico destas monta-nhas é Drave (GC1W2Z3). Drave é a aldeia abando-nada! Existem outras mas nenhuma se compara a esta. Quase tão antiga como os montes que a

guardam, é o berço ma-ternal de todos os Martins. Situa-se na confluência de três ribeiros: Palhais, Ri-beirinho e Ribeiro da Bou-ça, e aí forma a ribeira de Drave, que desagua pos-teriormente no rio Paivô. Ir a Drave é sempre uma experiência inesquecível. O percurso mais requisita-do para visitar esta aldeia é o PR14 – Aldeia Mágica (GC1VWE2), que parte de Regoufe, mais uma aldeia característica da região e onde se encontra tam-bém um complexo mineiro abandonado. Aquando da Segunda Guerra Mundial, enquanto os alemães ex-ploravam o minério em Rio de Frades, os ingle-ses faziam-no a escassos quilómetros, em Regou-fe (GC15B20). Uma outra forma de chegar a Drave é descendo a encosta da serra da Arada, por onde se pode fazer inclusive um desvio para ir em busca de mais uma aldeia abando-nada, Gourim (GC1QXZD). Apesar de esta não possuir o encanto da sua vizinha, é também uma descoberta fantástica e muito reco-mendável. Existem ainda outras formas de chegar a Drave e, de entre todas, a minha preferida talvez seja subindo pelo leito do rio Paivô e posteriormente pela ribeira de Drave. Ob-

viamente, esta abordagem é mais recomendada du-rante o Verão. Partindo de Regoufe, e depois de uma longa subida, ao invés de continuar-se pelo caminho deverá descer-se por um trilho em busca de memó-rias perdidas (GC3B8EM). A partir daí é sempre pelo leito xistoso do rio até Drave, com passagem por inúmeras lagoas de águas cristalinas.

E o último vértice mágico desta viagem situa-se no rio Teixeira. Este rio, que já foi considerado um dos mais limpos da Europa, é outro ex-libris da região. Nascido, em Manhouce, das ribeiras que calma-mente descem da serra, dali segue por vales es-condidos até encontrar o rio Vouga. Mesmo em Manhouce é possível visi-tar algumas lagoas e cas-catas muito interessantes, na Cilha (GC2WYT7), ideais para um dia quente de Ve-rão, assim como no seu percurso, no Poço Negro (GC1EB3D), mas será por-ventura nas proximidades da Quinta de São Francisco (GC2FFQB) que o rio atin-ge o seu esplendor. À se-melhança de Drave, esta quinta tem vindo a ser paulatinamente recupera-da pelos seus utilizadores e apresenta-se como um reduto ideal de isolamen-

to entre o melhor que a natureza pode oferecer. Este percurso de rio é também bastante conhe-cido pela prática do canyo-ning (GC1RM1P), em que o acesso é feito através de um túnel. A nível pessoal, a última grande descober-ta neste local foi um trilho numa escarpa, de fatiar a respiração e testar ver-tigens, que acompanha o percurso do rio e que também permite chegar a locais e desafios memorá-veis (GC2CVCP).

Para além dos locais re-feridos anteriormente, existem muitos outros nas Montanhas Mágicas cuja visita é muito aconselhada. Perto de Drave, à distância de uma encosta, existe outra aldeia que, apesar de ainda ser habitada, pa-rece ter ficado perdida no tempo: a Aldeia da Pena (GC14XQQ). Refugiada no sopé da serra de São Ma-cário (GCR5C1), a primei-ra grande aventura para chegar à Pena por auto-móvel é o próprio acesso, devido ao facto de a en-costa ser muito inclinada e a estrada ser estreita, o que faz com que qualquer cruzamento de veículos se torne numa pequena odis-seia. Uma das histórias mais idiossincráticas da zona, e que acabou tam-bém por dar nome a um

Perto de Drave, existe outra aldeia que, ape-sar de ainda ser habitada, parece ter ficado perdida no tempo

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Caminho mítico que sai da Pena, é a do Morto que Matou o Vivo (GC1P5F4). O nome tem origem num episódio duplamente in-feliz. Devido ao facto de, no passado, na Aldeia da Pena não existir cemité-rio, os habitantes tinham de levar os defuntos para a aldeia vizinha, Covas do Rio. Certo dia, num desses percursos e numa parte do trilho muito íngreme, um dos homens que trans-portava o defunto escor-regou e o caixão caiu-lhe em cima, matando-o. Este Caminho pode ainda ser inserido num outro mais geral, conhecido como Tri-lho Maia (GC3BH45), que liga as aldeias da Pena, Covas do Rio e Covas do Monte (GC1RAPX). Nes-ta última resiste o maior rebanho comunitário que existe em Portugal e a própria aldeia represen-ta ainda todos os séculos que a fizeram, com as ca-sas feitas para albergar os animais na parte inferior e as pessoas na superior. Os muitos campos em volta da aldeia, e as encostas que se desenham na sua periferia, conferem-lhe um cenário quase alpino. A duas encostas de dis-tância existe outra aldeia muito acolhedora, Frago-selas (GC32WN5), de visita também recomendada.

Para além do já referido Trilho Maia, as montanhas e percursos do outro lado do Atlântico inspiraram também que um percur-so que sobe desde o rio

Paivô até Póvoa das Lei-ras recebesse o nome de Trilho Inca (GC2H5XN), mais um percurso fan-tástico por uma encosta escarpada, cujas vistas se prendem à memória como se a sua própria existên-cia dependesse disso. Ali perto pode-se visitar as Bétulas da Fraguinha (GC1J7JN), as Minas das Chãs (GC1BZMN), os Co-tos do Nabo (GC2BM4T) e do Boi (GC16330), em vistas largas e horizon-tes desmedidos, também encontrados na Cabria (GC19W8B). Seguindo o rasto dos Pastores pelas Veredas (GC2095D) pode ainda visitar-se a icóni-ca aldeia Lomba de Arões (GC1CR84), perto de outra já abandonada (GC3BH4J).

Entre Drave e a Aldeia da Pena existe um Portal com passagem pelo In-ferno (GC3900N). A estra-da serpenteia pelo cume do monte e as encostas apresentam uma inclina-ção alucinante que acabou granjear o nome ao local. Existem relatos de, em tempos idos e numa altu-ra em que a estrada ainda era em terra batida, haver veículos, incluindo um au-tocarro, a ficarem pendu-rados nas ravinas. Daqui também se pode ter uma visão da Garra, modulada pelas encostas limítrofes.

Uma das características desta cordilheira é exis-tência de vários locais de acesso bastante comple-xo. A nível pessoal, uma

outra aventura marcante foram os três dias de des-coberta do percurso da ribeira da Pena Amarela (GC2Q49V), um local onde também se explorou o vol-frâmio. As dificuldades de progressão foram muitas mas no final ficou a cer-teza de uma descoberta inolvidável, entre a solidão da montanha. Também por aqui existe um per-curso de canyoning; aliás, são raras as encostas des-tas montanhas por onde não descem ribeiras, com inúmeros desafios (GC-3Z24K) e locais reserva-dos a quem se aventurar à sua descoberta, como na ribeira de Vessadas (GC2WYJ6) e em outros recantos perdidos e acha-dos por pequenas comuni-dades que vão subsistindo (GC3K5EW), em nome de uma fé (GC1E0J9) inabalá-vel na arte feita montanha. Sem medos do lobo mau (GC2MQXT), vale mesmo a pena percorrer ainda ou-tros percursos destas ser-ras, como os Caminhos do Montemuro (GC15D76), Caminhada Exótica (GC411G0), Cercanias da Freita (GC1H643), Rota do Ouro Negro (GC2QKPW), Rota das Tormentas, Via-gem à Pré-História e Na senda do Paivô (GC31JDP), sem esquecer ainda uma visita ao vale do rio Paiva, em Alvarenga (GC2D6FQ), no Areinho (GC11NX9), na Cascata das Aguieiras (GC3B8FH) ou em Para-dinha (GC1B4D7), aos se-gredos deixados pela Rota

dos Fósseis (GC3R3K5) e às vistas largas sobre Arouca (GC3R3K5). Na serra do Montemuro pode e deve-se ainda visitar suas Portas (GC1223G), o VG (GC3W5WM), a Rota dos Moinhos (GC2RAWN) e as Minas de Moimenta (GC2RBPN). Querendo e podendo, outros trabalhos (GC40WHF) podem ainda juntar-se numa experiên-cia mais vasta pela região.

Para finalizar, a última grande aventura por es-tas montanhas foi o per-curso do Ultra Trail Serra da Freita (GC3GVZB). Do momento em que tomei conhecimento da existên-cia do percurso até o viver passaram-se poucos dias, tal foi a inquietude suspi-rada. Os desafios e as di-ficuldades são enormes, num périplo de sentimen-tos acelerados por mui-tos dos locais e percursos descritos anteriormente, em particular o quadrado mágico definido no início deste artigo, mas a sensa-ção final é absolutamente inenarrável.

A assim termina esta via-gem pelas Montanhas Mágicas. Visitem-nas e descubram-se na magia de experiências sensacio-nais e memoráveis. Elas aguardam-vos de vales abertos e com rios de sor-risos!

António Valente

- Valente Cruz

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Desde o seu início, o geoca-ching sempre foi uma acti-vidade universal. Praticada por pessoas de todas as ra-ças, nacionalidades, géne-ros, credos e idades. Talvez pelo contacto com a nossa criança interior, que nos faz reviver a diversão que é pro-curar um tesouro.

Não interessa pois se so-mos mais novos ou mais velhos, se temos mais ou menos experiência de vida: o bichinho de Geocaching contamina qualquer um.

No entanto, facilmente se associam características aos diversos estádios de vida: a irreverência e a re-beldia da juventude, a ou-sadia dos 20, a ternura dos 40 (como diria o cantor!) ou a sensatez, a sabedoria e a paciência depois dos 60. Embora sejam estereótipos, a verdade é que a fase da vida em que cada um de nós se encontra acentua certas

qualidades, e a experiência de vida acaba por nos fazer valorizar certas coisas em detrimento de outras. Em resumo, o mundo é diferen-te, quando visto aos olhos de um jovem comparativa-mente com a visão de uma pessoa com mais experiên-cia de vida.

Assim, nesta edição, resol-vemos pôr Frente a Frente, dois geocachers em dife-rentes estádios da vida. De um lado, um geocacher jo-vem, mas já bastante activo, cheio de energia e vontade de inovar, aproveitando as características da sua idade. Por outro lado, um geoca-cher com maior experiência de vida, que já descobriu o Geocaching depois dos 65 anos, mas que se aplica com a mesma vitalidade de um jovem, um exemplo de como a velhice ou a juven-tude são apenas um estado de espírito, e que rugas não

são mais do que mais umas velas num bolo.

Assim, de um lado, Peter-97silva, de seu nome Pedro Silva, um geocacher do dis-trito de Leiria, com quase 17 anos, mas já com um currí-culo geocacher que dá que falar. Registado em Março de 2012, conta já com mais de 450 founds no seu perfil e 10 caches escondidas. Um exemplo de que afinal, o que conta não é a idade, mas sim a vontade que se tem de praticar um desporto e de se afirmar perante os de-mais com a sua criatividade e vontade de inovar.

Frente a Frente, Alberto Si-mões, mais conhecido por AIRUC. Nascido há quase 70 anos em Curia (Anadia) encontra-se registado em Geocaching.com desde Ja-neiro 2010. Reconhecido como o impulsionador do geocaching na Bairrada, reside no distrito de Leiria

desde 1970. Fez parte do Team Espumante, na Bairra-da, que posteriormente, lhe dedicou a cache (GC4G173) Homenagem ao AIRUC. No seu perfil, podemos encon-trar mais de 1700 founds e 25 caches colocadas, uma delas na Alemanha (GC4H-F7M).

Duas gerações, duas formas diferentes de ver o mundo. Duas histórias de vida com-pletamente diferentes, duas vidas com preocupações completamente diferentes.

Mais de 50 anos separam estes geocachers, mas será que a sua forma de viver e sentir o geocaching é assim tão distinta? Quais serão as diferenças no Geoca-ching de cada um? Ou será que aquilo que os separa na realidade são apenas uns números no Cartão de Cida-dão? Será a idade um factor para se viver esta nossa ac-tividade de forma diferente?

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Descubra quem foi iniciado no Geocaching por um ami-go e quem foi iniciado pela família. Quem utiliza um telemóvel e quem usa um GPSr nas suas cachadas. Todas as respostas, já a se-guir, Frente a Frente! Alberto e Pedro, muito obrigado por terem aceite este desafio.

1. Com que idade começas-te a fazer geocaching?

Alberto: O geocaching sur-giu-me, tinha acabado de perfazer 65 anos, quando visitava a família na Alema-nha, e o meu genro com um “aparelhómetro” amarelado na mão, que designou de GPS, se dirigiu a um sinal de transito numa área de serviço, e escreve qualquer coisa numa tira de papel dentro de uma caixa de rolo de fotografias 35 mm. Pos-teriormente, noutros locais, lá percebi do que se tratava e, mais tarde, interrogada a minha filha de como come-

çar, efectuei o meu registo a 28 de Janeiro de 2010 e, passados cinco dias, encon-trei e registei o “log” da mi-nha primeira cache.

Pedro: Faltava-me 1 mês para fazer 15 anos quando me registei no geocaching.com.

2. Perante tantos hobbies possíveis, qual foi a princi-pal razão que te levou a es-colher o geocaching como actividade?

Alberto: Os meus “hobbies” são muito sedentários, no-meadamente a filatelia, des-de os onze anos de idade, a numismática posteriormen-te e, mais recentemente, a busca e colecção de tudo o que de antigo diga respeito à minha terra natal, de que já fiz três exposições.

Assim, o geocaching pare-ceu-me uma actividade algo divertida, por ser diversifi-cada, dar alguma mobilidade

de busca em vários ambien-tes, tanto na natureza como em meio urbano e, dando conhecimento desses lo-cais, de personalidades e acontecimentos que, por vezes, ali ao nosso lado, até aí passavam despercebidos da nossa curiosidade.

