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Elisabeth Arilla Bocchi A DINÂMICA PSÍQUICA EM PACIENTES VERTIGINOSOS Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Doutor em Distúrbios da Comunicação Humana Orientador: Ana Maria Baccari Kuhn São Paulo 2002

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Elisabeth Arilla Bocchi

A DINÂMICA PSÍQUICA EM PACIENTES VERTIGINOSOS

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo –

Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de

Doutor em Distúrbios da Comunicação Humana

Orientador: Ana Maria Baccari Kuhn

São Paulo

2002

1 INTRODUÇÃO

Tontura é a sensação de alteração do equilíbrio corporal. Pode ser de caráter

rotatório (vertigem) ou não rotatório (instabilidades, oscilações, vacilação, titubeio, flutuação, ascensão,

afundamento, pulsão, impulsão, oscilopsia e etc.).

Esses incômodos sintomas são extremamente comuns em nosso meio e em todo mundo, em todas as

faixas etárias e podem ter numerosas causas.

O universo otoneurológico abrange mais de trezentos quadros clínicos, com mais de dois mil possíveis

fatores etiológicos, podendo ser endógenos de origem orgânica, funcional e/ou psíquica. Ganança(1998)

Diante deste quadro, quando um indivíduo obtém como resultado da equilibriometria – Exame Vestibular

Normal, não indica que esteja livre de determinados problemas clínicos à distância, em outros órgãos ou

sistemas, que podem afeta-lo de diversas maneiras, como as vestibulopatias secundárias. Silva et al

(1999)

A presença de componentes emocionais em pacientes vertiginosos tem sido uma

constante dentro do campo da Otoneurologia.

Os traços peculiares à personalidade de pacientes vertiginosos foram enfatizados durante a década de

80 por Kuhn (1982); Kuhn et al (1983,1985,1986,1993); Rigatelli et al (1984); Hallan, Stephens (1985);

Davanzo et al (1985); Hallan, Hincliffe (1991); Mckenna et al (1991); Chavez et al (1993).

Mais recentemente houve o empenho na compreensão da dinâmica psíquica destes pacientes, visando

melhorar o procedimento terapêutico. Kuhn et al (1994, 1995, 1998); Bocchi, Kuhn (1995); Mejias et al

(1995); Baleeiro (1998); na tentativa de entender a gênese do sofrimento psíquico associado à vertigem.

Com Kuhn et al (2000), surge a Otoneuropsicologia que tem por objetivo estudar os aspectos

psicológicos clínicos e terapêuticos de pacientes com alterações auditivas e do equilíbrio corporal.

1.1 – Objetivo

Este trabalho foi desenvolvido, neste momento, tendo como objetivo investigar a dinâmica do

funcionamento mental em pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal, à luz da Teoria

Psicanalítica de Freud (1920), usando o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister e o Método de

Rorschach.

2 REVISÃO DA LITERATURA

A preocupação em situar a vertigem no cenário psicológico tem origem com

Freud (1895), ao descrever que metade dos indivíduos por ele estudada, apresentou estado de

ansiedade seguido por vertigem, afirmando na época, que os estados de ansiedade profunda eram

exteriorizados e sentidos sob a forma de desequilíbrio. Este estado de desequilíbrio foi associado por

Freud (1926), aos estados de ansiedade por envolverem a perda e a separação do objeto amado,

produzindo o acúmulo de desejos insatisfeitos, provocando a sensação de desamparo, levando-o a

considerar a vertigem como o equivalente somático da angústia.

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Kuhn (1982), pesquisou por meio do Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, o

perfil psicológico de 40 pacientes vertiginosos com Síndrome Vestibular Periférica observando as

seguintes características: constrição do campo psicológico e insuficiência de mecanismos defensivos

adequados gerando inadaptação social.

Kuhn et al (1983), tendo como instrumento o Teste das Pirâmides Coloridas de

Pfister, compararam o perfil psicológico de pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal com os

de exame alterado. Observaram que os pacientes com exame alterado estavam em piores condições

psicológicas do que os com exame normal, sendo mais ansiosos e tensos.

Rigatelli et al (1984), examinaram 60 pacientes vertiginosos hospitalizados,

utilizando as escalas - Scala Sung’s de Depressão (SDS) e Scala Sung’s Ansiedade (SAS), analisaram

também traços de personalidade como, somatização e neurose pelo Middlesex Hospital Questionnaire

(MHQ). Quando comparado ao grupo controle, os resultados estatisticamente significantes mostraram

incidência de traços de personalidade histérica nas mulheres com altos índices de somatização, sendo

que os índices de ansiedade e depressão foram iguais nos dois grupos.

Kuhn (1985), com a intenção de investigar a etiologia das vertigens verificou, por

entrevistas psicológicas e pelo Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, que os fatores psicogênicos

preponderavam sobre os orgânicos, e que os pacientes apresentavam traços de agressividade e

imaturidade.

Hallam, Stephens (1985), correlacionaram sofrimento psíquico ao desequilíbrio

corporal, utilizando a escala de ansiedade do Teste Psicopatológico Crown Crisp Experimential Invent

(CCEI). Obtiveram resultados positivos quanto ao papel da ansiedade, tanto no início das crises

vertiginosas, quanto no processo de seu tratamento. Afirmaram, ainda, que era clinicamente importante

conhecer em que medida os distúrbios emocionais estão relacionados às disfunções vestibulares e quais

os traços psicológicos dos pacientes e sua inter-relação com a vertigem.

Davanzo et al (1985), realizando um estudo psiquiátrico por entrevistas,

compararam dois grupos de pacientes: um com Vertigem Postural Funcional (V.P.F.) e outro com

Vertigem Postural Orgânica (V.P.O.).

Concluíram que os pacientes com Vertigem Postural Funcional (V.P.F) eram imaturos e indecisos, sendo

que a vertigem estava conectada a situações críticas que punham em jogo o projeto existencial, seus

mecanismos de defesa e sua adaptação psicológica. Diferente daqueles com Vertigem Postural

Orgânica (V.P.O.) que criaram um círculo vicioso de dependência e incapacidade física em seus próprios

benefícios.

Kuhn et al (1986), compararam os aspectos afetivos emocionais, utilizando o

Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, de pacientes adultos e idosos com Síndrome Vestibular

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Periférica. Verificaram que os idosos eram facilmente excitáveis, imaturos e regredidos, além de

apresentarem campo psicológico constrito. Enquanto os adultos revelaram predominância de

comportamento formal, afetivamente distanciados do meio ambiente, voltados à vida de fantasia,

aspectos estes, não observados no grupo de idosos.

