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CURSO EM PDF – EXERCÍCIOS COMENTADOS LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Professores: Dicler Forestieri e Marcus Duarte www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1 APRESENTAÇÃO Queridos alunos, sou o Prof. Dicler Forestieri e atualmente ocupo o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos Municipais na Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), cargo a que este curso é direcionado. Aliás, não sei por que as pessoas falam “Prefeitura Municipal”, pois se é uma Prefeitura, é lógico que é Municipal. Se você conhecer alguma Prefeitura Estadual me avise (rsrsrs). Ingressei na PMSP em 2007 e no último dia 15 de agosto completei quatro anos no cargo. Sobre a função de Auditor-Fiscal só posso falar bem, pois me identifiquei bastante com o que eu faço. Como curiosidade, trabalho no cadastro imobiliário onde trato diretamente com o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Antes de ingressar na PMSP fui auditor-fiscal tributário do estado da Paraíba (ICMS-PB) e lá aprendi a amar a região nordeste do nosso país. Resolvi ir para São Paulo pela proximidade com a família que está no Rio de Janeiro, mas deixei um pedaço do meu coração em João Pessoa. Fui também aprovado em 6º lugar no concurso do ICMS-RS de 2006, mas não cheguei a assumir a função. Enfim, fui aprovado em três grandes concursos da área fiscal e sei o que fazer para ser aprovado, mas também fiquei reprovado em outros sete concursos e também sei o que fazer para não ser aprovado. Pretendo utilizar a experiência adquirida aqui neste curso. Ministro aulas em cursos para concursos desde 2007 e as minhas disciplinas de atuação são: - Direito Penal; - Direito Civil; - Legislação Tributária Municipal. Inclusive, nas duas primeiras disciplinas, já escrevi 4 livros de questões comentadas de provas anteriores pela Editora Ferreira. Os livros de Direito Civil foram em co-autoria com o amigo Raphael Moreth. A seguir lhes apresento meus lindos e belos filhos:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

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APRESENTAÇÃO

Queridos alunos, sou o Prof. Dicler Forestieri e atualmente ocupo o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos Municipais na Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), cargo a que este curso é direcionado. Aliás, não sei por que as pessoas falam “Prefeitura Municipal”, pois se é uma Prefeitura, é lógico que é Municipal. Se você conhecer alguma Prefeitura Estadual me avise (rsrsrs).

Ingressei na PMSP em 2007 e no último dia 15 de agosto completei quatro anos no cargo. Sobre a função de Auditor-Fiscal só posso falar bem, pois me identifiquei bastante com o que eu faço. Como curiosidade, trabalho no cadastro imobiliário onde trato diretamente com o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).

Antes de ingressar na PMSP fui auditor-fiscal tributário do estado da Paraíba (ICMS-PB) e lá aprendi a amar a região nordeste do nosso país. Resolvi ir para São Paulo pela proximidade com a família que está no Rio de Janeiro, mas deixei um pedaço do meu coração em João Pessoa.

Fui também aprovado em 6º lugar no concurso do ICMS-RS de 2006, mas não cheguei a assumir a função. Enfim, fui aprovado em três grandes concursos da área fiscal e sei o que fazer para ser aprovado, mas também fiquei reprovado em outros sete concursos e também sei o que fazer para não ser aprovado. Pretendo utilizar a experiência adquirida aqui neste curso.

Ministro aulas em cursos para concursos desde 2007 e as minhas disciplinas de atuação são:

- Direito Penal;

- Direito Civil;

- Legislação Tributária Municipal.

Inclusive, nas duas primeiras disciplinas, já escrevi 4 livros de questões comentadas de provas anteriores pela Editora Ferreira. Os livros de Direito Civil foram em co-autoria com o amigo Raphael Moreth.

A seguir lhes apresento meus lindos e belos filhos:

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Agora é com você Marcos !!!

Saudações queridos amigos e amigas, futuros fiscais e auditores-fiscais, sou o Prof. Marcos Duarte e ocupo o cargo de Fiscal de Rendas da Prefeitura do Rio de Janeiro (PMRJ).

Antes de ser Fiscal, era Oficial da nobre Marinha do Brasil, onde fiquei pelos últimos 14 anos. Muito tempo, heim?! rsrs. Passei no concurso de 2010, e digo com toda franqueza... VALE MUITO A PENA!!! E claro, a pergunta básica: Por que resolvi ser Fiscal? TEMPO (e salário também!rsrs). Planejar nossa vida não tem preço, algo que não conseguia na Marinha.

Minhas experiências de concurso não são tão agradáveis, mas com certeza, do ponto vista prático, me ajudaram a conseguir o tão merecido sucesso. E hoje tenho a possibilidade de lhes passar um melhor caminho. Não se assustem com o relato(rsrs). Até o momento, não conheci alguém que tenha "batido tanto a trave" quanto eu! São eles:

- ATA/MF 2009 - ESAF --> Tinha feito 102 pontos, alteraram uma questão de INFORMÁTICA certa por uma errada fui para 100 pontos. O último fizera 101!!!