Pedro: Tudo começou quan-do vinha com um amigo da escola a pé depois de uma manhã de aulas e veio à conversa que ele nos escu-teiros procurava uma espé-cie de tesouros espalhados pelo país. Achei um pou-co estranho como poderia funcionar mas a ideia pa-recia bem engraçada… Ele contou-me que a cerca de 200m de minha casa exis-tia uma cache (e fez-me um grande spoiler!). Achei muito estranho mas nessa tarde convidei os meus primos e fomos lá vê-la. Para encon-trar essa cache nem levei GPS, apenas peguei numa

foto spoiler e fui à procura. Depois de bastantes minu-tos de procura ela apareceu, uma lock&lock com um livri-nho lá dentro e uns objectos dos kinders. Nesse mesmo dia inscrevi-me no site e a partir daí fui fazendo várias, que nessa altura pareciam bastante difíceis de encon-trar.

O geocaching não é o meu único hobby, e não houve uma razão em especial para eu começar...Talvez a con-ciliação da caça ao tesou-ro que em pequeno todos víamos na TV e achávamos muita piada com a vontade de conhecer novos locais e pessoas.

3. Como reagiu a tua família quando soube que pratica-vas geocaching?

Alberto: Quanto à reacção da minha família… Foi ela a iniciar-me, e é também com quem tenho participado em algumas cachadas tanto em

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Portugal como na Alema-nha, quando a vou visitar.

Pedro: A minha família sempre gostou de conhe-cer novos locais e por isso sempre gostaram do geo-caching (até porque no inicio achavam ser uma brincadeira ou alguma mentira que alguém me tivesse contado). São mui-tas as vezes que vamos a tentativas de FTF, desviar alguns quilómetros para preencher algum distrito ou até fazer bastantes qui-lómetros “só” para ir à Me-lhor Cache do País. A nível da criação de caches sem-pre me ajudaram bastante cada um na sua área, prin-cipalmente o meu pai, que tem bastante experiência na área de madeiras.

4. A idade influencia o modo como se sente e vive o Geocaching?

Alberto: Naturalmente, a idade em toda e qualquer actividade tem a sua in-fluência, pois, com o ir dos anos, normalmente as mo-tivações vão-se alterando. Evidentemente que aque-las caches com maior di-ficuldade nem sequer dão para pensar: para quando programar uma tentativa?

Pedro: Penso que a idade nem é um factor de gran-de importância, apesar de a idade reduzir a mobilida-de penso que a forma de o sentir e viver será sempre divertida e motivante.

5. Na tua opinião, esta é uma actividade para se praticar sozinho, ou em grupo?

Alberto: Normalmente faço geocaching individualmen-te e, sempre que tenho oportunidade, saboreio mais quando acompanha-do por algum amigo, nem que seja com um ”muggle”.

Sim, em minha opinião, o geocaching será mais des-frutado quando em com-panhia. A salutar disputa do “encontro eu/encontras tu”, um diz que será para aqui, o outro mais para ali e, principalmente o desen-rolar da conversa sobre todo e qualquer tema, in-cluso o da cache em si ou do seu móbil, quer sobre o local, etc.

Pedro: O geocaching em grupo tem inúmeras vezes mais piada, mas nos dias em que não há compa-nhia ir fazer umas caches é como terapia.

6. Que equipamento uti-lizas nas tuas cachadas? Telemóvel, GPS dedicado?

Alberto: A minha primeira cache foi encontrada sem qualquer equipamento, olhando para o mapa e com o conhecimento que tinha do local em que ela se en-contrava, chegando a uti-lizar, em algumas caches,

um GPSr que um familiar me emprestou. Depois, de esporadicamente ter uti-lizado o GPS de minha fi-lha, adquiri em leilão, um Garmin 60, que entretanto vendi, tendo comprado um Dakota 20, há cerca de ano e meio.

Com a aquisição de um smartphone Android, re-corro a ele para leitura de algum “log” eventualmente colocado posteriormen-te ao ter carregado o GPS, não o usando para a busca da cache excepto em caso de algum “crash” neste, como já me aconteceu.

Pedro: O meu inventário já mudou várias vezes desde que me iniciei. Comecei uti-lizando mapas impressos e micas (dá trabalho, eu sei), a seguir comecei a usar a minha PlayStation Portable para guardar Print Screens dos mapas, o que já ajuda-va a poupar um bocado em folhas. Depois usei o NDri-

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ve G400 do carro que tinha uma autonomia e precisão bastante pequena e bús-sola nem pensar mas que dava para facilitar um pou-co os trabalhos. A seguir comecei a ver o mundo dos smartphones e não perdi a oportunidade de comprar um Vodafone Smart. É len-to e tem pouca autonomia, mas android com C:Geo já me durou 2 anos, fez mais de 200 caches e tão de-pressa não penso trocá-lo por outro.

7. Se tivesses de definir, dirias que praticas um geocaching mais local, ou pelo contrário, grande parte das tuas caches en-contradas ficam a muitos quilómetros de casa?

Alberto: A minha prática de geocaching tem dois as-pectos quanto á área em que normalmente costu-mo actuar. A maioria das caches que tenho regista-do, uns quarenta e tal por cento, situam-se num raio de uns trinta a quarenta Km da minha residência e outro grande grupo situa-se na área de minha terra natal, Curia (daqui o meu nickname). Também apro-veito as viagens entre es-tes dois pontos, nem sem-pre fazendo a mesma rota, para ir visitando mais uns GZ.

Também, entre as mais de 1770 caches que tenho re-gistadas contam-se 166 na Alemanha.

Pedro: Obviamente pratico um geocaching mais local, devido ao meu meio de transporte mais utilizado ser a bicicleta, mas talvez cerca de 40% das minhas

caches encontradas são a mais de 40 km de casa.

8. Que tipo de cache pre-feres?

Alberto: Uma cache tradi-cional com um contentor simples, até colocada ali à mão de semear, de difi-culdade 1, mas com uma daquelas vistas ou num re-cantinho que há muito não nos passava pela retina, pode satisfazer mais que outra, por exemplo, mis-tério, que até exigiu muita pesquisa que até nos deu bastante prazer e, depois, o contentor muito elabo-rado está rodeado de lixo – haveria que fazer “CITO”.

Agrada-me uma multi-cache, com não mais de dois pontos intermédios, sem grandes dificuldades de manipulação dos da-dos recolhidos para obter as coordenadas finais, de modo a que esta acção não nos distraia do motivo que o owner nos quis mostrar, salvo se o motivo da cache era mesmo esse.

Pedro: Este Verão desco-bri as Letterboxes e desde aí não quero outra coisa. São definitivamente o tipo de caches que me dá mais prazer a encontrar devido à forma antiga de caçar tesouros e a menos utili-zação do GPS e também de mostrarem locais (princi-palmente edifícios) lindos e abandonados.

9. Founder ou owner. Que faceta de geocacher vos dá mais prazer?

Alberto: Claro que me dá grande prazer colocar uma nova cache para que outros conheçam o tema que a ela me levou e, depois, receber o retorno de apreciação dos

outros geocacheres. Em-bora os meus contentores não sejam grandemente elaborados, a maioria tem sempre um pouco, mesmo um pouco mais que uma simples caixinha.

O gosto de ser owner de algumas caches, que serão sempre em muito menor número do que as variadís-simas que vamos visitan-do, desde as mais banais de rolo de 35 mm, aos mais elaborados contentores e temática tratada na res-pectiva listing, bem como aos locais que perdurarão na nossa memória, poderá ser ultrapassado pelo pra-zer da busca e found des-ta ou daquela que tão de-pressa não esqueceremos. Assim, direi que prefiro ser founder a ser owner.

Pedro: 50-50. Adoro es-conder caches bem ela-boradas e ler os logs das histórias das pessoas que encontraram, mas também tenho uma grande paixão por aquelas caches com uma grande quantidade de favoritos que dão grande prazer a encontrar e em que no fim deixamos um grande log em agradeci-mento ao owner.

10. Imaginem que pode-rias fazer uma alteração a alguma guideline da Grou-ndspeak. Que mudança in-troduzirias nas regras?

Alberto: Não vejo grande necessidade de introduzir ou alterar qualquer regra das guidelines da Grounds-peak. Há é que ter um pou-co de bom senso e cuidado na colocação do contentor de forma a não ferir patri-mónio, quer particular quer público e o ambiente em

geral, de modo a não haver a reprovação da comunida-de.

Há alguma polémica em relação ao modo como se colocam caches, nomeada-mente no que se considera ou não ser enterrado; aqui penso que deveria haver um bom diálogo entre o owner e os revisores para se chegar a uma conclusão satisfatória, aliás, como em toda outra situação dúbia.

Pedro: A guideline da Groundspeak que mais me intriga é possivelmente a das caches enterradas. Na minha opinião uma coisa é uma cache em que se es-cava um buraco e se tapa com terra, outra coisa é deixar uma parte à super-fície e apenas escavar um pequeno buraco para colo-car uma parte do container. Mas quem define as regras é a Groundspeak e se que-remos esconder caches te-mos de as cumprir.

Aproveito para agradecer ao Team Marretas e aos restantes colaboradores do Geopt por este convite e continuem com o exce-lente trabalho que estão a desenvolver, tanto a ní-vel da GeoMagazine como do portal em si. Aproveito também para convidar to-dos os geocachers a visita-rem a minha nova criação, a Geodetect (GC4QV1A) e agradeço ao amigo AIRUC as boleias e ajudas em ca-ches que ele me tem dado!

Um Grande Abraço!

Bruno Gomes

- Team Marretas

Fotos cedidas gentilmente pelos

entrevistados

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Passaram em janeiro 10 anos sobre a criação de um novo tipo de caches, ao es-tilo das caches virtuais, mas com características muito próprias, que lhes abriram as portas a uma década de sucesso. Estamos a falar das EarthCaches!

A primeira EarthCache foi criada pelo mentor e for-ça motriz do programa das EarthCaches, Gary Lewis (geoaware), a 10 de janei-ro de 2004 no Parque Na-cional de Murramarang, na Austrália, e foi batizada de “EarthCache I – a simple geology tour of Wasp Head” (GCHFT2). Hoje, a equipa forte do programa é cons-tituída pelo geoaware (Gary

lewis) e o geoawareHQ (Matt Dawson), ambos fun-cionários do Departamento Education & Outreach Pro-grams da American Geolo-gical Society.

Com a criação deste novo tipo de caches pretendeu-se estender o Geocaching a locais onde é proibido por lei esconder as tão famosas caixinhas como, por exem-plo, nos Parques Naturais ou geomonumentos, possi-bilitando aos seus visitantes a vivência de uma aventura diferente ao travarem co-nhecimento, de uma forma educativa, com as caracte-rísticas geológicas singula-res de inúmeros locais por esse mundo fora.

Também em Portugal rapi-damente se aderiu a este novo tipo de caches, pela mão e olhar profissional de um geólogo: em 19 de abril de 2005 era publicada a pri-meira EarthCache em terri-tório nacional, chamada “S. Domingos Mine Earthcache - DP/PT/EC1” (GCNJ7E).

A novidade da criação das EarthCaches suscitou algu-ma curiosidade por parte de diversos geocachers e, ain-da nesse mesmo ano, surgi-ram mais duas. Em 2006 fo-ram criadas duas e em 2007 outras dez, maioritariamen-te pela mão do “mestre cria-dor” danieloliveira que, até hoje, criou 67 EarthCaches, não só em Portugal mas

também no estrangeiro. A partir de 2008 assistiu-se a um grande aumento de número de EarthCaches criadas e também à diversi-ficação dos seus criadores, aparecendo 26 em 2008, 42 em 2009, 31 em 2010, 76 em 2011, 75 em 2012, 59 em 2013 e, para já, 5 em 2014, totalizando actual-mente 338 exemplares acti-vos e 24 arquivados (à data de 5/02/2014).

Existem estatísticas deta-lhadas de quem fez mais, quem foi o primeiro, quem tem mais favoritos, etc., mas seriam dados mui-to maçudos para uma re-trospectiva como esta. O que interessa realçar é que

EarthCaching: 10 anos a ver a Terra com outros olhos

Por The Lunchtime Gang

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existem no momento 257 no Continente, 22 no Arqui-pélago da Madeira e 59 no Arquipélago dos Açores.

A história do EarthCaching foi marcada de forma mui-to positiva em 2009, com a elaboração de uma lista-gem com as dez melhores EarthCaches existentes em todo o mundo. Nesta hon-rosa classificação figuraram duas EarthCaches portu-guesas, “Cruziana [Penha Garcia]” (GC13D90) do Bar-gao_Henriques e “Cutouts - DP/EC35” (GC1K80T) de da-nieloliveira. Este último viu ainda outra das suas cria-ções neste Top10, a “Olivine (Mg,Fe)2SiO4 - DP/EC38”

(GC1M15H), localizada no Hawaii. Com o incontornável panorama de excelência das EarthCaches nacionais, não admiraria se algumas figu-rassem numa lista que en-tretanto fosse actualizada.

O panorama das EarthCa-ches em Portugal e a sua promoção passou também pela criação de eventos re-lacionados com aspectos geomorfológicos e geoló-gicos. Nesta vertente, ao longo destes anos, têm sido criados alguns even-tos alusivos que incluíram uma componente prática. O primeiro destes foi o “Trace Fossils of Ancient Volcanoes (GCY6QQ)” a 8 de Outubro

de 2006 para comemorar o primeiro International Ear-thCache Day. Seguiram-se outros, nomeadamente, “EarthCache Day 2008 - PT edition (GC1GAC1) em 2008, “International EarthCache Day 2010 (GC2B8R9) em 2010 e International Ear-thCache Day 2013: the PT event (GC4CYB4), tal como o título indica, em 2013.

2014 nasceu com uma proli-feração de eventos a marcar o 10º aniversário das Earth-Caches em Portugal. Com a excepção do Algarve, onde não houve eventos marca-dos a comemorar esta efe-méride, houve-os no resto do país demonstrando que

as EarthCaches estão cá para ficar e maravilhar!

