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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO IURY MAX ARAÚJO DE BRITO A CONDUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES SOB O EFEITO DA EMBRIAGUEZ E SUAS REPERCUSSÕES JURÍDICO CRIMINAIS CABEDELO 2016

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

IURY MAX ARAÚJO DE BRITO

A CONDUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES SOB O EFEITO DA EMBRIAGUEZ E SUAS REPERCUSSÕES JURÍDICO CRIMINAIS

CABEDELO 2016

IURY MAX ARAÚJO DE BRITO

A CONDUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES SOB O EFEITO DA EMBRIAGUEZ E SUAS REPERCUSSÕES JURÍDICO CRIMINAIS

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba – FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito Penal Orientador: Prof. Esp. Ricardo Sérvulo Fonsêca da Costa

CABEDELO 2016

IURY MAX ARAÚJO DE BRITO

A CONDUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES SOB O EFEITO DA EMBRIAGUEZ E SUAS REPERCUSSÕES JURÍDICO CRIMINAIS

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba – FESP, como exigência para obtenção de grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Prof. Esp. Ricárdo Sérvulo Fonsêca da Costa

ORIENTADOR – FESP

______________________________________________

Profa. Ms. Maria do Socorro da S. Menezes MEMBRO – FESP

______________________________________________ Prof. Esp. Ricardo Berilo Bezerra Borba

MEMBRO – FESP

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................... 4

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................... 4

2 SOBRE OS CRIMES DE TRÂNSITO ........................................................ 5

2.1 APLICAÇÃO DA LEI 9099/95 E JECRIM ................................................... 6

3 NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE EMBRIAGUEZ E ACIDENTE ........... 7

4 REFLEXOS DA EMBRIAGUEZ NO TRÂNSITO ....................................... 9

5 CRIME DOLOSO E CULPOSO ............................................................... 11

5.1 DISTINÇÃO ENTRE DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE ......... 12

6 LEI SECA E SUAS REPERCUSSÕES .................................................... 14

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 17

ABSTRACT ..................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 19

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A CONDUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES SOB O EFEITO DA EMBRIAGUEZ E SUAS REPERCUSSÕES JURÍDICO CRIMINAIS

IURY MAX ARAÚJO DE BRITO*

RICARDO SÉRVULO FONSÊCA DA COSTA**

RESUMO

Essa pesquisa trata da criminalidade no trânsito ocasionada por condutores embriagados, que influenciam as altas taxas de mortalidade anual nas estradas que chegam a aproximadamente 40 mil pessoas. Com o advento da Lei n. 9.503 de 23 de setembro de 1997, o novo Código de Trânsito Brasileiro, estabeleceu diretrizes da Política Nacional de Trânsito, bem como, a de fiscalizar o seu cumprimento, destaca-se que na seção XIX, há enfoque dos crimes de trânsito. A legislação relativa à embriaguez ao volante tem sofrido alterações quanto às punições, multas, suspensão da carteira de motorista, mas quando há envolvimento de vítimas fatais em acidentes provocado por condutor alcoolizado a questão torna-se ainda mais complexa. Na tentativa de prevenir a prática dessa conduta em vista do elevado número de acidentes de trânsito, o legislador fez editar a Lei n. 11.705 de 19 de junho de 2008, mais conhecida como “Lei seca” aumentando o rigor penal, ao deixar de exigir dano potencial a terceiros para caracterizar a prática delitiva. Com o decorrer dos anos, houve uma mudança cultural em relação a dirigir embriagado, gerando um grande impacto social, que antes era tacitamente tolerado pela sociedade e hoje é severamente condenado pela mesma. Palavras-chave: Acidentes de Trânsito. Embriaguez. Lei Seca.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Todos os dias várias pessoas são vítimas, às vezes fatais, de condutores

irresponsáveis, imprudentes, que sempre causam acidentes. Mediante esse

crescente número de ocorrências de acidentes de trânsito envolvendo veículos de

transportes de passageiros, nos dispomos a investigar a responsabilidade penal

nesses enventos.

