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Este artigo traz a entrevista com o profissional de relações públicas Wallace Ischaber, com o objetivo demonstrar alguns caminhos possíveis para o Relações Públicas. Através da trajetória deste profissional, procurar-se-á confirmar a versatilidade e oportunidades propiciadas por esta área da comunicação. Propõe-se ainda a reflexão sobre o perfil profissional e os limites do dito gerenciamento estratégico da comunicação a ela atribuído.
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Perfis e opiniões de Profissionais de
Assessoria de Comunicação Organizacional Disciplina BIB02083 - Assessoria de Comunicação organizacional
Semestre 2011/02
Entrevista1 Wallace Ischaber2
Da formação ao mercado, os cenários para o profissional de comunicação.
Daniela Mattos 3
RESUMO: Este artigo traz a entrevista com o profissional de relações públicas Wallace
Ischaber, com o objetivo demonstrar alguns caminhos possíveis para o Relações Públicas.
Através da trajetória deste profissional, procurar-se-á confirmar a versatilidade e oportunidades
propiciadas por esta área da comunicação. Propõe-se ainda a reflexão sobre o perfil profissional
e os limites do dito gerenciamento estratégico da comunicação a ela atribuído.
Palavras-chave: Relações Públicas; Comunicação Organizacional; Mercado de Trabalho;
Empreendedorismo;
Introdução
Diversos autores vêm trabalhando com a hipótese da função estratégica dos Relações
Públicas nas organizações em função das atividades desempenhadas nesta área terem como
base o planejamento. Por outro lado, cada vez mais as organizações preocupam-se com a sua
imagem, em alguns momentos, mais até do que com a qualidade dos produtos ou serviços
oferecidos. Entretanto, o mundo organizacional está percebendo a necessidade de mudar essa
cultura do "parecer" para, de fato, "ser" aquilo que prega em sua missão, visão e valores. Tal
mudança abre espaço para um perfil de profissional mais atento a essas necessidades, para a
sociedade em torno da organização. Este pode ser considerado o diferencial do Relações
Públicas: a capacidade de diagnosticar, prever e determinar as estratégias mais adequadas a
cada situação apresentada pelo ambiente.
Neste sentido, os estrategistas de relações públicas assessoram os dirigentes,
identificando problemas e oportunidades relacionados com a comunicação e a
imagem institucional da organização no ambiente social, avaliando como o
comportamento dos públicos e da opinião pública pode afetar os negócios e a
própria vida da organização. (KUNSCH, 2006 p. 6)
1 Entrevista entregue para a avaliação da disciplina “Assessoria de Comunicação Organizacional” do Curso de Comunicação
Social da Universidade do Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre/RS – novembro/2011. 2 Wallace Ischaber, Relações Públicas - Conrerp 3ª Região – 2074 Graduado em 2004 Belo Horizonte – MG
3 Aluno do Curso de Comunicação Social da Universidade do Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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Perfis e opiniões de Profissionais de
Assessoria de Comunicação Organizacional Disciplina BIB02083 - Assessoria de Comunicação organizacional
Semestre 2011/02
Diante deste cenário, mais do que pensar na gestão estratégica da comunicação, é preciso que o
planejamento de Relações Públicas esteja alinhado com o planejamento estratégico. (Ibid. p. 8)
Sendo assim, o que se pretende obter com este artigo, são algumas respostas acerca da
prática das relações públicas, e se os profissionais atuantes no mercado, aqui representado por
Wallace Ischaber, levam além da graduação esses preceitos intrínsecos à área. Pretende-se, com
o material disponibilizado em formato de entrevista, demonstrar os caminhos possíveis para o
Relações Públicas através da trajetória deste profissional que conseguiu, e consegue, vislumbrar
na sua formação oportunidades sem limites. O qual observa que o mercado está aberto para
aqueles que conseguem fazer bem o seu trabalho e trazer resultados para a empresa assessorada.
Wallace Ischaber, tem 34 anos, graduado em Relações Públicas em 2004 - Belo
Horizonte/MG. O profissional mostra-se bastante convicto em relação à escolha da sua
profissão. Em parte da sua carreira esteve envolvido com o meio acadêmico e conquistou
alguns prêmios importantes. Apesar disso, segundo ele, seu lado prático sempre “falou” mais
alto do que o teórico. Assim, ele deixou a vida acadêmica e resolveu enfrentar o mercado. E é
nesse momento que sentiu a necessidade de procurar outras especializações, todas elas com
algum vínculo à formação de RP, a qual define como “1ª e principal formação”.