- ANAC 2009 - CESPE --> O último colocado fez 77 pontos. Fiz 75, porque PASSEI 3 respostas para o gabarito erradas! 1 foi anulada, mas, com as outras 2, eu ficaria com 79!!!

- AFRF 2009 - ESAF --> Achava que era minha hora. Fiz a discursiva, mas com 250 pontos, ficava difícil;

- ICMS-RJ 2010 - FGV --> 129 pontos (passou-se com 120), mas fiquei fora por ADM (mais precisamente INFO. De novo, minha pedra! rsrs);

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- ISS ANGRA 2010 - FGV --> Até hoje, só chamaram 6!rsrs. Fui a boa ideia (51), para 15 a 30 vagas;

- APO/SEPLAG-RJ 2010 - CEPERJ --> Essa foi "show"! 40 vagas, 7º na objetiva...só esqueceram de LER minha redação!!! Resposta do recurso: não abordou corretamente o tema??? Se nem leram, como sabem?rsrs. Fui para 68º;

Foi aí que pensei: "- Será que um dia passo?" Digo-lhes, precisamente: Não deixem seus sonhos de lado! É claro que há momentos em que fraquejamos, pelos mais diversos motivos, mas não podemos nos abater, e deixar nossos medos e aflições tomarem conta de nós! Uma vez ouvi uma pessoa dizer uma frase que machuca, reconheço, mas é a pura verdade:

"Só há 2 tipos de concurseiro: o que PASSA e o que desiste!!!"

Sejam os que passam!!!

Grande abraço a todos, e "vamo que vamo"!!!

Tendo em vista a autorização para o concurso publicada no dia 6 de outubro de 2011, a realização de diversos exercícios se faz extremamente necessária para a aprendizagem da disciplina. Entretanto, pelo fato da legislação tributária ser específica para cada município, é difícil termos questões de provas anteriores. Muitas vezes teremos que adaptar a questão ou criar questões sobre assunto, como acontecerá na aula de hoje e nas demais.

Aliás, o último concurso para o ISS-SP (2006 e 2007), trouxe como conteúdo programático, na disciplina Legislação Tributária Municipal, apenas a Consolidação da Legislação Tributária Municipal. Ou seja, o município de São Paulo, diferentemente de alguns outros, reúne todas as leis que tratam sobre a parte tributária do município em um único dispositivo legal. Sob o ponto de vista do concurseiro, isso nos poupa o trabalho de ter que ficar juntando várias leis. A Consolidação em vigência hoje é o Decreto 52.703/2011, que foi publicado em 5 de outubro de 2011, e será a nossa “bíblia”.

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Ou seja, o nosso curso esta atualizadíssimo, pois será baseado na “consolidação nova”.

Teremos cronograma representado a seguir:

AULA INAUGURAL

Dicler

IPTU na Constituição Federal (CF) e no Código Tributário Nacional (CTN).

AULA 1

Marcos Duarte

ISS na Constituição Federal (CF), no Código Tributário Nacional (CTN) e na Lei Complementar (Lei 116/2003).

AULA 2

Marcos Duarte ISS no Município de São Paulo.

AULA 3

Dicler IPTU no Município de São Paulo.

AULA 4

Dicler

ITBI na Constituição Federal (CF), no Código Tributário Nacional (CTN) e no Município de São Paulo.

AULA 5

Dicler

Taxas e Contribuições na Constituição Federal (CF), no Código Tributário Nacional (CTN) e no Município de São Paulo.

AULA 6

Dicler O Processo Administrativo Fiscal no Município de São Paulo.

AULA 7

Dicler e Marcos

Simulado comentado e questões diversas sobre os demais assuntos da Consolidação da Legislação Tributária do Município de São Paulo.

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IPTU na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional

Lista com os exercícios comentados

1. (ISS/Barra Mansa-RJ/2010) Segundo a legislação em vigor, a base de cálculo do IPTU é o valor:

(A) venal do imóvel;

(B) territorial do imóvel;

(C) fiscal do imóvel;

(D) contábil do imóvel;

(E) tributário do imóvel.

O IPTU é um tributo ad valorem, ou seja, é calculado utilizando-se uma alíquota (%) que incidirá em uma base de cálculo.

Vejamos o art. 33 do CTN:

Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.

Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.

Percebe-se que temos como base de cálculo o valor venal do imóvel. Tal valor é atribuído pela prefeitura com base em diversos fatores, dentre eles a localização do imóvel, o padrão (pobre e rico), etc.

Gabarito: A

2. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Sobre o lançamento do IPTU, assinale a opção correta.