A maior concentração urbana nas grandes cidades e a popularização do

automóvel, que apesar de suas inúmeras vantagens, causou a exacerbação dos

problemas urbanos relacionados ao trânsito (congestionamentos, poluição do ar e

sonora, violência no trânsito, acidentes), que diminuem sensivelmente a qualidade

de vida dos citadinos.

* Aluno concluinte do curso de Bacharelado em Direito pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba – FESP. Email: [email protected]. ** Especialista em Direito Processual Civil pela UNP; Professor da Faculdade de Ensino Superior da

Paraíba - FESP, orientador desse artigo. Email: [email protected].

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O Brasil cultua a utilização dos automóveis particulares em detrimento do

transporte público e isso criou certa hierarquia entre os que possuem carros bons e

os que precisam usar transportes públicos. Poucas cidades brasileiras possuem um

sistema de transportes públicos que privilegia o cidadão que opta por ele, gerando

um maior número de veículos particulares em circulação.

Nas sucessivas alterações ao CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o

legislador tem procurado tornar as normas mais objetivas e diminuir o número de

acidentes nas estradas brasileiras causadas por condutores embriagados. No

entanto, tais mudanças, por vezes, geram polêmicas interpretações, principalmente

quando chegam ao STF (Supremo Tribunal Federal) e recebem tratamentos

diferenciados dos doutos magistrados.

Mediante este contexto e para esclarecer o tema, estipulamos o seguinte

problema de pesquisa: quais as repercussões jurídico criminais aos autores de

acidentes de trânsito por embriaguez? Desse modo, o objetivo geral dessa pesquisa

é investigar a incidência da culpa consciente e do dolo eventual em acidentes de

trânsito. E como objetivos específicos, elencamos os seguintes: mostrar as

consequências jurídicas ao condutor embriagado que provoca acidentes de trânsito.

Segundo a natureza dos dados, essa pesquisa é qualitativa, pois

“preocupou-se com a compreensão, com a interpretação do fenômeno,

considerando o significado que os outros dão às suas práticas, o que impõe ao

pesquisador uma abordagem hermenêutica” (GONSALVES, 2012, p. 65).

Busca-se, dessa forma, apreciar a partir da análise das redações legais

anteriores, dos debates doutrinários e de posições judiciais, a eficácia da

consequência jurídica de condutores que dirigem sob a influência de álcool, o delito

de embriaguez ao volante previsto no art. 306 do CTB, bem como a sua influência

na sociedade.

2 SOBRE OS CRIMES DE TRÂNSITO

O CTB estabelece no artigo 1º que o “trânsito seguro é um direito de todos e

um dever dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito”, determinando

aos órgãos executivos de trânsito municipais a competência de cobrar multas de

trânsito, destinando 5% do valor ao FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e

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Educação de Trânsito) e que o restante da arrecadação seja aplicado em melhorias

e manutenção do trânsito (MARQUES; MACHADO, 2010).

O legislador quando editou o Código de Trânsito Brasileiro, que passou a

vigorar em 1998, entendeu que devia dedicar um capítulo específico aos crimes de

trânsito e fez isso através do capítulo XIX, que ate então os crimes cometidos no

trânsito eram tratados no Código Penal ou pela Lei de Contravenções Penais,

portanto a partir da vigência do Código de Trânsito Brasileiro podemos dar uma

definição dos crimes de trânsito.

O capítulo XIX, através do art. 291, define que os crimes de trânsito são

aqueles cometidos na direção de veículos automotores, assim para que se tenha a

qualificação do crime, o instrumento necessário é o veículo automotor, isto é, veículo

que se move por seus próprios meios, ou seja, a força motriz é do próprio veículo

para que ele possa se movimentar. Inverbis:

Art. 291 Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber (BRASIL, 1997).

Dessa forma, os crimes de trânsito só são cometidos na condução de

veículos motorizados ou veículos automotores. Assim, os crimes cometidos por

veículos de propulsão humana e de tração animal, a exemplo de bicicletas e

carroças, não serão tratados pelo Código de Trânsito Brasileiro, mas sim pelo

Código Penal.