Mais do que um hobby de especialistas em geociên-cias, o EarthCaching é uma forma diferente de fazer Geocaching acessível a to-dos, que permite ver a Terra e os seus processos naturais com outros olhos, tomando conhecimento ou entenden-do um pouco melhor o que temos debaixo dos pés…

Daniel Oliveira

- danieloliveira

Paulo Henriques

- Bargão Henriques

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Aldeias de PortugalALDEIAS PENHAS GARCIA

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Penha Garcia é um local digno de um postal ilus-trado. Uma aldeia com ca-rácter, com charme e com uma história de mais de 500 milhões de anos! A be-leza única da sua paisagem dispensa palavras, mas é num percurso a pé desde a sua imponente muralha até às margens do Rio Ponsul que é realmente possível descobrir, sentir e respirar Penha Garcia.

Penha Garcia é uma fregue-sia do concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. A região é fértil em vestígios pré-históricos e romanos, e a ela sobran-ceira, denominada Penha, terá sido fortificada desde a mais remota antiguidade.

No vilarejo, as ruas sinuo-sas e íngremes apresentam muitos exemplares inte-ressantes da arquitetura tradicional da aldeia, com casas construídas na pedra ruiva da região, o quart-zito, e com pormenores bem interessantes, como os balcões e os lintéis das portadas e janelas. O ca-sario típico protegido pelas

imponentes muralhas con-vida o visitante a percursos por becos e ruelas que nos levam ao cimo do castelo, de onde se vislumbra uma magnífica paisagem so-bre o vale onde corre o rio, acompanhado pelos seus moinhos de rodízio, outrora o maior conjunto de todo o concelho. Daqui é possível abraçar com o olhar o gran-de paredão da barragem de Penha Garcia, construída na garganta do rio.

Do penhasco da Penha até às margens do rio Ponsul há uma caminhada de apenas três quilómetros, que nos faz recuar 500 milhões de anos até aos primórdios da vida: uma autêntica viagem no tempo e um dos tesou-ros mais bem guardados da Beira. A Rota dos Fósseis foi criada em 2003 pela au-tarquia de Idanha-a-Nova, apresentando finalmente ao mundo o inestimável legado iconológico que, na memória dos antigos, ti-nha a singela designação de “pedras escrevidas”. As “cobras pintadas” repre-sentam, na realidade, ves-

tígios da Era Primária, hoje identificados como rastos de um primitivo ser vivo que habitava os oceanos: os trilobites. Poucos locais no planeta apresentam um conjunto de icnofósseis tão bem preservados, uma das principais razões da sua classificação e inclusão no Geopark Naturtejo da Me-seta Meridional, criado sob os auspícios da UNESCO.

O visitante mais ávido de aventura e de espirito mais explorador, encontra aqui na Rota dos Fósseis um percurso de cerca de uma hora e meia, repleto de história. É possível ver de perto as casas tradicionais, compreender a importân-cia outrora estratégica dos moinhos de água, e ainda visitar a Casa dos Fósseis, um pequeno centro inter-pretativo e casa-museu. A meio do percurso a magni-fica cascata convida a um mergulho refrescante e a um belo piquenique, num panorama de excecional be-leza natural.

Em 2007 o Touperdido re-velava ao mundo do Geo-

caching as maravilhas do “Presépio da Beira”, pu-blicando a primeira cache tradicional de Penha Gar-cia, (GC12KN2) Rota dos Fosseis [Penha Garcia], que ainda se mantém no ativo e goza de excelente saúde. Com intervalo de apenas alguns meses, o Bargão Henriques colocava Penha Garcia nos lugares cimeiros da excelência mundial, com a EarthCache (GC13D90) Cruziana [Penha Garcia], eleita em 2009 uma das 10 melhores EarthCaches do mundo, segundo os rigoro-sos critérios do programa earthcache.org.

Motivos de sobra para pro-gramar uma visita a Penha Garcia, um ponto de passa-gem obrigatório no roteiro do geocacher. Fica o convite à descoberta!

Texto/ Fotos:Flora Cardoso

- Lusitana Paixão

Fontes:

www.guiadacidade.pt / www.estilosdevida.rtp.pt /

www.cm-idanhanova.pt

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Entrevista de Carreira

Tmob & LaranjaO Tiago (tmob) e a Rita (laranja), são um dos casais coqueluche do Geocaching português. Discretos, mas uma referência incontornável no panorama nacional, seja pelas caches de excelência, seja pelo nível cultural ou pela partilha das suas aventuras além fronteiras.

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Para além do Geocaching, apaixonaram-se recente-mente pelo Waymarking, uma actividade comple-mentar das suas viagens, onde o plástico fica relega-do para segundo plano.

Nesta edição abriram as portas à GeoMagazine e mostraram-nos a receita para a motivação de seis anos de Geocaching.

- Apesar de terem contas individuais, grande parte do vosso geocaching de-senvolve-se em conjunto. Sentem-se igualmente confortáveis no jogo de forma individual, ou pre-ferem procurar caches em equipa?

Sentimo-nos confortáveis na vertente individual do

geocaching, mas normal-mente só o fazemos quan-do a vida profissional nos impede de o fazermos jun-tos. É sem dúvida em con-junto que o geocaching para nós faz sentido, e é a forma na qual nos sentimos mais confortáveis. No entanto ambos preferimos manter a nossa conta individual, tanto no geocaching.com como nos fóruns dedicados ao tema. É uma questão de opção, no nosso caso fun-ciona bem, mantendo cada um a sua individualidade.

- Já se conheciam antes do Geocaching, ou foi o jogo que os juntou?

Costuma-se dizer que o melhor do geocaching são as pessoas que se conhe-cem, e nós naturalmente

que partilhamos essa opi-nião. Ambos gostamos de caminhadas, da natureza, das viagens e claro da sen-sação de descoberta, pelo que foi natural descobrir-mos o geocaching; iniciá-mo-nos no jogo de forma individual, mas os gostos semelhantes acabaram por nos juntar. Conhecemo-nos num evento não oficial, para os lados da Arrábida, combinado através de um fórum de geocaching, e es-tamos juntos desde então.

- No geocaching têm gos-tos semelhantes, ou pelo contrário aspirações dife-rentes e complementares que tentam conciliar no terreno?

Temos gostos semelhan-tes em muitas coisas, e no

geocaching também. Es-sencialmente gostamos de descobrir locais novos, e de aproveitar o tempo livre para passear. Nisto esta-mos em plena sintonia.

No entanto, as nossas dife-renças individuais acabam também por surgir. A Rita tem claramente mais pa-ciência para caches misté-rio ou para procurar caches mais complicadas, enquan-to o Tiago gosta mais de coisas simples, e prefere dar atenção aos locais, a procurar uma agulha num palheiro.

- O vosso geo-percurso além fronteiras é invejável! Quais foram os países que, no conjunto da viagem, vos deixaram as experiências mais marcantes?

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O geocaching é uma ópti-ma ferramenta para quem gosta de viajar, e nós gos-tamos de tirar partido dis-so, tanto dentro como fora de portas. Existem muitos locais, principalmente fora das grandes cidades, que só descobrimos graças ao geocaching.

Destacaríamos provavel-mente a Noruega, pela sua beleza natural. Estivemos lá em 2010, alugámos um carro e durante nove dias percorremos o país dos fiordes, acampando ao lon-go do percurso. Nem o tem-po chuvoso nos conseguiu estragar a experiência de acordar todos os dias com uma paisagem deslum-brante, rodeados de mag-níficas montanhas e mui-tas cascatas. Em termos de geocaching, foi também bastante gratificante gra-ças aos locais que nos deu a conhecer, não só de in-teresse paisagístico, mas também patrimonial, como por exemplo as Stavkirkes (cuja tradução à letra é igre-jas de madeira) (GC1QRZ3) originalmente construídas na idade média; nessa altu-ra chegaram a ser milhares, mas hoje restam menos de 30.

Em termos de experiências, especificamente relaciona-das com geocaching, talvez seja de destacar uma visita meio ilegal a uma antiga estação militar Americana (GC1QGJ0), perto de Muni-que, na Alemanha. Visitá-mos a cache na companhia que uns amigos Alemães, que foram essenciais na tradução pois a cache es-tava toda em Alemão. Tam-bém na Alemanha, numa

noite de fim de ano, ao procurar uma cache de lan-terna acesa, fomos aborda-dos pela polícia que corria na nossa direcção, a gritar “Polizei”. Como nenhum de nós fala Alemão, pensámos que a situação só se podia complicar; acabámos por usar a palavra “geocaching” o que resolveu o problema de imediato. Que alívio!

Também podemos destacar os contrastes com que nos deparámos na China, nos Emirados Árabes Unidos ou na Bielorrússia, que sem dúvida foram experiências singulares, ainda que o geo-caching não tenha muita expressão.

No fundo, qualquer viagem se traduz em muitas histó-rias para contar, e apesar de não ser essencial, o geo-caching é sempre um bom companheiro.

- Qual foi a melhor cache que encontraram, fora de Portugal?

Não é fácil eleger só uma, até porque muitas vezes as caches se completam e acabam por constituir uma experiência global, da cida-

de ou do país que se está a visitar.

No entanto há sem dúvida caches a assinalar, como a Preikestolen (GCGGHB), na Noruega. Falamos de uma cache histórica, co-locada em 2003, num dos locais mais fantásticos que tivemos oportunidade de visitar. Trata-se de uma falésia com 604 metros, praticamente vertical, com o Lysefjorden como pano de fundo. O topo da falésia é quase plano, quadrado, com cerca de 25x25m. Pela quantidade de gente que visita o local poder-se-ia pensar que fica, mesmo ali ao lado da estrada, mas não é verdade, é necessário caminhada de cerca 2h, por um trilho nem sempre sim-ples, mas cujo pináculo é a chegada ao topo.

A visita à The Giant’s Cause-way Earthcache (GCPCPX), a famosa calçada do gigante, é também uma visita obri-gatória na Irlanda do Norte, afinal todos a conhecemos dos livros da escola.

Outra cache que também ficou na nossa memória foi a Europe’s First (GC43), na

Irlanda, pelo seu valor his-tórico. A primeira cache co-locada no velho continente, em 2000.

- Na preparação das vos-sas viagens investem mui-to no planeamento no que concerne ao Geocaching ou as caches surgem natural-mente na vossa rota, já no local?

Normalmente não investi-mos muito no planeamen-to, levamos a base de dados carregada com as caches das zonas que queremos visitar e a coisa acaba por acontecer naturalmente. A verdade é que num des-tino citadino, nem sempre se justifica grande planea-mento, acabamos por visi-tar os principais pontos de interesse e as caches nas redondezas. Noutro tipo de destinos, onde temos aces-so a um carro, a definição da rota é mais dinâmica, por vezes fazendo desvios em busca de alguma cache que identificámos à priori, ou no decorrer da viagem. Exemplos disso são duas na Escócia, a Along the Moray Firth : Icehouse (GC3CD09), com uma colónia de focas

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residente, ou a Glenfinnan View (GC26517), onde se situa o impressionante via-duto famoso pelos filmes do Harry Potter.

- Têm projectos para novas viagens? Que destinos es-tão no topo da vossa lista, a curto-médio prazo?

Sendo dois amantes de viagens, projectos não nos faltam. A Ásia e a Améri-ca do Sul são destinos que estão no topo da nossa lis-ta, mas as grandes viagens estão reservadas mais para o médio-longo prazo. Para já temos pensados alguns destinos mais próximos, e para os quais é mais fácil encontrar voos baratos, es-tando o mediterrâneo de-baixo de olhos, uma vez que é uma zona para nós pouco conhecida.

Muitas vezes as viagens, mais do que um destino e uma data concreta, são uma questão de oportuni-dade, ou da conjugação de factores, como seja a dispo-nibilidade e as promoções do momento.

Cá dentro temos o Norte como prioridade, queremos regressar ao Gerês e a Trás-os-Montes, zonas onde já estivemos mas onde há ainda muito para conhecer. Não está excluído também o regresso aos Açores, se surgir a oportunidade de conhecermos mais alguma Ilha.

- Qual é o local mais mítico que gostariam de visitar e que consideram mais ina-tingível?

Em termos de destinos nada é inatingível, hoje em dia há muitas formas de

viajar sem gastar muito di-nheiro, basta estar atento e disponível para tal. São imensos os lugares que fa-zem parte do nosso imagi-nário, como seja o Machu Picchu, as Galápagos, os templos de Angkor, e tan-tos outros. Se não for em 80 dias, como o Willy Fog, pois que seja em 80 anos, mas lá haveremos de che-gar.

- Voltando ao Geocaching nacional: ao longo dos anos ambos têm mantido um desempenho muito regu-lar no jogo, e são presença habitual nos lugares cimei-ros dos rankings nacionais. Costumam acompanhar as estatísticas ou mantêm-se completamente alheios aos números?

A presença nos lugares ci-meiros não é mais do que a consequência de gostar-mos muito do geocaching, e de lhe dedicarmos boa parte do nosso tempo livre, desde há vários anos. Mas não é de todo uma situa-ção à qual demos particular relevo. Essas posições irão

certamente alterar-se, e mais dia menos dia iremos deixar de estar nos luga-res cimeiros, uma vez que temos um ritmo próprio, que tem sido relativamente constante ao longo do tem-po. Mas claro que de vez em quando espreitamos as es-tatísticas, por uma questão de curiosidade.

- Qual é a vossa principal motivação para continua-rem a praticar Geocaching?

As nossas motivações são as mesmas de sempre, co-nhecer novos locais e no-vas pessoas, desfrutar da natureza, divertimo-nos, ou simplesmente ocupar os tempos livres em busca de alguma cache. Claro que mais de seis anos depois, nem sempre é fácil encon-trar locais novos, pelo me-nos no raio de acção habi-tual. Há que estar atento, e triar um pouco as caches a procurar, havendo hoje em dia várias ferramentas que ajudam nessa tarefa. Intercalar o geocaching de proximidade com alguns passeios a locais mais

distantes, ou que não co-nhecemos tão bem, é uma boa forma de manter o in-teresse na actividade, e é algo que sempre tentámos fazer.

- O que é que vos enche mais as medidas: Geoca-ching de Aventura, Local ou Recipiente?

Sem dúvida que o local, mas uma pitada de aven-tura também é bem-vinda! Damos muito pouca impor-tância ao recipiente. Uma banal caixa de rissóis ou rolo de fotografias, desde que num local interessante, é mais do suficiente para a sensação de satisfação es-tar garantida. É claro que por vezes, também os re-cipientes mais elaborados nos arrancam um sorriso. No fundo a variedade com-plementa-se e é uma mais valia no geocaching. Pelo lado negativo, destacaría-mos os recipientes que por vezes se confundem com lixo, ou os esconderijos imundos.