Hallam, Hinchcliffe (1991), buscaram a associação positiva entre os resultados do

teste postural e vertigem por meio de questionários e entrevistas, encontrando correlação entre as crises

vertiginosas e aspectos psicológicos, tais como, ansiedade, medo e insegurança.

Mckenna et al (1991), estudaram pacientes com queixas otoneurológicas com o

propósito de verificar a prevalência de aspectos psicológicos como dificuldades de relacionamento,

ansiedade, insegurança e fobias utilizando entrevistas e o questionário de saúde geral, General Health

Questionnaire (GHQ). Sua amostra constou de 64% de vertiginosos, 45% de queixa de zumbido e 27%

com perda de audição. Constataram que 42% do total destes pacientes necessitavam e aceitaram ajuda

psicológica.

Kuhn et al (1993), pesquisando a imagem corporal, por meio do Desenho da

Figura Humana, entre pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal e com Síndrome Vestibular

Periférica detectaram que o grupo com Exame Vestibular Normal apontou dificuldade em estabelecer

contato espontâneo, e ,ainda, falta de recursos para explorar e dominar o meio.

Clark et al (1993), examinaram a correlação entre distúrbios psiquiátricos e

alterações otológicas e vertigem (pacientes com exame vestibular alterado), levando em conta os

critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais III-(DSMIII). Concluíram que

embora os distúrbios psiquiátricos estivessem associados à dor crônica sem vertigem, os sintomas

psiquiátricos eram mais comuns em pacientes vertiginosos do que na população em geral.

Kuhn et al (1994), estudando a dinâmica psíquica de pacientes vertiginosos, à luz

da Psicanálise, lembraram que o sintoma psíquico é a representação atual de acontecimentos do

passado, vivenciados pelo indivíduo de forma traumática e que é reativado por um conflito emocional,

podendo explicar o aparecimento da vertigem.

Bocchi, Kuhn (1995), analisando os aspectos emocionais de pacientes

vertiginosos com Exame Vestibular Normal, utilizando o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister,

concluíram que estes pacientes eram facilmente excitáveis, vulneráveis ambivalentes e intolerantes, com

dificuldade de adaptação às situações novas (resistência a mudanças) a fim de não entrarem em contato

com a angústia.

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Mejias et al (1995), tratando de pacientes vertiginosos com Exame Vestibular

Normal verificaram ser estes pacientes mais ansiosos e deprimidos que a maioria da população e que,

após a intervenção psicoterápica, obtiveram melhora da vertigem.

Baleeiro (1998), salientou a necessidade da visão holística e multifatorial para

compreender o significado real e simbólico da vertigem, a complexidade do adoecer, o sofrimento

biológico, psicológico e social dos pacientes vertiginosos. Enfatizou a importância de passar a ouvir e

sentir de maneira mais adequada, fornecendo, desta forma, um aporte emocional importante durante o

tratamento dos pacientes.

Kuhn et al (1998), estudando as implicações psicológicas da vertigem, observaram

comportamentos paradoxais em pacientes vertiginosos porque, se por um lado mostraram sentimentos

de fragilidade, dependência e desamparo, por outro, mostraram ser onipotentemente controladores a

ponto de se imobilizarem pela vertigem, imobilizando o meio por ela.

Kuhn et al (1998), discorrendo sobre a evolução do pensamento Freudiano a

respeito da angústia, indicaram ser a psicanálise uma das vias privilegiadas para se estudar os pacientes

vertiginosos, por permitir a compreensão da dinâmica do funcionamento psíquico destes pacientes.

Afirmaram ainda, que apesar deles possuírem bom nível de desenvolvimento do ego, existe uma parte

cindida e regredida que contrasta com sua integridade, sendo que o sintoma vertigem funciona como um

sistema de alarme que surge diante da vulnerabilidade frente às ameaças externas.

Kuhn, Casagrande (1998), defenderam a técnica psicanalítica na avaliação e

tratamento de pacientes vertiginosos apontando o sintoma vertigem como a manifestação da angústia

que busca sua expressão tanto no desequilíbrio físico quanto no psíquico.

Kuhn, Bocchi (1999), estudaram e compararam a imagem corporal entre pacientes

vertiginosos com Exame Vestibular Normal e Exame Vestibular Alterado, verificando que os dois grupos

revelaram desordem na imagem corporal, sendo que os pacientes com Exame Vestibular Normal

estavam em piores condições psicológicas devido às suas dificuldades em usufruir a vida de forma

prazerosa.

Nagarkar et al (2000), comparando os fatores psicológicos em pacientes com

Vertigem Posicional Paroxística Benigna (V.P.P.B.) e com vertigem de origem psicogênica, concluíram

que a depressão, a ansiedade, a introversão, a inabilidade social exerciam importante papel nas crises

vertiginosas nos dois grupos estudados.

Haralanov et al (2000), referiram que alguns sintomas psicológicos podem ser

causa, conseqüência ou coexistirem com as crises de vertigem, sobre quatro aspectos: a) um transtorno

psíquico – ansiedade, por exemplo, pode provocar ou agravar uma crise; b) um transtorno psíquico,

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usualmente a depressão ou o transtorno do pânico pode ser provocado ou causado por uma crise; c) um

transtorno psíquico pode agravar uma crise e d) um transtorno psíquico pode ser representado por uma

crise.

Bocchi et al (2001), usando o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister

investigaram 100 pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal e constataram a presença da

angústia, provocando tensão interna e como conseqüência, dificuldade na esfera social.

Kuhn et al (2001), evidenciaram a explícita relação entre a sintomatologia relatada

por Freud (1895) na Neurose de Angústia e a prevalência de sintomas otoneurológicos relatada por

Caovilla et al (1997).

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3 MÉTODO

Este trabalho foi realizado no Ambulatório da Disciplina de Otoneurologia do

Departamento de Otorrinolaringologia e Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de

São Paulo – Escola Paulista de Medicina, a partir da avaliação Otoneurológica de pacientes vertiginosos

com Exame Vestibular Normal.

A avaliação otoneurológica consiste em um conjunto de procedimentos que

permite a exploração semiológica dos sistemas auditivo e vestibular e suas relações com o sistema

nervoso central Caovilla, Ganança,(1998).

Os procedimentos consistiram em anamnese, exame otorrinolaringológico,

investigação audiológica, equilibriometria e avaliação psicológica.

A avaliação psicológica consistiu em entrevistas, teste das Pirâmides Coloridas de

Pfister e o método de Rorschach.

A casuística constou de 30 pacientes com queixa de vertigem e Exame Vestibular

Normal, com idade média de 54,3 anos, sendo 16 do sexo masculino, com idade média de 55 anos, e 14

do sexo feminino, com idade média de 53,3 anos (quadros 1,2,3). Estes pacientes apresentaram, além

de queixa de vertigem, outros sintomas associados, sendo os mais freqüentes insônia, cefaléia e

náusea.