2.1 APLICAÇÃO DA LEI 9099/95 E JECRIM

A lei dos Juizados Especiais Criminais aplica-se as infrações de menor

potencial ofensivo, as infrações de menor potencial ofensivo são todas as

contravenções e crimes com pena máxima cominada até dois anos, conforme o art.

61 da Lei 9099/95:

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa (BRASIL, 1995).

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De regra, as contravenções penais e os crimes com pena máxima de até

dois anos, são processados e julgados nos juizados especiais criminais, com

características peculiares despenalizadores, como a transação penal, composição

civil dos danos e a suspeição condicional do processo.

Ainda na lei dos juizados especiais, no art. 62, temos alguns princípios

informadores dos juizados especiais criminais: a oralidade, onde prevalece, de

regra, a palavra falada e não a palavra escrita. Outro pincípio é a celeridade, que

nada mais é a solução ou a possível solução do conflito de forma mais célere. O

princípio é a economia processual, evitando atos desnecessários nesse caminhar

processual, ou seja, uma economia de atos processuais que neste caso seriam

dispensáveis. O princípio da informalidade que busca diminuir tanto quanto possível

a massa dos materiais que são juntados ao processo, renunindo apenas os

essenciais num todo harmônico. Inverbis:

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade (BRASIL, 1995).

Com base nesses princípios, a fase policial também é mais simplificada, nós

não temos o inquérito policial, mas sim, o termo circunstanciado de ocorrência. Por

ser mais simples, não tendo tantos os requisitos como no inquérito policial, ouve-se

o autor do fato e vítima e de imediato se encaminha aos juizados especiais

criminais.

Dessa forma, o crime de embriaguez ao volante especificamente, que possui

a pena de seis meses a três anos de detenção, não se trata de infração de menor

potencial ofensivo, não se aplicando a lei dos juizados especiais criminais, assim

não se aplica sequer a suspeição do processo prevista na lei, porque a suspeição

condicional do processo é cabível em crimes com pena mínima cominada até um

ano, como o homicídio culposo tem pena mínima cominada de dois anos.

3 NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE EMBRIAGUEZ E ACIDENTE

A combinação de álcool e direção tem sido causa de muitos acidentes de

trânsito. Ocorre que o consumo de álcool associado à direção de veículos

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influencia diretamente na perca de seus reflexos. Com o aumento do consumo, as

habilidades motoras e o tempo de reação também sofrem consequências e o

comportamento torna-se descontrolado, com tendência para maior impulsividade e

agressividade, comprometendo mais a aptidão para dirigir.

O tipo penal é o condutor na ocasião do acidente, isto é, pode-se dizer que a

conduta penal é uma ação humana ilícita, omissiva ou comissiva, que afronta um

bem jurídico tutelado pelo Estado. Nesse sentido, no tange a conduta do agente,

Capez no diz que:

É a ação e omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Os seres humanos são seres dotados de razão e vontade. A mente processa uma série de captações sensoriais, transformadas em desejos. O pensamento, entretanto, enquanto permanecer encastelado na consciência, não representa absolutamente nada para o Direito Penal. Somente quando a vontade se liberta do claustro psíquico que a aprisiona é que a conduta exterioriza no mundo concreto e é perceptível, por meio de um comportamento positivo, ação (um fazer), ou de uma inatividade indevida, a omissão (um não fazer o que era preciso) (CAPEZ, 2010, p. 114 e 115).

O nexo de causalidade é um dos elementos do fato típico de maior

dificuldade no seu entendimento, dessa forma foram formadas várias teorias a

respeito desse tema. Dentre as teorias de maior predominância estão a da “condictio

sine qua non” (ou da equivalência das condições, ou dos equivalentes causais); da

condição adequada. Teoria esta que foi acolhida pelo nosso código, visto que causa

é tudo aquilo que contribui para o determinado fim, enquanto que para a teoria da

condição adequada a causa é a condição mais eficiente para a produção do

desfecho, ou seja, aquela adequada para a produção do determinado fim.

