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Boletim do que por cá se faz. FAZENDO Edição nº 15 | Quinzenal DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Quinta-feira Agenda Cultural Faialense 16 Abril 2009 Há tanta coisa esta quinzena que nem sei o que fazer. Que tal uma Cervejinha?

FAZENDO 15

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Agenda Cultural Faialense Comunitário, não lucrativo e independente.

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Page 1: FAZENDO 15

Boletim do que por cá se faz.

FAZENDO

Edição nº 15 | Quinzenal

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Quinta-feiraAgenda Cultural Faialense

16 Abril 2009

Há tanta coisa esta quinzena que nem sei o que fazer. Que tal uma Cervejinha?

Page 2: FAZENDO 15

#2 COISAS... compostasFICHA TÉCNICA

FAZENDOIsento de registo na ERC ao

abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9º, nº2.

DIRECÇÃO GERALJácome Armas

DIRECÇÃO EDITORIALPedro Lucas

COORDENADORES TEMÁTICOS

Catarina AzevedoLuís MenezesLuís Pereira

Pedro GasparRicardo Serrão

Rosa Dart

COLABORADORESAna Correia

Aurora RibeiroCristina Carvalhinho

DanielEcoteca do Faial

Fernando MenezesMargarida de Bem Madruga

Pedro NuvemRita Cruz Dourado

Teatro de GizTomás Silva

GRAFISMO E PAGINAÇÃOVera Goulart

[email protected]

LOCAL DE PAGINAÇÃOAçores, Sérvia e Bósnia

FOTOGRAFIA CAPAAurora Ribeiro

PROPRIEDADEAssociação Cultural Fazendo

SEDERua Rogério Gonçalves, nº18,

9900-Horta

PERIODICIDADEQuinzenal

Tiragem_400

IMPRESSÃOGráfica O Telegrafo, De Maria

M.C. Rosa

[email protected]

http://fazendofazendo.blogspot.com

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Pelo décimo sexto ano consecutivo, a Escola Se-cundária Manuel de Arriaga levará a cabo um pro-jecto que, ao longo destes anos, tem trazido à cidade da Horta, intelectuais, artistas, escritores, cientistas, promovendo debates de inegável interesse e actuali-dade. Sendo os Encontros Filosóficos, um projecto que visa promover a reflexão pedagógica, a interven-ção social e cultural e melhorar os níveis literacia, poderão constituir um veículo propulsor de novas práticas educativas. Assim, para este ano, considera-mos pertinente e adequado às mudanças sócio-cul-turais, à escala global, a que temos vindo a assistir, debater questões ligadas à definição de estratégias para a promoção de um Desenvolvimento Susten-tável.Historicamente, podemos considerar a Conferência de Estocolmo em 1972 como um dos primeiros mar-cos do debate internacional em matéria de desenvol-vimento sustentável. No entanto, é a partir de 1992, data de realização da Conferência das Nações Uni-das para o Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como ECO92 ou Rio92, que o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser ampla-mente difundido. Na Conferência do Rio, nasce também a Agenda 21 que propõe os conceitos operacionais para a aplica-ção de uma política de desenvolvimento sustentável, referenciando a construção de Planos de Acção a serem implementados a nível global, nacional e local, pelas organizações do Sistema das Nações Unidas, Governos e Autoridades Locais, bem como pelos ci-dadãos, em todas as áreas onde a actividade humana provoca impactes ambientais. A Agenda 21, emanada desta conferência, destaca a importância de cada país se comprometer a reflectir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, orga-nizações não-governamentais e todos os sectores da sociedade poderem cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais estabelecendo metas locais, regionais e internacionais para que se implementem políticas, resoluções e mudanças de atitude na protecção e manutenção do Planeta e da Humanidade.A implementação do desenvolvimento sustentável assentava inicialmente em duas dimensões funda-mentais: o desenvolvimento económico e a pro-tecção do ambiente.Após a Cimeira Social de Copenhaga, realizada em 1995, foi integrada a vertente social como terceiro pilar do conceito de desenvolvimento sustentável. Assim, embora actualmente o desenvolvimento sus-tentável mantenha o mesmo desígnio global, a sua implementação é realizada com base em três dimen-sões essenciais: o desenvolvimento económico, a coesão social e a protecção do ambiente.Às três dimensões do desenvolvimento sustentável deve acrescentar-se, ainda, a vertente institucional,

que chama a atenção para as questões relativas às for-mas de governação, das instituições e dos sistemas legislativos (flexibilidade, transparência, democra-cia) - nos seus diversos níveis -, e para o quadro da participação dos grupos de interesse (sindicatos e associações empresariais) e da sociedade civil (Orga-nizações Não Governamentais), considerados como parceiros essenciais na promoção dos objectivos do desenvolvimento sustentável.Dois anos após a Cimeira de Joanesburgo, doze anos decorridos sobre a Conferência do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, trinta e dois anos de-pois da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano e o despertar da comunidade internacional para os riscos de um desenvolvimento não susten-tável, pode referir-se que os problemas actuais do desenvolvimento, e necessariamente do ambiente, são, muitos deles, também globais: os de um mundo em que um acelerado processo de urbanização, se realiza em paralelo à crescente ameaça das alterações climáticas, escassez de água doce e inerentes conse-quências na saúde e segurança alimentar; perda de biodiversidade generalizada, desflorestação acen-tuada, intensificação dos processos de desertifica-ção e erosão dos solos aráveis; crescente poluição e degradação dos mares e oceanos, e destruição dos seus recursos; aumento das situações de risco e aci-dentes, presença crescente de substâncias perigosas no ambiente e dificuldade em controlar as fontes de poluição e a ausência de padrões de produção e con-sumo sustentáveis.Apresentam-se, pois, como desafios à sustentabili-dade pretendida para o desenvolvimento, temas globais como a erradicação da pobreza, como a pro-moção do desenvolvimento social, da saúde e de uma utilização e gestão racional dos recursos naturais; a promoção de padrões de produção e consumo sustentáveis, onde se faça uma dissociação entre o crescimento económico e as pressões sobre os ecos-sistemas, no sentido de uma maior eco-eficiência da economia; a conservação e gestão sustentável dos recursos; o reforço da boa governação a todos os níveis, incluindo a participação pública; os meios de implementação, incluindo a capacitação, a inovação e a cooperação tecnológica.Neste enquadramento, a Declaração do Milénio, emanada pelas Nações Unidas em Setembro de 2000, voltou a afirmar “a responsabilidade colec-tiva de apoiar os princípios da dignidade humana, igualdade e equidade a nível global, estabelecendo, para isso, metas concretas (“millenium development goals”) que pretendem contribuir para inverter a tendência para a degradação do ambiente e para a insustentabilidade das condições de vida em grande parte do planeta.” (http://www.desenvolvimento-sustentavel.pt/)Em Setembro de 2002, em Joanesburgo, a Confer-ência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável reafirmou, claramente, a necessidade da plena implementação da Agenda 21, do Programa

