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Emç.<o SurANAL oo JORNAL O Seculo lt<;ROA, l DE> FEVERE1RO DR 1<)09 OIRECTOR: e'arlos lnalhtlro Dlas-Propried•d• d& !!. 3. da ARTISTICO: Jrancisco ttixtlra .. lll\:DAC('ÃO. K Ol'FICl ... AS ov. cox ..osu,;Ão IS u.u•1u:<;<\o- Ru• Fo"lnO .. , 43 s ,s I7 t'Jlustr. .... $IC1UA, 2r iJJ11str. o NOVO PRf;S1DJ::?o."1t: JXr.oi E:sTAJ>OS UNIDOS, 2 illus/1 . .. so P Capa: A ACTR11. zui.luR.\ RAMOS fClidcé da phot. rmutndts) Texto: o sn1A10 cau CA.R1ocA, ummar10 ! SAL;,o OA li.LUSTRAÇÃO PORTUGUEZA, UMA sr,ss\o DB JllUSJCA, 7 i/htst1 , +A OtiRA UE SILVA \ NRiô, /.) illustr. + A KXPQSiÇÀO DA ESCOLA OH BELLAS .\RTES, II illustr. "*' FJCUR.\S E PACT'&', iiluslr. 4> O_ CH \ DAS ClNCO, Q i/Juslr. - .,. 4- + <e8>

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Page 1: Emç

Emç.<o SurANAL oo JORNAL O Seculo lt<;ROA, l DE> FEVERE1RO DR 1<)09

Ulu~tracáoPortuljueza OIRECTOR: e'arlos lnalhtlro Dlas-Propried•d• d& !!. 3. da Sll~a 6r•ra -DIRECTO~ ARTISTICO: Jrancisco ttixtlra

~?.;~0:0:~2~=772:~:~-Sl ;:~~~=~~~~~?~~~f~ª7r~·;~: .. ;:;f:?::7.~~~'.~'u:; lll\:DAC('ÃO. ADMl~IS.TltAÇÃO K Ol'FICl ... AS ov. cox .. osu,;Ão IS u.u•1u:<;<\o- Ru• Fo"lnO .. , 43

s ,s

• I7 t'Jlustr . .... $IC1UA, 2r iJJ11str. ~ o NOVO PRf;S1DJ::?o."1t: JXr.oi E:sTAJ>OS UNIDOS, 2 illus/1 . .. so

P Capa: A ACTR11. zui.luR.\ RAMOS fClidcé da phot. rmutndts) Texto: o sn1A10 cau CA.R1ocA, ummar10 ! SAL;,o OA li.LUSTRAÇÃO PORTUGUEZA, UMA sr,ss\o DB JllUSJCA, 7 i/htst1 , +A OtiRA UE SILVA

~ \ N Riô, /.) illustr. + A KXPQSiÇÀO AN~UAL DA ESCOLA OH BELLAS .\RTES, II illustr. "*' FJCUR.\S E PACT'&', ~ro iiluslr. 4> O_ CH \ DAS ClNCO, Q i/Juslr. - .,. 4- ~ ~ + <e8>

Page 2: Emç

TT..LUSTRAÇÃO PORTU<HJP.1.A li S.IRll!.

Vos Sois Baixo de mctis Se sois de estatura baixa havds de apprecl:tr a posição de!'la•

grnd:ivcl e humiliante dó bomemslnbo bablnho na gr:niura acima. ~fas talvt'"z n:io sabeis que ja n:i,o ê preciso <1uc conti­

nues s<'ndo babiinJio e locomroruvel. A Companhia Cartlli!gem. de Pa.rls, Franç::a possue um

dce~h:i3° pgtt~º o.a~~! ~~5st'j~r3eP6º:'~"f}i ª~f:.eç~:~~-~~5~3o e~~~~~~~~ da cartilngcmC' porque é base.-ido sobre um mclhodo scicntiflco e phy.siologlco de d~r maior expansão ã c::irt Jagcm, todo o qua.I se acha. elara e dcUlhad:imcnte ex11lkndo no 01msculo intitulado

.. ~o~~l~:::c;~ c::~irn1~~~ 1~rct~~ ~~~~'º!~)~~~~'! ~~d~~-po d'uma for-ma h:'.lrmontosa. Não t.ó augmenta a altura, mas o seu. u~o faz: be(n il. saude, da mais torça ncn·os.i, augmenta o t.cstn­\'Oh'lroento do cori>o e prolong" a \•ida. O seu uso não necessita