- Recentemente completa-ram a série Lusitani e en-

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traram no restrito círculo de geocachers que conse-guiram encontrar todas as caches do projecto! Quan-to tempo demoraram a completar esta série e que estratégia seguiram para atingir esse objectivo?

Deu-nos bastante prazer completar esta série, uma proeza que nos levou mais de cinco anos a realizar. Encontrámos as primei-ras caches pouco depois de serem publicadas, em 2008, mas lembramo-nos perfeitamente de termos pensado que dificilmente iriamos completar a série. No entanto, pela via das dúvidas fomos incluindo as caches Lusitani nos pas-seios que fomos dando. Até 2010 encontrámos a grande maioria, a partir daí, apesar de restarem apenas cinco caches por encon-trar demorámos mais três anos até termos a cader-neta preenchida, o que só aconteceu em Outubro de 2013, na Lusitani dos Aço-res. Tivemos oportunidade de concluir a série já no final

do ano passado. Encontrar a cache final, mais do que completar a série, é sinó-nimo de muitos passeios, e de como agora conhecemos Portugal muito melhor.

- A Badge “Concelhos” tam-bém é um simpático objec-tivo ao qual estão atentos! Divertem-se com estes simbólicos desafios dentro do Geocaching? É um as-pecto do jogo que vos mo-tiva particularmente?

Trata-se realmente de um desafio simbólico, mas de-pois de tantos anos a pro-curar caches é mais uma forma de irmos mantendo a motivação, e ao mesmo tempo cumprindo o objec-tivo de conhecer novos lo-cais. Foi uma “descoberta” recente, uma vez que só no ano passado começámos a dar atenção a esta badge, mas a partir daí tem sido nosso objectivo, ir pintan-do o mapa dos concelhos. No fundo o objectivo não é novo, apenas a escala é que mudou; recordamos com satisfação quando comple-támos o mapa dos distritos.

Quem sabe se um dia não passamos a estar atentos às Freguesias.

- Dentro do vosso percur-so em Portugal, há alguma cache ou algum local que destaquem como a melhor experiência de sempre?

Destacar “A” melhor é mui-to complicado, mas existem alguns locais que nos fica-ram definitivamente mar-cados na memória.

Exemplo disso são a Na Li-nha do Douro (GC1BRPH) e a sua vizinha La Ruta de Los Túneles - Barca d’Alva (GC1C1W9) (esta já com um pezinho em Espanha), que no conjunto proporcionam uma experiência inolvidá-vel, pela beleza paisagística, desafio físico e sensação de descoberta.

A MORIA (GC1EFF5), situa-da na Madeira, e colocada no interior de um túnel de uma levada, com cerca de 2,5km, que percorremos na íntegra, foi um bom de-safio porque grande parte do percurso é feito rumo ao desconhecido, uma vez

que nem uma luz se avista ao fundo do túnel; já para não falar em todo o enqua-dramento natural onde se situa.

Na costa vicentina são inú-meras as caches merecedo-ras de destaque, tantas que seria injusto nomear uma ou outra. No global é sem dúvida um local propício a geocaching de excelência.

Por esse Portugal fora exis-tem muitos sítios de grande beleza, destacamos as Por-tas de Rodão, e a cache Far away, so close (GCF508), ou outros completamente fora dos roteiros turísticos, como a Os Calvários (GCR-R0E), que nos leva a se-guir os passos dos antigos contrabandistas, saltitando entre Portugal e Espanha, literalmente por dentro do Rio Chança.

Graças à capacidade de mo-bilização, e muitas vezes ao altruísmo dos geocachers, foram possíveis algumas aventuras que recordamos com imenso agrado, como por exemplo as visitas ao Bugio (GC2E26A) ou à Ilha

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FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7 do Rato (GCQXDH), locais tão próximos mas que difi-cilmente visitaríamos se não fosse o geocaching.

- Vocês têm 21 caches es-condidas, com uma média elevada de Favoritos. É im-portante para vocês a esco-lha do local quando escon-dem uma cache?

Não sendo exclusivamen-te “grandes” caches, todas elas estão em locais de que gostamos, e aos quais nos dá sempre prazer regres-sar. Esse sempre foi o mote que utilizámos na colocação de caches. Ainda que neste caso estejamos a falar dos locais, esta máxima pode ser interpretada de forma mais abrangente, quando se tra-ta de recipiente especial, ou quando a aventura é o prato forte da cache. No fundo so-mos adeptos de caches que, pelo menos, tentem acres-centar algo.

- Dentro dos vossos hides, qual é a menina dos vossos olhos?

Para o Tiago, será prova-velmente A Ponta do Cabo (GC18F1B), situada precisa-mente na ponta do Cabo Es-pichel, num local que envol-ve uma pequena caminhada, e onde se pode apreciar uma vista fantástica sobre o cabo e toda a costa a norte, dife-rente da que provavelmente a maioria das pessoas co-nhece. Passados seis anos da sua colocação, continua certamente a destacar-se das muitas que agora exis-tem à volta. Os registos e

os 77 favoritos são também uma boa recompensa pela sua manutenção durante este tempo.

A Rita tem um carinho es-pecial pelo Vale do Arqui-tecto (GC18ZPR), é um local muito perto da civilização e ao mesmo tempo completa-mente isolado, onde se con-segue ouvir a água do rio a correr, os passarinhos a can-tar e respirar ar bem fresco. É sempre bom lá voltar para um passeio. A cache tem al-guns favoritos, e alguns logs bastante elogiosos o que quer dizer que a opinião é partilhada por outras pes-soas, o que deixa qualquer owner feliz.

- Contudo, desde 2010 que não escondem nenhuma ca-che nova. Acabaram-se os locais de eleição ou acabou a motivação para esconder caches novas?

Deixámos de colocar caches quando sentimos que tí-nhamos atingido o número aceitável ao qual consegui-ríamos dar a manutenção necessária, ainda que nes-sa altura tivéssemos mais algumas ideias para novas caches.

Entretanto o número de ca-ches começou a aumentar exponencialmente, o que nos faz pensar que even-tuais caches que coloque-mos não irão acrescentar muito. Temos obviamente noção que o geocaching não se faz só de caches de exce-lência, e há espaço para todo o tipo, sendo que também

encontramos muitas caches banais e ainda não foi por isso que nos fartámos do jogo. No entanto, na verten-te de owners, temos optado por não colocar nenhuma nos últimos anos, ainda que não tenha sido propriamen-te uma decisão irrevogável (e mesmo que fosse, agora até as decisões irrevogáveis se alteram). Esperamos no futuro vir a encontrar um local para partilhar, e que tenhamos as condições e a disponibilidade necessárias para as manutenções.

Foi também pouco depois disso que nos começámos a dedicar ao waymarking, o que acaba por saciar o gosto em partilhar locais.

- De facto, o Waymarking também é outra vertente na qual estão especialmente empenhados, paralelamen-te ao geocaching. O que vos desperta especial interesse no Waymarking e quais são os aspectos que vos entu-siasmam nesta actividade?

O waymarking, o filho pobre da Groundspeak, nasceu de-pois do fim das locationless e das caches virtuais, tendo mantido alguma da sua es-sência. No fundo consiste em encontrar e/ou geore-ferenciar locais ou objectos, enquadrando-os numa vas-ta lista de categorias, que actualmente são mais de 1000.

Tal como no geocaching tem duas vertentes, a visita de waymarks existentes e a criação de novos. A nossa

preferência recai na criação de waymarks, que é a ten-dência geral dentro da co-munidade do waymarking. O desafio é ainda maior quan-do tentamos preencher a grelha de categorias, crian-do waymarks no máximo de categorias diferentes.

Estes são os princípios do jogo, e no terreno a conse-quência é desenvolver-se um olhar muito mais atento a pormenores e caracterís-ticas daquilo que observa-mos, tentando enquadra-los nas categorias existentes.

- Se quisessem convencer alguém a converter-se ao Waymarking, quais seriam os principais argumentos que usariam?

É também uma actividade que envolve a descoberta de novos locais, e apesar de haver muita gente que se dedica exclusivamente ao waymarking, para quem vai começar, é certamente um bom complemento ao geocaching! Que inclui uma excelente base de dados de pontos de interesse cata-logados nas mais diversas temáticas.

O interesse de cada catego-ria pode ser questionado, de acordo com os gostos indi-viduais, mas é questão de identificar as que mais nos aliciam.

Para além da componente de enquadrar sítios em ca-tegorias, a verdade é que o waymarking modifica a nos-sa forma de olhar para as coisas.

Viajar proporciona-nos sempre o contacto com novas gentes, lugares e culturas

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Experimentem!

- Consideram que o Waymarking e o Geoca-ching andam de mãos dadas como actividades complementares, ou serão antes modalidades total-mente distintas direccio-nadas para perfis bem di-ferentes?

São duas formas de dar uso aos aparelhos GPS, que consideramos bastan-te complementares. É um facto que muitos locais in-teressantes estão também referenciados com caches, mas o waymarking permi-te uma visão de pormenor. Muitas vezes descobrimos os sítios por causa do geo-caching, mas descobrimos os detalhes por causa do waymarking.

- Actualmente dedicam mais tempo ao Waymar-king ou ao Geocaching?

O geocaching foi sempre a actividade à qual dedicámos mais tempo, principalmente no terreno. O waymarking funciona como hobby para-lelo, e é muitas vezes feito

à posteri, com base em fo-tografias tiradas durante os passeios. Esta é outra ca-racterística do waymarking, onde muitas vezes a desco-berta dos locais ou da sua história surgem mais tarde.

- O que é que falta ao Waymarking para atingir a popularidade do Geo-caching? Sentem que o Waymarking teria a ganhar com a massificação?

O problema do waymar-king é uma pescadinha de rabo na boca. Por um lado, tem falta de investimento da Groundspeak por não ter muitos utilizadores, em comparação com o gran-de gerador de receitas, o geocaching. Por outro lado, sem grandes melhorias ao nível do site, e do desen-volvimento dos modos de interacção com o utilizador, como por exemplo aplica-ções para smartphones, dificilmente se tornará um jogo de massas.

- Costumam planificar as vossas viagens em função do Waymarking, seja por-

que querem visitar deter-minado Waymark, ou para fotografar algum local onde gostariam de criar um?

Não temos por hábito re-gistar visitas a waymarks, e é muito raro visitarmos algum propositadamen-te. No entanto lembra-mo-nos de visitar um em Paris, da categoria Movie locations; trata-se do Cafe des deux Moulins, “Amelie” (WM37P8), onde foi filmado o filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Dificil-mente visitaríamos o local se não fosse este waymark.

Visitar locais com o objecti-vo de aí criar um waymark é mais frequente, principal-mente para conseguir algu-ma categoria mais rara. A lista de categorias é vasta, e há muitas que são mais comuns de encontrar ou até mesmo exclusivas de certos países.

- Dentro do Waymarking há alguma categoria mais complicada que vos tenha dado particular prazer criar um Waymark?

Encontrar locais que se enquadrem em algumas categorias mais complica-das pode realmente ser um desafio, que muitas vezes acontece por acaso. Re-centemente ao visitar uma cache, reparámos no texto de uma placa na fachada da igreja, que encaixou per-feitamente numa categoria improvável de encontrar em Portugal, dedicada a memoriais da Guerra do Vietname (WMJYZZ). Outro exemplo a referir, foi uma estátua do Abraham Lincoln que descobrimos por acaso num cemitério de Edimbur-go, que acabou por se reve-lar o único monumento de homenagem à Guerra Civil Americana conhecido fora dos EUA (WMF5Q0). À Rita deu particular satisfação criar waymarks nas catego-rias Shoe Trees (WMBF9M) e Carnivorous Plant Locali-ties (WMAWPA) que o Tiago ainda não tem na lista.

- Existe alguma categoria fétiche que prossigam sem sucesso?

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Não é bem uma categoria fetiche, mas já por duas vezes o Tiago encontrou um Peace Pole (uma vez em Glasgow, outra na La-goa das Sete Cidades), para verificar à posteriori que já alguém tinha criado esses waymarks. Os Peace Poles são pouco comuns, e con-sistem em postes/monu-mentos erigidos um pouco por todo o mundo, como um símbolo internacional de paz, e com a mensagem “Que a paz prevaleça no mundo” escrita em várias línguas, nas várias faces.

- Qual o Waymark que mais orgulho vos deu criar?

Criar um waymark numa categoria complicada dá sempre alguma satisfação, mas existe um, não só por pertencer a categoria pouco comum, mas também por ter sido o primeiro waymark criado nesse país. Falamos do Cemitério Militar de

Minsk (WMJ0DH), na Bie-lorrússia, criado pelo Tiago na categoria Veteran Ceme-teries. A Rita tem bastante satisfação em conseguir alguma categoria que o Tia-go ainda não tenha, só para fazer pirraça.

- Voltando ao Geocaching, como vêm a massificação da actividade? Essa mas-sificação de alguma forma alterou a vossa forma de praticar Geocaching?

Com toda a divulgação e a democratização dos smar-tphones, era algo inevitável de acontecer, ao qual temos de nos adaptar e aprender a lidar com o excesso de ca-ches em certas zonas. No fundo obriga a planear um pouco melhor os passeios, fazendo por incluir na rota, caches à partida, com maior potencial.

- Quais são as vossas Geo-resoluções para 2014?

Não temos por hábito de-finir geo-resoluções muito concretas, mas acabamos por ter algumas linhas orientadoras. Para este ano, pretendemos focar-nos na visita a caches em novos concelhos e algumas mais antigas que nos fal-tam encontrar, por exemplo as da badge GC6. Está tam-bém nos nossos objectivos encontrar caches em 2 ou 3 países novos.

- Um grande objectivo, um projecto ou um sonho no Geocaching que ainda não conseguiram alcançar?

