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Educomunicação e Ensino Médio Inovador REPENSAR O TÍTULO A PARTIR DOS PROBLEMAS ESCOLHIDOS! Resumo: A educomunicação consiste no planejamento e na implementação de ações comunicativas em ambientes educativos com o intuito de criar um ecossistema comunicativo que provoque o senso crítico e intervenções sociais. O papel do educomunicador é intermediar e possibilitar as práticas educomunicativas. Em uma pesquisa exploratória, feita anteriormente, reconhecemos indícios que favorecem a educomunicação no Documento Orientador do Programa Ensino Médio Inovador a partir dos direcionamentos voltados para a preocupação com a apropriação das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e para a produção de mídias pelos estudantes. Neste trabalho, visitamos três escolas que fazem parte do programa Ensino Médio Inovador na cidade de Mossoró e investigamos as suas práticas comunicativas como possibilidades educomunicativas. Nossa pesquisa tem como principal aporte teórico Citelli (2000), Moran (1994) e Soares (2011). Para responder como se dá o fazer comunicativo nas escolas do ensino médio inovador, realizamos entrevistas com um gestor e um professor de cada instituição a fim de conhecer (só conhecer? É pouco!) o desenvolvimento de práticas comunicativas no programa ensino médio inovador em Mossoró e analisamos os projetos voltados para a área de tecnologia da informação e comunicação produzidos nas escolas (outro problema?). Percebemos que as práticas comunicativas, em sua maioria, são tidas como didáticas de aprendizagem em consequência das atividades propostas pelo programa, e a necessidade de um profissional que compreenda e domine a utilização dos meios de comunicação para potencializar as práticas comunicativas na escola, ou seja, o educomunicador. Não ficou clara a sua problemática. Qual a QUESTÃO que você pretende responder? Palavras-chaves: ensino médio inovador; possibilidades educomunicativas; práticas educomunicativas, Novas Tecnologias da informação e Comunicação, educomunicador. REVER AS PALAVRAS!!! 1. Introdução:

Educomunicação

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Artigo sobre educomunicação

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Educomunicao e Ensino Mdio Inovador

REPENSAR O TTULO A PARTIR DOS PROBLEMAS ESCOLHIDOS!

Resumo: A educomunicao consiste no planejamento e na implementao de aes comunicativas em ambientes educativos com o intuito de criar um ecossistema comunicativo que provoque o senso crtico e intervenes sociais. O papel do educomunicador intermediar e possibilitar as prticas educomunicativas. Em uma pesquisa exploratria, feita anteriormente, reconhecemos indcios que favorecem a educomunicao no Documento Orientador do Programa Ensino Mdio Inovador a partir dos direcionamentos voltados para a preocupao com a apropriao das Novas Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) e para a produo de mdias pelos estudantes. Neste trabalho, visitamos trs escolas que fazem parte do programa Ensino Mdio Inovador na cidade de Mossor e investigamos as suas prticas comunicativas como possibilidades educomunicativas. Nossa pesquisa tem como principal aporte terico Citelli (2000), Moran (1994) e Soares (2011). Para responder como se d o fazer comunicativo nas escolas do ensino mdio inovador, realizamos entrevistas com um gestor e um professor de cada instituio a fim de conhecer (s conhecer? pouco!) o desenvolvimento de prticas comunicativas no programa ensino mdio inovador em Mossor e analisamos os projetos voltados para a rea de tecnologia da informao e comunicao produzidos nas escolas (outro problema?). Percebemos que as prticas comunicativas, em sua maioria, so tidas como didticas de aprendizagem em consequncia das atividades propostas pelo programa, e a necessidade de um profissional que compreenda e domine a utilizao dos meios de comunicao para potencializar as prticas comunicativas na escola, ou seja, o educomunicador. No ficou clara a sua problemtica. Qual a QUESTO que voc pretende responder?

Palavras-chaves: ensino mdio inovador; possibilidades educomunicativas; prticas educomunicativas, Novas Tecnologias da informao e Comunicao, educomunicador.

REVER AS PALAVRAS!!!

1. Introduo:

Com as relaes sociais contemporneas permeadas e intermediadas pelos meios de comunicao, as reas de educao e comunicao convergem cada vez mais a fim de responder s demandas das reformas educacionais atuais.