:~~!' d!~~ª,~.e~t~~ss~,~~~~~~~ 1,:l~r&~~~e!~~~~~~ô~r1l:,~~~~ qual for a ,·oss:i. td::ide ou suo, e isto 1>oderâ ctreiluarse em \ 'OS-'ia c-a.,a sem que nlngucm mais o saiba. Este mcthodo novo e orlgln .• I de :iugtuentar a estatura lt'm sido a1>11ronulo peloJ medloos e instruetores de desenvol\'imt'nlo phys1t'o. Se de.seJeis augment~r~ ''ºS"ª estatura de modo a 1-»<ierdcs \'er o que se Jl·.'&<>Se quando estcis rl)(leado de ge1:'1le. ou $8 desejeis poder andar sem ,·os sentir acanhado com (>CUl'>AS <(Uf! s.iio mais altas, e gotar das outras v::ntagens d'um:t e:H:'.llura regular, devereis escre\•er lmmedl."11a ... mente a J)tdlt" uma eopla do nosso oposculo gratuito inUlulado •• Como Crescer mais alto ". Ensinar vos ha como 1>odcrels

~~~~nct~t.cs~lacd:1!!~~~,<':rs~;~f: ~!,'!!P~x:i·1~~~~ ~:;o~:eJ~r~ :ef.3~; lido o que ''os admirara m:ib sel":l ••Como é que ninguem pensou em isto antes 1 " Escre-"el hoje mestllo à

T h• CARTILAGE COMPANY Oep1• i.6t8 7, avenue de l'Opéra, Paris.

O porte das Cárlb v..u""a Paris e de 50 rels. os bilhetes postaes sao de 20 reis.

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e ao Norte Ohaquas de viagem, substituindo vanta• /osamente as cartas de credito. Oha­

ques 11ara hotels.

A~BNTJt Klf PARIS: CAlUI.1.Jt LIPM.AN, 26, N.08 VIGNON

1

Page 3: Emç

Das tantas multidões com que me tenho mis .. turado nenhuma mais con .. fusa e variegada do que esta! ~ eu a diuer inca ..

racteristica minto porque Já na ex .. quislla meseta um vinco de cz.racter se lhe cncontr •.

E desde o mulato dos jornaes, de olhos meigos, saltitante, esfarrapado, griLador, até ao mais impp­nente e estadcante luxo de mulhtr gorda, tudo faz lambrt's no corredor a um tempo activo e ocioso da rua do Ouvidor, !am/Jris que se contin(1a todo tgua l pela. scenographla monomental da nova Ave· nida.

E eis que encontro jà um do~ sin~;elos moti\'OS porqu~ n~o ha para. mim commoçao de moola no conlraste entre o Rio \'clho e o Rio Novo, quando me esgueiro, enco1-

1- '1"\" c1,,. lurnnf"'lõ T~·pn caract\'n .. 1ku ''" lo(,,, 1k J111..-ro 2-T1~tl10 d.1 111;1 ,i,. ('arioc·n: \ *nu da.r. rU<t'i j1dnrlJMl .. do IHo 11" Jandro

f (1f,J,/ di! IJt. li. M.o\I lllj

Page 4: Emç

todo a esse mesmo fundo de gen- . ~ te, do tubo de funil d'uma ma an~ i..

- . Ftfj' tiga ao dc~guadouro da .Avenida.

f.,' que a vista se me d1vcne na me1.ma tira de gente, onde, entre a maioria branca e co1mopofüa, o mul~tt> e o caboclo abundam com a sua côt d'um leve tor.:tado e um certo cunh() d'cDergia n'alguns, rnolc.s.a n 'outros, mas um começo da a1tivez orgulhosa do vencedor que cm muitos, de t\ po meudo, lembra o japonez: ..• mais homeo::.

!'ao se procure em dia de labu· ta o bnuilciro qne o pouuguez co­nhec-e ou imagina connt1 cr, oca .. ractcristico portugucz al.>razileirado das quintas minhotu. Será talvez porque esse capitalista está em via de reforma-e nllo sem 1em po já -ou no seu escriptorio, ou na sua chacara.

E. agora n 1cste 6m de outub portanto n'e.sta primavera bra-ro e

iileira umtypo aindaaurge.rcp. e· á· tido, e que salpica de quando em l onde o movimento, como pm· \ go~ de c•I uma calçad•: o da ; 1nulata, e pouco importa a côr 1 ~ porque as ha com ;oda a infi- p nita graduação dos c .. tanho.. ·

Talvex eu d'ella J<l ttnha fa. lado, mas deixem que aqui aprimore o '!Sbo(o feito. Veste de claro; a saia andadeira, turtd e rente ás ancu . sapato ou bota branca e meia preta. O bordado de leite do corptte

'lº

1-0 t1i•JU('<hld1" ll'i'> l'aindra<1 F.:t.arada (W f.-110 p11ra o t"orcv\·;M.10

Page 5: Emç

muito recortadãnho no fundo caré e unidissimo da pelle; a cabeça dcs.­

cobcna com seus pentes d'omatos eum lacinho prtto ou de côr viva no riso dos cabellos de azcvi­

che ou no corredio cabo. c1o das mais alvas. Por vet.es entre os dois rijos

jnml>t>, nome do Cructo que d'ella tem a côr .. e o aroma!

E da chutma babelica ainda ha que des.taear a adolescente branca, que tem

amiudo .._ pujança de um aumarento pomo. Mui aflora nos rlozc ou treze an· nos, logo resvala á crise do Cructo sato­nado, e jà o collo é de corsa e entra-lhe o busto forte a pedir beijo•!

E é a final d' es!a inebriante creança -!>em K vê-que depois rompe-se dcs· aproveitada foi na JUSta edadc em que um !implcs movimento separaria da arvore o fructo feito-a senhora sempre gorda e

"ernpre cari"~imamtntc-cnt:io 41qu1' •• . -eK<a· d~r11(tt/a é d.1 g:ina ftuminenst- 1 !>Cnhora gorda que é quasi sempre louta ou "'lourada, enche 11• dedos papudos de brilhantes e rasga e cafcia com sujo bistre os olhos .sempre lindos.

~las, por tntre C.!>ta maliu.da turba, cm que O typo portu~uu vae Jesbotando, porque se amacillenta e e1m.1ece, cu nào me sinto e~tra· J. nho. E' gente que conheço 1 Porque? D'onde?

Provirá a illui.ao do $Cenano da casaria an l' tiga, tão pombalino, tan ll. Joao VI. Ser!l que ji aqui vivl ..• em avôs meu,.,:;

Corntudo, nao me sentindo estranho, receio que ao falar a minha língua não seja comprehendido, e quando desço do meu distrahido pairar ha· bitual. se ouç,, ao pé de mim falar

portugue?., todo eu estreme­ço, n'um pulo do meu coraçà.o nostalgico. co. mo se entre eitran. . . geiros, n'um c1tran- C'\ .• geiro arredado, u_m t}·. •!' patricio meu, 1urd_1s· . : . se, raro. a amaciar \ ......... ; as minhas grandes ~ :··.,: saudades l -

131

Page 6: Emç

Ha cerca de scculo e meio o conde de Bobadella Gomes Freire de An­

drade, ordenou em io,·t.stidura adminis· trativa que um refrigerio do c-éu, correue bem canalisado, à infusa dos muleques

fluminenses. Fez captar as aguas do rio Ca· rioc:a, encalhem rachoeiros cantantes e por um aqueducto de nove mil metros levou a desaitera11Je (l'mpha a deieseis bicas emergindo d'um paredio de granito em plena cidade.

Ao chafariz charnou-.. e chafariz da Co,ú>ra. Cari"~ª foi o largo para onde o cha(arii;

br\>tou e d~'edenta Cariocas foram as almas que o chafariz de!­

aedentou e dc .. 1edenu •. AJ almas, porém, vinh: mil, ha du­

zentos e cincocnta annos, sao hoje oitocentas mil e todas de boccas sc­quiosas

AOa ry..o.~! t• d'csta pittMttca phrasc que significa 'Q.SO

tia r<Jrre11ü do mal/o que deriva na opini2o do ctymolo~1sta bru:ileiro dr. Baptista Caetano a palavra Carioca.

Ora es!la cor­rente do matt.'.>,

vem do Céu!

E hoje, desícito jA cm parte esse aqueduc10 de ai-

venaria, que marca. na sua ponte de araeriu cm pleno bairro <la La­pa~ o mbnumcnto de maior monta dos tem­pos coloniaes - aqueducto D. Joio V como o du AgUiilS Livres - hoje melhor canalisada e escoodida na sua ptirte termi­nal a agua que elle guiava, tegue se-lhe o rasto e rente 3'01 seus destrnços por entre maravilhas de panora-mas, n'uma subida len-ta, suavíssima. subida que 'li­geira o cspi· rito e des-