O grupo denominado grupo controle (GC), composto por 30 adultos com idade

média de 43 anos, sendo 11 do sexo masculino com idade média de 49,8 anos e 19 do sexo feminino

com idade média de 39 anos, sem queixa de vertigem e outras queixas otoneurológicas e/ou qualquer

doença crônica e que nunca se submeteram à psicoterapia (quadros 4,5,6).

O Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister foi aplicado e avaliado

quantitativamente de acordo com Schaie, Heiss (1964), que prevê a construção de seis pirâmides, em

duas séries. Na primeira série, solicita-se a construção das três pirâmides “bonitas” e na segunda, as

três pirâmides “feias“.

Nossa interpretação qualitativa não obedeceu às propostas dos autores quanto à

divisão manifesto - pirâmides bonitas - e latente - pirâmides feias - , por considerarmos um teste projetivo

que estuda os aspectos inconscientes da personalidade. Além disso, nos fundamentamos na Teoria

Psicanalítica devido aos seus subsídios à compreensão dos mecanismos psíquicos e do funcionamento

mental. Sabemos que, quanto mais intensamente os impulsos são reprimidos e mais perigosos são

percebidos os sentimentos, maior será a tendência a expressá-los mediante a projeção.

Para compararmos a escolha das cores na construção das pirâmides entre os dois

grupos estudados, utilizamos o Teste de Mann-Whitney.

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Consideramos ainda, as categorias formais das pirâmides definidas a partir da

interação existente entre as respostas à cor e à estruturação que advém da forma da pirâmide. Esta

interação foi estabelecida pelas relações de posição e simetria existentes entre os campos da pirâmide

Schaie, Heiss,1964. As categorias formais das pirâmides, consideradas para este estudo foram: os

tapetes (carpet) = C; as camadas (layer) = L e as estruturas (structure) = S. Agrupamos as categorias

formais das pirâmides e utilizamos o teste Qui-quadrado para compararmos a diferença das estruturas

piramidais entre os dois grupos.

Foram ainda estudadas, as Formulas Cromáticas que podem ser classificadas

como Lábil, Flexível ou Constante, segundo sua variabilidade, bem como Ampla, Moderada ou Restrita,

segundo sua extensão.

Para validar os resultados das Fórmulas Cromáticas, foram analisadas

estatisticamente pelo Teste Exato Fisher.

O método de Rorschach foi aplicado, avaliado e interpretado segundo os critérios

propostos pelo Sistema Compreensivo (2000), e as variáveis escolhidas para este estudo foram aquelas

relacionadas aos aspectos ideativos e afetivos em função dos objetivos traçados.

Assim sendo, o objetivo deste estudo foi investigar a dinâmica do funcionamento

mental em pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal, à luz da Teoria Psicanalítica

Freud(1920). Em razão do objetivo deste trabalho as variáveis escolhidas para análise foram:

O Índice de Percepção e Pensamento – PTI composto das variáveis:

− número de respostas (R)

− porcentagem de resposta apropriadas (XA%)

− porcentagem de respostas apropriadas localizadas em W e D área (WDA%)

− respostas de movimento humano inadequadas (M-)

− soma ponderada dos seis códigos especiais (Wsum 6)

− porcentagem das respostas com forma distorcida (X-%)

− soma dos códigos especial nível 2 (LVL2)

− combinação fabulada de nível 2 (FABCOM2)

E as variáveis afetivas;

− quociente Afetivo - (Afr)

− soma ponderada das respostas de cor – (WsumC)

− soma ponderada das respostas acromáticas – (Wsum C`)

− proporção de constrição – (WsumC` : WsumC)

− somatória de respostas de cor acromática (SumC`)

− índice de depressão – (DEPI)

− respostas mistas de cor e sombreado – (Cor-SH)

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− somatória das variáveis de vista (V), sombreado difuso (Y); textura (T);

− cor acromática C´ = (SumSH )

− respostas no espaço em branco – (S)

− estilo de resposta persistente (EBPer)

− proporção das respostas forma cor, cor e forma + cor (FC: CF + C)

− cor projetada - (CP)

− proporção de complexidade – (Blends: R)

Seguindo as normas propostas pelo Sistema Compreensivo (2000), há para cada

variável ou proporção um critério de avaliação que delimita sua interpretação. Todas as variáveis foram

analisadas e posteriormente comparada entre os grupos.

Para o tratamento estatístico dos resultados foram utilizados os testes não

paramétricos: teste de Mann-Whitney, o Teste Exato de Fisher e o teste t de Student, para porcentagens.

Foi eleito o nível de significância alfa 0.10 para a decisão de aceitação e rejeição da hipótese nula.

Para validar os resultados do método de Rorschach os protocolos foram avaliados

por dois aplicadores experientes (quadros 14,15) sendo feita a correlação estatística que foi maior que

0,85% ( Tabelas 7 a 18).

A seguir, discorreremos os conceitos básicos da Teoria Psicanalítica,

desenvolvida por Freud, em 1920, no quais delimitamos este trabalho. Em 1905, Freud esclareceu a

diferença entre os conceitos de pulsão e de instinto, designando o instinto como um comportamento pré-

fixado, que possui um objeto específico, enquanto pulsão não implica em comportamento pré-fixado e

nem possui um objeto específico. A pulsão é o instinto que se desnaturaliza, que se desvia de suas

fontes e de seus objetivos específicos. A fonte da pulsão é o instinto, embora não se reduza a este. A

pressão da pulsão é o fator motor, a quantidade de força que impele o organismo à ação, responsável

pela eliminação da tensão. O objetivo da pulsão é sempre a satisfação, princípio do prazer (redução da

tensão), isto é, a descarga da energia acumulada. Seu objeto seria a coisa em relação à qual ou pela

qual é capaz de atingir seu objetivo, sendo o que há de mais variável na pulsão.

A pulsão é um estímulo que se origina no corpo e se dirige ao aparelho psíquico, é

o representante psíquico de forças orgânicas, situado na fronteira entre o somático e o mental, podendo

ser conhecido apenas pelos seus representantes psíquicos que são: o representante ideativo (idéia), que

constitui o inconsciente, e o representante afetivo, que é a expressão qualitativa da quantidade de

energia pulsional. O afeto e o representante ideativo são independentes, seus destinos são diferentes e

o afeto nunca será inconsciente.

Um dos destinos da pulsão é o recalcamento, que incide sobre seu representante

ideativo. A finalidade do recalcamento é de impedir que certas representações ideativas do sistema

inconsciente tenham acesso a consciência, gerando o desprazer.