Devido ao avano do uso das Novas Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs), e o esforo da implementao de uma lei de educao que, segundo Brasil (2008), traz direcionamentos sobre a necessidade de introduzir os recursos tecnolgicos na educao como forma de insero no meio social, vrios foram os projetos construdos para uma reforma do Ensino Mdio, (CONFUSO) e mais recentemente, no perodo do governo de Luiz Incio Lula da Silva foi elaborada a lei 5.154/04 que deu origem ao Ensino Mdio Integrado. Orao muito grande! Corte as frases com ponto final.

Dentre as muitas propostas que existem no ensino mdio, nosso recorte de pesquisa escolhido como objeto de estudo se encontra no Ensino Mdio Inovador - um programa elaborado para incentivar as redes estaduais de educao a criar iniciativas inovadoras para o ensino mdio - porque dentro das linhas de ao deste programa encontramos indcios educomunicativos e dialgicos.

Entendemos que a comunicao com finalidade educacional transpassa o uso de equipamentos e se firma pela necessidade de expresso e trocas comunicativas. E por sua vez, a ao educativa complexa e abrange a essncia da comunicao na formao ampla da pessoa em termos de capacidade crtica e autonomia para pensar e agir. Essa necessidade educacional inerente ao ser, independente da escolarizao. Neste contexto, a educao chamada a ser mediada e realizar interconexes de saberes.

Chamadas por Adilson Citelli (2000) como linguagens no escolares: imagens, vdeo, fotografia, msica, essas formas de expresso, com cdigos, signos e maneiras prprias de trabalhar a informao e o conhecimento, cuja produo e circulao ocorrem fora das lgicas formalizadoras do discurso escolar, podem e devem fazer parte do projeto pedaggico da escola e serem contempladas, de diversas formas, na dinmica da aula. Porm, vale ratificar, que para esta pesquisa, no nos estenderemos s variadas linguagens comunicativas, mas, nos ateremos e consideraremos (UM OU OUTRO E VER A PONTUAO) como prticas comunicativas o uso das novas tecnologias e a criao/manuteno de suportes miditicos na escola, de acordo com as disposies encontradas no programa orientador do ensino mdio inovador.

Nesta pesquisa, temos por objetivo, investigar as prticas comunicativas nas escolas do EMI em Mossor (FALTA A PROBLEMTICA. QUAL A QUESTO ENVOLVENDO A EDUCOMUNICAO E O EMI VOC DISCUTE?). Para tanto, escolhemos trs escolas que executam ou executaram projetos voltados para produo de mdia pelos alunos, das seis que participam do programa inovador desde o ano de 2009, e (CORTE COM PONTO E COMECE) realizamos entrevistas semi-estruturadas sobre as prticas comunicativas desenvolvidas com um gestor e um professor de cada escola.

Neste sentido, este trabalho tem por finalidade conhecer (NO SERIA ANALISAR) as prticas comunicativas nas escolas do ensino mdio inovador de Mossor e investigar as possibilidades (COMO VAI MEDIR ESSAS POSSIBILIDADES) educomunicativas destas prticas em busca de processos comunicacionais dialgicos e participativos, com inteno de contribuir para o debate sobre as relaes entre a educao e tecnologias e suas linguagens.

FALTA A QUESTO-PROBLEMA DA PESQUISA: Penso que tem a ver com o que voc chama de POSSIBILIDADES, no entanto, melhor esmiuar para o entendimento do leitor

APRESENTE O ITINERRIO DDESTE ARTIGO

2. Educao, comunicao, educomunicao

Vani Kenski (2003) afirma que as tecnologias da comunicao e informao, associadas s tecnologias da inteligncia propiciam, por intermdio de suportes (mdias como jornal, rdio, televiso) (vrgula aqui) a disseminao alm de informaes, de outras formas de comunicao. Elas no se restringem a serem suportes (suportes de que), mas criaram lgicas prprias (vrgula aqui)linguagens e maneira particulares de comunicar-se com as capacidades perceptivas, emocionais, cognitivas, intuitivas e comunicacionais das pessoas. (KENSKI, 2003, p. 23).

