| O MIRANTEFestas da Cidade e de s. Pedro - alverCa| 22 JUNHO 201124

Fernando Correia Marques, Ana e Edna Pimenta são algumas das atracções musicais de mais uma edição das Festas da Cidade e de S. Pedro em Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xi-ra, que decorrem de 22 e 28 de Junho.

No primeiro dia de festa, quarta-feira, 22 de Junho, sobem ao palco novos talen-tos: banda Naganga, Skills e The Bunny Crew a partir das 20h30.

HGB Hiperboreos Gang Band actuam na quinta-feira, 23 de Junho, às 21h00. Segue-se a actuação do grupo “Gritos Mudos” em tributo aos Xutos e Ponta-pés, às 22h00.

Na sexta, 24, actua o grupo Trio Ma-ravilha, às 20h30. A noite termina com um espectáculo de música brasileira com Edna Pimenta e a sua banda.

No sábado há baile com a banda “No-va Onda” a partir das 23h30. O 13º En-contro de Folclore Cidade de Alverca está também marcado para sábado às 21h00.

Para a noite de domingo está reser-vado um baile com o grupo “Turno da Noite”, às 21h00. Duas horas depois co-meçam os espectáculos de Hugo Sam-paio, Jean Cremona, Ana e The Agencyj.

O Grupo Tertúlia “Os amigos do 12”, a Barafuzada e a Flor do Trevo actuam a partir das 21h00 na segunda-feira.

No último dia, terça, 28 de Junho, há baile às 21h00 com o Grupo Duo Musical Bento. Fernando Correia Marques e ban-da actuam às 23h00. Os festejos encer-ram com um fogo de artifício às 24h00.

Garraiadas e sardinha assadaPara sexta-feira, às 23h00, está mar-

cada a primeira garraiada das Festas da Cidade e de S. Pedro, em Alverca, que se repete no sábado às 17h00.

Segunda-feira, 27 de Junho, é dia de sardinha, pão e vinho a partir das 20h00. A última garraiada (nocturna) acontece às 23h00.

Natália Almeida, 53 anos, comerciante, Alverca

Ter uma festa na cidade é pretexto para sair e conviver

Natália Almeida chegou a Alverca aos 17 anos e aos 53 sente a terra co-mo sua. A comerciante tenta movimen-tar-se sempre que pode a pé, até para poder poupar no combustível, e não encontra grandes obstáculos nos pas-seios. Ao nível do trânsito nota algu-mas melhorias, especialmente no que diz respeito ao aumento do número de autocarros. Só lamenta que os animais sujem os espaços públicos que deveriam ser das crianças. Para melhorar o am-biente na cidade sugere que se criem mais espaços verdes.

Este ano Natália Almeida vai visitar as festas da cidade. “Preciso de arejar e sair do ritmo normal de trabalho. São festas importantes para promover o convívio entre os alverquenses e uma oportunidade para conhecer novos pro-dutos nos stands de exposições”, asse-gura a proprietária da empresa Vovo-velos, criada em Julho de 2010.

Laurinda Bento, 58 anos, cabeleireira, Alverca

O carro faz falta na cidade mas as caminhadas também

Laurinda Bento, 58 anos, cabeleirei-ra, é natural de Manique do Intendente, Azambuja, foi criada em Lisboa e veio aos 18 anos para Alverca onde trabalha há 40. Na cidade que adoptou desloca-se quase sempre de carro mas à hora do almoço não dispensa a caminhada habitual. Tem pena de encontrar tantos buracos abertos e passeios levantados. Lamenta o estado actual da cidade e tem saudades dos tem-pos em que a terra era mais alegre, viva e com juventude nas ruas. “Hoje já só vejo pessoas nas ruas quando o mercado muni-cipal está aberto. A cidade transformou-se num dormitório e muita gente não sai de casa para não gastar dinheiro”. Gostava de ver os espaços verdes mais arranjados e a zona antiga recuperada. “Não temos um espaço de lazer onde possamos estar”, lembra. Normalmente não vai às festas da cidade porque trabalha durante o dia e à noite quer descansar. “Embora não aprecie muito as festas acho que são importantes para dar ânimo à terra”, reconhece.

Filipe Santos, 31 anos, responsável técnico da agência funerária, Alverca do Ribatejo

alverca precisa de mais espaços de lazer

Em Alverca o que mais agrada a Filipe Santos são as pessoas. Especialmente as mais velhas com quem gosta de conviver. Tem pena de não ter na cidade mais es-paços verdes onde se possa levar as crian-ças a brincar. “Existe o parque infantil do Jardim Álvaro Vidal, onde levamos o nosso filho, e as grandes superfícies. Não há mais nada”. Não vê melhorias a curto prazo em relação ao problema do trânsito na Estrada Nacional 10, onde perde diariamente muito tempo. Elogia os passeios que têm sido construídos e a colocação de pilaretes para impedir o estacionamento abusivo.

Nota que as festas da cidade têm atra-ído mais público e este ano vai também aproveitar a ocasião para conviver com amigos. “A nossa profissão é séria e às ve-zes é preciso aproveitar pequenos esca-pes para descontrair”, diz o responsável técnico da agência funerária Machado & Victor Lda, que funciona em Alverca há 30 anos.