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O recalcamento incide apenas nos representantes ideativos, pois o afeto apesar

de sofrer vicissitudes em decorrência do recalcamento, não será recalcado. O recalcamento produz a

ruptura entre o afeto e a idéia à qual pertence, tornando-a inconsciente.

Quando uma criança repete uma situação desagradável para superar e dominar o

desprazer, o transpõe ao plano simbólico ficando evidente a função da pulsão a serviço do princípio do

prazer.

Em 1920, Freud cogitou que: se a função da pulsão é a obtenção de prazer, é a

mola propulsora que impele o organismo vivo no sentido da mudança e do desenvolvimento, como

podem existir experiências que gerem desprazer e, que, além disso, se impõem repetidamente, a

exemplo do que ocorre na compulsão à repetição?

A descoberta do caráter conservador das pulsões, sua tendência a restaurar um

estado anterior de coisas, mostrou que o desenvolvimento deve ser atribuído a fatores externos, que

desviam as pulsões de seus objetivos. A pulsão tende a repetir o mesmo, o mais arcaico, o estado inicial

do qual o ser vivo se afastou, devido a fatores externos. O que a realidade externa provocou foi a vida,

embora o movimento em direção à morte seja empreendido pelo próprio ser vivo. Esta tendência

inerente a ele de voltar ao estado inorgânico, Freud denominou de pulsão de morte, e o esforço para que

este objetivo se cumpra de maneira natural denominou pulsão de vida.

A compreensão da mente está diretamente associada às descobertas de Freud

(1920), relacionadas à polaridade das pulsões de vida e morte e seu estado fusional que ocorre desde o

nascimento.

Quanto à polaridade, a pulsão de vida permite o aumento do nível energético entre

o organismo e o meio, a preservação e a conservação de unidades vitais, bem como a constituição de

unidades mais complexas, como as células que tendem a provocar e a manter a coesão entre as partes

da substância viva.

A pulsão de morte, contrapondo-se a de vida, tenta reduzir as tensões

reconduzindo o ser vivo ao estado inorgânico, o de repouso absoluto. Inicialmente está voltada ao

interior – autodestruição – e secundariamente ao exterior, manifestando-se sob a forma de agressão ou

destruição.

Clinicamente observamos suas manifestações na reação terapêutica negativa, caracterizada por

comportamentos de oposição e de não aceitação ao tratamento proposto, bem como no masoquismo e

no sentimento de culpa.

Em relação à fusão, as duas pulsões se misturam em proporções variadas. O

sadismo/masoquismo exemplificam a fusão do Eros e da agressividade em proporções cujo predomínio

recai na pulsão de morte. Por sua vez, a desfusão implica na separação das duas pulsões, cujos

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objetivos são atingidos independentemente. De acordo com Freud (1923), o mais importante exemplo da

desfusão é a ambivalência presente na Neurose Obsessiva.

Partindo da Teoria das Pulsões proposta por Freud, sua principal seguidora e

contestadora, Melanie Klein (1958) afirmou que o perigo de ser destruído pela pulsão de morte cria

tensão excessiva no ego que é sentida como ansiedade, mobilizando a pulsão de vida contra a de morte.

Assim sendo, a pulsão de morte é defletida pelo ego e não pelo organismo. O

mecanismo de projeção é o recurso que o ego utiliza para defletir a pulsão de morte ao exterior,

impregnando de ódio o primeiro objeto de amor. Enquanto a introjeção está a serviço da pulsão de vida,

trazendo o seio nutridor da mãe que assentará os alicerces de todos os processos de internalização. As

experiências gratificantes possibilitam a construção na mente do bebê do objeto bom originário,

enquanto que a projeção de impulsos destrutivos constrói o objeto mau originário. Esses dois aspectos

são introjetados e, assim, as pulsões de vida e morte que haviam sido projetadas operam novamente no

interior do ego, em constante movimento de introjeção e projeção, isto é, de vida e de morte.

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4 RESULTADOS

A apresentação dos resultados obtidos será feita na seguinte ordem:

Parte I – Resultados obtidos pelo Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister

Parte II – Resultados obtidos pelo Método de Rorschach

Parte I – Demonstra os resultados obtidos pelo Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, de acordo com

Schaie & Heiss (1964), considerando sempre os dois grupos – Grupo Experimental (GE) e Grupo

Controle (GC).

Inicialmente computamos a freqüência total de ocorrência de escolha em cada

uma das 10 cores que compõem o teste, sem considerar suas matizes, tanto nas pirâmides bonitas

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quanto nas feias. O número de etiquetas das diferentes cores utilizadas na construção das pirâmides

bonitas e feias, foi computado em valores absolutos, de acordo com sua ocorrência nos dois grupos

estudados (Quadros 7,8,9,10). A partir destes dados, foi feita uma análise estatística comparativa da

utilização das cores entre o GE e GC nas duas pirâmides, utilizando o teste de Mann-Whithey (Tabelas

1,2).

Em seguida computamos a freqüência absoluta das categorias formais das

pirâmides bonitas e feias dos dois grupos (Quadro 11). A análise estatística comparativa das estruturas

piramidais entre os dois grupos, nas pirâmides bonitas e feias, foi feita por meio do teste do Qui-

quadrado (Tabelas 3,4).

Por último, classificamos as Fórmulas Cromáticas, por freqüência de ocorrência,

nas pirâmides bonitas e feias nos dois grupos (Quadros 12,13). A análise comparativa das Fórmulas

Cromáticas entre o GE e GC nas pirâmides bonitas e feias, foi feita pelo teste de Fisher para duas

amostras (Tabelas 5,6).

Tabela 1 – TESTE U DE MANN-WHITNEY

GRUPO EXPERIMENTAL E GRUPO CONTROLE

ESCOLHA DE CORES – PIRÂMIDES BONITAS

VM LA AM VD AZ VI MA BR CZ PR

VAE 184 104 162 282 237 129 84 79 42 39

VAC 218 128 170 256 228 125 70 95 21 47

U' = 396 462 288 389 389 553 692 305 640 529,5

U" = 408,5 382 331 580 580 616 684,5 431 260 538

Zo = -0,798 -1,005 2,395∗∗ -0,902 -0,902 1,523 3,467∗∗ -0,281 -2,809∗∗ 1,175

VAE = valor absoluto de freqüência de ocorrência das cores do grupo experimentalVAC = valor absoluto de freqüência de ocorrência das cores do grupo controleVm = vermelhoLa = laranjaAm = amarelo Vd = verdeAz = azulVi = violetaMa = marromB r = brancoCz = cinzaPr = pretoTeste U de Mann-Whitney•••••••••••••produz um Z = -1,645 e + 1,645Utilizando duas Caudas