Na teoria da condictio sine qua non não há distinção entre causa e condição,

por entender que causa é tudo aquilo que contribui para o resultado, sem a qual ele

não teria ocorrido. Opinião semelhante sobre a Teoria da Causalidade Adequada

tem o escrito Sergio Cavalieri Filho que afirma:

Essa teoria não faz distinção entre causa (aquilo de que uma coisa depende quanto à existência) e condição (o que permite à causa produzir seus efeitos positivos ou negativos). Se várias condições concorrem para o mesmo restado, todas têm o mesmo valor, a mesma relevância, todas se equivalem. Não se indaga se uma delas foi mais ou menos eficaz, mais ou menos adequada. Causa é a ação ou omissão sem a qual o restado não teria ocorrida, sem distinção da maior ou menor relevância que cada uma teve. Por isso, essa teoria é também chamada da conditio sine qua non, ou da equivalência de condições (CAVALIERI FILHO, 2008, p. 15).

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Dessa forma, a relação causal, estabelece o vínculo entre um determinado

comportamento e um evento, ou seja, a condução sob influência da embriaguez

resultando em acidentes. A ausência da acusação porporciona a responsabilidade

do agente apenas pelo nexo entre a ação e o resultado delituoso, caracterizando

uma hipótese de responsabilidade penal objetiva, única solução para atender os

interesses sociais.

4 REFLEXOS DA EMBRIAGUEZ NO VOLANTE

O consumo excessivo do álcool, além de ser um mal que afeta toda a

sociedade, é algo comum no Brasil. O álcool, assim como o cigarro, é uma droga

lícita, entretanto, no Brasil, há um alto índice de acidentes de trânsito, sendo em

muitos casos, causados por condutores embriagados. Já está enraizado na nossa

cultura, é uma droga que pelo os olhos da sociedade é vista como uma substância

de uso natural.

Segundo Alves (2011), o número de mortos em acidentes de trânsito no

Brasil ronda os 40 mil anualmente, sendo que em quase metade, os condutores

apresentam embriaguez ao conduzir. Tais acidentes são a causa principal pela

morte de crianças brasileiras entre 1 e 14 anos, portanto vidas ceifadas pela

imprudência e irresponsabilidade de motoristas sob os efeitos da embriaguez, “que

assumiram o risco de matar”.

Ponce (2009) argumenta que cerca de 74,6% da população brasileira, na

extensa faixa etária entre os 12 e os 65 anos consumiram álcool pelo menos uma

vez durante a vida; os homens consomem mais álcool que as mulheres em todas as

faixas etárias acima dos 18 anos.

O álcool por si só é altamente nocivo à saúde do indivíduo, mas no trânsito,

torna-se um agravante importante, porque sendo uma substância psicoativa age

diretamente no cérebro, alterando normalmente a percepção e os comportamentos

do condutor, gerando desatenção ou aumentando a agressividade. Todos os

condutores com alguma concentração de etanol no sangue estão potencialmente

expostos ao envolvimento em acidentes fatais no trânsito, sendo responsáveis por

cerca de 40% dos acidentes no trânsito. Objetivamente falando, isso significa

entender que:

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O etanol é um depressor do sistema nervoso central. Algumas sinapses inibitórias são mediadas pelo receptor de GABA (ácido gama-aminobutírico). O álcool atua na modulação deste receptor, sendo responsável por uma inibição sistêmica e, por esse motivo, classificado como uma substância neuro-depressora. O aumento da liberação de dopamina nos terminais neuronais do tegumento mesencefálico, um dos efeitos do etanol, está ligado ao sistema de recompensa, o que pode explicar a alta incidência de dependência desta droga (PONCE, 2009).

As consequências do uso nocivo de álcool para a saúde são extensas, com

o número alto de morte implicadas. Outro argumento que pode pesar com relação às

penalizações da condução sob embriaguez é justamente a dependência causada

pelo álcool. Um condutor que se embriague frequentemente representa um perigo

constante e tem um potencial de envolvimento em acidentes de trânsito. Eis a nova

redação do art. 291 do CTB:

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) (BRASIL, 1997).