(A) É por declaração.

(B) É por declaração ou por homologação.

(C) É de ofício.

(D) É por homologação.

(E) É por declaração ou de ofício.

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Quando estudamos Direito Tributário aprendemos que lançamento é um ato administrativo pelo qual a pessoa jurídica de direito público (ou seja, vinculada ao Estado) constitui o crédito tributário, identificando os seguintes elementos:

• fato gerador

• a matéria tributária

• o montante (valor) do tributo devido

• o sujeito passivo (o contribuinte ou responsável)

• eventual penalidade cabível caso o contribuinte não cumpra a sua responsabilidade tributária

Recordando, o lançamento tributário pode ser de três tipos:

a) Lançamento direto

O lançamento direto, de ofício ou ex officio, é a modalidade mais tradicional do direito brasileiro. Nela, o procedimento de lançamento é completamente feito pelo sujeito ativo. Sua utilização é frequente em impostos lançados a partir de dados cadastrais, mas vem sendo substituído por outras formas de constituição. Um exemplo de sua utilização é o IPTU.

b) Lançamento por declaração

O lançamento por declaração passa obrigatoriamente por três etapas: declaração à autoridade; lançamentos pela autoridade, e; notificação do contribuinte. Há atos tanto do sujeito passivo quanto do ativo, por isso, é também conhecido por lançamento misto. A retificação da declaração só poderá ser feita entre o seu lançamento pela autoridade e a notificação ao contribuinte. O lançamento por declaração é utilizado em impostos de transmissão. No Lançamento misto ou por declaração, o contribuinte deve declarar previamente sua intenção de realizar o negócio jurídico que gera a incidência do ITD ou do ITBI. Somente poderá ser realizado mediante o pagamento prévio do tributo.

c) Lançamento por homologação

O lançamento por homologação é a modalidade em que a constituição do crédito é feita sem prévio exame da autoridade. O sujeito passivo apura, informa e paga a parcela em dinheiro referente a obrigação tributária. Nos casos de lançamento por homologação, a lei

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exige o pagamento independentemente de qualquer ato prévio do sujeito ativo. O lançamento por homologação ocorre quando é confirmada, pelo sujeito ativo, de forma expressa (por ato formal e privativo do sujeito ativo) ou tácita (consistente no decurso do prazo legal para efetuar-se a homologação expressa e havendo omissão do sujeito ativo em realizá-la), o pagamento efetuado pelo sujeito passivo. Ou seja, ocorrido o fato gerador, o sujeito passivo detém o dever legal de praticar as operações necessárias à determinação do valor da obrigação tributária, bem como o de recolher o montante apurado, independentemente da prática de qualquer ato pelo sujeito ativo, ressalvada a possibilidade deste aferir a regularidade do pagamento efetuado.

Gabarito: C

3. (ISS/Juazeiro do Norte-CE/2009) Segundo o entendimento consagrado no STF, o IPTU, não poderá:

(A) Ser cobrado pelo Distrito Federal;

(B) Ser progressivo em razão do valor do imóvel;

(C) Ter alíquotas diferentes de acordo com a localização do imóvel;

(D) Ser progressivo em razão da capacidade contributiva.

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. O Distrito Federal possui competência municipal e estadual, desta forma, tanto o IPTU (competência municipal) pode ser cobrado, como o ICMS (competência estadual) também pode ser cobrado por este ente. Trata-se de uma competência híbrida.

(B) ERRADA. A progressividade do IPTU em decorrência do valor venal do imóvel está prevista no art. 156, § 1º, I da CF.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; [...]. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel;

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(C) ERRADA. A diferenciação de alíquotas do IPTU em decorrência da localização do imóvel está prevista no art. 156, § 1º, II da CF.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; [...]. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

(D) CERTA. Uma das classificações dos impostos estabelece a divisão entre os impostos reais e os impostos pessoais.

O imposto real é aquele que incide sobre coisas (ex: PTU, ICMS, IPI, etc.), ou seja, as condições pessoais são irrelevantes. Já no imposto pessoal as condições pessoais, tal como a capacidade contributiva, são determinantes para a tributação (ex: IR).

Dessa forma, por ser um imposto real (incidente sobre a coisa), o IPTU não pode ser basear na capacidade contributiva da pessoa, pois esta característica atinge os impostos pessoais.

Gabarito: D

4. (ISS/Natal-RN/2001) Não são passíveis de serem objeto do IPTU imóveis localizados em área cujos únicos melhoramentos existentes, construídos ou mantidos pelo poder público, são os seguintes:

(A) escola primária a 3 quilômetros do imóvel considerado e sistema de esgoto sanitário.

(B) abastecimento de água e rede de iluminação pública, para distribuição domiciliar.

(C) calçamento com canalização de águas pluviais e sistema de transporte coletivo.