para Implementações Futuras e do Compromisso com os Princípios do Rio. Decidiu-se então que, em consonância com os Objectivos do Milénio, seria de-clarada a década 2005-2014 como “A Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvi-mento Sustentável”. A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável tem como objectivo global integrar os valores inerentes ao Desenvolvimento Sustentável nas diferentes formas de aprendizagem, com vista a fomentar as transformações necessárias para atin-gir uma sociedade mais sustentável e justa para to-dos. Baseia-se na visão de um mundo no qual todos tenham a oportunidade de aceder a uma educação e adquirir valores que fomentem práticas sociais, económicas e políticas que contribuam para uma transformação positiva da sociedade. Este quadro orientador de valores só faz sentido se se conseguir concretizar num conjunto de acções, que visem re-direccionar o actual caminho de insustentabilidade em que se conduz o desenvolvimento na maior parte das sociedades. Neste contexto, torna-se fundamental a elaboração de estratégias, a todos os níveis, que contribuam para reforçar as capacidades em matéria de Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Assim, a Escola Se-cundária Manuel de Arriaga, atenta aos sinais dos tempos, proporcionará à comunidade faialense em geral e à comunidade escolar em particular, a partir de 23 de Abril, um conjunto de palestras proferidas por convidados com competências reconhecidas a nível nacional e internacional, sobre aspectos deste desafio global que todos temos que enfrentar.Quando optámos por esta temática, considerámos que a discussão e debate resultantes desta opção nos poderia trazer pistas para responder a uma questão-problema, para nós, fundamental: Como promover uma educação para o desenvolvimento sustentável, isto é, como promover uma educação para o desen-volvimento das sociedades actuais satisfazendo as suas necessidades sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades?

Nota final: na próxima edição deste jornal cultural será apresentado o programa dos Encontros Filosóf-icos deste ano com referência aos nomes e descrição resumida dos currículos dos nossos convidados, para já, alerto para a “Abertura Oficial, no dia 23 de Abril, com o lançamento do primeiro livro de actas e com a avaliação do impacto desta iniciativa na co-munidade local, bem como a intervenção da Profes-sora Doutora Arminda Pedrosa, no dia 24 de Abril, que nos trará uma perspectiva fresca, comunicativa e conhecedora das questões que implicam uma educa-ção para o desenvolvimento sustentável.

Cristina Carvalhinho

XVI ENCONTROS FILOSÓFICOS(23 Abril a 14 de Maio)

Gatafunhos e Mata Borrões

Tomás Silvahttp://ilhascook.no.sapo.pt

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Cinema e Teatro DESCULPA PÁ PIPOCA

Os Papéis do Cinema

Já foi visto...

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“Para Além do Paraíso”Uma película de Jim Jarmusch (1984)

Há quem goste do Godard e quem não goste do Godard. Sejam dos primeiros ou dos segundos têm

boas hipóteses de gostar deste filme.Porque ele tem as boas influências que o Godard pode dar, mas vai bem mais além do que o Godard pôde dar. E sem muitas palavras, o que é recor-rentemente sinónimo de bom cinema. É uma história absurda, em tudo séria e melancólica, que parece ter resultado numa comédia apenas por acaso, tal como a comicidade da vida, que surge sempre do nada. Passa-se nos anos 40, num mun-do a preto e branco, e percorre uns EUA despidos de artifícios. Algumas curiosidades sobre o filme incluem o facto de parte dele ter sido filmado com película que sobrou de “O Estado das coisas” de Wim Wenders, e de o actor secundário, Richard Edson, ter sido baterista dos Sonic Youth.

A.R.

Para que serve o Cinema e porque deveria ser obrigatório haver um por ilha.

O primeiro papel do cinema é o papel das notas. Porque fazer cinema não é caro. É muito caro (em Portugal é só caro). O segundo papel do cinema é o papel dos bilhetes. Porque os bilhetes são baratos (que mais não seja em comparação com os bilhetes de outros espectáculos artís-ticos). O terceiro papel do cinema é o papel dos guiões. Os guiões ou argumentos são uns molhos de papéis que têm um papel muito importante nesta história toda. Por um lado é com o guião que se abrem as bolsas dos produtores e outros financiadores para que de lá venha o tal papel-moeda. E por outro os guiões são a cábula do filme. Extremamente manuseados pelo realizador, actores, técnicos, etc e tal, todos folheiam os seus papeizinhos para ver se não se perdem no mundo das luzes.E finalmente, o quarto papel, o verdadeiro PAPEL DO CINEMA NAS NOSSAS VIDAS. A este há quem lhe chame “entertainment”, e é verdade que também para isso serve. Para en-treter. Porque uma pessoa tem que passar o tempo de alguma maneira, não é verdade? Mas o cinema é e tem que ser mais do que um passatempo. Passatempos são os sudokus e as palavras cruzadas. O que é importante no cinema é que ele põe a hipótese. O verdadeiro papel do cinema é o “se”.Todos gostamos de histórias. As histórias são como os sonhos: permitem-nos viver outras vidas, outras hipóteses de existência. A história em si é já um “se”. Agora se mais do que imaginar a história, pudermos ver em conjunto, os seus contornos e cores, os olhares e os sons... E que pela simpática quantia de €3 assistem, sentados numa sala, no meio de outras pessoas, a um sonho, a um “se” todo ele bem construidinho para que o possamos absorver e experimentar. Ele arranca-nos das nossas vidas, leva-nos desta ilha para qualquer outro lado, para outras realidades, velhos tempos ou futuros inventados ou ainda para qualquer outra hipóteses. É por isso que devia ser obrigatório haver pelo menos um cinema por ilha.Fazer cinema é muito caro, mas projectá-lo não é caro. E de cada vez que alguém projecta um filme para que outros assistam há um “se” que é partilhado. Isso é bem mais importante do que a partilha de canais de televisão, porque quase tudo o que a tv distribui não são hipóteses, mas falsas evidências. E a televisão, que parece barata, é muito cara. Talvez saia até mais cara do que o cinema. Hei-de fazer as contas e depois digo.