Ainda para a mesma autora, Kenski (2008), as composies relativas organizao do conhecimento vm sofrendo mudanas significativas graas ao processo de mediao da informao cada vez mais intenso, no qual impossvel que no acontea um maior entrelace de campos e a contextualizao com os fatos cotidianos narrados. Neste contexto, a poltica educacional implica posturas desde uma gesto democrtica, questes ambientais e de gnero ao uso das Novas Tecnologias da Informao e Comunicao (NTICs). RELAO MEIO FORADA!!!

Entendemos a educao como um processo que transforma o ser humano em sujeito da sua prpria histria, vivendo uma relao dialtica (ENTRE?). Em Paulo Freire (1979) (vrgula aqui)concordamos que a educao comunicao, dilogo, na medida em que no a transferncia de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significao dos significados. (FREIRE, 1979, p.69.).

(PODE JUNTAR COM O DE CIMA) Para Paulo Freire, a comunicao vista como um processo de interao de Sujeitos em dilogo, elemento estruturante e intrnseco ao ser humano. Desta concepo da relao entre Comunicao e Educao surge o conceito de Educomunicao, definida por Ismar Soares como:

conjunto das aes inerentes ao planejamento, implementao e avaliao de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaos educativos, presenciais ou virtuais, tais como escolas, centros culturais, emissoras de TV e rdio educativos, centros produtores de materiais educativos analgicos e digitais, centros coordenadores de educao a distncia ou e-learning (precisa de uma nota), e outros. (SOARES, 2002, p. 115)

As aes educomunicativas visam introduo dos recursos da informao e da comunicao no ambiente educativo, no apenas como instrumentos didticos (tecnologias educativas) ou objeto de anlise (leitura crtica dos meios), mas, principalmente, como meio de expresso e de produo de cultura (ALVES; MACHADO, 2005 (PGINA)). DIMINUA ESSA CITAO OU FAA RECUO

Pensamos que os professores podem adotar trs diferentes posies (ADOTAR UMA AS VEZES NO ANULA OUTRA): ou continuam a ignorar os meios de comunicao, considerando-os inimigos da escola e investindo unicamente nas linguagens escrita e oral no processo de cognio; ou introduzem os meios de comunicao em sala de aula com o objetivo nico de exemplificao do contedo estudado (a exemplo do recorte de palavras de jornais para o aprendizado da gramtica); ou aproximam de vez a escola dos meios, integrando os sistemas de comunicao s prticas educativas. A ltima alternativa, de acordo com Moran (1994), imprescindvel, pois os meios so processos eficientes de educao informal, porque ensinam de forma atraente e voluntria (MORAN, 1994, p.21).

A escola pode e precisa estabelecer pontes com os Meios de Comunicao. Pode utiliz-los como motivao do contedo de ensino, como ponto de partida mais dinmico e interessante diante de um novo assunto a ser estudado. Podem os Meios apresentar o prprio contedo de ensino (cursos organizados em vdeo, por exemplo), bem como ser, eles prprios, objeto de anlise, de conhecimento (estudo crtico da televiso, do cinema, do rdio, dos jornais e das revistas). A escola pode combinar as produes escritas convencionais com as novas produes audiovisuais, principalmente em vdeo, que capacitam o aluno a se expressar de forma mais viva e completa (MORAN, 1994, p.22).

Sabemos que, de uma forma ou de outra, as escolas se utilizam dos meios, mas, de que forma? (refaa a escrita da pergunta) Diante (NO SERIA MELHOR CONSIDERANDO) de alunos que j nasceram em uma cultura miditica, perguntamos-nos, ento, como possvel (MAIS FCIL) incorporar as transformaes trazidas pelas novas tecnologias no cotidiano escolar? Que contribuies a comunicao poderia trazer para a escola? Que processos comunicacionais poderiam e estariam sendo utilizados na prtica educacional? Para tentar responder estas questes, fomos ao ensino mdio inovador investigar as suas prticas comunicativas e dentro destas, as suas possibilidades educomunicativas. Para tanto, abordaremos antes o ensino mdio inovador e sua abertura para a educomunicao. SUGIRO ESCOLHER SOMENTE UMA OU DUAS QUESTES. APRESENTE ESTA QUESTO L NA INTRODUO!

3. O Ensino Mdio Inovador e a (Edu)comunicao

Durante o governo Lula foram lanados muitos projetos e programas a fim de diversificar o ensino e assegurar uma formao mais completa com o intuito de oportunizar uma adequao por parte das escolas ao ensino integrado. EU ELIMINARAIA ESTE PARGRAFO OU JUNTARIA COM O DEBAIXO!