(D) posto de saúde a 2 quilômetros do imóvel considerado e abastecimento de água.

(E) meio fio com canalização de águas pluviais e sistema de esgoto sanitário.

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Temos aqui uma questão clássica da banca ESAF. Tal assunto se baseia na diferenciação do IPTU (competência municipal) e do ITR (competência estadual). Dessa forma, quando o imóvel se situar na zona rural, deverá haver a incidência do ITR, mas, quando o imóvel se situar na zona urbana, deverá haver a incidência do IPTU.

A diferenciação da zona urbana para a zona rural, para efeitos de tributação, é feita pelo art. 32 do CTN:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

Podemos concluir que: se o local tiver, pelo menos, dois dos melhoramentos citados, trata-se de uma zona urbana, caso contrário, trata-se de uma zona rural.

O erro está na alternativa (C), pois a existência de sistema de transporte coletivo não é levada em consideração para se caracterizar uma área como urbana ou rural.

Gabarito: C

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5. (Dicler/2011) A Constituição Federal autoriza os municípios a instituirem e cobrarem IPTU progressivo no tempo dos proprietários do solo urbano não edificado que não promovam seu adequado aproveitamento. Nessa hipótese, a hipótese constitucional coloca-se em consonância, principalmente, com o princípio:

(A) da isonomia

(B) da capacidade contributiva

(C) da função social da propriedade

(D) do não-confisco

(E) da legalidade

Muitas vezes teremos questões criadas ou alteradas por mim de modo a consolidar ainda mais o aprendizado da matéria.

Neste caso devemos saber sobre a possibilidade de cobrança do IPTU progressivo no tempo prevista no art. 182, § 4º, II da CF:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. [...]. § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: [...]. II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

Tal imposição tem como fundamento o princípio da função social da propriedade; ou seja, visando desestimular a manutenção de uma propriedade sem aproveitamento, os municípios podem instituir a cobrança do IPTU progressivo no tempo.

A título de curiosidade. essa cobrança, no município de São Paulo, pode implicar em alíquotas de até 15%.

Gabarito: C

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CURIOSIDADE !!!

É possível a incidência de ITR sobre imóvel localizado em área urbana?

O STJ já julgou um caso assim recentemente (em 2009).

A base legal utilizada foi o art. 15 do DL 57/1966.

Art 15 do DL 57/1966 - O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.

DECISÃO RECENTE DO STJ

STJ, Primeira Seção - REsp 1.112.646-SP, Rel. Min. Herman Benjamin julgado em 26/08/2009. EMENTA TRIBUTÁRIO. IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO RURAL. IPTU. NÃO-INCIDÊNCIA. ART. 15 DO DL 57/1966. RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC

1. Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966).

2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.

QUAL FOI O CASO QUE GEROU TAL DECISÃO?

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os proprietários de imóveis situados em extensão urbana e que desenvolvem atividades extrativa, vegetal, agrária, pecuária ou agroindustrial são isentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O tribunal julgou recurso de um agricultor de São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP), que questionava a cobrança. Como o caso foi submetido ao "rito dos recursos repetitivos", a decisão será empregada nas demais ações em trâmite que abordem a cobrança.

O produtor, que possui um imóvel na faixa urbana de São Bernardo, onde cultiva uma horta e eucaliptos, recorreu contra uma resolução da Justiça de São Paulo, que havia considerado válida a cobrança do IPTU pela prefeitura. Mas os ministros do STJ julgaram que deve ser cobrado do produtor apenas o Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR), da alçada do governo federal.

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6. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPTU: (A) na data de publicação da lei que institui o tributo. (B) no primeiro dia do exercício a que corresponder o tributo. (C) na data do lançamento do tributo. (D) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado. (E) na data de aniversário de aquisição da propriedade imobiliária.

Até o ano de 2011, o fato gerador do IPTU no município de São Paulo sempre ocorria no dia 1º de janeiro de cada ano. Entretanto, veremos nas próximas aulas que, a partir de 2012, será possível que o IPTU também tenha fato gerador mensal.

Como exemplo, se uma casa é aumentada através da construção de mais um quarto, esse aumento de área construída, a partir de 2012, poderá ser lançado já no mês seguinte ao do final da obra.

Ou seja, trata-se de uma novidade na legislação tributária do município de São Paulo que só poderá ser implementada em 2012.

Voltando para a questão, como ela é baseada na legislação de outro município, não devemos pensar nessa situação excepcional, pois ela é tipicamente do município de São Paulo.

Gabarito: B

7. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Para efeitos do IPTU, assinale a opção em que há ao menos dois melhoramentos necessários para que o imóvel seja considerado de zona urbana. (A) Coleta de lixo e abastecimento de água. (B) Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais, e escola primária a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. (C) Sistema de esgotos sanitários e coleta de lixo. (D) Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar, e posto policial a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. (E) Posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado e coleta de lixo.