Dessa forma, é compreensível que haja tanta discussão em torno do tema,

porque é de total relevância que a legislação existente seja suficiente para minimizar

o caos instaurado com o número de acidentes envolvendo motoristas embriagados,

que cresce assustadoramente a cada ano, bem como o número de vidas que são

ceifadas em decorrência dessa conduta.

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5 CRIME DOLOSO E CULPOSO

Com relação à classificação do homicídio quando a morte é provocada em

acidente de trânsito por condutor embriagado há uma extensa polêmica com relação

à intenção do autor que ao embriagar-se e conduzir incorre no risco de matar ou

morrer, mas a prova técnica nem sempre pode ser obtida, pelo direito que tem o

infrator de não gerar autoincriminação.

Fomos buscar as definições de crime doloso e culposo no Decreto-Lei Nº

2.848, de 7 de Dezembro de 1940, designada como Código Penal, que sofreu

alteração no art 18 e consequente inclusão dos Incisos I e II pela Lei nº 7.209, de

1984. Nessa altura faz-se necessário apresentar as definições de crime culposo e

doloso presentes na legislação para compreendermos melhor sob qual deles o

condutor embriagado deverá receber as punições por seus atos no caso de provocar

acidentes com vítimas fatais e para isso nos valemos dos artigos 18 e 19 do Código

Penal de 1940:

Art. 18 - Diz-se o crime:

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente (BRASIL, 1984).

O Código Penal, nos § 3º e § 4º do art. 121, trata do agravo das penas

quando o homicídio for culposo e o infrator foge do local do crime e com relação ao

culposo quando a vítima for menor de 14 anos ou com idade superior a 60 anos.

Art. 121 [...]

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena – detenção, de um a três anos.

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,

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ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) (BRASIL, 1984).

O delito culposo é definido por Mirabete (apud SANNINI NETO, 2012) como

“a conduta humana voluntária (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico

não querido, mas previsível, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida

atenção, ser evitado”.

São elementos do crime culposo: I-) conduta humana voluntária; II-) inobservância do dever objetivo de cuidado, manifestada por meio de uma negligência, imprudência ou imperícia; III-) resultado lesivo não querido, tampouco assumido; IV-) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; V-) previsibilidade; e VI-) tipicidade (o crime culposo só se configura quando houver expressa previsão legal) (SANNINI NETO, 2012, p. 3).

Ao passarmos aos aspectos legais para incriminar os causadores de mortes

no trânsito por embriaguez, a polêmica se exacerba devido aos complexos

meandros que o tema suscita, devido às dificuldades de mensurar com exatidão os

níveis de alcoolemia dos envolvidos em acidentes, não pela inexistência de métodos

específicos para tal finalidade, mas na execução do teste que não pode ser imposto

pura e simplesmente ao condutor que se negue a realizá-lo.

5.1 DISTINÇÃO ENTRE DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE

Importa também fazer uma distinção entre dolo eventual e culpa consciente,

que são dois institutos do direito penal que causam certa confusão no entendimento,

porém possuem efeitos práticos diferentes. Também há uma grande discussão entre

esses dois institutos, tendo em vista que podem influenciar de forma determinante

na pena do acusado.

O dolo nada mais é do que o desejo de alcançar o resultado, ou seja, é a

vontade consciente do agente dirigida a um determinado fim. O dolo eventual é

aquele que, embora o agente não queira diretamente o resultado mas assume o

risco de produzi-lo, isto é, diz respeito a previsibilidade do resultado. O dolo possui

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dois elementos subjetivos que são: vontade e a consciência. No entender de

Bitencourt, afirma que:

Haverá dolo eventual quando o agente não quiser diretamente a realização do tipo, mas aceitá-la como possível ou até provável, assumindo o risco da produção do resultado, (art.18, I in fine, do CP). No dolo eventual o agente prevê o resultado como provável ou, ao menos, como possível, mas apesar de prevê-lo age aceitando o risco de produzi-lo. Como afirma Hungria, assumir o risco é alguma coisa mais que ter consciência de correr o risco: é consentir previamente no resultado, caso este venha efetivamente a ocorrer (BITENCOURT, 2011, p. 321).