materiali.a o pensar, caminha·~ i origem d'esse regalo de crystaJ, por entre verdura~ de seculos, gigantescas jacas, cedros, retos, e o'.Céu se atlinge quando passado o Sih•tslre, nas Pai-

•Jrnt.u !rn'l. f \·cltd~ d\ t. .. 1tal1ça1

- a vista mergulha na floresta bcmdita, toda en-

neíras pl a· nalto que é um gigantesco po­Jeiro de aguia

Page 7: Emç

1-0 !'iih·fttre z-8au1fcaico, ,\·iloto do Alto do l ut1u,•tlu ... 1'"' .. 11n"1" do 111\<'i do n~u ~1'110 1 , IJI A \IAl.1A)

Page 8: Emç

Entre um diabo e um anjo J Ccr· to é que chegado:s ao céu, e fui·

mioado o diabo com o sufficientc nickel logo me quedei no Paraizo. na volu· pia do Parafao, des6ando o meu tO·

sario de amoroso impenitente, a um Deus-a Naturua-que aqui l· todo de amor, e no de-s1umbramento da mais pujante verdura que até então me envolvera. Ri, chorei, ouvi nas treva!! o tumultuar da agua, o ralar das ci· garras, o rustifhar das cobras. E purificado de pecados subtis no fogo d' um o lhar de fogo, all i me qu~dei, .. alheado de mim . .. santificado! E alli me deixei ficar. . . do is cu rtos dias ... té que um tilint~r de telepho· ne--ohl o teJephone no Paraizc- me chamou á vida e o inferno da cidade ardente.

ProHicamente, se é que essa ascensho é alp:uma vez prosaica, n'uma rapida hora de devaneio panotami· co, passa.se do centro do Rio para uma soberba e fresquissin a Horesta, que trepa até cêrca de sete· centos metros acima do niYel do mar, no cume do Corcovado.

.E é e~te, sem duvida - com a magoificencia da Avenida Beira Mar, e o !;umaré a Tijuca-o maxi­mo encanto d'esta t~rra d'encantos.

O acccsso é facil. Predsamer.te do largo de Ca· rioca onde o chafarit dcf.pcja, um bbnd nos leva, so· bre os arcos do aqueducto (transformado assim em viaducto) de um :norro (o de Santo Antonio) a outro morro (o de Santa Theret.a} e d'ahi, na phantasia <11uma ascensão, dominando t rechos da cidade, tre· chos da bahia, chacaras de sonho, seguindo sempre

1-:0:o r1>cau131}le do S1ht!l~u: 2-0 C()N'.i,\v:u\n, ,·l~o d.a11 t>slntlr~

Page 9: Emç

-~ t~·

o .. ,""'""" .. '"''" ' •"""'"" ... l:J a velha calha de alvenaria da agua caplada, 1-.: dcixa .. noa a um dos lados do valle do Rio } Silvestre, d'onde um pesadissimo comboyo ) 1óbe n'uma rustilhada de feiro, com ar· r.rncot de monstro esfalfado, té ao planalto das Paiineiras e d'ahi ao cume do Corcovado: cimo do Gigante de pedra tao falado, arre· mettendo n'um pendor de queda eminente o ~eu bloco de pedra sol.Ire o ar.

""ºcaminho de ferro que I& nos pode con· duzir dircctamcnte, se em ve2 da travessia feito em btmd até ao SHvc1trc 1 o tomarmos de"de o começo da sua viagem no Cosme Velho, é todc. de cremalheira-e trepa dos .\; metros acima do oivel i.o mar onde a es­t4Ç3.o foi con,truida, até ao J>a,·ilb2o de Ferro quasi no cume da montanha, e na altura de o; o metros.

O ('unt1\arl .. \•j.;to da ;\\~nhfa lkmt \1~r , fCfi,·lt! d~ A. \U.I IAI

Page 10: Emç

.Atraveua trcs viaduetos 1/ li i pittorescoa. \j m d · clles, o :.----.1''-'J,J,, ,·iadurto do Silvestre. tem ~ J an.:oi de 25 metros de , .. ~o, e um pc· ao total na sua parte metallica de 1• ·" toneladas.

R a n!lo ser entre um anjo e um bom demonio, de cl·u em céu, ~· porcíma d'es· ses centot ::!e tooelaJas que o se timo céu ~e alcanç1, Uu onde se dorme em cama íôía

cam1udocn·

anjos do <-éu buscam consu.ntcmentc almas na Tetra-é íacil ouvir da Terra o anjo íallar . . . ao telephone.

Rio d4 /aneiro.

1- !'\o f•M1t11 n•1JI~ alto 1to ("orr<wado. :J-0 l"aulhll.o tlto 1 t'tfO "ºalto c.lio Corttll'a<to .J 0 \l .. !JU•'lO do fül\«'f.lrt"-1(/u/t; d;. .li. '.\IAl.IAI

((11,Jih IÜ AISAl-l>fJ ·~~'N .. •C"A)

136

Page 11: Emç

l la sete anno!'t que. por fins do mcz de &cternbru, eu percorri a ~inha, desembarcando em P .. lcr­mo, dando "'c•ha á ilha, e rec:m­barorndo ao run de tres ~manas ('hl ~kss.ina.

\'111 a de Napoles. F.sti,·era e1•1 Ponmoli, no CaUo ~liseno, em Pr11dda, 4.~111 Í!'tchi;:-t, em Capri, cm :-;on tnto, no Cabo Po:-.illipu, cm P11rlin, tm ~alcrno, em llcri-ola­liUtn e cm 1•ompeia.

T111ha vi'.'lto no incomparavel mu~u de N'apolu os a'.imira\ei~ rt' 0$ pompcian1 s r os -;uprem<-s

rapola:v111 da uculptura ~f'ga. Ti­nha vasto na <--athedral, miracu lo~int"nte descoa~lado grad.1 .11nhul.t, por occ;.i­.,i:trJ 1la sllJ. ÍC:otla e sob a tumultu;uia intimaç:.io Jos la1..1uroni, o sangue de S. (jt·111Hm>. T inha assü1thlo cm Piedigrotta ao íouni1-:crado concur~o Dhl!\it.il de tarantella .... ~as traltori.tt deJ PoMllipo, em e~tacas ~bre o mar, ao laar-t pcJo de b;indohn~ e ao marulhaT tia ont j)QT baixo do ch!\r>. ha,·iarn-me scn·ut'\ sobre uma cam tda de algas as ostras dd

Fuu.ro e o prato de polenLl. ao lado do fr:uoo de •elho gra­:mano, empalhado., iic boJO opherico e IN1g11 g;11i::;al•) cf;;:,uio. l· i11almt111c, ~ noite. do rvrl:út~·tltmtr do meu quarto na Rivie­ra ele Chiaia, t'om a janclhL .1hem.1 &Obre a mon.:oifü:cnr.:ia do C:ülfo, t>U\iril evolar­!'.e do magneuco si­ltn<i•> do luar, com um prelutiio d har­

pa>. a lani:u1da melodia da~ barcarol:.5, ao me .. mo tempo qut·, sobre o ver­tice do Vc~u\'io, C<•mo amwez <111 lithurgin, 111-

t·c1ho de um thuribulo, a lua suhia lrot;um•1\te no d·u, fC!\plcmlcntc, co­mo uma patena ele ouro.

lle tal sorte que, ac11rc.Jado, de ma­clru~ada, a bordo de um \•:l()()f anco­r .. llfo no mais grac-ioso golfo do mõlr Tirreno. eu perguntava uciadamente a mim m~mo .. e. depois de ,·êr ~a­l'V\]e:o., n:lo sem. melhor 1norrer, como

1 \ ··11!.ult< tk 'JIP"'k·-. \'i"'.;11 \uaol.~ ''" 1un1ot .. ,1,. \'1r1ul111 2 ''"""'" /:.,,, .. ,, ~"ll'' d" \futt11dc• '\11111•1•

q;

Page 12: Emç

diz. o rifa.o, do "f.Ue continuar alongando distancias, como Ulysses n 'aquellas mesn1as pa­ragens, em demanda da lthaca ideal, rugidia vi~o dos dolori· dos sonhos de cada uro!

Mas, à vi.st.a dos meus olhos, a:; cun1iad::-1s do aspero e escal · vado monte Pcllegrino come­çam a tin,glr·se de côr ele rosa cnmo sob uma caricia da auro­ra. Ainda no céu, o desmaiado disco ae uma lua côr de opala. Em írente de mim, ao centro da dtlCe planicie - la ctJnt'a d~oro- cingida em semicirculo violacco por um amoroso abra­ço de montanhas, a capital da SiciHa desperta como n 'um bo­cejo de vida.

Os c.andieiros publicos, ain· da acesos, salpicam de peque­nos pontos vermelhQs os caes e aigumas das n :as '-l"e lhes