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15

Tabela 2 – TESTE U DE MANN-WHITNEY

GRUPO EXPERIMENTAL E GRUPO CONTROLE

ESCOLHA DE CORES – PIRÂMIDES FEIAS

VM LA AM VD AZ VI MA BR CZ PR

VAE 169 92 81 187 176 241 162 42 63 137

VAC 175 126 115 175 206 174 158 72 58 91

U' = 491,5 518 209 612 319 284 208 594,5 176 388

U" = 504 438 507 568 511 347 215 469 260 316

Zo = 0,614 -0,177 -3,563∗∗ 1,745∗∗ -1,937∗∗ -2,454∗∗ -3,578∗∗ 0,281 -4,051∗∗ -1,981∗∗

VAE = valor absoluto de freqüência de ocorrência das cores do grupo experimentalVAC = valor absoluto de freqüência de ocorrência das cores do grupo controleVm = vermelhoLa = laranjaAm = amarelo Vd = verdeAz = azulVi = violetaMa = marromB r = brancoCz = cinzaPr = pretoTeste U de Mann-Whitney•••••••• produz um Z = -1,645 e + 1,645Utilizando duas Caudas

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Tabela 3 – QUI-QUADRADO COMPARANDO AS CATEGORIAS FORMAIS ENTRE GE E GC –PIRÂMIDES BONITAS

GEB GCB

tipo S 3 7tipo L 34 47tipoC 53 36

90 90

GEB GCB Total fo fe (fo-fe) (fo-fe)^2 (fo-fe)^2/fefo fe fo fe fo fe GEB tipS 3 2,5 0,5 0,25 0,1

tipo S 3 5 7 5 10 10 tipL 34 29 5,5 30,25 1,0614tipo L 34 40,5 47 41 81 81 tipC 53 59 -6 36 0,61017tipo C 53 44,5 36 45 89 89 90 90 X2 1,77157

90 90 90 90 180 180 GCB tipS 7 2,5 4,5 20,25 8,1tipL 47 29 19 342,25 12,0088tipC 36 59 -23 529 8,9661

Legenda:

GEB = grupo experimental bonitasGCB = grupo controle bonitastipo S = tipo estruturatipo L = tipo camadastipo C = tipo carpete ou tapete

Observando a tabela do qui-quadrado, para 2 graus de liberdade e a um nível de significância de 95%

(0,05) é de 5,991.

P 95% = 5,991 < x2 = 30,846, rejeita-se H0 e aceita-se H1.

17

Tabela 4 – QUI-QUADRADO COMPARANDO AS CATEGORIAS FORMAISENTRE GE E GC – PIRÂMIDES FEIAS

GEF GCF

TIPO S 2 3TIPO L 23 20TIPO C 65 67

90 90

GEF GCF Total fo fe (fo-fe) (fo-fe)^2 (fo-fe)^2/fefo fe fo fe fo fe GEF tipS 2 2,5 -0,5 0,25 0,1

S 2 2,5 3 2,5 5 5 tipL 23 22 1,5 2,25 0,10465L 23 21,5 20 22 43 43 tipC 65 66 -1 1 0,01515C 65 66 67 66 132 132 90 90 X2 0,2198

90 90 90 90 180 180 GCF tipS 3 2,5 0,5 0,25 0,1tipL 20 22 -1,5 2,25 0,10465tipC 67 66 1 1 0,01515

Legenda:

GEB = grupo experimental feiasGCB = grupo controle feiastipo S = tipo estruturatipo L = tipo camadastipo C = tipo carpete ou tapete

Observando a tabela do qui-quadrado, para 2 graus de liberdade e a um nível de significância de 95%

(0,05) é de 5,991.

P 95% = 5,991 > x2 = 0,439, aceita-se H0 e rejeita-se H1.

18

Tabela 5 –TESTE DE FISHER COMPARANDO AS FORMULAS CROMÁTICASDOS GRUPOS GE E GC NAS PIRÂMIDES BONITAS

PIRÂMIDES BONITAS

LA LM LR FA FM FR CA CM CR TOT

GEB 3 8 1 3 3 0 11 0 1 30GCB 4 9 4 3 0 1 9 0 0 30

PIRÂMIDES BONITAS

Teste-F: duas amostras para variâncias GEB x GCB

Variável 1 Variável 2

Média 3,33333 3,33333Variância 13 14,25Observações 9 9gl 8 8F 0,91228P(F<=f) uni-caudal 0,44993F crítico uni-caudal 0,29086

Legenda:

GCB = grupo controle - pirâmides bonitasGEB = grupo experimental - pirâmides feiasGEF = grupo controle - pirâmides feiasLA= Labil AmplaLM= Labil ModeradaLR= Labil RestritaFA= Flexivel AmplaFM= Flexivel ModeradaFR= Flexivel RestritaCA= Constante AmplaCM= Constante ModeradaCR=ConstanteRestrita

19

Tabela 6 –TESTE DE FISHER COMPARANDO AS FORMULAS CROMÁTICAS

DOS GRUPOS GE E GC NAS PIRÂMIDES FEIAS

Pirâmides Feias

LA LM LR FA FM FR CA CM CR TOT

GEF 5 3 2 2 1 2 11 3 1 30GCF 9 1 1 9 1 0 8 2 0 30

Teste-F: duas amostras para variâncias GEF x GCF

Variável 1 Variável 2

Média 3,33333 3,33333Variância 16,5 9,75Observações 9 9gl 8 8F 1,69231P(F<=f) uni-caudal 0,23662F crítico uni-caudal 3,4381

Legenda:

GCB = grupo controle – pirâmides bonitasGEB = grupo experimental – pirâmides feiasGEF = grupo controle – pirâmides feiasLA= Labil AmplaLM= Labil ModeradaLR= Labil RestritaFA= Flexivel AmplaFM= Flexivel ModeradaFR= Flexivel RestritaCA= Constante AmplaCM= Constante ModeradaCR=ConstanteRestrita

20

Tabela 7 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL (2) PAR

ENTRE DOIS APLICADORES – GE

Par1Aplic. 2º Aplic. Diferen.