Uma cache que gostáva-mos bastante de encon-trar, e que ainda não surgiu oportunidade, é a Fenda da Calcedónia (GCGZCK), a qual está nos nossos ob-jectivos deste ano. Um local que fazia parte dos nossos objectivos quando estive-mos na Noruega, e que não conseguimos visitar devido

à chuva torrencial é a Kjera-gbolten (GC1C6FR), a famo-sa rocha presa numa fenda a 984 metros de altura, também com o Lysefjorden como cenário. Gostávamos de um dia regressar e fazer a caminhada até lá.

- Última mensagem para os leitores da GeoMagazine.

Começamos por agradecer este bocadinho e desejar o maior sucesso para o pro-jecto da GeoMagazine. Aos leitores, esperamos encon-trá-los por aí em busca de alguma cache, enquanto isso continuem a divertir-se, a descobrir novos locais e desfrutar do geocaching. Até já!

Flora Cardoso

- Lusitana Paixão

Gustavo Vidal

- Prodrive

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Geocoins Portuguesas

Portugal 2009 – DescobrimentosDepois de interrompida a série temporal de arti-gos acerca das Geocoins portuguesas, por força da Geocoin PT 2013, que fazia todo o sentido explorar no próprio ano, voltamos nes-ta edição da GeoMagazine a explorar a ordem crono-lógica destes metais que tanto fascinam os geoca-chers.

Em 2009, como desde 2006, Portugal não quis deixar de marcar presença no geocaching, cunhando a sua própria geocoin. Mas, desde os primeiros esbo-ços até ao produto final, há

sempre uma estória para contar. Fiquem connosco nos próximos parágrafos, em que prometemos uma autêntica viagem no tempo para uns, ou simplesmente uma série de curiosidades para outros, neste que po-deria ser o “making of” da Geocoin Portugal 2013.

A geocoin portuguesa 2009 veio a tornar-se num caso semelhante ao da do ano passado. Afinal de contas, a estória de am-bas termina “no futuro”, O futuro desta foi em 2010. Na verdade, foi quase toda a estória da geocoin, dado

que o projeto arrancou apenas a 22 de Novembro de 2009. Demasiado tarde para que a geocoin estives-se em circulação no mes-mo ano. E assumido, desde logo, pelo mentor do proje-to, o Kelux, que, no tópico do Geocaching@PT aberto para o tema, expôs como timing desejável para en-trega o primeiro semestre de 2010.

Face a esta data vaga, uma onda de geocachers suge-riu que se avançasse para 2010 sem produção de 2009. Ficaria, assim, 2009, o ano das 5000 caches ati-

vas em Portugal, sem um marco físico.

Muito cedo se abandonou a ideia de “saltar” o ano, e no dia seguinte ao da abertu-ra do tópico já os primeiros esboços estavam on-line. Um verdadeiro sprint.

Os temas foram apare-cendo: caravelas, desco-brimentos, mapas, calçada portuguesa, o galo de Bar-celos, o elétrico… Era tal a panóplia de símbolos em cima da mesa ao cabo de apenas alguns dias que o difícil, antevia-se, seria es-colher.

Após bastante debate, a 29

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Portugal 2009 – Descobrimentosde Novembro de 2009, o Maxado surgiu com algo di-ferente: Camões. Um mapa com o traçado d’Os Lusía-das, A primeira estrofe do mais célebre poema por-tuguês. Soou bem, român-tico, nacionalista, e isso era meio caminho andado.

Claro que não há bela sem senão, e um experiente Kelux cedo encontrou no desenho alguns pontos a melhorar.

Após uma calorosa e sau-dável discussão entre os dois, e outras que foram surgindo, lá se fechou o tópico para apresentação

de ideias, já decorria 2010. Era, então, hora de votar.

Apresentadas as propos-tas finais, as urnas fecha-ram no final de Fevereiro de 2010. Duas propostas recolheram quase 80% dos votos. Uma mais tradicio-nal, redonda, com o mapa e a rosa-dos-ventos, reco-lheu para si 35% dos votos, mas 41%, isso mesmo, 41% dos geocachers que vota-ram preferiram a proposta seis, da autoria do Maxado. Camões, Lusíadas, viagem à Índia. Toda uma odisseia que, ainda hoje, tantos sé-culos volvidos, dá forma àquilo que é a identidade do povo português.

Sem grandes alaridos, hou-ve ainda tempo para, com o auxílio do FTomar, que pas-sava assim a integrar o pro-jeto da Geocoin PT 2009, se abrir um tópico para me-lhoramentos.

Uma das questões mais debatidas prendia-se com a qualidade dos detalhes em texto e mapas no metal. Outra questão a debate era a própria figura de Camões. Enamel? Relevo? Que cores usar? Tantas perguntas… Tantas respostas em falta… Até que, a meio de Março, o Maxado apareceu com o primeiro artwork. Desagra-dava, e havia mais trabalho a fazer.

Vários contactos volvidos, tudo parecia bem encami-nhado para um projeto de sucesso, e no final de Mar-

Dados da geocoin

Nome: Geocoin Portugal 2009Data: Setembro 2010Conceção: Maxado e FTomarArte: MaxadoFormato: rectangularDimensões: 6,5cm x 5,00cm com 3,5mm de espessuraVersões e acabamentos: Antique Silver (RE), Black Nickel + Antique Silver (LE), 4 coresQuantidades: 300 (240 RE + 60 LE)Icon próprio: SimProdução: Direct MintSupervisão: acasim

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ço esgota-se o tempo para aprimoramentos.

Próximo passo: escolha dos metais.

Nova votação, mais algum debate e saudável troca de ideias, e o níquel a ganhar. Contudo, mais à frente, e após troca de ideias, o ní-quel seria usado para uma edição limitada. Bem, mas mesmo bem na edição re-gular, ao que parecia, ficava a prata. E assim foi.

Após tantos debates, e como faltava um ícone, ainda se colocou na mesa mais esta questão. A falta de concorrência que aqui se fez sentir só podia refle-tir uma coisa: o trabalho do Maxado neste âmbito não deixava margem para dúvi-das nem para debate.

Para a produção da Geo-coin, a escolha acabou por recair na Direct Mint. Uma geocoin com tantos deta-lhes teria que ser bem en-tregue, e o resultado final superou todas as expeta-tivas. Atrasada, já no se-gundo semestre de 2010, mas a geocoin portuguesa de 2009 fez furor, mesmo junto do autor, o que nem sempre é fácil. É sabido que a arte gráfica, depois de transposta para o me-tal, muitas vezes defrauda expetativas. Não foi o caso, ainda que fosse expetável.

A edição, concluída em Setembro de 2010 com a chegada das moedas e dis-tribuição por parte do Ma-xado, não ficaria concluída sem uma nova peripécia. Desta feita, devido a flu-tuações cambiais e custos

de transferência, acaba-riam por ficar ligeiramente mais caras que o inicial-mente previsto. As 300 coins produzidas voaram, tendo sido um autêntico sucesso.

Uma das mais icónicas e densas geocoins produ-zidas em Portugal, esta moeda apresenta, na face, a figura de Camões, em re-levo, à frente de um perga-minho contendo a primeira estrofe d’Os Lusíadas, com as letras, também elas, em relevo. Ao canto, uma ro-sa-dos-ventos representa a paixão portuguesa pelos Descobrimentos. Nas la-terais, o tracking code e o obrigatório “Trackable at geocaching.com”. No verso da moeda retangular, um mapa de África, Península Arábica e Índia, onde po-

demos encontrar o traçado da viagem em que Camões acompanhou Vasco da Gama, e que relataria no seu livro. Acima do mapa, a inscrição “Portugal 2009” e, em baixo, a referência ao geocaching “Por caches à beira-mar plantadas”. No mapa encontram-se assi-naladas as principais datas e efemérides do caminho para a Índia, num verda-deiro documento histórico incorporado numa moeda que não seria apenas isso. Esta seria, sem dúvida, a moeda que representaria Portugal perante a comu-nidade geocacher, durante alguns bons meses. Um projeto vencedor, desde o primeiro momento.

João Malheiro

- Pintelho

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Guia Iniciação

O que é o waymarking por TorgutExplicar o que é o Waymar-king? Já passei por isto umas quantas vezes e a partir de determinado mo-mento apurei um guião que segue assim: “Estás a ver as Páginas Amarelas? Uma lista de negócios organiza-da por categorias? Pronto, o Waymarking é isso, só que em vez de negócios, trata de pontos de interesse”.

E agora é que a porca torce o rabo, porque definido o jogo por alto, torna-se ne-cessário passar a coisas um pouco mais complexas.

As waymarks são criadas pelos jogadores, e inseri-das em categorias adequa-das. Estas categorias são também da autoria dos jo-gadores, ganhando o jogo um toque democrático. Quando alguém sente que existe um tema ainda não representado e que poderá ter interesse, poderá criar um projecto de categoria e levá-lo a votos. Se obtiver uma maioria confortável, será incluida no rol de cate-

gorias existentes. Estas são já mais de mil e estão divi-didas por grandes temas: animais, edíficios, negócios, cultura, lazer, história, me-didas (por exemplo, marcos geodésicos), monumentos, natureza, singularidades, recreio, sinais, estruturas, tecnologia e diversas. Al-gumas são bizarras, como a Zippy the Pinhead Loca-tions, enquanto outras são perfeitamente expectáveis (igrejas, mesquitas, esta-ções de comboio). Existem categorias que envolvem o jogador numa tarefa. Por exemplo, na Pictures Now and Then, há que encontrar uma foto antiga de um lo-cal, e publicá-la juntamente com uma imagem recente e a respectiva história. E há as comerciais, que nos reme-tem de forma mais directa para aquilo que são umas páginas amarelas (restau-rantes de sushi, farmácias, livrarias, etc).

Mas esta criação democrá-tica das categorias tem as

suas consequências. Uma, é que ao longo dos anos as tendências de voto foram-se alterando. Existe uma longa lista de categorias comerciais, mas actual-mente a comunidade difi-cilmente aprovará algo que vá nessa linha. Por outro lado, nos primeiros tempos do Waymarking existiu um certo caos. Tudo era novo e foram cometidos erros. Fo-ram aceites categorias que nunca o deveriam ter sido e que hoje não teriam hipóte-se. Era um mundo domina-do pelos norte-americanos. Se hoje é algo complicado fazer passar uma catego-ria que se auto-limite a um país, naqueles primórdios aprovaram-se centenas de categorias para as quais apenas podem ser encon-trados waymarks nos EUA.

A maioria dos conflictos e das zangas com o jogo ocor-rem no processo de sub-missão de novas waymarks. Ao contrário do que sucede no Geocaching não existem

elementos associados à Groundspeak para desem-penhar esta tarefa. São os criadores das categorias e a equipa que formaram que têm a responsabilidade de aprovar a publicação de no-vas entradas. Ora isto colo-ca um par de problemas: o primeiro é que existem ca-tegorias com condições de aprovação bastante aper-tadas e alguns elementos têm atitudes na aprovação algo tirânicas. O segundo é que existem categorias ao abandono; sem ninguém a geri-las de forma efectiva podem-se passar semanas ou meses até se obter uma reacção. Sobre estes pro-blemas, dou um conselho aos iniciados: não esque-cam que as injustiças que possam vir a sofrer são da responsabilidade de um ou de outro jogador e estão ligados a uma categoria es-pecífica. Se querem mandar a toalha ao tapete, façam-no apenas nessa catego-ria e sigam com o vosso Waymarking para a frente.

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Guia Iniciação

O que é o waymarking por TorgutTal como no Geocaching, no Waymarking há diversas formas de jogar. Há elemen-tos que só têm interesse em criar waymarks. E, digo-vos, existe um prazer por desco-brir à espera de quem nun-ca experimentou criar um waymark. Arranjar os vários blocos de texto, adicionar imagens, prever a ficha tal como a comunidade a verá e enviar o “pacote” para aprovação é um momen-to agradável, culminado pelo e-mail mágico: “a sua waymark foi aprovada”.

Uns, concentram-se nas suas categorias favoritas, outros vão tentando criar pelo menos uma waymark em cada categoria, numa postura colecionista. Há jo-gadores envolvidos na ad-ministração de categorias, enquanto outros não que-rem gastar tempo com isso.

Há pessoal que leva este hobby muito a sério, en-quanto para outros é um

mero passatempo que lhes leva uns minutos por sema-na. Há até os que vão crian-do as waymarks para sua própria consulta posterior: os seus restaurantes favo-ritos, as praias onde gostam de ir, o estádio do seu clube, enfim, uma geo-referência-ção pessoal.

Um dos grandes atractivos do Waymarking é o treino do poder de observação. Assim como o Geocaching oferece aos practicantes uma nova noção do espaço e da dis-tância, este jogo estimula o apetite pela observação do mundo que nos rodeia. Um jogador experiente aca-ba por memorizar grande parte das mil e tal catego-rias existentes, e quando se move, quando viaja, quan-do anda pelas ruas da sua cidade, olha em redor com outros olhos. Quando visi-ta uma igreja, repara numa série de coisas, candidatas a waymarks em categorias distintas. O cruzeiro, é uma Christian Cross; a igreja, claro, é uma Catholic Chur-ch, e pode até ter enqua-dramento numa categoria onde exista sobreposição (por exemplo, de igrejas medievais); há o cemitério que dá por si uma waymark; e as gárgulas. Pode haver uma campa que pela sua especificidade se enquadre também numa categoria específica, por exemplo, a de pessoas que viveram mais de 100 anos. E a casa defronte, que tem uma cha-

miné algarvia lindissima, mesmo a pedir para ir para a categoria Unique Chimneys. Poderia continuar, mas creio que já passei a ideia. Practi-car Waymarking é absorver o mundo que nos rodeia de forma activa e didáctica. Porque depois, tiradas as imagens que precisamos para prosseguir com a nos-sa criação, há que fazer uma investigação mais ou menos sumária. E as coisas que já aprendi a criar waymarks! Aspectos curiosos sobre lo-cais tantas vezes visitados, histórias menos conheci-das, detalhes quase secre-tos.

Existem contudo problemas sérios no Waymarking. Diria que o mais grave é o resul-tado de todos os outros: as pessoas não aderiram. E por causa disso criou-se um ci-clo vicioso. Sem uma mas-sa crítica a Groundspeak não investe no desenvolvi-mento do jogo, e sem uma aposta em melhorias tor-na-se dificil agarrar novos practicantes. A escassez de jogadores é desmotivan-te para alguns que criaram waymarks esperando “visi-tas” que nunca chegam. O interface, na minha opinião, é agradável mas carece de funcionalidades que hoje se tornaram indispensáveis. A mais evidente será a impos-sibilidade de puxar uma co-lecção de waymarks, como sucede com as pocket que-ries do Geocaching.