isttr-· u#fr• ... Ç'l\'"'ttt-fttd.? " :ag·--~..J~ 7~ sao peq~ndiculares. !\a claridade crepuscular principiam a fum.e .. \?:;~~~ gar chamil)ês de fabrkas. C: do interior d'essa velha terra, ou­tr'ora cstrondeante, onde º" cyclopes, a golpes de malho, fabrica­vam os raios de Jupiter nas bigornas de Vuk<1l)O, vem alegre e hos· pitalciramcotc 1>c.ra mim a C<Jnçâo da ~lvorada entoada pelos ga­los de Palermo, la feiice.

Ao terminaT a minha excursão, em Messina, e reatando o pensa· mcnto ao dia da minha chegada a Palermo, eu conclufa que, ain~a. para quem vem de Napoles e para quem percorreu toda a demais terra italica-Roma, Floreoça, l\Iilào, VenCzit, Verona, Piza, Pa­dua, Orvicto, Perugia, Assis, S1enna, com todo o seu sortilcgio d'arte e todo o seu evocativo poder de poesia, de tradiçào e ,de historia, o especial, o insular encanto da 5icilia ultrapassa tudo na conquiMa do espirito.

Roma é monumentalrnente o templo e o baluarte latino. A Sicilia e a S)'1\lhese ~Stratifitada de to$las as raças e de todas ;:.s civilisa· Ç<le!S, que o maravilhoso poder civilisador de Roma fundiu e lati­niS('lu.

Quem foram os aborigencs occupadores da ilha antes do esta· bcledmento das primeiras colonias ~regaq: e da~ primeiras feitorias phenicias? Quem eram ethnographic:11ncnte esses mysteriosos Silt.eles de que fala a OdNtén l

A resposta srientifica a este quesito principiou a dai-a no de-

1- I ~N1H Co/11/n;:-u~. do Mu..eu de Nap<ll~ i-lnt('rior d~ t-;;:<<-ia t~lll .'\lar101111ta., em h;lttn~

Page 13: Emç

~~?!.é *;: =*= . ·--'<:iF' 5ti!P ~~C~ uurer do ~cul? XIX a m<-t~w~ica escavaçào da.\ nc·

1 uopole-.s da maa! rcmot..\ 4'nt1gu1dade e dos povoamcn· tos lleohthkos e prencol.itltiro!\ da regia.o. Foram os ar· ~_.hco logos prinripe de St.·ttlca, Savero Cavailari e Arito-

~ nin(') Salinas os que inidarnm estes estudos. E' ao tm­halho de Paolo Orsi, arn4 la hGje -<'reiocu-glnrio~o nm .. ervadr1r do adm1ravc·I mu .. eu de Siracusa, ciue <lo 1 &11 até agora se deve. a CXfHl:11iç!'lo systheruatica de pri1-'l'"n.f d<>Cumcnta.es, irreeu .. avei-. e dcfinith'aS, de .. vcn· d.1ndo pela geoln~ia e pcf.L nnthropologia o em·gma

f_~~~ p:>r tantos mil ann~~'\ mde,;iírado. ~ 1 <h S~d~s de Homero. ou os Si(ulos (Sinili) Ct>m'•·

'

... ~ J :1doptando a anti~ dcnomin:.u;!lo romana, lht.."i C"harna .,n:·! Or ... 1, domicilia.dos na :o;.ic-~lia muito tempo ante. do

~! ljU\: 1-alculara Thuddidc-J, \'1,·i;1m autonomamente n'ut<·1 lug.1· re ... desde o lerce1ro milfcnio anterior á no.,.:;a era. A popu·

~ l:u,·!l.o da Sicilia, a qll C dlc5 deram o nome, seria i>or C1'-.('

11 ~ t"mpo mais den~.i que n de Romíl. Os siculos eram tle fov· .. -t;,' miha latina. Falavam uma C11lCde d e latim rustko. Tinham 1

~,t uma confonnar,7\o c:r;meann analoga á dos sicilianos nmtcm·

~ ' (l1

'~ª~~:·primitivo sed·menlo cthnico sobrepuz.cram·"'e cam.l· d.ti formadas dM mJ.i\ dwer:&-\i ~entes. \~ieram <JU.cce";.i\· l

t-0 11( ... , do \1 11._.11 d<: '.'ialK1ic.: i U IUS•<'M-l•I J, }I'••• 1n11 .. ;,ii.;'U b),.,._.llin<> e:iu~t~nlt"

na esi.1~ l •l-11 ""ª'"ª"';\

mente Gregos, Phcuidos, Car· thagineze$, Romanu!I, \'anda· los,Gltdos, Br'•\nt1w>s, Surrace· nos, Berberes, ,\rahes, Nor· maodos, FraurtlCS, .\llcm!l.e..", .\ragooeze:;. Castclhan0$. O"~c t:io rompia.O e ht'tC•

r()!;Cneo amal=:arna de raças as. inftuencia.5 que m;a.i. caracte­risticamente prt'J>Ondc~am na e\·olu~o da arte .. h ili.ma sao as que derivam <lus elementos grego. grcco·by!i.anlinn, roma· no, arabc e nonn,1nclo.

Ha vinle e ~me Kec:ulos que toda a Sicilia !>C hclle1)isára . . \s religiôe:s grc~a' prc·1~~aram· se por toda a ai ha. ~.10 d 'e~te cydo hellenico os templos de Diana, de )lineo11, de Jupi· ter, da Concordia, de Juno. de rroserpina, de Jupll<r 01\·m­pico, de Cast~r e Pollux, de Vulcano, de Nc·ap11lc1, cujas

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----r,r·~'?o:. r;-;~·~r~~·----f .. -~ .. ;--,... mquilaç:!o,du·

~·Í'fJ·~,.,;t· .. 'i..; ..J.---r;.~~';t,... ... \ raote asrepe·

~ .. ~.,· ·"" ... ?~ ' ~"~!'..(J;r \>~ .. •;. udas e san -. r """" grcntas guer-

'

-· ,-j ras que quas1 constantemente de"ast.aram a :jt:~ Sicilta até o advento do dommio romano A

{ ~-!\ esse dom1nio de sete seculos deveram os ci-' \ J ,f c1hanos trezentos annos de appetec1da e im· ..,,J ./ .( perturbavel paz. Yava demonstraç!'lo hJstorica

( ·-:/:... de que é de uma ragida e honesta disciplina ~' ' ) admmistratJ"ª! mais que do li~rahsmo hel-

- o len1co dos ph1losophos. do gen10 dos artista') ~~'Y'1~ e <la loquac1di.1dC dos sophistas e do!) fr&zca-

~i':'tf~I ~~~~·· que depende a felicidade dos esta·

I ~ O imperio romano cah1u e<phacelado p· la ·~ 1 corruf'W;:lO pohttca. assun como caluram a:-,

~', <lcmocr,-tt1ct1!-. cidades gregas d1ssol\lida!l pela

,.~ incapacidade administrativa. ,, ~ Os t~·rannos, -OS famosos L_Hannos de Sira-AA . cusa, uns nefastos, outros bcnefico:;, oào sao t:''1)~ mais que as e.xttcmas, impreteriveis e íatac:;

• ..- " ' d democratica, em que o povo, abdicando o lril_i,;.""\.f(.-4..' resu1tantes das successivás crises da anarchia

\~ !>Cu poder collectivo, entrega (!O arbitrio su-~ :") premo de prestigiosos ª"entu·

·\'~::r-=============~~ reiros os destinos da liberdade

qo

e a segurança da ordem. Pode-se d1/.er que Polyhio \'aticinou

o resultado da segunda guerra ptmica. com a derrota e o suici<lio do gr;..ude e desalentado Annibat. no dia. cm que es­' reveu:-Em Caithago é o povo qt1e de· lil.iera, em Roma é o senado.

1-t.11/lrl",., r,,.,,,,,u "'*"''<' rdir:n1. do Mu:oeu de Xapol~ :- l'io:-<'l.11;r1\Ulll, ('!11 Z\AJ>l•I~

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Os cemp1o~ ~r~o-:,iciliano"• a que ac l· c<==-.""''""'ho de referir·rni:, sào todoi1 clonu1-t, cm

pedra cakdria ,·xtrcmamente lltrmsa. Eram origmariameme rcH.,tidos de ('"'ltuc1ue proh:

liromad•>, de que .:~o evi<lentc .. <h \'e--;tigio"

81 ""'' ruina~ de ~r.:sto e de Seliounte. Em .\zri· \ t;C'nti, o h:mplo hamatlo dos ~gantn rau a ~i-~ .s:au/um) o:-.tcnta ª" lllftis coll.1~'iH.'S t"I• uml\a" ~~ que ~e.· ruoh~C<!~l. l'.m nula ca_nclura dus fus.

~ tes tht. 1 um 1ncc1. r;t. venlade D1odnro que 1.:a-

be um h 1mt·m. O d1;1•

metro de l <tda cavitcl trm a e,.paut<·~ d1m\ 1i­~o d ... · 4• .~u. Dos oito atl.rntcs, pro­\'avdmcn1e de~ti· nado' Ol :\U-.teu1ar eu a ringir '.'>U ... tt:n­tar o tccto interii:•r

! ~= c~~':·o'~~t~~a~ ,,1 u.-n, '1q;' altura é

de ;• .11s A esta­t ll •l dt·'l'T"•n ada

1 <l"t'.,lC "(.'.mi·dru-. jaz nô 'h!\o junto d1' trmplo ot E' trtmt'rulo e.""e '="1ancfo_, .... ,