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Em 2010 a ESAF apresentou uma questão semelhante à questão 4 da nossa aula.

Apesar da questão ser semelhante, a “pegadinha” foi alterada, ou seja, não foi citado o sistema de transporte coletivo, por outro lado, na alternativa (D), foi citada a existência de “posto policial”, sendo que tal característica não está incluída nos incisos do art. 32, § 1º do CTN.

Gabarito: B

8. (ISS/Fortaleza-CE/1998/adaptada) Considera-se contribuinte do IPTU, em relação ao imóvel objeto de tributação, localizado no Município de São Paulo, o seu:

(A) titular do direito de garantia, como credor hipotecário

(B) comodatário

(C) senhorio no caso de imóvel sujeito à aforamento

(D) titular de domínio útil

(E) locatário.

A questão tem como base o art. 34 do CTN:

Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

A sujeição passiva do IPTU alcança todo aquele que detém qualquer direito de gozo, relativamente ao imóvel, seja pleno ou limitado. Nesse contexto são sujeitos passivos o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil (ex: usufruto e enfiteuse) ou o seu possuidor a qualquer título.

É interessante que se destaque a expressão possuidor a qualquer título, pois não é qualquer tipo de posse que acarreta a sujeição passiva. Faz-se necessário que a posse seja do tipo ad usucapionem, ou seja, com animus domini (intenção de ter o bem definitivamente). Desta forma, conforme decisões do STJ, a posse exercida por arredantário, locatário e comodatário não constitui hipótese de incidência do IPTU.

Gabarito: D

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BIZU DE DIREITO CIVIL !!! O proprietário, nos termos do art. 1.228 do CC, é aquele que tem a

faculdade de usar (ex: morar na casa), gozar (ex: perceber frutos, tal como receber aluguel), dispor (ex: vender a casa) da coisa e o direito de reavê-la de quem injustamente a detenha ou possua. A propriedade pode ser:

1. plena: ocorre quando os poderes de usar, gozar, dispor e reaver estão reunidos em uma mesma pessoa (proprietário);

2. limitada: ocorre quando se retira um dos poderes que passa a representar direito de outra pessoa sobre o bem. É o que acontece com a enfiteuse, com o usufruto, etc.

3. resolúvel:ocorre quando a propriedade está sujeita a ser revogada ou extinta, de forma independente da vontade do proprietário, tal como na alienação fiduciária.

O domínio útil consiste em uma espécie de propriedade limitada. Dessa forma, o usufrutuário e o enfiteuta são portadores do domínio útil do bem imóvel.

Ocorre a posse, segundo o art. 1.196 do CC, quando a pessoa tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes (usar, gozar, dispor e reaver) inerentes à propriedade.

Conclui-se que ocorre a posse quando a pessoa exerce sobre a coisa um poder de fato, seja de forma justa ou injusta. Por outro lado, a propriedade é um poder de direito. Dentre as diversas classificações da posse, destacam-se as seguintes:

1. posse de boa-fé: ocorre quando o possuidor ignora o vício (violência, clandestinidade e precariedade), ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa;

2. posse de má-fé: ocorre quando o possuidor sabe do vício que macula a coisa;

3. posse ad interdicta: ocorre quando o possuidor não tem a intenção de ser dono definitivo. Tal posse enseja proteção por meio dos interditos possessórios. Ex: locatário, comodatário, arrendatário, etc;

4. posse ad usucapionem: ocorre quando o possuidor tem a intenção de ser dono definitivo, dessa forma, ele poderá adquirir a propriedade da coisa por meio de usucapião, ou seja, pelo decurso de tempo;

5. posse direta: ocorre quando a pessoa que detém materialmente a coisa. Ex: locatário; e

6. posse indireta: ocorre quando a pessoa cede o uso do bem a outrem. Ex: locador.

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9. (ISS/São Paulo-SP/1998) “A” é proprietário de imóvel e “B” seu usufrutuário. Neste caso, ocorrendo inadimplemento do IPTU, o fisco pode exigir o imposto:

(A) de “A” e de “B” na proporção de 50% cada um

(B) somente de “A”, pela integralidade do crédito

(C) de “A” e de “B”, pela integralidade do crédito

(D) somente de “B”, pela integralidade do crédito

(E) de “A” pela integralidade do crédito e de “B” em via subsidiária.

As pessoas indicadas no enunciado são:

“A” -> Proprietário; e

“B” -> Usufrutuário: representa um titular do domínio útil.

Dessa forma, conforme vimos no art. 34, todos são solidários na obrigação tributária de pagar o IPTU. Em razão da solidariedade a dívida pode ser cobrada integralmente de qualquer pessoa, seja “A” ou “B”.

Concluindo a questão, a Prefeitura poderá exigir o imposto de “A” e de “B”, pela integralidade do crédito, em razão da solidariedade existente entre eles.