Atualmente Wallace atua como consultor e assessor, desenvolvendo projetos de
relações públicas para pequenas e médias empresas e entidades de terceiro setor, atua também
na área política e é assessor de comunicação digital do Conselho Federal de Profissionais de
Relações Públicas – CONFERP.
Referências
KUNSCH, M. M. K. . Planejamento e gestão estratégica de relações públicas nas
organizações contemporâneas. In: VIII Congresso Latino-Americano de Pesquisadores da
Comunicação, 2006, São Leopoldo, RS. VIII Congresso Latino-Americano de Pesquisadores da
Comunicação. São Leopoldo, RS : Unisinos, 2006. v. 1. Disponível em:
http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Kunsch.PDF Acessado em 07/12/2011.
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Tenho orgulho em falar: “Sou Relações Públicas”
ENTREVISTA: Wallace Ischaber
Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória profissional. Vimos que você tem várias especializações, o que fez você buscar a carreira de Relações Públicas?
WALLACE: Na verdade a minha 1ª e
principal formação é a de Relações
Públicas. Tenho orgulho em falar: “Sou
Relações Públicas”! Em meu início de
carreira fui muito ligado à área acadêmica,
ainda como aluno atuava em uma agência
experimental de Relações Públicas da
instituição onde graduei, antes de concluir o
curso eu já estava como coordenador
adjunto desta agência. Então eu estava
muito próximo de alunos e vivenciando e
compartilhando experiências com
professores.
Neste período, conquistei algumas
indicações e prêmios, em 2007 fui indicado
ao Prêmio RP do Brasil - Categoria
Profissional Revelação - no site
www.rpdobrasil.com.br, em 2006 obtive o
1º Lugar como Relações Públicas em
Newsletter Digital em Comunicação e
Cidadania e 3º Lugar em Eventos na 13ª
EXPOCOM. Em 2005 conquistei o 2°
Lugar no XXIII Concurso Nacional
Universitário de Monografias e Projetos
Experimentais de Relações Públicas -
ABRP São Paulo - Categoria: Organizações
do Terceiro Setor e o 1º Lugar com a
Agência Júnior Experimental de Relações
Públicas 12ª EXPOCOM, dentre outros.
Mas meu lado prático sempre “falou” mais
alto que o teórico. Desejando alçar outros
vôos, deixei a vida acadêmica e fui ganhar
asas no mercado. Minhas especializações
vieram da necessidade imposta pelo
mercado. Hoje uma simples graduação não
é base para concorrer no acirrado mercado
de trabalho. Mas não procurei
especializações muito diferentes de minha
realidade que sempre foi comunicação e rp.
Atualmente são elas: Pós em Marketing,
Comunicação Coorporativa, Comunicação
Digital, Administração e Recursos
Humanos.
Quais as suas atividades hoje?
WALLACE: Como filho mais velho, em
uma família tradicional mineira, voltei ao
lar e hoje sou responsável pelos negócios da
família. Administro duas empresas em
ramos bem diferentes, uma empresa de
porte médio cujo negócio é manutenção de
máquinas pesadas de mineração e a outra é
uma transportadora interestadual de
pequeno porte.
Minha atividade principal ainda é a
comunicação e as relações públicas, de
onde vem meu sustento, meu “ganha pão”.
Atuo como consultor e assessor,
desenvolvendo projetos de relações
públicas para pequenas e médias empresas
e entidades de terceiro setor. Na área
política, atuo na criação e gestão de
campanhas, assim como assessoramento
político para entidades e pessoas públicas
em cargos eletivos.
Também contribuo com minha profissão,
sou assessor de comunicação digital do
Conselho Federal de Profissionais de
Relações Públicas – CONFERP.
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Um curso superior também molda o senso crítico das pessoas.
A sua formação como Relações Públicas é importante para o trabalho que você desenvolve?
WALLACE: Minha formação é tudo!