A culpa é a falta, a inobservância do dever objetivo cuidado, na culpa

consciente também há uma previsão do resultado, porém o agente não aceita o

resultado, supondo poder evitá-lo com a sua habilidade. Diferentemete do dolo

eventual, a culpa não possui a vontade como elemento subjetivo. Nesse sentido,

Fernando Capez diz que:

A culpa consciente difere do dolo eventual, porque neste o agente prevê o resultado, mas não se importa que ele ocorra (se eu continuar dirigindo assim, podevir a matar alguém, mas não importa; se acontecer, tudo bem, eu vou prosseguir). Na culpa consciente, embora prevendo o que pode vir a acontecer, o agente repudia essa possibilidade (se eu continuar dirigindo assim, pode vir a matar alguém, mas estou certo de que isso, embora possível não ocorra). O traço distintivo entre ambos, portanto, é que no dolo eventual o agente diz: “não importa”, enquanto na culpa consciente supõe: “é possível”, mas não vai acontecer de forma alguma (CAPEZ, 2010, p. 232).

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 107.801, decidiu sobre a

incidência de dolo eventual e a culpa consciente envolvendo homicídios causados

por condutores embriagados no procedimento do Júri. A decisão da Primeira Turma

do STF desclassificou a conduta imputada ao acusado de homicídio doloso para

homicídio culposo na direção de veículo, por entender que a responsabilização a

título doloso pressupõe que a pessoa tenha se embriagado com o intuito de praticar

o crime:

PENAL. HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO JÚRI. PRONÚNCIA POR HOMICÍDIO QUALIFICADO A TÍTULO DE DOLO EVENTUAL. DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA. ACTIO LIBERA IN CAUSA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ELEMENTO VOLITIVO. REVALORAÇÃO DOS FATOS QUE NÃO SE CONFUNDE COM REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. ORDEM CONCEDIDA. HC 107.801.

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Mister se faz necessário verificar se o agente quis assumir o risco do evento,

se entre a previsão do próprio evento e a sua aceitação por parte do agente

subsistia ou não uma relação de contradição. Se o agente atua numa situação de

indiferença em relação à produção do evento, assumindo o risco do evento ou

esperando que ele se verifique, o dolo eventual deve ser admitido, mas se atua

esperando que o evento não ocorra, o dolo deve ser excluído e admitido a culpa

consciente.

6 A LEI SECA E SUAS REPERCUSSÕES

Com a implantação da Lei Federal nº 11.705, de 19 de junho de 2008

(conversão da Medida Provisória nº 415/2008), que alterou a também Lei Federal nº

O Código de Trânsito Brasileiro, expôs uma nova realidade para o trânsito no Brasil.

Já apelidada de “Lei Seca”, esta lei veio para atender uma comoção social na busca

da diminuição dos acidentes de trânsito.

Segundo Westphal, Amorim e Garcia (2008), a Lei n. 11.705, de 19 de junho

de 2008, alterou o CTB – Código de Trânsito Brasileiro, trazendo novas regras

administrativas e penais aos condutores que dirigirem veículos automotores estando

embriagados ou sob efeito de alguma outra substância psicoativa que possa

determinar dependência. Veja-se o seguinte:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; Medida Administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) (BRASIL, 2012).

O Artigo 165, do Capítulo XV denominado “Das Infrações” do Código de

Trânsito Brasileiro alterado pela Lei de nº 11.705 de 2008 traz algumas

particularidades entre cometer infração e cometer crime ao dirigir embriagado; a

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condução sob efeito de álcool ou de sustâncias psicoativas sofre distinções entre

conduzir normalmente e conduzir de forma anormal e imprudente (em ziguezague,

subindo calçadas, avançando sinais vermelhos), pois o simples fato de conduzir

embriagado já coloca o condutor sob risco de multa, apreensão da carteira de

motorista, retenção do veículo e acumular pontos na carteira (JESUS apud PINOTTI;

ANGELUCI, 2010).