Aurora Ribeirohttp://estranho-amor.blogspot.com

Muitos Biscoitos!

À VISTA

O BANDOO III Festival de Teatro do Faial, organizado pelo Te-atro de Giz, está a chegar ao fim. No próximo Sábado, dia 18 de Abril, teremos connosco A Companhia de Te-atro “O BANDO” que encerra o Festival com a peça “Afonso Henriques”. Este espectáculo foi estreado a 14 de Novembro de 1982 tendo sido considerado pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro o “Mel-hor Espectáculo para a Infância e Juventude”, sendo porém uma peça para qualquer idade. Agora refor-mulado e com diferentes interpretações desloca-se ao Teatro Faialense (às 21h30, não esquecer!) para que fiquemos a conhecer a história do nosso Rei, desde a mais tenra idade até à conquista da cidade de Santarém aos Mouros! Esta peça, com 21 anos de itinerância já correu mundo, passando por países como Canadá, França, Suiça, Brasil, Alemanha e Itália…

Para também correr mundo, mas desta vez do teatro, o Teatro de Giz organiza um almoço pelas 13:00, no mesmo Sábado, dia 18 de Abril, com os elementos d’O BANDO, com o intuito de promover uma conversa so-

bre a companhia e a sua história, linhas de acção, objectivos, conceitos e tudo o mais que se considere interes-sante e possa surgir. Se quiser conviver connosco, inscreva-se para este almoço volante (até sexta-feira, dia 17) e saiba pormenores através dos números 962880801, 968856308 ou 961176129.O número de inscrições é limitado. Bom apetite!

Teatro de Giz

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#4 COMICHÃO NO OUVIDO Música

ELECTRO TUBE RIOTDapunksportif 2008

Existem umas ilhas em Portugal onde a terra treme ao ritmo do rock e o farol foi substituído pe-las válvulas de um amplificador, ligado a duas fortes guitarras to-cadas pela mão do hard rock da velha guarda – são as Berlengas e os faroleiros rockers os Dapunksportif, que nos iluminam agora ao som de Electro Tube Riot, o seu segundo álbum pro-duzido pelos próprios e por Marc Jung. Depois de dois anos do seu álbum de estreia Ready! Set! Go! no qual se sentia o rugido dos pistões, a dupla de Peniche volta a presentear-nos com o seu rock, desta vez ligado à corrente old school dos anos 70, com o sentimento do hard rock/metal dos anos 80. São temas que nos levam ao universo rock e facilmente a um passeio com os cabelos ao vento pela estrada regional. Uma vez mais as guitarras de João Guincho e de Paulo Franco re-inventam o conceito de hard rock, desta feita com um estilo mais limpo e bastante agradável muito devido à química entre as duas guitarras e também à voz de Paulo Franco.Electro Tube Riot mostra-nos um álbum sólido onde em todas as músicas é rock do princípio ao fim, com letras con-temporâneas e com um óptimo ritmo, um bom exemplo de que o que é nacional é bom e está para ficar. Vale bem a pena conhecer os temas desta banda que já visitou S. Jorge e o Pico mas que infelizmente o Faial ainda não teve oportunidade de conhecer. Para quem quiser escutar já, basta ir a www.myspace.com/dapunksportif.

Dani Fox

A “DIXIE BAND” da Sociedade Filarmónica Unânime Praiense

À DESCOBERTA

MGMTOracular Spectacular 2008

Cansados do dia a dia? Abor-recidos com os projectos que parecem que não andam para a frente? A recomendação para a quinzena pós Páscoa, vai no sentido do - esquece

isso e vive jovem para sempre, entre florestas encantadas de pequenos animais curiosos e musicais, ursos pardos bebés, fatos mágicos e sensações eléctricas felizes. Para uns “os no-vos ABBA”, Peter Pans da electrónica dançável e sobretudo audível, muito. O 2º album dos MGMT (ou The Management) veio para ficar. Quanto aos sépticos de “musica às bolinhas”, Oracular Spectacular inclui vários temas com base de gui-tarras semi-acústicas com voz de adolescente em navegação astrolábica, sustendo de forma saudável e destemida as tor-res energético-positivas bem sucedidas como em “Pieces of What”. Com resquícios luminosos dos 60/70 e aromas mu-sicais da britpop dos 90, tem sim, mais electrónica que acús-tica, mas a mistura está fresca e com temas que o deixarão a sonhar com coisas boas. Um pulo a www.whoismgmt.com/ comprova que algo se passa com estes rapazes, algo que fica entre uma noção diferente e a falta dela.