O Programa Ensino Mdio Inovador surgiu, de acordo com o discurso do seu Documento Oficial, como uma forma de incentivar as redes estaduais de educao a criar iniciativas inovadoras para o ensino mdio. Desta forma, ele se prope a: estimular novas formas de organizao das disciplinas articuladas com atividades integradoras, a partir das inter-relaes existentes entre os eixos formativos Trabalho, Cincia, Tecnologia e Cultura (BRASIL, 2009.p.14).

As propostas do programa objetivam que as redes estaduais de educao passem a pensar novas solues que diversifiquem os currculos numa tentativa de melhoraria da qualidade da educao oferecida nessa fase de ensino para torn-la mais atraente ao educando. PODE JUNTAR COM O DE BAIXO!

De forma geral, o documento orientador do programa Ensino Mdio Inovador (BRASIL, 2009) sugere vrias alteraes para implementar atividades inovadoras nas quais os alunos do ensino mdio possam ser mais participativos: aumento da carga horria mnima do ensino mdio para 3 mil horas; a possibilidade de o aluno escolher 20% de sua carga horria com criao de disciplinas optativas; modificaes na grade curricular; associao entre a teoria e prtica; nfase s atividades prticas e experimentais, como aulas prticas, laboratrios e oficinas, em todos os campos do saber; valorizao e fortalecimento da leitura em todas as reas do conhecimento, para que se tenha uma garantia de formao cultural.

Segundo o documento orientador do programa, as disposies legais sobre o ensino mdio evidenciam a relevncia da educao geral como meio de preparar o indivduo para o trabalho e capacitar sua insero social cidad, como sujeitos de interveno no seu prprio processo histrico, atentos s transformaes da sociedade, compreendendo os fenmenos sociais e cientficos que permeiam o seu cotidiano (BRASIL, 2009, p.5).

Constitudo por vrias dimenses, linhas e componentes, o documento aponta prticas comunicativas para as escolas. Em uma pesquisa exploratria, feita anteriormente, do documento orientador do programa, pudemos perceber indcios de educomunicao. J FOI DITO. JUNTAR COM DE BAIXO.

No documento orientador do programa, encontramos na linha de ao de apoio s prticas docentes, como tambm na linha do desenvolvimento do protagonismo Juvenil e apoio ao aluno Jovem e Adulto trabalhador, a preocupao com a apropriao das Novas Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) e a proposta para produo de mdias pelos estudantes, respectivamente (BRASIL, 2009). JUNTAR COM DE BAIXO.Na dimenso sobre a formao de professores e condies do trabalho docente, o programa sugere uma linha de ao sobre apoio as prticas docentes que faz surgir a necessidade de trabalhar com o componente utilizao de novas tecnologias educacionais que, por sua vez, implica em um projeto que discute essencialmente a contribuio da tecnologia na educao em sua totalidade, sendo pensada como forma de expresso e no simplesmente como inovao didtica. Ao passo que Soares (2011) corrobora que uma abordagem educomunicativa torna a vida dos docentes mais coerentes com os sinais dos tempos, bem como a vida dos alunos mais interessante e produtiva durante o tempo escolar a que estiverem submetidos (SOARES, 2011, p.52). JUNTAR COM DE BAIXO.

J a dimenso sobre prticas pedaggicas e avaliao sugere uma linha de ao sobre proposta curricular inovadora, desenvolvimento do protagonismo juvenil e apoio ao aluno jovem e adulto trabalhar componente produo de mdias pelos estudantes. E neste ponto, Soares (2011, p. 25) defende que:

[...] a partir da evidente busca dos jovens por novas propostas para a sua formao em uma escola que responda aos seus anseios e novos elementos ante suas vivncias, as polticas pblicas deveriam ser de duas ordens: ampliao do ensino profissionalizante e incluso das tecnologias da comunicao e informao nas escolas.