2 2 08 8 05 2 311 8 313 13 07 6 10 0 04 4 00 0 03 0 33 2 16 3 34 4 010 8 28 3 5

Correlação 0,908205

Regressão

y = 0,8705x - 0,6749R2 = 0,8248

-1

2

5

8

11

14

0 3 6 9 12 15

1º Aplicador

2ºAplicador

21

Tabela 8 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL P

POPULAR ENTRE DOIS APLICADORES – GE

Popular1º Aplic. 2 Aplic. Diferença

4 4 07 6 13 3 04 3 17 7 05 5 02 2 04 0 00 0 01 0 16 6 04 3 19 7 25 5 04 4 0

Correlação 0,891039

Resgressãoy = 0,9138x - 0,2931

R2 = 0,794

-10123456789

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1º Aplicador

Ap

lica

do

r

22

Tabela 9 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL

CONTEÚDO ENTRE DOIS APLICADORES – GE

CONTEUDO1º Aplic. 2ºAplic. Diferença

24 22 216 16 016 12 435 32 324 23 116 14 222 19 326 23 329 25 417 17 020 18 219 16 327 25 216 15 117 17 016 14 2

Correlação 0,974966

Regressãoy = 0,8962x + 0,2056R2 = 0,9513

0

5

10

15

20

25

30

35

-1 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 32 35

1º Aplicador

2º A

plic

ador

23

Tabela 10 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL ESCORE

Z ENTRE DOIS APLICADORES – GE

Z1º Aplic. 2ºAplic. Diferenç.

6 6 06 6 05 4 15 5 06 5 17 7 08 8 07 7 05 3 24 3 16 6 03 2 14 2 26 5 17 6 1

Correlação 0,94634

Regressãoy = 1,3026x - 2,3816

R2 = 0,8956

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1º Aplicador

Ap

lica

do

r

24

Tabela 11 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DAS VARIÁVEIS

ESCORES ESPECIAIS ENTRE DOIS APLICADORES – GE

Escores Espec.1º Aplic. 2º Aplic Diferenç

0 0 03 3 00 0 00 0 03 2 16 4 20 0 03 0 32 2 04 3 14 2 21 1 01 1 01 0 10 0 0

Correlação 0,86657

Regressão

y = 0,6314x + 0,0214

R2 = 0,7509

0

1

2

3

4

5

6

0 1 2 3 4 5 6

1º Aplicador

Ap

lica

do

r

25

Tabela 12 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL

DETERMINANTES ENTRE DOIS APLICADORES – GE

DETERMINANTES1º Aplic. 2º Aplic. Diferença

23 20 316 16 016 14 236 34 226 22 321 20 117 16 126 22 427 22 517 17 015 13 218 16 219 14 520 17 325 13 223 22 1

Correlação 0,85838

Regressão y = 0,8169x + 1,0097

R2 = 0,738

5

8

11

14

17

20

23

26

29

32

35

5 8 11 14 17 20 23 26 29 32 35

1º Aplicador

Ap

licad

or

26

Tabela 13 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL (2) PAR

ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Par1º Aplic 2ºApli. Diferença

6 6 02 2 09 8 16 6 03 3 03 3 06 6 08 7 18 8 05 5 02 2 04 3 15 5 04 4 07 7 0

Correlação = 0,9834151

Regressão Linear

y = 0,9211x + 0,2105R 2 = 0,9671

0

2

4

6

8

10

0 2 4 6 8 10

1º Aplicador

2º A

plic

ador

27

Tabela 14 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL P

POPULAR ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Popular1º Aplic 2º Aplic Diferença

3 3 03 3 07 7 07 7 05 5 02 2 01 1 07 6 12 5 33 2 14 3 14 4 03 3 04 3 14 4 0

Correlação = 0,86387

Regressão

y = 0,8351x + 0,5817R2 = 0,7463

012345678

0 2 4 6 8

1º Aplicador

2º A

plic

ador

28

Tabela 15 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL

CONTEÚDO ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Conteúdo1º Aplic 2º Aplic Diferença

20 18 217 17 030 27 324 20 417 16 120 19 121 19 316 15 127 25 217 14 324 20 420 18 230 28 223 20 322 19 3

Correlação = 0,9695

Regressãoy = 0,8761x + 0,5091R2 = 0,9399

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20 25 30 35

1º Aplicador

2º A

plic

ador

29

Tabela 16 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL ESCORE

Z ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Z1º Aplic 2º Aplic Diferença2 2 01 1 07 5 25 4 15 5 02 2 01 0 17 6 12 0 23 3 04 4 03 3 04 2 24 3 17 6 1Correlação = 0,92318

Regressãoy = 0,8642x - 0,2174R2 = 0,8523

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2 4 6 81º Aplicador

2º A

plic

ador

30

Tabela 17 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÚÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DAS VARIÁVEIS

ESCORES ESPECIAIS ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Escores Especiais1º Aplic 2º Aplic Diferença2 2 01 1 07 5 25 4 15 3 28 3 54 4 06 4 26 5 111 9 25 4 17 5 23 3 04 3 14 2 2Correlação = 0,8598

Regressãoy = 0,6435x + 0,4537R2 = 0,7392

0

2

4

6

8

10

0 2 4 6 8 10 121º Aplicador

2º A

plic

ador

31

Tabela 18 – CORRELAÇÃO ENTRE AS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DA VARIÁVEL

DETERMINANTES ENTRE DOIS APLICADORES – GC

Determinantes1º Aplic 2º Aplic Diferença16 14 217 16 133 30 320 19 115 13 220 19 116 13 328 26 216 13 328 23 516 13 318 17 122 18 423 22 120 18 2Correlação = 0,97421

Regressãoy = 0,9292x - 0,8129R2 = 0,9491

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10 15 20 25 30 35

1º Aplicador

2º A

plic

ador

32

Tabela 19 – ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS DO ÍNDICE PTI – GE E GC ACOMPANHADA PELORESULTADO DO TESTE DE HIPÓTESE

PTI GE GC X S X S U Z

XA%<70

WA%<75

X-%>0,29

WSUM>17

LVL2>2

FAB2>0

M-1>1

0,33

0,3

0,33

0

0

0,03

0

0,47

0,45

0,08

0

0

0,032

0

0,23

0,13

0,23

0

0

0

0

0,25

0,34

0,06

0

0

0

0

495

525

514

450

450

465

450

0,67

1,1

0,95

0

0

0,22

0

* signif a 0,05 nível de significância 0,1/ 0,05** signif a 0,10 valores críticos para Z unilaterais 1,28/ 1,645

Legenda:

PTI = índiceGE= grupo experimentalGC = grupo controleXA% = porcentagem de respostas com forma apropriadaWA% = porcentagem de respostas apropriadas dadas em W ou DdWSUM = somatória de respostasLVL2 = códigos especiais tipo 2FAB2 = respostas confabuladas tipo2M- = resposta de movimento inadequado

33

Tabela 20 – ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS MOVIMENTOS, LAMBDA, ESTILO, QUE