Gabarito: C

10. (ISS/Jaboatão dps Guararapes–PE/2006) O IPTU (Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem:

(A) imóvel ou móvel, por natureza ou acessão física, como definido na lei tributária, localizado na zona urbana ou rural.

(B) imóvel, por natureza ou acessão jurídica, como definido na lei fiscal, localizado somente na zona urbanizável do Município, independentemente de sua forma, estrutura ou destinação.

(C) imóvel ou móvel, por natureza, por acessão física ou por acessão jurídica, como definido na lei tributária, localizado na

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zona urbana ou urbanizável do Município, quando a forma, estrutura ou destinação se enquadrarem nos critérios fixados em lei.

(D) imóvel, por acessão física ou jurídica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana, rural ou urbanizável do Município, tendo sua forma, estrutura ou destinação prevista em lei

(E) imóvel, por natureza ou acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana ou urbanizável do Município, independentemente de sua forma, estrutura ou destinação.

Esta questão trata do fato gerador do IPTU e representa a literalidade do art. 32, caput do CTN:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Analisando o art. 32 do CTN, percebe-se que o Direito Tributário “pega emprestado” alguns conceitos do Direito Civil. Dessa forma, faz-se necessário esclarecermos o que vem a ser bem imóvel por natureza e bem imóvel por acessão física.

- Bem imóvel por natureza: é o solo, o terreno, ou seja, representa a parte territorial do IPTU.

- Bem imóvel por acessão física: é tudo que adere ao solo através da ação humana, tal como as construções, ou seja, é a parte predial do IPTU.

Veja o art. 79 do Código Civil:

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Depois dessa explicação ficou fácil !!!!

Gabarito: E

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11. (CEPERJ/Advogado/2010) O Município K, pretendendo organizar o seu desenvolvimento urbano, aprova, por lei votada à unanimidade pelos vereadores locais, sanções ao proprietário de imóvel urbano que não efetive sua utilização. Dentre as sanções que o Município pode incluir, com autorização constitucional, no seu sistema legislativo, tem-se:

(A) prisão civil do proprietário.

(B) IPTU progressivo

(C) expropriação

(D) desapropriação com pagamento em dinheiro

(E) requisição para utilização pública

Estudamos na questão 5 que o município, para desestimular o inadequado aproveitamento da propriedade, pode instituir o IPTU progressivo no tempo, cuja alíquota, no município de São Paulo, pode chegar a 15%. Por essa razão já sabemos que o gabarito é a alternativa (B).

Entretanto, é interessante comentarmos as demais alternativas.

(A) ERRADA. A única forma de prisão civil admitida no ordenamento jurídico brasileiro, atualmente, é para o inadimplente com pensão alimentícia.

(B) CERTA.

(C) e (D) ERRADAS. A expropriação ou desapropriação é o procedimento administrativo através do qual o poder público compulsoriamente despoja alguém de uma propriedade e a adquire para si, mediante indenização fundada em um interesse público. No caso do proprietário após reiterados avisos, não promover o adequado aproveitamento da propriedade, pode sim ocorrer a desapropriação, mas, nesse caso excepcionalmente, o pagamento será em títulos da dívida pública e não em dinheiro.

(E) ERRADA. A requisição de um imóvel para utilização pública independe do inadequado aproveitamento da propriedade.

Gabarito: B

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(ISS/Ipojuca–PE/2009) Ainda considerando o Código Tributário do Município do Ipojuca, no que tange ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), julgue os próximos itens.

12. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel.

CERTA. Conforme o art. 32 do CTN, entretanto, devemos lembrar a posse deve ser com animus domini.

13. Considera-se caso de isenção do IPTU o incidente sobre imóvel adquirido por intermédio de programas de habitações populares até a ocorrência do desdobro do IPTU (adaptada).

CERTA. Veremos na próxima aula de IPTU que são isentos de IPTU os imóveis pertencentes ao patrimônio:

- da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo - COHAB-SP, destinados ou efetivamente utilizados para implementação de empreendimentos habitacionais de interesse social; e

- da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo - COHAB-SP, quando compromissados à venda, destinados ou efetivamente utilizados para implementação de empreendimentos habitacionais de interesse social, até a conclusão dos desdobros fiscais dos referidos imóveis.

14. O espólio é responsável pelo pagamento do IPTU relativo aos imóveis que pertenciam ao de cujus, bem como a massa falida é responsável pelo pagamento do referido tributo quanto aos imóveis de propriedade do comerciante falido.

CERTA. Entrando levemente na Consolidação da Legislação Tributária do município de São Paulo (CLT-SP), percebemos através do artigo a seguir que o espólio pode ser sujeito passivo do IPTU.