Existe por vezes a tentação de se comparar o Waymar-king com o Geocaching. Não se deve! Não são activida-des concorrentes mas sim complementares. Uma e outra têm vantagens e des-vantagens. Em Waymarking não se vai à procura de uma caixinha, logo, não existe um desafio. A ideia é ver algo e aprender um pouco sobre o local. E esta simplicidade, segundo a minha experiên-cia, é um dos factores que contribuiu para o sucesso muito limitado do jogo. Mas tem as suas vantagens. Uma delas é que não ha-vendo necessidade de ma-nutenção, as waymarks po-dem ser criadas em viagem, podendo constituir-se um belo espólio em regiões me-nos habitadas e países mais complicados.

Enfim, o Waymarking teve quase tudo para ser um enorme sucesso. Foi apre-sentado pela Groundspeak como um novo reino onde as antigas caches virtuais, banidas sem efeitos re-troactivos das terras do Geocaching, se podiam rea-grupar e renascer de forma perfeita. Falava-se, nada mais nada menos, do mun-do no GPS. Uma directoria cósmica de pontos de in-teresse à escala planetária. Mas não agarrou. Talvez com a tua ajuda...

Ricardo Ribeiro

-Torgut

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Para quem não conhece, o Waymarking é uma forma de catalogar e dar a conhe-cer locais relevantes em todo o mundo. Tal como no Geocaching recorre-se a um receptor GPS para re-ferenciar os locais, mas a diferença está no facto de não existir uma cache física/container para encontrar, mas apenas um local de interesse. Surgiu em 2005 quando a Groundspeak de-cidiu transformar os tipos de cache locationless, vir-tual e webcam num novo jogo.

A vontade de criar uma waymark pode surgir du-rante um passeio, enquanto se procura uma geocache ou simplesmente quando conhecemos algo realmen-

te interessante e que vale a pena visitar. Sendo assim, o primeiro passo é recolher as coordenadas do local e tirar muitas fotos, pois ape-sar de não se conhecer à priori o que a categoria em causa diz em relação ao nú-mero e tipo de fotos, estas são sempre bem recebidas pelos officers (revisores) das categorias. No mínimo duas fotos são exigidas na maioria das categorias e se houver alguma placa iden-tificativa ou informativa é aconselhável tirar também uma foto à mesma.

Já em casa, o passo seguinte é escolher em que categoria vamos criar a waymark.

Uma categoria consiste num grupo de waymarks que têm algo em comum.

Quando uma categoria é criada, o grupo de officers define as características que devem estar presentes nas waymarks dessa categoria, e cabe aos utilizadores em geral ir apresentando novas waymarks, de forma a que a categoria vá crescendo.

Este pode ser um passo confuso, pois existem 1072 categorias, além de o site não estar muito bem es-truturado. Para algumas waymarks é fácil, apenas pelo nome da categoria con-seguimos descobrir em qual se encaixa melhor, como exemplo se for um caste-lo a categoria mais indica-da será a “Castles”, quando apenas o nome da categoria não chega temos então de ler a descrição da categoria

para saber se a waymark se encaixa nos requisitos da categoria.

Depois de escolhida a ca-tegoria está na hora de preencher a informação. Começando pelo nome, que na grande maioria das categorias deverá ter a se-guinte estrutura “Nome da waymark - Cidade, País” e de seguida terá de preen-cher as coordenadas, e se-leccionar o país e estado/distrito.

Em seguida, aparece o campo da descrição e da descrição detalhada. A des-crição é bastante simples, tratando-se de um peque-no resumo do que trata a Waymark e é obrigatória em todas as categorias. Já o conteúdo da descrição

Guia Waymarking

Tudo o que precisam saber

Por Pedro Salazar (Razalas)

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detalhada varia consoante a categoria: algumas especifi-cam exatamente o que de-vemos descrever, enquanto que em outras a descrição é livre, podendo mesmo não ser obrigatória. Deve-se por isso ler sempre os requisitos de cada categoria. Ambas as descrições devem ser escri-tas em inglês podendo ser complementadas com uma segunda língua. De forma a clarificar de que se trata a Descrição detalhada, pode-mos tomar como exemplo a categoria “People-Named Places” na qual é exigido que se descreva separadamente o local e a pessoa que lhe deu nome.

Nunca é demais relembrar que caso se citem informa-ções de outros locais, deve-

se mencionar sempre a de-vida fonte.

Por último, temos as va-riáveis, que são pequenos dados relativos à waymark, e tal com a descrição deta-lhada podem não existir. No caso de existirem podem ou não ser de preenchimento obrigatório. Exemplificando com a categoria menciona-da anteriormente “People-Named Places”, esta tem quatro variáveis: year it was dedicated, Location of Coor-dinates, Type of place/struc-ture you are waymarking e Related Web address, sendo que as três primeiras são de preenchimento obrigatório e a última é de preenchimento facultativo.

Após estes passos, a waymark deve ser subme-

tida para aprovação pelos officers da categoria e após aprovação estará pronta para ser visitada.

Em forma de conclusão, uma boa waymark deve ter algo de real interesse e ape-sar de alguns dos aspectos na criação de uma waymark serem facultativos, na mi-nha opinião o seu conteúdo deverá ser o mais completo possível, de forma a expli-car o valor da waymark e de facto justificar uma visita ao local.

Agora, se quiserem ir ain-da mais longe no mundo do Waymarking poderão

sempre aventurar-se na criação de uma categoria.

A criação de uma nova cate-goria envolve vários pontos,

sendo que o inicial é criar um grupo. Contudo, nem todos podem criar um grupo. Es-tão apenas habilitados para tal, os Premium Members. Aquando da criação do gru-po atribui-se-lhe um nome e uma pequena descrição para que todos saibam qual o seu objectivo.

Depois de criado o grupo pode-se mantê-lo fechado (os outros waymarkers só se podem juntar a ele por convite) ou aberto (todos os waymarkers se podem jun-tar a ele). De referir que de uma forma ou de outra, ape-nas os Premium Members se podem juntar aos grupos.

Os membros de um grupo são divididos em três tipos, o leader que como o nome indica é quem lidera o gru-

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po, depois temos os officers

que ajudam na revisão dos

waymarks e por fim te-

mos os regular members

que são waymarkers que

se juntaram ao grupo por

acharem interessante a ca-

tegoria que o grupo gere e

querem ajudar, mas estes

só podem aprovar waymar-

ks se o leaders os promove-

rem a officers.

Tendo sido o grupo cria-

do, pode-se agora passar

para a criação da categoria

propriamente dita, na qual

tem que se definir objecti-

vamente as características

e atributos que a waymark

tem que possuir para po-

der fazer parte desta cate-

goria. É nesta etapa que é

definida a existência e obri-

gatoriedade da descrição

detalhada e variáveis. É de

salientar que para a criação

e gestão de uma categoria, para além do leader são exi-gidos no mínimo mais dois officers.

O último passo na criação de uma categoria é enviá-la para aprovação. Esta é feita pela comunidade de Waymarkers, consistindo num processo de votação que dura três dias e para que seja bem-sucedida pre-cisa de uma aprovação de dois terços dos votantes.

Se a categoria for aprovada, começam quase de imedia-to a serem submetidas para revisão, novas waymarks. A partir deste momento os officers têm duas funções principais: aprovar apenas as waymarks que se enqua-dram na categoria e garan-tir que estas cumpram de facto todos os requisitos da mesma. O revisor deve

avaliar e aprovar/recusar as waymarks dentro do prazo de 72 horas (apesar de este prazo não ser obrigatório) e no caso de recusar uma waymark, explicar os mo-tivos e se possível orientar o Waymarker, para que ela venha a ser aprovada.

Caso um officer tenha dúvi-das acerca de uma waymark pode sempre colocar a mes-ma a votos pelos outros officers da categoria. Esta votação dura também três dias e a wayamrk é aprova-da se tiver 50% ou mais de votos positivos (ocorrendo empate, prevalece sempre a aprovação).

Fica então evidente que não é nada difícil ter uma waymark aprovada. O prin-cipal motivo que leva as waymarks serem recusadas é o facto de muitas vezes

os waymarkers precipita-rem-se e não lerem a des-crição e requisitos das ca-tegorias, acabando por não os cumprir. Recomenda-se portanto que leiam sempre atentamente toda a infor-mação da categoria para uma aprovação sem proble-mas e claro, para tornarem o trabalho do revisor menos árduo.

Fotos:

Waymark - Casa de Serralves - Porto, Portugal

Waymark - Casa Milà - “Sun-day Strip” - Barcelona, Spain

Waymark - Casa de Camilo Castelo Branco - V. N. Fama-licão

Pedro Salazar

- Razalas

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Vista sobre o golfo Pérsico

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ALÉM FRONTEIRAS

Kuwait - Pelo golfo

pérsicoPor Hulkman

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O nome Kuwait tem origem do árabe “akwat”, o plu-ral de “Kout”, que significa “fortaleza construída perto da água”. Historicamente, a região era conhecida como Characene, um grande por-to do Império Parta e im-portante ponto de comércio entre a Índia e a Mesopotâ-mia. No século XIX, o Kuwait estava sob a influência do Império Otomano e depois da Primeira Guerra Mundial, emergiu como um xecado independente sob a protec-ção do Império Britânico.

A descoberta dos grandes campos de petróleo ocor-reu na década de 1930, mas foi após 1961, depois do Kuwait ter conquistado a independência do Reino Unido, que a indústria de petróleo do país registou um crescimento económico sem precedentes. Em 1990, o Kuwait foi invadido e ane-xado pelo vizinho Iraque. Os sete meses de ocupação

iraquiana chegaram ao fim depois de uma intervenção militar direta por parte das forças liderada pelos Esta-dos Unidos. Hoje é o país com a quinta maior reserva de petróleo do mundo e o ouro negro representa hoje em dia cerca de 95% das receitas de exportação do país.

O Kuwait é um país em que o geocaching ainda não en-trou em força e o número de caches é ainda muito re-duzido. À data deste artigo, o número total de caches é apenas 94. Para complicar ainda mais a “vida” ao geo-cacher comum, uma con-siderável parte das caches estão em bases militares americanas que ainda se encontram no país desde a última guerra do Golfo, e que requerem autorização para visitar. Mesmo assim, ainda sobram algumas ca-ches para matar o vício!

Seguem alguns exemplos que tive a oportunidade de visitar nas minhas visitas ao Kuwait.

GC1C8JT - The Scientific Kuwaiti

Uma cache que nos leva a um “Science Centre” com IMAX e outras tecnologias engraçadas. Mostra-nos também uma parte do que é a história bem recente do Kuwait. Antes da impor-tância que o petróleo veio a ter, o Kuwait era um país em que uma das principais actividades era a recolha de pérolas de ostras do golfo Pérsico (ou Arábico como preferem chamar na região). A cache, apesar de estar marcada como mis-tério é uma multi-cache em que temos que fazer umas contas para chegar ao con-tainer.

GC1ZCN9 - Nano @ The Gates

Uma nano em mais um es-paço à beira mar. Um local onde podemos beber um café, apreciar a paisagem ou quem sabe comer um kebab.

GC1F17Y - Youm Al-Bahhar

Youm Al-Bahhar significa literalmente o dia do mari-nheiro. A cache encontra-se num espaço criado como homenagem aos antigos marinheiros. Conta com lo-jas típicas, e um pequeno parque de diversões para as crianças.

GC1DNVN - Q8 Rockies

Localizada numa praia, num espaço que conta com um belíssimo restaurante ja-ponês, este icónico edíficio faz lembrar as velas de um barco. Um simpático espa-ço para passear numa noite quente.

João Baptista

- Hulkman

Museu de ciência

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Hotel e Centro Comercial Ghani Palace 75

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Passatempo Geopt

Uma aventura, 1000 palavrasO Geopt organizou um passatempo subordinado ao tema “Uma aventura, 1000 palavras”. Cada par-ticipante foi convidado a partilhar uma aventura de geocaching num artigo de tema livre. O artigo poderia relatar um passeio a solo ou em grupo, a participação num Evento de geocaching, a visita a um monumento, uma caminhada, um pas-seio de BTT, as últimas fé-rias de verão, ou qualquer outra experiência desde que envolvesse a visita a pelo menos uma geocache.

O vencedor, para além de um voucher de estadia de uma noite para duas pes-soas no GZHostel do Porto, veria o seu texto publicado na GeoMagazine. Aqui fica

o texto vencedor:

“No topo de Portugal” por Luís Serpa

Quem é que pode dizer que já esteve no topo de Portu-gal? Eu posso, e já lá esti-ve três vezes! Mas apenas numa dessas viagens é que eu fazia esta atividade que nos leva aos mais variados lugares, o Geocaching.

Esta aventura ocorreu no Verão, enquanto estava de férias na minha ilha natal, o Faial. Fui desafiado por um casal amigo da ilha Tercei-ra, para enfrentar um dos maiores colossos do país, o Pico. Rapidamente abracei a ideia e combinou-se um dia para isso, partiríamos cedo, de forma a garan-tir que dormiria na minha cama.

Estava traçado o nosso destino e com o passar dos dias o êxtase ia aumen-tando, parecia uma criança pequena à espera do Natal. Todavia, esta excitação não era só por escalar o Pico, mas também pelo facto de aliar esta magnífica cami-nhada, a três caches exis-tentes pelo caminho, que claramente estavam na lista a se fazer, sendo uma delas a lendária “Atlantis [Pico]”.

Chegado o dia D, estava na altura de subir este gigan-te, porém mal acordei tive logo uma desilusão, pois apesar de estarmos no mês de Agosto, o céu estava muito nublado, e caía uma chuva ténue, sendo forte a possibilidade de haver um

dilúvio. Com estas condicio-nantes, comecei a perder o ânimo, pensando que esta epopeia teria que ser adia-da. Lá fiz um telefonema aos meus amigos, que con-firmaram que não seriam demovidos pelo clima e que hoje a montanha seria con-quistada. Com esse espírito, embarquei na aventura e meti-me a caminho da ilha do Pico, usando os cruzei-ros que ligam diariamente as duas ilhas, estava a atra-vessar o Rubicon, ou me-lhor, o canal Faial-Pico, não havia volta a dar!