Pedro Nuvem

“Dixieland” ou simplesmente “Dixie” é um dos estilos de jazz tradi-cional com origem em New Orleans, a maior cidade do estado de Louisiana, EUA, situada no delta do Mississipi abrindo para o golfo do México.Caracteriza-se pela predominância de instrumentos de sopro, nor-malmente designados por metais, principalmente o trompete, o trom-bone e o clarinete que devem improvisar, sendo o ritmo e a harmonia assegurados normalmente pelo contrabaixo, banjo e bateria. Mais tar-de outros instrumentos foram associados como por exemplo o piano e o saxofone.Contrariamente ao que se possa pensar as bandas originais eram for-madas por brancos embora rapidamente passassem a ser constituídas também por negros. Este estilo musical cedo ultrapassou as fronteiras de New Orleans fixando-se igualmente em Chicado e New York.O termo “dixieland” associado à música vulgarizou-se sobretudo a partir do sucesso da “Original Dixieland Jazz Band”, 1917-1918, que alterou profundamente o cenário musical da nação americana.Dito isto, fiquem os leitores a saber que, também aqui na nossa terra existe uma “Dixie Band” que faz as delícias de quem gosta deste estilo de música.Nasceu em 2007 naquela freguesia da Praia do Almoxarife, a tal onde existe um músico, pelo menos, em cada família, do seio dessa extraordinária colectividade que dá pelo nome de “Sociedade Fi-larmónica Unânime Praiense”.São oito os músicos da “Dixie” dirigidos pelo Ruben Silva que é tam-bém o homem do trompete.Os outros são o Manuel José Lemos (banjo), o Jaime Lopes (trom-bone), o Vítor Costa (clarinete), o Eduardino Freitas (saxofone), o Mário Pereira (Tuba), o Márcio Vargas (piano) e o César Oliveira (bateria).Ao ouvir a “Dixie Band”, lembro-me por vezes do Ritz Club em Lis-boa, então nas mãos do Hélder Costa e da Maria do Céu Guerra, onde no final dos anos 70 se penava para arranjar lugar para assistir aos concertos de uma magnífica “Dixie Band” que ali actuava para nosso contentamento. Recordo mesmo a indumentária rigorosa dos músi-cos à moda de New Orleans, chapéu branco na cabeça, camisa escura, gravata branca ou vermelha, colete e aqueles sapatos clássicos brancos e pretos batendo no chão em swing ao ritmo do jazz.Parabéns amigos!Cá os esperamos lá para Maio no próximo festival da “Rota dos Bons Ventos”!

Fernando Menezes

Já foi ouvido...

Após a sua primeira aparição no PrimaveraFazendo, Zeca Trio surge agora para mais um concerto, desta vez na Taberna de Pim já no próximo sábado. No âmbito do puro experimenta-lismo, será tentado algo nunca antes visto – um trio a tocar em quar-teto! E tudo isto será possível, pois para além dos três músicos (?) que compõem a banda (?) - Acez, Noslen e Otsuaf – junta-se agora um artista da flauta – Saitam – exclusivamente para este evento, partindo posteriormente para um safari em África. Es-pera-se uma grande noite, onde não será tocado nenhum estilo de música conhecido do grande público, à excepção de jazz, e mesmo assim não sei. Os músicos (?) esperam casa cheia, pois havendo concertos ou não, ao sábado a casa costuma estar cheia. Apareçam!

Fausto

ROSA CARNEClã 2005

Em 2005, Rosa Carne foi apresentado como um disco declaradamente feminino, não apenas no objecto das letras, mas sobretudo na postura

confessadamente sensual e insinuante. O grupo portuense en-volve a estética brilhante da voz delicada de Manuela Azevedo em cenários realisticamente imaginários, criados por arranjos musicais ricos, numa opulência que resulta sobretudo do es-tado mais maduro do grupo. Rosa Carne é uma viagem por universos femininos, nas suas mais diversas facetas, sempre explorando a dicotomia do mundo simultaneamente violento e doce, forte e frágil. A ambiência sonoplástica do disco é so-berba, e torna-o menos pop. As canções criam um todo esté-tico, como que dependentes entre si, rumo a uma plenitude que faz de Rosa Carne provavelmente o trabalho mais consis-tente dos Clã.

F.

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Arquitectura e Artes Plásticas PVC

Manuel Baptista

Brincadeiras numa só CorOficina de Pintura

Desta vez, afastemo-nos da pintura. O artista plástico es-colhido trabalha uma outra técnica, hoje largamente uti-lizada por profissionais, amadores, curiosos e saudosistas à procura de recordações – a fotografia.Jorge Molder é um lisboeta, nascido em 1947. Estudou Filosofia na sua cidade natal e começou a sua carreira artís-tica na década de 70. É um dos mais prestigiados fotógra-fos portugueses e foi director do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian desde ’94, tendo abandonado o cargo no início deste ano, por razões pessoais. Expôs individual-mente e em colectivas em Portugal e no estrangeiro e está representado na maioria das mais importantes colecções nacionais. A fotografia de Jorge Molder não se evidencia de forma pacífica na relação com o espectador. Pelo contrário, ela traz uma inquietação resultante da dúvida existente na questão do ‘quem observa quem’. Adepto do preto e bran-co e preferindo os grandes formatos, utiliza quase sempre a sua própria figura nas fotografias. Encarnando persona-gens e situações ficcionadas, muitas vezes nos faz cair na sensação de sermos o espectador a ser observado pelo per-sonagem da obra. Recorrendo a uma sábia utilização da luz e tirando partido da ausência dela na criação de ambientes escuros e sombrios, deixando adivinhar aquilo que não se deixa ver, Jorge Molder criou vários mundos imaginários que podem ser tão próximos de cada um, dos livros lidos, dos filmes visionados, das histórias ouvidas.

Ana Correia

À PROCURA

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Durante uma semana (13 a 17 de Abril), vou brincar com meninos dos 5 aos 12 anos, na Biblioteca da Horta, mostrando-lhes e fazendo-os participar na magia das cores.Quero que eles saibam e sintam como podem ser eles mesmos os autores dessa quase alquimia. Já sei como eles adoram descobrir como uma “pisquinha” de cor pode alterar substancialmente outra cor; como as misturas de cores dão outras cores tão diversas. É delicioso ver as suas carinhas, as suas reacções, os seus deslumbramentos.Vamos, em cada dia experimentar uma só cor, com suas múltiplas gradações. Não quero exagerar o número de tonalidades. Quero mostrar-lhes como se faz. Quero que estes meninos percebam que o mundo à sua volta pode ser escalpelizado e estudado a nível de gradação de cores e que en-tendam que têm capacidade para a sua feitura. Quero prepará-los para entenderem que tudo na vida é como as cores. Basta um pouco mais de...