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Art. 12. O imposto é devido, a critério da repartição competente:

I - por quem exerça a posse direta do imóvel, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos possuidores indiretos;

II - por qualquer dos possuidores indiretos, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos demais e do possuidor direto.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se ao espólio das pessoas nele referidas.

Quanto à massa falida a CLT-SP não nos diz nada, mas o entendimento é de que também se aplica a sujeição passiva.

(PGM/Vitória–ES/2007) Joana adquiriu, em setembro de 2006, um imóvel no valor de R$ 120.000,00. Em janeiro de 2007, recebeu, em sua residência, o carnê para pagamento do IPTU. Considerando a situação hipotética apresentada e com base nas normas do Código Tributário Nacional, julgue os itens subseqüentes.

15. O imposto que Joana terá de pagar é classificado como um imposto real.

CERTA. Conforme os comentários feitos na questão 3, alternativa (D), não há mais dúvidas de que o IPTU é um imposto real.

16. A base de cálculo do IPTU a ser pago por Joana será de R$ 120.000,00, valor venal do imóvel.

CERTA. Conforme os comentários da questão 1 e com base no art. 33 do CTN, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel.

17. A obrigação de Joana, consistente no dever de pagar o IPTU, é uma obrigação tributária acessória.

ERRADA. Trata-se de uma obrigação principal e não acessória.

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18. (PGM/Manaus–AM/2006) Um munícipe tomou posse clandestina de um terreno no exercício de 2000. Em 2006 foi acionado pela Municipalidade para pagamento do IPTU relativo a todos os exercícios anteriores. Neste caso,

(A) o tributo não é devido por inexistir título aquisitivo do imóvel.

(B) o tributo é devido, abarcando todos os exercícios.

(C) o tributo será devido a partir do exercício em que for reconhecido o usucapião do imóvel.

(D) excluído, em razão do lapso prescricional, o exercício de 2000, todos os demais poderão ser cobrados.

(E) excluído, em razão do lapso decadencial, o exercício de 2000, todos os demais poderão ser cobrados.

A questão trata da prescrição do crédito tributário prevista no art. 174 do CTN:

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.

Ou seja, pela situação apresentada devemos contar 5 anos, incluindo 2001, para que ocorra a prescrição do tributo referente ao exercício 2000. Dessa forma, o IPTU em questão poderia ter sido cobrado até o final de 2005. Como a cobrança ocorreu em 2006, configurou-se a prescrição.

Gabarito: D

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Lista dos exercícios apresentados

1. (ISS/Barra Mansa-RJ/2010) Segundo a legislação em vigor, a base de cálculo do IPTU é o valor:

(A) venal do imóvel;

(B) territorial do imóvel;

(C) fiscal do imóvel;

(D) contábil do imóvel;

(E) tributário do imóvel.

2. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Sobre o lançamento do IPTU, assinale a opção correta.

(A) É por declaração.

(B) É por declaração ou por homologação.

(C) É de ofício.

(D) É por homologação.

(E) É por declaração ou de ofício.

3. (ISS/Juazeiro do Norte-CE/2009) Segundo o entendimento consagrado no STF, o IPTU, não poderá:

(A) Ser cobrado pelo distrito federal;

(B) Ser progressivo em razão do valor do imóvel;

(C) Ter alíquotas diferentes de acordo com a localização do imóvel;

(D) Ser progressivo em razão da capacidade contributiva.

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4. (ISS/Natal-RN/2001) Não são passíveis de serem objeto do IPTU imóveis localizados em área cujos únicos melhoramentos existentes, construídos ou mantidos pelo poder público, são os seguintes:

(A) escola primária a 3 quilômetros do imóvel considerado e sistema de esgoto sanitário.

(B) abastecimento de água e rede de iluminação pública, para distribuição domiciliar.

(C) calçamento com canalização de águas pluviais e sistema de transporte coletivo.

(D) posto de saúde a 2 quilômetros do imóvel considerado e abastecimento de água.

(E) meio fio com canalização de águas pluviais e sistema de esgoto sanitário.

5. (Dicler/2011) A Constituição Federal autoriza os municípios a instituirem e cobrarem IPTU progressivo no tempo dos proprietários do solo urbano não edificado que não promovam seu adequado aproveitamento. Nessa hipótese, o permissivo constitucional coloca-se em consonância, principalmente, com o princípio:

(A) da isonomia

(B) da capacidade contributiva

(C) da função social da propriedade

(D) do não-confisco

(E) da legalidade

6. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPTU:

(A) na data de publicação da lei que institui o tributo.

(B) no primeiro dia do exercício a que corresponder o tributo.

(C) na data do lançamento do tributo.

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(D) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado.

(E) na data de aniversário de aquisição da propriedade imobiliária.

7. (ISS/Rio de Janeiro-RJ/2010) Para efeitos do IPTU, assinale a opção em que há ao menos dois melhoramentos necessários para que o imóvel seja considerado de zona urbana.