João Paiva, 67 anos, comerciante, Alverca

Festas da cidade vão ajudar a malta a esquecer a crise

“Gosto de quase tudo em Alverca”, ga-rante João Paiva, 67 anos, atrás do balcão do Talho Paivas. Montou negócio há 22 anos mas só mora na cidade há dez. Os netos e os filhos por perto são elemen-tos fundamentais para gostar de viver na terra. Só não gosta do ambiente que por vezes se gera na cidade, como é o caso do trânsito infernal na Estrada Nacional 10.

Todos os dias entra ao serviço às 4h30 e sai do talho às 20h00. O hábito de dor-mir pouco já é tão grande que não con-segue ficar muito mais tempo na cama. Apesar de levantar-se cedo tem por há-bito dar todos os anos um saltinho às fes-tas da cidade mas confessa ter saudades das festas de outros tempos. “Era mais engraçado quando existia uma festinha na igreja ou na Casa de S. Pedro”, recor-da. Tendo em conta a actual crise por que Portugal está a passar, João Paiva não tem dúvida que as festas vão ajudar a “malta a distrair-se”.

Música, garraiadas e sardinha assada vão animar alvercaFestas da Cidade e de São Pedro decorrem de 22 e 28 de Junho

No domingo, 26, terá lugar às 16h00 uma missa, a que se seguirá uma procis-são em honra de S. Pedro.

O evento é organizado pela Comis-são de Festas de São Pedro e da Cidade de Alverca e pela Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo.

Para sexta-feira, às 23h00, está marcada a primeira garraiada das Festas da Cidade e de S. Pedro, em Alverca, que se repete no sábado às 17h00.

Segunda-feira, 27 de Junho, é dia de sardinha, pão e vinho a partir das 20h00. A última garraiada (nocturna) acontece às 23h00.

O MIRANTE | FESTAS DA CIDADE E DE S. PEDRO - ALVERCA | 22 JUNHO 2011 25

foto O MIRANTE

A associação juvenil “Caminhar com Rumo” foi criada em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, há dois anos. Ao leme está um grupo de jovens inconformado com o actual estado da comunidade juvenil que quer agitar as mentes dos mais novos e incutir-lhes o gosto pela cultura.

Numa altura em que as colec-tividades e associações do concelho de Vila Franca de Xira têm dificuldades em atrair os mais novos existem exem-plos que demonstram o contrário. Um grupo de jovens resolveu fundar a 17 de Julho de 2009 a “Caminhar com Ru-mo”, uma associação sem qualquer fi-liação partidária ou religiosa. “Estáva-mos insatisfeitos com o actual estado

Associação juvenil de Alverca quer agitar as mentes dos mais jovens“Caminhar com Rumo” está empenhada em lutar contra o desinteresse cultural

da comunidade juvenil. Notamos que a juventude alverquense estava muito desinteressada em relação à cultura, à política ou à cidadania. O nosso objec-tivo nunca passou por mudar o estado de coisas radicalmente mas perturbar e agitar as mentes”, começa por explicar Liliana Cruz, 20 anos, que está a tirar o curso de Direito na Universidade de Lisboa. O número de associados actual anda à volta dos 20. Na altura o grupo de jovens frequentava a Escola Secundária Gago Coutinho mas entretanto as vidas de cada um seguiram rumos diferentes.

Dois anos volvidos e o saldo do traba-

lho desenvolvido é positivo. Uma ida de alunos da Secundária Gago Coutinho à Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva e Centro de Arte Moderna, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a realiza-ção de uma Feira da Juventude no Centro Cultural do Bom Sucesso ou a organização de concertos de bandas rock de garagem na Casa da Juventude de Alverca são al-gumas das actividades mais recentes que organizaram. Mobilizar os jovens para as visitas culturais é o mais difícil.

“Os interesses dos jovens estão neste momento canalizados para outras dis-tracções, como as saídas à noite cada vez

mais precoces. Temos muita pena que não se interessem tanto pela cultura”, acrescenta Andreia Cruz, 20 anos, es-tudante de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa.

Entrar nas escolas de Alverca para apresentar propostas também não é fá-cil. “Tentamos apresentar programas ou divulgar propostas para os alunos nas escolas mas é muito difícil. Os pro-fessores têm de cumprir o programa que vem do Ministério e parecem ob-cecados com isso, quando deveria exis-tir também espaço para os programas culturais”, refere Sérgio Dundão, 24 anos, estudante de Ciência Política e Relações Internacionais na Universi-dade Nova de Lisboa.

As pequenas vitórias que conquis-tam levam-nos a continuar o traba-lho. “Se tudo já estivesse feito não existia motivação. O que nós quere-mos é contribuir para o crescimento e melhoria da comunidade, apresen-tando soluções concretas”, acrescenta Sérgio Dundão.

A associação Caminhar com Rumo está aberta a todos os jovens. A falta de tempo não é justificação: “Nós co-ordenamos os horários de todos e a escola nunca é colocada à frente da associação. Temos até um associado que está a estudar medicina”.

Neste momento estão a desenvol-ver um concurso de curtas-metragens que está a decorrer até ao dia 1 de Julho. Os interessados podem enviar os trabalhos em DVD para Rua da Ju-ventude, nº13, 1º esquerdo, 2615-121 Alverca do Ribatejo. Para mais infor-mações pode consultar http://ccr.we-bnode.com.pt/.

EMPENHO. Grupo de jovens pretende dinamizar a comunidade juvenil de Alverca

O número de associados actual anda à volta dos 20. Na altura o grupo de jovens frequentava a Escola Secundária Gago Coutinho mas entretanto as vidas de cada um seguiram rumos diferentes.Dois anos volvidos e o saldo do trabalho desenvolvido é positivo.