A partir destas relaes entre as propostas do Ensino Mdio Inovador e da Educomunicao, concordamos com Soares (2011), sobre a defesa (DE) uma poltica educacional que potencialize a expresso dos sujeitos envolvidos:

Ao convidar o Ensino Mdio a ser revisto a partir dos paradigmas da educomunicao, estamos, na verdade, convidando a educao formal a assimilar, em seu benefcio, uma experincia que nasceu fora de suas paredes, no espao das relaes no formais da produo e difuso de sentidos, no contexto dos embates da luta social por novos e mais franqueados espaos de comunicao e de expresso (SOARES, 2011, p.41).

4. Contextualizando O EMI em Mossor

COMO CONTEXTUALIZAO. PODERIA GASTAR UM PARGRAFO FALANDO OBRE O AMBIENTE E ESTRUTURA (FISICA E HUMANA DAS ESCOLAS)

Para fins desta pesquisa, escolhemos as trs escolas do EMI de Mossor que executam projetos voltados para comunicao e investigamos quais e como se do as suas prticas comunicativas, ao longo destes trs anos de programa, atravs de entrevista semi-estruturada com um gestor e um professor de cada escola e de anlise dos projetos comunicativos desenvolvidos nestas.

As escolas so: Escola Estadual Professor Manoel Joo, Escola Estadual Ada Ramalho e Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. No intuito de resguardar as instituies e os sujeitos que nelas atuam, decidimos por, no decorrer da pesquisa, nos referirmos s escolas visitadas e os seus projetos por letras e aos sujeitos pelos cargos que ocupam seguidos das letras de suas escolas.

O ensino mdio inovador funciona da seguinte forma: as escolas devem oferecer disciplinas optativas que so organizadas em formato de projetos (com o intuito) a fim de que seus alunos cumpram horas complementares num total de 100 horas anuais acrescidas em suas cargas-horrias.

Porm, a implementao e o desenvolvimento do programa, o benefcio dos recursos recebidos e a obrigatoriedade do desenvolvimento dos projetos esbarram em alguns pontos comuns em todas as instituies: a dificuldade com relao estrutura fsica da escola (seja por falta de espao ou por no possuir o espao adequado para realizao das atividades); a disponibilidade de tempo para planejar e/ou desenvolver os projetos por parte do corpo docente (que em sua maioria possui vnculos com outras instituies); e a preocupao em manter os alunos interessados e participando do programa para que estes consigam os seus certificados de concluso do ensino mdio (pois obrigatrio que somem 100h de atividades complementares) e para manter a verba destinada escola pelo programa.

A gestora A nos informou que a 12 Diretoria de educao, cultura e desportos (DIRED) do Rio Grande do Norte direcionou as seguintes reas temticas para desenvolvimento de projetos: estudos complementares de leitura e produo textual; estudos complementares de matemtica; sade e preveno na escola; iniciao cientfica; tecnologia da informao e comunicao; educao empreendedora; educao patrimonial, tica e cidadania; histria e cultura afro-brasileira e indgena; e estudos complementares de arte e cultura.

Em cada escola encontramos pelo menos um projeto que tenha trabalhado a produo de mdia por parte dos alunos como a confeco de vdeo, fotografia, poemas, jornal. Mas, das seis, apenas trs desenvolveram ou desenvolvem projetos voltados diretamente para a rea tecnologia da informao e comunicao. No prximo tpico, trataremos das prticas comunicativas destas escolas.

5. As prticas comunicativas no EMI e a figura do educomunicador

Encontramos na escola A um projeto voltado para a temtica Tecnologia da informao e comunicao, realizado no ano de 2011, que tinha como justificativa a necessidade de:

orientar o aluno no sentido de pesquisar e selecionar informaes, desenvolvendo assim, competncias de produo de textos, imagens, bem como discutir esses temas eticamente, o que potencializar autorias, dentre outras competncias (Projeto A, 2011, p.2).

E como objetivo ampliar e diversificar as metodologias de aprendizagem disponveis, favorecendo o princpio da autoria e autonomia por meio da utilizao de mltiplas linguagens e tecnologias da informao e da comunicao (Projeto A, 2011, p.3). Temos assim, no texto do projeto, intenes educomunicativas evidentes, porm, a inexperincia na prtica comunicativa que aparece como dificuldade na execuo do projeto, como veremos.