(A) Coleta de lixo e abastecimento de água.

(B) Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais, e escola primária a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

(C) Sistema de esgotos sanitários e coleta de lixo.

(D) Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar, e posto policial a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

(E) Posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado e coleta de lixo.

8. (ISS/Fortaleza–CE/1998/adaptada) Considera-se contribuinte do IPTU, em relação ao imóvel objeto de tributação, localizado no Município de São Paulo, o seu:

(A) titular do direito de garantia, como credor hipotecário

(B) comodatário

(C) senhorio no caso de imóvel sujeito à aforamento

(D) titular de domínio útil

(E) locatário.

9. (ISS/São Paulo–SP/1998) “A” é proprietário de imóvel e “B” seu usufrutuário. Neste caso, ocorrendo inadimplemento do IPTU, o fisco pode exigir o imposto:

(A) de “A” e de “B” na proporção de 50% cada um

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(B) somente de “A”, pela integralidade do crédito

(C) de “A” e de “B”, pela integralidade do crédito

(D) somente de “B”, pela integralidade do crédito

(E) de “A” pela integralidade do crédito e de “B” em via subsidiária.

10. (ISS/Jaboatão dps Guararapes–PE/2006) O IPTU (Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem:

(A) imóvel ou móvel, por natureza ou acessão física, como definido na lei tributária, localizado na zona urbana ou rural.

(B) imóvel, por natureza ou acessão jurídica, como definido na lei fiscal, localizado somente na zona urbanizável do Município, independentemente de sua forma, estrutura ou destinação.

(C) imóvel ou móvel, por natureza, por acessão física ou por acessão jurídica, como definido na lei tributária, localizado na zona urbana ou urbanizável do Município, quando a forma, estrutura ou destinação se enquadrarem nos critérios fixados em lei.

(D) imóvel, por acessão física ou jurídica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana, rural ou urbanizável do Município, tendo sua forma, estrutura ou destinação prevista em lei

(E) imóvel, por natureza ou acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana ou urbanizável do Município, independentemente de sua forma, estrutura ou destinação.

11. (CEPERJ/Advogado/2010) O Município K, pretendendo organizar o seu desenvolvimento urbano, aprova, por lei votada à unanimidade pelos vereadores locais, sanções ao proprietário de imóvel urbano que não efetive sua utilização. Dentre as sanções que o Município pode incluir, com autorização constitucional, no seu sistema legislativo, tem-se:

(A) prisão civil do proprietário.

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(B) IPTU progressivo

(C) expropriação

(D) desapropriação com pagamento em dinheiro

(E) requisição para utilização pública

(ISS/Ipojuca–PE/2009) Ainda considerando o Código Tributário do Município do Ipojuca, no que tange ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), julgue os próximos itens.

12. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel.

13. Considera-se caso de isenção do IPTU o incidente sobre imóvel adquirido por intermédio de programas de habitações populares até a ocorrência do desdobro do IPTU (adaptada).

14. O espólio é responsável pelo pagamento do IPTU relativo aos imóveis que pertenciam ao de cujus, bem como a massa falida é responsável pelo pagamento do referido tributo quanto aos imóveis de propriedade do comerciante falido. C

(PGM/Vitória-ES/2007) Joana adquiriu, em setembro de 2006, um imóvel no valor de R$ 120.000,00. Em janeiro de 2007, recebeu, em sua residência, o carnê para pagamento do IPTU. Considerando a situação hipotética apresentada e com base nas normas do Código Tributário Nacional, julgue os itens subseqüentes.

15. O imposto que Joana terá de pagar é classificado como um imposto real.

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16. A base de cálculo do IPTU a ser pago por Joana será de R$ 120.000,00, valor venal do imóvel.

17. A obrigação de Joana, consistente no dever de pagar o IPTU, é uma obrigação tributária acessória.

18. (PGM/Manaus–AM/2006) Um munícipe tomou posse clandestina de um terreno no exercício de 2000. Em 2006 foi acionado pela Municipalidade para pagamento do IPTU relativo a todos os exercícios anteriores. Neste caso,

(A) o tributo não é devido por inexistir título aquisitivo do imóvel.

(B) o tributo é devido, abarcando todos os exercícios.

(C) o tributo será devido a partir do exercício em que for reconhecido o usucapião do imóvel.

(D) excluído, em razão do lapso prescricional, o exercício de 2000, todos os demais poderão ser cobrados.

(E) excluído, em razão do lapso decadencial, o exercício de 2000, todos os demais poderão ser cobrados.

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Gabarito dos exercícios

1.A 7.B 13. Certa

2.C 8.D 14. Certa

3.D 9.C 15. Certa

4.C 10.E 16.Certa

5.C 11.B 17.Errada

6.B 12. Certa 18.D