O condutor flagrado em delito ao conduzir embriagado, ao se envolver em

acidente de trânsito poderá submeter-se a testes para mensurar as taxas de

substâncias psicotrópicas por meio de sistemáticas distintas que acusem a taxa de

alcoolemia. No entanto, para obter a prova pericial que constate a taxa superior aos

6 decigramas e configure crime, há que se ter a anuência do condutor infrator de

acordo com o art. 277 do CTB com nova redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012.

Inverbis:

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência (BRASIL, 2012).

Diante da recusa do condutor de realizar testes, exames, ou perícias,

poderão ser admitidas outras provas em direito. Com isso a infração poderá ser

caracterizada por meio dos notórios sinais resultantes do consumo de álcool além de

serem aplicadas todas as penalidades e medidas administrativas, como a multa e o

recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, previstas no art.

165, nos termos dos § 2º e § 3º do art. 277:

Art. 277 [...] § 2

o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada

mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas. § 3

o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas

estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste

artigo (BRASIL, 1997).

Um dos artigos mais polêmicos do CTB pertence ao Capítulo XIX – Dos

Crimes de Trânsito, pois quando há crime sob efeito de embriaguez sua

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interpretação tem diferido nos julgamentos e o teste para aferir a taxa de alcoolemia

que servirá de prova pericial não pode ser feita sob coação. O artigo 306 do CTB

Inverbis:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psioativa que determine dependência:

Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1

o As condutas previstas no caput serão constatadas por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora (BRASIL, 1997).

Ao comentar sobre a modificação do art. 306 do CTB que acrescentou a

dosagem de álcool superior a 6 decigramas, Moraes afirma que esse detalhe da

dosagem para mensurar a quantidade ingerida trouxe uma situação bastante

complexa às autoridades do trânsito e, consequentemente, aos julgamentos e

apelações advindas desse fato, porque o condutor tem o direito de negar-se a soprar

o bafômetro que constitui uma atitude de autoincriminação. Isso implica em

considerar o seguinte:

Ao exigir uma concentração específica de álcool por litro de sangue, a nova redação do art. 306 do CTB inovou em relação à anterior, que exigia tão somente a direção “sob influência de álcool ou substância de efeitos análogos”. Assim, em que pese a conhecida intenção do legislador de recrudescer a Lei, reduzindo os acidentes e mortes no trânsito, tal alteração acabou por dificultar – se não impossibilitar – a tipificação do delito em comento (MORAES, 2012, p. 9).

Moraes defende a realização de testes de alcoolemia, porque sob nenhuma

hipótese a autoridade policial conseguirá com exatidão, a olho nú, assegurar a

utilização de substâncias psicoativas pelo condutor envolvido em acidente de

trânsito com morte. Em outras palavras:

Tais provas [...] consistirão, principalmente, nas declarações de testemunhas e em parecer médico. Essas provas poderão dizer se o motorista estava ou não alcoolizado, mas não em que grau, frustrando os

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objetivos da nova lei de punir [...] penalmente, aquele que estivesse com 6 decigramas ou mais (MORAES, 2012, p. 9).

Diante da recusa do condutor, as autoridades de trânsio podem, ao verificar

sinais de embriaguez, punir os infratores, visto que o agente não pode ser obrigado

a soprar o bafômetro, bem como a submeter-se a exames clínicos, segundo o

princípio de não produzir prova contra si mesmo que está consagrado pela

Constituição, assim como pela legislação internacional, como um direito mínimo do

acusado, sendo indispensável o seu cumprimento, pois este é um direito

fundamental do cidadão.