li Cthlaver l;1pi<l;ir, p;11t•1·<'n•I·• ".'mb11lisar o de lodo u1npov 1

' d''•jlt'Cl.1\.ttln p-lo fourind , d"' ... Z\lt".Hi.I"· Seliounte [, •i ;ir

1 ra .... do ptor ~~tu, o qu.._!_

' por ... ua ,.t·z ~ah1a um ann· •

li apenas dtpoi~ de ::-;t•linuntc.

j E. pomo mai '> ou nwou~ , a~:-;im, cm toda ... C!\)a~ ma~a

nlho~as a1.:ropolc-t cierruída!I no '°'º de __..,.-~ v;1o;tado1 lend1> afogado em \;tngue ~lcV "1'"~1 l't\llTt!otSh'oS \'l'l_lridos. purt.ko~. c·apitc1s. .1. t- J om:hitra,,·e~. tn::l.~:;>hus e mêt.i;·e,,, as n [ ) tina-;. obr-~... n m.u ... i)CrÍC1la él dcfüiitl\"3. ~ · prt-.lil.o de bellcz.& que ;:ur1i1.is r~ali!'>Ou o g<·· •

1 ltl•I,

Outra tia~ monumentac .. rÍtp.t,.7:as archcu· l11g1.:as da Sicilia N:lO o~ 8CU1 thc.ttros1 entre º" quae~ o de .S1rat·usa e o de f;iormina..

Taorminoi, :i V) lilc,;,mctr011. uma hora, d flf ~ler-. ... ina. c.leu·ine 3 -.c1.saçao, profunda e 1 • traduztYt:f. c.1,. mai:-. d•JCe, mai-s iu .. inua1.te, m;lis env .. lwntr mar.n•1lh,1 d:i D<itnrcld. e J

theatro é o primeiro du munt.lu. V de e lrnn · ge dizem o~ fran1 ezes ser o :;egundo.

(' ard1ltcct•) gre~o con~idcra\'a·se pcfo A<'U officio um collaOOtadr:;.r da natureza e tcU

c0Minuad.:1r. ' 1 reJe,·o do io!o erJ. a ba~ 1 intcgranH· ela obr;;t que o editit 10 se J, . 1 tina\'il ;1 tle·r1woh'er e a f<>l'Oor. /\ ai ru•

pule, o templo, o gymn;.1~in. o 1 thc.'Jlr1> ~:i.11 ci.theticamcntc in· •

sepêlra\'eh do lo-::ar t-m que o 1

ani .. 1a <>1 collocou O • iltro de T.1onni·

n it, t' n 11 rme, podendo C•>nter nrni:-. de qm11cn1~' mil c"'pc«·t;.Ldore!'.', t1111dl· tica1 tl 11.t ~ua "trut;tura pelos roman .. ·s, le,·cmcn·

te r1-·i.1f'i1i o t'C•

(·ulo X VIII. occu•>a o C'imo da mnnt.111 fia e·u·arpa<ta do ln'!."-· 111n nome .., ·bre o

IJI

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nha no boho a Eneida:-Siulldl"J Afusae, /'tlll/O #IQ)QrO <OROIR11sf

="ào. Er~ simplesmente Jv,·cns io· glczas, minha!\ < 1 •mmensac~ cio hotel Ti mco, contit.tuo 110 theatl'o,-madrugado­ras como n1to\·ia~, vestidalt de brancQ,• t'Om chapCU"- rnJ1olitr, um li\•ro na mno, e ramos dt• rnza~ no peito. l~vidcntemcn· te collec:iala'I em ferias, pa .. tortad:'ls por uma pret:cpt1>ra erudita. de ocuJo ... de ouro e de ba.nd ··\ brancos-.

Di~ipul.1"i de Huskin, ldhtt antigas 1·ai11has dt 11111io nas fest..tS d,1 prim,1 ,·era na escola ele Chelsea, teriam nas sua~ csguías m:ln!li, de ~csto!i. japoncn·li, c,cg\l· rado alle~orkos lirios ou ,.,·mbolicos ~ira.soei: teri<un rt\'CStido ª" hÓtl.1~ tuni­ca.:> de !!)ne<cu t.alhadas pc)r Katc (iree­

~, na•a~: teri.1m pc;1sto jQlOAs dc."JCnhadas

~.. por BurnC' Junnes e ciniclad;1-. pur ... ,, . :-­

~ liJ '-,;1---

'7!~~{~ D 'I li IS 7 J. ~ .~ft ~I_, =r 'i .-r

3J. -l •l.•tua'"" """"*"" dt' \ruiu An11•l•oftl4'n.ai t'llll•tf"llk lllO \111 .... -,u 11hloeolQS1at d~ ~U••~ a-lti11,, .. r~lch• "\'"'"'•'' •••> \h1....-11 de :-.i.JW•I'"" ,_4 > llt-ro:u l~o; f.l11nw1•h• .i~, \tu~t'11 de ~;111.i•l\"'<I

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,_, 111 l11U"•J•ho 11'411'4» rclr"\o otu 'h1wt1 •k 'ill.Mok!.J J-l!.111", 1ck\o ;111("i.i11 1\lu~•·u ,1 .. '11111•k!o/

J. ~Corri>; e, fieis:\ regra do seu uatriflffhn, virfr1m ai.:<na prC!)tar o seu dô­c·e culto á Belleza da ~icilia.

lt1rh;,ra!i saxonih apenas, nas n 'aqucllc h.l~ar de sonho,

[! 1u1 n1:tlut1na d'nquclle sol nn.scendo d'eotn· tlt•rc"I, em turno d<l, suas mimosas bocc.as en-trcabcrt;.11 t'tn nn 11tko e"ta~e como a-; dos anjos

df' Dclla Robbia ou de Giovanni da Fu ~1>!e 1 n!lu se de<li~nari;Jm por certo tlc vot:jar amoro .... ;uuc·nte as idyHcas abe-

lha~ de l'heu1-rito.

\'"'lll'"flTl•lll!IHll'tC°lt'lt"'l'l'll! ... 11 ·l··:\'111oi•l("l)

A localísa11ào do~ ttrandcs

monumentos ~icilianos parece authtnti<'ar • .;,e na hbtoria com uma es~mpilha de sangue. Em Taormina correu o de ml­lharc~ de e~~r<1.vos supplicia­dos por occa .. i~o das guerra~

"c:rvis entre os anno~ 140 e 105 A-C

. \s Ídmoeas métop~ de

trr" dn't tcmplu .. <fo al-ropole de ;o;e. linunti·, 1 <•rrc~ponckntt"s ás 1rcs • po­c-~1~ ;m hó\ice11 d:t arte clo·ica, t:on-11c1 "•• m•">C no mu-;cu de Palermo, de <1u1• -.:\o .- joia C'<1pirnl.

A l'!c·cç!\u pla .. 1ic;i d'cste museu ótd1;i·sc cm gl':-inde parte exposta no grande ctau~u·o (ur""''" rorlt'le J do cdifido, qul-! é o r'llíli!:I ilorido e pit­tn1·c~'º rt·tintu d'al'tC que se pode \'~•r. Cohrt•O :i ahohadn. do céu . Or­n:uueuwm-o pmfo,;_1mcnte antigas p.-lu1ciro.1i1, b~1nancir;1~, ,-:1ftos1 ma­ftllolins, roseiras e j:Bminciros, cir­C.:\•m<tmdo e tn\·oh:endo de 11t'ire$ os pt·dcst.M·.s dn." c:~t1.ltua~. Engrin<tldan t.lo ,, .m·.1c13. trepam a!'!. miiis dcc<r ratl\:a1 e ar1 h;li1·lt., lantas ~arrncnto~' tl.1ll•)ra tg)J>ei3. .\n meio c.1;1 1 r:t!tta, ele uma envfm(" t.l',•' tk granil••, '>•D-hrc 11uc corre a agua entor­

nada da amphorcl de uma nympb, cmagt1n 11111ita' ele nenuf.,rc' e de papyru~. de long...s e finas ha .. tu fil.;uncnto"3.~, tcrn.inandu ai• cencionahne111e cm grandes pluma., fi•fa! 1 ondulantl" , \'al'urosas, côr de nuvtm .

Para termc>!'i n~a.o do que C'ª· ( ra dos SC'U' gr .. ndo mc•numen .. .

tos, a. art~ mob1I da Sicdid durante a coloui•,1,ao g_rcg" • ~~~~ t'

nos pnrue1ros tempos d~t.dommaç;\o. romana,.".". q.uc t.:on-.ul .. tar Cicero, que é por excellenlia o dunutt d., Sic1lia. E' bem :onhecido o famo~o fibcJlo nt S1gNtJ Ç•)Ulfil o

pret.".;r Verres, que o u1e .. mo Ci<'cro, cm uma d.t-t 1\U;l'I epi ... tolas, Lào vh-amente no~ retrata, como n'um 1n~t.rnt.inco,

pa~seaodo fastientamCOtC por !\lt.'-"'tna, em htt1ra Cll'lttr\tOla a de alto fonet.. :iouario çorrupt.1.,, a oit•) c:i• MYO. i., luxurnamentc reelinado i;.obrc rosa., de Malu.

C1ccro Íclrc\ questf'lr na !"Kilia. niule vivera e d'on•le data muit~ das .. uas noticiosou cart.1s. O em.o&rito da :accuuç!\1) de Vcr-re:; levar..l-o a proceder a um rig.--,roso mquerito "ª" ga .. lerias e dcpo::-itosd'arte, que o ii.CCU~do. n'um largo gcstoA de dileu.antismo inteiramente modemo, complet.amcntc 1.1.·

queara ce\dlldo a illimitada e incondiúonal a\idcz t\--L.~ .. _X~ do colleciooador absolutamente l:• mpltto. l'~"i."i.I ·~Tro..t::::r-

A "errina DIU E.slal•as l~m a :autheottndade de "' um relatorio offidaL e, rc:lida. cvmu cu ti\·c a tut11,;•· ~l \ ~ ~idade de a releT 11 'um3 tarde de f.11 nt~1tl~ tobre v ' o theatro dvs al"'ontcrimcnto!I, n'um quarto du ~ hotel Trinacria, tm )fc, ... ina, C'"i<C- dou1mt11to usume tüdo , o palpitante intere~e de uma n•u"õt l dcbrt• ou de Ultl ·

pamph1eto politico do~ 00:)5'0-> c·oncntc .. \h·""· n:'lo ~e.nus