“e um pouco mais de azul, seria asa!”. (Mas, cuidado, porque às vezes “um pouco mais” pode ser de-mais!!!)

VAI SER BOM!!! É SEMPRE BOM!!! E EU ADORO ENSINÁ-LOS!!!

Margarida de Bem Madruga

Natália Correia

A mostra itinerante do espólio artístico de Natália Correia e Dórdio Guimarães, “O Desenho na Colecção Privada de Natália Correia”, inaugura na sexta-feira, dia 17 de Abril, pelas 19:00 horas, na Sala de Exposições Temporárias da Biblioteca Pública João José da Graça, na Horta.A iniciativa, promovida pela Direcção Regional da Cultura da Presidência do Governo, e sob comissariado da arquitecta Rita Cruz Dourado procura, através de várias obras de arte da colecção de Na-tália Correia e do seu marido Dórdio Guimarães, estender a todas as ilhas do arquipélago esses importantes legados culturais.O seu espólio, que abarca objectos de arte sacra, pintura, desenho, serigrafia, tapeçaria, de autores consagrados, ou mesmo de alguns desconhecidos, não constitui propriamente uma colecção, no sentido mais restrito do termo. A ideia da colecção alude a um premeditado

processo de escolha e selecção e aponta para uma eleição baseada em juízos, estéticos ou outros. Aquilo que rodeava Natália Correia e Dórdio Guimarães, os objectos que os envolviam e que hoje cons-tituem o seu espólio, são sobretudo fruto da convivência com o seu círculo de amigos. Na selecção que se apresenta optou-se por restringir a mostra ao âm-bito do desenho, pela capacidade que no desenho há de, como supor-te do pensamento, nele estar contida a base e a vontade de todas as outras expressões. De entre os artistas representados figuram Abel Manta, Stuart de Carvalhais, Almada Negreiros, Cesariny e Júlio Pomar, cuja presença no espólio não surge tanto pelo normal processo selectivo de cons-trução de uma colecção, resultando, antes, de uma comunhão de afectos e gostos em relação às obras de arte e aos artistas nomeados.Sem perder carácter nem unidade e reconhecendo-se como uma mesma exposição, a presente mostra dimensiona-se de forma a res-ponder a nove espaços diferentes. Deste modo, percorrendo as nove ilhas, é fundamental a eficácia e a versatilidade do projecto expositivo que, num registo modular, não só se adapta às diferentes condicio-nantes como recria o espaço, o suporte e a distância entre cada inter-veniente, ou entre cada desenho e o próximo.Após a sua passagem por São Miguel (Igreja do Colégio), Santa Ma-ria (Igreja das Vitórias), Terceira (Museu de Angra do Heroísmo), Pico (Museu dos Baleeiros) estará agora de novo patente ao público na Sala de Exposições Temporárias da Biblioteca João José da Graça, até 16 de Maio de 2009.

Rita Cruz Dourado

O Desenho na Colecção Privada

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#6 -ENDOS, -ANDOS, -INDOS Literatura

“Os Conquistadores do Céu” ou à descoberta da astrofísica

Mãe, não tenho nada para ler...

Cortei as Tranças

Se calhar há dias em que não te apetece ir à escola e só queres é arranjar alguma coisa para fazer que te permita ser senhor do teu nariz e mandar na tua vida. Marta também era assim até à morte da mãe que a obrigou a tratar da casa e a arranjar um emprego.Maria-rapaz, numa família com vários irmãos, Marta descobre o mundo dos adultos (ao longo da história ficarás a saber tudo sobre esta família que veio de uma aldeia e poderás descobrir como era a vida dos mais novos antigamente) e tenta descobrir o que gostaria de fazer.Para saberes qual a profissão que Marta decidiu escolher lê Cortei as Tranças de António Mota.

C.A.

Escrito por um astrofísico (que é também poeta e romancista), O Segredo de Copérnico é uma biografia romanceada (o autor explica no final da obra a maior parte das “invenções” que se permitiu) e o primeiro de uma série, intitulada “Os Conquis-tadores do Céu“, que pretende ser uma História das Ciências a partir das vidas das figuras mais marcantes dessa dita História.Seguindo o percurso de Copérnico desde que era um estudante vamos vendo criar-se um gigantesco painel de costumes que nos permite perceber melhor o porquê das suas ideias terem sido, por vezes, mal recebidas num mundo que se dedicava com fervor à leitura dos astros mas não ao seu conhecimento.Jean-Pierre Luminet aproxima-nos desta figura que quase todos nós associamos a um adulto austero e embrenhado nos mean-dros do saber para nos fazer descobrir também o jovem Copér-nico e as suas relações com os outros, dando-lhe humanidade e profundidade para além da sua dimensão de sábio e, paralela-mente, permite-nos descobrir os que o inspiraram, como Aristarco de Samos que, muito antes dele, já defendia a teoria do heliocentrismo.O trunfo de Luminet é mostrar-nos a complexidade das teorias de Copérnico e dos seus predeces-sores sem nos sufocar, simplificando o que, à primeira vista, pode parecer excessivamente complexo, e fazer-nos descobrir a imensa galeria de sábios que inspirou e definiu o conhecimento do Universo (o livro tem aliás uma pequena antologia no final que explica, muito resumidamente, quem são estas figuras que povoaram a História da Ciência e quais as suas teorias, algumas delas de grande moderni-dade apesar de terem sido enunciadas em tempos idos).Entre o romance e as explicações que se seguem arrumamos ideias e descobrimos o fascínio de ten-tar explicar a “máquina do Mundo”, a influência que diferentes civilizações tiveram na nossa concep-ção do Universo e o facto de só muito mais tarde a obra de Copérnico (e não ele próprio visto que já tinha morrido) ter sido vilipendiada.