Foram realizadas (QUEM? COM QUEM?) visitas ao jornal Gazeta, TV Mossor e Rdio Difusora e tambm estudo dos meios de comunicao ao longo do tempo, sobre a utilizao de diferentes fontes de informao e recursos tecnolgicos para a construo de conhecimento e ainda numa reflexo sobre a informao nos meios de comunicao, com a culminncia na produo de um blog, um jornal impresso e um televisivo produzido pelos alunos. Porm, a gestora A alerta que:

Uma das coisas que a gente sentiu necessidade foi ter um profissional da rea pra orientar que segue um roteiro. Claro que a gente segue um roteiro, mas diferente de um profissional que sabe o que t fazendo direitinho. (...) no final, ele no aprendeu a fazer o jornal mesmo, no fez a diagramao, o jornal no foi pra grfica... Foi mais um trabalho digitado como outro qualquer. No causou impacto no aluno. Num tem a boneca, n? Que tem que fazer... Pois , no foi feito. O aluno num chegou nem a ver o trabalho pronto, impresso. No houve a distribuio do jornal. Ficou s uma amostra no projeto. Todos perderam o interesse porque se tornou um trabalho normal.

A professora A que mais acompanhou o projeto junto aos alunos, afirma que os alunos tomaram a frente do projeto: Eles entrevistavam e faziam fotos, imagens com os celulares, as cmeras que tinham em casa... Eles desenvolveram muito bem. Eles gostaram demais de tudo: das visitas, das entrevistas..., completa a professora. Todas as aes tinham orientao dos professores, mas os estudantes tambm faziam sugestes. A professora A revela que:

O problema que a gente at tinha o material e condies pra fazer as coisas, (.) A gente s no tinha quem fizesse. Por exemplo, a gente tem uma cmera semi profissional aqui na escola, mas no usamos no projeto porque a gente no sabia mexer. Ento os alunos fizeram com celular. Eles gravaram tudo direitinho, com roupa de jornalista e tudo o mais. Ficou legal! Mas a gente nunca conseguiu editar nenhum vdeo. E a gente at quis criar o blog aqui da escola, mas no deu certo. Falta uma pessoa pra fazer, (.) A escola tambm t sem internet.

Na escola B, encontramos um fazer comunicativo contnuo atravs da produo audiovisual. Todos os projetos desenvolvidos no programa culminam em um documentrio que confeccionado pelos alunos e orientado pela professora B que diz: ns trabalhamos os temas, como por exemplo, meio ambiente, e os alunos saem da escola com seus celulares, cmeras digitais, e voltam com um documentrio em que eles falam do que estudaram e relacionam com as suas realidades. Neste sentido, a gestora B ressalta que:

No s a professora Sidney faz trabalhos com vdeos, mas os outros professores usam muito tambm porque os alunos se acostumaram a trabalhar assim. Eu acho muito positivo porque faz parte, n, do avano, facilita. No s os vdeos, mas a informtica, a internet. Acho muito positivo. Uma forma de enriquecer, de aprimorar o conhecimento. E eles tem bastante habilidade em confeccionar slides, apresentao de trabalho, eles do show! Eles confeccionam os vdeos, slides... As entrevistas que eles fazem com as pessoas nos locais; eles filmam e fazem o DVD. Aqueles que participam diretamente ficam mais comunicativos. Os que produzem se destacam.

possvel enxergar, mais uma vez, de acordo com as professoras A e B, o protagonismo dos alunos (,) que com os seus prprios meios como celulares, por exemplo, produzem comunicao. A gestora B aponta o diferencial dos alunos que participam ativamente das produes audiovisuais quando afirma que so alunos mais comunicativos, (CONFUSA PONTUAO) o que nos leva a perceber a importncia da iniciativa e do acompanhamento das prticas comunicativas na escola. Esta autonomia criativa defendida pela educomunicao quando Soares (2011) diz que para se criar um ecossistema comunicativo, o educomunicador precisa desenvolver suas aes como inclusivas, democrticas, miditicas e criativas.

Diferente da Escola A, a Escola B possui uma professora que tem mais facilidade em lidar com as prticas comunicativas, compreendemos que (ELA) esta se faz articuladora das aes junto aos alunos e demais professores, o que facilita o desenvolvimento dos projetos.

J a Escola C diferenciada porque alm de desenvolver prticas comunicativas no desenrolar dos projetos (assim como as outras escolas), esta possui um meio de comunicao permanente dentro do ambiente escolar que uma rdio que o EMI possibilitou montar atravs dos recursos direcionados.