COMPUSERAM O GRUPO AFETO – GE E GC, ACOMPANHADA PELO RESULTADO DO TESTE DE

HIPÓTESE

GE GC

X S X S U Z

M 0,83 1,07 0,93 0,96 492,5 0,63

FM 3,27 1,75 2,37 1,97 582 1,95*

m 0,6 0,98 0,4 0,76 476 0,39

L>0,9 0,8 0,4 0,77 0,42 465 0,22

EBPer 0,3 0,46 0,27 0,44 465 0,22

Afr<5 0,33 0,47 0,33 0,47 450 0

SUMSH<= 0,83 0,37 0,77 0,42 480 0,44

* signif a 0,05 nível de significância 0,1/0,05** signif a 0,10 valores críticos para Z unilaterais 1,28/1,645

Legenda:

GE = grupo exame normalGC = grupo controleX = médiaS = desvio padrãoM = resposta de movimento humanoFM = resposta de movimento animalM = resposta de objetos inanimadosL = lambdaEBPER = estilo persistenteSUMSH< = FM+M

34

Tabela 21 – ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS – SOMBREADO – GE E GC, QUE COMPUSERAM O

ÍNDICE AFETO, ACOMPANHADO PELOTESTE DE HIPÓTESE

GE GC

X S X S U z

V>0 0,17 0,37 0,17 0,37 450 0

Y>1 0,17 0,37 0,1 0,3 480 0,44

T<1 0,6 0,49 0,67 0,47 480 0,44

T>1 0,17 0,39 0,1 0,3 480 0,44

C`>2 0,23 0,42 0,1 0,3 507,3 0,85

S>1 0,33 0,47 0,07 0,25 570 1,77*

Legenda:

GE = Grupo experimentalGC = grupo controleX = médiaS = desvio padrãoY = respostas de sombreadoT = resposta de texturaC` = resposta de cor acromática S = resposta de espaço em branco

35

Tabela 22 – ESTATÍSTICA DA VARIÁVEL COR – GE E GC, QUE COMPUSERAM O ÍNDICE AFETOACOMPANHADA PELO RESULTADODO TESTE DE HIPOTESE

GE GC

X S X S U z

C 0,07 0,25 0,4 0,43 480 0,44

>CF+3 0 0 0,03 0,18 465 0,22

>CF+1 0,27 0,44 0,17 0,37 495 0,66

DPI>3 0,2 0,16 0,1 0,09 495 0,66

* signif a 0,05 nível de significância 0,1/ 0,05** signif a 0,10 valores críticos para Z unilaterais 1,28/ 1,645

Legenda:

S = desvio padrãoCP = resposta de cor projetadaFC = resposta de forma- corCF = resposta de cor formaC = resposta de corDPI= índice de depressão

36

5 DISCUSSÃO

Diante do exposto nos capítulos anteriores discutiremos nossos resultados

interpretando-os à luz da teoria psicanalítica.

Analisando os resultados dos Testes das Pirâmides Coloridas de Pfister e do

Método de Rorschach em 30 pacientes com Exame Vestibular Normal, podemos tecer as seguintes

considerações:

A alta utilização das cores verde (Vd), marrom (Ma), violeta (Vi), cinza (Cz) e preto

(Pr) e baixos índices das cores amarelo (Am) e azul (Az) (Tabelas 1,2) e categoria formal tipo tapete (C)

(Tabelas 3,4), bem como as respostas de Espaço (S) (Tabela 21) e de Movimento Animal (FM), (Tabela

20), foram nossos resultados estatisticamente significantes.

O aumento da cor verde (Vd⇑) é indicativo de desequilíbrio homeostático interno,

tensão, irritabilidade contida e aumentada e descontrole, o que conseqüentemente, restringe a

capacidade para estabelecer relações interpessoais significativas e expressar suas próprias

necessidades . (Am ⇓ ).

Considerando que em suas origens, o funcionamento mental é sensível às

diversidades de qualidades provenientes do mundo exterior, enquanto as do interior são percebidas

pelos aumentos e diminuições que são traduzíveis como sensação de prazer-desprazer, existe no

psiquismo forte tendência para o princípio do prazer, mesmo que algumas forças – pulsões de vida e

morte – a esta se oponham.

Assim, o aumento de verde (Vd ⇑) corresponde ao que a Psicanálise contempla

como a predominância da pulsão de morte ou agressiva e o perigo de ser destruído, ocasionando tensão

interna gerada pelo recalcamento das representações ideativas e que não puderam ser descarregadas,

sendo sentidas sob a forma de angustia (Vi ⇑), que abrange o componente psíquico ansiedade, além das

manifestações somáticas decorrentes do estado de tensão e sofrimento interno (Vd ⇑ ).

A associação existente entre vertigem e tensão interna foi enfatizada por Kuhn et

al (1986); Bocchi, Kuhn (1995); Bocchi et al (2001); Kuhn et al (2001), propondo ainda acompanhamento

psicológico, além do tratamento medicamentoso em pacientes vertiginosos.

A intima relação entre os estados de ansiedade que se referem à vivência de

sofrimento psíquico determinado pela presença de conflito interno e à vertigem, foi destacada em

trabalhos de Hallan, Stephens (1985); Hallan, Hinchcliffe (1991); Mckenna et al (1991); Bocchi, Kuhn

(1995); Mejias (1995); Baleeiro (1998). Por outro lado, Kuhn (1998) ; Kuhn, Casagrande (1998);

Nagarkar et al (2000); Haralano et al (2000); Bocchi et al (2001); Kuhn et al (2001) apontaram ser a

37

vertigem uma forma de manifestação da angústia no desequilíbrio corporal. Entretanto, Rigatelli et al

(1984), discordando destes achados defenderam que os níveis de angústia são semelhantes entre

pacientes vertiginosos e não vertiginosos.

A literatura consultada menciona a existência desta relação desde 1895, quando

Freud afirmou ser a vertigem o equivalente somático da angústia, e que esta só pode ser sentida pelo

ego, por se tratar de um estado afetivo e por ser a expressão qualitativa da quantidade de energia

pulsional.

O rebaixamento da cor azul, (Az ⇓), preponderância das respostas FM sobre as

respostas M, além das estruturas de pirâmides com formas tipo tapete – C, indicam funcionamento

mental caracterizado pelo predomínio de pensamento concreto, imediatista; conseqüente inibição

intelectual, refletindo a incapacidade para tolerar frustrações e postergar respostas, devido à supremacia

do processo primário sobre o secundário e do principio do prazer sobre o da realidade, resultando na

inabilidade para elaborar e integrar as estimulações quer interna e/ou externas – pulsão de morte.

Como a cor azul (Az) e as respostas M são significativas da operacionalidade do ego, o rebaixamento

desta cor e aumento de FM em relação ao M, implicam no julgo da estrutura egóica ao processo

primário, e por mais uma vez a preponderância da pulsão de morte sobre a de vida.