~~~ r,:~~~~: ~ ~~ ir~ pui<·ul;u.e111 que r,,. do tempo de Cicero. ·11

,1

1 I·

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Curioso detalhe: O poder CCl\tral de Roma mostrava·SC em

geral extremamente latitudinario e runclliador peraute attentados da ordem d'aqucllct de que era accu,ado V erres. O governo romano igno­rava coml'lctamente por occasiao d~ conqui:sta da Sidli~' o .. alor :la ane bellenica. O dcuo:-ato dos monumentos e a rapina dos ob1ect01 d •:ute m<.tl~t.aVit·ó tt·nub .. imamente, - o que p:arcc<.

demorunrnr tiuc uma con)ideravel porçào de inan1ovivcl estupidez, abroquelada pela impe­netr.alJilidadc esthetica e pela indifreren(.;n ar~ ti5tica1 l· ap;magio de todos O$ go\'CfllC>'-., qual­quer <JUC \Cja a sua confo1ma-.;:\o nrganit'a. Quer a hi'\toria convencer-no.., de que, rm lo<li,:, ~ tempos e em iodo~ os lagares, o trafr·go da politin tioe~tifica o~ homens.

RAllALHO <hnu.Ao. (ConlilOJn)

Nota da rOd•oplo A 11/ustrarbo Porl11.fl11e:t1 C'O·

mc<;a hoje a puhl k:u,f'l.o <le uma serie de artigoi. em ( j\lC

o grande cc;.criptor, arfr'il.a irw· gu.ttlavel <la founa, que /: Ra· m41Jho OrtJi;:!W, en>Ca, C<·m um lào apaixonado colorido e uma t.ào romnim·ida pied;1de, as !'>ensaçüe:~ <le ane CXJ>t'ri­ment.ada:> durante ;:i-. l'IUai. dí· grel)sões por c~&.as terr.1~ admi· raveis e dolvro!<ia!ll du !'llll da ltalia, que a 1u:ti1J 1~woro:-a catastrophc itntba de a rruirrnr e; dci,t1 uir cou1 os llC\h ricos thcl)ouros de arte.

A importanda <ln p;.t;R"amcn· lO do ~u primoroso l.1,·or litte. rario, de~tinou·a i:t·ncro..amen· te o illustre e .. oiptor para a sub~ripçao aberta cm Í8't'Ot

das \Íctimas e.o tcrreni ''º·

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A CO.SFLKIN('J.\ OK B.\PTIS·

T\ CoELtto (jo.\ .. PnoCA) "º ".u.lo º" h.i.u,T1tAç.\o PoR­

TCGUEZ.\. A primeira. confcrt:ucia da serie que a lllu.strachCI Por111~11r :a resnl­

\'CU offerel t-·r 110 ~cu )al!lo de fcl'i· t.1s realisou•:1, no dit1 ZI de ja· odro, o to•lc1u11~0 humoristà bra-1ileiro Bapti .. t•1 Cudho, l:UJª colfa­horat;ào alei;:rc nu jornal d.J Dr,1-zil. sob ..> 1JSeudon~·mo de Jo~o Phoca, cu1~tituiu d~e o seu et,. mc-;o um do• mai:; espontaucos Mlccesso~ da 11nprc::nsa ffumincol)e, e que ainda huje mantem a mc-.ma li~ongeira popularidade.

Versou t''"l p.'llestra ,, obre O SUC:~C"'.\th·o thema dõ nam<.oro. c..IC"s..rt:­,.cndo o t'p1rituo!<O conferente, tm cngra­c;;1dissimos quadrO.:J de Uagrante ob!o.Crva­\'lln ~ricatural, os processos, ~c:cn;.1"", tv-

po"t e incidentes de namoro ~ti no" di .. ·en; •s balrrot e ca- ~ ~ nucl~-. ~iae~ do Rio de \ 1~ J.omt-1ro, e f >i tr>eb t-lla um \"Crd.1rle:1ro e;ncanto de ~ra\a leve e francat p.1ra o

seleno auditorio que se reuniu nc. no~~a !->ala, e que era \!Ili grande parte composto de seuhor.1-.

A s c•>nÍercndas Jittcroui;_1-.. que ~10, lá f1'>ra, um habito con!\o-igratl•) Já. rcprc..cntam ainda, entre n·ls, q1Ja.'.'.>1 urna n<•,·1Jadc. que a /lb,1lrâ(ll.t1 Po1'Ngu~ro se cmpcnh<.l por 1ntrodu zit 1105 t.'ostumcs da no!.''' vida etc .. gantc e mundana. E pnde di7.cr·sc