Chegando à ilha vizinha, recorri aos serviços de um táxi para me deslocar até à Casa da Montanha, pon-to inicial desta aventura e onde me encontraria com

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Passatempo Geopt

Uma aventura, 1000 palavrasa restante equipa. Porém, à medida que me embrenha-va na altitude, o nevoeiro aumentava, fazendo crescer o meu desânimo, até que algo inesperado aconteceu, como se tivesse atraves-sado um portal para outro mundo, Sol. Tinha passa-do o nível das nuvens, e o céu estava completamente azul, revelando a monta-nha que se erguia à minha frente, bem como todos aqueles campos lindíssimos característicos dos Açores e que deixam qualquer um de boca aberta ao presenciar tamanha beleza. Fantásti-co, agora sim, tudo indicava que tínhamos de subir hoje ao topo de Portugal.

Ao chegar à Casa da Mon-tanha, estavam à minha es-

pera os restantes colegas. Fez-se um breve briefing na mesma edificação, e come-çou-se esta história, mas esperem, primeiro havia algo a fazer, a cache “Casa da Montanha”. Não demo-rou muito a aparecer, uma cache que presta uma boa homenagem aqueles que preservam a segurança dos mais aventureiros.

Após esta pequena para-gem, prosseguimos cami-nho, sempre com muitos risos e grande espírito de camaradagem, contem-plando as maravilhas da natureza e a vegetação lu-xuriante daquele espaço. Todavia, a facilidade que o início apresenta é de cur-ta duração e os obstáculos foram surgindo. Não con-seguíamos ver o topo da montanha e tínhamos 45 marcos para passar, marcos esses que servem para nos guiar até ao nosso destino. Ao 16º a rapariga do gru-po já se queixava, achando que não conseguiria chegar ao cume, mas como somos unidos, fomos sempre in-centivando-a e dando for-ças para continuar, fazendo muitas paragens, ora para descansar e comer um pe-tisco, ora para apreciar as vistas e tirar algumas foto-grafias às nossas figuras.

A escalada da montanha do Pico tem uma característica muito peculiar. É um percur-so feito, diariamente, por muitas pessoas, por isso, encontram-se muitos cami-nhantes de várias naciona-lidades e em cada encontro trocam-se dois dedos de

conversa entre grupos enal-tecendo a união entre paí-ses, adoro isso, não é só o futebol que une as pessoas, existem muitos pormenores que transmitem o mesmo espírito e este é um deles, tornando este percurso ain-da mais sublime.

Fomos avançando pouco a pouco, a vegetação ia mu-dando, até ser praticamen-te inexistente neste lugar inóspito, tendo sempre o Sol a olhar para nós, enquanto nas altitudes mais baixas existia uma neblina terro-rífica. A certa altura atingi-mos o marco 45, parámos, estávamos perante a crate-ra que existe no topo, uma paisagem surreal, e bem lá no meio o chamado piqui-nho, o ponto mais alto do país. É naquela cratera, com muitas grutas e abrigos fei-tos com pedras idílicos para proteger dos ventos frios que assolam aquele Golias, que as pessoas acampam e passam a noite, à espera de verem o nascer do Sol do topo do país.

Nesta cratera fez-se uma pequena paragem, fiz uma milestone, a minha primeira earthcache “Pico’s”. Depois de ter as respostas, reto-mámos a nossa caminhada, mas não pensem que foi fá-cil, pois faltando apenas 100 metros, em altitude, aqui o terreno complica bastan-te, percorremo-lo em mar-cha lenta e, muitas vezes, usando os quatro membros para completar tal tarefa. Compensou? Sim! E muito! Estávamos no topo de Por-tugal, estávamos mais altos

do que todas as pessoas no país. É algo indizível, olhar para todo o percurso feito, todos os obstáculos, todas as pessoas conhecidas e agora estar no topo des-te marco, faz pôr tudo em perspetiva e ver que todo o grupo chegou ao topo é me-morável, como diz o ditado “a união faz a força”.

Tivemos pena de uma coi-sa, devido à condições at-mosféricas que se faziam sentir nas baixas altitudes tornou-se impossível ver as restantes ilhas do arquipé-lago, levando a que combi-nássemos, que voltaríamos lá acima, e dessa vez então contemplar o que nos é ofe-recido do tal Monte Olimpo. Mas, esperem, falta uma coisa muito importante, a lenda, “Atlantis [Pico]”. Ra-pidamente apareceu, e esta foi um dos meus melhores marcos. Uma cache com muita história, já muito an-tiga e que merece ser pre-servada.

Estava na altura de regres-sar, pois o tempo começava a ficar serôdio e não quería-mos descer de noite. Dei-xando esta fantástica ma-ravilha para trás, uma coisa não deixámos, a memória daquele dia que ficará para sempre gravado na nossa memória e nunca esquece-remos o fantástico tempo que passámos juntos na realização desta aventura.

Luis Serpa

- luis serpa

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Além Fronteiras

ParisO Geocahing tem destas coisas, aqui vamos nós à descoberta de novos locais e novas culturas, desta vez rumo à “Cidade da Luz e do Amor” pela qual é conhe-cida Paris. Quatro dias de sorrisos estampados no rosto. Numa mão o GPS e na outra o Guia de Turis-mo, ferramentas essen-ciais nesta viagem.

Chegados a esta bela ci-dade, o clima que se fazia sentir em nada se torna-va relevante para que não pudéssemos aproveitar a estadia da melhor forma, se bem que a variação da

precipitação iria fazer das suas travessuras mesmo ao fim do dia.

No início da caminhada pelas ruas parisienses, eis que começámos a primeira procura que se tornou tam-bém no primeiro DNF: Arc de triomphe (GC18TKN). Mesmo assim, não foi fa-tor desmotivante para as nossas procuras em terras francesas, aliás, estáva-mos bem perto de um dos símbolos mais icónicos e patrióticos de Paris: o Arco do Triunfo onde são orgu-lhosamente exibidos os seus dois séculos de his-

tória, situado no centro de uma grande rotunda onde convergem 12 avenidas (quase todas com nomes de generais), dispostas es-quematicamente de forma muito regular, formando o efeito relógio.

Deixando o imponente mo-numento seguimos Cam-pos Elísios abaixo em di-reção à não menos famosa Praça da Concórdia onde pudemos apreciar minu-ciosamente o Obelisco da Concórdia, digo minuciosa-mente pois é um local onde se encontra a earthcache Les crapauds de l’obélisque

de la concorde (GC1MN5Y), local que outrora foi ocupa-do pela guilhotina durante a revolução francesa, ten-do sido retirado para co-locação desta oferenda do vice-rei do Egipto em 1829.

Com o cair da noite, ao al-cance dos olhos já se en-contra a Torre Eiffel res-plandecendo o brilho das luzes da cidade, criando uma magia no ar, tornan-do-se cada vez mais agra-dável o percurso escolhido, caminhámos então em di-reção ao museu do Louvre onde tivemos um encontro de 1º grau com o Memorial

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Além Fronteiras

Parisa Cézanne, recriação abs-trata da mulher e como é claro mais uma cache vir-tual que não podia passar despercebida Who is She? (Paris) (GC6612) e eis que um dos grandes momen-tos da noite se aproxima Xtrême Moldus Cache #3 : Pyramide (GC3NFFP), na pirâmide de vidro e de re-ferência mundialmente co-nhecida como imagem de marca do Museu do Lou-vre, envolvido pelo palácio do Louvre bem próximo do rio Sena, onde em 1190 foi construída uma forta-leza defensiva contra os ataques dos vikings, tendo

sido demolido no século 14 para reconstrução da resi-dência real até ser transfor-mado em museu em 1793, recinto que na época abri-gava vários artistas onde montavam os seus ateliers, trazendo consigo Leonardo da Vinci para França com a Mona Lisa (La Gioconda, sec. 16) a tiracolo. Neste museu é dito que se o vi-sitante passar apenas um minuto observando cada uma das peças expostas, seria necessário permane-cer mais de três semanas no seu interior para per-correr os 14 quilómetros de percurso total de visita.

Com o glamour que se en-contra nesta cidade, convi-da a disfrutar o momento aproveitando a magia da cidade, rua após rua vai-se encontrando a arte em cada esquina, iluminada pelos excelentes candeeiros que já por si são obras-primas que evidenciam a noite parisiense. Nas imedia-ções dos diversos espaços culturais pode-se encon-trar animação de rua que conseguem reunir grandes grupos de turistas que des-lumbram as destrezas de artistas que por vezes se encontram esquecidos de carreiras dignas de desta-que. Indo em direção à zona histórica de Paris onde to-dos os estabelecimentos de restauração dão a pro-var aos seus visitantes a gastronomia local. A gran-de variedade de culturas

que por aqui se passeiam demonstram a razão de ser uma das cidades mais mul-ticulturais da Europa.

Não pudemos deixar de visitar a primeira webcam colocada na cidade, Bon-jour de Paris (GCHJA0) que se encontra a escassos metros do não menos fa-moso centro Pompidou, espaço que demonstra o marco do início das pós-modernidades das artes. O seu aspeto externo é inspirado na arquitetura industrial e novas tecnolo-gias que sobressai grandes tubulações bem como a sua enorme estrutura de aço. No interior podemos en-contrar um museu de arte moderna, biblioteca, tea-tro e outros equipamentos culturais sendo de referir que existe acesso gratuito à internet, jornais e revistas de todas as partes do mun-do tal como televisões com canais internacionais, in-formação bem útil quando estamos em visita fora do nosso país.

Com o dia já bem preenchi-do o seguinte também pro-metia! Já com o merecido descanso, a cidade ainda tinha muito mais para mos-trar, saídos bem próximos nas margens do rio Sena, deparamo-nos com a Torre Eiffel que com os seus 324 metros de altura e com o seu ar imponente resplan-dece como ícone e cartão postal de Paris e de França, construída em 1889 com a

finalidade de ser uma es-trutura temporária para homenagear o centenário da revolução francesa, mu-dou rapidamente para uma estrutura definitiva pois o imenso sucesso das visitas após a sua inauguração tor-nou-a permanente, o que o dá mote ao ditado “nunca envelhece!”. Verificam-se filas enormes para a bilhe-teira, mas recomenda-se vivamente a sua visita, pois as vistas que se alcançam do topo são de cortar a res-piração. Nas proximidades lá se encontrava Gustave et la Tour (GC4HAV3) a sorrir para nós.

As condições meteoro-lógicas incentivavam ao belo passeio pela cidade, acompanhando a margem rio acima, ainda ponderan-do a hipótese de utilizar os famosos bateaux mou-ches ou “barcos moscas”, que nos podem guiar até às principais atrações tu-rísticas que estão devida-mente localizadas junto ao decorrer das suas mar-gens. Rio acima pudemos apreciar as diversas expo-sições de rua tal como os diversos monumentos que nos enriquecem a alma e o conhecimento. Pode-se também encontrar locais de travessias das margens, que das 37 pontes que se encontram ao longo do rio algumas são de uma bele-za inigualável, todas elas registam um estilo arqui-tetónico da cidade, bem

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como algumas perpetuam declarações de amor sim-bolizados em cadeados minuciosamente colocados selando promessas com o ato de atirar ao rio a respe-tiva chave.

Caída a noite estava na hora de regressar pois o dia seguinte seria mais exigente em diversão: Dis-neyland! Lá nos dirigimos de comboio para um dia completo de animação, pois bem cedinho chegá-mos às portas deste enor-me e divertido parque, já as filas apresentavam algum aglomerado de visitantes e nós com o bichinho em polvorosa para que as por-tas se pudessem abrir para disfrutarmos do máximo de diversões.

Assim que as portas se abrem o sentimento de criança vem imediatamen-te ao de cima, parece que voltámos a ter 10 anos de idade, pois todo o envol-vente recriado em torno de nós transporta-nos à idade da inocência. Com dois par-ques temáticos e inaugura-do em 1992 ainda continua a deliciar até aos dias de hoje, muitas das fanta-sias de imensas crianças e também de muitos adul-tos que gostam reviver as suas infâncias. Com tantas diversões ao dispor, desde o passear num lago entre os malmequeres até ao comboio mais feroz que nos deixa com o estômago colado às costas, sentindo o centro de gravidade a ser alterado vezes sem conta

e essas sim foram exata-mente as diversões com que nos deliciámos, defi-nitivamente muito bom, mesmo!

Começando esta aventura com um passeio bem atri-bulado designado por “Big Thunder Mountain – Fron-tierland”, o que nos permi-te efetuar uma das caches que se encontram dentro do parque, a bem conhe-cida earthcache do nosso amigo Daniel aka danie-loliveira, Butte – Hoodoo Voodoo – DP/EC56 (GC2B-ZGP) permite-nos começar com uma outra perspetiva dos supostos passeios en-tre os malmequeres, o que rapidamente se mostrou o contrário. Por ali perto estava uma cache virtual Disneyland Paris *Virtual*

(GFC5CA) que nos faz par-ticipar na bela aventura de Indiana Jones and the Tem-ple of Peril – Adventurland.

Para emoções bem fortes The Twilight Zone atira-nos para o abismo onde parece que por momentos ficamos suspensos no ar, o que inicialmente prometia ser uma boa escolha rapi-damente se transformou numa assustadora expe-riencia (no bom sentido).

Das várias atrações que se encontram neste espaço a que demos como favorita, foi sem sombra de dúvidas a Space Mountain: Mission 2 – Discoverland, pois aqui, além da força da gravidade ser posta à prova também o sentido de orientação fica deveras atribulado, já para não falar das forças

G´s em que o corpo é posto à prova e o viajar no espaço sem fazer a mínima ideia onde e como estar. Reco-mendamos sem sombra de dúvidas. Repetimos 5 vezes!

Ainda dentro dos par-ques podemos encontrar a mítica virtual cache Le Roi Arthur (GCF981) com 153 favoritos (até à data). Quem nunca pensou que não seria capaz de retirar a espada (Excalibur) do Rei Artur que se encontrava colocada na pedra, acredi-tem se essa era a espada dele, será mesmo muito difícil de alguém conseguir retirá-la do local.