Retornando à teoria das pulsões, a estrutura egóica, cuja principal função é inibir o

processo primário para o surgimento do secundário, deve ser capaz ainda de suportar a angústia

advinda da pulsão de morte, preservando a vida, o que pressupõe o predomínio da pulsão de vida

refletindo na capacidade para resolver os conflitos entre as duas pulsões, relembrando mais uma vez

que a operacionalidade do ego é constitucionalmente determinada.

Traços peculiares à personalidade de pacientes vertiginosos semelhantes a estes

achados, foram descritos por Kuhn et al (1983); Kuhn (1985); Davanzo et al (1985); Hallan, Hinchcliffe

(1991); Mckenna et al (1991); Kuhn et al (1993). Em trabalhos posteriores, Baleeiro (1998); Kuhn,

Casagrande (1998); defenderam a importância de se libertar de concepções pragmáticas e

reducionistas, buscando nos fundamentos da Psicanálise subsídios para o diagnóstico e tratamento

de pacientes vertiginosos.

A cor marrom aumentada (Ma ⇑) e o elevado uso das respostas de espaço (S ⇑)

expressam resistência e oposição, e se manifestam pela teimosia, raiva contradição, controle e

negativismo e ainda por respostas não convencionais e resistência a mudanças, fatores estes indicativos

da predominância da pulsão de morte contrapondo-se a de vida, que são clinicamente manifestadas por

comportamentos agressivos e de não aceitação às normas vigentes. A pulsão de morte possui

diversidade de expressões, sendo que o par sadismo–masoquismo é o que melhor expressa sua

destrutividade.

38

As pulsões de vida e de morte podem se misturar em proporções variadas, de

modo que a fusão designaria um grau elevado de mistura entre ambas, enquanto a desfusão indicaria o

inverso sob o domínio da pulsão de vida - parte da destrutividade é lançada para fora do organismo por

meio da musculatura e parte permanece no seu interior, constituindo o que Freud(1924), denominou de

masoquismo original.

As características de oposição e negativismo foram apontadas por Bocchi, Kuhn

(1995), quando verificaram que os pacientes vertiginosos sentem-se desvalorizados e incapazes, além

de serem intolerantes e ambivalentes, o que dificulta sua adaptação `as novas situações. Além disso,

Kuhn et al (1998), observaram o paradoxo existente nestes pacientes porque, se por um lado, mostraram

sentimentos de fragilidade, dependência e desamparo, por outro mostraram ser onipotentemente

controladores a ponto de se imobilizarem pela vertigem, imobilizando o meio por esta.

Essa contradição dificulta a remissão do sintoma vertigem devido a presença de sentimentos

ambivalentes, pois ao mesmo tempo que desejam a cura do sintoma, se defendem e resistem, a fim de

usufruir dos benefícios secundários da doença .

A crise vertiginosa parece estar intimamente ligada e ter o mesmo caráter da

compulsão à repetição, na qual estes pacientes se colocam em situações dolorosas, repetindo

experiências antigas, sem, no entanto, se recordar do protótipo, mas tendo a impressão de que o fato é

atual. A dinâmica conflitual é o núcleo da compulsão à repetição no interjogo do princípio do prazer e da

realidade.

Kuhn et al (1994); Kuhn, Casagrande (1998); Haralanov et al (2000), mostraram

que o transtorno psíquico pode estar representado por uma crise vertiginosa, sendo essa crise, um

sintoma. Davanzo et al (1985), explicaram como a vertigem aparece em situações criticas que põem em

jogo o projeto existencial, as defesas e a adaptação psíquica em pacientes com Vertigem Postural

Funcional, enquanto os pacientes com vertigem postural orgânica criaram um círculo vicioso de

dependências e incapacidade física em seu próprio benefício, comprovando, mais uma vez, o caráter

repetitivo das pulsões e a preponderância de pulsão de morte.

O aumento das cores cinza (Cz ⇑) e preto (Pr ⇑) expressam inibição, bloqueio e

negação de sentimentos, também explicando o aparecimento do sintoma vertigem, uma vez que

confirmaram os resultados anteriormente discutidos.

Contradizendo estes achados, Kuhn (1992), verificou insuficiência de mecanismos

defensivos de inibição e bloqueio, ao analisar pacientes vertiginosos com Síndrome Vestibular Periférica.

Entretanto, Kuhn et al (1993), quando compararam dois grupos de pacientes vertiginosos: um com

Exame Vestibular Normal e outro com exame alterado, observaram o uso de mecanismos defensivos no

grupo com exame vestibular normal, confirmando nossos resultados. Bocchi, Kuhn (1995), encontraram

resultados semelhantes aos nossos achados.

39

Devemos aqui observar que o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, por ser

um procedimento não verbal, estruturado, de fácil aceitação, por não referendar significado na escolha

da cor, tornando-se menos ameaçador, foi neste trabalho facilitador da exposição dos aspectos afetivos

emocionais neste grupo estudado, uma vez que o método de Rorschach implica em elaborações mentais

mais complexas, o que gerou protocolos empobrecidos e curtos devido às características da amostra

estudada.

Diante desta constatação, sugerimos outros estudos em pacientes vertiginosos e

exame vestibular normal com nível sócio-econômico cultural mais elevado a fim de ampliar nossa

compreensão da dinâmica do funcionamento mental destes pacientes.

40

6 CONCLUSÕES

Diante dos nossos achados, cremos poder concluir que a dinâmica do

funcionamento mental de pacientes vertiginosos com Exame Vestibular Normal se caracterizou por:

− predomínio da pulsão de morte.

− supremacia do processo primário sobre o secundário.

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Abstract

Objective: The aim of this study was to investigate the mental functioning in vertiginous patients with

Normal Vestibular Examination. Method: The Color Pyramid Test and the Rorschach Method

(Comprehensive System 2000), were used and the results were clarified according to Psychoanalitycal

Theory, Freud (1920). All patients were assessed by Neurootological Ambulatory of the

Otorhinolaringology and Hearing and Speech Disorders Department of Universidade Federal de São

Paulo – Escola Paulista de Medicina. The sample was composed by 60 adults, 27male and 33female –

30 with vertigo complaint and Normal Vestibular Examination and 30 without any neurootological

complaint. Results: The results pointed out as statisticaly significant, the high scores of green, brown,

violet, grey and black colors and low scores of yellow and blue colors, even though carpet pyramid type

and animal movement and space answers. Conclusion: The mental functioning in vertiginous patients

with Normal Vestibular Examination showed the predominance of death drive and the supremacy of

primary process over the secondary one.

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