Nota: A divulgação científica é um género que tem sido muito criticado, sobretudo quando utiliza o artifício do romance, mas é uma forma de aproximar a ciência de todos e a verdade é que ,através do pendor biográfico, se torna mais fácil compreender a elaboração de teorias e explicar a origem destas em determinado momento histórico, tendo em conta o saber acumulado até aí e as sociedades em que se inseriam as figuras que marcaram a história das Ciências.

Catarina Azevedo

À CONQUISTA

A propósito de livros...Já conheces o Centro de Interpretação do Vul-cão no Capelo? Se não conheces convence os teus pais a fazerem uma visita a este estranho lugar enterrado no chão, sobe até ao topo do farol, descobre tudo sobre vulcões e sobre a formação dos Açores e depois aproveita para visitares a Feira do Livro (até 26 de Abril).

C.A.

Breves Notas Sobre Ciênciade Gonçalo M. Tavares

Imagine-se um cenário composto por um cientista e uma disposição ex-perimental que visa a verificação de uma determinada teoria científica. O cientista opera a maquinaria de modo a obter certos valores que mais tarde atribuirá a quantidades físicas, préviamente escolhidas de um pos-sível conjunto que a anterior teoria apresenta, adaptadas à experiência em questão.A comparação dos resultados obtidos com aqueles que a teoria prevê permitem a validação da mesma: no fundo dizer, esta é verdade e aquela

é falsa.Toda a obra de Gonçalo M. Tavares está repleta de pensamento científico – o que não é uma grande surpresa visto que o próprio ocupa o cargo de Professor de Epistemologia na Universidade Técnica de Lisboa – no entanto, nenhum dos seus livros tem como tema a Ciência em si, excepto Breves Notas sobre Ciência,Este pequeno caderno de notas poderá ser visto de duas formas: como um livro pedagógico escrito de uma forma artística (poesia em prosa característica do autor) ou como uma crítica à Comunidade científica actual.Um livro pedagógico porque por entre as linhas de todo o texto surge o entendimento da forma como a Ciência é construída (diferentes metadologias, métodos ciêntíficos, escolha de instrumen-tação para a resolução de um dado problema, …) ou como a sociedade influencia a direcção da investigação científica e o impacto desta na sociedade.Uma crítica à Comunidade científica porque o autor atribui a esta última um certo carácter religioso, democrático e emocional, totalmente contra a ideia generalizada de que a objectividade da Ciência é indestrutível. Utilize-se o exemplo anterior. O cientista validou a teoria (disse: esta é verdade!) levantando a voz na Comunidade científica publicando os seus resultados. Os seguidores desta teo-ria repetem a mesma experiência de modo a corroborarem os resultados, os cépticos repetem-na também de modo a invalidarem os resultados. No final medem-se forças e conclui-se a Verdade. Mas dizer que uma teoria é verdadeira é um erro pois o mesmo conjunto de fenómenos pode ser descrito de várias formas. Gonçalo Tavares diz: “O verdadeiro é uma falsificação do falso. E não há apenas uma falsificação do falso, há várias. Eis as verdades, e eis as mentiras.”. Por outras palavras, poder-se ia dizer que um electrão é um biscoito, desde que se descreva um biscoito coerentemente e lógicamente adaptando o seu comportamento ao suposto comportamento de um electrão.Pensando bem, se não quisermos ser filosóficamente exactos – isto é, discutirmos verdadeiro e falso absolutos – e aceitarmos a Verdade e a Falsidade de uma Comunidade científica, esta forma de funcionamento não é totalmente descabida de sentido.Mas, há experiências que não podem ser realizadas: tome-se o caso da Física Teórica, 100 anos à frente da experiência. Então, como dizer que determinada teoria é verdadeira ou falsa? Neste caso, o markeeting e a propaganda entram em acção. Quem falar num tom de voz convincente nas conferências certas ganha mais votos na Comunidade. No final - cada investigador tem um voto (citação) - contam-se os votos e decide-se a Verdade, como que num sistema democrático. Mas o voto é também religioso: porquê esta teoria e não aquela? É uma escolha pessoal ou como Gonçalo Tavares diz: “Consideramos verdadeira a teoria científica que nos faz mais felizes individualmente (ou menos infelizes). A verdade é uma decisão egoísta.”. Na Física Teórica existem Deuses (Ed-ward Witten, Juan Maldacena, entre outros) que sempre que levantam a voz o rebanho (restantes investigadores) segue as suas ordens (teorias).

Um excelente livro para homens da Ciência.

“A poesia não é ciência? A poesia é ciência individual. Poema colectivo e útil: eis a teoria cientí-fica.”

Jácome Armas

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Ciência e Ambiente APAGA A LUZPRECICLAGEM - o primeiro gesto

Poupe Água na Casa de BanhoTome duche em vez de banho de imersão e feche a torneira enquanto se ensaboa, assim estará a poupar pelo menos 30 litros de água por duche, sempre que tiver de esperar pela água quente, encha um balde até atingir a temperatura desejada e reutilize essa água para regar as plantas, por exemplo.Utilize o autoclismo só quando necessário: um autoclismo regular gasta em média 10 litros de água por cada descarga, sendo uma boa parte desperdiçada. Uma forma simples de poupar água nas descargas é colocar uma garrafa de 1,5 L cheia dentro do autoclismo. Ao comprar uma sanita escolha modelos de autoclismo de dupla descarga, que per-mitem fazer descargas diferenciadas mediante o seu uso.Por último feche a torneira enquanto escova os dentes ou se barbeia, estará a evitar o desperdício de cerca de 20 litros de água.