Sem ela não existo, não teria como
realizar o meu trabalho, o cerne de tudo
que desenvolvo e faço foi aprendido na
minha formação em Relações Públicas. É
como médico, só é quem fez medicina. RP
só é quem fez RP.
Em minhas outras atividades já
mencionadas, a formação de RP também é
importantíssima. Uma formação em
Relações Públicas não é um simples curso
técnico, é um curso de ensino superior
completo, onde também existe a grade
básica e de suporte. É um curso de
“formação” e profissionalização. Além de
formar profissionais de Relações Públicas,
formam e moldam pessoas também. Um
curso superior também molda o senso
crítico das pessoas.
Em sua opinião, a área de comunicação tem o espaço que merece no cenário das organizações contemporâneas?
WALLACE: A área de comunicação tem
mais espaço do que merece. Hoje a
preocupação é a comunicação, é a imagem
e a publicização das ações.
Nunca a comunicação teve tanto espaço
nas organizações, para reduzir gastos, para
aumentar vendas, para projetar imagem,
para resolver ou fugir de problemas.
Quais profissionais compõem a Assessoria de Comunicação em que você atua? Há uma divisão clara nas atividades desenvolvidas entre as habilitações?
WALLACE: Hoje dependendo do
projeto, trabalho com vários profissionais
de várias áreas, de fotógrafos à titereiros.
A multidisciplinaridade na comunicação é
muito abrangente. Mas cada um faz aquilo
que mais entende, não adianta demandar a
confecção de um release a um publicitário
ou o planejamento de percepção de
imagem a um jornalista ou a criação de
uma peça a um RP. É cada um no seu
quadrado.
Em sua opinião, o profissional de Relações Públicas possui um papel de estrategista/estratégico ou ainda trabalha como executor de tarefas?
WALLACE: Depende do profissional,
conheço e já trabalhei com profissionais
de RP excelentes estrategistas e já
trabalhei também com excelentes RP’s
tarefeiros. Depende do perfil e da área de
atuação daquele profissional.
Até que ponto você, como profissional de Relações Públicas, tem autonomia de tomar decisões na gestão da Comunicação Organizacional das organizações assessoradas?
WALLACE: É muito engraçada esta
pergunta, até um médico tem limites na
sua tomada de decisões, hora depende da
ética, hora depende dos familiares do
paciente. Com o profissional de relações
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públicas é a mesma coisa, vai depender
do seu nível hierárquico, de sua função,
da verba para o projeto ou setor e até
mesmo do estado de espírito do patrão.
Como assessor devo fazer o que me
demandam, como consultor depende do
cliente acatar as sugestões ou não, como
administrador do próprio negócio,
depende do meu desejo e vontade.
Quais as mudanças e os desafios para as Relações Públicas em um cenário de convergência e de ênfase na comunicação digital?
WALLACE: Hoje o profissional deve
ser ágil, deve prever tudo. Vislumbrar os
cenários, ter bom arcabouço teórico, se
atualizar, ser “antenado”. Na prática
pouca coisa mudou. Não ficou mais
difícil, ficou mais rápido. O Profissional
de RP deve ter respostas rápidas. Em
compensação, multiplicaram as
ferramentas e os meios. Há 15 anos, por
exemplo, você não atingia um público
interno ou “chão de fábrica” de uma
metalurgia utilizando o e-mail, hoje
estamos à frente do e-mail, com SMS,
redes sociais e etc, isso só para citar
como um exemplo rasteiro.
Quais as perspectivas para o profissional de Relações Públicas? Quais são as
oportunidades hoje, em sua opinião, em que os profissionais de Relações Públicas podem
empreender?
WALLACE: O mercado esta crescendo muito, mas se tornando também bastante exigente.
Hoje temos oportunidades em todos os ramos e segmentos, basta abrir a cabeça, atender da
melhor forma e superando as expectativas para dar aquilo que o cliente precisa. Alguns anos
atrás, trabalhar a comunicação e imagem era coisa de empresa muito grande, multinacional
ou grande empresa pública. Hoje qualquer negócio, empresa ou pessoa pública sabe da
necessidade da construção de imagem e maximização dos lucros. O campo esta aberto, basta
ser bom naquilo que faz.
Durante toda a história de nossa sociedade, para os bons o espaço está garantido. Tem que
saber fazer direito e trazer resultados.