E para que o dia fique devi-damente completo estava na hora de assistir à ce-rimónia de encerramento

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que durou uns fantásticos

45 minutos de exibição ao

ar livre, com todas perso-

nagens da Walt Disney pro-

jetadas no palácio e com

várias emoções ao rubro

tais como fogo de artifício,

jatos de água e línguas de

fogo. E assim se encerra

um dia em que pudemos

reviver as nossas belas

infâncias, encontrando os

nossos herói de sempre.

O último dia por terras

francesas, serviu para

aproveitar o que a restau-

ração tem para nos ofe-

recer bem como rechear o

saco dos souvenires. Tor-

na-se difícil escolher a re-

cordação ideal para trazer,

tal é a oferta que se apre-

senta no nosso caminho.

Ainda assim, durante esta

difícil tarefa, tivemos opor-

tunidade de assistir a um

belo espetáculo acrobático,

bem á entrada da catedral

de Notre Dame. Envoltos

nesse ambiente fantástico,

rodeados dos aromas da

cidade, dos sons que nos

preenchem por dentro e

com imagens que parecem

saídas de filmes de cotos

de fadas, foram momen-

tos para sempre recordar

como incomparáveis e ini-

gualáveis.

O geocaching durante esta

viagem teve um papel de

extrema importância para

nós. Tal como em viagens

passadas, decidimos fa-

zer um percurso inicial

baseado apenas nos pon-

tos turísticos da cidade

que pretendíamos visitar,

adaptando as caches exis-

tentes na zona para as pro-

curarmos. Em Paris encon-

trámos caches colocadas

nos locais mais conhecidos

e mais icónicos da cida-

de. Estas permitiram-nos

apreciar alguns dos monu-

mentos de várias perspe-

tivas, e de perspetivas que

não teríamos se aquela de-

terminada cache não nos

tivesse levado até lá, como

as que encontrámos nas

imediações da Torre Eiffel.

Os containers não eram

criativos por aí além, re-

sumiam-se a containers

micro, tipicamente urbanos

em esconderijos bastante

comuns nas caches exis-

tentes em Portugal. Alguns

dos containers encontra-

vam-se a precisar de ma-

nutenção urgente ou reco-

locação devido a obras nos

locais. No entanto, esta

viagem permitiu-nos en-

contrar caches já bastante

raras, como as caches vir-

tuais e a webcam cache,

que são sempre diferentes

e engraçadas de fazer!

Foi mais uma viagem de

puro lazer em que o geoca-

ching se cruzou e entrela-

çou na viagem do início ao

fim, como um elo bastante

importante de guia e co-

nhecimento.

Mesmo mesmo de saída,

ainda tivemos a oportuni-

dade de encontrar um con-

tainer maiorzinho, o STADE

DE FRANCE PASSERELLE

LIGNE 13 (GC427DN) que

nos permitiu largar o nos-

so TB que neste momento

já viajou para bem longe de

onde foi colocado! Reco-

mendável, sem dúvida…!

Ana Sofia

- anasofiazevedo

Victor Rolo

- n@vegante

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Ponto Zero - Coluna do Revisor

EVENTOSRecentemente foram ac-tualizadas as Guidelines para Eventos, como tal nada como rever o que é necessário para publicar um evento.

A ideia dos Eventos é o convívio entre geocachers, por isso são organizados por geocachers para conví-

vio entre geocachers.

Eventos que ocorram fora do âmbito do geocaching e que não dependam de es-tar listados em geocaching.com para existir, não se qualificam como Eventos de Geocaching (festivais de música, eventos des-portivos, festas populares ou encontros de escuteiros são exemplos do que não é um Evento de geocaching).

Uma reunião de geoca-chers para procurar ca-

ches é a própria prática de geocaching em si e não um Evento.

Um Evento pode ter várias componentes e/ou activi-dades. Uma sequência de Eventos ou eventos com horas e locais aproxima-dos e que tenham o mes-mo público-alvo devem ser submetidos como um úni-co evento, podendo adicio-nar-se à página do Evento vários Pontos Adicionais com as coordenadas de

cada actividade.

Os Eventos têm que ser submetidos com um mí-nimo de duas semanas de antecedência e não são pu-blicados com mais de três meses de antecedência em relação à data do evento. Pode ser autorizada uma antecedência excepcional de seis meses pela Grou-ndspeak, se for comprova-da a necessidade de per-noita dos participantes ou se o Evento for preparado

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Ponto Zero - Coluna do Revisor

EVENTOSde modo a atrair visitantes de locais distantes.

Nas páginas dos Eventos deve estar explícito a hora de início do mesmo nas coordenadas publicadas, bem como a hora de tér-mino, tal como a indicação do horário em que cada ac-tividade terá lugar no caso de existirem vários Pontos Adicionais para as várias actividades.

Passados cerca de 30 dias

do Evento, o organizador deverá arquivar a página. Esta acção não é impeditiva de que os geocachers que ainda não o tenham feito, possam mais tarde registar na página a sua participa-ção.

Os Eventos, tal como as outras geocaches, só serão publicados se cumprirem as regras para geocaches comerciais.

As páginas dos eventos

apenas podem mencionar a venda de trackables de Geocaching.com.

As páginas podem incluir uma ligação para uma pági-na externa não comercial e pode ser pedido aos geoca-chers que façam uma ins-crição numa página externa própria para o efeito.

Os organizadores podem incluir na página:

- informação básica acer-ca da localização (nome e morada), mesmo que seja numa localização comer-cial;

– indicação sobre a neces-sidade de cobrir o custo le-gítimo do evento (o aluguer de um recinto por exemplo. Uma ementa com preços não é aceitável);

- uma lista de patrocinado-res, sem logotipos ou URLs.

Os organizadores não po-dem exigir que os geoca-chers façam ou participem em qualquer outra acti-vidade além de estar nas coordenadas publicadas no horário estabelecido. Tudo além disso é opcional, não constituindo por isso o seu não cumprimento ou par-ticipação impedimento de que se faça o registo online da participação no Evento.

Esta é uma designação que

a Groundspeak pode atri-buir a Eventos que, por mé-rito próprio atinjam mais de 500 participantes, ou se anteriormente os organi-zadores já atingiram esse patamar.

Esta designação é atribuí-da pela Groundspeak e o evento por ser publicado com uma antecedência de até um ano.

Estes eventos têm obriga-toriamente que respeitar todas as regras de geoca-ches comerciais e a desig-nação pode ser negada ou retirada pela Groundspeak caso sejam organizados por empresas de serviços concorrentes sem devida autorização.

O custo do acesso ao Me-ga-Evento deve reflectir o custo de organização do mesmo.

Os Mega-Eventos são anunciados na newsletter semanal da Groundspeak e por isso difundidos a nível global.

Os organizadores de Me-ga-Eventos ou de Even-tos que almejem alcançar essa designação deverão contactar a Groundspeak directamente para declarar essa intenção e para rece-berem instruções claras dos passos a tomar.

Filipe Nobre

- MightyReek / MightyREV

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Conheces o Q, dos filmes do James Bond? Bem, eu sou provavelmente o Q, na sede do Geocaching. Eu explico: quando comecei, na sede do Geoca-ching, existiam apenas cerca de 15 pessoas na empresa. A função que desempenho não existia antes de ter começado a trabalhar aqui e cada nova função que desempenhei tam-bém não existia antes de ter assumido essas responsabilidades. Eu comecei na equipa de Community Relations, passei para a equipa de Business De-velopment e actualmente encontro-me na equipa de Merchandise. Quan-do comecei, assumia vários papéis e ajudava qualquer pessoa em qualquer equipa que necessitasse de ajuda. Quando a sede cresceu, a minha fun-

ção foi sendo aperfeiçoada cada vez mais. Ainda assumo vários papéis no meu cargo actual, mas o foco principal é merchandise.

A minha principal missão neste car-go é trabalhar com todos os nossos revendedores internacionais, o que inclui qualquer distribuidor que venda merchandise da Loja Oficial Geoca-ching (shop.geocaching.com) por todo o mundo. Adoro como isso proporcio-na uma forte ligação a geocachers por todo o mundo, em parte porque essa ligação ajuda-me a fazer o meu tra-balho. Pertencendo à equipa de mer-chandise, estamos sempre à procura de ideias para novos produtos. Quere-mos encontrar o próximo grande item

que os geocachers precisem ou quei-ram, seja para praticar Geocaching seja para mostrar o seu amor pelo jogo. Removedor de carraças official do Geocaching? Yeah, já lidei com eles. Esta é a parte Q do meu trabalho.

Nós encontramos esses novos e di-vertidos produtos através de vários canais. Às vezes, vemos o que os nossos distribuidores estão a criar e a vender de forma independente, e trazemos esses itens para a loja. Às vezes temos sessões de brainstor-ming no escritório para determinar que novos produtos os geocachers poderiam realmente usar (precisas de um removedor de carraças?). Às ve-zes é apenas um geocacher que tem

From GeocachinG hQWIth Love

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From GeocachinG hQWIth Love

uma ideia e nós procuramos descobrir como a fazer acontecer. É divertido fa-zer parte de uma equipa que pode ter tão grande impacto no modo como as pessoas fazem geocaching. Ao nível das ferramentas que elas trazem para praticar geocaching, do ”geopack” que usam ou que Geocoins únicas mostram nos eventos.

Amigos na sede do Geocaching comen-tam frequentemente que eu trabalho na parte mais fixe do escritório porque tenho sempre amostras divertidas de novas ideias de produto a rondar a mi-nha secretária. Ocasionalmente tam-bém recebemos amostras daquela má ideia de produto. ☺ Se visitares a área de Merchandise na sede do Geoca-

ching, verás casas de pássaros, con-

tainers que são coelhos falsos, gorros

caseiros, ideias de t-shirts, ideias para

trackables e a lista continua. Alguns

desses acabam por entrar na Loja Ofi-

cial de Geocaching (shop.geocaching.

com), outros não.

O meu amor pelo jogo ajuda-me a sa-

ber no que os geocachers poderão ou

não estar interessados. Estou sempre

a dar uma olhadela naquilo que os

geocachers estão a usar no terreno ou

aquilo que mostram nos eventos de

geocaching. Tenho sempre interesse

nos tópicos de fóruns que falam sobre

o que os geocachers trazem nas suas

mochilas. Estou sempre a observar e

a esperar encontrar o nosso próximo

grande produto. Talvez saibas o que

é? Se sabes, manda-me um email

para [email protected] que eu

adoraria saber mais sobre ele. ☺

Annie Love

- G Love (Lackey)

Tradução por Bruno Gomes (Team Marretas)

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Já está no ar a edição des-te ano dos Prémios GPS – Grandes Plásticos do Século. O arranque aconte-ceu no dia 19 de Fevereiro com a divulgação das ca-ches Nomeadas. Algumas surpresas, algumas de-cepções, mas fundamen-talmente uma enorme lis-ta de caches de excelência para animar as caçadas dos Geocachers portugue-ses nos próximos meses. A GeoMagazine convida-vos a conhecer o melhor do Geocaching português em 2013.

No total são 390, as caches Nomeadas para os Prémios GPS 2013, distribuídas pe-los 20 distritos de Portugal Continental e Regiões Au-tónomas.

Para se chegar e esta lis-ta, foram utilizadas três fórmulas já utilizadas nas anteriores edições dos pré-mios GPS e que têm em co-

mum o facto de se basea-rem em diferentes critérios objectivos que podem servir para definir a qualidade de uma cache, a saber: Núme-ro de Favoritos; Classifica-ção GCVote; Comprimento Médio dos Logs; Número de Fotos e Classificação do Terreno.

O objectivo principal de escolher uma amostra ra-zoavelmente grande por cada uma das fórmulas, foi procurar reduzir ao mínimo as hipóteses de ficarem de fora caches de um hipotéti-co top 100 e criar uma base de selecção suficientemen-te alargada que diminuísse a necessidade de repesca-gens para efeitos de quotas distritais.

Desta forma, chegámos às 390 caches Nomeadas cuja lista poderá ser consultada aqui: http://www.geopt.org/index.php/gps-2013/ca-ches-nomeadas

Por tipos de cache são:

208 Tradicionais

80 Mistério

60 Multi-caches

34 Letterbox Hybrid

7 Wherigo

1 Earthcache

O processo de votação vai decorrer basicamente nos mesmos moldes do ano passado, até 25 de Agosto.

As Regras de Votação já foram publicadas, e relem-brando os aspectos es-senciais, cada Geocacher poderá votar em metade das caches encontradas da Lista de Nomeadas até um máximo de 20.

Se não tiverem encontrado 40 caches dessa lista, po-derão votar em metade das encontradas, sendo que em caso de número ímpar, o número de votos disponí-veis será arredondado para

baixo. Neste caso, os pesos dos votos a atribuir serão os mais baixos, podendo progressivamente atribuir os votos mais altos, à me-dida que forem encontran-do mais caches da Lista de Nomeadas.

Tal como no ano passado, mantém-se a possibilidade de categorizar cada cache encontrada dentro de três categorias previamente es-tabelecidas (Local, Aventura e Recipiente) e posterior-mente ordená-las dentro de cada categoria assina-lada.

As 5 caches Finalistas de cada distrito serão conheci-das a 27 de Agosto a partir das 21 horas, e a Cerimó-nia de Entrega dos Prémios GPS deverá acontecer em data e local a anunciar oportunamente.

A Equipa Geopt

PRÉMIoS GPS2014

Page 87: Edição 7 GeoMagazine

ColaboradoresGustavo VidalOscar MigueisPedro SantosFlora CardosoJoão BatistaFilipe SenaJoaquim SafaraBruno GomesFilipe NobreJoão MalheiroVictor Rolo

Ana AzevedoRui DuarteAnnie LoveRicardo RibeiroLuis SerpaPedro SalazarDaniel Oliveira Paulo HenriquesAntónio ValenteJosé RodriguesAna Paula SusenaPaulo Gordinho

Agradecimentos

Habitat NaturalRevista Itinerante

GeoshopGZ Hostel

MerrelFCMP

ExpediçãoNautel

Iberpump

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