Dina Downling/Ecoteca do Faial

AQUELA DICA

Além dos 3R’s, (Reduzir os desperdícios, Reutilizar sempre que for possível antes de deitar fora, e Re-ciclar, ou melhor, separar para a reciclagem, pois, é isso que fazemos; na verdade, individualmente, não reciclamos, separamos), sobejamente conhecidos por todos, poderemos, exercer mais um acto de cida-dania activa e participativa se introduzirmos ou outro conceito e, consequentemente, “novas” atitudes na nossa vida de consumidores, a Preciclagem.O que é a preciclagem? Preciclagem é o conceito de preocupação dos consumidores em diminuir a produção dos resíduos logo no acto da compra, op-tando pelos produtos de material biodegradáveis ou recicláveis ou reduzindo a quantidade de embala-gens.40% do que nós compramos é lixo. São embalagens que, quase sempre, não nos servem para nada, que vão directamente para o lixo (e mesmo que este con-tinue o seu percurso de transformação e seja recicla-do, haverá consumo de energia nesse processo)!Pensar antes de comprar é o lema da preciclagem! Pensar nos resíduos que serão gerados com as nos-sas compras depois de satisfazermos as nossas “ne-cessidades”, bem como, pensar no seu percurso, em termos energéticos, desde a matéria prima até à prateleira do supermercado ou loja é um acto de cida-dania activa e participativa.O primeiro gesto passa por evitar o excesso de em-balagens, o que equivalerá a recusar todos aqueles papéis, fios e saquinhos com que os comerciantes, simpaticamente, nos brindam. Nas grandes compras semanais a melhor solução será a de regressar ao uso do cesto ou saco de pano (há alguns tão giros e fun-

cionais que podíamos promover a campanha do saco de compras mais ergonómico e artístico!). Para além disso, e sempre que tivermos a possibilidade de es-colher, devemos optar pelas embalagens de papel em detrimento das plásticas, já que, por enquanto, a reci-clagem deste último material é ainda ecologicamente agressiva. No domínio das bebidas dar preferência aos produtos embalados em materiais com retorno; a reutilização do vidro contribui para a redução dos efeitos provocados pela extracção de areias necessárias ao seu fabrico. Quando não for possível devolvê-lo, claro que o depositaremos nos vidrões (por cada tonelada de vidro velho poupam-se 400 kg de areia e reduz-se substancialmente a quantidade de energia e água necessária ao fabrico de vidro novo)! No caso da limpeza doméstica, existem já algumas al-ternativas menos agressivas para o ambiente, embora longe do desejável. Nos detergentes para lavagem de roupa devemos dar preferência aos isentos de fosfa-tos; nos detergentes para a loiça optar pelos biode-gradáveis e na compra de electrodomésticos devemos dar atenção às indicações referentes aos consumos de água e energia.Preciclar é pensar que a história das coisas não acaba quando as deitamos para o lixo!Afinal, preciclar é fácil e deve fazer parte do nosso dia-a-dia, ajudando a preservar o Ambiente. Afinal, nós podemos decidir e agir local como quem pensa global!

Cristina Carvalhinho

Dia Mundial da FlorestaPara assinalar o dia Mundial da Floresta, entre outras actividades como a visita ao Jardim Botânico de Pedro Miguel, a Ecoteca e os Serviços de Ambiente do Faial da Secretaria Regional do Ambi-ente e do Mar, através dos Vigilantes da Natureza realizaram no

passado dia 28 de Março, um passeio pedestre ao perímetro da Caldeira para sensibilizar e alertar os par-ticipantes para a importân-cia da Flora Natural dos Açores. A Caldeira do Faial é uma Reserva Natural que se encontra classificada pela Rede Natura 2000 como SIC (Sítio de Interesse Co-munitário) e ZPE (Zona de Protecção Especial). Este percurso com a extensão de sete quilómetros teve o seu

inicio junto ao miradouro da Caldeira e a duração de aproxima-damente três horas, ao longo do mesmo foi possível observar-se para além da maravilhosa paisagem envolvente um grande núme-ro de espécies de vegetação endémica dos Açores. Além dos benefícios para a saúde dos praticantes a realização de passeios pedestres promove uma sensação bem-estar, relaxa-mento e o convívio onde se trocam conhecimentos e se vive um espírito de entreajuda num contacto próximo com a natureza. Caminhar na natureza é fácil além de agradável. No entanto, ex-istem alguns cuidados especiais para a preservação de áreas com riqueza ambiental, como seguir apenas pelos trilhos sinalizados, evitar ruídos e atitudes que perturbem a paz do local; não colher amostras de plantas ou rochas e não abandonar lixo, levando-o até ao local aonde exista serviço de recolha e não danificar a flora, ela é parte integrante da natureza e como tal deve ser preservada.

Dina Dowling/Ecoteca do Faial

Nilza Costa é Professora Catedrática da Universi-dade de Aveiro no Departamento de Didáctica e Tec-nologia Educativa. Integra o Centro de Investigação em Didáctica e Tecnologia na Formação de Forma-dores (CIDTFF) e entre várias funções é coordena-dora do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE). Tem feito diversas publicações e coordenado vários projectos, particularmente na área da avaliação, da qualidade da educação, na for-mação de professores e mais recentemente na área da avaliação de desempenho docente. A Professora Nilza Costa, vem, no dia 23 de Abril, pelas 21h, no auditório da Escola Secundária Manuel de Arriaga, apresentar-nos as conclusões do estudo que o LAQE efectuou ao trabalho desenvolvido no âmbito dos Encontros Filosóficos do ultimo ano. Será lançado o primeiro livro de actas. Arminda Pedrosa é Professora Auxiliar da Facul-dade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra no Departamento de Química da referida

Universidade. Têm inúmeras publicações na área da Didáctica das Ciências, nomeadamente, na área da Educação em Ciência numa visão integradora Ciência-Tecnologia-Sociedade e na área da Educa-ção para a Cidadania através do desenvolvimento de competências em Ciência.A Professora Arminda Pedrosa, grande comunica-dora, virá falar-nos, no dia 24 de Abril, pelas 21h, no auditório da Escola Secundária Manuel de Arriaga, sobre a Carta da Terra e sobre “formas” e abordagens de Educar para um Desenvolvimento Sustentável sus-tentado na Educação em Ciência. Estas duas convidadas, não vêm falar de coisas filo-soficamente distantes, mas de temas prementes e urgentes no nosso quotidiano, nomeadamente, em responsabilidade social na Educação. Os Encontros Filosóficos são para nós todos!