Desse modo, mesmo não tendo gerado uma situação concreta de perigo, o

condutor que apresetar visivelmente sinais de que sua capacidade psicomotora está

alterada e se recusar de realizar os testes de alcoolemia ao ser selecionado em uma

operação de fiscalização de trânsito terá cometido o delito de embriaguez ao

volante.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As sucessivas alterações na legislação de trânsito para punir os infratores

até como forma de conscientizar a sociedade incluíram a Lei Seca, que foi aprovada

em 19 de junho de 2008 que sofreu alterações com a Lei 12.760/2012, gerou um

ligeiro declínio nos dois primeiros anos de sua vigência, mas a falta de fiscalização

mais intensiva somada à falta de conscientização dos motoristas que ao beber

encontram as mais distintas justificativas para assumir o volante não foram

suficientes para diminuir a imprudência nas ruas.

O condutor que ingere substâncias psicoativas, dirige e mata em decorrência

do seu estado alterado e diminuição dos reflexos e aumento da agressividade é

indiciado por homicídio culposo e caso cause atropelamento sendo réu primário,

pode pegar de dois a quatro anos de prisão, com a habilitação suspensa por um

ano. A Constituição brasileira admite que a pena até quatro anos de prisão possa

ser convertida em serviços para a comunidade.

A sociedade civil vem se mobilizando em busca de mudanças na lei, pedindo

maior rigor nas punições a motoristas que dirigem após o consumo de bebidas

alcoólicas, pois acredita-se que para ocorrer a diminuição do número de motoristas

que dirijam embriagados deva haver maior conscientização das penas imputadas

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para diminuir a sensação de impunidade, melhores ajustes na legislação e,

principalmente, uma maior e mais rígida fiscalização.

Entendemos que a sanção aos condutores embriagados deve ser mais

rigorosa, no que diz respeito a sua fiscalização, visto que, ao ingerir bebidas

alcoolicas, o agente já tem a consciência do seu ilícito, pondo em risco a vida de

inocentes. Apesar de ser comum de se ouvir “Álcool e direção não combinam” ou “se

beber não dirija”, são poucos que as respeitam.

A pessoa consciente de seus deveres é conhecedora das penas pesadas às

quais estará exposta ao ser flagrada em um comando policial pensará muitas vezes

antes de tomar a direção de um veículo e mesmo quando estiver sob efeito de

substâncias psicoativas lhe restará alguma consciência caso as taxas de alcoolemia

não sejam tão elevadas a ponto de causar-lhe desmaios ou comas alcoólicos.

Dessa forma, é possível concluir que a elaboração de leis restritivas à

combinação de álcool e direção constitui um valoroso passo para lidar com a grande

questão, mas que deve ser auxiliado de amplas e permantentes campanhas

educativas e preventivas, além de fiscalização, para que se possa diminuir, ou até

mesmo extinguir o consumo nocivo e irresponsável de álcool que ainda está muito

presente entre grande parte dos brasileiros.

DRIVING UNDER THE IINFLUENCE OF DRUNKENNESS AND THEIR CRIMINAL LEGAL REPERCUSSIONS

ABSTRACT

This research relates to crime in traffic caused by drunk drivers that influence the high rates of annual mortality on roads that reach about 40 thousand people. With the enactment of Law n. 9503 of 23 September 1997, the new Brazilian Traffic Code, established guidelines of the National Traffic Policy and, to monitor compliance, it is emphasized that in the nineteenth section, there is a focus of traffic crimes. The legislation on drunk driving has been changed as to the punishments, fines, suspension of driver's license, but when there is involvement of fatalities in accidents caused by drunk driver the question becomes even more complex. In an attempt to prevent the commission of such conduct in view of the high number of traffic accidents, the legislature did edit the Law n. 11,705 of June 19, 2008, better known as "dry law" increasing the criminal rigor, by failing to require potential harm to others to characterize the unlawful activities. Over the years there has been a cultural change in relation to drunk driving, generating a great social impact, which previously was tacitly tolerated by society and today is severely condemned by it. Keywords: Traffic Accidents. Drunkenness. Dry Law.

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20f. Orientador: Profº. Esp. Ricardo Sérvulo Fonseca da Costa.

Artigo Científico (Graduação em Direito). Faculdades de Ensino Superior da Paraíba – FESP

1. Acidentes de Trânsito. 2. Embriaguez. 2. Lei seca. I. Título.

BC/Fesp CDU: 343 (043)