que para init iilr a reali­saça.o d'c ... tc intento nào podcriamos CS· colheruana maispr<.r mct~eôora e:ttreia.

~~~~~ Realis"u-sc, n >

cJia li 1 lo mez lin­do, .1 inauguração da :!\Un:ur~l do .. \e· r u /q estabelecida na praça de D. Pedro, e p-.•de dl· zcr·sc que a nôva 1hM.1llã\'àOrrtcbcu do ~1ublico um a.cô­lhi111ent11 quP.. ape-1..ir de justificado pcl a indiscutivel v.intagt-·m do! seus sen·i\'<J•., pode con· sidcu.r-sc ,-erda· dc1ramcnte exce­pdN1al_ A ultima Jnit ia tiva do .')(cu

/, foi, pois, cor"a· da do 01esmo bti· lhautc e'.\.it•> que semprt' tem acom­panhado todo ... os emprehend i me n­

Oll do grande ornai.

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1-.\i.l\ to.ah<! ...... o rndMt..,., I""' .1 ~ •oetra

~F"t• ,.. ,..,_, UIY q >hn 1k 4.rthur \h"M t._ardoo.

-~·· h.-.kt '•'"-iar f'C'('('t- o ,.,_ do ~,....

\mn1~ lo

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O NOVO PRESIDENTEC05 ESTADOS UNID~ "' ~ &""' '\:,, ~ ~ g A estas horas j~ o presidente Rnmevelt en· ~ ,;, cctou os prtpar.u,.·os para a sua mudança da

.).~ .r Casa Branca. de que o novo pre 1dc:nte sr. T'lh tomará po,.~c no principio de março, em que comc~am os quatro annos da Mta gerentHL

S."-o grande$ a!il esperança~ fundadas oa prcsiden· _eia do randidato do partido republkano, vencedor

~ por uma grande maioria, nas ~lti\r'es de 3 de no\·tm· bro, do C'andida.10 d< mocratir(• lliT. Bn·cm. E é natu·

iJ ral que assim aconteça, porque o novo· pr<!'íidcnte dos

~~ Jo:stados L:nidos. é, n;k realidade, um home. m de inque~· tiona\'e) energia e um trabalhador iníath~avel, que deu jo'1 sutfu ientes pro\ as de tod;ls e~.i;as qualidades. tan· to no • ari:•' dehcado e diffidl de go\c:mador da~ filipi· "ª""• c1 mn no J~r de 1nini!->lrO da guerra e da" P,lonias, que ahttndonc1u ultim;.1mcnte, dc!>clt que foi rc<'."onheci· do oflid1drncnte como C'andidato (~ pnsidelll ia da repu· blica.

Os quatro annos d.a administrac;:lo dl.) H Taít n:lo sc­r~o. poi•, ~~uramcntc menos arti\'O:o,. e intcrei-...antes do que 01 da r r~ic!cncia do seu amigo Roc ~C\'elt, e de antemao pódr ter .. sc a certeza de que u:,, progressos rea· Ji<:ados pela grande republica norte americana duraote os ultirnos vmtc z.onos a<.lquirira.o, ~.,u u impuh.u de um es­pirito audacioso e tenaz como é o do DO\"O pr~identc, \'m maior e mai~ raJiido incremento ainda. lüsa é, de resto, a fciç:lo caractcri~tica e ~ingular da vida amcrica· na, que nos surprehcnde sempre a nc'>s, europeus lentos e timidoit, capazc~ de iodas as idéai; arrojada~. !-em du­\lda, ma' tambtm incaraic~ do f!llÍOrço e da pcr,.i!'ltencia ne<l'~ .. uia fara a ~ua rtali~a~3o pratica.

:-· t '11hno fdralo du ~' \\' liam Taf1 1-~ t *""" 111, ... ,,1, ntll' Q in , 1l1• 1.ut111l:c c<~i"""~• f1lh-' ,1ni;,;11 l ltl.<•111 e< ,1.,;., lill1••,

<'111 wm J1'a~f;t'tf'I •I~ 11u111fl10\d

f( '/1.JuJ d.f '" 1tiu1t•J

Page 24: Emç

'14 l>F. JM•EIRO EM FA\'OR l>A OHKA

OA l !'F.-\NCI A

1-Mndctnoi"<'llC' J t1dhb L11it:~llo F('rnaod~

rt..'7i(/I) da t'llOl". CA.'llACllQ\

i -0 çoníc«"n!(' R3pt11>ta C~l~ rl1itlli lia 1•t1UJ . \'ASQl:~l

J 1) . CAndi<b ~ Nova ·MOul<-im J.:end11.ll

- Madtm~:•dk M:nill. Htnftquc1" U'Korlh

~-r~ro fll:mçh ((71(/I! Ja l"llOT. ACliU.1.Uj

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A FESTA Esc.;ol.AK 00 h•sn­fUTO D. Ai;r·o:-;so- Re;:tlisou-s«, no domingo .:q cio mez findo, a ~essa.o solem1le annuaJ da distri· buiç;:-io de premios ás alumoas do Instimto D. Aflonso, o magni­fico estabelecimento de educa­c;!'lo íeminina làO merecidamente conhecirlo e elogiado.

A~sistiram á cerÍlnl·nia sua magestade el·tei ~ sua altr 7.~l o sr. i11fante D. Aflonso, que per· correram, em !:ieguida.. todas al) ctcpendcnda" do edificio. clcpendencht~ do edificio, que correspondem. pela sua admirn­vel disposiç:to e meticulosa hy· gie11e, a todas as exigeocias dos collc~ios modernos.

1-k<'.trl\l<• do t11<11lp1M port11f'n«c R.,n1Jo Jtmior,

Ml•-tor d•> mo111m1t:nlo

l-.V"i/Nl'-111' (lo mnnmn~nto qlM' \;tf' '<('r c-rh:-idn

na roHJia de Ytu:&im ao C.-1:u do .1/t.w•

,;-O 11ei<:t.ffor J~ Rodri)(U'<'!l \111Jo. o (i-KO do .lf«t<> . .:;l\·:11leiro dJI íClfrl" F.;l':.\da.

o l~roit'1.~ 1"2tnlo do ~l\'a.\•kb-. lia ftow.a t1c- \'au1l'll, l.j,~t' :11 ra11<:ou

un\ll cc11Lc-n;1 rlc \'l<fas lló 1t1J1r

Page 26: Emç

TRO. RRP.RESK~TAOA

l'FLA f>kDH-:UtA \'V.Z, SO

n l ... ATRO D. AltELI.'-, ?"A NOlT~ DE q tJi,;jANt::lkO

Qoinr,e dias passados so· bre uma primeira represen .. tac;301 a critica póde exer· cer·se, sem suspeitas de par­cialidade, com a mais serena reflexão, n'este circumscripto meio onde todas as vaidades e todas as ambições se aco· tovelam, por completo liberta dos receios esc-rupulosos de prejudicar o publico, o au· <.;tOr ou a emprcza.

Quinze dias sobre uma pe­ç.a, n 'uma pequena cidade como Lbboa, sem populaça.o fluctuaote, são quasi uma eternida­de. Em quinze d ias, no thealro O. Amelia, uma peça, seja ella uma obra· prima , gasta· se como o diamante sob o esmeril do lapidador. N!lo é pois a pretençao tardia Ce intervir n 'um pleito, que sempre se derime tntrc o auctor e o publico, que hoje decide a llluslra(bo Porhig1u::a a ar-

~ t maturgo acclamado do ~ Amor á anliga. Augusto

(

de CaMro tem, no lhcatro, o seu nome feito. .Xinguem mais do que eHe, na moder­na geraçào de homens de lettras, trouxe para a scena, depois de J ulio Dantas, uma capacidade authentica de es­cnptor theatral. As suas obras anima-as uma vivaci­dade em que se reftecte, sem nada perder dos seus cxpresi,ivos cambiantes, urn talento de observador saga­cissimo, e onde palpita esse instincto do theatro, que sur­preheode todos os segredos de tochnica e constitue a a.r­te suprema do dramaturgo.

Quando, ha quatro annos, Augu>to de Cas­tro fez representar no D. i\laria a sua pri­meira peça, facil foi para os do officio vati­cinar que o debutante audacioso Aeria, eru bre\·c, um competidor. Mas o que poucos previram íoi a rapidez fulminante com que elle ja arrebatar a decisiva victoria. n 'aqucl-

ie mesmo palco, alguns me­zes depois da sua esueia . A n represent.:1.Çào do Amdr á tu: .. ~9ivar=nas su=as pagina=s a re.. n e:=::::::>

~ U 1-Prhnelro actC): Soen:1. 1

l'-Dr. Augusto d(' Castro u====~ 153

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Jú,•a collocou, sern conte1taçô,s, o lt"U au... prima e m•l{tc)o antiquado, a Slxie· fl1>r na primeira linha de-. nc~• drama- dtuk 0111de a gelflt .u afH>,rut, de Paille· turgos. ,\U'!\J$t.o de Castro n3.o te-ve, pilde diura.SC, ron. No!> tre!> acto~ da sua peça, Augusto de C.::\~· um tirodn10 1•ara a cct..:Uridadc. Consi.igt~tram·no tro. t·om uma ~dencia tle melie1 c1ue acalx1u de como um m~tre ao terçar da!ll primeira" armas. pi"lr cm cvidcn~ ia 0$ sicu!I admira\·eb instinctc~• de Chegou. \'iU e \'CDceu. dram.uurgo e ' .. rCCUr!IO!I de um tcdmico magis.