Apesar de possuir os instrumentos, a gestora C nos informa da dificuldade que fazer a rdio funcionar realmente:

A rdio... Eu sinto isso: tem essa dificuldade na escrita, porque para a rdio funcionar ele tem que preparar uma matria, eu acho que o entrave pra rdio funcionar esse; no saber como deve ser a escrita pra rdio. Como o jornal tem a ajuda do professor de lngua portuguesa, ele vai ajudando, mas na rdio, complica mais. At o prprio professor fica inseguro de como produzir a matria. Eu acho que a gente conseguindo superar isso, fazendo um projeto e tendo o acompanhamento dirio de uma pessoa pra que a rdio acontea, tendo essa disponibilidade, a eu acho que a rdio vai funcionar.

A professora C faz um comentrio interessante que nos aponta a necessidade de convergir comunicao e educao na escola, e para isto, compreendemos a necessidade de um educomunicador:

Porque a comunicao essencial. Ns vivemos, e ns temos que nos comunicar, ningum s. (...) Os meios tecnolgicos to a nas mos dos alunos, no celular, na internet, eles sabem das coisas muito rpido, muito mais rpido do que eu, por exemplo. Eles sabem mexer nos recursos tecnolgicos muito mais do que eu. Por exemplo, eu queria montar uma arte da camiseta dos 30 anos da escola - eu no sei fazer - mas eu tenho um aluno que sabe. Eu chamei: - Marcos, me ajude, monte aqui a arte de uma camisa pra mim. Ele veio e fez. Passou um sbado de manh fazendo. - Monte esse banner pra mim. Montou. Um menino, um garotinho. Eu acho que se a escola no tiver isso, a gente vai ficar pra trs. A gente tem que se ligar nesses recursos que a rdio oferece, que o jornal oferece, pra aproximar, fazer com que o aluno se sinta parte da escola, que ele se sinta importante, que ele ame a escola, as pessoas de uma forma geral.

Percebemos nesta nossa pesquisa a unnime valorizao da utilizao dos meios no fazer educativo e a deficincia da prtica comunicativa por falta de um profissional preparado para isto, clara nas falas de professores e gestores. Por isto concordamos com Soares (2011) que para a defesa de uma poltica educacional que potencialize a expresso dos sujeitos envolvidos e que a educomunicao pode ser uma forma de contribuir neste processo, no qual a figura do educomunicador se faz de extrema importncia.

O educomunicador , portanto, de acordo com Soares (2011), o profissional habilitado para elaborar diagnsticos, coordenar e avaliar projetos no campo educao-comunicao; responsvel pelo uso das TICs de forma colaborativa; pelo assessoramento do sistema de meios de comunicao no que se refere produo educativa; pelo desenvolvimento de debates acerca da recepo das mensagens miditicas; e pelas reflexes e sistematizaes de suas prprias experincias na interface comunicao/educao na difuso das prticas do novo campo.

6. Consideraes finais

Percebemos por esta pesquisa exploratria que existe uma preocupao consensual com a integrao das tecnologias de informao e comunicao no fazer educativo, mas que no se despertou ainda para a organizao de um fazer comunicativo na educao.

No universo da educao muito j foi pensando, e pouco se tornou poltica pblica e perdurou. comum o trabalho por projetos e a interdisciplinaridade como possibilidades abertas pela LDB, principalmente atravs do inovador que tem como proposta de currculo diferenciado, mas, as prticas comunicativas podem ser viabilizadas de forma a contribuir no processo de pensar aes sociais educativas voltadas para a transformao da realidade de desigualdade vivida.

Acreditamos que entender o exerccio de produzir comunicao de forma democrtica e participativa, por parte de crianas e jovens, como prope a educomunicao, torna o educomunicador o profissional necessrio para possibilitar que as prticas comunicativas desenvolvidas nas escolas possam representar um diferencial na construo de conhecimento e de formao de compromisso social.

FALTA AQUI CONSIDERAR AS QUESTES PRETENDIDAS COM A PESQUISA. RESPONDER, OBJETIVAMENTE, AQUELAS QUESTES QUE VOC APRESENTA. CREIO QUE DEVE FICAR EM DUAS.

REFERNCIAS

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