Cristina Carvalhinho

XVI Encontros Filosóficos| vai-se fazer, já

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#8 FAZENDUS AgendaDurante a Época Lectiva 08/09

Projecto Teatral Infantil orientado por Anabela MoraisAtelier “O Jogo Dramático”. Terças e quintas-feiras das 17 às 18 horas. Para crianças dos 6 aos 12 anos.Atelier “Leitura de Textos Teatrais”. Segundas e quartas – feiras, das 18 às 19 horas. Para jovens dos 10 aos 12 anos.Teatro Faialense

Até 17 de Abril Exposição de Pintura “Na Terra a Tocar no Céu” de

Margarida AlfacinhaAssembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Até 28 de Abril Exposição de Pintura “Inspiração

Insular” de Jaen Nieto AmatAssem-bleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Até 30 de Abril Exposição de Pintura “A Pesca de Cerco” de Carlos

BrosSala Polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça

De 2 a 26 de Abril Feira do Livro Infantil e Exposição: “A História do

Conto - Como Nasce um Livro” Centro de Intrepretação do Vulcão dos Capelinhos, 20h45

16 de Abril Cinema: “O Lado Selvagem”

Teatro Faialense, 21h30(repete dia 19)

17 de Abril Teatro: “É Só Paródia” pelo grupo de teatro UniSé-

nior Polivalente dos Cedros, 21h00

DJ Set: Septimus apresenta GroovyPimTaberna de Pim, 23h30

18 de Abril Celebrações do dia Internacional

dos Monumentos e SítiosFórum Ciências, Património e Di-vulagaçãoCentro do Mar (Antiga Fábrica da Baleia), 15h00Os Novos Baleeiros (Sem Arpão): Espaço Multimédia e Museológico com projecção de vídeos, imagems e sons.

Centro do Mar (Antiga Fábrica da Baleia)

Teatro: “É Só Paródia” pelo grupo de teatro UniSé-nior Polivalente da Ribeirinha, 21h00

Festival de Teatro: “Afonso Hen-riques” pelo grupo de teatro O Ban-doTeatro Faialense, 21h30 (pág. 3)

Concerto: Zeca Trio (em quar-teto)Taberna de Pim, 23h00 (pág. 4)

19 de Abril Celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e

SítiosO mar entre o Faial e Pico: Um Património a Descobrir, exploração do canal a bordo de uma embarcação. Inscrições para [email protected] ou 966326747, 10h00 e 15h00

Concerto pelo Coral de Santa CatarinaMissa Pro Pace de Daniele CarnevaliIgreja das Angústias, 20h00

21 de Abril Cinema: “O Complexo de Baader Meihof ”

Sinopse: Alemanha, anos 70. Ataques bombistas, a ameaça do terrorismo e o medo do inimigo interno corroem os pi-lares de uma democracia ainda frágil. Os filhos radicais da geração Nazi, liderados por Andreas Baader, Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin, travam uma violenta guerra contra o que consideram a nova forma de fascismo: o imperialismo ameri-

cano apoiado pelo estado. O seu objectivo é criar uma sociedade mais humana mas, ao aplicar métodos desumanos, não só espal-ham sangue e terror, como perdem eles próprios os seus valores. O homem que melhor os entende é também quem está encarreg-ue de os perseguir: Horst Herold, o chefe da polícia. E embora esteja a ser bem sucedido na sua tarefa, Herold sabe que está a lidar apenas com a ponta do iceberg.Teatro Faialense, 21h30

23 de Abril Palestra: Ciência no Bar,

“Metereologia na escola: instrumentos caseiros para medir as condições do estado do tempo” Bar do Teatro Faialense, 20h45

Palestra: “Abertura do Primeiro Livro de Actas” por Professora Doutora Nilza CostaAuditório da Escolá Secundária Dr. Manuel de Arriaga, 21h00

Cinema: “A Troca”Teatro Faialense, 21h30(repete dia 26)

24 de Abril Exposição de Arte: Galeria Aberta (artistas locais)

Instalações do Banco de Portugal (até 30 de Junho)

Teatro: “É Só Paródia” pelo grupo de teatro UniSé-nior Teatro Faialense, 21h00

Palestra: “Educação para a Sustentabilidade - Carta da Terra e Ciências para a Cidadania” por Professora Doutora Arminda PedrosaAuditório da Escolá Secundária Dr. Manuel de Arriaga, 21h00

25 de Abril Comemorações do 25 de Abril

Consulte o programa em www.cmhorta.pt

Concerto: Cantar AbrilTeatro Faialense, 21h00

Teatro: “É Só Paródia” pelo grupo de teatro UniSé-nior Polivalente de Pedro Miguel, 21h00

27 de Abril Workshop: Oficinas de Dança Contemporânea, Clás-

sica e Criativa

28 de Abril Gala do Desporto Açoriano

Teatro Faialense, 21h00

Cinema: “O Rapaz do Pijama às Riscas”Sinopse: Alemanha, II Guerra Mun-dial. Bruno, de oito anos, filho de um oficial nazi, é levado por seu pai para uma nova residência, paredes meias com o campo de concentração que seu pai dirige. Fugindo ao con-trolo familiar Bruno observa o que se passa para lá da área da residência, do outro lado do arame farpado em que todos se vestem com “pijamas às riscas”. À distância cria amizade

com uma criança judia, da sua idade, o que virá a ter consequên-cias dramáticas.Teatro Faialense, 21h30

29 de Abril Dança: Comemorações do Dia Mundial da Dança

Teatro Faialense, 21h30

30 de Abril Workshop: Compostagem por Eng. Ana Sofia Matos

21h00

Concerto: Festival da Rota dos Bons VentosAntónio Zambujo (mais informações no próximo núme-ro)Teatro Faialense, 21h30