. .\ e-.ponta11cidade do ~cu ta.lento e o br~lho da trai. improviura uma debil ac<;!\ô para articular ~ua ohra ju"lt1fio1.vam por completo ess.e tnumpho uma sat.\ ra hilariante á!ll elcgantC8 burgueza1. Pe-rapic.li!o.Simo, obtido quul de surprcz:.l.. Ma~ª, fo~- rantc as e.spet:~tiva~ de um publico rc~h:ido :L rc-tuna ~mprc se paga caro. º"' applau--01 d ~~ sbur e .1 difhcuh..11-Jhe a ,.í :toria, cite exhibia. te-rcei ta mt-mora,·cl do • l•or ri ""lira conlUhtam mer.niain~te, uma peça de combate' E, por con-a Aui;usto de Castro uma divida tCm('roi.;.1 para SCfZ"Ull\lC, n'cssa noite da primiirc combatcU·S.e. com os invcJo~O') da !\la \'ictoria e at.C p::trn <·0111 Con~bate cheio <le gradnsidade, cou"I todos º' ex-c~'<-' mesmo publko que: tôra o docil trampolim ped1c11trs do c~pirilo e todas as §Ubtilezas da iro-. d•, .. eu saltn, O dra1D.t!ur~v JX dcria. ter lançado nia. s.·, quetn n~o dispuzcs:,e de 'lotnsihilida.dc po-mlo, n'e~~c lance, tlc um expediente já, como deria ~rrnane(·er lndiffcrente !1s 1·moções d'csse cllc, tonsagra<I-> pelo "uccesso: fugir aos ço11fron· combate que o talento de um e~niptor oHerccia a tos, dcrivantln traositotiamente para outro genero uma -i.ala sisuda como um conda\'e de mil juiies. de theauo fl e:>tr,,U.;t.:-:ma n).•) M" adequa\·~. po· E~u noite podia t~r iaunobili ... 1du Au~'~º de r(:m. ao tempnamcnto combaüvo, ~pontaneo (a!nro na mesma situac,-30 em ttue o dc1x01ra o e audacio3o do escriptur: e drpois de uma sucrc:;so do Amor d nutiga. \{as o ('..+ri dâs comedia de observat)lo, outra tomedia, tem· â11<'1 fel-o avarlçar até á dcci,h·a conSJgração perada com a mesma gr.1.•,a sat\nca, sa.au. e .. - que lhe falt.;1\·a: a do debate. O exito rio"-"''" fusiante de e. .. •.1.rito, agn.ada de mo\imen\v~, J · 1 n aJ1l16a f,ª,ra dema.-.i<Ado fac1I. N:..o lh'o d1scu-da :i.ua penna de 1ro01&,t,l. E~i>a no..-a comcdrn, til'.1m. Tiver,1 mais o <hpecto de uma couceuno c:1aipta de um J•tcto, drn1nouase C-l1a das tutro, a que de uma ronquista. D'csta vez, Aup;u~.to de e fiha·l><..':. mau dedaradan1ente. n·cue gcncro Castro c.'pcrimentou a Kll"'31,:lo "'3lu~r da arch1-d111i,d e'· theatro • que pertence. e •ID •

1

0_ lucta. /•K•" um po,..tido, o que. em. h11era-

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rnr;i. é a premgativa 1uax111'a a que ptute as· l"'1rar um combat,ntc. ( )s mcredulos por na· turc-u podiam, ain<la. !i,1 pnuco tcmp<), duvi· <lar díi \"eracid;_-tde de nm rnerito que a opi­•1i:1,, proclamára com M

· r~« ipita\·ôes d<l 'llr• prC'Zõl. Hoje, Augusto e t ·a11ro, depnis da

!olla replica brilhante •'º" uhimos incrcduhuJ, ,/, tem uma tarefa a 1 umprir : escrever a sua J e<.·• do anno pro~imo. f. um \"oto terno~ n ·,"' • f..zcr que f'ncõntre, })"Ir• a en~iar, o mesmo lnl 111- rximio de ilJ;ci­ra jMf<t a marcai, o 111rt-mo 1..:ompetenti!\"fimo arli~ta t:m quem d'é'llU \ cz rccahiu Cl:i!:IC trah.t· 1" v p •• ra a rcprõtn· t.ar, o mc:,mo grupo bri .. • lahli:' tJc actore,. que ::1 » l•c-m d!!sempc.:nlM· 1,1111 a i.u.t comedia c.I'<'!!-· 1c ;mno; e, finalmcutc, 1'ª'" ,1 ptir em sccna, o 111rM110 lo{fande cmp:c· z.irio que tào hdalga­mc:ntc: poz agora o ~u thcatro á dispo!:liç~o do :-.· u talento.

1 ~1nrl(1111do '•f'na \'li :t - Terceiro •~w. :-.C·t'11:i \'Ili

~ l>--•mo~ cm se-.::uida a

diMribu1ç:t.o d•> Qa d.u liNrO

.\ n11uh· .. ,a ~ 111,i!d~l Pi'1IO \l,trlil Jlt'lc:na

1~-mi/111 1/'0lilYir.i ll l.U(ta

(,(l/IJ ~\.,us I>. ti1oria Hotdho J1urrlla d'Oliuin1

~lari.t <l;t ( .r.tnt. ifilha da n11uJe ... ,;t1

IWM'tl '"' _ .. ,,JNJd Clotillk tilh:,dt· l). Luri.t1

/-'tHili11 S1n1u-11/,, Juh:\11 Bu1dho A•r•1/o J.."-,s11

''·'""'='' .llr1;111d1'I' I r.."iJd Jur).!c-

(111/1\ (J/i;.ár(t t) rundc:

.l11lm;i11 Pinllâr . ., t>l tr-.a<

lf1rtw .'i..i1114J~

e J t 0110\Clhciro citahr l'i11/uiro

ll. ko.lna.:u da :o;ih.e1ra /kNril/Hr . l/:·t>s

G<l"'IMrKm·ll,\!o(-;.a ... 1·arào1 Nupl111f'/ . rt.u-911.ts

llo .. itlÍ, Ít,1Ji1mo, µrofe:!'.,Of de c.-.1nto

~l11/u11i" .\dr1H~1tM \'m;t, cr~ada

Ali' ••ilrot.i {!M.-Jdrio \'m <'rt-ado

.Jf,murl l'itta

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1-Ó f<'tr.Hn de 5~h;."t r(lftO

cl~nludo J'°'r C-0o1tdt'io

3-(iYNrf,.;1Nd·-' tJ ,-('!o,.r11tf1, 11u:i.t'lr11 J!Crtt"111:cott' •• , >4 • .:on<l<-

do .\mcal

~- Jf,_. ,,.Ji,, d,, ,,,) J "j:,.//<1 quadt'-l JKrt("l1cci1tc ao "'. c:vutk

dQ :\nH:àl

quentemente fixaram n 'elle uma t~cordaçào mais perdu­ravel .

Além d'isso, Silva Porto constituiu ainda, sem po.,::;i­bilidadc de discussào, orna das individualidades maisca· racteristicas da arte portu­gueza. Mais de uma vez tem isto sido affirmado, e nós

proprios aqui o escre­vemos j:t. Nas suas amora veis paizagens da Estremadura e do Mi­nho, rndas cheias de urna candura t-nten\e­cida, evvcadora de tan­ta coi:;a que é uma exhalaçào espiritual ela oa1ureza para os que verdadeiramente a amam e comprehel'l· dem, n 1esse pintor de estranha sensibilidade, e nas suas telas de conrcpc_!\o ideal sem prejuizo de reproduc­çà<> fiel da paizagcm rural, o qoe havia de­certo mais nobre e glo­noso era a sua feiç!\o absolutam.ente pessoal. o grande merecimento que o artista possuia

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:===:=================:::::= ~v{ . "" pois, qu~ a re~·en· -.../~ Na.o admira,

te cxpos1ç!H1, r('a lis.ad;\ uo Pono p ir or­casi:tio da ,;siu ff·;la, da obrz pictural do emi­nente artista C<Jn ... 1it11i11.· t:e, rnmo constituiu, urn verdadeiro succes\o, Con scguiu.,c juntar urna par­te Importante d· ... •lU4· dros do illustre mdtre e

de n~o se parct er com ningurm, o grande \•a­lor de originalidade pro. pn., que a -.ua obra apre-­scnlava.

T;1J é a dupla circum· '\t,mcia qoc nmrorre para lJUC o culto 1)elo Q.randc p:11tor se con .. r-n·e "i"o e 1oquehrant4vd na ra. m11ia dos arh-.ta~ e no t:m:ulo res&rlctod1)$ ama­dorC!;, e que o ~wu no ­me mantf'nha nara o ~r.mde publico 'um bú· lh.mte pres.ti~io, que o tempo, co11-.tomtc curn­phcr da morte na sua ohra iograt3 ele c~ueéi­mento, ainda nàit consc­:i:uiu <lesvancct"r.

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mento e do seu proíundo saber de ~~tt;~~--=---:-=--==========---...~~ execução. E raramente poderá con· seguir·~e. existiodv t!\o dispe:~· is os quadros do magnihro paizagi~ta, reunir uma serie tào numerosa. uma cullecçao tão valioAA e not;wel, para o C:'ltudo da obra de Silva Porto.

A ll/HS1r11(40 f'o,JNKJU:4, a quem to· d0$ . 1.., biUmptos e que ... tc'es arnstica"' intercS$3m predominantemente, como o~ nOS$0" leitores sabem. aoroveitou o en·

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l'ÇJº <la cxposic,:ào portuense paril íazcr pbotoí:t,1· phar .1lguns dos qu.ulros - do in­!'li g u c mestre, < uia~ reprod1ff­Ç{'te" .. insere ho1e. \Jgumas d.a.-. Íc· lat rt"produzida§ 1~rttn<"tm. con­lorme mostram :1s rt·!>ipCctivas inr!i. c;1 ... \e~, á coHt•c. i.!h., 1l•l Ca~ ){cal

\:V- ou a galcrht' particutare,, nl•) ,,·ndo por iuo ía1 il de ~r ,.i"­l••l'i pclti~ que u desejem. <'ti':.. mo~, por CA!I<!

motivo. prõta.r um bom ~rv1ço com a -.ua pu• blicai.'ão.

1lfi.Ah <1-r ro1 1.., ..... 11.~l•A f'UI

\,lf,.,,.JI/, qwu1ru 1orrtf"lln"lltt' â ( ~..,. K.-11.I, J-.tf•"I"'"• tf,> º""· qtiadtu 1orrl11;1\~"'nte" â Ã('ll•kmla t'olt11~11~ 11< ll•·lla:o A1lt'!I .t .f· Í"'''" .ftJ 1vl'Nl1t. •111.i\<bú IX'r\1.:m1:11I.- A <·a .. Real

4 ·""º"",.' ,..,, j(.i, . o utt11110 11111,.lhu (lot' Siha I'º"º· •lllt' hC-lCI Jt'lf ~un• lolf , «' l>tf\"u•.'\' •to<•••· c"hd°' dn '"t<P~I

1 ~·

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l 'M \ NOVA F.<;Çt"LPTUR.\ -A n/1"""4 dislmt/1sJ1ma que 11: (lttunn f). Ada da <.únltn n;.:tlou 110 pru:.•o /itlnl do seu 5.•

1111110 11n Acode-mia de Bellas-A1/rs do Por/o 1nn qualidades tk imnginacflo t dt romflb· sirtto q1u podrmos offirmor f/Nt Po1 /Hg-al pount ltoit uma tsnt/f'/1>n1 do mnis 61 ;. llulNlt /11/111·0. A pJtotopapltia j1t11/n t dt1 ,tnso .\ lnCmcia de Jesus- lrol>n/4" /ttlo 1"61 t o 14t11UJ i111poslo 11a !J1·t1N1 /i•al .tos

al•m•os do -t • t t1lli11UJ a•""· F.su '""'. pln o ass11,,,pio, stnl&·o a orltsln 1Nl<rPrt· tal' na '"ª mais alia si~Mi/it'o(dO pondo n 'tllt' " seulitfo rdigioso qNf' o llttma <OIN· f>tnln, t rralisnr çqm /J(rjriln mnlria de romposiftJtJ, de simpli&idadt t dt' grtt(a ttJmmu11irali"i'O.

() rn11too "ª"' AIORIO PON.WIS'iJo. l',\K \ A~ Vtt fUIA~

~OHIOWIY8N ll-·S

D.\ Su.:ILIA

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